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I - padronização do objeto da
d) por outras alterações de cláusulas
financeiras que gerem recebimentos contratação, dos instrumentos
contratuais antecipados, distorção do convocatórios e das minutas de contratos,
de acordo com normas internas
cronograma físico-financeiro, prorrogação
específicas;
injustificada do prazo contratual com custos
adicionais para a empresa pública ou a
sociedade de economia mista ou reajuste II - busca da maior vantagem
irregular de preços. competitiva para a empresa pública ou
sociedade de economia mista,
considerando custos e benefícios, diretos e
§ 2o O orçamento de referência do
indiretos, de natureza econômica, social ou
custo global de obras e serviços de
ambiental, inclusive os relativos à
engenharia deverá ser obtido a partir de
custos unitários de insumos ou serviços manutenção, ao desfazimento de bens e
menores ou iguais à mediana de seus resíduos, ao índice de depreciação
correspondentes no Sistema Nacional de
econômica e a outros fatores de igual economia mista da qual decorra impacto
relevância; negativo sobre bens do patrimônio cultural,
histórico, arqueológico e imaterial
III - parcelamento do objeto, visando tombados dependerá de autorização da
a ampliar a participação de licitantes, sem esfera de governo encarregada da
perda de economia de escala, e desde que proteção do respectivo patrimônio, devendo
não atinja valores inferiores aos limites o impacto ser compensado por meio de
estabelecidos no art. 29, incisos I e II; medidas determinadas pelo dirigente
máximo da empresa pública ou sociedade
de economia mista, na forma da legislação
IV - adoção preferencial da
modalidade de licitação denominada aplicável.
pregão, instituída pela Lei no 10.520, de 17
de julho de 2002, para a aquisição de bens § 3o As licitações na modalidade de
e serviços comuns, assim considerados pregão, na forma eletrônica, deverão ser
aqueles cujos padrões de desempenho e realizadas exclusivamente em portais de
qualidade possam ser objetivamente compras de acesso público na internet.
definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado; § 4o Nas licitações com etapa de
lances, a empresa pública ou sociedade de
V - observação da política de economia mista disponibilizará ferramentas
integridade nas transações com partes eletrônicas para envio de lances pelos
interessadas. licitantes.
§ 3o A atuação do licitante no
II - bens que atendam às exigências
cumprimento de obrigações assumidas
técnicas e de qualidade da administração
será anotada no respectivo registro
pública.
cadastral.
§ 1o O procedimento de pré-
§ 4o A qualquer tempo poderá ser
qualificação será público e
alterado, suspenso ou cancelado o registro
permanentemente aberto à inscrição de
do inscrito que deixar de satisfazer as
qualquer interessado.
exigências estabelecidas para habilitação
ou para admissão cadastral.
§ 2o A empresa pública e a
sociedade de economia mista poderão
Art. 66. O Sistema de Registro de
restringir a participação em suas licitações
Preços especificamente destinado às
a fornecedores ou produtos pré-
licitações de que trata esta Lei reger-se-á
qualificados, nas condições estabelecidas
em regulamento. pelo disposto em decreto do Poder
Executivo e pelas seguintes disposições:
§ 3o A pré-qualificação poderá ser
§ 1o Poderá aderir ao sistema
efetuada nos grupos ou segmentos,
segundo as especialidades dos referido no caput qualquer órgão ou
fornecedores. entidade responsável pela execução das
atividades contempladas no art. 1o desta
Lei.
§ 4o A pré-qualificação poderá ser
parcial ou total, contendo alguns ou todos
os requisitos de habilitação ou técnicos § 2o O registro de preços observará,
necessários à contratação, assegurada, em entre outras, as seguintes condições:
qualquer hipótese, a igualdade de
condições entre os concorrentes. I - efetivação prévia de ampla
pesquisa de mercado;
§ 5o A pré-qualificação terá validade
de 1 (um) ano, no máximo, podendo ser II - seleção de acordo com os
atualizada a qualquer tempo. procedimentos previstos em regulamento;
III - desenvolvimento obrigatório de I - o objeto e seus elementos
rotina de controle e atualização periódicos característicos;
dos preços registrados;
II - o regime de execução ou a forma
IV - definição da validade do registro; de fornecimento;
Seção II
(Redação dada pela Lei Complementar nº
147, de 2014)
2 - Que não se ache presente o Art. 520 - O capitão tem direito para ser
proprietário da embarcação, ou mandatário indenizado pelos donos de todas as
seu ou consignatário, e na falta algum dos despesas necessárias que fizer em
interessados na carga; ou que, estando utilidade da embarcação com fundos
próprios ou alheios, contanto que não
tenha excedido as suas instruções, nem as grossas e despesas a seu cargo; e na falta
faculdades que por sua natureza são de pronto pagamento, depósito, ou fiança,
inerentes à sua qualidade de capitão. poderá requerer embargo pelos fretes,
avarias e despesas sobre as mercadorias
Art. 521 - É proibido ao capitão pôr da carga, enquanto estas se acharem em
carga alguma no convés da embarcação poder dos donos ou consignatários, ou
sem ordem ou consentimento por escrito estejam fora das estações públicas ou
dos carregadores; pena de responder dentro delas; e mesmo para requerer a sua
pessoalmente por todo o prejuízo que daí venda imediata, se forem de fácil
possa resultar. deterioração, ou de guarda arriscada ou
dispendiosa.
Art. 522 - Estando a embarcação
fretada por inteiro, se o capitão receber A ação de embargo prescreve
carga de terceiro, o afretador tem direito a passados 30 (trinta) dias a contar da data
fazê-la desembarcar. do último dia da descarga.
Art. 523 - O capitão, ou qualquer outro Art. 528 - Quando por ausência do
indivíduo da tripulação, que carregar na consignatário, ou por se não apresentar o
embarcação, ainda mesmo a pretexto de portador do conhecimento à ordem, o
ser na sua câmara ou nos seus capitão ignorar a quem deva
agasalhados, mercadoria de sua conta competentemente fazer a entrega,
particular, sem consentimento por escrito solicitará do juiz de direito do comércio, e
do dono do navio ou dos afretadores, pode onde o não houver da autoridade local a
ser obrigado a pagar frete dobrado. quem competir, que nomeie depositário
para receber os gêneros, e pagar os fretes
Art. 524 - O capitão que navega em devidos por conta de quem pertencer.
parceria a lucro comum sobre a carga não
pode fazer comércio algum por sua conta Art. 529 - O capitão é responsável por
particular a não haver convenção em todas as perdas e danos que, por culpa
contrário; pena de correrem por conta dele sua, omissão ou imperícia, sobrevierem ao
todos os riscos e perdas, e de pertencerem navio ou à carga; sem prejuízo das ações
aos demais parceiros os lucros que houver. criminais a que a sua malversação ou dolo
possa dar lugar (artigo nº. 608).
Art. 525 - É proibido ao capitão fazer
com os carregadores ajustes públicos ou O capitão é também civilmente
secretos que revertam em benefício seu responsável pelos furtos, ou quaisquer
particular, debaixo de qualquer título ou danos praticados a bordo pelos indivíduos
pretexto que seja; pena de correr por conta da tripulação nos objetos da carga,
dele e dos carregadores, todo o risco que enquanto esta se achar debaixo da sua
acontecer, e de pertencer ao dono do navio responsabilidade.
todo o lucro que houver.
Art. 530 - Serão pagas pelo capitão
Art. 526 - É obrigação do capitão todas as multas que forem impostas à
resistir por todos os meios que lhe ditar a embarcação por falta de exata observância
sua prudência a toda e qualquer violência das leis e regulamentos das Alfândegas e
que possa intentar- se contra a polícia dos portos; e igualmente os
embarcação, seus pertences e carga; e se prejuízos que resultarem de discórdias
for obrigado a fazer entrega de tudo ou de entre os indivíduos da mesma tripulação no
parte, deverá munir-se com os serviço desta, se não provar que empregou
competentes protestos e justificações no todos os meios convenientes para as
mesmo porto, ou no primeiro onde chegar evitar.
(artigo nºs 504 e 505).
Art. 531 - O capitão que, fora do caso
Art. 527 - O capitão não pode reter a de inavegabilidade legalmente provada,
bordo os efeitos da carga a título de vender o navio sem autorização especial
segurança do frete; mas tem direito de dos donos, ficará responsável por perdas e
exigir dos donos ou consignatários, no ato danos, além da nulidade da venda, e do
da entrega da carga, que depositem ou procedimento criminal que possa ter lugar.
afiancem a importância do frete, avarias
Art. 532 - O capitão que, sendo Art. 537 - Toda a obrigação pela qual o
contratado para uma viagem certa, deixar capitão, sendo comparte do navio, for
de a concluir sem causa justificada, responsável à parceria, tem privilégio sobre
responderá aos proprietários, afretadores e o quinhão e lucros que o mesmo tiver no
carregadores pelas perdas e danos que navio e fretes.
dessa falta resultarem.
TÍTULO IV
Em reciprocidade, o capitão, que sem
justa causa for despedido antes de finda a DO PILOTO E CONTRAMESTRE
viagem, será pago da sua soldada por
inteiro, posto à custa do proprietário ou Art. 538 - A habilitação e deveres dos
afretador no lugar onde começou a viagem,
pilotos e contramestres são prescritos nos
e indenizado de quaisquer vantagens que
regulamentos de Marinha.
possa ter perdido pela despedida.
Art. 539 - O piloto, quando julgar
Pode, porém, ser despedido antes da
necessário mudar de rumo, comunicará ao
viagem começada, sem direito a
capitão as razões, que assim o exigem; e
indenização, não havendo ajuste em
se este se opuser, desprezando as suas
contrário.
observações, que em tal caso deverá
renovar-lhe na presença dos mais oficiais
Art. 533 - Sendo a embarcação fretada do navio, lançará o seu protesto no Diário
para porto determinado, só pode o capitão da Navegação (artigo nº. 504), o qual
negar-se a fazer a viagem, sobrevindo deverá ser por todos assinado, e
peste, guerra, bloqueio ou impedimento obedecerá às ordens do capitão, sobre
legítimo da embarcação sem limitação de quem recairá toda a responsabilidade.
tempo.
Art. 540 - O piloto, que, por imperícia,
Art. 534 - Acontecendo falecer algum omissão ou malícia, perder o navio ou lhe
passageiro ou indivíduo da tripulação causar dano, será obrigado a ressarcir o
durante a viagem, o capitão procederá a prejuízo que sofrer o mesmo navio ou a
inventário de todos os bens que o falecido carga; além de incorrer nas penas criminais
deixar, com assistência dos oficiais da que possam ter lugar; a responsabilidade
embarcação e de duas testemunhas, que do piloto não exclui a do capitão nos casos
serão com preferência passageiros, pondo do artigo nº. 529.
tudo em boa arrecadação, e logo que
chegar ao porto da saída fará entrega do Art. 541 - Por morte ou impedimento do
inventário e bens às autoridades
capitão recai o comando do navio no piloto,
competentes.
e na falta ou impedimento deste no
contramestre, com todas as prerrogativas,
Art. 535 - Finda a viagem, o capitão é faculdades, obrigações e responsabilidades
obrigado a dar sem demora contas da sua inerentes ao lugar de capitão.
gestão ao dono ou caixa do navio, com
entrega do dinheiro que em si tiver, livros e
Art. 542 - O contramestre que,
todos os mais papéis. E o dono ou caixa é
recebendo ou entregando fazendas, não
obrigado a ajustar as contas do capitão
exige e entrega ao capitão as ordens,
logo que as receber, e a pagar a soma que recibos, ou outros quaisquer documentos
lhe for devida. Havendo contestação sobre justificativos do seu ato, responde por
a conta, o capitão tem direito para ser pago
perdas e danos daí resultantes.
imediatamente das soldadas vencidas,
prestando fiança de as repor, a haver lugar.
TÍTULO V
Art. 536 - Sendo o capitão o único
proprietário da embarcação, será DO AJUSTE E SOLDADAS DOS OFICIAIS
simultaneamente responsável aos E GENTE DA TRIPULAÇÃO, SEUS
afretadores e carregadores por todas as DIREITOS E OBRIGAÇÕES
obrigações impostas aos capitães e aos
armadores. Art. 543 - O capitão é obrigado a dar às
pessoas da tripulação, que o exigirem, uma
nota por ele assinada, em que se declare a
natureza do ajuste e preço da soldada, e a surgidouro seguro, e amarrá-lo, sempre
lançar na mesma nota as quantias que se que o capitão o exigir; pena de perdimento
forem pagando por conta. As condições do das soldadas vencidas;
ajuste entre o capitão e a gente da
tripulação, na falta de outro título do 7 - prestar os depoimentos necessários
contrato, provam-se pelo rol da equipagem para ratificação dos processos
ou matrícula; subentendendo-se sempre testemunháveis, e protestos formados a
compreendido no ajuste o sustento da bordo (artigo nº. 505), recebendo pelos dias
tripulação. da demora uma indenização proporcional
às soldadas que venciam; faltando a este
Não constando pela matrícula, nem por dever não terão ação para demandar as
outro escrito do contrato, o tempo soldadas vencidas.
determinado do ajuste, entende-se sempre
que foi por viagem redonda ou de ida e Art. 546 - Os oficiais e quaisquer outros
volta ao lugar em que teve lugar a indivíduos da tripulação, que, depois de
matrícula. matriculados, abandonarem a viagem antes
de começada, ou se ausentarem antes de
Art. 544 - Achando-se o Livro da acabada, podem ser compelidos com
Receita e Despesa do navio conforme à prisão ao cumprimento do contrato, a repor
matrícula (artigo nº. 467), e escriturado com o que se lhes houver pago adiantado, e a
regularidade (artigo nº. 503), fará inteira fé servir 1 (um) mês sem receberem soldada.
para solução de quaisquer dúvidas que
possam suscitar-se sobre as condições do Art. 547 - Se depois de matriculada a
contrato das soldadas; quanto, porém, às equipagem se romper a viagem no porto da
quantias entregues por conta, matrícula por fato do dono, capitão, ou
prevalecerão, em caso de dúvida, os afretador, a todos os indivíduos da
assentos lançados nas notas de que trata o tripulação justos ao mês se abonará a
artigo precedente. soldada de 1 (um) mês, além da que
tiverem vencido; aos que estiverem
Art. 545 - São obrigações dos oficiais e contratados por viagem abonar-se-á
gente da tripulação: metade da soldada ajustada.
Art. 570 - Fretando-se o navio por Art. 574 - Poderá igualmente rescindir-
inteiro, entende-se que fica somente se o contrato de fretamento a requerimento
reservada a câmara do capitão, os do afretador, se o capitão lhe tiver ocultado
agasalhados da equipagem, e as a verdadeira bandeira da embarcação;
acomodações necessárias para o material ficando este pessoalmente responsável ao
da embarcação. mesmo afretador por todas as despesas da
carga e descarga, e por perdas e danos, se
Art. 571 - Dissolve-se o contrato de o valor do navio não chegar para satisfazer
fretamento, sem que haja lugar a exigência o prejuízo.
alguma de parte a parte:
Capítulo II
1 - Se a saída da embarcação for
impelida, antes da partida, por força maior DOS CONHECIMENTOS
sem limitação de tempo.
Art. 575 - O conhecimento deve ser
2 - Sobrevindo, antes de principiada a datado, e declarar:
viagem, declaração de guerra, ou interdito
de comércio com o país para onde a 1 - o nome do capitão, e o do
embarcação é destinada, em conseqüência carregador e consignatário (podendo omitir-
do qual o navio e a carga conjuntamente se o nome deste se for à ordem), e o nome
não sejam considerados como propriedade e porte do navio;
neutra.
2 - a qualidade e a quantidade dos
3 - Proibição de exportação de todas objetos da carga, suas marcas e números,
ou da maior parte das fazendas anotados à margem;
compreendidas na carta de fretamento do
lugar donde a embarcação deva partir, ou 3 - o lugar da partida e o do destino,
de importação no de seu destino. com declaração das escalas, havendo-as;
Art. 579 - Seja qual for a natureza do Art. 583 - Constando ao capitão que há
conhecimento, não poderá o carregador diversos portadores das diferentes vias de
variar a consignação por via de novos um conhecimento das mesmas fazendas,
conhecimentos, sem que faça prévia ou tendo-se feito seqüestro, arresto ou
entrega ao capitão de todas as vias que penhora nelas, é obrigado a pedir depósito
este houver assinado. judicial, por conta de quem pertencer.
1 - Sendo feito por pessoa que não 2 - quando faz declaração errônea,
tenha interesse no objeto segurado. calando, falsificando ou alterando fatos ou
circunstâncias, ou produzindo fatos ou
circunstâncias não existentes, de tal
2 - Recaindo sobre algum dos objetos
natureza e importância que, a não se terem
proibidos no artigo nº. 686.
ocultado, falsificado ou produzido, os
seguradores, ou não houveram admitido o
3 - Sempre que se provar fraude ou seguro, ou o teriam efetuado debaixo de
falsidade por alguma das partes. prêmio maior e mais restritas condições.
Art. 743 - Dentro das primeiras 24 Art. 749 - Sendo um navio abalroado
(vinte e quatro) horas úteis da entrada no por outro, o dano inteiro causado ao navio
porto de arribada, deve o capitão abalroado e à sua carga será pago por
apresentar-se à autoridade competente aquele que tiver causado a abalroação, se
para lhe tomar o protesto da arribada, que esta tiver acontecido por falta de
justificará perante a mesma autoridade observância do regulamento do porto,
(artigo nºs 505 e 512). imperícia, ou negligência do capitão ou da
tripulação; fazendo-se a estimação por
Art. 744 - As despesas ocasionadas árbitros.
pelo arribada forçada correm por conta do
fretador ou do afretador, ou de ambos, Art. 750 - Todos os casos de
segundo for a causa que as motivou, com abalroação serão decididos, na menor
direito regressivo contra quem pertencer. dilação possível, por peritos, que julgarão
qual dos navios foi o causador do dano,
Art. 745 - Sendo a arribada justificada, conformando-se com as disposições do
nem o dono do navio nem o capitão regulamento do porto, e os usos e prática
respondem pelos prejuízos que puderem do lugar. No caso dos árbitros declararem
resultar à carga; se, porém, não for que não podem julgar com segurança qual
justificada, um e outro serão responsáveis navio foi culpado, sofrerá cada um o dano
solidariamente até a concorrência do valor que tiver recebido.
do navio e frete.
Art. 751 - Se, acontecendo a
Art. 746 - Só pode autorizar-se abalroação no alto-mar, o navio abalroado
descarga no porto de arribada, sendo for obrigado a procurar porto de arribada
indispensavelmente necessária para para poder consertar, e se perder nessa
conserto no navio, ou reparo de avaria da derrota, a perda do navio presume-se
carga (artigo nº. 614). O capitão, neste causada pela abalroação.
caso, é responsável pela boa guarda e
conservação dos efeitos descarregados; Art. 752 - Todas as perdas resultantes
salvo unicamente os casos de força maior, de abalroação pertencem à classe de
ou de tal natureza que não possam ser avarias particulares ou simples; excetua-e
prevenidos. o único caso em que o navio, para evitar
dano maior de uma abalroação iminente,
A descarga será reputada legal em pica as suas amarras, e abalroa a outro
juízo quando tiver sido autorizada pelo juiz para sua própria salvação (artigo nº. 764).
de direito do comércio. Nos países Os danos que o navio ou a carga, neste
estrangeiros compete aos cônsules do caso, sofre, são repartidos pelo navio, frete
Império dar a autorização necessária, e e carga por avaria grossa.
onde os não houver será requerida à
autoridade local competente. TÍTULO XII
Art. 795 - Se o segurador tiver pago 3 - Venda por menos do preço corrente
uma perda total, e depois vier a provar-se de efeitos que o falido comprara nos seis
que ela foi só parcial, o segurado não é meses anteriores à quebra, e se ache
obrigado a restituir o dinheiro recebido; ainda devendo;
mas neste caso o segurador fica sub
rogado em todos os direitos e ações do 4 - Acontecendo que o falido, entre a
segurado, e faz suas todas as vantagens data do seu último balanço (art. 10 n. 4) e a
que puderem resultar dos efeitos salvos. da falência (art. 806), se achasse devendo
por obrigações diretas o dobro do seu
Art. 796 - Se, independente de cabedal apurado nesse balanço.
qualquer liquidação ou exame, o segurador
se ajustar em preço certo de indenização, Art. 801 - A quebra poderá ser
obrigando-se por escrito na apólice, ou de qualificada com culpa: (Vide Decreto-Lei nº
outra qualquer forma, a pagar dentro de 7.661, 1945)
certo prazo, e depois se recusar ao
pagamento, exigindo que o segurado prove 1 - Quando o falido não tiver a sua
satisfatoriamente o valor real do dano, não escrituração e correspondência mercantil
será este obrigado à prova, senão no único nos termos regulados por este Código (art.
caso em que o segurador tenha em tempo 13 e 14);
reclamado o ajuste por fraude manifesta da
parte do mesmo segurado.
2 - Não se apresentando no tempo e
na forma devida (art. 805);
3 - Ausentando-se ou ocultando-se. Art. 804 - As quebras dos corretores e
dos agentes de casa de leilão sempre se
Art. 802 - É fraudulenta a quebra nos presumem fraudulentas. (Vide Decreto-Lei
casos em que concorre alguma das nº 7.661, 1945)
circunstancias seguintes: (Vide Decreto-Lei
nº 7.661, 1945) Art. 805 - Todo o comerciante que tiver
cessado os seus pagamentos é obrigado,
1 - Despesas ou perdas fictícias, ou no preciso termo de três dias, a apresentar
falta de justificação do emprego de todas na Secretaria do Tribunal do Comércio do
as receitas do falido; seu domicílio uma declaração datada, e
assinada por ele ou seu procurador, em
que exponha as causas do seu falimento, e
2 - Ocultação no balanço de qualquer
o estado da sua casa; ajuntando o balanço
soma de dinheiro, ou de quaisquer bens ou
exato do seu ativo e passivo (art. 10 n. 4),
títulos (art. 805);
com os documentos probatórios ou
instrutivos que achar a bem. Esta
3 - Desvio ou aplicação de fundos ou declaração, de cuja apresentação o
valores de que o falido tivesse sido Secretário do Tribunal deverá certificar o
depositário ou mandatário; dia e a hora, e da qual se dará contrafé ao
apresentante, fará menção nominativa de
4 - Vendas, negociações e doações todos os sócios solidários, com designação
feitas, ou dividas contraídas com simulação do domicílio de cada um, quando a quebra
ou fingimento; disser respeito a sociedade coletiva (arts.
311, 316 e 811). (Vide Decreto-Lei nº
5 - Compra de bens em nome de 7.661, 1945)
terceira pessoa; e
Art. 806 - Apresentada a declaração
6 - Não tendo o falido os livros que da quebra, o Tribunal do Comércio
deve ter (art. 11), ou se os apresentar declarará sem demora a abertura da
truncados ou falsificados. falência, isto é, fixará o termo legal da sua
existência, a contar da data – da
Art. 803 - São cúmplices de quebra declaração do falido, ou da sua ausência,
fraudulenta: (Vide Decreto-Lei nº 7.661, ou desde que se fecharam os seus
1945) armazéns, lojas ou escritórios, ou
finalmente de outra época anterior em que
tenha havido efetiva cessação de
1 - Os que por qualquer modo se
pagamentos: ficando porém entendido que
mancomunarem com o falido para fraudar
a sentença que fixar a abertura da quebra
os credores, e os que o auxiliarem para
não poderá retroagí-la a época que
ocultar ou desviar bens, seja qual for a sua
exceda além de quarenta dias da sua data
espécie, quer antes quer depois da
atual. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
falência;
Art. 807 - A quebra pode também ser
2 - Os que ocultarem ou recusarem
declarada a requerimento de algum ou
aos administradores a entrega dos bens,
alguns dos credores legítimos do falido,
créditos ou títulos quem tenham do falido;
depois da cessação dos pagamentos
deste; e também a pode declarar o Tribunal
3 - Os que depois de publicada a do Comércio ex-ofícioquando lhe conste
declaração do falimento admitirem cessão por notoriedade pública, fundada em fatos
ou endossos do falido, ou com ele indicativos de um verdadeiro estado de
celebrarem algum contrato ou transação; insolvência (art. 806). Não é porém
permitido ao filho a respeito do pai, ao pai a
4 - Os credores legítimos que fizerem respeito do filho, nem à mulher a respeito
concertos com o falido em prejuízo da do marido ou vice-versa, fazer-se declarar
massa; falidos respetivamente. (Vide Decreto-Lei
nº 7.661, 1945)
5 - Os corretores que intervierem em
qualquer operação mercantil do falido O fato superveniente da morte do
depois de declarada a quebra. falido, que em sua vida houver cessado os
seus pagamentos, não impede a
declaração da quebra, nem o andamento conservatória do direito dos credores,
das diligências subsequentes e convocando imediatamente o Tribunal para
conseqüentes, achando-se esta deliberar sobre a declaração da quebra
anteriormente declarada. (art. 807). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
Art. 808 - No caso do artigo Art. 811 - Recebida pelo Juiz de Paz a
precedente, poderá o falido embargar o sentença declaratória da quebra, passará
despacho que declarar a quebra, provando imediatamente a fazer por os selos em
não ter cessado os seus pagamentos. Os todos os bens, livros e documentos do
embargos não terão efeito suspensivo; mas falido que forem susceptíveis de os
se forem recebidos e julgados provados, o receber, quer os bens pertençam ao
que terá lugar dentro de vinte dias estabelecimento e casa social, quer a cada
improrrogáveis, contados do dia da sua um dos sócios solidários da firma
apresentação, e por conseguinte for falida. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
revogado o despacho da declaração da
quebra, será tudo posto no antigo estado; e Não se porá selo nas roupas e móveis
o comerciante injuriado poderá intentar a indispensáveis para uso do falido ou falidos
sua ação de perdas e danos contra o autor e de sua família; mas nem por isso
da injuria, mostrando que este se portará deixarão de ser descritos no inventário.
com dolo, falsidade ou injustiça
manifesta. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, Aqueles bens que não puderem
1945) receber selo, serão depositados e
entregues provisoriamente a pessoa de
Art. 809 - Na sentença da abertura da confiança.
quebra, o Tribunal do Comércio ordenará
que se ponham selos em todos os bens, Art. 812 - Postos os selos, e publicada
livros e papéis do falido; designará um dos pelo Juiz comissário a sentença da
seus membros, dentre os Deputados
abertura da quebra, cuja publicação se
comerciantes, para servir de Juiz
fará, dentro de três dias depois do
comissário ou de instrução do processo da
recebimento por editais afixados na Praça
quebra, e um dos oficiais da sua secretaria
do Comércio, na porta da casa do Tribunal,
para servir de escrivão no mesmo e nas do escritório, lojas armazéns do
processo: e nomeará dentre os credores falido, o dito Juiz pelos mesmos editais
um ou mais que sirvam de Curadores
convocará a todos os credores do falido
fiscais provisórios, ou, não os havendo tais
para que em lugar, dia e hora certa, não
que possam convenientemente
excedendo o prazo de seis dias
desempenhar este encargo, a outra pessoa compareçam perante ele para procederem
ou pessoas que tenham a capacidade à nomeação do depositário ou depositários
necessária. Os Curadores nomeados
que hão de receber provisoriamente a casa
prestarão juramento nas mãos do
falida. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
Presidente; a quem incumbe expedir logo
ao Juiz de Paz respectivo cópia autentica
da sentença da abertura da falência, com a Art. 813 - Nomeados o depositário ou
participação dos Curadores fiscais depositários na forma dita, o Curador fiscal
nomeados, para proceder a aposição dos requererá ao Juiz de Paz o rompimento dos
selos. selos, e procederá a descrição e inventário
Sendo possível inventariar-se todos os de todos os bens e efeitos do falido; e este
bens do falido em um dia, proceder-se-á inventário se fará com autorização e
imediatamente a esta diligência, perante o Juiz comissário, presentes o
dispensando-se a aposição dos depositário ou depositários nomeados e o
selos. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945) falido ou seu procurador, e não
comparecendo este à sua revelia (art.
822). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
Art. 810 - Constando que algum
devedor comerciante, que tiver cessado os
seus pagamentos, intenta ausentar-se, ou Havendo bens situados em lugares
trata de desviar todo ou parte do seu ativo, distantes, serão as funções do Juiz
poderá o Presidente do Tribunal do comissário exercidas pelo Juiz ou Juizes de
Comércio, a requisição do Fiscal ou de Paz respectivos.
qualquer credor, ordenar a aposição
provisória dos selos, como medida
Art. 814 - A medida que se forem Art. 818 - Fechado o balanço, ou ainda
rompendo os selos e se fizer a descrição e mesmo pendente a sua organização,
inventário dos bens, serão estes entregues procederá o Juiz comissário,
ao depositário ou depositários; os quais se conjuntamente com o Curador fiscal, ao
obrigarão por termo à sua boa guarda, exame e averiguação dos livros do falido,
conservação e entrega, como fieis para conhecer se estão em forma legal (art.
depositários e mandatários que ficam 13), e escriturados com regularidade e sem
sendo. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945) vicio (art. 14). Indagará outrossim a causa
ou causas verdadeiras da falência,
O Juiz comissário mandará lavrar podendo para este fim perguntar as
termo nos livros do falido do estado em que testemunhas que julgar precisas e
estes se acham, e publicará os títulos e sabedoras, as quais serão interrogadas na
mais papéis que julgar conveniente; e findo presença do falido ou seu procurador, e do
o inventário inquirirá o falido ou seu Curador fiscal; a cada um dos quais é licito
procurador para declarar, debaixo de contestá-las no mesmo ato, e bem assim
juramento, se tem mais alguns bens que requerer qualquer diligência que possa
devam ir à descrição. servir para descobrir-se a verdade; ficando
todavia ao arbítrio do Juiz recusar a
diligência quando lhe pareça ociosa ou
Art. 815 - Concluído o inventário, o
impertinente.
Curador fiscal proporá ao Juiz comissário
duas ou mais pessoas que hajam de
avaliar os bens descritos: o Juiz pode Do exame dos livros, da inquirição das
recusar a primeira e mandar fazer segunda testemunhas e sua contestação, e de
proposta, e se não se conformar com esta, qualquer diligência que se tenha praticado,
nomeará de per si os avaliadores que julgar se lavrarão os competentes autos ou
idôneos em número igual, para procederem termos, mas tudo em um só
à avaliação juntamente com os segundos processo. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
propostos pelo Curador fiscal. (Vide
Decreto-Lei nº 7.661, 1945) Art. 819 - Ultimada a instrução do
processo, o Juiz comissário o remeterá ao
Art. 816 - Os gêneros ou mercadorias Tribunal do Comércio, acompanhando-o de
que forem de fácil deterioração, ou que não um relatório circunstanciado com referência
possam guardar-se sem perigo ou grande a todos os atos da instrução, e concluindo-
despesa, serão vendidos em leilão por o com o seu parecer e juízo acerca das
determinação do Juiz comissário, ouvido o causas da quebra e sua qualificação, tendo
Curador fiscal. Todos os outros bens não em vista para as suas conclusões as regras
poderão ser vendidos sem ordem ou estabelecidas nos arts. 799, 800, 801, 802,
despacho do Tribunal. (Vide Decreto-Lei nº 803 e 804. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,
7.661, 1945) 1945)
Art. 817 - Quando o falido não tenha Art. 820 - Apresentado ao Tribunal o
ajuntado à declaração da quebra o balanço processo, será proposto e decidido na
da sua casa (art. 805), ou quando depois, primeira conferência. (Vide Decreto-Lei nº
tendo sido citado para o fazer em três dias, 7.661, 1945)
o não apresentar, o Curador fiscal
procederá a organizá-lo à vista dos livros e Qualificada a quebra na segunda ou
papéis do falido, e sobre as informações terceira espécie, será o falido pronunciado
que puder obter do mesmo falido, seus como no caso caiba, com os cúmplices se
caixeiros, guarda-livros e outros quaisquer os houver (art. 803): e serão todos
agentes do seu comércio. (Vide Decreto- remetidos presos com o traslado do
Lei nº 7.661, 1945) processo ao Juiz criminal competente, para
serem julgados pelo Júri; sem que aos
No balanço se descreverão todos os pronunciados se admita recurso algum da
bens do falido, qualquer que seja a sua pronúncia.(Vide Decreto-Lei nº 7.661,
natureza e espécie, as suas dívidas ativas 1945)
e passivas (art. 10 n. 4), e os seus ganhos
e perdas, acrescentando-se as Qualquer que seja o julgamento final
observações e esclarecimentos que do Júri, os efeitos civis da pronuncia do
parecerem necessários. Tribunal do Comércio não ficarão inválidos.
Art. 821 - Em quanto no Código sempre que dele constar que o seu ativo
criminal outra pena se não determinar para era naquela época inferior ao seu passivo;
a falência com culpa, será esta punida com
prisão de um a oito anos. (Vide Decreto-Lei 2 - As hipotecas da garantia de dividas
nº 7.661, 1945) contraídas anteriormente à data da
escritura, nos 40 dias precedentes à época
Art. 822 - Logo que principiar a legal da quebra (art. 806).
instrução do processo da quebra, o falido
assinará termo nos autos de se achar As quantias pagas pelo falido por
presente por si ou por seu procurador a dividas não vencidas nos 40 dias anteriores
todos os atos e diligências do processo, à época legal da quebra, reentrarão na
pena de revelia. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, massa.
1945)
Art. 828 - Todos os atos do falido
Art. 823 - O devedor que apresentar a alienativos de bens de raiz, móveis ou
sua declaração da falido em devido tempo semoventes, e todos os mais atos e
(art. 805), e assistir pessoalmente a todos obrigações, ainda mesmo que sejam de
os atos e diligências subsequentes, não operações comerciais, podem ser
pode ser preso antes da pronúncia. (Vide anulados, qualquer que seja a época em
Decreto-Lei nº 7.661, 1945) que fossem contraídos, em quanto não
prescreverem, provando-se que neles
Art. 824 - Contra todos os que se interveio fraude em dano de
apresentarem fora de tempo, ou deixarem credores. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
de assistir aos atos e diligências
subsequentes, pode o Tribunal ordenar que Art. 829 - Contra comerciante falido,
sejam postos em custódia, se durante a não correm juros, ainda que estipulados
formação do processo se reconhecer que o sejam, se a massa falida não chegar para
devedor está convencido de falência pagamento do principal: havendo sobras,
culposa ou fraudulenta, ou se ausentarem proceder-se-á a rateio para pagamento dos
ou ocultarem. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, juros estipulados, dando-se preferência aos
1945) credores privilegiados e hipotecários pela
ordem estabelecida no artigo 880. (Vide
Art. 825 - Não existindo presunção de Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
culpa ou fraude na falência, o falido que se
não ocultar, e se tiver apresentado em todo Art. 830 - As execuções que ao tempo
os atos e diligências da instrução do da declaração da quebra se moverem
processo (art. 822), tem direito a pedir, a contra comerciante falido, ficarão
título de socorro, uma soma a deduzir de suspensas até a verificação dos créditos,
seus bens, proposta pelos administradores, não excedendo de trinta dias; sem prejuízo
e fixada pelo Tribunal, ouvido o Juiz de quaisquer medidas conservatórias dos
comissário, e tendo-se em consideração as direitos e ações dos credores privilegiados
necessidades e família do mesmo falido, a ou hipotecários. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,
sua boa fé, e a maior ou menor perda que 1945)
da falência terá de resultar aos
credores. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
Se a execução for de reivindicação
(art. 874), prosseguirá, sem suspensão,
Art. 826 - O falido fica inibido de direito com o Curador fiscal.
da administração e disposição dos seus
bens desde o dia em que se publicar a
Todavia, se os bens executados se
sentença da abertura da quebra. (Vide
acharem já na praça com dia definitivo para
Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
sua arrematação fixado por editais, o
Curador fiscal, com autorização do Juiz
Art. 827 - São nulas, a benefício da comissário, poderá convir na continuação,
massa somente: (Vide Decreto-Lei nº entrando para a massa o produto se a
7.661, 1945) execução proceder de créditos que não
sejam privilegiados nem hipotecários, ou o
1 - As doações por título gratuito feitas remanescente procedendo destes.
pelo falido depois do último balanço,
Art. 831 - A qualificação da quebra Curador fiscal uma e o depositário outra;
torna exigíveis todas as dividas passivas do salvo se os credores acordarem em que
falido, ainda mesmo que se não achem sejam recolhidas a algum Banco comercial
vencidas, ou sejam comerciais ou civis, ou depósito público. (Vide Decreto-Lei nº
com abatimento dos juros legais 7.661, 1945)
correspondentes ao tempo que faltar para o
vencimento. Art. 837 - A saída de fundos da mesma
caixa só pode ter lugar em virtude de
Art. 832 - Os coobrigados com o falido ordem do Juiz comissário. (Vide Decreto-
em divida não vencida ao tempo da quebra, Lei nº 7.661, 1945)
são obrigados a dar fiança ao pagamento
no vencimento, não preferindo pagá-la Art. 838 - Desde a entrada do Curador
imediatamente (art. 379). (Vide Decreto-Lei fiscal em exercício, todas as ações
nº 7.661, 1945) pendentes contra o devedor falido, e as
que houverem de ser intentadas
Esta disposição procede somente no posteriormente à falência, só poderão ser
caso dos coobrigados simultânea mas não continuadas ou intentadas contra o mesmo
sucessivamente. Sendo a obrigação Curador fiscal. Este porém não pode
sucessiva, como nos endossos, a falência intentar, seguir ou defender ação alguma
do endossado posterior não dá direito a em nome da massa sem autorização do
acionar os endossatários anteriores antes Juiz comissário. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,
do vencimento (art. 390). 1945)
Art. 848 - Não é licito tratar-se da Os prazos assinados neste artigo e nos
concordata antes de se acharem satisfeitas antecedentes são improrrogáveis.
todas as formalidades prescritas neste
Título e no antecedente: e se for concedida Art. 852 - A concordata é obrigatória
com preterição de alguma das duas extensivamente para com todos os
disposições, a todo o tempo poderá ser credores, salvos unicamente os do domínio
anulada.(Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945) (art. 874), os privilegiados (art. 876) e os
hipotecários (art. 879). (Vide Decreto-Lei nº
Não pode dar-se concordata no caso 7.661, 1945)
em que o falido for julgado com culpa ou
fraudulento, e quando anteriormente tenha Art. 853 - Os credores do domínio, os
sido concedida, será revogada. privilegiados e hipotecários, não podem
tomar parte nas deliberações relativas à
Art. 849 - A concordata pode ser concordata; pena de ficarem sujeitos a
reincidida pelas mesma causas por que todas as decisões que a respeito da
tem lugar a revogação da moratória; mesma se tomarem. (Vide Decreto-Lei nº
procedendo-se em tais casos, e nos de ser 7.661, 1945)
anulados, pela forma determinada no artigo
902. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945) Art. 854 - Intimada a concordata ao
Curador fiscal, e ao depositário ou
Art. 850 - A concordata deve ser depositários, estes são obrigados a
negada ou outorgada, e assinada na entregar ao devedor todos os bens que se
mesma reunião em que for proposta. Se acharem em seu poder, e aquele a prestar
não houver dissidentes, o Juiz comissário a contas da sua administração perante o Juiz
homologará imediatamente: mas havendo- comissário; ao qual incumbe resolver
os assinará a todos os dissidentes quaisquer duvidas que hajam de suscitar-
coletivamente oito dias para dentro deles se sobre a entrega dos bens, ou a
apresentarem os seus embargos; dos quais prestação de contas; podendo referi-las à
mandará dar vista ao Curador fiscal e ao decisão de árbitros, quando as partes
falido, que serão obrigados a contestá-los assim o requeiram. (Vide Decreto-Lei nº
dentro de cinco dias. Os embargos com a 7.661, 1945)
contestação serão pelo Juiz comissário
remetidos ao Tribunal do Comércio TÍTULO III
competente, no prefixo termo de três dias
depois de apresentada a
Do contrato de união, dos administradores,
contestação. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,
da liquidação e dividendos
1945)
Capítulo I
Art. 851 - Apresentados e vistos os
embargos, proferirá o Tribunal a sua
sentença, rejeitando-os, ou recebendo-os e Do contrato de união
julgando-os logo provados. Todavia, se ao
Tribunal parecer que a matéria dos Art. 855 - Não havendo concordata, se
embargos é relevante mas que não está passará a formar o contrato de união entre
suficientemente provada, poderá assinar os credores na mesma reunião, se o falido
dez dias para a prova; e findo este prazo, não tiver apresentado o seu projeto (art.
sem mais audiência que a do Fiscal, os 846), ou em outra, quando o tenha
julgará a final. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, apresentado, que o Juiz comissário
1945) convocará até oito dias depois que a
sentença do Tribunal que a houver negado
Da decisão do Juiz comissário que lhe for remetida. (Vide Decreto-Lei nº
homologar a concordata, não haverá 7.661, 1945)
recurso senão o de embargos processados
na forma sobredita: da sentença porém do Art. 856 - Em virtude do contrato de
Tribunal que desprezar os embargos dos união, os credores presentes nomearão de
entre si um, dois ou mais administradores proporção que os forem conferindo com os
para administrarem a casa falida, livros e mais papéis do falido, porão em
concedendo-lhes plenos poderes para cada um a seguinte nota – Admitido ao
liquidar, arrecadar, pagar, demandar ativa e passivo da falência de F. por tal quantia: -
passivamente, e praticar todos e quaisquer ou – Não admitido por tais e tais
atos que necessários sejam a bem da razões, segundo entenderem e acharem
massa, em Juízo e fora dele. (Vide justo: esta nota será datada, e assinada
Decreto-Lei nº 7.661, 1945) pelos ditos administradores. (Vide Decreto-
Lei nº 7.661, 1945)
A nomeação recairá com preferência
em pessoa que seja credor comerciante, e Art. 860 - Oferecendo-se contestação
cuja divida se ache verificada; e será sobre a validade de algum crédito, ou sobre
vencida pela maioria de votos dos credores sua classificação (art. 873), o Juiz
presentes, correndo-se segundo escrutínio, comissário ordenará, que as partes
no caso de se não obter sobre os mais deduzam perante ele o seu direito, breve e
votados em número duplo dos sumariamente, no peremptório termo de
administradores que se pretenderem cinco dias; findos os quais devolverá o
nomear; e se neste igualmente se não processo ao Tribunal do Comércio: e este,
obtiver maioria, recairá a nomeação nos achado que a causa pode ser decidida pela
mais votados, decidindo a sorte em caso verdade sabida, constante das alegações e
de igualdade de votos. provas, a julgará definitivamente; dando
apelação, se for requerida, para a Relação
Nomeando-se mais de um do distrito, ou remeterá as partes para os
administrador, obrarão coletivamente, e à meios ordinários, quando seja necessária
sua responsabilidade é solidária. mais alta indagação. (Vide Decreto-Lei nº
7.661, 1945)
Art. 857 - O administrador que intentar
ação contra a massa, ou fizer oposição em No segundo caso, e sempre que no
Juízo às deliberações tomadas na reunião primeiro se interpuser recurso, poderá o
dos credores, ficará por esse fato Tribunal ordenar que os portadores dos
inabilitado para continuar na administração, créditos contestados sejam
e se procederá a nova nomeação. (Vide provisionalmente contemplados, como
Decreto-Lei nº 7.661, 1945) credores simples ou chirografários, nos
dividendos da massa, pela quantia que ele
julgar conveniente fixar (art. 888). (Vide
Art. 858 - É permitido aos credores
Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
requerer diretamente ao Tribunal do
Comércio a destituição dos
administradores, sem necessidade de As custas do processo, quando a
alegarem causa justificada, com tanto que oposição for feita por parte dos
a petição seja assinada pela maioria dos administradores e eles decaírem, serão
credores em quantidade de dividas. Dando- pagas pela massa, mas sendo feito por
se causa justificada, a destituição pode ter terceiro, serão pagas por este.
lugar a requerimento assinado por qualquer
credor, e até mesmo ex-ofício. (Vide Art. 861 - Constando pelos livros e
Decreto-Lei nº 7.661, 1945) assentos do falido, ou por algum
documento atendivel, que existem credores
Capítulo II ausentes, o Tribunal do Comércio decidirá,
sobre representação dos administradores e
informação do Juiz comissário, se devem
Dos administradores, da liquidação e
ser provisionalmente contemplados nas
dividendos
repartições da massa, e por que quantia
(art. 886). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
Art. 859 - Os administradores, logo que
entrarem no exercício das suas funções,
Art. 862 - Os administradores da
examinarão o balanço que houver sido
quebra, sem necessidade de outro algum
apresentado pelo falido ou pelo Curador
título mais que a ata do contrato da união,
fiscal (art. 817), e farão outro parecendo-
e independente da audiência do falido,
lhes que não está exato. Reverão outrosim
a relação dos credores, cujos títulos lhe procederão à venda de todos os seus bens,
efeitos e mercadorias, qualquer que seja a
serão entregues no prazo de oito dias; e à
sua espécie, e a liquidação das suas acabarão logo que as tenham
dividas ativas e passivas. A venda será prestado. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
feita em leilão público, precedendo
autorização do Juiz comissário, e com as Art. 869 - Se acontecer que, pagos
solenidades da Lei. (Vide Decreto-Lei nº integralmente todos os credores, fiquem
7.661, 1945) sobras, serão estas restituídas ao falido, ou
aos seus herdeiros e sucessores: e quando
Art. 863 - Nem o Juiz comissário e seu estes não apareçam, sendo chamados por
escrivão, nem os administradores e o editais e anúncios repetidos três vezes nos
Curador fiscal poderão comprar para si ou periódicos com intervalo de três dias, serão
para outrem bens alguns da massa; pena metidas em depósito público, por conta de
de perdimento da coisa e do preço a quem pertencer. (Vide Decreto-Lei nº
benefício do acervo comum. (Vide Decreto- 7.661, 1945)
Lei nº 7.661, 1945)
Art. 870 - Se os bens não chegarem
Art. 864 - É permitido aos para integral pagamento dos credores, na
administradores vender as dividas ativas da mesma reunião de que trata o artigo 868,
massa que forem de difícil liquidação ou proporá o Juiz comissário, se deve ou não
cobrança, e entrar a respeito delas em dar-se quitação plena ao falido. Se dois
qualquer transação ou convênio que lhes terços dos credores em número, que
pareça útil para o fim de apressar-se a representem dois terços das dividas dos
liquidação, com tanto porém que preceda créditos por solver, concordarem em a dar,
assentimento dos credores, e autorização a quitação é obrigatória mesmo a respeito
do Juiz comissário. (Vide Decreto-Lei nº dos credores dissidentes; e o falido ficará
7.661, 1945) por este ato desobrigado de qualquer
responsabilidade para o futuro.(Vide
Art. 865 - Os administradores poderão Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
chamar para o serviço da administração da
massa os guarda-livros, caixeiros e mais Art. 871 - Torna-se porém de nenhum
empregados que possam ser necessários efeito a quitação, se, dentro de três anos
(art. 840). (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945) imediatamente seguintes, se provar que o
falido fizera algum ajuste ou trato oculto
Art. 866 - Todas as quantias recebidas com algum credor para o induzir a assinar
serão arrecadadas em caixa de duas a quitação com promessa ou prestação real
chaves, uma das quais se conservará de algum valor. E neste caso, tanto o falido
sempre no poder do Juiz comissário e outra como a pessoa ou pessoas com quem ele
na mão de um dos administradores; salvo o se conluiasse, poderão ser processados
caso em que os credores se acordarem em criminalmente como incursos em
serem depositadas em algum Banco estelionato. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,
comercial ou depósito público. (Vide 1945)
Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
Art. 872 - Os bens que o falido possa
Art. 867 - Os administradores vir a adquirir de futuro quando os credores
apresentarão ao Juiz comissário de mês lhe não passem quitação, ficam sujeitos às
em mês uma conta exata do estado da dividas contraídas anteriormente ao seu
falência e das quantias em caixa; e o Juiz falimento. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
mandará proceder à repartição ou
dividendo toda vez que o rateio possa TÍTULO IV
chegar a cinco por cento. As quantias
pagas serão notadas nos respectivos Das diversas especiais de créditos e suas
créditos ou títulos, e lançadas em uma graduações
folha que os credores assinarão. O saldo a
favor da massa determinará o ultimo Art. 873 - Os credores do falido serão
rateio. (Vide Decreto-Lei nº 7.661, 1945)
descritos em quatro relações distintas,
segundo a natureza dos seus títulos: na
Art. 868 - Ultimada a liquidação, o Juiz primeira serão lançados os credores de
comissário convocará os credores para que domínio: na segunda os credores
reunidos assistam à prestação das contas privilegiados: na terceira os credores com
dos administradores, cujas funções hipoteca: e na quarta os credores simples
ou chirografários. (Vide Decreto-Lei nº créditos do domínio; desta natureza são
7.661, 1945) também as somas entregues a banqueiros
para serem retiradas à vontade, vençam ou
Art. 874 - Pertencem à classe de não juros. (Vide Decreto-Lei nº 7.661,
credores do domínio: (Vide Decreto-Lei nº 1945)
7.661, 1945)
Art. 876 - São credores privilegiados
1 - Os credores de bens que o falido aqueles cujos créditos procederem de
possuir por título de depósito, penhor, alguma das causas seguintes:
administração, arrendamento, aluguel,
comodato, ou usufruto; 1 - Despesas funerárias feitas sem luxo
e com relação à qualidade social do falido,
2 - Os credores de mercadorias em e aquelas a que dera lugar a doença de
comissão de compra ou venda, trânsito ou que falecera; (Vide Decreto-Lei nº 7.661,
entrega; 1945)
Das Definições
§ 2º É assegurada às empresas
§ 10. As empresas brasileiras de
brasileiras de navegação a contratação, no
navegação, com subsidiárias integrais
mercado internacional, da cobertura de proprietárias de embarcações construídas
seguro e resseguro de cascos, máquinas e no Brasil, transferidas de sua matriz
responsabilidade civil para suas
brasileira, são autorizadas a restabelecer o
embarcações registradas no REB, desde
registro brasileiro como de propriedade da
que o mercado interno não ofereça tais
mesma empresa nacional, de origem, sem
coberturas ou preços compatíveis com o incidência de impostos ou taxas.
mercado internacional. (Vide Medida
Provisória nº 177, de 2004)
§ 11. A inscrição no REB será feita
no Tribunal Marítimo e não suprime, sendo
§ 3º É a receita do frete de
complementar, o registro de propriedade
mercadorias transportadas entre o País e o marítima, conforme dispõe a Lei nº 7.652,
exterior pelas embarcações registradas no de 3 de fevereiro de 1988.
REB isenta das contribuições para o PIS e
o COFINS. (Revogado pela
Medida Provisória nº 1.858-6, de § 12. Caberá ao Poder Executivo
1999) (Revogado pela Medida regulamentar o REB, estabelecendo as
Provisória nº 2158-35, de 2001) normas complementares necessárias ao
seu funcionamento e as condições para a
inscrição de embarcações e seu
§ 4º (VETADO)
cancelamento.
Capítulo X
"Art. 2º
......................................................................
.....