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CRM-SP 85.182
Objetivos do aprendizado
Pontos-chave
comorbidades clínicas;
Introdução
Mentais (DSM-IV).
passar dos anos, verificou-se que essas hipóteses eram muito limitadas na sua
antidepressivos.
uma parte menor dele fica livre no citoplasma e a parte maior fica armazenada
na fenda sináptica.
Os sistemas monoaminérgicos se originam em pequenos núcleos no tronco
límbico. Esses sistemas são compostos por neurônios que contêm adrenalina
neurotransmissores cerebrais.
sináptica (Nemeroff, 1998; Ordway, Farley, et al., 1999; Iritani, Tohgi, et al.,
anedonia (Nemeroff, 1998; Ordway, Farley, et al., 1999; Iritani, Tohgi, et al.,
2006; Joca, Ferreira, et al., 2007; Sumegi, 2008). Além disso, outros estudos
age como interface entre o sistema motor e o sistema límbico (Nemeroff, 1998).
clínicos propostos.
neurotransmissores.
seguintes achados:
2007).
2007).
Influência das comorbidades clínicas
Abraham, et al., 1996; Musselman, Evans, et al., 1998; Schulz, Beach, et al.,
Aumento da Disfunção
atividade endotelial
DEPRESSÃO
Comorbidade
Frey, 2010). Sintomas pré-menstruais graves são relatados por 20% a 40% das
anos de idade (Driscoll, Basinski, et al., 2005; Sheline, Pieper, et al., 2010). A
Pieper, et al., 2010). Em geral, apresentam uma história familiar negativa para
Brockmann, Zobel, et al., 2009; Halari, Simic, et al., 2009; Peluso, Glahn, et al.,
paciente.
detecção precoce.
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Programa de educação médica
Módulo 2
Objetivo do aprendizado
Introdução
A depressão não é uma entidade nosológica única, nesse conceito há uma variedade de
doenças distintas, tais como depressão atípica, depressão psicótica, depressão bipolar e
luto patológico; sua heretogeneidade deve ser considerada para buscarmos o substrato
biológico subjacente. Desde a Antiguidade, vários fatores biológicos têm sido propostos
para a compreensão da fisiopatologia da depressão.
Teoria monoaminérgica
A descoberta acidental, na década de 50, de que os inibidores da monoamina oxidase
(IMAOs) e os tricíclicos poderiam aliviar os sintomas da depressão, transformou o
tratamento desse transtorno. O seu primeiro modelo neuroquímico, a partir da
observação de medicamentos que alteravam a neurotransmissão noradrenérgica, deu
origem à hipótese monoaminérgica nos anos 60. O primeiro relato clínico da relação
entre alterações das monoaminas cerebrais (serotonina, noradrenalina e dopamina) e
depressão foi descrito a partir de um estudo de cinco pacientes hipertensos que
desenvolveram depressão após o tratamento com altas doses de reserpina, um inibidor
ativo do transporte de noradrenalina e serotonina para os seus respectivos sítios de
armazenamento. A comprovação da eficácia antidepressiva de substâncias que induzem
uma elevação do nível de monoaminas na fenda sináptica, tais como os inibidores da
monoamina oxidase (IMAO), antidepressivos heterocíclicos, inibidores seletivos de
recaptação de serotonina e inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, tem
representado o principal argumento para a hipótese monoaminérgica da depressão
(Sholoss; Henm, 2004).
A hipótese monoaminérgica não fornece uma descrição precisa dos mecanismos
relacionados à depressão. Pelo menos dois fatores se opõem a essa hipótese como única
causa para a depressão. A ação farmacológica dos antidepressivos ocorre após algumas
doses, mas a prática clínica indica que o seu efeito no humor não é alcançado antes de
duas semanas. Essa observação sugere que os antidepressivos agem por meio de uma
via pós-sináptica de efeito retardado, mediada por receptores. Além disso, alguns
estudos sobre os níveis de neurotransmissores no plasma, no líquido cerebrospinal e no
tecido cerebral não conseguiram encontrar deficiência de neurotransmissores em
pacientes deprimidos, em comparação a controles saudáveis. Portanto o tratamento da
depressão é mais complexo do que a simples reposição de um neurotransmissor
insuficiente (Higgins e George, 2010).
As monoaminas interagem com segundos mensageiros a partir da membrana pós-
sináptica. Os receptores são ativados, causam uma mudança na maneira como o
neurônio responde aos neurônios GABA e glutamato no cérebro, os quais se ligam a
canais dependentes ligantes. Sendo assim, a depressão não está somente relacionada à
quantidade de neurotransmissor na fenda sináptica, mas sim ao número de receptores e à
sua respectiva ação. Alguns modelos sugerem aumento na expressão de receptores
monoaminérgicos pós-sinápticos na depressão, a qual se altera, posteriormente, com o
tratamento com antidepressivos (Schloss; Henn, 2004). Ou seja, a hipótese das
monoaminas para a depressão deslocou-se dos neurônios transmissores para os
receptores e para os eventos moleculares que são desencadeados por esses receptores,
incluindo a regulação da expressão dos genes. Desse modo existe a possibilidade de que
na depressão haja deficiência da transdução de sinais (processo pelo qual um sinal
externo é transmitido para o interior de uma célula, a fim de evocar uma resposta
intracelular) do neurotransmissor e de seu neurônio pós-sináptico, que desencadeia os
eventos moleculares intracelulares, no sistema de cascata de transdução de sinais e na
expressão apropriada dos genes.
Anormalidades neuroquímicas
Há duas classes principais de monoaminas: as calecolaminas (dopamina, noradrenalia e
adrenaliana) e as indolaminas (serotonina e melatonina).
Serotonina
Os corpos celulares dos neurônios serotoninérgicos se encontram no núcleo da rafe (no
tronco encefálico) e se projetam praticamente para todas as áreas do cérebro, córtex
cerebral, hipotálamo, tálamo, núcleos da base, septo pelúcido e hipotálamo. A
serotonina é encontrada em diversas partes do corpo como nas plaquetas e mastócitos,
além do sistema nervoso central. Os neurônios serotoninérgicos desempenham um papel
importante na depressão e ansiedade e estão envolvidos no ciclo sono-vigília, apetite,
temperatura corporal, metabolismo, libido e inibidor da agressividade. A serotonina é
modulada diferentemente em situações de estresse específicas, com aumento transitório
de sua liberação relacionado ao estresse agudo e à redução de atividade eventualmente
relacionada ao estresse crônico (Lacerda et al.,2009). O estresse crônico aumenta a
síntese de autorreceptores do tipo 5-HT1a no núcleo dorsal da rafe, os quais
posteriormente diminuem a transmissão serotonérgica. Níveis elevados de corticoides
tendem a aumentar o tônus serotonérgico, tendo, portanto, um efeito compensatório em
situações de estresse crônico (Arango et al, 2002). A serotonina é removida da fenda
sináptica pela recaptação do transmissor feita pelo transportador de serotonina. O
bloqueio desse processo resulta no efeito dos antidepressivos.
Noradrenalina
Os corpos celulares dos neurônios noradrenérgicos ficam situados no locus ceruleus do
tronco cerebral e se projetam para o hipotálamo, núcleos basais, sistema límbico e
córtex cerebral, ou seja, praticamente para todas as áreas do cérebro e medula espinhal,
desempenhando um papel importante no estado de alerta e ansiedade, além de regular o
humor, ativação, cognição. Essa distribuição é consistente com o papel do sistema
noradrenérgico de neurotransmissão, iniciando e mantendo a ativação do sistema
límbico e cortical, assim como a modulação de outros sistemas. Projeções
noradrenérgicas para a amígdala e hipocampo estão implicadas na memória emocional e
na sensibilização comportamental ao estresse. O estresse crônico resulta em diminuição
da atividade do feixe prosencefálico medial, levando a anedonia, anergia e redução da
libido (Lacerda et al.,2009). O disparo do locus ceruleus aumenta ao longo de um
espectro que vai da sonolência à prontidão, sendo mais baixo quando se dorme e mais
alto na hipervigilância. A noradrenalina é retirada da fenda sináptica por um
transportador de recaptação, que também tem a capacidade de carregar a dopamina.
Dopamina
As principais neurotransmissões dopaminérgicas se originam, predominantemente, nos
centros do tronco cerebral, na área tegumentar ventral e na substância negra e fazem
projeções para muitas áreas cerebrais, apresentando especificidade regional para o
córtex orbitofrontal, corpo estriado e giro do cíngulo anterior. Esses neurônios regulam
os movimentos, a recompensa, a cognição e estão associados aos estados psicóticos.
Demonstrou-se recentemente significativa inervação no tálamo. Diferentemente de
outras vias dopaminérgicas, o sistema dopaminérgico talâmico origina-se em múltiplos
locais, incluindo a substância cinzenta periaquedutal, o mesencéfalo ventral, núcleos
hipotalâmicos e o núcleo parabraquial lateral. O sistema dopaminérgico talâmico pode
contribuir para o controle de informações transferidas através do tálamo para o
neocórtex, estriado e amígdala e foi recentemente responsável pela regulação da
atividade do sono (Stahl, 2010). Está bem estabelecido o relato de uma elevada
prevalência de depressão em pacientes com doenças cerebrais que têm a perda
dopaminérgica como mecanismo fisiopatológico central (doença de Parkinson e coreia
de Huntington). Associações entre anedonia e disfunção do sistema de recompensa, ao
lado da demonstração da eficácia de antidepressivos que aumentam o tônus
dopaminérgico, bem como a indução de depressão com medicamentos que reduzem o
tônus dopaminérgico são bases da teoria dopaminérgica da depressão, embora um
mecanismo dopaminérgico primário para depressão seja considerado improvável
(Lacerda et al.,2009).
Glutamato
O glutamato é um neurotransmissor excitatório, que desempenha um papel importante
no controle da excitabilidade sináptica, além de atuar na plasticidade de diversos
circuitos cerebrais, incluindo aqueles que se localizam no sistema límbico, envolvidos
em potenciais mecanismos fisiopatológicos da depressão (Witkin et al., 2007). Os
neurônios de glutamato compõem mais da metade dos neurônios excitatórios. O
glutamato e outro transmissor excitatório, o asparato, são aminoácidos não essenciais
que não ultrapassam a barreira hematencefálica. Portanto, o glutamato precisa ser
sintetizado no cérebro a partir de glicose e outros precursores.
A teoria monoaminérgica sugere que todo o sistema neurotransmissor
trimonoaminérgico pode estar disfuncional em diversos circuitos cerebrais, com
diferentes neurotransmissores envolvidos, dependendo do perfil de sintomas do
paciente.
2. Córtex orbitofrontal
O córtex orbitofrontal (OFC) é a parte do córtex pré-frontal que se situa acima do olho
em sua órbita. O córtex orbitofrontal pode regular impulsos, compulsões e motivações.
Os comportamentos são hipoteticamente regulados por circuitos, que passam pelas onze
regiões, as quais estão ligadas por muitos circuitos de neurotransmissão diferentes. Em
relação à depressão, a hipótese monoaminérgica tem sido relacionada com as
neurotransmissões serotoninérgica, noradrenérgica e dopaminérgica, as quais regulam a
eficiência do processamento das informações dos circuitos cerebrais relacionados aos
sintomas da depressão, que estão incluídos abaixo (Stahl, 2010):
1. Córtex pré-frontal (PFC)
Função executiva
Atenção
Concentração
Emoções
Impulsos
Obsessões
Compulsões
Atividade motora
Fadiga
Ruminações
Preocupação
Dor
Sintomas negativos
Culpa
Tendências suicidas
2. Prosencéfalo basal (BF)
Memória
Vigilância
3. Amígdala (A)
Culpa
Tendências suicidas
Menos-valia
Humor
Medo
Ansiedade
4. Hipocampo
Revivências de memória
5. Hipotálamo (Hy)
Sono
Apetite
Sistema endócrino
6. Centros neurotransmissores do tronco cerebral
7. Medula espinhal (SC)
Fadiga física
Dor
8. Cerebelo (C)
Alterações psicomotoras
9. Tálamo (T)
Dor
Vigilância
10. Estriado (S)
Alterações psicomotoras
Fadiga física
11. Nucleus accumbens (NA)
Delírios
Alucinações
Prazer
Interesses
Libido
Fadiga
Euforia
Recompensa
Motivação
Prazer
Neuroplasticidade e estresse
O cérebro necessita de mecanismos que garantam respostas adequadas às constantes
demandas, mantendo a homeostase.
A neuroplasticidade pode ser definida como a cascata de processos que permitem ao
cérebro uma constante adaptação a demandas externas e internas, tendo como
consequência modificações sinápticas, alterações da excitabilidade pós-sinápticas e
reorganização do mapa cerebral. O estresse por sua vez se refere à cascata de respostas
hormonais e comportamentais que capacitam o organismo a adaptar-se às novas
demandas ambientais. Os órgãos-alvo do estresse incluem o cérebro e os sistemas
imunológico, cardiovascular e metabólico. A cascata de respostas relacionadas ao
estresse é produtiva a curto prazo, preparando o organismo para situações adversas e
mantendo a homeostase. A elevação de glicocorticoides e catecolaminas relacionadas ao
estresse agudo facilita a formação de memória e prepara o organismo para situações de
luta e fuga. Se as repostas relacionadas ao estresse são exageradas em duração ou
intensidade, podem associar-se a danos em seus diversos órgãos-alvo, incluindo o
cérebro. Portanto a elevação crônica de glicocorticoides e catecolaminas provoca
prejuízos cognitivos e alterações neuroestruturais, incluindo atipia dendrítica, atrofia
neuronal hipocampal e redução da neurogênese (Lacerda et al., 2009). Essas
consequências podem ser prevenidas ou revertidas por administração crônica de
antidepressivos, substâncias que bloqueiam a liberação de glutamato e antagonistas do
receptor NMDA (Duman, 2004; Hitoshi et al., 2007; McEwen, 2000).
A modulação da neurogênese por diferentes fatores, incluindo hormônios,
neurotransmissores e fatores ambientais, sugere que ela tem um importante papel em
mecanismos neurofisiológicos ao longo da vida. Os transtornos depressivos, de acordo
com a teoria neurotóxica, estariam relacionados com a incapacidade em dar respostas
adequadas a demandas internas e ambientais, em consequência de anormalidades na
neuroplasticidade (Lacerda, 2009). Estudos da fisiopatologia da depressão, com técnicas
de neuroimagem, tecidos periféricos pré e pós-tratamento e estudos post-mortem do
tecido cerebral sugerem que a depressão está associada a anormalidades na plasticidade
funcional e estrutural, assim como na resiliência celular em um circuito neuronal
específico que inclui o córtex pré-frontal, o córtex do cíngulo e do paracíngulo, a
amígdala e o hipocampo (Manji et al., 2003). Esses dados também indicam que a
recorrência dos episódios depressivos aumenta os efeitos deletérios nesse circuito, assim
como uma progressão de atrofia em determinadas regiões cerebrais.
Vulnerabilidade e resiliência
A vulnerabilidade é o produto da interação de diferentes fatores em uma proporção
própria a cada indivíduo. Esse conceito envolve a noção de que as pessoas são
diferentes e reagem de modo diversificado a eventos aparentemente semelhantes. O
modelo de vulnerabilidade está diretamente ligado à sensibilidade individual ao
estresse, e certas características podem ser desenvolvidas para servir de fatores de
proteção que fazem a mediação entre a vulnerabilidade biológica e os eventos
estressores. O tratamento medicamentoso tem comprovada eficácia para a depressão,
mas seu efeito pode não ser suficiente para prevenir recaídas em alguns pacientes. A
probabilidade de recaída pode ser reduzida quando o tratamento farmacológico é
combinado com terapia cognitivo-comportamental (Hollon et al., 2005). A dificuldade
em se evitar a recorrência dos episódios depressivos, levanta a questão sobre a
existência de uma vulnerabilidade para a depressão, que poderia ser responsável pelo
seu desenvolvimento e posteriormente pelas recaídas em pacientes tratados. Estudos
recentes procuram identificar um endofenótipo (componentes mensuráveis, não
facilmente identificados, que servem de vínculo entre o genótipo e as doenças) de
vulnerabilidade para o desenvolvimento da depressão.
A resiliência foi definida como a capacidade universal que permite que uma pessoa,
grupo ou comunidade previna, minimize ou supere os efeitos nocivos das adversidades
(Grotberg, 1995). A resiliência não pode ser vista como um atributo fixo do indivíduo,
pois diante de diferentes circunstâncias a resiliência em um mesmo indivíduo se
modifica (Rutter, 1987).
Conclusão
A correlação entre os sintomas depressivos, regiões específicas do cérebro e disfunção
da neurotransmissão serotoninérgica, noradrenérgica e dopaminérgica, proposta pelo
professor Sthal pode ter utilidade clínica para a escolha dos antidepressivos e suas
classes relacionadas ao mecanismo de ação. Por outro lado, esses sintomas
provavelmente são decorrentes de disfunção simultânea em várias regiões cerebrais. A
teoria monoaminérgica, inicialmente proposta como a fisiopatologia da depressão, ao
longo dos últimos anos vem sendo complementada com as reações que ocorrem a partir
dos receptores pós-sinápticos e desencadeiam reações denominadas “cascatas
intracelulares”.
Referências
Objetivos do aprendizado
Pontos-chaves
Distinção entre Depressão Unipolar e Bipolar
Transtorno Depressivo maior e Distimia
Depressão melancólica, atípica ou reativa
Depressão pós-parto e depressão psicótica
Evolução histórica
A alusão ao fato de a depressão tratar-se de um mal dos novos tempos é muito
frequente, inclusive nos meios de comunicação. Na última década do século
XX foi chamada de “doença do século”, e continua como se fosse doença da
moda. Entretanto, a depressão, o sofrimento do homem pela dor que dilacera a
alma, tem origem remota. Na Bíblia, há a história do rei de Israel, Saul, que na
luta com os Filisteus deu as costas para Deus, passou a ficar muito triste e a
ser atormentado, sem ver qualquer saída. A melancolia do rei Saul melhorou
quando Davi passou a tocar sua harpa. Anos depois, Saul, angustiado e sem
esperanças, derrotado no campo de batalha, suicida-se com a própria espada.
Na Antiguidade, para os gregos, hebreus, egípcios, babilônicos e persas, a
loucura era “a inveja que os deuses tinham do sucesso dos homens”. Não era
questionado qual seria o órgão doente, pois a doença era atribuída aos
caprichos dos deuses que puniam até enlouquecer (Cordás, 2002).
2
30
25
20
15
10
p <0,01 p <0,01 p <0,01 p <0,01
5
0
Neoplasia Cardio- Cerebro- Acidentes Suicídio Outros Todas as
vascular causas
vascular
Causas de óbito
Subtipos de depressão
A depressão é a patologia com a maior quantidade de classificações nos
últimos tempos, pois seu conceito na literatura é amplo e reúne diversas
7
HUMOR COGNITIVO
Depressivo • Apatia
Anedonia • Atenção diminuída
Disforia • Dificuldade de concentração
Desesperança • Perda de memória de curto
Culpa excessiva prazo
Suicidalidade • Déficit de função executiva
CIRCADIANO • Ruminação
Baixa energia MOTOR
Iniciativa diminui • Lentificação
Alteração do apetite • Inquietação
Alteração no sono • Agitação
Prejuízo na libido
Depressão maior
É a denominação utilizada para a síndrome do humor deprimido nas
classificações norte-americanas (DSMs em diversas edições) dos transtornos
do humor; é caracterizada pelo episódio depressivo maior, do transtorno
depressivo maior, episódio único ou recorrente. É equivalente às categorias
F32 – Episódio depressivo e F33 – Transtorno depressivo recorrente da CID-
10. É uma depressão primária. Não é decorrente etiologicamente de uma
condição clínica ou de efeito de substância, nem surge em resposta a situação
estressante.
CICLICIDADE BIPOLARIDADE
EUFORIA (Mania)
EUTIMIA
Depressão dupla
12
Depressão ansiosa
Os transtornos de ansiedade são os mais comuns entre os deprimidos. A
comorbidade nesses casos é a regra e não a exceção. As taxas de
comorbidades situam-se entre 50% e 60% e ambas as condições são
prevalentes ao longo da vida com taxas de 10% a 30%.
A inclusão dos estados depressivos mistos em um apêndice do DSM-IV
reconhece a ocorrência simultânea de cognição ansiosa, isto é, a ameaça que
a perda representa, e cognição depressiva, o sofrimento da perda, diante de
uma situação da vida importante e aversiva.
DEPRESSÃO E ANSIEDADE
simultâneas no estudo WHO
Pacientes com Pacientes com
ansiedade depressão
Afirma-se que os pacientes com esse tipo de quadro são mais comuns em
contextos médicos gerais.
Comorbidades entre
depressão e ansiedade
Prevalência, ao longo da vida, das comorbidades entre depressão
e alguns dos transtornos de ansiedade
Depressão reativa
É a denominação utilizada para os quadros de humor deprimido surgidos em
resposta a estressor psicossocial. A CID-10 inclui esses quadros na categoria
de transtorno de ajustamento, com os subtipos F43.20 – Reação depressiva
breve e F43.21 – Reação depressiva prolongada. Entretanto, a depressão
reativa também pode ser incluída nas categorias F32 e F33, desde que
corresponda às características do episódio depressivo.
Classicamente, essa depressão é definida como resultante de um evento vital
específico. Em termos ideais, a depressão não ocorreria na ausência do
evento, por exemplo, perda de um amor ao qual constitui uma reação;
continuaria pelo tempo em que o evento estivesse presente e cessaria com a
reversão do evento (o retorno do par romântico). Depressões que exibem todas
essas características quase nunca são vistas na prática clínica. Com o devido
suporte interpessoal, a maioria das pessoas é capaz de enfrentar tais eventos,
o que explica por que a depressão reativa tende a ter duração limitada.
Portanto, transtorno de ajustamento seria o diagnóstico mais apropriado na
maioria dos casos de depressão reativa.
Teoricamente, é possível imaginar situações de vida cronicamente
insatisfatórias que poderiam levar à desmoralização crônica. Entretanto, essa
15
Depressão sazonal
É caracterizada pela ocorrência de episódios depressivos em algumas épocas
do ano, mais comumente no início do outono e inverno, com remissão na
primavera. O predomínio é em mulheres e os sintomas atípicos como
hipersonia, hiperfagia, letargia, ganho de peso e avidez por carboidratos são
frequentes.
Depressão atípica
O termo depressão atípica surgiu em 1959, com West e Dally, com pacientes
com depressão que respondiam aos inibidores da monoamina oxidase (IMAO)
logo nos primeiros dias após o tratamento. E não respondiam de forma
satisfatória aos tricíclicos e ECT. Esses pacientes apresentavam uma gama de
características: depressão secundária a estados fóbico-ansiosos, depressão
não endógena, inversão de sintomas neurovegetativos (aumento de apetite, de
16
Depressão psicótica
Trata-se de depressão grave na qual ocorrem sintomas psicóticos como
delírios e/ou alucinações. No transtorno depressivo com aspectos psicóticos o
pensamento negativo adquire proporções amplamente delirantes, sendo
mantido com convicção; os pensamentos não são suscetíveis a modificação
por evidências em contrário. Classicamente, o pensamento delirante na
depressão deriva de quatro inseguranças básicas da humanidade: saúde,
situação financeira, valor moral e relacionamento interpessoal. Os pacientes
severamente deprimidos podem ter delírios de indignidade e pecado, referência
e perseguição. Eles acreditam estar sendo escolhidos por seus erros do
passado e que todos têm conhecimento desses erros. A ideação persecutória
na depressão frequentemente deriva da crença de que a pessoa merece
punição por essas transgressões. Um homem severamente deprimido pode
sentir-se tão incompetente em todas as áreas do funcionamento, incluindo a
esfera sexual, que pode suspeitar que sua esposa o traia (delírio de
infidelidade).
Outras pessoas deprimidas acreditam que perderam todo o seu dinheiro e que
seus filhos morrerão de fome, são os delírios de pobreza; ou que têm uma
17
Depressão pós-parto
As mulheres são duas vezes mais vulneráveis a desenvolver episódios
depressivos durante a vida. Três importantes circuitos permitem, nas mulheres,
a comunicação entre o cérebro e os demais órgãos: o eixo hipotálamo-
pituitária-tireoidiano, o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e o eixo hipotálamo-
pituitária-ovariano. A ocorrência de alterações específicas dos mecanismos de
18
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Tratamento dos Estados Depressivos e Mecanismos de Ação
Objetivos do aprendizado
A aula tem como objetivos revisar criticamente as teorias existentes sobre os mecanismos
de ação dos antidepressivos; discutir a relação entre os mecanismos de ação e efeitos
terapêuticos; avaliar a importância dos aspectos farmacocinéticos e efeitos colaterais na
escolha do antidepressivo a ser utilizado no tratamento dos estados depressivos, e rever
brevemente o estado atual dos métodos de estimulação cerebral (incluindo a "deep brain
stimulation") na prática psiquiátrica.
O tratamento das depressões inclui: (a) aliança terapêutica com o paciente, visando romper
a barreira que a apatia e a desesperança, próprias dos estados depressivos, colocam frente
ao tratamento; (b) explicações claras sobre a doença depressiva e seu curso; (c) abordagem
da família, para cooperação no tratamento; (d) utilização de recursos farmacológicos ou
eletroconvulsoterapia; e (e) psicoterapia.
A avaliação do risco de suicídio é mandatória e deve ser feita com extremo cuidado. Nos
casos mais graves, não se pode prescindir da vigilância ininterrupta, que por vezes torna
necessária a internação hospitalar.
Os tricíclicos são recomendados como segunda escolha devido aos seus potenciais efeitos
colaterais (interferência com o sistema de condução cardíaco, efeitos alfa-adrenérgicos,
anticolinérgicos, anti-histamínicos, entre outros).
2
alimentos que contenham tiramina), e dos riscos relacionados à hipertensão
arterial/problemas cardíacos.
Alguns dos antidepressivos de primeira linha contam com estudos comparativos com outros
antidepressivos (também de primeira linha). Cipriani e cols. (2009) realizaram uma meta-
análise com 12 antidepressivos de segunda geração, e identificaram quatro medicamentos
como superiores aos demais: escitalopram, mirtazapina, sertralina e venlafaxina (a
desvenlafaxina não foi incluída nessa meta-análise).
3
metabólito ativo). A fluoxetina e a paroxetina inibem seu próprio metabolismo, tendo
cinética não linear, ao contrário do citalopram, da fluvoxamina e da sertralina.
Em geral os ISRSs são relativamente bem tolerados quanto aos efeitos colaterais, que
abragem: inquietação e ansiedade (principalmente no início do tratamento, e com a
4
fluoxetina), insônia, tremores, disfunção sexual (retardo da ejaculação e anorgasmia),
náusea, gastralgia e diarreia. A paroxetina tem alguns efeitos anticolinérgicos; pode
diminuir o limiar convulsígeno e eventualmente pode também causar sonolência (além da
insônia que todos os ISRSs podem eventualmente causar). Já se descreveram casos de
acatisia com a paroxetina (raros). Os efeitos extrapiramidais derivam da inibição tônica que
a serotonina exerce sobre os sistemas dopaminérgicos. A paroxetina deve ser interrompida
lentamente para que se evitem sintomas de abstinência.
As doses usualmente preconizadas para o tratamento dos estados depressivos com os ISRSs
são as seguintes: 20 mg/dia de fluoxetina (faixa terapêutica entre 20 e 60 mg/dia) e
paroxetina (faixa terapêutica entre 20 e 50 mg/dia), 50 mg por dia de sertralina (faixa
terapêutica entre 50 e 200 mg/dia), e de 20 a 60 mg por dia de citalopram. A fluvoxamina
(ainda não comercializada em nosso meio) é usada geralmente na dose entre 50 e 300
mg/dia (acima de 100 mg/dia recomenda-se ministrá-la em duas doses diárias).
OUTROS ANTIDEPRESSIVOS
VENLAFAXINA
A venlafaxina é um derivado bicíclico da feniletilamina que inibe a recaptação pré-
sináptica da serotonina e da norepinefrina (e, em menor extensão, da dopamina). A
venlafaxina não tem ação sobre receptores muscarínicos, histaminérgicos ou adrenérgicos,
e também não inibe a MAO. Atualmente é utilizada a venlafaxina de liberação prolongada
(XR), que permite o uso em dose única diária. A venlafaxina é metabolizada pela isoenzima
citocromo P450 2D6, prevendo-se interações com outras drogas por ela metabolizadas (de
5
referentes à função sexual (retardo da ejaculação, impotência). A venlafaxina tem poucos
efeitos cardiovasculares e anticolinérgicos, sendo em geral bem tolerada; no entanto, em
dose mais elevadas, a venlafaxina pode aumentar a pressão diastólica dos pacientes. A dose
usual de início é de 75 mg/dia. Posteriormente a dose pode ser elevada para 150 mg/dia,
chegando-se até ao limite recomendado em bula (para a venlafaxina XR) de 225 mg/dia.
DESVENLAFAXINA
A desvenlafaxina é um metabólito desmetilado da venlafaxina, e apresentado na forma de
succinato monoidratado.
6
Seus efeitos colaterais mais comuns são: náusea, boca seca, constipação, fadiga, tontura,
sudorese e cefaleia.
Nos EUA a desvenlafaxina vem sendo estudada para o tratamento dos transtornos
vasomotores associados à menopausa (indicação ainda não aprovada pelos órgãos
regulatórios brasileiros).
Dada a excreção predominante por via renal, a desvenlafaxina só deve ser empregada com
muita cautela em pacientes com insuficiência renal, recomendando-se doses menores e
intervalos maiores (por exemplo, 50 mg a cada dois dias).
REBOXETINA
Sintetizada já em meados da década de 60, a reboxetina constitui-se no primeiro inibidor
seletivo da recaptação de norepinefrina (ISRN). De fato, a reboxetina não inibe a
recaptação da serotonina e da dopamina, tendo pouca ou nenhuma afinidade por receptores
muscarínicos, adrenérgicos ou histaminérgicos. Ensaios clínicos controlados mostraram que
a reboxetina tem eficácia comparável à imipramina e à desipramina no tratamento da
depressão maior. Um estudo recente demonstrou a eficácia da reboxetina no tratamento de
pacientes hospitalizados, com doença depressiva severa, em comparação com o placebo.
Estudos até agora disponíveis indicam que a reboxetina não interfere de forma significativa
com o sistema enzimático do citocromo P450, tendo potencialmente poucas interações
7
farmacológicas. O uso concomitante com o lítio não foi, entretanto, suficientemente
estudado. A reboxetina tem farmacocinética linear, sendo suas concentrações plasmáticas
proporcionais às doses ingeridas. Sua meia-vida de eliminação é de aproximadamente 13
horas, o que permite sua administração em duas tomadas diárias. Sua absorção não é
afetada pela alimentação, podendo ser dada antes ou após as refeições. Alguns estudos
enfatizam a melhora do desempenho social com a reboxetina, medida através da SASS
(Social Adaptation Self-evaluation Scale); essa melhora tem sido relacionada ao papel da
noradrenalina quanto ao drive e melhora da vigilância, que contribuiriam para a melhora da
motivação e do desempenho social. A reboxetina tem sido empregada na dose diária de 8 a
10 mg, dividida em duas tomadas (comprimidos de 4 mg); alguns pacientes chegam a
receber 10 mg ao dia. Doses maiores que 10 mg associam-se a maiores taxas de efeitos
colaterais, sem benefícios terapêuticos adicionais. Pacientes com prejuízo da função renal
devem receber doses menores de reboxetina. Dentre os efeitos colaterais, observam-se
hesitação urinária (5% vs. 2% para o placebo), boca seca (27% vs. 16%) e prisão de ventre
(17% vs. 8% para o placebo). Esses efeitos não são decorrentes de ação anticolinérgica
direta. Alguns pacientes relataram vertigem (2% vs. 0% para o placebo), disfunção sexual
(5% vs. 0% para o placebo, em homens), insônia (14% vs. 5%) e sudorese (14% vs. 7%).
Ocasionalmente a reboxetina pode causar discreto aumento da frequência cardíaca e
discreta hipotensão postural diastólica. Distúrbio de condução foi observado em 6% dos
idosos (quase exclusivamente hemibloqueio anterior esquerdo).
MIRTAZAPINA
A mirtazapina é uma substância tetracíclica, que integra a classe das piperazinoazepinas, e
tem um perfil farmacológico diferente dos demais antidepressivos disponíveis. A
mirtazapina é um potente antagonista dos receptores alfa-2-adrenérgicos (auto e
heterorreceptores), sendo também um antagonista dos receptores serotonérgicos de tipo 2 e
3 (5HT2 e 5HT3), tendo poucos efeitos sobre a recaptação das monoaminas. O bloqueio
dos receptores alfa-2 pré-sinápticos leva ao aumemnto da liberação de noradrenalina. Além
disso, o bloqueio dos heterorreceptores alfa-2 aumenta a liberação de serotonina. Ao
mesmo tempo, o bloqueio dos receptores 5HT2 e 5HT3 permite uma ação mais seletiva
sobre os receptores 5HT1. Dessa forma, a mirtazapina teria menos efeitos colaterais sobre o
8
sistema digestivo e sobre a função sexual. A mirtazapina tem baixa afinidade pelos
receptores muscarínicos, colinérgicos e dopaminérgicos; por outro lado, tem alta afinidade
pelos receptores histaminérgicos de tipo 1. A potente atividade anti-histamínica é tida como
responsável pelo ganho de peso frequentemnente associado à mirtazapina, assim como
pelos seus efeitos sedativos. Esses efeitos são mais evidentes quando a mirtazapina é
administrada em doses baixas; em doses mais altas predomina a ação noradrenérgica. Sua
meia-vida de eliminação é de 21,5 horas, em média. O perfil mais sedativo faz com que a
mirtazapina seja, sobretudo, indicada em pacientes com depressão associada à ansiedade.
Os efeitos colaterais mais encontrados são sedação e ganho de peso; por outro lado, não
foram encontrados efeitos significativos cardiovasculares, gastrointestinais e disfunção
sexual. Embora muito rara, já foi descrita agranulocitose em pacientes recebendo
mirtazapina; assim, o paciente deve ser instruído a comunicar ao médico caso tenha dor de
garganta, febre, sinais de infecção, etc. A mirtazapina não deve ser associada aos IMAOs,
devendo-se respeitar um intervalo de, no mínimo, 15 dias entre a interrupção do IMAO e
seu início (ou vice-versa). Fora dessa situação, a mirtazapina tem poucas interações
farmacológicas, porém sua associação com álcool e/ou diazepam podem causar sedação
excessiva e riscos ao dirigir veículos ou operar máquinas perigosas. A mirtazapina pode
induzir a aumentos transitórios das enzimas hepáticas e do colesterol. Recomenda-se iniciar
a mirtazapina com a dose de 15 mg, aumentando-se em geral depois de poucos dias para 30
mg; a dose máxima recomendada pelo PDR (Physicians’ Desk Reference, 2000) é de 45 mg
por dia.
DULOXETINA
9
(Goldstein e cols., 2002). À semelhança de outros antidepressivos de ação dupla (como os
tricíclicos e a venlafaxina), a duloxetina é eficaz no tratamento da dor (relacionada ou não à
depressão). Vale lembrar que sintomas dolorosos integram o quadro clínico da depressão,
seja no período de estado depressivo, seja como sintomas residuais. A duloxetina vem
sendo estudada também, pelo seu efeito sobre a nocicepção, no tratamento da neuropatia
periférica do diabetes. Seu efeito noradrenérgico torna a duloxetina também útil no
tratamento da incontinência urinária (devido a efeito central sobre a bexiga). Os efeitos
colaterais da duloxetina incluem: náuseas (que frequentemente remitem após a primeira
semana de tratamento), obstipação e sonolência. O tratamento de pacientes com disfunção
hepática e renal pode requerer o uso de doses menores (30 mg/dia) e a adequada
monitoração. Os efeitos sobre a função sexual assemelham-se aos dos ISRSs. A dose mais
comum da duloxetina é de 60 mg/dia, mas alguns pacientes podem requerer 120 mg/dia
(divididos em duas tomadas). Embora os estudos clínicos não tenham relatado aumento
significativo da pressão arterial, é prudente monitorizar-se a PA durante o tratamento, em
particular com doses mais elevadas. Estudos recentes demonstram que a duloxetina não tem
efeitos significativos sobre a frequência cardíaca e sobre a repolarização do miocárdio
(intervalo QT). A duloxetina, à semelhança dos ISRSs e da venlafaxina, deve ser
interrompida gradualmente, para que se evitem os sintomas de descontinuação abrupta.
10
Genérico
Imipramina 10; 25 50-300 7-34 150-300*
75; 150 50-300 150-300*
Clomipramina 10; 25 (A) 50-300 15-60 150-250
75 50-300 150-250
Amitriptilina 25 e 75 mg 50-300 5-45 100-250*
Nortriptilina 10;25,50,75 50-150 20-55 50-150
Maprotilina 25; 75(A) 75-225 25-50 150-300
(A) ampolas para uso parenteral
* inclui a droga original e seu metabólito desmetilado.
Esses medicamentos são bem absorvidos por via oral, alcançando pico plasmático entre 2-6
horas. Considerando que a maioria tem meia-vida de aproximadamente 24 horas, os
tricíclicos podem ser dados em uma única administração diária. Os tricíclicos sofrem
metabolização hepática (citocromo P450-2D6), sendo a velocidade de sua metabolização
determinada geneticamente, com muita variação entre os indivíduos. Drogas que inibem o
citocromo P450-2D6, como a fluoxetina e a paroxetina, aumentam os níveis plasmáticos
EFEITOS COLATERAIS
11
Os tricíclicos possuem uma gama de feitos colaterais, que resultam de ações não desejadas
sobre outros sistemas. (a) Ações anticolinérgicas: o bloqueio dos receptores muscarínicos
da acetilcolina produz boca seca, constipação, dificuldades da acomodação visual e
retenção urinária, além de agravamento do glaucoma de ângulo fechado. Os efeitos
anticolinérgicos centrais podem resultar em prejuízo da memória e em estados de
obnubilação da consciência, sobretudo em idosos; (b) Hipotensão ortostática: efeito comum
dos tricíclicos, a hipotensão ortostática é sobretudo perigosa para os idosos, acarretando não
raramente fraturas ósseas. É mediada pelo bloqueio dos receptores adrenérgicos alfa-1. As
aminas secundárias, e sobretudo a nortriptilina, são mais seguras quanto a esse risco; (c)
Sedação: o bloqueio dos receptores histamínicos do tipo 1 (H1) pode acarretar sedação; em
geral, as aminas terciárias tendem a ser mais sedativas que as secundárias; (d) Ganho de
peso; (e) Efeitos cardiovasculares: os tricíclicos, em doses terapêuticas, possuem atividade
antiarrítmica (classe 1A), podendo suprimir extrassístoles. Em doses maiores, no entanto,
podem diminuir a contratilidade cardíaca, aumentar a irritabilidade miocárdica, causar
hipotensão e taquicardia. Por ação do tipo quinidínica (estabilização da membrana), podem
retardar o tempo de condução, levando a bloqueios de ramo ou a bloqueio atrioventricular.
Os bloqueios preexistentes constituem-se em contraindicação relativa para o uso de
tricíclicos, requerendo atenção especial; (f) Convulsões: embora todos os tricíclicos possam
reduzir o limiar convulsígeno, a maprotilina tem sido mais comumente associada a essa
manifestação, seguida pelas aminas terciárias, e por fim pelas secundárias; (g)
Teratogenicidade: embora não existam dados, além de relatos anedóticos, que comprovem
a teratogenicidade dos tricíclicos, recomenda-se evitá-los, principalmente no primeiro
trimestre da gravidez. Tem sido relatada abstinência neonatal em recém-nascidos cujas
mães faziam uso de tricíclicos (e tetracíclicos), devendo por isso ser interrompidos pelo
menos duas semanas antes do parto. Embora os tricíclicos sejam excretados em quantidades
muito pequenas no leite materno, seu efeito sobre o sistema neuronal dos bebês ainda é
desconhecido; a decisão de interromper a amamentação deve levar em conta cada situação
individual, pesando-se os riscos potenciais e os benefícios.
INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS
12
A sedação e falta de coordenação motora que resultam da interação dos tricíclicos com o
álcool advêm de ações farmacodinâmicas, mas também da farmacocinética (o clearance
dos tricíclicos é reduzido pela ingestão aguda de álcool). Muitas das interações com outras
medicações envolvem adição de efeitos sedativos ou anticolinérgicos (exemplos: hipnóticos
e neurolépticos). A inibição das enzimas do sistema microssomal P 450 (como ocorre, por
exemplo, com cimetidina, cloranfenicol, dissulfiram, neurolépticos, fluoxetina e
paroxetina) resulta em aumento do nível plasmático dos tricíclicos. A combinação dos
tricíclicos com IMAOs em geral não é recomendada, e requer cuidados muito especiais.
Caso o paciente esteja fazendo uso de IMAOs, devem-se esperar duas semanas sem estes
medicamentos, para se iniciar o uso de um tricíclico.
POSOLOGIA
Deve ser explicado aos pacientes que os antidepressivos demoram de duas a quatro
semanas para apresentar seus efeitos terapêuticos, e que às vezes é necessário esperar até
seis semanas.
13
possível) três a cinco dias mais tarde. A dose deve ser ajustada até cair entre 50 e 150
ng/ml. Geralmente essas taxas são obtidas com doses entre 50 e 150 mg por dia. Caso haja
efeitos colaterais, a medicação pode ser dada duas vezes ao dia.
Considerando-se o risco de convulsões, a maprotilina deve ser dada até o limite de 225
mg/dia, e a clomipramina usualmente não deve exceder a dose de 250 mg/dia.
Nos casos de depressão recidivante, muitas vezes se impõe a profilaxia com tricíclicos.
Contrariamente ao que antes se pensava, muitas vezes é preciso continuar com a dose
completa que foi necessária para a remissão, para se efetuar a profilaxia.
14
O trazodone é virtualmente destituído de atividade anticolinérgica; tem, no entanto,
atividade bloqueadora dos receptores alfa-1-adrenérgicos pós-sinápticos, o que pode causar
hipotensão postural como um de seus efeitos colaterais. O trazodone tem ainda moderada
atividade anti-histamínica.
Geralmente o trazodone é iniciado com dose de 50 mg, chegando-se à dose máxima de 400
mg/dia (dose máxima recomendada para pacientes ambulatoriais). Alguns pacientes, no
entanto, irão necessitar de até 600 mg/dia, tomando-se os devidos cuidados com os efeitos
colaterais, tais como a hipotensão postural. Como sua meia-vida é curta, as doses devem ser
fracionadas em pelo menos duas tomadas diárias. Atualmente tem sido preferida a sua
forma de liberação prolongada, que pode ser utilizada em duas tomadas diárias. O
trazodone possui apresentações de 50 mg e, em sua forma de liberação prolongada, 150
mg por comprimido (tais comprimidos podem ser divididos em três frações, caso se queira
ajuste de dose). O trazodone tem sido indicado para depressões em que predomina o
componente ansioso. Como diminui o limiar convulsígeno, devem-se tomar os cuidados
pertinentes. Pode produzir hipotensão ortostática e arritmias cardíacas.
15
ser úteis no tratamento de depressões ansiosas, e para aquelas acompanhadas de insônia.
Assim, o trazodone é bastante útil para pacientes com insônia severa. Há relatos associando
o trazodone à diminuição do limiar convulsígeno e a arritmias cardíacas. O priapismo pode
ocorrer, embora raramente (foram descritos cerca de 200 casos de priapismo para homens
usando o trazodone). Embora infrequente (um para 6.000 pacientes), esse efeito pode
resultar em impotência permanente.
Dificilmente o clínico geral fará uso dos inibidores da monoamina oxidase (IMAOs), em
função dos problemas que acarretam e dos riscos de interações com medicamentos e
mesmo com certos alimentos (que contêm tiramina). Por todas essas razões, o uso dos
IMAOs reserva-se aos especialistas em psiquiatria e, mesmo entre esses, são poucos os que
têm familiaridade com os IMAOs.
Os IMAOs são hoje empregados, sobretudo, no tratamento das depressões resistentes aos
tricíclicos e aos ISRSs, e em algumas síndromes específicas, como as depressões anérgicas
(formas inibidas de depressão), depressões atípicas (caracterizadas por hipersonolência,
aumento do apetite, reatividade exagerada ao ambiente e traços histéricos de
personalidade), depressões associadas aos quadros bipolares, depressões sazonais, certas
formas de distimia (depressão crônica) e alguns quadros de ansiedade (síndrome do pânico
resistente, fobia social, quadros fóbicos complexos).
Os efeitos colaterais mais frequentes dos IMAOs incluem: tonturas, hipotensão postural,
dor de cabeça, xerostomia, insônia, constipação, visão turva, náusea, edema periférico,
retenção urinária, fraqueza e mioclonias. Pode ocorrer elevação das transaminases em 3 a
5% dos pacientes. Ao longo do tratamento de manutenção podem ocorrer: ganho de peso,
anorgasmia, hipoglicemia, deficiência de piridoxina (vitamina B6) e neuropatia periférica.
16
elásticas; algumas vezes, e na ausência de contraindicações, usa-se a fludrocortisona
(Florinefe), um mineralocorticoide, na dose de 0,02 a 0,05 mg duas vezes ao dia (pode, no
entanto, desencadear insuficiência cardíaca, por retenção de líquidos, nos idosos). A
disfunção sexual é, algumas vezes, tratada com ciproeptadina ou com betanecol.
17
- bebidas alcoólicas em geral
- abacate, banana, ameixa, figo, uvas, passas, beringela, espinafre, tomate
- iogurte
- molho de soja (shoyu), glutamato (Ajinomoto)
- chocolate e café (a serem evitados apenas em grandes quantidades)
18
POSOLOGIA
Há cerca de 20 anos a moclobemida (um IMAO A) foi introduzida na prática clínica, com
resultados controversos, embora tenha sido incluída pelas diretrizes canadenses como
tratamento de primeira linha. Ainda que tenha se mostrado eficaz em alguns estudos
controlados, a eficácia da moclobemida parece ser menor que a da fenelzina e da
tranilcipromina. A moclobemida (comprimidos de 100 e 150 mg) é usada em doses entre
300 e 600 mg por dia. A moclobemida, nas doses usuais, não parece oferecer perigo quando
associada à ingestão usual de tiramina na dieta.
Mais recentemente, a selegilina (IMAO B) tem sido utilizada em forma transdérmica, e tem
sido indicada pelas diretrizes canadenses como tratamento de segunda linha para os estados
depressivos.
19
psicofármacos. Em muitos casos (depressões leves, associadas a fatores desencadeantes de
cunho psicológico e/ou de personalidade), a psicoterapia pode ser utilizada isoladamente,
sem a necessidade da farmacoterapia. Serão discutidas em classe outras formas de
psicoterapia.
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PONTOS CHAVE
Mecanismos de ação dos antidepressivos, aspectos farmacodinâmicos e farmacocinéticos; efeitos colaterais,
diretrizes terapêuticas, depressões resistentes, métodos de estimulação cerebral.
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