You are on page 1of 3

TEORIAS DA LEITURA E FORMAÇÃO DO LEITOR

Leitura é um assunto que ocupa lugar de destaque quando se fala de ensino-


aprendizagem. Assim como a escrita, a leitura é uma habilidade linguística adquirida,
isto é, não acontece de forma natural, diferenciando-se, por isso, das habilidades
linguísticas universais, que acontecem de forma natural como a fala e a escuta.

Segundo John Lyons na sua obra “Lingua(gem) e Linguística”, é esperado que


toda criança ao se aproximar de 1 (um) ano de idade comece a falar, exceto os que
apresentam problemas de linguagem. Já a leitura precisa ser ensinada, orientada. José
Morais em “A arte de ler” expõe que a aprendizagem de leitura é resultado do domínio
de uma série de pressupostos básicos. O autor lembra que são muitas as crianças
inteligentes que fracassam quando estão aprendendo a ler, pois ao contrário da fala, para
ler, o sujeito precisa receber uma instrução adequada. E essa instrução é papel do
professor na escola.

Cagliari na obra “Alfabetização e Linguística” reforça que a escola tem como


uma das principais funções ensinar alunos a serem leitores competentes e críticos. Para
o autor, saber ler é mais importante do que saber escrever. Se o aluno não conseguir
êxito em outras habilidades a serem desenvolvidas pela escrita, mas se for um bom
leitor, já será um grande feito. A leitura é “a extensão da escola na vida das pessoas”.

Diante disso, Magda Soares expõe que as abordagens sobre as quais estão
ancoradas o ensino da leitura no Brasil, devem ser vistas em pelo menos dois
momentos. Isso porque há uma forma de ensino da leitura que predomina com
supremacia até aproximadamente os anos 80, e outras formas a partir de então.

Segundo Magda Soares, outros teóricos como Koch, Mary Kato, também
fazem a mesma afirmação: o ensino de leitura no Brasil durante muito tempo
privilegiou a decodificação, ou seja, o princípio grafofônico. Tal ensino era baseado nas
ideias behavioristas em que descreve o sujeito leitor como um ser passivo.

José Morais em “Arte de Ler” destaca que a decodificação é importante na


leitura, mas não deve, em hipótese alguma, ser tratada com supremacia. Magda Soares
relembra os textos das cartilhas e dos livros didáticos. Segundo a autora, na maioria
eram aglomerados de signos, em que a única atividade possível, de fato, era a produção
de sons. A autora acrescenta que embora muito se tenha mudado, assim como a
nomenclatura “cartilha”, ainda há a presença de muitos traços desse ensino.

A partir da década de 60, com a ascensão dos conhecimentos: linguístico,


textual e enciclopédico. Esses conhecimentos atestam a compreensão dos aspectos
gramaticais relacionados ao tipo de gênero textual lido e as possibilidades de construção
de sentidos.

Kleiman afirma que ensinar a ler é desenvolver estratégias. As estratégias não


são usadas pelo professor, mas pelo leitor. Porém o docente tem um papel fundamental
nessa mediação.

Alguns autores apresentam algumas estratégias como em Isabel Solé em


“Estratégias de Leitura”: seleção, antecipação e verificação. Porém como expõe Koch
na obra “Ler e compreender os sentidos do texto”, dois fatores contribuem para o
sentido do texto: o objetivo do leitor e a descoberta do objetivo do texto. No caso
primeiro, objetivo do leitor, esse é o ponto chave que permite o leitor usar estratégias,
através de seus conhecimentos. E no segundo caso, diz respeito ao gênero do texto. Se o
leitor conhece o gênero textual o qual está sendo lido, a produção de sentido fica mais
fácil.

Marcuschi na obra “Produção Textual, Análise do Gênero e Compreensão”


destaca que um dos maiores problemas da leitura e da escrita é que os alunos não têm
objetivo. Leem e escrevem somente para atender as exigências do professor.

Magda Soares expõe que a escola, o professor de todas as séries ecolares


precisa fazer com que o aluno entenda que ler é dialogar, é produzir sentido. Ler é ter a
liberdade de criar. Porém a autora afirma que o professor deve deixar claro que essa
liberdade é regida por regras. A leitura é plurissignificativa, mas o aluno não pode sair
do campo de possibilidades. Daí a importância das estratégias.

Há dois tipos de leitura para Leffa............ Esse teórico diz que a escola deve
dar importância à leitura como processo interativo, desde o primeiro ano escolar até a
última série do ensino médio. Segundo o autor, referindo-se aos colégios portugueses, o
mesmo afinco que deve ser dado à leitura na fase inicial da criança na escola deve
persistir até o final da educação básica.
Há textos que se lê porque pretende manter-se informado (jornais, revistas); há
outros textos que se lê para realizar trabalhos acadêmicos (dissertações, teses, livros,
periódicos científicos); há ainda outros textos cuja leitura é realizada por prazer, para
deleite (poemas, contos, romances); e nessa lista, não se pode esquecer dos textos que se
lê para consulta (dicionários, catálogos); aqueles em que a pessoa pode ser obrigada a
ler de vez em quando (normas, bulas), etc.

São, pois, os objetivos do leitor que nos ...... o modo de leitura, em mais tempo
ou em menos tempo; com mais atenção ou menos atenção; com maior interação ou com
menor interação.

You might also like