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A proposta de educação infantil de Reggio Emilia, cidade ao norte da Itália, existe há mais de 50 anos.
Concebido pelo educador italiano Loris Malaguzzi (1920-1994) e reconhecido pela exploração de todas as
linguagens utilizadas pelas crianças, o trabalho tem despertado cada vez mais o interesse dos professores
brasileiros. “Loris já nos convidava a ultrapassar os limites dos livros e a encontrar lugares apaixonantes
para ensinar”, conta Paola Strozzi, coordenadora de uma das escolas de Reggio Emilia. “Nessa relação
com a cidade, sempre se buscou sair das escolas e encontrar a comunidade”, destaca.
As escolas de educação infantil em Reggio Emilia são administradas diretamente pela prefeitura. Há
também instituições privadas, escolas cooperativas e aquelas administradas pelo Estado.
A prefeitura investe 16% do próprio orçamento na rede integrada de serviços destinados às crianças, e os
pais com filhos matriculados nessas escolas também contribuem de acordo com a renda familiar. Há 41,8%
de crianças de até 3 anos que frequentam a escola. Segundo Paola, esse número é alto para a realidade
italiana.
Percebe-se hoje uma escolarização cada vez mais precoce. Como a senhora analisa esse
fato?
Essa é uma questão mundial. Há lugares em que as crianças são avaliadas para serem aceitas
no sistema educacional. Você as inscreve para frequentar a escola e elas são submetidas a um
exame. Se não passam, não são aceitas. Nesse caso, as famílias preparam seus filhos para que
respondam corretamente às questões da avaliação. Com isso, acreditamos que às crianças
tornam-se adolescentes mais rapidamente, deixando a infância de lado.
https://loja.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/10880/um-sistema-educativo-em-todos-os-
momentos.aspx