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AUDIÊNCIA PÚBLICA DO GASODUTO

CABIÚNAS – REDUC
GASDUC 3

MUNICÍPIO DE
CASIMIRO DE ABREU / RJ

DATA: 14/02/2008
LOCAL: Centro Educacional Coração de Jesus - CECOJ
Rua Padre José Maria Yannes Garcia, 277
Casimiro de Abreu – RJ
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AUDIÊNCIA PÚBLICA GASODUTO CABIÚNAS-REDUC
Gasduc 3

MÁRCIA – Bem vindos. Bem, meu nome é Márcia, eu sou Técnica de Segurança do
Gasoduto Cabiúnas-Vitória, Cabiúnas-Reduc, desculpa. Eu vim falar alguma coisa
sobre segurança. Bem, o local dispõe de duas saídas de emergência, à esquerda e à
direita, temos também quatro extintores no local, de CO2, água e pó químico, além de
um posto de primeiros socorros e uma ambulância do lado de fora. Agora, em caso de
emergência, por favor mantenham-se calmos e aguardem a orientação do segurança do
local. Tenham todos uma boa noite e um bom proveito do evento. Obrigado.

ISAÍAS – Passamos a palavra para o Presidente da mesa para abertura da Audiência


Pública.

ANTÔNIO GUSMÃO – Boa noite! Desculpe o susto, mas uma boa noite para todos.
Eu não estou ouvindo aqui, boa noite!

TODOS – Boa noite!

ANTÔNIO GUSMÃO – Gente boa, estamos reunidos aqui para o procedimento de


Audiência Pública aqui no Município de Casimiro de Abreu, recebendo também colegas
moradores de outros municípios próximos, como Macaé, a turma de Rio das Ostras,
quem é de Macaé aí? Certo. Rio das Ostras? Casimiro de Abreu? Silva Jardim? Isso.
Mais algum outro município representado aqui? A turma de Macaé está vencendo, será?
Então gente boa, nós vamos convidar para compor aqui a nossa mesa, algumas
autoridades que estão presentes aqui também, como o nosso colega, o Luis Nelson, aqui
da Secretaria de Meio Ambiente, por favor, de Casimiro de Abreu. O Luis Nelson está
representando o Secretário de Meio Ambiente. Temos também o nosso colega Henrique
Emery, representando a Secretaria de Meio Ambiente de Macaé. Cadê o nosso colega?
Obrigado pela presença. Quando a gente participa de uma Audiência Pública com a
turma animada presente, para a gente é sempre um motivo de satisfação, não é isso?
Queria apresentar os colegas aqui da mesa, representando a FEEMA o engenheiro
Alencar, o Professor Franklin da CECA, o Secretário da audiência aqui é o Fernando, eu

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sou o Gusmão, Paulo Montes representa a Petrobras e o Roberto, a empresa que fez o
estudo de impacto. O que a gente vai discutir aqui hoje, junto com vocês e na presença
também do Sub-Secretário de Estado de Meio Ambiente, que é o nosso colega Professor
Antônio da Hora, que vai ficar de olheiro aí, certo Antônio? O Antônio da Hora vai ficar
observando a audiência, representando a Secretaria, o nosso Secretário Carlos Minc.
Nós vamos procurar para vocês esse projeto, que é o Gasoduto Cabiúnas-Reduc, que é
objeto desse licenciamento ambiental. Um gasoduto, dentro da nossa legislação
ambiental, ele tem que ter a licença ambiental para ser implantado, para ser construído.
E dentro do processo de licenciamento ambiental, antes da primeira licença que vai sair,
que é a Licença Prévia, na qual a FEEMA está ainda analisando, verificando quais são
os impactos ambientais, é realizada a Audiência Pública, essa Audiência Pública visa
exatamente, o objetivo dela é explicar para vocês da sociedade, das populações que
podem ser afetadas pelo empreendimento, quais são os impactos, o quê que isso pode
causar. E o momento que vocês tem de perguntar, de tirar dúvidas, de ter os
esclarecimentos referentes a esse empreendimento, é esse momento aqui. Então, como é
o procedimento da audiência? O procedimento é, a Petrobras fala, que é a dona do
gasoduto, a empresa que fez o Estudo de Impacto Ambiental explica quais foram os
critérios, quais são os impactos, em seguida a FEEMA, que nesse momento está sendo
representada pelo Engenheiro Alencar, vai mostrar para vocês como é que está sendo
feita essa análise, qual é a visão da FEEMA em relação a isso, e aí abre a palavra para
vocês, e vocês vão fazer as perguntas. Só que essas perguntas que vocês fazem, elas
devem ser feitas numa ficha que vocês vão receber, para poder ficar arquivado dentro
do processo de licenciamento. E essas perguntas é que vão trazer mais alguma
informação, mais alguma idéia para a FEEMA, que está ainda analisando o pedido da
licença, está certo? Por isso que é importante a participação de todos, no sentido de
trazer ajuda, a colaboração, as manifestações de vocês, para serem analisadas ainda. E é
lógico, vocês tirarem aí as dúvidas, as ansiedades que vocês tem com a passagem de um
gasoduto nos municípios que vocês moram. Daí a necessidade da participação, da
presença das autoridades locais, é o que está acontecendo hoje. Então, Isaías, que é o
nosso chefe de cerimônia, muito elegante, sempre pontual, nós vamos então, para iniciar
o nosso encontro, inclusive o Professor Diogo já deve estar preocupado com isso, nós
vamos executar o Hino Nacional Brasileiro, e acho que já está pronto aí para a gente
começar, ok. Diogo, então anota o momento importante, simbólico, essa hora e vamos
ouvir o Hino Nacional Brasileiro.

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EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL BRASILEIRO

ISAÍAS – Poderiam sentar, com a palavra o Presidente da Mesa.

ANTÔNIO GUSMÃO – Bem, então nós já apresentamos a mesa, vocês estão vendo
representatividade do Estado, da secretaria, nós da CECA, colegas da Petrobras, como
empreendedora, a empresa que fez o Estudo de Impacto, representada pelo Roberto,
quer dizer, uma empresa privada, a participação da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Macaé e de Casimiro de Abreu. E nós temos além da presença do Antônio
da Hora, temos algum colega do Ministério Público presente aqui? Alguém do
Ministério Público do Estado ou Ministério Público Federal? Bom, quando chegarem
então, nós podemos convidar para compor a mesa. Ah, o Secretário de Meio Ambiente
de Silva Jardim, o Rafael, cadê o colega Rafael? Faz favor, venha compor a mesa
conosco também. Cadê a turma de Silva Jardim? E para nós termos também uma
composição bem de bastante diversidade na mesa, e que eu tenho a honra de convidar
também para participar da mesa, um representante de uma organização não
governamental, que é o colega Hélio Vanderlei, que está aqui representando a ONG da
Mata Atlântica, cadê o Hélio Vanderlei? Onde é que ele está? Está escondido? Então
palmas, veio até correndo. Bom, então a mesa composta, as pessoas já acomodadas,
novamente agradeço a presença e participação de todos, e vamos iniciar a apresentação
da Petrobras do empreendimento, o nosso colega Paulo Melo.

PAULO MONTES – Boa noite. O meu nome é Paulo Montes e eu vou fazer a
apresentação do empreendedor, sobre essa nova obra da Petrobras, o Gasduc 3. A
Petrobras disponibiliza hoje no Brasil vários tipos de energia álcool, energia solar, gás
natural, petróleo e derivados, energia eólica e biodiesel, no caso aqui, a gente vai
discutir um empreendimento que está ligado a área de gás natural.

ANTÔNIO GUSMÃO – Paulo, eu, desculpa. Vocês estão ouvindo bem?

PAULO MONTES – Está baixo?

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ANTÔNIO GUSMÃO – O som não está claro, não é isso? Tem como melhorar aí para
a turma?

PAULO MONTES – Então vamos lá. Vantagens do uso do gás natural. Vantagens
econômicas, geração de energia elétrica junto aos centros de consumo, aumento da
criação e da competitividade das indústrias, aumento da oferta de emprego e
diversificação da matriz energética. Vantagens ambientais. Queima mais limpa, com
menor emissão de gases, uso em veículos automotivos, diminuindo a poluição urbana,
rápida dispersão no ar em caso de vazamento. Utilização de gás natural. O gás natural
que vai ser transportado por esse gasoduto, ele pode ser utilizado em automóveis, em
usinas termoelétricas, em indústrias, em comércio e nas residências. Esse gasoduto, ele
está vinculado a um plano de antecipação de produção de gás da Petrobras, comumente
a gente chama ele de Plangás. Ele engloba a construção de gasodutos e de outras
instalações para aumentar a oferta de gás natural nas regiões sul e sudeste do país. Entre
outras medidas, o programa prevê a construção de 4.526 km de novos gasodutos e novas
plataformas de petróleo, ampliação da infraestrutura de transporte de gás natural
liquefeito e ampliação da frota nacional de navios petroleiros. Desses 4.500 km
aproximado, o gasoduto que a gente está propondo aqui, ele vai de Cacimbas, perdão,
ele vai aqui de Macaé, a região de Cabiúnas até Duque de Caxias, na região de Campos
Elíseos. Ele tem 187 km aproximadamente. Então, ele está localizado nessa região. Esse
programa Plangás tem investimentos distribuídos ao longo da costa brasileira, do
Espírito Santo, localidade de Cacimbas até a região de Cubatão em São Paulo. O
gasoduto Cabiúnas-Reduc 3, comumente chamado de Gasduc 3, é uma das obras do
Plangás, interligando a outros gasodutos. Interligado a outros gasodutos, permitirá
transportar gás natural proveniente da Bacia de Campos e dos campos de produção do
Espírito Santos, para a estação de compressão de Campos Elíseos em Duque de Caxias.
Poderá também ser utilizado para transportar gás no sentido Campos Elíseos-Cabiúnas e
abastecerá principalmente as usinas termoelétricas Macaé-Merchant e Norte
Fluminense-Macaé. Então, esse gasoduto tanto pode levar gás no sentido Macaé-
Campos Elíseos, quanto no sentido Campos Elíseos-Macaé. O diâmetro dele é 38
polegadas, isso é cerca de 97 cm de diâmetro, a vazão projetada dele é 40 milhões de
m3/dia, isso é equivalente, é igual a 2,5 milhões de botijões de gás de 13 kg, aquele
botijão que a gente tem em casa, comumente ligado ao nosso fogão. Investimento total
com a linha tronco e estação de compressão, são 738 milhões que a Petrobras está

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investindo nessa obra. Mão-de-obra, a previsão é de uma geração de empregos de cerca
de 1.600 empregos diretos, na construção tanto do gasoduto, quanto da estação de
compressão. Cronograma de execução, aproximadamente 13 meses após a emissão da
Licença de Instalação pela FEEMA. Sentido bidirecional, Cabiúnas-estação de
compressão de Campos Elíseos-Cabiúnas. Aqui a gente tem um traçado dele, mostrando
aqui saindo da região de Cabiúnas em Macaé, atravessa Macaé, passa por Rio das
Ostras, entra em Casimiro de Abreu, atravessa Silva Jardim, Cachoeiro de Macacu,
onde a gente vai construir um túnel nessa região, para transpor a Serra dos Gaviões,
região de Guapimirim, Magé e Duque de Caxias. Principais travessias rio Macaé, canal
Virgem Santa, rio São João, rio Guapiaçú, rio Magé, rio Suruí e rio Estrela. Demais
instalações, temos a construção e montagem de 11 válvulas intermediárias de bloqueio
automático e mais uma em cada extremidade, duas áreas de lançamento de “Pig” e
interligação de dois pontos de entrega de gás já existente. Obras especiais, construção
de um túnel de 3,7 km para transposição da Serra dos Gaviões em Cachoeiro de
Macacu. Instalação de fibra ótica e de sistema de monitoramento e controle de operação
do duto. Aqui a gente tem um diagrama com o andamento do processo. Nesse momento
a gente está realizando aqui a Audiência Pública. As fases do empreendimento que a
gente já terminou são o aerolevantamento, avaliação sócio ambiental, cadastramento
físico e jurídico dos proprietários que serão afetados pela obra, projeto básico do
gasoduto, Estudo de Impacto Ambiental, nesse momento a gente está em Audiência
Pública e estamos começando a negociação e aquisição de áreas. Bom, falta a Licença
Prévia ser emitida pela FEEMA, Licença de Instalação, autorização de construção,
construção e montagem propriamente do duto, emissão da Licença de Operação e
Autorização de Operação. Agora eu vou falar um pouquinho das etapas de construção e
montagem de um duto, ou seja, qual vai ser o tipo de obra que vai ocorrer na
propriedade de vocês e redondezas. A gente começa a obra com uma implantação
topográfica, topógrafos, teololitos, estação total, para demarcar a exata localização de
montagem do duto. Depois a gente passa por uma fase de abertura de pista, em alguns
lugares aqui a pista já está aberta, porque já tem outros dutos instalados, em alguns
lugares a gente vai abrir uma pista nova. Desfile de tubos, vamos desfilar os tubos ao
longo do lugar onde ele vai ser montado. Depois soldamos os tubos um a um,
inspecionando toda as juntas com ultra-som, para verificar se elas estão bem executadas,
estão próprias. Revestimento de junta, para manter o aço do duto isolado da terra, para
que não haja corrosão. Abertura de vala, depois a gente abre a vala ao lado do duto

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soldado e finalmente a gente abaixa a tubulação na vala aberta. Por último a gente cobre
o duto com a terra que a gente retirou da vala, para recompor o terreno original. Temos
uma fase aqui também de descarte de água de teste hidrostático. O duto é testado com
água depois de todo construído, para verificar se ele está bom, se eles está aprovado
para receber gás. Esse descarte é controlado para não haver contaminação do solo.
Realizamos o teste hidrostático com a pressão especificada pelas normas técnicas.
Recomposição de pista. Depois de toda obra completada, a gente vai recompor a pista
para que não haja erosão e que refaça a drenagem do terreno, com relação a chuva.
Sinalizamos os dutos com marcos aonde passa o dutos, marcos nas laterais de faixa,
placas avisando que tem um duto enterrado naquela região, o número do telefone 0800
da Transpetro para qualquer contato. Vou descrever também aqui, algumas obras
especiais que a gente pode fazer durante a construção do túnel, do duto. Em cruzamento
de rodovias a gente sempre coloca um tubo com uma proteção adicional de concreto em
volta, para ele ficar mais resistente. Cobre-se o tubo e depois coloca-se uma placa de
concreto, para dar mais uma proteção, cobre mais um pouco com terra, coloca uma
faixa amarela sinalizando que tem um gasoduto por baixo, e por fim refaz a estrada em
cima. Transposição da Serra dos Gaviões. Aqui eu estou mostrando a área prevista para
o emboque do túnel. A gente vai fazer um túnel nessa região, por facilidade construtiva
e para evitar de ter que subir com a tubulação por cima de toda essa montanha. Aqui é o
lugar que está previsto para a saída do túnel. O túnel tem 3,7 km e vai ser aberto por
debaixo do maciço rochoso, evitando assim que a gente tivesse que passa com a
tubulação por cima dessa montanha toda. Nessa construção do túnel foi escolhida uma
tecnologia bem comum, bem tradicional de construção do túnel, que eu vou demonstrar
agora.

Primeiro a gente faz uma topografia, marca os furos na parede aonde serão furadas,
depois um equipamento, uma perfuratriz, fura na parede do túnel todos os furos
necessários para a colocação de dinamite, a dinamite é inserida nos furos que foram
feitas, e depois é detonada essa dinamite, quando essa dinamite é detonada, uma parte
do material é demolido e se avança na obra do túnel. Entram os equipamentos de
remoção do entulho, acaba de acertar a parede do túnel e projeta concreto com pequenos
pedaços de arame na parede do túnel para reforçar as paredes. Depois a gente coloca
alguma proteção adicional de parafusos nas paredes do túnel, para segurar as paredes no
lugar, aqui ele está aparafusando os parafusos, e finalmente, em alguns lugares se coloca

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um reforço metálico para ajudar na formação da parede do túnel. Então está concluído o
túnel. Aqui eu vou falar um pouquinho de supervisão e controle de operação do túnel,
do duto, esse duto é provido de válvulas automáticas de fechamento, caso haja algum
vazamento indevido de gás, essas válvulas bloqueia o fluxo de gás pelo duto, de
maneira a minizar os vazamentos que possam ocorrer. Elas estão espalhadas ao longo
do traçado do gasoduto. Periodicamente são feitas inspeções com o “Pig”, que esse
equipamento, é um equipamento que passa por dentro do tubo, da tubulação, e que
mede vários estados de conservação da tubulação, estado de corrosão ou várias outras
informações a respeito do equipamento, do tubo. Limpeza e manutenção de faixa,
periodicamente é feita, para manter sempre as áreas limpas. E ele também é provido de
um sistema de supervisão e controle, que funciona ou via satélite, ou via cabo de fibra
ótica, que passa ao longo de todo o duto. Esse sistema permite que qualquer
anormalidade na operação, alarme e informe na Central de Controle. Aqui a gente tem a
sala de controle, onde os operadores recebem todas as informações, sobre a quantidade
transportada naquele momento, pressões, temperaturas e também alguma anormalidade
que esteja ocorrendo, e é comunicado via sistema de satélite ou de fibra ótica. Ele é
provido de um sistema de detecção de vazamentos, que controla a vazão de entrada e de
saída do duto. Então, se a vazão que chega no destino final é menor do que a que saiu, o
computador calcula e alarma, informando que alguma quantidade de gás foi perdida ao
longo do caminho, possibilitando assim uma atuação imediata, caso ocorra algum
problema. Agora a gente vai passar um filminho sobre responsabilidade social, com as
diversas ações de responsabilidade social, que vão ser efetuadas durante a construção e
montagem do gasoduto.

EXIBIÇÃO DE FILME
“Para ampliar a oferta de gás natural à população brasileira e às empresas instaladas
no país, a Petrobras está construindo uma série de novos dutos. Essas obras provocam
mudanças no dia-a-dia dos moradores, como por exemplo, o aumento do tráfego de
veículos nas estradas e acessos, para transporte de pessoal, máquinas e equipamentos.
Mas também geram novos postos de trabalho. A Petrobras desenvolve uma série de
programas voltados para os trabalhadores e para as comunidades localizadas
próximas às frentes de trabalho, e reafirma constantemente o seu compromisso com o
desenvolvimento sustentável e a busca da melhoria das condições de vida da população
brasileira. Além de incentivar as empresas contratadas a privilegiar a mão-de-obra

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local, a engenharia da Petrobras realiza o Programa de Desenvolvimento de Mão-de-
Obra, com foco em elevação de escolaridade, capacitação e certificação de
trabalhadores. Pensando na segurança dos trabalhadores e das comunidades, a
engenharia criou o Programa Direção Legal, através dele motoristas recebem
informações sobre segurança no trânsito, cidadania e meio-ambiente e aprendem a
evitar acidentes, protegendo a integridade física das pessoas, sejam elas passageiros
dos veículos ou pedestres. Voltado para o público infantil, o Criança Esperta Não
Entra pelo Cano, conscientiza as crianças sobre os riscos de brincar na área da obra,
além de mantê-las afastadas dos equipamentos e das valas abertas. No Programa de
Educação Ambiental são realizadas oficinas de pintura e colagem, teatro e
apresentações de mágica e de palhaços, que de uma maneira leve e bem humorada,
ensinam as crianças como cuidar do meio ambiente e de sua própria segurança. A
importância de reciclar o lixo e cuidados para garantir a boa saúde do corpo, também
fazem parte do programa. Para o público adulto são realizadas oficinas e palestras de
interesse da comunidade. A Petrobras incentiva que as empresas contratadas realizem
atividades de arte e educação, e em caso de populações indígenas e quilombolas, são
realizados programas de educação ambiental voltados para o resgate cultural dessas
comunidades. O Programa de Salvamento de Fauna e Flora, resgata espécies
encontradas durante as obras, remanejando-as para áreas adjacentes ao duto. Para
identificar e preservar sítios e achados arqueológicos, a Petrobras desenvolve
Programa de Salvamento do Patrimônio Arqueológico, e interage junto aos municípios
para implementar o Programa de Educação Patrimonial nas escolas. Estas ações
representam o compromisso social e ambiental que fazem da Petrobras a sexta maior
empresa de petróleo no mundo.”

PAULO MONTES – Queria agradecer a presença de vocês, e agora vou passa a


palavra ao Presidente da mesa.

ANTÔNIO GUSMÃO – Bem, obrigado ao colega Paulo Montes. E agora nós vamos
passar a palavra para o representante da empresa Biodinâmica, que fez o Estudo de
Impacto Ambiental, que é o Roberto Simões. Ele agora vai explicar para vocês como foi
feito o estudo. É importante vocês lembrarem que as perguntas que vocês já estão
pensando aí, já estão elaborando na cabeça, depois vocês vão escrever nesse bloquinho

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que receberam junto com o material distribuído, está certo? Então aqui vocês já vão
pensando as perguntas que vão fazer. E agora com a palavra o Roberto Simões.

ROBERTO SIMÕES – Boa noite a todos. Meu nome é Roberto, eu sou Biólogo,
coordenei pela Biodinâmica, que foi a empresa contratada pela Petrobras para
elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, eu coordenei esse relatório, e hoje eu vou
apresentar aqui para vocês, mais ou menos em meia hora, como que a equipe elaborou
esse relatório, o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental,
como que isso foi feito e os principais resultados.

Bom, a Biodinâmica montou uma equipe de 42 profissionais de diferentes


especialidades, então foram, fizeram parte da equipe um grupo de biólogos, agrônomos,
engenheiros, geólogos, jornalistas, economistas, um grupo bem grande de especialistas.
O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental, chamado EIA-
RIMA, ele foi elaborado com base num documento emitido pela FEEMA, que chama
Instrução Técnica, a Instrução Técnica é um documento que diz o que o Estudo de
Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental devem conter, item a item, e
também o Estudo de Impacto Ambiental foi elaborado com base em toda legislação
ambiental brasileira federal, estadual e municipal, e aqui o destaque na CONAMA 1 e
na DZ-041 da FEEMA. Bom, como o representante da Petrobras já falou, o gasoduto
Gasduc 3, ele vai interligar a estação de Cabiúnas, o terminal de Cabiúnas, que é o
TCAB, que é uma estrutura que já existe hoje, e esse gasoduto Gasduc 3 vai ligar esse
terminal a uma estação de compressão, chamada Estação de Compressão de Campos
Elíseos. Essa estação de compressão é uma estrutura nova, que também está sendo
licenciada nesse empreendimento, nesse processo de licenciamento. E esse duto vai
transferir o gás natural da bacia de Campos do Espírito Santo, lá para o Rio de Janeiro,
para os consumidores do Rio de Janeiro e também vai abastecer o gasoduto Japeri-
Reduc. Bom, antes a equipe da Biodinâmica começar a realizar o diagnóstico, saber
como que é o meio ambiente aonde o gasoduto vai ser inserido, foram estudadas três
alternativas de traçado, ou seja, três alternativas, três caminhos por onde o duto poderia
passar. E entre as alternativas foi escolhida uma delas, que foi a alternativa 3, e essa
alternativa, em alguns momentos essa faixa, o duto vai ser instalado em faixa existente,
ou seja, o duto deverá ser instalado em áreas aonde já existem outros dutos, sem a
necessidade de ampliar essa faixa, em outros trechos haverá necessidade de ampliar essa

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faixa para instalar o novo duto, e em alguns outros trechos, para instalar o Gasduc 3 será
necessário uma faixa nova. Isso aqui está representado aqui nesses slides. Então, na
alternativa 3, que foi escolhida, aonde está marcado de verde representa faixa existente,
ou seja, aqui olha, Macaé, Rio das Ostras, Casimiro, por exemplo, nesse trechos o
Gasduc 3 será instalado em áreas aonde já existem outros dutos, aonde a faixa já existe.
Em alguns momentos esse duto ser instalado em faixa nova, como aqui por exemplo, na
frente da Rebio Poço das Antas. Aqui em Silva Jardim, lá em Silva Jardim praticamente
o duto todo em faixa existente, com um pequeno trecho em faixa nova. Em Cachoeiras
de Macacu um grande trecho em faixa nova. Próximo. E aqui de Guapimirim até Duque
de Caxias, o Gasduc 3, sendo instalado, será instalado intercalando faixa existente, áreas
de faixa existente e áreas de faixa nova. Próximo. Bom, o Gasduc 3, nessa alternativa
escolhida, aproximadamente 70% do seu comprimento será instalado em faixa existente.
E para a escolha dessa alternativa foram analisadas, estudadas algumas interferências,
como as áreas alagadas, os corpos hídricos, unidades de conservação, fragmentos
florestais e as áreas urbanas. Então, essa daqui é uma figura, um mapa que foi
apresentado no Estudo de Impacto Ambiental, aonde mostra os municípios atravessados
pelo duto. Então ele sai aqui de Macaé, sai de Macaé no km 0, passa por Rio das
Ostras, atravessa Casimiro de Abreu, Silva Jardim, aqui em Cachoeiras de Macacu, tem
um trecho em túnel esse trecho aqui, um túnel de aproximadamente 3,750 km, aí ele vai
para Guapimirim, Magé e termina na Reduc, mais ou menos 178 km. Próximo, mais
um. Bom, a gente precisou delimitar a área de estudo, que é a área aonde aqueles
pesquisadores que eu mostrei lá no primeiro slide, fizeram os estudos. Então foi
delimitada o que a gente chama de AII, que é a área de influência indireta, é uma área
aonde estão presentes os principais impactos indiretos do empreendimento sobre os
meios físico e biótico. E essa área é representada por um corredor de 10 km no entorno
da faixa. Então, numa faixa de 10 km, cinco quilômetros para um lado e cinco para o
outro, estão presentes os principais impactos indiretos dos meios físico e biótico. Já a
área de influência indireta, ou seja, onde estão os impactos indiretos do meio antrópico,
são os municípios atravessados, são aqueles que a Petrobras já mostrou anteriormente, e
eu também já mostrei no mapa. E aqui a extensão de cada município atravessado pelo
duto. Então aqui, o duto tem aproximadamente 178 km, e aqui eu mostro que em Macaé
aproximadamente 24 km atravessados pelo duto, Rio das Ostras 16 quase, Casimiro de
Abreu, 26.8, Silva Jardim 35 km, e aqui somando todos, os 178 km do duto. Próximo. E
também, foi estudada a área de influência direta, que é onde estão os impactos diretos

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do empreendimento ao meio ambiente. E essa área representa um corredor de 800
metros ao longo do duto, 400 metros para cada lado. Vou representar, mostrar agora
para vocês essas áreas de influência direta e indireta. Então os municípios, todos os
municípios, tanto Casimiro de Abreu como os outros sete municípios, foram
considerados áreas de influência indireta do meio antrópico. Essa linha preta, mais
escura aqui no meio, representa o Gasduc 3. Essa faixa cinza aqui, essa área é a área de
influência indireta dos meios físico e biótico, que representa 10 km. E essa faixa menor
aqui, é a área de influência direta, onde estão os impactos diretos do meio ambiente.
Bom, o diagnóstico ambiental é um estudo feito por aqueles pesquisadores, para
entender como é a região por onde vai passar o empreendimento. Então a gente chama
isso de diagnóstico ambiental, como que o empreendimento, como que a região do
empreendimento está hoje. Então para o meio físico, aqueles pesquisadores estudaram o
clima, relevo, os recurso minerais, os solos, a susceptibilidade de erosão, aptidão
agrícola, geotecnia e recursos hídricos. Foi possível observar que a maioria da região, a
grande parte da região por onde esse duto deverá passar, é composta por um ambiente
parecido com este, uma área de relevo, são áreas de relevo plano e suave em sua grande
maioria. Mas também existem áreas aonde o relevo é mais acentuado, como por
exemplo aqui, a região de Cachoeiras de Macacu, aonde deverá ser atravessada por um
túnel, aqui a região do emboque, também já foi mostrado, e aqui do outro lado da Serra
dos Gaviões, mostrando a área possível do desemboque do túnel. Próximo. O
diagnóstico ambiental do meio biótico, foram estudadas a vegetação da região, a fauna e
as Unidades de Conservação. Então, foi elaborado um mapa, aonde mostra o
empreendimento, aqui o gasoduto, o Gasduc 3. E foram mapeadas as áreas de pastagem,
floresta, aqui em verde escuro, as áreas de lavoura, aqui em laranja, as áreas urbanas,
onde tem as cidades, aqui em vermelho. E a conclusão chegada foi que grande parte da
área desse empreendimento é composta por pastagens e lavouras, mais de 70%. Mas
também existem áreas de floresta, de 17%, áreas de brejos e mangues, quase 6%, áreas
urbanas e industriais e outras áreas. Próximo. A faixa por onde o Gasduc 3, essa faixa
que foi estudada, aonde deverá ser implantado o Gasduc 3, tem aproximadamente 500
hectares. Como eu disse no slide anterior, tem umas áreas aonde estão presentes
florestas, mangues, e para esse duto ser instalado, não pode existir floresta em cima, a
florestas deverá ser retiradas, é o que a gente chama de supressão, é a retirada da
vegetação, para que o duto seja instalado. E essa floresta não poderá ser plantada
novamente em cima da faixa, por questões de segurança do duto. Então para instalação

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do Gasduc 3 dentro desses 500 hectares, aproximadamente 60 hectares existe vegetação
em cima, que deverá ser retirada, e parte dessa vegetação está presente em Áreas de
Preservação Permanente, que são áreas de entorno de rios, lagoas e mangues. Então,
desses 60 hectares aproximadamente, 6,5 estão em áreas que são protegidas hoje pela
legislação brasileira, áreas que não estão nessa área de preservação permanente. Então
aqui um exemplo em Casimiro de Abreu, aproximadamente 0.1 hectare em área de
preservação permanente e 0,05 em áreas fora de, em áreas que não são de preservação
permanente. Em Rio das Ostras não deverá haver supressão de vegetação. Então aqui,
mostrando todos os municípios aonde deverá ter supressão de vegetação. Próximo.
Também foram estudadas todas as Unidades de Conservação, tanto as atravessadas,
quanto as próximas ao duto. Foram identificadas aproximadamente, foram identificadas
45 unidades de conservação, sendo que cinco delas deverão ser atravessadas pelo duto,
que são cinco APAs. Então, são a APA da Estrela, em Magé, atravessada em 600
metros, a APA Suruí, também em Magé, atravessada 15 km, a APA Guapi-Guapiaçu,
em Guapimirim, atravessada em aproximadamente 12 km, a APA da Bacia de Macacu,
que possui território em Guapimirim e Cachoeiras de Macacu, aproximadamente em 20
km atravessada, e aqui a APA da Bacia do Rio São João Mico-Leão-Dourado, que está
presente em diversos municípios, e ela é atravessada em aproximadamente 68 km. E
aqui estão as outras Unidades de Conservação atravessadas, atravessadas não, aqui perto
do duto, próximo até 10 km. Então temos estações ecológicas, repetindo, elas não são
atravessadas, elas estão próximas ao duto. Estações ecológicas, uma ARIE, parques,
reservas biológicas, essas duas reservas são a Poço das Antas e a União, aqui na região.
Próximo. E também várias RPPNs aqui no entorno. E para o diagnóstico ambiental do
meio antrópico, foi estudada a região do empreendimento, sua população, estrutura
produtiva, os equipamentos urbanos e comunitários, a organização social, as
comunidades indígenas e quilombolas, patrimônio histórico, cultural e arqueológico e
uma caracterização mais detalhada da ID, que é essa área de 800 metros, 400 metros
para cada lado. Próximo. Então, essa aqui é uma, acho que vocês conseguem ver bem, é
uma fotografia aérea tirada mostrando aqui a região, são bairros aqui perto em Macaé,
aonde o duto aqui em faixa existente, essa linha vermelha é o Gasduc 3, atravessando
algumas áreas bastante urbanizadas. Então o estudo foi realizado identificando os
impactos do duto nessa região, mas o estudo nessa região aqui em Macaé, o estudo da
Análise de Risco, ele recomendou uma mudança no traçado, e agora o projeto do
Gasduc 3 deverá passar o duto aqui por fora, margeando a linha azul, para que o duto

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não passe aqui por dentro dessa região. Aqui é uma área, aqui são casas e aqui são
loteamentos, aqui já tem um loteamento existente e aqui futuros loteamentos. Então
agora, o projeto do duto vai passar por aqui. Próximo. Aqui na região de Magé, estou
mostrando os principais centros urbanos atravessados, aglomerados urbanos
atravessados pelo duto. Em Magé temos aqui o bairro Ferro Velho, Curva do Jacu, e lá
em Campos Elíseos, na proximidade da Reduc, também uma comunidade chamada
Jardim Ana Clara. Então esses são os três principais aglomerados urbanos atravessados
pelo duto. Próxima. Então depois que o diagnóstico é feito, ou seja, a gente sabe como é
a região hoje e entendendo como que é o empreendimento, é possível identificar e
analisar os impactos que o empreendimento vai fazer nesse ambiente que foi estudado.
Então foram identificados impactos no meio físico, impactos no meio biótico e impactos
no meio antrópico. E agora eu passar para vocês impacto por impacto. Foram
identificados 16 impactos, eu vou passar cada um deles, numa estrutura parecida com
essa desse slide, aqui em cima o nome do impacto, aqui algumas características do
impacto, aqui em baixo como que, o porque que o impacto acontece e aqui algumas
medidas para minimizar os impactos negativos, e medidas para potencializar os
impactos positivos. Então vamos lá, o primeiro impacto é alteração na rede de
drenagem, e ele acontece no momento da abertura da faixa, e é um impacto negativo,
temporário e significativo. Então, essas medidas são medidas que a Biodinâmica, que
foi a empresa contratada pela Petrobras, e seus especialistas, são medidas que nós
recomendamos para que a Petrobras faça para diminuir esse impacto. Então são elas,
são as principais medidas elaborar um projeto detalhado das travessias, garantir que não
haja erosão e garantir o escoamento superficial normal nesses leitos. Então temos
programas associados, alguns desses programas foram mostrados na apresentação da
Petrobras. Temos o Plano Ambiental para Construção e o Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas. O segundo impacto, que também e um impacto do meio físico, é um
impacto chamado alteração na paisagem, ele acontece por causa da abertura de faixa e
novos acessos, ou seja, ele só vai acontecer nas áreas de faixa nova, porque aonde já é
faixa existente a paisagem não será alterada, ela continua assim, e aonde será aberta
uma faixa nova, a paisagem por exemplo, que antes era vegetação, vai passar a ser uma
paisagem nessa fisionomia. É um impacto negativo, permanente e pouco significativo.
As medida recomendadas são: a utilização o máximo possível dos acessos existentes,
recomposição da faixa de servidão e evitar também o máximo possível áreas florestadas
e aglomerados urbanos. O programa associado é o Programa de Recuperação de Áreas

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Degradadas. O próximo impacto é início e aceleração de processos erosivos, ele
acontece, é um impacto negativo, cíclico e significativo. Ele acontece devido a
supressão de vegetação e travessia de cursos d’água. As medidas recomendadas,
principais medidas recomendadas pela equipe da Biodinâmica para a Petrobras foram:
regularizar a faixa, implementar revestimento vegetal nas rampas, para evitar erosão, e
evitar, quando possível, executar obras na estação chuvosa. E os programas associados
são: o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e o Programa de Controle de
Processos Erosivos. O próximo impacto é interferência com áreas de autorizações e
concessões minerarias, que também ele causado pela inviabilização de atividades
minerarias em cima da faixa, isso também só vai acontecer em trechos de faixa nova. É
um impacto negativo, permanente e pouco significativo. E como principais medidas
temos: conhecer detalhadamente os processos de lavra, avaliar essas áreas de processo
que serão afetadas, e cadastrar o gasoduto no DNPM, que é o órgão que regulamenta as
concessões minerarias e suas autorizações no Brasil. E como programa associado temos
o Programa de Gestão de Interferências com as Atividades de Mineração. O próximo
impacto é um impacto no meio biótico, que é a perda de ambientes naturais. É um
impacto negativo, permanente e pouco significativo, no caso do Gasduc 3, e acontece
pelo fato da necessidade de supressão de vegetação para instalação do duto e sua
operação, e ampliação do efeito de borda. Então temos como principais medidas
recomendadas: a utilização o máximo possível de acessos já existentes, para não abrir
novos acessos, limitar a supressão de vegetação ao mínimo necessário, ou seja, suprimir
a menor quantidade de supressão possível. E temos como programas associados, os
Programas de Monitoramento da Flora e da Fauna e o Programa de Supressão de
Vegetação. O próximo impacto, também é um impacto sobre o meio biótico, que é a
pressão sobre a biota. É um impacto negativo, permanente e pouco significativo, e ele
acontece devido a supressão de vegetação e movimento das máquinas perto dos
fragmentos vegetais. A principal medida recomendada é a orientação dos trabalhadores
da obra, em relação ao Código de Conduta, para que seja alertada a proibição de caça.
Os programas associados são: o Programa de Monitoramento da Flora e da Fauna, o
Programa de Supressão de Vegetação e o Programa de Educação Ambiental. Próximo.
Esse é um impacto no meio antrópico, que é dinamização na economia local, é um
impacto positivo, temporário e pouco significativo, e ele acontece pelo aumento de
circulação de pessoas no entorno da obra, e o conseqüente aumento na arrecadação de
impostos. Então, como medida recomendada para potencializar esse impacto positivo é

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privilegiar a contratação e o uso de serviços, comércio e insumos locais. O programa
associado é o Programa de Comunicação Social. O oitavo impacto, são dezesseis, o
oitavo é geração de expectativas na população, é um impacto negativo, temporário e
significativo. E ele ocorre devido a possibilidade do empreendimento gerar dúvidas na
população, principalmente aqui sobre a possibilidade de empregos da população na
obra. E como medidas recomendadas principais temos: a priorização da contratação de
mão-de-obra local para a construção do duto e divulgar e esclarecer dúvidas do
empreendimento nas comunidades através do Programa de Comunicação Social. O
próximo impacto é um impacto negativo, temporário e significativo, e ele é chamado
interferências no quotidiano da população, ele é causado por possíveis transtornos
relativos a obra às comunidades que moram próximas a região das obras. E como
medida recomendada principal temos a comunicação com a população local, explicando
o dia-a-dia, as principais etapas da obra. E como programas associados, temos o
Programa de Comunicação Social e o Programa de Educação Ambiental. O próximo é
também um impacto negativo, temporário, mas muito significativo, que é o aumento do
tráfego de veículos. E ele acontece, como o nome já disse, pelo aumento de veículos na
região das obras. E como principais medidas recomendadas, temos, garantir a
implementação das diretrizes do Plano Ambiental Para Construção, elaboração de um
planejamento dos transportes, evitando os horários mais complicados, principalmente os
horários de pico, e definir algumas alterações necessárias no sistema de transporte, junto
ao governo municipal, e ao DER e o DNIT. E como programa associado temos o
Programa de Comunicação Social. O próximo impacto, impacto negativo, temporário e
significativo, é o aumento da emissão de poeiras e ruídos, que também o nome já disse,
ele é ocasionado pela emissão de ruídos e poeiras, durante as obras. E as principais
medidas temos também: garantir a implementação do Plano Ambiental de Construção,
planejar o horário do transporte de pessoal, materiais e equipamentos, para minimizar
aqui as poeiras emitidas, poeiras geradas, e o controle dos níveis de ruídos e poluentes
atmosféricos, através de programas, que são: o Plano Ambiental para Construção e o
Programa de Comunicação Social. O impacto, o próximo impacto é a pressão sobre a
infraestrutura de serviços essenciais, que ele é causado pelo aumento do número de
trabalhadores na região, que poderiam se utilizar de infraestrutura dos municípios, então
foi recomendado que seja implementado um sistema de infraestrutura para atender a
essa população trabalhadora, diminuindo a pressão sobre a infraestrutura dos municípios
que são atravessados, e também a aplicação do Código de Conduta do Trabalhador. E o

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programa associado é o Plano Ambiental para Construção. O impacto treze aqui,
interferência com o uso e ocupação das terras, é um impacto negativo, permanente e
pouco significativo, e ele ocorre devido as restrição de uso na faixa de servidão. E ele só
vai acontecer nas áreas de faixa nova, por que? Existem restrições de uso em cima da
faixa, ou seja, a gente não pode plantar alguns determinados tipos de vegetação, como
espécies arbóreas, porque as raízes poderão atingir os dutos que estão enterrados. Então,
aonde já existe a faixa e o duto será instalado nessa faixa, esse impacto não será sentido,
porque nessas faixas o uso já está restrito. Então, como medidas recomendadas para
minimizar esse impacto que é negativo, temos: esclarecimento dessas condições de uso
na população que vive em torno da faixa, e suprimir o mínimo possível de vegetação. E
o programa associado é o Programa de Estabelecimento da Faixa de Servidão
Administrativa e Indenizações. O próximo impacto, é um impacto negativo, temporário
e muito significativo, que é a instituição e ampliação da faixa de servidão, e ele ocorre
pela necessidade de indenização de alguns proprietários. Então, as principais medida
recomendada para minimizar esse impacto é cadastrar todos os imóveis e famílias por
onde o gasoduto deverá passar, e um acompanhamento da Petrobras de todas as ações
para que dê um apoio às famílias indenizadas, acompanhar todas as etapas desse
processo. E os programas associados são: o Programa de Comunicação Social e o
Programa de Estabelecimento de Faixa de Servidão Administrativa e de Indenizações.
Próximo. Esse impacto, que já teve esse programa mostrado na apresentação da
Petrobras, é um impacto de interferência sobre o patrimônio arqueológico, histórico e
cultural, e ele ocorre principalmente pela escavação de valas, também nas áreas de faixa
nova, e a possível descoberta de algum possível sítio arqueológico e algum artefato
durante a escavação de obra, durante a escavação da vala. E as principais medidas
recomendadas são: uma pesquisa mais detalhada junto ao IPHAN, que é o órgão que
regulamenta a questão de patrimônio arqueológico e cultural e a realização de um
monitoramento constante desse material que porventura venha a ser achado na
escavação da vala. E o programa associado é o Programa de Prospecção Arqueológica.
O último impacto é um impacto positivo, permanente e muito significativo, que é o
aumento da disponibilidade de gás natural. E como medidas recomendadas, através do
Programa de Comunicação Social, é promover campanhas divulgando o gás natural
como uma nova possibilidade de uso energético, e divulgar essa oferta principalmente
às indústrias interessadas nesse gás. E esses programas que foram apresentados em cada
um dos impactos, eles foram dispostos num sistema de gestão ambiental. Então, temos

17
aqui o Programa de Liberação de Faixa, temos os Programas de Supervisão e Controle
das Obras e os Programas de Monitoramento do Empreendimento. Então, foram
recomendadas a implementação de todos esses programas, alguns deles a Petrobras já
apresentou anteriormente. Próximo. Bom

Bom, também foi realizado um Estudo de Análise de Riscos, realizado pela empresa
ITSEMAP do Brasil, que é um empresa especializada no estudo dos riscos do
empreendimento em relação a população. Então, durante a fase de operação,
logicamente. Então esses resultados, eles são comparados com os critérios que a própria
FEEMA estabelece como os critérios aceitáveis. Então os resultados, próximo, por
favor. Os resultados dessa Análise de Risco foram comparados com os critérios da
FEEMA, e esses resultados ficaram dentro dos níveis toleráveis, então, ao longo dos
níveis tolerados estabelecidos pela FEEMA. Próximo. E o Estudo de Analise de Riscos
também apresentou algumas medidas mitigadoras, como por exemplo, implantar e
manter sinalização na faixa, para aumentar a segurança do duto, implementar um

Plano de Gerenciamento de Riscos, o Plano de Ação de Emergências e o sistema de


controle operacional e de monitoramento, que é aquele dos satélites, que já foi também
mostrado pela Petrobras. Próximo. E a conclusão do Estudo de Impacto Ambiental e do
Relatório de Impacto Ambiental foi que, esse empreendimento, ele é um
empreendimento social e ambientalmente viável, desde que os programas ambientais,
que foram aqueles, Prospecção Arqueológica, de Comunicação Social, Educação
Ambiental, todos aqueles que já foram mostrados, e as recomendações do Estudo de
Análise de Riscos, sejam atendidas. Então essa foi a conclusão da Biodinâmica e da
ITSEMAP do Brasil. Próximo. E aqui fica a minha apresentação. Obrigado. A Petrobras
agora parece que quer mostrar um vídeo, que é como se fosse um passeio assim, por
cima da região, mostrando as áreas aqui, as áreas do município e aonde o duto será
implementado. Vou passar aqui o microfone para o Edson da Petrobras.

“EXIBIÇÃO DO FILME – SOBREVÔO”

EDSON – Boa noite a todos. Rapidamente eu vou fazer aqui com vocês um sobrevôo
virtual, mostrando as principais características da região. Antes de começar o sobrevôo,
só para vocês entenderem, aqui é a faixa do gasoduto, esse vermelha aqui. Sai do

18
termina de Cabiúnas em Macaé, ele está compartilhando aqui a faixa com mais cinco
dutos, dois oleodutos e mais três gasodutos. Aí lá na frente, no km 17 ele vai sair, os
três dutos vão sair para a direita, eu vou mostrar para vocês, ele vai continuar seguindo
então a faixa com mais um gasoduto. Aqui é o parna da restinga de Jurubatiba, mais ou
menos 900 m aqui do terminal de Cabiúnas. Vamos começar então? Então saiu daqui no
km 0, terminal de Cabiúnas, região de Macaé, aqui próximo ao mar, compartilhando a
faixa existente com o gasoduto, com os cinco dutos, passa aqui próximo ao, aqui aquela
variantezinha que o especialista da Biodinâmica falou, atravessa o rio Macaé, segue em
faixa existente. Dá uma pausazinha por favor. Aqui no km 17, antes do 17, os outros
dutos seguem aqui em faixa existente, nessa linha aqui dá para ver, e ele continua então,
junto com mais dois dutos, sendo que o outro duto, aqui no km 18 vai para a costa,
então ele passa a existir junto com apenas um duto em faixa existente, junto apenas com
o Osduc 2. Vamos seguir? Ok, então ele está seguindo aqui junto só com um duto a
partir desse momento, sai do Município de Macaé entra no Município de Rio das Ostras,
região de pastagem, tem alguns fragmentos florestais, dá uma desviada. E aqui nesse
ponto, no km 35, ele entra na APA da Bacia do Rio São João, e aqui do lado é a REBIO
União. Saindo então do Município de Rio das Ostras e entrando então, no Município de
Casimiro de Abreu. Em Casimiro de Abreu ele segue também em região de pastagem,
relevo com alguns morrotes, mas a maior parte é um relevo plano. Aqui é a BR-101,
aqui na frente já está Casimiro de Abreu, a Sede Municipal de Casimiro de Abreu, ainda
em região de pastagem, a BR-101 aqui do lado, e aqui na frente a gente encontra a
REBIO Poço das Antas, dá uma paradinha por favor. Aqui então, próximo a REBIO de
Poço das Antas, a faixa existente, todos os dutos chegam do lado de cá da REBIO, entre
a REBIO e a BR-101. A faixa nossa vai passar por outro lado, porque aqui não tem
espaço, do outro lado da BR-101. Continuando aqui. E aqui na frente quando sai da
proximidade da REBIO, ele passa para o lado de cá da BR-101, vai seguindo em faixa
existente, região de pastagem ainda. Aqui já começa a entrar no vale do rio São João,
aqui o rio São João retificado, atravessa o rio São João nesse ponto aqui, faixa existente
ainda. Dá uma paradinha. Aqui olha, no km 98, os dutos seguem a faixa seguindo esse
vale aqui, eles seguem uma encosta, são cinco dutos que seguem aqui, por isso que está
passando aqui, a partir do 98 ele é faixa nova, ele larga a faixa existente, por conta de
aqui estar passando numa encosta, tem muitos dutos aqui, não tem espaço para
construir, então optou-se por fazer uma faixa nova passando por região de túnel. Pode
seguir por favor. Saindo de Silva Jardim então, entra em Cachoeiras de Macacu, e aqui é

19
o emboque do túnel, essa região é a Serra dos Gaviões, e aqui é o término da APA da
Bacia do rio São João, aqui é o desemboque. Então entra aqui no Município de
Cachoeiras de Macacu. Pode parar por favor. Eu só passei esse trechozinho lá da TCAB
até aqui, porque a maioria das pessoas que estão aqui são desses municípios, até para
não alongar muito o tempo também. Obrigado.

ANTÔNIO GUSMÃO – Bem, muito obrigado pela apresentação do Roberto, pela


explicação também em relação ao traçado do gasoduto. E agora nós vamos ouvir o
Engenheiro José Alencar da FEEMA, que vai fazer uso da palavra, dizendo como é que
está sendo feita a análise da FEEMA até o presente momento dessa Audiência Pública.
E vocês já estão aí com os folhetos, fazendo as perguntas de vocês, que serão
apresentadas na próxima fase da audiência.

JOSÉ ALENCAR – Bom, boa noite a todos, meu nome é José Alencar, eu sou Analista
Ambiental da FEEMA, coordenador do grupo de trabalho que elaborou a Instrução
Técnica para a realização desse estudo e coordenando também a avaliação do referido
Estudo de Impacto Ambiental. Eu vou apresentar a avaliação do EIA-RIMA do
Gasoduto Cabiúnas-Reduc, Gaduc 3, e vou procurar ser o mais breve possível, visto que
tudo que tinha que ser dito a respeito do Estudo de Impacto já foi dito. Eu vou mostrar
para vocês a avaliação nossa, a avaliação da FEEMA. Essa transparência é um resumo
do histórico desse processo, e eu gostaria de chamar atenção para as fases desse
processo, desde a sua entrada até a data de hoje, a temporalidade desse processo, como
ele tramitou dentro da FEEMA, esse é um resumo. No dia 15 de janeiro de 2007, foi
dada entrada de requerimento de Licença Prévia. Dia 16/02/2007, a um ano atrás, foi
emitida a Portaria FEEMA PRES nº 2.177, que criava o grupo de trabalho para
elaboração da Instrução Técnica. No dia 15/03/2007 foi emitida a notificação com a
referida Instrução DECON nº 12/2007, recebida pela Petrobras em 22 de março de
2007. No dia 31 de outubro de 2007 nós recebemos o Estudo de Impacto Ambiental e
referido Relatório de, o RIMA. No dia 8 de novembro de 2007, a FEEMA emitiu a
notificação dando o aceite do EIA-RIMA, para fins de análise. Eu gostaria de deixar
isso bem claro, essas datas. No dia 29 de janeiro de 2008 foi emitida a Deliberação
CECA CLF nº 4.943, que autoriza a convocação de Audiência Pública, publicada no
Diário Oficial de 30 de janeiro de 2008, dias 11 e 14 de fevereiro, data de hoje,
Audiência Pública de Magé e Casimiro de Abreu, essa de hoje. Bom, o objetivo da

20
Licença Prévia requerida é de avaliar a possibilidade da construção de um duto para
transporte de gás natural, entre os municípios de Macaé e Duque de Caxias. Essa
avaliação é baseada no uso e ocupação do solo, observando os possíveis impactos do
empreendimento, principalmente às regiões com população e às áreas legalmente
protegidas, APPs e UCNs. Já foi falado também, mas nunca é demais repetir, as
principais características deste empreendimento. O Gasduc 3 partirá do terminal de
Cabiúnas, percorrendo uma extensão de aproximadamente 178,65 km até chegar na
estação de compressão de Campos Elíseos em Duque de Caxias. Atravessará oito
municípios, Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Cachoeiras de
Macacu, Guapimirim, Magé e Duque de Caxias. E essas são as principais características
do Gasduc, como já foi mostrada pela Petrobras e pela consultora. A escolha do traçado,
como foi apresentada para nós e avaliada no estudo ambiental, foram avaliadas três
alternativas para o traçado do duto, cuja decisão de escolha considerou uma série de
fatores tais como extensão, aproveitamento de faixa de dutos já existente, vegetação
nativa, inserção com unidades de conservação da natureza e com áreas urbanas, e
particularmente o risco para a população. Verificou-se que a alternativa 3 foi a que
apresentou melhor viabilidade ambiental, sendo essa a escolhida para detalhamento do
projeto do empreendimento. Como nós avaliamos então os impactos para o meio físico,
meio biótico e APPs e meio antrópico ou socioeconômico. Para o meio físico. Dos
178,65 km de extensão do futuro gasoduto, grandes trechos não contínuos estão em
terras de forte susceptibilidade a erosão, risco geotécnico elevado e em terrenos de
relevo plano, apresentam risco de baixada, uma vez que possui elevado grau de
saturação do solo. Existem diversos pontos de travessia de rios, em terrenos
geotecnicamente instáveis e de alto risco, segundo as cartas geotécnicas, e de
erodibilidade. Existem riscos associados ao corte de taludes em diversos trechos de
encostas, principalmente nas áreas apresentadas como de grau de erodibilidade alto e
moderado. Há risco de ocupação do entorno da faixa por comunidades, o que pode
afetar a qualidade dos solos e a estabilidade dos mesmos. As medidas mitigadoras
extraídas do estudo, e por nós julgadas importantes são essas: o desmatamento das áreas
da faixa deve ser o mínimo possível; devem ser observados todos os cuidados de projeto
com a passagem dos dutos sob rios e córregos; evitar a realização de cortes muito
angulosos nos morros e encostas; e mais importante, chamamos atenção para os
municípios, cabe as autoridades municipais evitar a ocupação no entorno da faixa de
dutos, bem como a Petrobras, através de estudos geotécnicos, avaliar a distância mínima

21
necessária para que as ocupações não causem danos ou provoquem efeitos nocivos aos
mesmos. Para o meio biótico e as áreas de proteção. A faixa de servidão do gasoduto
atravessará áreas de cobertura vegetal, com predominância de gramíneas, pastagens e
fragmentos florestais. As áreas cobertas por vegetação em melhor estado de
conservação serão pouco atingidas, e com isso não haverá perda de variedade de
espécies. Considera-se que a perda de ambientes naturais, na área de influência direta,
habitados pela fauna, será pouco significativa, não gerando grande impacto sobre o
equilíbrio populacional da fauna residente. Ainda para o meio biótico, os cuidados
especiais devem ser tomados durante a construção do gasoduto, na zona de
amortecimento da Reserva Biológica de Poço das Antas, uma vez que esta abriga
animais ameaçados de extinção, como o mico-leão-dourado e a preguiça de coleira. Os
impactos negativos que por ventura decorrerem do empreendimento, não originarão
situação tão grave de degradação no meio ambiente, que os programas de recuperação e
controle propostos no EIA não possam sanar. Para o meio antrópico, o meio
socioeconômico, a maior parte do gasoduto se desenvolverá ao longo de faixas
existentes, no entanto, com as variantes e o aumento da largura da faixa ao longo de
todo traçado, ocorrerão novas interferências, que poderão implicar na remoção de
alguns imóveis, causando impactos de grande importância. As intervenções sobre a
população de um modo geral, serão de grande magnitude apenas durante a obra, com os
transtornos da movimentação de pessoas e equipamentos e o aumento do tráfego de
veículos. Por outro lado, a instalação do gasoduto Gasduc 3 poderá contribuir
positivamente com o aumento da oferta de postos de trabalho, absorvendo a mão-de-
obra local não especializada. Ainda para o meio antrópico, as medidas mitigadoras
importantes são: garantir a implantação de todas as diretrizes do Plano Ambiental para
Construção, referentes ao aumento do tráfego de veículos; adotar medidas de controle
de tráfego no entorno do empreendimento, de forma a prevenir acidentes e manter o
fluxo de tráfego regular na região; e a implantação dos Programas de Comunicação
social, Educação Ambiental e de Proteção do Patrimônio Histórico, Cultural e
Arqueológico. Para a poluição ambiental, quer dizer, geração de poluentes para o ar,
água, resíduos e ruído, nós avaliamos em separado, as emissões atmosféricas na fase de
implantação do gasoduto, as possíveis gerações de poluentes atmosféricos provenientes
da terraplanagem e tráfego de veículos, não constituem aspecto ambiental relevante,
considerando as características das fontes, bem como as medidas mitigadoras indicadas,
e o fato de que tais fatores se restringem a fase de implantação do gasoduto e não são

22
estáticas, se movimentando com as obras ao longo do traçado do empreendimento. Na
fase de operação a poluição do ar inexiste rotineiramente, o sistema normalmente
estanque e somente em situações muito esporádicas poderão ocorrer escapes de gás
natural nas juntas e válvulas. Por ser o gás natural menos denso que o ar, o mesmo se
dissipa na atmosfera no caso de vazamentos. Por ser esse evento de muitíssima baixa
freqüência, poderá ser desconsiderado do ponto de vista de poluição. Geração de
efluentes líquidos. Na fase de implantação estão relacionados esgotos sanitários e
efluentes de refeitórios, provenientes dos canteiros de obra, que serão tratados por
fossas sépticas e filtros anaeróbicos, e as frentes de trabalho serão dotadas de banheiros
químicos, as águas de lavagem de veículos e equipamentos, provenientes da lavagem e
lubrificação de veículos e máquinas, aqui está repetido, serão tratados por sistema
separador de água e óleo. Na fase de operação não é esperada a geração de efluentes
líquidos, durante a operação normal do gasoduto. Os resíduos da fase de instalação. O
empreendimento contará com o gerenciamento dos resíduos, adotando áreas de
armazenamento em locais apropriados e protegidos das intempéries; classificação de
resíduos de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e
também a classificação de resíduos da construção civil, de acordo com as Resoluções
CONAMA 307/02 e 348/04. De acordo com o EIA, será dada prioridade a reciclagem
ao reuso e/ou a recuperação dos resíduos, quando possível. Os resíduos perigosos serão
destinados para incineração, aterro industrial ou para co-processamento, segundo as
normas específicas. As destinações serão executadas por empresas devidamente
licenciadas para tal. A fase de operação, da mesma forma que com relação a poluição do
ar, geração de efluentes líquidos, também para resíduos, não é esperada a geração de
resíduos durante a operação normal do gasoduto, basicamente os únicos descartes
identificados possíveis durante a operação do duto, são os resíduos retirados ou os
pequenos volumes extravasados que ocorrem com o lançamento e recebimento de
“pigs”, são aqueles instrumentos que fazem a limpeza e manutenção do duto, e estes
serão drenados para um tanque separador/acumulador e em seguida, encaminhados para
re-processamento. Com relação a ruído na fase de implantação. Durante a fase de
implantação do gasoduto, as emissões sonoras estarão relacionadas ao conjunto de
atividades no canteiro de obras, as quais destacamos: limpeza da diretriz da linha e
sinalização; abertura e escavação de vala; desfile e soldagem de tubulação;
assentamento de tubulação; reaterro de vala e restauração; limpeza de diretriz da linha,
entre outros. Algumas medidas mitigadoras durante a fase de implantação. As

23
atividades mais ruidosas deverão ser programadas em períodos do dia e da semana
menos sensíveis ao ruído, especialmente em horários comerciais e dias úteis; os
equipamentos deverão estar em boas condições de utilização, ou seja, com a
manutenção e lubrificação em dia; verificar se os silenciadores dos motores dos veículos
estão em bom estado; as fontes estacionárias mais ruidosas devem ser tratadas
acusticamente e localizadas o mais longe possível das regiões sensíveis; a circulação
dos caminhões transportando materiais e equipamentos deverá ser planejada, rota e
horários, para produzir o mínimo de incômodo nas populações vizinhas; os canteiros de
obras deverão ser instalados em lugares afastados das residências. Na fase de operação,
segundo o estudo, o duto será implantado a uma profundidade mínima de 1 m da
superfície do solo, contribuindo para que a emissão sonora final, proveniente da sua
operação, para o exterior seja inaudível. Com relação a avaliação de risco que possa ser
propiciada por esse empreendimento, foi feita uma avaliação em separado, como já foi
dito pela consultora, foi apresentado um Estudo de Análise de Risco, e esse estudo foi
analisado em separado. O traçado do duto passará, em sua maior extensão, por áreas
rurais de menor densidade populacional, não apresentando risco para as pessoas.
Entretanto, nas áreas mais próximas à refinaria Duque de Caxias, últimos 6 km do
traçado, existe uma maior densidade populacional, acarretando maior risco para a
população. A avaliação no caso do risco então ficou: que a escolha do melhor traçado
levou em consideração os outros fatores preponderantes na tomada de decisão,
contribuindo pela alternativa 3, por ser aquela que além de apresentar um risco
tolerável, utiliza a maior parte do seu traçado em faixa de servidão já existente,
dispondo de uma rede viária satisfatória, implicando em menor impacto para a
população, menos problemas de ordem logística e menor risco na construção e
instalação do gasoduto. As medidas mitigadoras importantes relacionadas a risco nós
temos: a utilização das placas de concreto sobre os dutos, principalmente nos trechos
com a presença de ocupações significativas, identificadas e relacionadas no Estudo da
Análise de Risco; a implantação e manutenção dos planos de inspeção e manutenção
preventiva; demarcação a faixa, sinalização e identificação dos equipamentos, linhas,
válvulas e caixa de válvulas na faixa e nos terminais; implantar e manter procedimento
de comunicação com as comunidades próximas à faixa dos dutos; implantar sistema de
inspeção com periodicidade predeterminada, enfatizando as áreas com presença de
população. A nossas conclusões finais então para todo o estudo foram essas: do ponto
de vista dos aspectos relacionados aos meios físico, biótico e antrópico, com base nas

24
análises apresentadas e considerando a significância dos impactos positivos e negativos,
tanto para o meio ambiental natural, como para o meio socioeconômico, consideramos
ambientalmente viável a implantação do Gasduc 3, desde que implementadas as
medidas mitigadoras e os programas ambientais recomendados, que serão objeto de
detalhamento, por ocasião da solicitação da Licença de Instalação. Do ponto de vista da
poluição ambiental e geração de poluição do ar, água, resíduo e ruídos, a FEEMA
entende que esses não tornam a implantação do Gasduc 3 um impacto significativo,
visto que a temporalidade desses aspectos, e considerando ainda, que os mesmos terão
adoção de medida de controle compatíveis com os procedimentos recomendados pela
legislação vigente. Do ponto de vista de risco para a população, considerando a
implantação das medidas sugeridas no Estudo da Análise de Risco, somado ao
compromisso da elaboração do Programa de Gerenciamento de Risco e a implantação
de um Plano de Ação de Emergência, os riscos associados ao mesmo se enquadram nos
critérios de tolerabilidade estabelecidos pela FEEMA. Chamo mais uma vez atenção,
que esta audiência, ela serve, como já foi dito pelo Presidente da mesa, para nos
auxiliar, vocês vão estar nos auxiliando a concluir o nosso parecer, parecer de Licença
Prévia. Então, o que eu vou colocar aqui são algumas das restrições que estarão
incluídas na Licença Prévia, caso seja emitida. Essas restrições que eu vou apresentar,
serão apresentadas pela Petrobras, pela ocasião do requerimento de Licença de
Instalação. Projeto de viabilidade técnica e conclusão sobre abertura de túnel em maciço
rochoso; detalhamento dos programas de supressão de vegetação e monitoramento da
fauna e da flora no PDA; Programa de Monitoramento da Fauna e da Flora; Programa
de Avaliação das moradias a serem removidas e suas compensações; Programa de
Proteção do Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico; autorização do órgão
ambiental competente para a supressão da vegetação nativa, com base na Declaração de
Utilidade Pública do empreendimento; e a proposta da aplicação do valor de 0,5 a 1.1%,
tem esse, varia de acordo com os impactos estimados ainda a serem calculados, do total
do investimento do empreendimento em medida compensatória, nós estamos falando
aqui em medida compensatória, conforme determina a Lei 9.985 e de acordo com a
Deliberação CECA CN nº 4.888 de 02/10/07. Chamo atenção, são medidas
compensatórias e não medidas mitigadoras, aquilo que a gente já falou em medidas, que
foi dito pela Petrobras, pela consultora e nós aqui enfatizamos, medidas mitigadoras não
são as medidas compensatórias. E aqui a equipe técnica da FEEMA que analisando o

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estudo, e espera contar com o auxílio das pessoas aqui presentes, inclusive da outra
audiência, para que nós possamos concluir o nosso parecer. Muito obrigado.

ANTÔNIO GUSMÃO – Bem, nós já tivemos a apresentação da Petrobras, mostrando


o empreendimento, a proposta do empreendimento, já tivemos em seguida a
apresentação da empresa que elaborou o Estudo de Impacto, depois em seguida o
Engenheiro Alencar mostrou a vocês a análise da FEEMA em relação ao projeto
apresentado, e agora nós vamos passar as fases de perguntas. Estamos recebendo muitas
perguntas, todas elas muito bem feitas e voltadas para o empreendimento, para os
impactos que podem causar aqui para a sociedade. Queria registrar também a presença
entre nós do Analista Rodrigo Bacelar, que é o representante do Instituto Chico Mendes
na APA da Bacia do São João, cadê o nosso colega Rodrigo? Obrigado. E também a
presença do Vice-Presidente da Câmara de Vereadores de Casimiro de Abreu, nosso
amigo Otacílio Teixeira de Faria, onde é que está o Otacílio? Cadê o Otacílio? Bem,
então agora, enquanto nós selecionamos as perguntas, separamos por tipo, para atender
a todos vocês, nós vamos fazer um intervalo de 15 minutos, no qual nós vamos
participar de um lanche, que está sendo servido lá do lado de fora do ginásio, está certo?
Então, já são nove horas e nós vamos fazer um intervalo para o lanche, selecionamos as
perguntas, vocês acabam de fazer as perguntas, e voltamos já com aquela sensação de
responder todos os questionamentos, tá legal? Então muito obrigado e vamos aí ao
nosso intervalo.

COFFEE BREAK

ANTÔNIO GUSMÃO – As perguntas que vocês fizeram, elas foram divididas


exatamente em função das preocupações que vocês como moradores tem. Quer dizer,
vocês estão preocupados com o quê? Com os impactos do empreendimento, vocês estão
preocupados com o traçado do gasoduto, vocês estão preocupados com relação aos
municípios que vão passar, quais os critérios para esse traçado, vocês estão preocupados
se isso vai gerar emprego para a turma, é ou não é? Vocês estão preocupados com o que
é que vai acontecer com as casas de vocês. Então esse é exatamente o momento para se
discutir esses impactos e essas influências, que podem acarretar alguma alteração na
rotina da vida de vocês, certo? Então o Fernando, meu colega, selecionou, separou as
perguntas. A primeira série que nós vamos fazer aqui, tanto para a FEEMA, a Petrobras

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e o Roberto, que é da consultoria, é no sentido de esclarecer essas dúvidas. A primeira
pergunta é do colega da Secretaria de Meio Ambiente, que é endereçada a FEEMA, do
Guilherme, cadê o Guilherme? O Guilherme estava com a gente aí. Qual a relação será
exigida entre a supressão e revegetação, considerando diversidade, paridade? Ele
pergunta se há alguma similaridade com a resolução da Secretaria de Meio Ambiente do
Município. Lembrar para o Guilherme e todos aqui, que nesse momento, nós estamos
ainda analisando, quer dizer, a FEEMA está analisando o estudo apresentado, não há
ainda uma definição, o licenciamento, ele é composto por etapas, essa etapa agora é da
Licença Prévia. Então, essa definição do que vai ser exigido entre a supressão e
revegetação, isso é numa fase um pouquinho mais na frente, não é exatamente agora. O
Alencar pode adiantar, e essa atribuição é uma atribuição dos colegas que trabalham na
parte de biodiversidade, portanto vai ser uma decisão do IEF, do Instituto Estadual de
Florestas, órgão vinculado à Secretaria e que tem a competência de definir isso.
Alencar, eu não sei se eu exagerei um pouquinho, mas você pode complementar, por
favor.

JOSÉ ALENCAR – Bom, o Gusmão quase que já respondeu. Nessa fase não cabe
ainda este tipo de avaliação. A Petrobras terá que solicitar ao IEF autorização para
supressão, isso é uma das restrições da Licença Prévia da FEEMA, essa supressão será
apresentada por ocasião do requerimento de instalação, por ocasião do requerimento
junto ao IEF da supressão, o IEF apresentará à Petrobras um Termo de Referência,
termo esse que complementa ou que contempla este tipo de iniciativa, ou esse tipo de
trabalho. Então, nessa fase da Licença Prévia não será apresentado, não será abordado a
questão do replantio ou a relação do replantio com a supressão, e sim posteriormente, na
fase da Licença de Instalação.

ANTÔNIO GUSMÃO – Está certo. O Leandro, o Leandro Lima está aí? Cadê o
Leandro Lima? A pergunta do Leandro Lima e da Marli Oliveira, cadê a Marli Oliveira?
Dona Marli Oliveira. São perguntas que vêm nessa mesma linha, o que será feito de
revegetação? Como serão esses critérios de supressão e de revegetação? Perguntas essa
que já foram respondidas. Carlos Lamartine, cadê o Carlos Lamartine? Se você depois
quiser fazer alguma complementação, é só pegar o microfone, está certo? Obrigado pela
pergunta. O Carlos pergunta, ainda para a FEEMA, existe algum indicativo por parte da
FEEMA sobre quais Unidades de Conservação serão contempladas com compensação

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ambiental, já que elas não foram indicadas no estudo? Não é isso a tua pergunta Carlos?
Muito bem, outras perguntas também sobre compensação nós selecionamos aqui, como
por exemplo, da nossa sempre atuante colega Ingrid, lá dos amigos do Parque
Jurubatiba, não é Ingrid? A preocupação justamente é essa, o parque nacional possui
muitas demandas a serem atendidas, é claro que nesse momento, a sensibilidade da
Ingrid é no sentido de como é que o parque pode se beneficiar disso, quais os recursos?
Quanto ao seu entorno, sendo empreendimento localizado dentro da área de amortização
do parque e seus riscos potenciais ameaçando diretamente a área, é fundamental
destinar recursos de compensação para projetos de estruturação e proteção que o parque
necessita. Muito bem, tanto a pergunta da Ingrid, como do Carlos Lamartine, a resposta
é no sentido de que existe hoje na Secretaria de Estado, da mesma forma que existe a
FEEMA, que existe a CECE, existe uma Câmara de Compensação. Câmara de
Compensação essa, que é composta por membros da sociedade civil, de ONGs, de
Universidade e de colegas também da Secretaria. E houve no final de 2007, final de
outubro início de novembro, a definição da legislação que define os percentuais de
compensação. Então hoje no nosso Estado, uma compensação ambiental pode atingir
até 1,1% do custo total do empreendimento. Vocês repararam o custo total desse
empreendimento? Em torno de 750 milhões. Então essa compensação, 700, é um valor
que a gente fica até sem intimidade, dá alguma coisa em torno de 7 milhões e meio, não
é isso? 7 milhões e meio de compensação. E a Câmara de Compensação vai definir
como esses recursos vão ser aplicados em áreas sensíveis, em parques, em Unidades de
Conservação, dentro da área de influência do empreendimento. Então, Lamartine e
Ingrid, o que vocês tem que fazer é acompanhar, dentro da Câmara de Compensação
isso, demonstrar a vontade de vocês que esses recursos sejam parte aplicados em
melhoria dessas regiões. Mas nesse momento a gente ainda não tem como dizer quanto
vai ser aplicado em cada unidade e qual vai ser beneficiada. Que da mesma forma que a
supressão e revegetação é num instante um pouquinho a frente, nesse momento da LP a
gente não sabe isso. Ao sair a LP é que vai ser definido o percentual, que no máximo
pode ser de quanto? Quanto? 1,1%. Então por enquanto, Lamartine está satisfeito?
Ingrid nessa tua pergunta? Nós temos também uma ansiedade da população, no sentido,
por exemplo, ainda a nossa colega Ingrid, por quanto tempo, é contigo Paulo, por
quanto tempo essas instalações estarão sendo utilizadas? Dona Ingrid conversou comigo
até no intervalo, estava tomando uma Coca-Cola Light e ela perguntou: quanto tempo a
previsão da utilização, isso vai ser descomissionado quando? E qual a provisão de

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esgotamento da produção de gás e óleo da Bacia de Campos? Dona Ingrid, essa de qual
a previsão do esgotamento de gás, não faz muito parte da nossa discussão aqui. Da
mesma forma que tem outros colegas, por exemplo, o Gelson está aí? Desculpa, Luis
Geraldo, José Carlos dos Santos, eles perguntam: será que o preço do gás vai abaixar?
Que a turma está preocupada, é ou não é? É um gás que, eu quero que vocês entendam,
eu vou juntar tudo isso numa pergunta só, mas nós não podemos aqui na audiência,
fugir do objeto da discussão que é o impacto ambiental do gasoduto que nós estamos
discutindo. Mas eu acho que o Paulo não vai se excluir de tentar atender aí a pergunta
do Luis Geraldo, do José Carlos dos Santos e da Ingrid. No sentido de quanto tempo vai
ser usado? Qual a previsão do gás aqui na região? E se isso pode provocar uma queda
no preço do gás?

PAULO MONTES – Boa noite. Um gasoduto, ele pode durar muito anos, tem dutos
aqui no Brasil que já operam a 40, 50 anos, tendo a manutenção correta, tem uma vida
muito longa nessa ordem de grandeza, 40, 50 anos ou até um pouco mais. Com relação
ao esgotamento da Bacia de Campos, é muito difícil afirmar uma data exata, porque
sempre ocorrem novas descobertas, então creio que ainda vai ter uma vida útil muito
longa a Bacia de Campos, então é difícil a gente prever um horizonte desse. A questão
do preço do gás é determinado de comum acordo até com o Governo Federal, de acordo
com a origem do gás, nacional ou importado, e a Petrobras, ela não, vamos dizer,
depende muito mais de uma decisão de governo e até de legislação vigente, do que da
vontade da Petrobras, está certo? Normalmente quando a oferta aumenta, e nesse caso
há um aumento de oferta, o preço tende a cair ou pelo menos se manter.

ANTÔNIO GUSMÃO – Dona Ingrid, está satisfeita com a resposta, vocês que fizeram
a pergunta do preço do gás, querem mais algum esclarecimento? Vamos lá, se quiserem
mais na frente a gente volta. O Cícero está aí? Cadê o Cícero? Cícero França? Obrigado
pela pergunta Cícero. Essa pergunta do Cícero é direcionada a Petrobras também.
Considerando o impacto na supressão de mais ou menos 60 hectares, que foi
apresentado aqui, de vegetação, onde e como serão compensados esses impactos?
Haverá replantio em outras áreas? A tua pergunta Cícero, é mais ou menos um
prosseguimento, uma continuação, mas você tem uma coisinha a mais, o objetivo de
mitigar as emissões provenientes dos resultados financeiros do empreendimento. Então
a preocupação dele é em relação a supressão, a compensação, e o que pode ser feito

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nessa compensação. Eu falei a visão do Estado, da mesma forma que quando o Márcio,
Márcio está aí, o Márcio Romeiro? O Márcio pergunta, olha só Cícero, vocês são
amigos? Combinaram a pergunta? Gostaria de saber se o recurso da medida
compensatória vai ser pago aos municípios ou se será depositado na conta do Governo
do Estado, e se a Petrobras vai fiscalizar o seu destino final? Então novamente eu, isso é
uma coisa muito nova, muito recente, a sociedade desconhece isso ainda, e o momento
que a gente tem para divulgar as ações da Secretaria é justamente quando está com
vocês. Então hoje as medidas compensatórias, elas são abertas, a população acompanha.
Eu quando convidei o colega Hélio Vanderlei para sentar aqui na mesa, está lá ele lá no
fundo, já abandonou a mesa, porque o Hélio Vanderlei é o representante da ONG da
Mata Atlântica, e ele tem acento na Câmara de Compensação, ele é o representante de
vocês, fiscalizando, opinando, ele participa das reuniões. Então é claro que o valor das
compensações, ele tem que ser revertido em benefício da população que é afetada, que é
prejudicada, ou que é de alguma forma, há uma intervenção naquela região. Agora,
repito a vocês, a Petrobras, em cima da pergunta tanto do Márcio como do Cícero, ela
vai acompanhar, ela tem a possibilidade de acompanhar o destino dos recursos que ela
deu para a compensação e o Estado, dentro da Câmara de Compensação, após a emissão
da Licença Prévia, na Licença Prévia fica cravado o percentual, e depois vai ser
discutido onde vão ser aplicados esses recursos, certo?

PAULO MONTES – Com relação a essa questão do replantio da área que vai ser
desmatada, evidentemente a gente vai tentar privilegiar os corredores ecológicos. É
lógico que isso depende muito das negociações com relação a propriedade de terra, e aí
vai envolver a sociedade como um todo, para a gente tentar, de comum acordo, dar um
melhor destino a esse recurso, que seja ambientalmente mais favorável.

ANTÔNIO GUSMÃO – Agora, o Cícero fala também em como mitigar, quais as


medidas mitigadoras? Importante esclarecer para vocês que medida mitigadora é
diferente de medida compensatória. Mitigar é controlar, é reduzir o impacto causado
pela implantação do empreendimento, isso é mitigar, é reduzir ao máximo. Compensar é
uma outra situação. Então são, quando o Roberto apresentava aqui o Estudo de Impacto,
você falava, não é Roberto? Medidas mitigadoras, é como vai ser mitigado um impacto
do empreendimento, e uma outra coisa são as medidas compensatórias. Então, mitigar é
controlar, é reduzir, por exemplo, colocar um cinturão verde em volta de uma indústria,

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para diminuir barulho, diminuir a poluição do ar, é uma medida mitigadora, porque ela
está mitigando a própria poluição causada por ela. E medida compensatória é uma
intervenção que não está relacionada ao dano causado por aquela atividade. Esse
ventilador está fazendo muito barulho aqui, o que vocês acham? Está? Vocês queriam
ficar aqui com muito calor ou com esse ventinho gostoso? Agora, se ele estiver fazendo
muito barulho, a gente vai lá e coloca um abafador nele. Colocar um abafador no
ventilador é uma medida mitigadora ou compensatória? É uma medida mitigadora,
porque a gente está controlando o ruído que ele está fazendo, está certo? Olha, uma
contribuição muito importante do Luis Nelson, que é o nosso Sub-Secretário, não é? O
Assessor do Secretário. É o seguinte, se a Petrobras, durante a instalação do duto, pode
colocar pontos de entrega de gás com a finalidade de atender aos municípios de
Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito e Tanguá, em
postos de combustível GNV, uso industrial e domiciliar. Então, a preocupação do Luis
Nelson, é no sentido de, se durante a instalação do duto, se esses pontos de entrega de
gás podem ser colocados. Quer complementar alguma coisa?

CÉSAR AUGUSTO – A questão de instalação de ponto de entrega depende muito das


questões econômicas, da viabilidade da instalação de uma fábrica, de uma térmica, da
própria distribuição de gás. Havendo viabilidade econômica, a questão do ponto de
entrega, ela é, digamos assim, facilmente resolvida. A Petrobras, ela transporta o gás até
as distribuidoras, ou seja, o ponto de entrega é justamente a divisão entre o transporte e
a distribuição. Do ponto de entrega em diante é por conta da distribuidora, no caso a
CEG né, CEG Rio. O ponto de entrega, em oito meses nós conseguimos colocar um
ponto de entrega, se houver a necessidade, se houver alguém interessado, oito meses, se
nós formos fazer uma indústria, uma térmica, vai levar pelo menos dois anos. Então, a
questão do ponto de entrega é de menor importância, quando se considera a questão da
viabilidade econômica de uma instalação industrial ou de uma térmica ou de uma
distribuição de gás da CEG Rio.

LUIZ NELSON – A pergunta do ponto de entrega, é porque conversando com o Dr.


Paulo, ele falou que na instalação dos dutos, ele falou que é necessário ter essa
comunicação dessas prefeituras que eu citei, para que na instalação do duto seja
colocado o ponto de entrega, que é uma instalação nos próprios dutos, já que depois, se
por acaso essas prefeituras entrarem num consenso do ponto de entrega e os dutos já

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estiverem colocados, se torna muito mais complicado fazer essa solicitação a Petrobras
e ela atender.

CÉSAR AUGUSTO – Na realidade a gente pode deixar uma válvula de espera, e isso
pode ser colocado a qualquer momento, um ramal pode ser puxado do gasoduto já
existente e dali colocar o ponto de entrega. Então, isso é relativamente simples.

LUIZ NELSON – Insistindo na pergunta, é porque também o Dr. Paulo nos orientou,
que não é só a instalação do ponto de entrega, mas também a necessidade de
desapropriação de uma gleba de terra, para poder fazer com que esse ponto de entrega
seja usado de forma a fazer realmente a opção que é a distribuição desse gás. Inclusive
até insistindo, porque de Casimiro de Abreu até quase Manilha em Itaboraí, a gente não
tem na BR-101 nenhum posto GNV, ou seja, passando essa tubulação de gás, a gente
trazendo o progresso para outros locais do Rio de Janeiro, a gente não ter essa chance de
combustível do GNV nessa extensão tão grande da BR-101.

PAULO MONTES – A gente entende essa necessidade dos municípios do progresso, e


esse assunto realmente, ele é tratado pela CEG Rio, então seria conveniente os
municípios que desejam, mostrar esse interesse para a CEG Rio, para se começar os
estudos, como o César falou, de viabilidade, e ver como vai ser montada essa rede de
distribuição ou fornecimento para alguma indústria, ou comunidade. De maneira que a
discussão leva algum tempo, e que durante a obra enquanto a gente está construindo o
gasoduto se discuta isso. Se houver viabilidade, houver interesse da CEG, e se for bom
para todos, a CEG vai solicitar a gente, a Petrobras, e a Petrobras vai instalar com prazer
o ponto de entrega. Mas infelizmente não está nas nossas mãos tomar essa decisão
sozinho, depende de uma sinalização, de um pedido da CEG Rio, está certo?

CÉSAR AUGUSTO – Um exemplo recente disso num gasoduto existente, que é o


Gasfor no Nordeste, e recentemente uma térmica está sendo acabada de construir em
Termasul, e nós acabamos de fazer uma conexão justamente do Gasfor para abastecer a
térmica. Então, mesmo o gasoduto existindo, posteriormente também pode se colocar,
se fazer uma derivação para indústrias ou qualquer atividade econômica que seja viável.

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ANTÔNIO GUSMÃO – Janete da Silva está aí? Cadê a Janete? Leandro, Pamela? A
pergunta, a série de perguntas que a Janete, a Pamela e o Leandro fizeram, é relacionada
a utilização de mão-de-obra, que foi colocado aqui também na apresentação. A Janete,
para uso de serviços do nosso povo, não seria necessário qualificação de mão-de-obra?
A Petrobras daria cursos de qualificação profissional?

PAULO MONTES – Com relação a mão-de-obra, esse é um item importantíssimo para


a comunidade. A gente já fez em algumas obras esse tipo de qualificação com o pessoal
da comunidade, a gente até mostrou aqui no filminho que apareceu aqui após a minha
apresentação. E aí a gente pode discutir com as prefeituras alguns casos de fazer
algumas turmas para dar esse complementação aí, e ter alguma qualificação de mão-de-
obra local que possa trabalhar na obra, além de, de repente o próprio município já
possui alguma mão-de-obra que seja qualificada para entrar na obra mesmo sem
treinamento. Esse é um caso que a gente analisa aí com as prefeituras caso a caso.

ANTÔNIO GUSMÃO – A seqüência agora da pergunta com o Leandro é: já existe um


período para o cadastramento empregatício de mão-de-obra no trabalho citado? Ele está
preocupado se já tem um período para.

PAULO MONTES – Não, não, por enquanto não. A obra está previsto, tudo correndo
bem, com licenciamento e contratação e tudo mais, está previsto para começar no meio
do ano, então a gente ainda não tem, ainda não começou nada relacionado a isso, mas é
um assunto que a gente em breve vai conversar com as prefeituras.

ANTÔNIO GUSMÃO – Vocês três que fizeram essa pergunta, vocês querem
complementar com alguma coisa, estão satisfeitos? Leandro, está certo? Vai, você é a
dona Janete? Cadê a Pamela? Vai.

JANETE DA SILVA – Meu nome é Janete da Silva Coutinho. O que eu gostaria de


saber, é que na verdade, o que o moço deu a explicação aí, não deu para se entender
muito bem, e eu queria saber, porque esse trabalho com certeza necessita de mão-de-
obra qualificada, e pelo que eu vejo, a nossa cidade não tem esse suporte.

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PAULO MONTES – Olha só, eu entendo a questão de mão-de-obra qualificada, dentro
de uma montagem de um duto, tem, vamos dizer, toda uma gama de profissionais, tem
alguns profissionais que são mais qualificados do que outros. Então, por exemplo, quem
fornece alimentação para os trabalhadores, e tem muita gente que trabalha com isso,
certamente em todas as cidade do Brasil tem gente qualificada para trabalhar com
alimentação, ou com transporte. Então isso daí, é por isso que eu digo, que alguma mão-
de-obra que é contratada, ela é disponível nos municípios, não precisa, vamos dizer, de
qualificação. Alguma mão-de-obra realmente mais especializada, precisa de
qualificação, e a gente normalmente promove alguns cursos em alguns municípios e tal,
vai tentando montar algumas turmas para qualificar esse pessoal, a gente já fez isso em
outras obras e também pretende fazer nessa, entendeu?

ANTÔNIO GUSMÃO – Agora uma pergunta aqui para o Roberto, viu Roberto, está
ligado aí Roberto? É da Lusilvia, cadê a Lusilvia? Ela pergunta: existe algum risco, ela
gostaria de saber o que é considerado resíduo perigoso para o meio ambiente e também
qual o risco que a população corre com a realização de queimadas próximas ao gasoduto
e nas áreas de assentamento? Quer dizer, qual a conexão do risco que a sociedade está
exposta, com a realização de queimadas próximas a área do gasoduto?

ROBERTO SIMÕES – O Paulo Montes da Petrobras pode responder, mostrando quais


são os.

PAULO MONTES – Essa questão das queimadas próximas algumas vezes preocupa,
mas o duto está enterrado a uma profundidade, em alguns momentos, de um metro e
meio, um metro e vinte, o mais raso uns 60 cm. Então, a terra isola naturalmente o calor
da queimada do duto, então é muito difícil alguma temperatura gerada por uma
queimada, tem uma intensidade baixa, um volume de energia baixo, chegar a atingir o
duto, e até porque normalmente o calor tende a subir. Então a gente não vê muito risco
numa queimada dessa natural de agricultor, de uma agricultura de subsistência chegue a
afetar o duto.

ANTÔNIO GUSMÃO – O Guilherme está aí, da Secretaria de Meio Ambiente, cadê o


Guilherme? O Guilherme faz uma pergunta: considerando a durabilidade prevista para o
duto, quais os critérios para definir o número de válvulas? No plano de contingência

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qual o tempo máximo para a resolução de um vazamento, aí ele divide, em área urbana
e área rural? É isso Guilherme?

PAULO MONTES – Olha só, com relação, primeiro com relação ao número de
válvulas. Esse número de válvulas, ele é determinado por uma norma de projeto, até da
ABNT, que regula qual é a distância mínima entre uma válvula e outra, e que
normalmente é em função da densidade populacional do lugar, ou seja, quanto mais
pessoas tem morando próximo a faixa, menor fica a distância entre as válvulas. No caso
de uma área, só para citar um exemplo de uma área assim rural que só tenha pasto, essa
distância é alguma coisa de 32 km, se a gente se aproximar mais de uma área urbana,
essa distância vai caindo para 16, 8 km, 4 km, e o mínimo é em torno de 4 km. Então,
quando se faz um projeto de um duto, se analisa quilômetro a quilômetro a densidade de
casas e habitações de pessoas e se faz essa distribuição. Com relação a questão até do
vazamento, eu queria até um esclarecimento, se refere a alguma vazamento do próprio
gás que está nessa linha ou algum outro vazamento? A pessoa que fez a pergunta, quem
é, é o Francisco?

ANTÔNIO GUSMÃO – Guilherme.

GUILHERME – Se refere ao vazamento do gás.

PAULO MONTES – Ao vazamento do gás, é gás que você está se referindo? Olha só,
o gás normalmente quando vaza, esse tipo de gás que a gente está transportando, quando
vaza ele sobe, ele é mais leve do que o ar, então, qualquer vazamento que porventura
ocorra, ele vai rapidamente se dispersar na atmosfera, e vai subir para a atmosfera.
Então é difícil ter uma quantidade de gás suficiente para provocar alguma coisa ou
alguma mal às pessoas, ou alguma explosão ou algo parecido, entendeu? Está satisfeito?
Tá bom?

ANTÔNIO GUSMÃO – Obrigado Guilherme. Aqui nós temos agora uma


preocupação. O Sr. José Almeida está aí? José Almeida. E uma pergunta parecida
também com outra pergunta da nossa colega Ingrid, em relação a recomendação número
10 do RIMA. As vias de acesso às áreas de implantação e manutenção subseqüentes do
equipamentos do empreendimento, apresentam-se com bastante desgaste devido a falta

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de conservação e ampliação do sistema viário, o que evidencia a obrigatoriedade de
serem providenciadas melhorias nas vias de acesso. A turma está preocupada com as
vias de acesso. Antes e depois da implementação do empreendimento. Será que nessa
recomendação número 10 está excessivamente vago, será que é preciso investir em
melhorias e manutenção como condicionante para o empreendimento? E como se dará a
desocupação das pessoas, da população, em caso de vazamento de gás?
Complementando ali a pergunta do Guilherme. Então a preocupação da dona Ingrid é no
sentido do estado da conservação da rodovia, que também não é uma competência da
Petrobras, mas vai haver um desgaste maior. Se há alguma previsão para isso e como
seria o escape, algum plano no sentido da população desocupar a região num caso de
acidente. É isso? Vai.

PAULO MONTES – Olha só, com relação às rodovias e acessos, evidentemente a


Petrobras não pode se responsabilizar por toda malha viária, existem evidentemente
aqueles acessos mais diretos da faixa de dutos, a gente tem um certo cuidado, até porque
vai ter um uso específico para obra da Petrobras, a gente vai cuidar melhor deles, vai
fazer algum reparo que seja necessário para fazer a obra, e alguma manutenção, para
ficar alguma possível de se transitar, tanto pela Petrobras quanto pelo morador, ou
alguns proprietários que usem aquele acesso. Com relação a alguma rodovia federal ou
estadual, aí realmente foge um pouco da competência da Petrobras de mexer nisso daí.
Com relação a essa questão do risco até das pessoas que estão em volta. Primeiramente
eu gostaria de explicar um pouco aqui como é o funcionamento, quer dizer, no caso de
um vazamento súbito de um gasoduto que escape gás, ele é provido de um sistema de
bloqueio que sente essa queda de pressão do gás dentro do gasoduto, então, em questão
de segundos o gasoduto vai ser bloqueado nas válvulas que são instaladas ao longo da
linha, como eu falei aqui anteriormente. Então vai sobrar uma quantidade de gás dentro
do tubo, que ainda vai vazar, vai sair para a atmosfera, mas essa quantidade vai ser, vai
tender a, vamos dizer, como a pressão dentro do duto vai começar a reduzir, essa
quantidade de vazamento também vai começar a diminuir, até chegar a um ponto que
vai parar. Para explicar um pouquinho dessa distância e das pessoas que estão em volta.
A nossa consultoria de Análise de Risco, a ITSEMAP, vai dar alguma explicação
mínima aqui de como é que funcionam essas distâncias seguras e as contas que a gente
fez, para mostrar que com essa largura de faixa que a gente está trabalhando, quem está
em volta da faixa está numa região segura. É o Thiago né que vai explicar para a gente.

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O nosso consultor Thiago da ITSEMAP vai dar uma breve explicação sobre o assunto.
Pega um microfone aqui na banca ou com a moça ali.

THIAGO CORREIA – Boa noite, meu nome é Thiago Correia, eu sou Coordenador
Técnico da Análise de Risco do ITSEMAP do Brasil, a empresa que elaborou a Análise
de Risco do Gasduc 3. Bom, como foi dito aí pelo Paulo Montes, caso ocorra um
eventual vazamento do gás natural, há válvulas de bloqueio automático que estancam o
vazamento imediatamente. Então o que aconteceria na situação de um vazamento? Teria
todo esse gás residual vazando, ok, só que pelas características que foram dadas aí do
gás natural, o maior risco associado seria o quê? Eu ter alguma fonte de ignição, um
fósforo, um cigarro, um isqueiro, no local da liberação. Bom, como essas áreas, todas
essas áreas de duto da Petrobras são isoladas, são sinalizadas, enfim, para eu ter
realmente um acidente, eu teria que ter uma fonte de ignição exatamente ali no local do
vazamento. Essa possibilidade é extremamente remota, dada a um acidente dessas
proporções. Bom, o que ocorreria? Teria então o vazamento da minha nuvem inflamável
de gás natural que subiria. Como seria a distância de isolamento? Seria algo mais ou
menos relacionado com a direção do vento, seria correr em direção contrária a nuvem
inflamável, mas sabendo que ela sobe. Então, em relação a isolamento, é uma situação
realmente não tão preocupante para acidentes com gás natural. Quem perguntou? Quem
perguntou está satisfeito?

ANTÔNIO GUSMÃO – As pessoas que fizeram essas perguntas estão satisfeitas ou


querem complemento? Então passa o microfone por favor aqui.

INGRID – Eu fiz a pergunta referente a recomendação 10, e colocando que a gente


evidencia que essas vias de acesso a essa região aqui da 101, e eu acredito que mais ou
menos corresponde a passagem do gasoduto paralelamente, se não se fizer
investimentos no sentido de melhorias, adequações, ampliação, para o tráfego que vai
ser necessário para a implantação do projeto, eu que, não fiquei satisfeita com a
resposta, porque ele ficou, ele disse que não é de responsabilidade dele. Mas o Plangás é
um projeto brasileiro, eu acho que pode haver uma sensibilização do Governo Federal
em estar melhorando, como é necessário melhorar essas vias de acesso, e isso vem ao
encontro da sustentabilidade da região. Não computar essa questão, essa demanda como
custo da obra, do investimento, eu acho que está havendo essa lacuna aí. Não estou

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satisfeita, no sentido de não estar sendo de responsabilidade do empreendimento como
um todo, porque isso aí é um projeto do Brasil, essa ampliação do sistema de gás, toda
essa problemática da política latino-americana. Então eu acho que deve ser
encaminhado sim, de alguma foram, as melhorias a serem feitas no sistema viário, até
durante e depois, e até antes, para poder executar realmente a obra com qualidade, sem
maiores riscos, como a gente está sujeito aqui na 101, que é uma das vias mais
acidentáveis do Brasil.

ANTÔNIO GUSMÃO – Dona Ingrid, só um instantinho amigão. Vou só dar uma


resposta para ela. Essa questão da conservação e melhoria das vias rodoviárias, que a
senhora está preocupada, isso é objeto da Licença de Instalação da FEEMA, entra como
restrição da LI. O colega Alencar pode explicar melhor isso aí para ela.

JOSÉ ALENCAR – Essa preocupação nós temos observado em outros


empreendimentos da Petrobras. As comunidades reclamam de casos antigos, não só da
Petrobras, mas de outros empreendimentos, em que as vias de acesso das áreas
utilizadas não foram recompostas da maneira adequada. Então passou a ser uma
preocupação da FEEMA e uma das restrições da nossa Licença de Instalação, que todas
as áreas de acesso, todas as vias de acesso, áreas degradadas ocupadas por canteiros de
obras principalmente, devam ser recompostos e recuperados em melhor situação do que
a própria Petrobras encontrou. Isso é uma restrição da Licença de Instalação da
FEEMA, e é um compromisso que a gente tem tido um retorno satisfatório por parte da
Petrobras. Além disso, atualmente a nossa Licença de Instalação, nós tínhamos um
problema sério para acompanhamento das restrições das licenças, é um compromisso
nosso junto com a Petrobras, quer dizer, compromisso do Estado, a FEEMA como
órgão licenciador, que todas as restrições, que vocês poderão ter acesso a elas por
ocasião da Licença de Instalação, todas as restrições serão acompanhadas passo a passo,
na medida em que o empreendimento for caminhando, nós vamos estar juntos
acompanhando a implementação e o cumprimento dessas restrições.

ANTÔNIO GUSMÃO – Aí é o momento de na fase seguinte, na LI, ter o


acompanhamento e a cobrança também em relação a esse passo a passo. Isso é um
compromisso que entra como restrição da próxima fase, quer dizer, você está se
antecipando preocupada com isso, mas já sabe que tem a garantia que na Licença de

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Instalação isso vai ser acompanhado. Nós temos aqui agora, algumas perguntas
relacionadas a relocalização, relacionadas a traçado do duto, indenizações. Seu Luis
Geral Ribeiro está aí? Cadê o nosso colega Luis Geraldo, aliás podia já, o Luis Geraldo
está, eu não fui cadastrado, com quem eu falo a respeito da indenização? Pois ele mora
lá em Aeroporto, não é seu Luis? Na ocasião o senhor não foi cadastrado, não é isso?

PAULO MONTES – Olha só, essa questão de detalhes de pessoas com problemas
específicos, ou porque não foi cadastrada ou por qualquer outro motivo, a gente tem
aqui o nosso pessoal de comunicação aqui na Audiência Pública, e também a gente tem
aqui o seu contato. O ideal é a gente fazer um contato e entender a sua situação,
exatamente onde o senhor mora e aonde, para a gente poder dar um atendimento
personalizado, está certo, mas se porventura alguma pessoa escapou e não foi
cadastrada, pode ter certeza que a gente vai acabar encontrando ela e fazendo o
cadastramento pertinente e a indenização que seja necessária e correta a pessoa.

ANTÔNIO GUSMÃO – Então seu Luis Geraldo, aí o senhor agora tem que entrar em
contato com a turma da Petrobras que está aí, vamos procurar o senhor Geraldo, no
sentido de esclarecer e informar a quem ele pode recorrer agora.

PAULO MONTES – Olha só, a nossa Gerente de Comunicação Sandra, ela está aqui
na frente. As pessoas que queiram deixar o nome aqui com ela, essa moça de pé aqui na
frente, que queiram deixar o nome com ela, com relação a qualquer problema específico
de faixa, cadastramento ou alguma coisa que requeira uma atenção personalizada,
contata ela aqui e deixa o nome, telefone e endereço, que a gente vai resolver caso a
caso, está ok?

ANTÔNIO GUSMÃO – Tem algum morador aí do bairro Água Maravilhosa? Está


certo. O Adriano Braga e a Maria Regina estão preocupados com o seguinte, quando o
gasoduto vai passar no bairro Águas Maravilhosas, Linha Azul, Macaé? E gostaria de
saber qual o projeto da Petrobras, em relação às pessoas residente na faixa onde vão
passar os tubos no bairro Água Maravilhosa? Em caso de indenização, o valor será
suficiente para a compra de terreno em outro local e também para construção?

PAULO MONTES – Essa questão do bairro.

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ANTÔNIO GUSMÃO – Águas Maravilhosas.

PAULO MONTES – Essa questão do bairro Águas Maravilhosas, inclusive a gente


esteve ontem com a Prefeitura de Macaé conversando sobre o assunto, é uma parte, um
pedaço novo de traçado do gasoduto, e a gente está entrando em entendimento com a
Prefeitura, para de comum acordo com ela, fazer esse trabalho de identificação dos
proprietários e do destino que vai ser dado a cada um. A Prefeitura demonstrou interesse
em acompanhar o processo, está nos auxiliando nisso, e o intuito é a gente remover a
população do lugar por onde vai passar a faixa, de comum acordo com a Prefeitura e até
dos proprietários, para algum lugar. Eu não tenho mais detalhes para adianta, porque
ontem que ocorreu essa conversa com a Prefeitura de Macaé, mas certamente vai ter
uma ação da Prefeitura na comunidade, explicando os detalhes do que acontecerá, e
espero que seja o mais breve possível. Vou pedir para ser o mais rápido possível, para
vocês ficarem mais tranqüilizados, está certo? Mas a gente não pretende, vamos dizer,
desalojar ninguém, fazer nenhuma ação social brusca, que deixe vocês em nenhuma
situação difícil, vai ser tudo na medida em que as coisas sejam bem conduzidas com a
população do local, está certo? Com relação a obra, a princípio a obra deve começar no
meado desse ano, mas esses detalhes ainda falta um pouco para a gente ter certeza, se é
meados, se é um pouco depois, por onde começa obra, e exatamente a época que, vamos
dizer, que a obra estaria passando no bairro de vocês, está certo?

ANTÔNIO GUSMÃO – Seu Sebastião Francisco está aí? Seu Sebastião Francisco está
na mesma situação aqui do seu Luis, está certo, estou com, a sua ficha está aqui, o seu
telefone, aí você tem que, é a mesma pergunta, entra em contato aí com a dona Sandra,
que vocês vão receber orientação. Mário Sérgio está aí? Cadê o colega Mário Sérgio?
Mário Sérgio Araújo? Quem pagará, como que vai pagar e quando será pago a área a ser
usada pela Petrobras?

PAULO MONTES – Olha só, é uma indenização feita pela Petrobras, a questão do
quando, aí de repente tem que contatar a Sandra, para a gente entender qual é a
propriedade, onde é que está e entrar no detalhe da propriedade, não dá para dar uma
resposta assim genérica. Mas creio eu que será em breve, a gente está numa fase assim

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adiantada de contato aí com o proprietário, se preparando para começar as indenizações,
está certo?

ANTÔNIO GUSMÃO – Sr. Mário Sérgio está satisfeito com a resposta? Verseli
Carvalho, quem é Verseli Carvalho? É o senhor? Será feita indenização, caso no sítio ou
no lote já exista um duto e a Petrobras use a faixa já existente e não use um espaço
novo? Em terras de assentamento quem recebe a indenização, o INCRA ou o assentado?
E qual a distância necessária para a construção? Então, a primeira pergunta dele é: Será
feita indenização caso no local já exista um duto e a Petrobras use a faixa já existente e
não use espaço novo? É isso?

PAULO MONTES – Nesse caso aí, se a faixa é já existente e a gente não vai ampliá-
la, a gente fará uma indenização das culturas que estão em cima da faixa. Então, por
exemplo, se tem uma plantação de milho lá, ela vai ser quantificada, valorada e a gente
vai indenizar. Ou o milho que tem, ou o aipim, qualquer cultura que porventura exista
por cima da faixa, está certo, é isso que está previsto. Com relação a distância mínima
para construir um duto, essa pergunta varia um pouco, dependendo do diâmetro do duto,
normalmente um pedaço de 12 m, 15 m, é razoável para construir um duto. Como a
gente tem uma faixa de 20, e nesse pedaço certamente tem uma linha só que a gente
colocou a um tempo atrás, a gente está considerando que o pedaço restante é razoável
para a gente montar o duto. Com relação a questão do assentado, eu vou fazer uma
pergunta aqui. Nesse caso de assentamento, como a propriedade, apesar do uso ser do
assentado, a propriedade é do Governo, não tem um pagamento pela terra, o que existe é
um pagamento pelas benfeitorias e pelas culturas que estão plantadas na terra, que é
pago para o assentado, está certo? A benfeitoria e a cultura é pago para o assentado, a
terra nua em si, como é do governo, não tem um pagamento específico, a gente conversa
com o INCRA, faz uma negociação com ele, para saber como é que a gente acerta a
questão legal que passa pela terra e esse tipo de coisa toda, entendeu?

ANTÔNIO GUSMÃO – Verseli está satisfeito com a resposta, queria mais alguma
informação? Que tem outras perguntas que vão também complementando o que você
perguntou. Carlos José Andrade está aí? Cadê seu Carlos José de Andrade? Está aonde?
A pergunta dele é parecida com a da dona Beatriz, Beatriz Costa está aí? É o seguinte,
como é que vai ser esse tipo de indenização, vai ser com moradia, vai ser com dinheiro,

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e quem tem só o terreno vai ser indenizado também, ou só vai ser indenizado quem tem
casa, quem tem construção? Como o seu José Guimarães dos Santos, José Guimarães?
Obrigado. Também preocupado se essa indenização vai alcançar outros melhoramentos,
outras benfeitorias como galinheiros, chiqueiros, enfim, se a construção também vai ser
indenizada? E ainda, áreas aonde tem plantação, cultura de coco, bananas, como é que
seriam esses critérios de indenização dessas culturas todas? E o sítio que vai passar o
duto, qual o valor da indenização? Essas perguntas compõem esse bloco aqui,
preocupados qual é o alcance da indenização, se atinge benfeitorias, culturas, animais,
instalações e como é que vai ser pago, em dinheiro, se só quem tem o terreno também.

PAULO MONTES – Olha só, a indenização, ela é separada em pedaços, uma parte da
indenização diz respeito a propriedade da terra, essa parte é paga para o proprietário,
tem uma parte da indenização que é relativa a cultura e a benfeitorias, então a cultura
vai normalmente para o usuário da terra, que é a pessoa que está na posse da terra que
está plantando, é quem plantou aquilo ali, em alguns casos coincide tudo, o proprietário
planta na terra, então ele vai receber toda a indenização junta. Em alguns casos não, o
proprietário é um e outra pessoa arrenda a terra, ou faz algum acordo com o proprietário
para plantar, então vai a parte relativa a propriedade vai para o proprietário, a parte
relativa a cultura vai para quem plantou, a parte relativa a benfeitoria vai para quem
fizer a benfeitoria, algumas vezes a benfeitoria é do proprietário, alguma vezes a
benfeitoria é da pessoa que está morando lá, que está utilizando a terra, é uma questão
que a gente sempre identifica de quem é o que e faz o pagamento correspondente. No
caso de algumas casas ou em áreas até urbanas, podem ter duas soluções, uma solução é
a gente indenizar em dinheiro a casa construída, e a pessoa pega aquele dinheiro e
constrói outra casa para ela, compra outra casa, alguma coisa do tipo. Outra solução, em
alguns casos onde o dinheiro para indenizar aquela casa é muito pouco, não tem
condição da pessoa, vamos dizer, a pessoa não tem uma estrutura financeira suficiente
para suportar perder uma casa, receber algum dinheiro mínimo e ir para outro lugar, a
gente estuda a possibilidade de se dar uma casa nova, em alguns lugares também já foi
feito isso. Mas volto a dizer, é tudo muito caso a caso, considerando a situação social de
cada um, e de maneira que as pessoas não sofram com esse tipo de situação, por causa
de uma instalação que a Petrobras está fazendo, está certo, tentei dar uma explanação
assim geral.

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ANTÔNIO GUSMÃO – Seu José Guimarães também quer saber, se nas faixas do
gasoduto, na passagem, se ele pode fazer cultura de mandioca, milho, feijão e outras
plantas de raiz.

PAULO MONTES – Exato, qualquer cultura de raízes que não sejam profundas,
podem ser cultivadas em cima da faixa, como milho, mandioca, feijão, alguma coisa
desse tipo pode ser, o que não pode ser são árvores, que aí as raízes vão afetar o duto e
vai trazer um problema de manutenção.

ANTÔNIO GUSMÃO – José Guimarães, o senhor está satisfeito com as perguntas?


Obrigado. Matias Leal. Matias Leal está aí? Denise de Jesus? Quem levantou, Denise?
Tenho um terreno em área que fui informada que vai passar o gasoduto, gostaria de
saber, se for usado o meu terreno, vou receber uma indenização, como se faz isso? Na
mesma linha o senhor Matias Leal também fez a mesma pergunta. E ainda, Edvandro,
cadê o colega Edvandro? Gostaria de saber se o tempo determinado para eu saber se o
resultado, porque depois que ele ficou sabendo aí do gasoduto, ele não fez mais
nenhuma melhoria na sua casa, e estou esperando, pois não tenho resposta concreta.
Então, a turma está preocupada agora, o tempo, como é que vai ser, como é que eles
podem ter acesso a informação?

PAULO MONTES – Olha só, eu volto a dizer, a questão do tempo, a previsão da gente
é começar a obra lá pelo meio do ano, então todas essas questões relativas a proprietário
estarão resolvidas até o meio do ano, está certo? Qualquer assunto mais específico,
volto a dizer, a nossa Gerente de Comunicação está aqui, a Sandra, e ela está colhendo
os dados das pessoas que estão com alguma dúvida específica para esclarecer, tá bom?

ANTÔNIO GUSMÃO – Vocês estão satisfeitos com essa resposta, vocês desse bloco
agora? Algumas perguntas aqui se referem agora a educação ambiental. Cláudia Alves
está aí? Paulo Roberto Matos, cadê o Paulo Roberto? As perguntas são: como os pólos
de educação ambiental e núcleos de educação ambiental do Programa Bacia de Campos,
poderão contribuir na realização do projeto educação ambiental? A pergunta é essa? Os
pólos de educação ambiental receberão materiais informativos e educativos, tipo
folders, vídeos, mapas, sobre o Gasduc 3? Parabéns pela pergunta Cláudia, é importante
esse trabalho de educação ambiental, e se houver esse material, é importante.

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PAULO MONTES – Esse material de educação, a gente pode providenciar material de
educação, mas para fazer esse, eu solicito que você entre em contato também com a
Sandra, deixe seu nome lá direitinho, converse com ela, que a gente vai providenciar
isso daí, na medida do possível, e até entender bem o que você precisa, tá bom?

ANTÔNIO GUSMÃO – Cláudia está satisfeita? Em relação agora a ações mitigadoras


permanente em relação a mobilidade da fauna em locais de vegetação nativa e áreas de
preservação permanente. Cadê o Alexandre? Você quer complementar a sua pergunta
Alexandre, no microfone? Então ele pergunta: quais as ações mitigadoras permanentes
em relação a mobilidade da fauna e em locais de vegetação nativa e em APPs? A
pergunta é dirigida a consultoria, o Roberto, mas vocês podem complementar.

ROBERTO SIMÕES – Bom.

ANTÔNIO GUSMÃO – Roberto, desculpa, e há uma complementação do seu José


Francisco. Qual a entidade que realizará o monitoramento da fauna e flora e qual o
período desse monitoramento? E se esses procedimentos estarão disponíveis para
consulta pública?

ROBERTO SIMÕES – Bom, em relação a contratação da empresa, por parte da


Petrobras, para executar esses programas de monitoramento, acredito eu que a Petrobras
fará uma licitação para encontrar uma empresa, e talvez até o Paulo possa responder
isso melhor depois. Mas acredito que a Petrobras tenha até um banco de dados de
empresas para determinados serviços, e acaba contratando empresas através de uma
licitação. Em relação a medidas mitigadoras para movimentação de fauna entre os
fragmentos, a região hoje por onde passa o, a grande maioria por onde passa o Gasduc,
que possivelmente passará o Gasduc 3, já é uma região bastante fragmentada, é uma
região aonde floresta é disposta em pequenos fragmentos, um grande número de
pequenos fragmentos. Na maioria dos casos, como a gente viu, o duto vai estar sendo
implementado em faixas já existente, 70% do duto já é em faixa existente. Então, o que
vai acontecer no caso de faixa existente que haverá alargamento? O que pode acontecer
é aumentar um pouco a distância entre os fragmentos, caso haja supressão de vegetação
nesse alargamento de faixa. Nos casos aonde haverá abertura de faixa nova e intercepte
algum fragmento de vegetação, também aumentará a fragmentação florestal, fazendo

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uma faixa no meio e dividindo os fragmentos. Acho que foi a umas duas ou três
semanas atrás, nós tivemos até uma reunião com o pessoal da APA da Bacia do São
João, lá na REBIO Poço das Antas, e aonde foram discutidas algumas maneiras de
minimizar esse impacto, através, a Petrobras estava em conjunto, Biodinâmica e
representantes do Conselho Gestor da APA e o pessoal da REBIO Poço das Antas e
União, se não me engano, e foram discutidas algumas propostas em relação a
construção de passagens entre os fragmentos, e possivelmente, houve um, a Petrobras
solicitou que a equipe técnica do pessoal da APA da Bacia do Rio São João, mandasse
alguns projetos com algumas medidas para minimizar esse impacto, facilitar o
transporte, a passagem dos animais entre os fragmentos. E na ocasião, a Petrobras se
dispôs a fazer a implementação desses dispositivos em fragmentos que serão estudados
mais na frente. Como é o nome de quem fez a pergunta?

ANTÔNIO GUSMÃO – Alexandre.

ROBERTO SIMÕES – Alexandre, é por aí a sua pergunta?

ALEXANDRE – Me atendeu, a sua resposta me atendeu. Agora, eu gostaria de


acrescentar, como eu sou técnico da Prefeitura de Macaé na área ambiental, que a
Prefeitura de Macaé também quer participar desse programa de deslocamento de fauna,
já que a região serrana de Macaé também tem fragmentos importantes de Mata
Atlântica. Está ok? A gente gostaria de participar de reuniões com a sua equipe técnica.

ANTÔNIO GUSMÃO – Está ótimo, contribuição da Prefeitura. É para isso que a gente
faz esse encontro aqui, é para poder somar os esforços, no sentido de melhorar o meio
ambiente.

PAULO MONTES – Ontem inclusive, a gente esteve conversando com o Secretário de


Meio Ambiente de Macaé, não é isso, em Alexandre, você não é de Macaé? Isso. Ontem
a gente esteve conversando com o Secretário de Meio Ambiente, já fazendo essa
aproximação, para ter, vamos dizer, a presença dos municípios dentro dos trabalhos que
a gente vai realizar, está certo?

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ANTÔNIO GUSMÃO – Ana Maria Teixeira está aí? Ana Maria está aí? A pergunta
dela também era nesse sentido. Agora nós temos Rogério, Débora Gonçalves e Flávio
Rangel. Estão aí? Cadê a Débora, Rogério, Flávio Rangel? Qual o diâmetro do túnel?
Qual a proteção em suas entradas contra animais principalmente?

PAULO MONTES – Olha só, o diâmetro do túnel, ele vai ter uma largura de sete
metros e meio e uma altura de seis metros e meio, ele não é bem uma circunferência
completa, ele é uma meia circunferência. Com relação a proteção, as extremidades do
túnel, o emboque e o desemboque, ele é fechado por uma grade, protegido para que não
ocorra a entrada de animais dentro do túnel.

ANTÔNIO GUSMÃO – Ana Maria Godói, cadê Ana Maria Godói? Flávio Rangel?
Débora Gonçalves? Bem, as perguntas que eles fazem são: poderá ser mantida a
pastagem e circulação de gado nas áreas da faixa do gasoduto?

PAULO MONTES – Sim, sem problema algum, pode manter a criação de animais,
gado, porco, cabrito, cavalo, não tem o menor problema em manter a criação de animais
em cima da faixa do gasoduto.

ANTÔNIO GUSMÃO – Cadê o Antônio Célio? Antônio Célio. Dentro das


benfeitorias que teriam alcance das indenizações, ele pergunta se as plantas dele, as
plantas que ele tem não foram incluídas no cadastro, e como é que poderia ser feita essa
indenização? Antônio Celso, Célio, morador de Rio das Ostras, não é isso?

PAULO MONTES – Antônio, procura a Sandra aqui e se cadastra com ela, porque a
gente vai olhar o seu caso específico, o que aconteceu, tá bom? Sandra está aí? Cadastra
ele por favor, anota ele, saber direitinho a situação dele para a gente conferir depois.

ANTÔNIO GUSMÃO – O Sr. Edno está aí? Edno. Ele teve informações de uma
funcionária de uma empresa, de que a Petrobras, de que a área desapropriada seria
aproximadamente de 35 m, é isso? Visto nossa propriedade margear a tubulação já
existente. Quando foi nos informado, já havíamos começado a construir uma casa de
alvenaria, e desde o momento que nos foi passada a informação não a concluímos, visto
a mesma estar a uma distância de mais ou menos 35 m. Antes também dessa informação

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da passagem do gasoduto, não concluímos também uma pista de laço, e outras
benfeitorias, afim de tornar a propriedade produtiva, afim de ter uma renda alternativa.
Gostaríamos de um esclarecimento ou posição da Petrobras, de como devemos proceder
quanto a nossa propriedade, pois gostaríamos de concluir nossos projetos e
investimentos, para tornar a propriedade produtiva, rentável. Desde já agradecemos por
qualquer tipo de informação. Obrigado pela sua pergunta, é isso que o senhor quer saber
né?

PAULO MONTES – Com relação a isso aí, requer uma certa atenção urgente. Eu vou
pedir para a gente comparecer na sua propriedade o mais rápido possível. Vou agora
aqui na audiência, no final da audiência marcar e a gente vai lá verificar exatamente o
que vai ser feito, para a área que não for utilizada ser imediatamente liberada. Eu não
entendi bem o porque do ruído da comunicação, ou se foi alguma coisa mal explicada,
mas a gente vai esclarecer isso hoje, tá bom?

ANTÔNIO GUSMÃO – Sra. Geralda, onde está a dona Geralda? A Geralda faz uma
argumentação aqui, baseada em outros tipos de indenização, não é dona Geralda? Prof.
Paulo, olha aqui, a dona Geralda está argumentando o seguinte: a Petrobras indeniza
mas não compra a área, porque os impostos territoriais, IPTU, ficam por conta do
proprietário, não há escritura de compra e venda. Por que a Petrobras não faz o mesmo
que outras empresas de telefonia, que ela mencionou aqui, que pagam um aluguel
mensal quando colocam uma torre em determinada propriedade? Enquanto houvesse a
passagem do gás deveria haver o pagamento de um aluguel. Na opinião dela isso seria
um procedimento mais justo. É aquela colega que levantou a mão ali.

PAULO MONTES – Oi, foi boa a sua pergunta. Olha só, tem alguma diferença entre
esse procedimento que algumas empresas de telefonia utilizam e o que a gente pode
utilizar. A figura do que a Petrobras tem que se utilizar legal no Brasil, é que no caso de
um gasoduto tem que ser feita uma servidão de passagem perpétua. Isso não é a
Petrobras que diz, é a lei do Brasil que é assim. Por que? Porque o duto está instalado no
subsolo do país. O subsolo, tudo o que está abaixo do chão não é do proprietário, é da
União. Então o que a gente faz é instituir uma servidão de passagem, instituir um
caminho por onde a gente adquire o direito de passar por cima da terra para instalar o
duto ou para dar manutenção a ele, mas a terra não é nossa. Quando vem uma empresa

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telefônica e coloca uma instalação na sua propriedade, ela está botando uma instalação
na superfície, ou seja, aquela área que ela ocupou a senhora não vai mais usar. Então,
configura que é uma aquisição de terra, ou ela compra aquele pedaço ou ela aluga
aquele pedaço. No caso de uma faixa de servidão, eu não vou alugar ou vou comprar
uma faixa inteira, porque eu não vou utilizar aquela terra que está em cima. A utilização
da terra continua sendo feita pelo proprietário. Então, enquanto a lei estiver desse jeito,
não tem como eu mexer, salvo se haja alguma orientação em contrário, alguma sentença
em juiz explicando isso, transitado e julgado, alguma alteração na lei, ou o que quer que
seja. Agora, hoje do jeito que está, não só eu, mas todo mundo que constrói alguma
coisa no subsolo, institui servidões de passagem. Ou outrem um que utilize servidão de
outro, paga aluguel para o outro, por exemplo, existem gasodutos de companhias de
distribuição de gás que passam nos acostamentos das estradas, então o acostamento da
estrada é uma servidão que foi instituída por quem fez a estrada, o gasoduto como está
usando a servidão de quem fez a estrada, a companhia que tem o gasoduto paga um
aluguel para a empresa que construiu e é dona da estrada, ou da ferrovia, ou do que quer
que seja. Agora, a Petrobras não tem como alugar o subsolo da sua propriedade, a única
figura jurídica que existe é essa, ok? Por exemplo, em alguns lugares que a gente tem
instalações na superfície, bem lembrado aqui, como por exemplo, uma área de válvula,
que é uma instalação de superfície, como uma antena da Vivo, da Oi, uma antena de
celular, a gente compra a área de válvula, o terreno a gente negocia a compra, paga
IPTU e todos os impostos relativos aquela área e a área passa a ser nossa. Então, a gente
em alguns casos utiliza, ou quando vai construir uma estação de bombeamento, ou uma
estação de compressão, que seja uma instalação que vai ficar na superfície da terra, e aí
evidentemente o proprietário não tem mais a utilização daquela terra para fim nenhum,
está certo, espero ter tentado esclarecer a situação.

ANTÔNIO GUSMÃO – Dona Geralda quer mais alguma coisa? Mais alguma
pergunta, mais algum esclarecimento? Meus amigos, hoje aqui nós nos reunimos para
que fosse apresentado a vocês um empreendimento que está já fase inicial de
licenciamento, que é a implantação de um gasoduto. Foi apresentado o Estudo de
Impacto, a FEEMA, de forma brilhante, expôs até agora a sua visão sobre o
empreendimento. De hoje até o dia 26, que dia é hoje? 14? Nós temos ainda portanto,
10 dias vocês, para encaminharem outras sugestões, ou outros questionamentos para
esses dois endereços que constam aí no folder, tanto na FEEMA, na rua Fonseca Teles,

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121, como a CECA, na Avenida Graça Aranha, nº 182 – 1º andar, no Rio de Janeiro.
Tivemos aqui delegações de outros municípios, que foram tão bem recebidos pelos
nossos anfitriões aqui de Casimiro de Abreu. Tivemos a turma de Rio da Ostras, Macaé,
Silva Jardim, quem mais que eu não falei? Cadê a turma de Água Maravilhosa? Então,
isso tudo aí é de um bairro, que veio aqui a noite, amanhã a turma toda está trabalhando
cedo. Então, nós fizemos aqui hoje uma Audiência Pública, nós exercemos o nosso
poder de cidadania, de democracia, e junto de autoridades presentes, secretarias
municipais, na presença da FEEMA, da CECA, do Sub-Secretário de Meio Ambiente, o
Professor Antônio da Hora, que veio nos prestigiar, está recolhendo essas informações
todas para levar ao Secretário. Então, se esse empreendimento vai prosperar, se ele vai
chegar a ponto de ter uma Licença Prévia, ou se ele vai chegar depois a uma Licença de
Instalação e finalmente Operação, isso são as próximas etapas do licenciamento. A de
hoje que nós cumprimos, foi da realização de uma Audiência Pública, e quem um dia
inventou e pensou em usar essa ferramenta como a participação da sociedade, pensou
em fazer exatamente do jeito que nós cumprimos, de modo decente, de modo
organizado, de modo delicado e educado, as pessoas fizeram os seus questionamentos e
receberam as informações, o procedimento do licenciamento vai ser também dessa
forma, transparente e com toda publicidade. Fizemos essa reunião em quatro horas, que
é o tempo ideal para a realização de uma audiência, são vinte e três horas, começamos
as dezenove e dez, enfim, começamos a quatro horas. Eu fiquei muito orgulhoso e feliz
de ter visto alguns amigos e ter feito com certeza outros colegas aqui. O importante é
que vocês tenham confiança nas autoridades do Estado, dos municípios, no sentido que
as compensações vão ser direcionadas, mas vocês tem que ficar em cima, tem que ficar
exercendo o direito de cidadão, que é no sentido de cobrar atitudes, procedimentos
corretos das autoridades. Repito que fiquei muito orgulhoso de participar com vocês,
agradeço o apoio de todas as equipes, do som, das meninas que fizeram um atendimento
tão delicado e desejo a todos um feliz retorno, uma boa noite e que nós estejamos todos
com Deus. Boa noite e obrigado.

FIM

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