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CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA EM
PEDAGOGIA
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Pedagogia
Educação Especial - Fundamentos
Design de Interface
Bruno da Veiga Thurner
Evandro Bertol
Isac Corrêa Rodrigues
Lucas Müller Schmidt
Diagramação
Camila Rizzatti Marqui
Evandro Bertol
Desenvolvimento da Plataforma
Adílson Heck
Cleber Righi
Diego Friedrich
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Educação Especial - Fundamentos
Sumário
Apresentação da disciplina....................................................................................................... 5
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Educação Especial - Fundamentos
Apresentação da disciplina
Esta disciplina vai discutir, no campo da política e da cultura, a in-
clusão social e a inclusão na escola, uma vez que os pedagogos preci-
sam estar preparados para compreender os fundamentos da Educação
Especial e o significado da ação pedagógica de incluir. Na Unidade A,
vamos refletir sobre a história da Educação Especial, analisando as con-
cepções de sociedade e de ser humano que, ao longo dos tempos e no
Brasil, se constituíram como prática de exclusão da deficiência. Na Uni-
dade B, estudaremos conceitos e classificações acerca das deficiências
e, por fim, na Unidade C, veremos a legislação, refletindo sobre deter-
minantes históricos, econômicos, ideológicos e políticos que orientam
as práticas de Educação Especial e inclusão. Este estudo vai se realizar
em 30 horas, nas quais iremos discutir a partir de bate-papos, fóruns
e nas leituras e reflexões em torno do material. A avaliação se configu-
rará pela participação e cooperação, pontualidade e cumprimento da
agenda de trabalho.
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UNIDADE A
História da Educação Especial
Objetivos
Introdução
Caro(a) acadêmico(a):
Começando o estudo em Educação Especial, buscaremos trazê-lo
para um contexto histórico e cultural, espaço e tempo social em que
se constroem significados e sentidos para a existência do ser humano
e da sociedade. Nesta Unidade, antes de estudar a História da Educa-
ção Especial, mergulharemos em nossas representações/concepções
de mundo, sociedade, ser humano e deficiência. A partir desse estudo,
perceberemos como as idéias e conceitos de deficiência foram histo-
ricamente se organizando em nossa sociedade e em nós mesmos. As-
sim, compreenderemos como os sentimentos de compaixão e caridade
foram se construindo e se transformando, dando lugar ao que chama-
mos hoje de inclusão dos diferentes. Depois do estudo, poderemos
pensar o século XXI, como tempo de construção de novos significados
e sentidos para a presença, na sociedade, de pessoas deficientes, ten-
tando suprimir e até, quem sabe, substituir concepções de exclusão por
concepções de solidariedade e inclusão.
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eliminação ou o sacrifício.
Por outro lado, algumas pessoas com deficiência eram considera- Saiba mais
das veneráveis, já que poderiam apresentar à sociedade capacidades Os egípcios: povo que introdu-
que eram consideradas sagradas. Amaral explica isso, dizendo: ziu a importância do conheci-
mento que deveria ser ensinado
e aprendido. Os hebreus criaram
Assim como a loucura, a deficiência, na Antigüida- doutrinas, tradições, cerimônias
de, oscilou entre dois pólos bastante contraditó- religiosas que se tornaram base
rios: ou um sinal da presença dos deuses ou dos fundamental para a organiza-
demônios; ou algo da esfera do supra-humano ou ção da sociedade. As doutrinas
reproduziam nas comunidades
do âmbito do infra-humano. Do venerável saber
a dominação e a submissão,
do oráculo cego à “animalidade”, da pessoa a ser
fazendo-as perder o caráter uni-
extirpada do corpo sadio da humanidade. Assim,
tário, integral da formação e da
foi por muito tempo, em várias civilizações (ances- vida das comunidades primiti-
trais da nossa) (1994, p. 14). vas. Cada sujeito, na sociedade,
desempenhava um tipo de papel
social, tendo os dominadores o
A intervenção mitológica de cunho moral e ético, como formas e poder de expropriar da maioria
relações de vida entre os indivíduos, oferece ao ser deficiente e/ou o saber e reapresentá-lo à comu-
incapacitado um espírito. Na Roma Antiga, os deficientes eram aban- nidade. Esses saberes, fazendo
com que esta se subordinasse
donados nas margens de rios ou matas, segregados e deixados à pró-
aos dominadores.
pria sorte. No entanto, a segregação de pessoas por incapacidade era
realizada nas famílias que não tinham acesso ao poder, caso contrário, Os gregos tinham um questio-
as deficiências eram escondidas e ignoradas. Na Grécia, em função do namento: o que é o homem? A
rivalidade característica da so-
culto à perfeição física, as deficiências eram julgadas por um conselho,
ciedade grega entre Esparta e
que determinava a destinação da criança para um depósito chamado Atenas era baseada em concep-
‘Apothetai’ As duas formas de segregação do deficiente, na Antigüida- ções de homem diferenciadas.
de, levavam-no à morte, pois era abandonado ou trancafiado. Esse era Enquanto os espartanos tinham
como concepção de ser humano
o caminho mais provável.
o culto ao corpo físico e a efici-
ência das ações para a luta guer-
reira, os atenienses valorizavam
o aspecto intelectual, em que o
homem tinha virtude quando
lutava pela liberdade através de
sua racionalidade, oratória e ar-
gumentos. Para os atenienses,
as disputas se davam no campo
intelectual, no conhecimento
sobre a verdade e sobre o belo,
para os espartanos buscava-se o
homem que pudesse defender o
Estado, estando preparado para
a guerra.
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Saiba mais
Para os romanos, o ser huma-
no precisa ter características de
uma sociedade humanista com
aspectos universais. Esse povo
distinguia o ser humano dos
outros animais pela capacidade
do uso da razão, que lhe possi-
bilitava ligações racionais com o
passado, presente e futuro, em
busca da verdade. A sociedade
romana, dividida entre patrícios
(ricos, detentores do poder), ple-
beus (pequenos proprietários) e
escravos, dava valor ao sujeito
instruído, detentor do conheci-
Fig. A1: Abandono do deficiente na sociedade grega. mento, da guerra, da política, do
direito e dos códigos legais.
A pessoa deficiente, ser de espírito, ganha ‘alma’ na sociedade me- Sociedade medieval - perío-
dieval, pois as concepções de sociedade e ser humano passam a ser do histórico caracterizado pela
dirigidas, no contexto social, pelas doutrinas e dogmas cristãos. Com a ascensão do cristianismo que
ascensão do clero a uma posição política na estrutura social, instala-se submete as concepções de ser
humano e a organização social
a submissão de uma concepção de ser humano à ideologia cristã. Esta aos dogmas e à disciplina reli-
passa a subordinar as relações homem-mundo e homem-homem à giosa. Essa orientação dogmática
teologia e a seus princípios de fé, considerando um ‘Deus’ onipotente da relação ser humano-mundo
e poderoso, que tudo sabe e tudo pode. era prevista pelos princípios da
fé em um ‘Deus’ onipotente a
quem os seres humanos deviam
obediência e votos de castidade
e pobreza. Com influência acen-
tuada na monarquia, o clero
constitui a monarquia clerical-
católica, que comunicava uma
doutrina de massa, mantendo os
servos conformados com a idéia
da glorificação e da recompen-
sa pela obediência, pobreza e
trabalho. A escravidão/servidão
não incomodava os adeptos da
fé, homens nobres, já que essa
classe de humanos e suas con-
dições na organização social não
degradavam os pretensos valo-
res humanistas.
Fig. A2: Deficiente aos olhos de Deus, mas longe de tudo e de todos.
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Atividade
Atividade A1 - Para realizar a atividade, entre em contato com o professor
da disciplina.
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Atividade
Atividade A2 - Para realizar a atividade, entre em contato com o professor
da disciplina.
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médico-pedagógico.
Ainda considerando o paradigma da exclusão/segregação na Edu- Saiba mais
cação Especial, é importante lembrar que, no Brasil, o discurso de po- Os representantes do modelo
der que normaliza fez com que as deficiências, no contexto educativo foram: J. P. Bonet (1620), au-
tor da primeira obra impressa
comum, fossem consideradas estranhas e intoleráveis, tomando como
“Redação das Letras e Arte de
modelo educacional a homogeneidade. A diferença desordenava e, Ensinar os Mudos a Falar”; C.M.
como categoria do paradigma da exclusão, sempre foi tida como ele- L’Epée (1770), fundador da ins-
mento de divisão e separação. A diferença como atributo vai designar tituição para o ensino de surdos
e criador do método dos sinais;
a comparação relacional entre coisas e sujeitos, por isso tem o intuito
C. Barbier (1819), criador do pro-
de explicitar o que um sujeito tem em relação ao que outro não tem. cesso de escrita codificada por
A diferença tomada como possibilidade de ordem social e de homoge- pontos salientes representando
neidade educacional acabou, por muito tempo, organizando estruturas, os trinta e seis sons básicos da
língua francesa; L.Braille (1829),
limitando espaços e dando significados às práticas e aos sujeitos que se
criador do sistema Braille; J. Itard,
utilizavam da Educação Especial. aluno de Philippe Pinel, que, no
início do século XIX, dedicou-se
à educação de Victor de Aveyron,
3.2. Paradigma Integracionista – Integração
diagnosticando que o menino
permanecia como um ‘selvagem’
devido à privação da convivência
social; M. Montessori desenvol-
veu um programa de treinamen-
to para crianças com déficit cog-
nitivo (Mazzotta, 1996).
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Glossário
Inclusão - “Processo pelo qual a
sociedade se adapta para poder
incluir, em seus sistemas sociais
gerais, pessoas com necessida-
des especiais e, simultaneamen-
te, estas se preparam para assu-
mir seus papéis na sociedade”
(Sassaki, 1999, p.41).
AlERTA
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no Brasil?
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4. Bibliografia da Unidade A
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
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UNIDADE B
Objetivos
Introdução
AlERTA
Caro(a) acadêmico (a):
Observe que falar sobre defici-
Dando continuidade aos nossos estudos, você receberá informa-
ência, diversidade e diferença é
ções básicas para entender a definição conceitual e terminológica sobre uma questão de representação
os sujeitos da Educação Especial. Depois, abordaremos cada uma das e esta vai se construindo pelas
categorias determinadas pela diferença, para que você saiba a classifi- relações de cada sujeito com a
sociedade, originando, a par-
cação e as particularidades de cada sujeito com altas habilidades, con-
tir daí, uma imagem e conceito
dutas típicas, autismo, transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade, com significado e sentido. Por
deficiência física, paralisia cerebral, deficiência visual, surdo-cegueira, isso, representação pode ser:
surdez, deficiência mental, deficiência múltipla e síndrome de Down. Representação mental: criação
de imagem, sons, cheiros, idéias,
No final desta Unidade, serão feitas algumas considerações importan-
valores, etc. Uma espécie de
tes sobre esses sujeitos. chave interpretativa que cada ser
humano constrói para se relacio-
nar e trabalhar com o mundo;
1. Deficiência/ Diversidade ou Diferença: conceitos Representação social: enten-
e terminologias de-se pelo conjunto de idéias,
conhecimentos, valores, ideolo-
Hoje em dia, existe uma invasão obstinada nos discursos peda- gias, regras e normas, que têm
origem na vida cotidiana e do
gógicos dos termos deficiência, diversidade e diferença. Uma das
senso comum. Esse conjunto
questões recorrentes, e que tem sido debatida em vários estudos e orienta o pensamento prático,
concepções teóricas, está relacionada ao espaço da diferença e ao es- a comunicação e compreensão,
paço da diversidade. as relações e as atitudes huma-
nas (individuais e coletivas), em
Mas como pensar esses espaços? Eles são os mesmos espaços, o
um determinado agrupamento
da diferença e o da diversidade? social.
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Atividade
Atividade B1 -Para realizar a atividade, entre em contato com o professor
da disciplina.
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Então, diante dos critérios, alguns mais técnicos e outros mais so-
cioculturais, temos, no Brasil, a Política Nacional de Educação Es-
pecial (1994), que apresenta definições e classificações dos sujeitos
com
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Desatenção
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Agitação ou Hiperatividade
-- falar em demasia.
Impulsividade
A criança freqüentemente:
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2.3. Autismo
Pela primeira vez, Leo Kanner, em 1943, definiu autismo como sen-
do um distúrbio afetivo. Argumentam os psicanalistas que a causa esta-
ria ligada a um lapso da relação mãe-filho, fatores familiares e perturba-
ções psiquiátricas parentais. Eram sujeitos considerados incapazes de
estabelecer contato interpessoal, com linguagem sem valor simbólico e
com movimentos estereotipados e repetitivos.
Nas exposições de Mello, o sujeito autista é aquele que apresenta
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2.6. Surdo-cegueira
Segundo a Política Nacional de Educação Especial (1994, p. 14), Nada melhor para conhecer a
deficiência auditiva é a “perda total ou parcial, congênita ou adquirida, realidade de um surdo que re-
da capacidade de compreender a fala por intermédio do ouvido”. conhecer sua língua, a LIBRAS.
Então, acesse o dicionário de
LIBRAS em http://www.acesso-
brasil.org.br/
Caro acadêmico:
Não esqueça da distinção entre os termos deficiente auditivo e sur-
do. É preciso considerar que o deficiente auditivo e o surdo não pos-
suem a mesma identidade. Você está lembrado de que o deficiente
auditivo, por ter restos auditivos que podem ser corrigidos, pode falar?
E que o sujeito surdo, que usa a comunicação visual através da língua
de sinais, não usa a comunicação auditiva?
Então, agora, podemos classificar as perdas auditivas de acordo
com o grau de surdez. Conforme veremos a seguir, a pessoa surda pode
ser considerada como parcialmente surda ou deficiente auditiva (seção
2.7.1) ou surda (seção 2.7.2).
2.7.2. Surdo
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auto-ajuda e de comunicação.
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4. Bibliografia da Unidade B
Bibliografia básica
Bibliografia Complementar
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UNIDADE C
Objetivos
Introdução
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Fig. C1: Entre o legal e o legítimo está o impulso humano de ir para frente.
Atividade
Atividade C1 -Para realizar a atividade, entre em contato com o professor
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Atividade
Atividade C2 -Para realizar a atividade, entre em contato com o professor
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Atividade
Atividade C3 -Para realizar a atividade, entre em contato com o professor
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7. Bibliografia da Unidade C
Bibliografia básica
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Bibliografia Complementar
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buições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Senac, 1997.
01
Título: Meu Nome é Rádio
Autor: Michael Tollin
Data: 2003
Acesso em: 23 de maio de 2007
Disponível em: http://www.foxvideo.com.br/filmes/index.asp?fCodigo=
53000&fArea=2
02
Título: Meu Filho Meu Mundo
Autor: Glenn Jordan
Data: 1979
Acesso em: 23 de maio de 2007
Disponível em: http://www.bvs-psi.org.br/filmes/filmes_action.asp?id
=35
03
Título: Meu Pé Esquerdo
Autor: Jim Sheridan
Data: 1989
Acesso em: 23 de maio de 2007
Disponível em: http://www.bvs-psi.org.br/filmes/filmes_action.asp?id
=32
04
Título: Do Luto à Luta
Autor: Evaldo Mocarzel
Data: 2005
Acesso em: 23 de maio de 2007
Disponível em: http://www.bvs-psi.org.br/videos/videos_action.asp?id
=389
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