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Protocolo Assistencial

PA/SVSSP-SCIH/001/2016
Precauções e Isolamento
Versão 1.0

SVSSP-SCIH
Local
Protocolo Assistencial

PA/SVSSP-SCIH/001/2016
Precauções e Isolamento

Versão 1.0
® 2016, Ebserh. Todos os direitos reservados
Hospital Universitário Júlio Muller – HUJM-UFMT
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
www.hujm.ufmt.br

Material produzido pelo Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente – Serviço de


Controle de Infecção Hospitalar / HUJM/UFMT. Permitida a reprodução parcial ou total, desde que
indicada a fonte e sem fins comerciais.

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação


Hospital Universitário Júlio Muller / Universidade Federal de Mato Grosso

PA: Precauções e isolamento – SVSSP- SCIH – Setor de Vigilância em Saúde


e Segurança do Paciente - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar–
Cuiabá: HUJM – Hospital Universitário Júlio Muller, 2016. 40p.

Palavras-chaves: 1- Segurança do Paciente; 2- Controle de Infecção; 3-


Precauções; 4- Isolamento.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
Hospital Universitário Júlio Müller
Rua Luis Philipe Pereira Leite, s/n.º
Bairro Alvorada | CEP: 78048-902 | Cuiabá-MT |
Telefone: (65) 3615-7230/7231| Site: www.hujm.ufmt.br

ALOIZIO MERCADANTE
Ministro de Estado da Educação

NEWTON LIMA
Presidente da Ebserh

FRANCISCO JOSÉ DUTRA SOUTO


Superintendente - HUJM

EDUARDO DE LAMONICA FREIRE


Gerência de Atenção à Saúde - HUJM

COR JÉSUS FERNANDES FONTES


Gerência de Ensino e Pesquisa - HUJM

CASSIANO MORAES FALLEIROS


Gerência Administrativa - HUJM

EXPEDIENTE

Setor de Vigilância de Saúde e Segurança do Paciente – Serviço de Controle de Infecção


Hospitalar
Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES

Autor/responsável por
Data Versão Descrição Gestor do POP
alterações

18/01/2016 1.0 APROVAÇÃO SVSSP - SCIH


SUMÁRIO

OBJETIVO ........................................................................................................................................... 6
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................................ 6
APLICAÇÃO ....................................................................................................................................... 6
RESPONSÁVEL .................................................................................................................................. 7
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................... 7
LISTA DE QUADROS ........................................................................................................................ 7
I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 8
II. PRECAUÇÕES PADRÃO ............................................................................................................. 8
III. PRECAUÇÕES ESPECÍFICAS ................................................................................................ 13
3.1 PRECAUÇÃO DE CONTATO ................................................................................................. 13
3.2 PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULAS......................................................................................... 16
3.3 PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS ......................................................................................... 17
3.3.1 DISTRIBUIÇÃO DA MÁSCARA TIPO RESPIRADOR (N95 OU PFF2) ............................ 19
3.4 PRECAUÇÕES PARA IMUNOCOMPROMETIDOS ............................................................. 20
3.5 PRECAUÇÃO ADICIONAL PARA CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS DE
INFECÇÃO POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE ............................................................................. 22
IV. PRECAUÇÕES EMPÍRICAS .................................................................................................... 24
V. INFECÇÕES E MICROORGANISMOS E RESPECTIVAS PRECAUÇÕES ..................... 25
VI. CUIDADOS E CONDUTAS ....................................................................................................... 31
6.1 CUIDADOS NA UNIDADE NEONATAL – UCINCO E ALOJAMENTO CONJUNTO ....... 31
6.2 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL ............................................................. 34
6.3 CUIDADOS NA UNIDADE PEDIÁTRICA ............................................................................. 36
VII. MEDIDAS RECOMENDADAS PARA A ADMISSÃO DE PACIENTES
PROVENIENTES DE OUTRAS INSTITUIÇÕES OU OUTROS SETORES ........................... 37
VIII. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 40
IX. ELABORAÇÃO .......................................................................................................................... 40
X. APROVAÇÃO ............................................................................................................................... 40
OBJETIVO

Eliminar a transmissão de microorganismos no ambiente hospitalar, isto é, as medidas de


prevenção e controle são aplicadas a todos os pacientes, evitando a possibilidade de transmissão
cruzada de patógenos.

GLOSSÁRIO

APECIH – Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecção Relacionada à


Assistência à Saúde
CDC - Centers for Diseases Control and Prevention
CVC - Cateter venoso central
EPI – Equipamento de proteção individual
HUJM – Hospital Universitário Júlio Muller
IOT – Intubação orotraqueal
OMS – Organização Mundial de Saúde
RN – Recém - nascido
SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
SVD – Sonda vesical de demora
SVSSP – Setor de Vigilância de Saúde e Segurança do Paciente
TQT - Traqueostomia
VSR - Vírus Sincicial Respiratório
VZIG – Imunoglobulina contra varicela-zóster
UCINCO – Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional

APLICAÇÃO
Este padrão se aplica a todas as unidades assistenciais do HUJM.

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RESPONSÁVEL
Equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos e auxiliares de
enfermagem, acadêmicos e residentes de medicina ou enfermagem e outros colaboradores do
HUJM).

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sequência de paramentação (avental, óculos, máscara e luvas)


Figura 2: Sequência de Retirada de Paramentação (luvas, máscara, óculos e avental)
Figura 3: Higiene respiratória
Figura 4: Fluxograma para a Admissão de Pacientes de Outras Instituições

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Síndromes clínicas ou condições que requerem precauções empíricas, associadas às


Precauções Padrão
Quadro 2: Relação das infecções, condições e microorganismos que exigem a aplicação de
precauções (suspeita ou diagnóstico informado)
Quadro 3: Indicações para precauções específicas para mãe e recém-nascido, segundo a condição
quanto a exposição e identificação de anticorpos específicos para varicela.

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I. INTRODUÇÃO

O CDC recomenda, desde 2006, duas categorias de precauções, as Precauções Padrão e as


Específicas. As Precauções Padrão devem ser aplicadas a todos os pacientes. Já as Precauções
Específicas devem ser aplicadas para pacientes nos quais há suspeita ou confirmação de
colonização ou infecção que requerem medidas de controle adicionais baseadas na forma de
transmissão do patógeno.

II. PRECAUÇÕES PADRÃO

Devem ser aplicadas a todos os pacientes, são medidas a serem adotadas, independente do
diagnóstico, da suspeita ou não de processo infeccioso apresentado pelos pacientes. Constituem-
se em um conjunto de medidas que devem ser aplicadas quando houver risco de contaminação
com sangue ou fluido corporal e se houver contato com mucosas ou pele não íntegra de
pacientes. Assim, minimizam o risco de infecção por patógenos veiculados por sangue, fluidos
corporais, mucosa, pele não íntegra ao profissional da saúde e impede transmissão de um
paciente a outro. Seus componentes básicos são:
- Higienização das mãos;
- Seleção e uso adequado de EPIs;
- Prevenção de acidentes com perfurocortantes e material biológico;
- Higiene respiratória e tosse com etiqueta;
- Higiene ambiental e cuidados com materiais, equipamentos, roupas, utensílios alimentares;
- Práticas seguras na administração de medicamentos.

Orientações:
 Higienização das Mãos:
- Higienizar as mãos durante a assistência (antes e após o contato com o paciente ou áreas
próximas a ele, imediatamente antes de realizar procedimento asséptico/limpo, imediatamente
após risco de exposição a fluidos corporais, após a retirada de luvas e entre dois procedimentos
realizados no mesmo paciente), utilizando água e sabonete ou produto alcoólico;

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 Uso de luvas:
- Usar luvas quando houver possibilidade de contato com sangue, fluídos corporais, secreções,
excreções, pele não íntegra, mucosa ou materiais potencialmente infectantes;
- Retirar após uso, antes de tocar em superfícies ou contato com outro paciente, descartando-as;
- Higienizar as mãos após a retirada de luvas;
- Trocar as luvas entre pacientes e entre um procedimento e outro no mesmo paciente.

 Máscara e óculos de proteção:


- Utilizar sempre que houver a possibilidade da face do profissional de saúde ser atingida por
respingos de sangue ou líquidos corporais potencialmente infectantes;
- Colocar a máscara cirúrgica e óculos cobrindo olhos, nariz e boca;
- Devem ser individuais;
- Retirá-los após procedimento e higienizar as mãos;
- Descartar a máscara;
- Realizar a desinfecção do álcool com álcool a 70% ou Incidin®.

 Avental (capote):
- Utilizar sempre que houver a possibilidade de contato da pele ou roupas do profissional de
saúde com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções ou materiais potencialmente
infectantes;
- Se houver risco de contato com grandes volumes de fluidos, usar avental impermeável;
- Retirá-lo e higienizar as mãos;
- Colocar no hamper se avental de tecido e descartar no lixo, se descartável;
- Se avental impermeável, realizar a desinfecção com álcool a 70% ou Incidin®.

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Figura 1: Sequência de paramentação (avental, óculos, máscara e luvas)

Fonte: APECIH, 2012

Figura 2: Sequência de Retirada de Paramentação (luvas, máscara, óculos e avental)

Fonte: APECIH, 2012

 Materiais Perfurocortantes:
- Manuseá-los com cuidado;
- Não reencapar agulhas, nem desconectá-las das seringas, dobrá-las ou quebrá-las;
- Descartar adequadamente os materiais perfurocortantes em caixas específicas para o descarte
que devem estar dispostas em locais visíveis e de fácil acesso;
- Seguir as orientações para a montagem das caixas e não ultrapassar o limite indicado pela linha
tracejada.

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 Higiene respiratória:
- Disponibilizar lenço de papel, lixeira, preparação alcoólica para higienização das mãos e
máscara cirúrgica para profissionais da saúde ou pacientes com sintomas respiratórios (coriza,
tosse e congestão nasal);
- Separação espacial (maior que um metro) nas áreas comuns.

Figura 3: Higiene respiratória

Fonte: CDC, 2011

 Higiene ambiental e cuidados com materiais, equipamentos, roupas, utensílios


alimentares:
- Realizar rotineiramente limpeza e desinfecção das superfícies ambientais, que incluem cama,
colchão, grade, mobiliário, equipamentos de cabeceira, superfícies frequentemente tocadas e

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sempre que houver presença de sangue ou fluidos corporais. Utilizar o desinfetante
recomendado pelo SCIH ou álcool 70%;
- Manipular roupas dos pacientes e de cama com mínima movimentação;
- Colocar roupas sujas em sacos impermeáveis para prevenir vazamento e contato com o
ambiente ou pele.

 Práticas seguras na administração de medicamentos:


- Utilizar técnica asséptica ao preparar e administrar medicações e realizar a desinfecção com
álcool 70% da tampa da medicação antes de inserir a agulha dentro do frasco;
- Não é necessário uso de máscaras no preparo de medicações endovenosas;
- Nunca utilizar a mesma seringa para vários pacientes, mesmo que a agulha seja trocada ou a
medicação seja administrada por meio de tubo intravenoso longo, do tipo tubo extensor que é
conectado ao cateter;
- A prática de administrar medicações parenterais a partir do mesmo frasco de dose unitária,
seringa ou bolsa para vários pacientes deve ser evitada, assim como não devem ser utilizadas a
mesma bolsa e equipo de infusão para mais de um paciente;
- Utilizar frascos multidoses, se possível, para o mesmo paciente;
- Utilizar máscara cirúrgica para punção lombar, mielograma, colocação de cateter ou injeção de
solução no espaço epidural ou peridural.

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III. PRECAUÇÕES ESPECÍFICAS

Baseiam-se nas formas de transmissão das doenças infecciosas e são designadas para pacientes
suspeitos ou sabidamente infectados ou colonizados por patógenos transmissíveis. Podem ser
combinadas caso a doença apresente mais de uma forma de transmissão. As precauções
específicas devem sempre ser associadas às precauções padrão. São as seguintes:
 Precaução de Contato;
 Precaução para Gotículas;
 Precaução para Aerossóis;

3.1 Precaução de Contato

Previne a transmissão de patógenos por meio de contato direto ou indireto (através de superfícies
ou artigos e equipamentos).

 Quarto privativo:
O paciente deve ficar internado em quarto privativo ou, caso não seja possível, realizar coorte de
pacientes infectados ou colonizados com mesmo microorganismo.

 Higiene das Mãos:


- Higienizar as mãos antes de entrar no quarto;
- Paramentar-se seguindo a sequência correta: avental → máscara (se necessário) → óculos (se
necessário) → luvas;
- Higienizar as mãos ao sair do quarto.

 Avental:
- Vestir o avental no quarto;
- Amarrar as tiras do avental para evitar que escorregue durante o cuidado;
- Retirar o avental ao término do procedimento e em seguida higienizar as mãos;
- Se avental de tecido, colocá-lo no hamper;

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- Se avental descartável, desprezá-lo no lixo;
- Se o avental for de tecido, o funcionário poderá utilizar o mesmo avental do início ao término
do plantão, desde que não haja umidade ou sujidade visível. Para isso, o avental deve ser retirado
corretamente, ser mantido pendurado e de uso individual. Ao terminar o plantão, desprezá-lo no
hamper.

 Luvas:
- Usar em qualquer contato com o paciente ou unidade do paciente (superfícies potencialmente
contaminadas);
- Calçá-las ao entrar no quarto;
- Trocá-las a cada procedimento, manipulação de diferentes sítios anatômicos ou após contato
com material biológico;
- Retirá-las ao término do procedimento e antes de retirar o avental;
- Higienizar as mãos ao retirar as luvas.

 Transporte de paciente:
- Limitar o transporte de paciente para exames;
- Antes de encaminhar o paciente, avisar o setor de realização de exame a precaução de contato;
- Ao manipular paciente, usar luva de procedimento e avental se houver risco de contato mais
próximo no transporte;
- Retirar luvas e higienizar as mãos;
- Não é necessário o uso de luvas e avental durante o transporte. Aplicar precaução padrão para
que não ocorra uso inadequado das luvas, como tocar em maçanetas das portas, prontuários ou
telefones;
- O funcionário deve ter um par de luvas disponível durante o transporte;
- Após o transporte, a maca ou cadeira de rodas devem ser limpas e desinfetadas pelo condutor.

 Artigos e equipamentos:
- Deverão ser de uso exclusivo do paciente, preferencialmente (estetoscópio, termômetro e
esfigmomanômetro).

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 Ambiente:
- Realizar limpeza concorrente do ambiente diariamente;
- Realizar a limpeza e desinfecção da unidade do paciente, ou seja, superfícies frequentemente
tocadas diariamente, como grades, cabeceira da cama, mesa de cabeceira com o desinfetante
recomendado pelo SCIH.

 Visitas:
- Devem ser restritas e orientadas quanto à higiene das mãos e precauções recomendadas. Em
caso de dúvidas, entrar em contato com a equipe de enfermagem.

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3.2 Precaução para Gotículas

Previne a transmissão de patógenos por via respiratória por partículas maiores que 5 micra, por
tosse, espirro ou fala.

 Quarto privativo:
- O paciente deve ficar em quarto privativo ou, caso não seja possível, em coorte de pacientes
com a mesma doença, respeitando a distância de um metro entre leitos;
- Manter porta fechada.

 Higiene das Mãos:


- Realizar ao entrar e sair do quarto e nos cinco momentos para higiene das mãos.

 Máscara cirúrgica:
- Colocar a máscara antes de entrar no quarto do paciente;
- Todos os funcionários devem usar a máscara mesmo sendo imunes a determinadas doenças,
para evitar erros;
- Orientar o paciente a etiqueta respiratória;
- Retirar a máscara após sair do quarto.

 Transporte de paciente:
- Limitar o transporte de paciente para exames;
- Antes de encaminhar o paciente, avisar o setor de realização de exame a precaução de
gotículas;
- O paciente deve usar máscara cirúrgica durante todo o período fora do quarto.

 Visitas:
- Devem ser restritas e orientadas quanto à higiene das mãos e precauções recomendadas. Em
caso de dúvidas, entrar em contato com a equipe de enfermagem.

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3.3 Precaução para Aerossóis

Previne a transmissão de patógenos por via respiratória por partículas menores que 5 micra, por
tosse, espirro ou fala. Deve-se utilizar para o cuidado deste paciente, área física específica e
idealmente dotada de sistema de ar com uso de filtro especial e pressão negativa.

 Quarto privativo:
- O paciente deve ficar em quarto privativo. É importante compreender que este quarto onde se
encontra o paciente é considerado contaminado em relação aos demais, por isso o ar presente
nestas dependências não deve atingir o corredor;
- Manter as portas fechadas e boa ventilação.

 Higiene das Mãos:


- Realizar ao entrar e sair do quarto e nos cinco momentos para higiene das mãos.

 Máscara tipo respirador:


- Colocar a máscara específica, do tipo respirador (N95 ou PFF2) antes de entrar no quarto do
paciente;
- Todos os funcionários devem usar a máscara;
- Verificar se a máscara está perfeitamente ajustada à face e com boa vedação;
- A máscara é de uso individual e a durabilidade depende do tempo de uso e do
acondicionamento adequado. Portanto pode ser reutilizada pelo mesmo profissional por longos
períodos (aproximadamente 30 dias), desde que a mantenha íntegra, seca e limpa e
acondicionada de preferência em recipiente fechado ou saco plástico identificado com o nome do
profissional;
- Orientar o paciente a etiqueta respiratória;
- Retirar a máscara após fechar a porta, estando fora do quarto.

 Transporte de paciente:
- Limitar o transporte de paciente para exames;

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- Antes de encaminhar o paciente, avisar o setor de realização de exame a precaução de
aerossóis;
- O paciente deve usar máscara cirúrgica durante todo o período fora do quarto.

 Visitas:
- Devem ser restritas e orientadas quanto à higiene das mãos e precauções recomendadas. Em
caso de dúvidas, entrar em contato com a equipe de enfermagem.
- Em relação às crianças pequenas, os reservatórios podem ser os adultos contactantes, portanto,
orientar ao acompanhante da criança a não circular no hospital (ou com o uso de máscara
cirúrgica) ou manter-se no quarto.

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3.3.1 Distribuição da Máscara Tipo Respirador (N95 ou PFF2)

 Enfermeiro da Unidade:
- Solicitar à Saúde Ocupacional ou Farmácia em papel comum a necessidade da máscara;
- Registrar na solicitação o nome do profissional que utilizará o EPI, o nome do paciente ao qual
se destina o uso do EPI e o diagnóstico referente à doença infecciosa.

 Saúde Ocupacional:
- Receber a solicitação por escrito;
- Anexar a solicitação no formulário de registro de entrega do EPI ao profissional;
- Distribuir o EPI;
- Solicitar ao profissional que assine o formulário de entrega.

 Farmácia:
- Receber a solicitação por escrito nos finais de semana, feriado ou período noturno;
- Anexar a solicitação no formulário de registro de entrega do EPI ao profissional;
- Distribuir o EPI;
- Solicitar ao profissional assine o formulário de entrega.

 Profissional que utiliza a máscara:


- Entregar a solicitação da máscara feita pelo Enfermeiro da Unidade à Saúde Ocupacional ou à
Farmácia caso seja final de semana, feriado ou período noturno;
- Colocar sua máscara na face, recobrindo toda a via respiratória, fixar um elástico de segurança
da máscara na região superior e outro na região inferior da cabeça.

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3.4 Precauções para Imunocomprometidos

Exemplos de pacientes imunocomprometidos são: com tumores sólidos ou hematológicos, em


quimioterapia, radioterapia e outras terapias imunossupressoras. A neutropenia (contagem de
neutrófilos abaixo de 500) secundária à quimioterapia é um dos importantes fatores de risco para
desenvolvimento de infecções.

 As medidas de precauções padrão e específicas devem ser aplicadas para estes pacientes.
 Não é recomendado o “isolamento reverso”.
 Quarto privativo:
- Recomendado, de porta fechada.

 Higienização das mãos:


- É a principal medida de prevenção de transmissão de infecção;
- Realizar sempre, antes de entrar no quarto e de preferência com antisséptico (clorexidina
degermante). Usar álcool gel antes de tocar o paciente.

 Máscara:
- Usar máscara cirúrgica ao entrar no quarto e desprezá-la ao sair;
- É importante minimizar a exposição desses pacientes a doenças transmissíveis, como as
doenças causadas por vírus respiratórios.

 Luvas e Aventais:
- Seguir precauções padrão.

 Artigos, equipamentos e prontuário:


- É recomendado que os artigos sejam exclusivos para o paciente, incluindo termômetro,
estetoscópio e esfigmomanômetro, devendo ser limpos e desinfetados com álcool a 70% ou
desinfetante recomendado pelo SCIH diariamente e após a alta;

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- Na impossibilidade de individualizar os artigos e equipamentos, os mesmos devem ser
desinfetados com álcool a 70% ou desinfetante recomendado pelo SCIH antes e após uso no
paciente.

 Transporte e deambulação do paciente:


- Deve ser evitado;
- Para pacientes submetidos a Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas ou neutropênicos
(origem oncohematológica) pode ser recomendado o uso de máscara N95/PFF2.

 Acompanhantes e visitas:
- As visitas devem ser restritas;
- Devem ser orientadas pelas equipes de médicos e de enfermagem quanto à importância da
higienização das mãos e uso de máscara comum;
- Pessoas, visitantes ou profissionais da saúde com qualquer tipo de infecção não devem entrar
no quarto.

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3.5 Precaução Adicional para casos suspeitos ou confirmados de infecção por Clostridium
difficile

 Quarto privativo: recomendado.

 Higienização das mãos:


- Higienizar as mãos com água e sabão (com ou sem antisséptico) antes de colocar luvas e após
sua retirada. O uso do álcool gel é ineficaz nesses casos.

 Máscara:
- Utilizar precaução padrão.

 Luvas:
- Utilizar sempre que houver contato direto com paciente ou superfícies ao redor dele;
- Descartá-las no lixo infectante dentro do quarto.

 Avental (Capote):
- Utilizar sempre que houver contato direto com paciente ou superfícies ao redor dele;
- Descartá-lo no saco hamper.

 Artigos, equipamentos e prontuário:


- É recomendado que os artigos sejam exclusivos para o paciente, incluindo termômetro,
estetoscópio e esfigmomanômetro, devendo ser limpos e desinfetados diariamente pela fricção
com Incidin® ou hipoclorito de sódio e após a alta. Não utilizar álcool 70% pois não é eficaz na
desinfecção desses casos;
- Na impossibilidade de individualizar os artigos e equipamentos, os mesmos devem ser
desinfetados por fricção com Incidin® ou hipoclorito de sódio antes e após uso no paciente. Não
utilizar álcool 70% pois não é eficaz na desinfecção desses casos.

 Transporte:
- Limitar circulação do paciente;
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- Os profissionais devem usar luvas e aventais;
- Não deixar o paciente em sala de espera ou em contato com outros pacientes;
- Após a saída do paciente, o setor deve ser submetido à limpeza e desinfecção.

 Acompanhantes e visitas:
- As visitas devem ser restritas;
- Devem ser orientadas pela enfermagem quanto à importância da higienização das mãos e
medidas de precauções específicas.

 Ambiente:
- Limpeza diária com desinfetante com cloro. Não usar álcool;
- A limpeza da área deve ser a última do dia;
- Usar Mop exclusivo.

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IV. PRECAUÇÕES EMPÍRICAS

Baseiam-se nas precauções adotadas na suspeita da transmissão de doenças, com a finalidade de


reduzir o risco de exposição de outros pacientes e de profissionais de saúde a agentes
infecciosos.

Quadro 1: Síndromes clínicas ou condições que requerem precauções empíricas, associadas às Precauções Padrão
Condição clínica Diagnóstico provável Tipo de precaução

Exantema vesicular Varicela Aerossóis + contato

Exantema maculopapular com febre e coriza Sarampo Aerossóis


Tosse, febre, infiltrado pulmonar em paciente Tuberculose Aerossóis
infectado pelo HIV
Tosse, febre, infiltrado pulmonar em lobo Tuberculose Aerossóis
superior em paciente HIV negativo
Meningite Doença meningocócica ou Gotículas
meningite por Haemophilus
Exantema petequial, equimótico e febre Doença meningocócoca Gotículas
Tosse persistente paroxística ou severa durante Coqueluche Gotículas
períodos de ocorrência de coqueluche
Infecção respiratória (bronquiolites Vírus sincicial respiratório Contato
principalmente) em lactentes e crianças jovens ou parainfluenza
Diarréia aguda e provavelmente infecciosa em Vírus/bactérias entéricos Contato
paciente incontinente ou em uso de fralda
Diarréia em adulto com história de uso recente Clostridium difficile Contato
de antimicrobiano
História de colonização ou infecção por bactéria Bactéria multirresistente Contato
multirresistente (definidas pelo SCIH)
Paciente transferido de outro hospital ou home Bactéria multirresistente Contato
care onde esteve hospitalizado por mais de 48h (definidas pelo SCIH)
ou em menos de 48h com procedimentos
invasivos
Abscessos ou feridas com drenagem de secreção Estafilococos e Contato
não contida estreptococos

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V. INFECÇÕES E MICROORGANISMOS E RESPECTIVAS PRECAUÇÕES

Quadro 2: Relação das infecções, condições e microorganismos que exigem a aplicação de precauções (suspeita ou
diagnóstico informado)
Infecção/Condição/Microrganismo Tipo de Precaução Período

ABSCESSO DRENANTE
Drenagem contida pelo curativo Padrão
Drenagem não contida pelo curativo Contato Durante a doença
ACTINOMICOSE Padrão
ADENOVÍRUS Gotículas + Contato Durante a doença
Lactente e pré-escolar
AMEBÍASE Padrão
Angina de Vincent Padrão
ANTRAX Padrão
ASPERGILOSE Padrão
BABESIOSE Padrão
BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES Contato Até a alta hospitalar (em
(colonização/infecção): pacientes com internação
- Staphylococcus aureus resistente à oxacilina e/ou prolongada, discutir com o SCIH)
vancomicina
- Pseudomonas sp. resistentes a carbapenêmicos
- Acinetobacter sp. resistentes a carbapenêmicos
- Enterococcus sp. resistente à vancomicina
- Enterobactérias resistentes a carbapen
Solicitar avaliação da CCIH
BLASTOMICOSE SULAMERICANA Padrão
(P. brasiliensis): pulmonar ou cutânea
BOTULISMO Padrão
BRONQUIOLITE/INFECÇÃO Contato Durante a doença
RESPIRATÓRIA Usar máscara cirúrgica
Vírus Sincicial Respiratório/ Vírus seguindo precaução
Parainfluenza (lactente e pré-escolar) padrão
BRUCELOSE Padrão
CANDIDÍASE (todas as formas) Padrão
CAXUMBA Gotículas Até 9 dias após início da
tumefação
CELULITE (drenagem não contida) Contato Até o desaparecimento da
secreção
CANCRO MOLE (Chlamydia trachomatis): Padrão
Conjuntivite, genital e respiratória
CISTICERCOSE Padrão
CITOMEGALOVIROSE Padrão
Clostridium difficile (Colite associada a Contato Durante a doença
antibiótico)
Clostridium perfringens: (Gangrena gasosa e Padrão
intoxicação alimentar)
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CÓLERA Contato Durante a doença
CONJUNTIVITE: bacteriana, gonocócica e por Padrão
Chlamydia trachomatis
Viral aguda (hemorrágica) Contato Durante a doença
COQUELUCHE Gotículas 5 dias de terapia eficaz
CREUTZFELDT-JACOB, Doença de Padrão
CRIPTOCOCOSE Padrão
DENGUE Padrão
DERMATOFITOSE/MICOSE Padrão
CUTÂNEA/TÍNEA
DIARRÉIA: ver gastroenterite
DIFTERIA:
Cutânea Contato Terapêutica eficaz + 2 culturas
Faríngea Gotículas negativas colhidas com intervalo
de 24h.
DONOVANOSE (granuloma inguinal) Padrão
ENDOMETRITE PUERPERAL Padrão
ENTEROBÍASE Padrão
ENTEROCOLITE NECROTIZANTE Padrão
ENTEROVIROSE (Coxackie e Echovirus)
* Adulto Padrão
* Lactente e pré-escolar incontinentes ou em uso Contato Durante a doença
de fraldas
EPIGLOTITE (Haemophylus influenzae) Gotículas 24h de terapia eficaz
ERITEMA INFECCIOSO Padrão
ESCABIOSE Contato 24h de terapia eficaz
ESPOROTRICOSE Padrão
ESQUISTOSSOMOSE Padrão
ESTAFILOCOCCIA
* Pele, ferida e queimadura:
com secreção não contida Contato Durante a doença
com secreção contida Padrão
* Enterocolite Padrão (1)
* Síndrome da pele escaldada Padrão
* Síndrome do choque tóxico Padrão
ESTREPTOCOCCIA: estreptococo do Grupo A
* Pele, ferida e queimadura:
com secreção não contida Contato Durante a doença
com secreção contida Padrão
* Endometrite (sepse puerperal) Padrão
* Faringite: lactente e pré-escolar Gotículas 24h de terapia eficaz
* Escarlatina: lactente e pré-escolar Gotículas 24h de terapia eficaz
* Pneumonia: lactente e pré-escolar Gotículas 24h de terapia eficaz
ESTRONGILOIDÍASE Padrão
EXANTEMA SÚBITO Padrão
FEBRE AMARELA Padrão
FEBRE por arranhadura do gato Padrão
FEBRE por mordedura de rato Padrão

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FEBRE REUMÁTICA Padrão
FURUNCULOSE ESTAFILOCÓCICA: Contato Durante a doença
* lactente e pré-escolares
GASTROENTERITE:
Campylobacter, cólera Padrão (1)
Criptosporidium ssp Padrão (1)
Clostridium difficile Contato Durante a doença
Escherichia coli enterohemorrágica 0157:H7 e Padrão (1)
outras
Giardia lamblia Padrão (1) Se incontinência – usar p. de
contato durante a doença
Yersinia enterocolitica Contato Durante a doença
Salmonelose (inclusive S. typhi) Padrão (1)
Shigella ssp Contato Durante a doença

Rotavírus e outros vírus em paciente Contato Durante a doença


incontinente ou em uso de fraldas
GONORRÉIA Padrão
GUILLAIN-BARRÉ, Síndrome de Padrão
HANSENÍASE Padrão
HANTAVIROSE Padrão
Helicobacter pylori Padrão
HEPATITE VIRAL:
Vírus A: Padrão
uso de fraldas ou incontinente Contato (2) Durante a doença
Vírus B (HBs Ag positivo), vírus C e Padrão
outros
HERPANGINA : ver enterovirose
HERPES SIMPLES:
Encefalite Padrão
Neonatal Contato Durante a hospitalização
Mucucotâneo disseminado ou Contato Durante a hospitalização
primário grave
Mucucotâneo recorrente (pele, oral Padrão
e genital)
HERPES ZOSTER
Em imunossuprimido (qualquer forma) ou herpes Contato + Aerossóis Até todas as lesões tornarem-se
zoster disseminado crostas
Localizado Padrão
HIDATIDOSE Padrão
HISTOPLASMOSE Padrão
IMPETIGO Contato 24h de terapia eficaz
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
Com secreção contida Padrão
Com secreção não contida Contato Durante a doença
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO Padrão
INFLUENZA: A, B, C Gotículas (se Durante a doença (gripe A - 7
procedimento que dias após início de sintomas para

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provoque aerossóis, usar adultos e 14 dias para crianças)
N95)
KAWASAKI, Síndrome de Padrão
LEGIONELOSE Padrão
LEPTOSPIROSE Padrão
LISTERIOSE Padrão
LYME, Doença de Padrão
LINFOGRANULOMA VENÉREO Padrão
MALÁRIA Padrão
MELIOIDOSE Padrão
MENINGITE
Bacteriana gram (-) entéricos, em Padrão
neonatos
Fúngica, Viral Padrão
Haemophilus influenzae (suspeita Gotículas 24h de terapia eficaz
ou confirmada)
Listeria monocytogenes Padrão
Neisseria meningitidis (suspeita ou Gotículas 24h de terapia eficaz
confirmada)
Pneumocócica Padrão
Tuberculosa Padrão (3)
MENINGOCOCCEMIA Gotículas 24h de terapia eficaz
MICOBACTERIOSE ATÍPICA (não M. Padrão
tuberculosis): pulmonar ou cutânea
MOLUSCO CONTAGIOSO Padrão
MONONUCLEOSE INFECCIOSA Padrão
MUCORMICOSE Padrão
NOCARDIOSE Padrão
OXIÚROS Padrão
PARVOVÍRUS B19: Padrão
Doença crônica em Gotículas Durante internação
imunossuprimidos
Crise aplásica transitória ou de Gotículas Durante 7 dias
células vermelhas
PEDICULOSE Contato 24h de terapia eficaz
PESTE:
Bubônica Padrão
Pneumônica Gotículas 3 dias de terapia eficaz
PNEUMONIA:
Adenovírus Contato + gotículas Durante a doença
Bukholderia cepacia em fibrose cística (incluindo Contato Durante a hospitalização
colonização respiratória)
Chlamydia, Legionela ssp, S. aureus, Padrão
Fúngica Padrão
Haemophilus influenzae
Adultos Padrão
Crianças de qualquer idade Gotículas 24h de terapia eficaz
Meningocócica Gotículas 24h de terapia eficaz

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Mycoplasma (pneumonia atípica) Gotículas Durante a doença
Outras bactérias não listadas, Padrão
Pneumocócica Padrão
Pneumocystis carinii Padrão (4)
Streptococcus grupo A Padrão
POLIOMIELITE Contato Durante a doença
PSITACOSE Padrão

RAIVA Padrão

REYE, Síndrome de Padrão

RICKETSIOSE Padrão

RUBÉOLA:
Congênita Contato (5) Até um ano de idade
Adquirida Gotículas Até 7 dias do início do rash
SARAMPO Aerossóis Durante a doença

SIDA (AIDS) Padrão

SÍFILIS
Congênita Contato Até 24h de terapia eficaz
Outras Padrão
TENÍASE Padrão

TÉTANO Padrão

TOXOPLASMOSE Padrão

TRICOMONÍASE Padrão

TRICURÍASE Padrão

TRIQUINOSE Padrão

TUBERCULOSE:
Pulmonar (suspeita ou confirmada) Aerossóis 15 dias de terapia eficaz + 3
Laríngea (suspeita ou confirmada) Aerossóis pesquisas BAAR negativas
Extra-pulmonar, não laríngea Padrão (6)
Extra-pulmonar, lesão drenando Aerossóis e Contato (7)
TULAREMIA: lesão drenando ou pulmonar Padrão

TIFO: endêmico e epidêmico (não é Padrão


Salmonella spp)
VARICELA Aerossóis + contato (8) Até todas as lesões tornarem-se
crostas
ZIGOMICOSE Padrão

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1. Use precauções de contato para crianças que usarem fraldas ou forem incontinentes em idade
pré-escolar, na duração da doença.
2. Mantenha as precauções para contato crianças de 03 a 14 anos até 02 semanas após o início
dos sintomas e manter as precauções para maiores de 14 anos até 01 semana após o início dos
sintomas.
3. Os pacientes devem ser examinados para evidências de tuberculose pulmonar ativa. Se
evidência existir, implementar precauções adicionais para tuberculose.
4. Evite colocar no mesmo quarto com um paciente imunocomprometido.
5. Estas crianças podem eliminar o vírus por até 1 ano de vida. Para suspender o isolamento
antes são necessárias culturas de nasofaringe e urina.
6. Examinar o paciente para tuberculose pulmonar ativa. Para lactentes e crianças, institua
precaução aérea até descartar tuberculose pulmonar ativa em familiares visitantes.
7. Melhora clínica, sem drenagem ou 3 culturas negativas. Avaliar tuberculose pulmonar.
8. Mantenha as precauções até que todas as lesões sejam crostas e, caso o paciente seja
imunossuprimido, manter as precauções durante a doença. Profilaxia pós-exposição com
vacina até 120h; para pessoas expostas nas quais a vacina é contra-indicada
(imunossuprimidos, gestantes, RN) cuja mãe teve varicela ≤ 5 dias do parto ou dentro de 48h
pós-parto) administrar VZIG dentro de 96h. Os profissionais suscetíveis não devem entrar no
quarto se profissionais imunes estiverem disponíveis.

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VI. CUIDADOS E CONDUTAS

6.1 Cuidados na Unidade Neonatal – UCINCO e Alojamento conjunto


- É fundamental que não seja permitida a entrada de visitantes e funcionários com doenças
infecciosas como: quadros virais respiratórios, gastrointestinais, conjuntivite, infecções de pele,
ou ainda casos suspeitos ou confirmados de rubéola, caxumba, varicela e sarampo;
- A prática de higiene das mãos tanto dos profissionais de saúde como dos pais e visitantes deve
ser reforçada.

 Mãe apresentando conjuntivite:


- O RN pode permanecer em alojamento conjunto com a mãe, reforçar a higienização das mãos e
orientar que a mãe deve evitar o contato das mãos com os seus olhos.

 Mãe apresentando quadro de virose gastrointestinal:


- É fundamental respeitar a fase aguda da doença onde o risco de transmissão é maior;
- O RN deve permanecer exclusivamente na UCINCO;
- Após a melhora do quadro, o RN pode entrar em contato para dar início ao aleitamento e
cuidados gerais;
- Se a mãe mantiver contato com o bebê ainda na fase da presença dos sintomas, o bebê deverá
permanecer em alojamento conjunto e não manter contato com outros bebês.

 Mãe apresentando lesões de pele por infecção como escabiose e/ou lesões descamativas:
- Manter o bebê em alojamento conjunto para que não haja risco de transmissão para os demais
RN;
- O bebê não deverá manter contato direto com as lesões da pele da mãe (ela deve utilizar o
avental) e o aleitamento deverá ser interrompido quando houver lesões próximas aos mamilos.

 Mãe apresentando infecção de ferida operatória:


- Orientar a mãe quanto à frequência da higiene das mãos antes de tocar o bebê e seus pertences;

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- O bebê pode receber os cuidados da mãe normalmente. Deve-se atentar caso a infecção seja
causada por agente multirresistente, nesta situação, o RN deve permenecer em alojamento
conjunto com a mãe e não manter contato com outros bebês.

 Mãe com tuberculose em fase bacilífera:


- Se tuberculose ativa não tratada, é recomendado que o RN fique afastado da mãe. Se houver
necessidade do contato com a mãe, a mesma deve permanecer de máscara cirúrgica durante todo
o período;
- É recomendado que o RN também seja acompanhado por especialista para verificar
necessidade de quimioprofilaxia.

 RN apresentando quadro infeccioso:


- Em quadros como rubéola, sífilis, infecção por citomegalovírus, infecções de pele como
impetigo, o bebê deve permanecer em alojamento conjunto evitando contato com os demais RN.

 Infecção por varicela:


- Garantir as precauções necessárias para o binômio mãe-RN.

Quadro 3: Indicações para precauções específicas para mãe e recém-nascido, segundo a condição quanto a
exposição e identificação de anticorpos específicos para varicela.
Exposição/ anticorpo Precauções para aerossóis: mãe/ Rn

+ Exposição/ + Anticorpo Não é necessário para a mãe nem para o


Rn.
Mãe com anticorpo VVZ e exposta a varicela, não possui risco de
desenvolver a doença ou transmitir infecção
+ Exposição/ - Anticorpo Não é necessário para a mãe nem para o
Rn.
Mãe exposta à varicela 21 dias ou mais antes do parto.
Se não apresentar sinais de varicela no momento do parto, presume-
se que a mãe não esteja infectada.
+ Exposição/ - Anticorpo A mãe e o Rn estão potencialmente
infectados.
Mãe exposta à varicela 6-21 dias antes do parto e não desenvolveu a Precauções para aerossóis.
doença no momento do parto.
Mãe poderá estar no período de incubação e pode estar infectada no
momento e após parto.

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+ Exposição/ - Anticorpo Não é necessário de isolamento a menos
que a mãe permaneça internada + que 9
Mãe é exposta à varicela 6 dias antes do parto. dias após a exposição.
Mãe possivelmente não estará infectada antes da alta. Caso positivo, a mãe deverá ser mantida
em precaução para aerossóis.
+ Exposição/ - Anticorpo Mãe é considerada não infectada.
Rn é considerado potencialmente
Mãe em fase não transmissível (presença de lesões em forma de infectado e deve receber VZIG, caso
crosta e não aparecimento de novas vesículas nas últimas 72 horas) contrário ser mantido em precaução para
aerossóis.
Poderá ficar com a mãe em ambas as
situações.
+ Exposição/ - Anticorpo A) Mãe infectada = precaução de
contato e aerossóis
A) Mãe com lesões ativas no momento do parto. B) Rn infectado = precaução de contato
B) Rn com lesão ao nascimento. e aerossóis. Poderá ficar com a mãe
C) Rn sem lesão ao nascimento. C) Rn potencialmente infectado e deve
receber VZIG.

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6.2 Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

- Orientar os pais desde o primeiro dia de internação sobre os quadros infecciosos que impedem
sua entrada para visita. Na vigência de quadros gastrointestinais, gripes, infecções de pele ou
qualquer outra doença infectocontagiosa, os pais não devem comparecer nos horários de visita
até que o período de transmissão tenha acabado. Estas recomendações também serão válidas para
os profissionais envolvidos na assistência;

- A prática e a adesão da higienização das mãos pelos profissionais e pelos pais são essenciais
nas medidas de controle de infecção;
- Para casos de agentes multirresistentes, as recomendações de isolamento são idênticas aos
pacientes adultos e pediátricos. Se possível, deixar sala exclusiva, coorte de profissionais,
instrumentos individualizados para o paciente;

 Vírus Sincicial Respiratório (VSR):


- Recomenda-se, em caso de suspeita do quadro, iniciar precaução de contato. O uso da máscara
e óculos está indicado para realização de procedimentos que podem gerar aerossolização de
partículas tais como aspiração de secreções de vias aéreas;
- O RN deve permanecer em incubadora ao invés de berço;
- É importante também que permaneça, sempre que possível em quarto privativo.

 Outros vírus:
- Recomenda-se a instituição de precauções e isolamentos na suspeita de diagnostico.
-Sempre que possível o RN deverá permanecer em quarto privativo e em incubadora. Em
serviços em que não é possível realizar o diagnóstico etiológico deve-se manter o RN pelo
menos até a melhora dos sintomas.

 Gemelares:
- Quando um dos RN adquire uma doença infecciosa, os pais devem ser orientados a iniciar a
visita e o contato com o RN que não apresenta infecção. O RN infectado será o último a ser
tocado pelos pais, não devendo mais retornar para o contato do irmão;

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- A higienização das mãos entre os RN é fundamental;
- Nos casos em que há programação para realizar canguru, adotar a mesma prática da visita;
- Nos casos em que a infecção é causada por agentes respiratórios, evitar retirar o RN infectado
da incubadora, sendo assim aguarda-se finalizar a fase de transmissão para reiniciar o canguru.

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6.3 Cuidados na Unidade Pediátrica

- Há dificuldade de garantir as precauções na pediatria;


- Os pais devem ser orientados pela equipe médica e de enfermagem sobre a precaução e sua
importância, de forma não autoritária;
- Orientar os pais, visitantes e também profissionais da saúde a não frequentarem o hospital se
estiverem com alguma doença infecciosa (ex: escabiose ou pediculose);
- Se criança tiver compreensão, esclarecê-la sobre as precauções, a necessidade de paramentação
pelos profissionais e visitantes, o motivo de não frequentar ambientes coletivos e brinquedos,
jogos e laptops podem ser levados ao quarto durante o período;
- Reforçar a higienização das mãos;
- Em casos de infecção por VSR, recomenda-se, em caso de suspeita do quadro, iniciar
precaução de contato. O uso da máscara e óculos está indicado para realização de procedimentos
que podem gerar aerossolização de partículas tais como aspiração de secreções de vias aéreas;
- Em casos de tuberculose, familiares sintomáticos devem ser orientados a não frequentar
hospital e procurar auxílio médico;
- Após cada uso, banheiras devem ser limpas e desinfetadas com Incidin®;

 Brinquedoteca:
- Não são permitidos brinquedos de pelúcia, pano, costuras e orifícios. São permitidos os
higienizáveis, como de plástico, acrílico, borracha ou madeira com tinta esmaltada lavável;
- Evitar livros e papel, exceto se encapados com material que possa ser limpo;
- Realizar a limpeza e desinfecção dos brinquedos com Incidin®;
- Realizar a limpeza e desinfecção de superfícies e do ambiente;
- Estimular os pacientes a higienizarem as mãos antes de brincar.

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VII. MEDIDAS RECOMENDADAS PARA A ADMISSÃO DE PACIENTES
PROVENIENTES DE OUTRAS INSTITUIÇÕES OU OUTROS SETORES

 Indicação:
- Paciente internado há mais de 48 horas e que será transferido da Unidade de Terapia Intensiva,
Clínica Médica ou Clínica Cirúrgica para outro setor do HUJM;
- Paciente proveniente de outras instituições ou home care, com internação ≥ 48h e pacientes
provenientes de outras instituições ou home care, com internação < 48h, com procedimentos
invasivos (CVC/ SVD/ IOT/ TQT/ procedimento cirúrgico).

 Descrição:
- Verificar o tempo de internação do paciente em outro setor ou outra instituição ou home care;
- Observar, no momento da internação, se o paciente possui ou foi submetido a algum
procedimento invasivo (CVC/SVD/IOT/TQT/procedimentos cirúrgicos);
- Instituir precaução padrão, se não houver indicação de precaução de contato, segundo
fluxograma abaixo;
- Se indicado, sinalizar a porta do quarto ou o leito com a placa de Precauções para Contato;
- Disponibilizar para a equipe os EPIs necessários de acordo com a precaução instituída;
- O médico deve realizar o pedido de exames;
- O(a) enfermeiro(a) deve coletar as culturas de vigilância na admissão do paciente que tenha
indicação de precaução de contato:
Swab nasal: Coletado das narinas, utilizando swab de algodão estéril com cabo plástico
e com meio de transporte;
Swab retal: Coletado da área interna do esfíncter retal, com movimentos circulares,
certificando-se que exista coloração fecal e utilizando swab de algodão estéril com cabo
plástico e com meio de transporte;
Urocultura: Para pacientes com Sonda Vesical de Demora, coletando a urina de forma
estéril do injetor lateral do coletor de sistema fechado e armazenando em frasco estéril;
Secreção Traqueal: Para pacientes com IOT ou TQT, através de sistema coletor estéril
para secreção traqueal (“bronquinho”);

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Swab de secreções de feridas cirúrgicas, úlceras de pressão ou outras lesões de pele:
As amostras devem ser coletadas através de swab de algodão estéril com cabo plástico e
com meio de transporte.
- As coletas devem ocorrer com a técnica descrita no POP de coleta de culturas;
- O(a) enfermeiro(a) deve utilizar os EPIs adequados para a coleta de culturas;
- Orientar os familiares;
- Aguardar os resultados das culturas e orientação do SCIH.

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Figura 4: Fluxograma para a Admissão de Pacientes de Outras Instituições

Internação ≥ 48hs
ou
Internação < 48hs com
procedimento invasivo
SIM (CVC/ SVD/ TQT/ IOT/ NÃO
procedimento cirúrgico)

MANTER
Iniciar PRECAUÇÃO PADRÃO
PRECAUÇÃO DE Não é necessário colher
CONTATO culturas de vigilância

Colher culturas de vigilância:


- Swab nasal
- Swab retal
- Urocultura (se SVD)
- Aspirado traqueal (se IOT/TQT)
- Swab de feridas cirúrgicas, úlceras
de pressão ou outras lesões de pele
(se apresentarem secreções)
*Outras culturas: a critério médico

Resultados
de culturas
de vigilância

Aguardar
orientação
do SCIH

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VIII. REFERÊNCIAS

 IRAS: Infecção Relacionada à Assistência à Saúde: orientações práticas/ Edwal Aparecido


Campos Rodrigues, Rosana Richtmann. – São Paulo: SARVIER, 2008.
 Precauções e Isolamento/ (coordenação Luci Corrêa, Adenilde Andrade da Silva, Marcia
Vanusa Lima Fernandes). – 2. Ed. – São Paulo: Associação Paulista de Estudos e Controle de
Infecção Hospitalar, 2012.

IX. ELABORAÇÃO

NOME CARGO ASSINATURA/CARIMBO


Enfermeira do Serviço de
Flávia L. V. Mineo Controle de Infecção
Hospitalar
Enfermeira do Serviço de
Thaismari E. Ferreira Controle de Infecção
Hospitalar
Médica Infectologista do
Paula Sossai Rizzo Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar

X. REVISÃO
NOME CARGO ASSINATURA/CARIMBO
Médica Infectologista do
Paula Sossai Rizzo Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar

XI. APROVAÇÃO
NOME CARGO ASSINATURA/CARIMBO
Chefe do Setor de Vigilância em
Josiane Rosa Saúde e Segurança do Paciente

Eduardo De Lamonica Freire Gerente da Atenção à Saúde

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Hospital Universitário Júlio Muller - UFMT
Rua Luiz Philipe Pereira Leite, s/n - Bairro Alvorada
Cuiabá – Mato Grosso - 78048-602
Tel: (65) 3615-7284

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