Professional Documents
Culture Documents
Resumo
Introdução
de vida que ali se estabelecem, valorizando sua importância para a preservação das
espécies e para a qualidade da vida humana” (BRASIL, 1998, p.163).
Neste sentido, construímos este artigo com o objetivo de refletir sobre práticas
pedagógicas que favorecem aprendizagens significativas às crianças de 3 a 4 anos
de idade relacionadas ao tema do meio ambiente.
Os objetivos do planejamento, objeto de nossa reflexão, consistiam em:
Pesquisar sobre a minhoca; Organizar e registrar informações por meio de desenho
e imagens; Saber da importância desse animal para o solo e plantas; Promover o dia
da coleta de minhoca; Trabalhar comparação de maior e menor.
O trabalho estrutura-se como relato da prática pedagógica na Educação
Infantil, e, os registros são realizados a partir das anotações da professora, fotos e
vídeos. A prática foi realizada em uma turma de Pré I, possuindo 12 crianças de 3 à
4 anos de idade em uma escola privada de Santa Maria/RS.
Paulo Freire se torna um dos referenciais principais, ao refletirmos que o
processo educativo não se faz “para a vida”, mas a partir dela, da nossa realidade
social e cultural, das nossas inquietações e da nossa forma de ser e estar no
mundo, através da nossa curiosidade, quando nos assumimos sujeitos
“epistemologicamente curiosos” (FREIRE, 1996).
O tema da minhoca é apresentado aqui como central, visto o sentido
atribuído pelas crianças através da prática. Ao perguntarem: “Professora, o que a
minhoca come?”, foram pensadas algumas atividades nas quais buscamos
contextualizar e discutir nesse texto. Lembrando Freire (1999, p.42), precisamos
viver na utopia de construir uma escola na qual seja “o espaço em que a criança,
popular ou não, tenha condições de aprender e de criar, de arriscar-se, de
perguntar, de crescer”.
(Canção Infantil)
3
Embora a construção do texto seja a partir do pronome nós (primeira pessoa do plural), a prática foi
realizada por um dos autores e aparece durante o relato como a professora, portanto (terceira pessoa
do singular).
25 e 26 de novembro de 2016 – Porto Alegre/RS
A professora, com base nas respostas das crianças começou a explicar sobre
as minhocas, buscando ampliar seus conhecimentos prévios, contando que as
minhocas são encontradas nos jardins, que elas existiam em diferentes tipos
(africanas, californianas, etc). Ao considerar os conhecimentos que as crianças
trazem consigo, lembramos Freire (1996), ao afirmar que é necessário respeitar
esses saberes que os educandos trazem e, utilizá-los na busca de uma
reelaboração e qualificação, onde conceitos cotidianos e científicos se encontram.
No dia seguinte, as crianças ouviram atentamente a história abaixo ilustrada.
Tabela 1 – A minhoquinha curiosa
A minhoquinha curiosa – autora: Cora Schueler
Certo dia, lá no fundo da terra, numa toca de minhoca, uma minhoca conversa com sua
filhota. Uma minhoquinha pequenina que estava aprendendo os segredos da terra. A Minhoquinha é
muito curiosa e quer saber o que acontece fora da terra também. E lá em cima o que tem? Ora
filhota, lá em cima tem um monte de bichinhos, plantinhas verdes, o lugar se chama Jardim, enfeitado
com flores e capim. Que mais? Tem um grilo cantante e que pula bastante, e uma borboleta
cintilante. E depois? Em cima do jardim tem o céu. O que é céu
um lugar lindo, azul cheio de ar, com passarinhos a voar E quando é que chega o fim? O fim de que?
Do céu se continuar subindo? O céu nunca acaba Ai quanta curiosidade! Me leva lá em cima
e acaba a confusão! Vamos então filhota minhoca, está mesmo na hora de conhecer o que há lá fora.
Eba!!!
A minhoca levou a filhota para fora da toca. A minhoquinha não sabia que o sol é tão forte e
que o vento resseca. As minhocas enxergam de um jeito diferente, ela é sensível a luz do sol, por
isso a minhoca levou para a filhota o filtro solar, óculos de sol e saíram as duas a se arrastar.
Finalmente a filhota viu o mundo fora da toca, conheceu o Sr. Grilo Cantante e a Borboleta Cintilante.
A minhoca apresentou a filhota e a borboleta contou sua história com emoção de quem um dia foi
lagarta e já se arrastou pelo chão.
A minhoquinha ficou encantada com a borboleta e então perguntou. Todo bicho que se
arrasta vira borboleta? eu quero virar borboleta, ela é linda. Não, Não filhota! você não vira borboleta
não! Eu serei minhoca pelo resto da minha vida? Claro querida a terra precisa da gente, ser minhoca
é muito importante. Nosso corpinho é feito para mexer a terra, transformamos a terra e tornamos o
solo mais fértil, para que as sementes jogadas nela brotem e assim o jardim tenha sempre alimento
para os grilos, borboletas e tantos outros bichinhos que dependem de nós. Não tinha ideia quanto é
importante meu trabalho. E assim voltaram as duas para a toca e a minhoquinha estava muito
orgulhosa de ser minhoca.
Fonte: A Minhoquinha Curiosa. Disponível em: <http://historiasdacora.blogspot.com.br/2014/05/a-
minhoquinha-curiosa.html>. Acesso em: 30 jul. 2016.
25 e 26 de novembro de 2016 – Porto Alegre/RS
Algumas crianças gritavam, outras tinham medo, algumas queriam pegar na mão
para ver como ela era. Durante o contato com as minhocas levadas para a sala de
aula, algumas crianças disseram que: a minhoca tinha dente e que mordia, por isso
tinham muito medo de pegá-las com as suas mãos. A professora ofereceu luva para
as crianças que queriam utilizar. Também foi explicado que a minhoca não tinha
dente, logo era inofensiva, comiam apenas resto de frutas, vegetais e insetos
mortos. Abaixo, a imagem da exploração das minhocas pelas crianças.
Referências
25 e 26 de novembro de 2016 – Porto Alegre/RS
______. À sombra desta mangueira. 4. ed. São Paulo: Olho D‟Água, 2001
GHEDIN, Evandro; ALMEIDA, Maria Isabel de; LEITE, Yoshie Ussami Ferrari.
Formação de professores: caminhos e descaminhos da prática. Brasília: Líber livro
editora, 2008.