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FUNDAMENTOS EM ANTENAS
1.1 Introdução
Antena é um dispositivo por meio do qual recebe ou transmite uma onda eletromagnética.
Qualquer pedaço de fio pode ser usado como uma antena, sendo que evidentemente pode
não possuir um bom rendimento. É comum pendurar um pedaço de fio na entrada da antena
de uma TV ou rádio para melhorar a recepção do sinal. A explicação porque uma antena
transmite ou recebe um campo elétrico, não é uma tarefa as vezes fácil. A análise e cálculo
dos campos irradiados e recebidos de uma antena é explicado pelas equações de Maxwell,
que por meio das quais calculamos os campos elétrico e magnético à uma distância
qualquer da antena, como veremos futuramente.
Uma outra função de uma antena é direcionar a intensidade de radiação em uma
determinada direção na qual se deseja transmitir o sinal, como é o caso de ligação ponto a
ponto de um enlace de microondas e comunicação via satélite.
1
Os principais tipos de antenas existentes na literatura são:
- Radiador Isotrópico
O radiador isotrópico é uma antena hipotética que irradia igualmente em todas as direções,
como se fosse uma fonte pontual. Normalmente as propriedades das outras antenas são
definidas com respeito ao radiador isotrópico.
O dipolo meia onda é uma antena tipo filamentar que possui tamanho l = /2 e é o mais
usado na prática, devido a sua facilidade de construção e de casamento de impedância.
Outras antenas de tamanho maior como de um comprimento de onda, um e meio
comprimento de onda , etc. também podem ser encontradas na literatura. A figura 1.2b
mostra um dipolo meia onda com sua distribuição de corrente ao longo do mesmo. As
figuras 1.2c e 1.2d mostra um dipolo para outros comprimentos diferentes do meio
comprimento de onda, com com suas distribuições de correntes.
Figura 1.2 dipolo (a) curto, (b) meia onda, (c) e (d) outros valores de l
O dipolo curto e dipolo ideal são antenas do tipo filamentar cujo comprimento (l) da
mesma é muito menor do que o comprimento de onda ( l << ) . Estas antena são usadas
2
quando a frequência é muito baixa, como é o caso de f < 1 MHz. A figura 1.2a apresenta
um dipolo curto alimentado por uma corrente de intensidade linear I. O grande problema
destas antenas surge devido ao casamento de impedância pois a resistência de radiação das
antena dipolo curto é muito baixa, como veremos. Estas antenas apresentam também como
um elemento capacitivo dificultando também o casamento de impedância, sendo
necessário adicionar uma bobina no circuito da antena. A vantagem desta antena é possuir
um tamanho reduzido, pois quando trabalhamos com baixas frequências o comprimento de
onda é grande, e o tamanho da antena dipolo meia onda fica muito impraticável ( como por
exemplo para uma frequência de 1 MHz, uma antena dipolo meia onda terá comprimento
de 150m ).
A antena tipo loop apresenta na forma de uma espira ou mais como mostra a Fig. 1.3b. Ela
as vezes pode ser feita como uma bobina, em que o núcleo pode ser de ar ou ferrite. Uma
antena muito utilizada na prática quando se usa polarização circular é a antena helicoidal,
como mostra a Fig. 1.3c.
- Antena Monopolo
3
- Antenas faixa Larga
As antenas faixa larga são usadas quando se deseja que a mesma opere em uma faixa de
frequência larga como é o caso a banda dos canais de TV. As duas antenas mais comuns
usadas como faixa larga são : helicoidal e log-periódica .
A antena helicoidal é construída como uma hélice e sua polarização é circular. A antena
log-periódica é constituída de vários dipolos colocados em paralelo, como será visto no
capítulo V. O ganho desta antena pode variar de 10 até aproximadamente 100 vezes
comparado ao radiador isotrópico.
- Antena Yagi-Uda
Figura 1.4 (a) antena Yagi, (b) conjunto, (c) conjunto de guias de ond
4
- Conjunto de Antenas
Um conjunto de antenas é constituído por uma ou mais antenas de maneira disposta tal
que o ganho do conjunto é maior do que quando se usa apenas uma antena. A distância
entre as antenas e a fase da corrente que alimenta as mesmas é feita de modo a termos um
efeito construtivo dos campos no ponto que se deseja calcular o campo.
As antenas em abertura mais comuns são as antenas cornetas ( Fig. 1.5) Estas antenas são
largamente usadas em comunicações via satélite por possuir um ganho elevado.
- Antenas Refletora
5
A superfície refletora pode ter várias configurações. A superfície refletora mais comum
encontrada na prática é do tipo parabólica. Estas antenas possuem um ganho de potência
elevado e pode atingir valores superiores à 100 mil vezes quando comparado ao ganho do
radiador isotrópico. Elas são mais usadas em frequência superior a 1 GHz, como é o caso
de enlaces de comunicação via satélite e microondas. A Fig. 1.6 mostra alguns tipos de
superfícies refletoras com seus elementos alimentadores. A Fig. 1.6(a) mostra um refletor
parabólico com alimentador frontal, a Fig.1.6(b) mostra um refletor parabólico com um
sub-refletor também parabólico no foco da parábola. Esta configuração é chamada de
Casseggrain. A Fig. 1.6(c) mostra um refletor tipo refletor de canto. Todos produzem um
focalização dos feixes para o ponto focal onde se situa o alimentador ou o sub-refletor
como no caso da antena tipo Cassegrain.
6
campo elétrico tem associado à ele suas linhas de força as quais são tangentes ao campo
elétrico em cada ponto e sua intensidade é proporcional à intensidade do campo elétrico. As
linhas de força do campo elétrico têm uma tendência de atuar nos elétrons livres associados
aos condutores e força os mesmos a se deslocarem. O movimento das cargas cria uma
corrente que por sua vez cria em torno dos um campo magnético. Associados ao campo
magnético estão as linhas força magnética as quais são tangentes ao campo magnético.
As linhas de força magnética sempre formam loops fechadas envolvendo os condutores
porque não há carga magnética.
As linhas do campo elétrico desenhadas entre os dois condutores auxiliam a distribuição
das cargas. Se assumirmos que a fonte de tensão é sinoidal, esperamos que o campo elétrico
entre os condutores também é senoidal com período igual ao da fonte.
A intensidade do campo elétrico indicará a densidade das linhas de força com a seta
mostrando a direção relativa (positiva ou negativa). A criação do campo elétrico e
magnético variável no tempo entre os dois condutores forma uma onda eletromagnética que
viaja ao longo da linha de transmissão. A onda eletromagnética entra na antena e tem
associado a ela cargas elétricas e as correspondentes correntes. Se removemos parte da
antena mostrado na figura , ondas no espaço livre pode ser formadas por conexão do final
aberto das linhas elétricas. As ondas no espaço livre são periódicas mas um ponto de fase
constante Po move para fora com velocidade da luz e desloca para uma distância /2
(ponto P1) em um tempo de meio período.
A figura mostra a criação e deslocamento no espaço livre de ondas no espaço livre de
uma antena meio comprimento de onda em instante de tempo t = 0, T/2, T/4, 3T/8.
7
As linhas de força partem do campo elétrico partem das cargas positivas para as negativas.
Elas também podem partir das cargas positivas e terminar no infinito ou partir do infinito e
terminar nas cargas negativas ou formar um loop não partindo nem terminando em
nenhuma carga
b
xe (1.1a)
t
d
xh jT (1.1b)
t
8
.d T (t ) (1.1c)
.b 0 (1.1)
(t )
. jT T (1.1e)
t
e , b , d são o campo elétrico, a indução magnética e o vetor deslocamento, respectivamente
e jT , T são a corrente total e densidade de corrente. Todas as os campos possuem variação
com x,y,z e t.
e e ( x, y, z, t ) E ( x, y, z )e jt (1.2 a)
b b ( x, y, z, t ) B( x, y, z )e jt (1.2 b)
etc.
9
J T E J (1.4)
A corrente total é a soma da corrente de condução (Ē) e da corrente imposta J. A corrente
de condução aparece no elemento condutor devido à indução que é produzida pela corrente
imposta que normalmente passa em outro condutor.
As relações constitutivas são dadas por,
D E , e B H (1.5)
xH j ( )E J (1.6)
j
onde,
j ( / )
A potência complexa Ps por uma fonte no volume v é igual a soma da potência fluindo da
superfície s, a potência média Pdav dissipada em v, mais a potência média armazenada em v,
10
1 *
2 s
Pf ExH .ds
1 *
onde, ExH é o vetor de Poynting
2
Pdav E dv
2
1 1 2
2
Wmav H dv
v
2
1 1 2
Weav
2 v 2
E dv
1
Pf Re( ExH * .ds )
2 s
.(xA) 0
mas pela equação 1.7d,
.( H ) 0
11
podemos escrever,
H xA (1.8)
onde A é chamado de vetor potencial magnético.
x E jA 0 (1.9)
x( ) 0 ,
usando a identidade,
xxA .A 2 A (1.12)
.A 2 A j jA J (1.13)
ou
2 A 2 A j .A J (1.14)
12
2 A 2 A J (1.16)
esta é chamada equação da onda na forma vetorial. Usando a equação (1.10) e (1.15)
.A
E jA
(1.17)
j
nota se que para calcular o valor do campo elétrico basta conhecer a intensidade de A .
Da equação (1.10),
.E j.A . (1.18)
A equação da onda vetorial pode ser resolvida usando três equações escalares.
Primeiramente podemos decompor o vetor A em suas três componentes,
2 A x̂ 2 A x ŷ 2 A y ẑ 2 A z (1.21)
2 A x A x J x
2 A y 2 A y J y (1.22)
2 A z 2 A z J z
13
2 2 0 (1.24)
e j r
(1.25)
4r
e j r
(1.26)
4R
onde R é a distância da fonte ao ponto onde se deseja calcular o campo como mostra a
figura 1.9.
Para uma corrente arbitrária na direção z, o vetor potencial está na direção z. Se
considerarmos uma fonte como um conjunto fontes pontuais cuja intensidade é dada por J z,
o potencial Az é dado pela soma de todas as cargas e no limite a corrente J z é dada pela
equação,
e jR
Az J z dv (1.27)
v 4R
e jR
A J dv (1.28)
v 4R
14
Figura 1.9- Vetores usados para resolver o problema de radiação produzido por uma corrente J no ponto P.
Calculando o valor de A pela equação (1.28), podemos calcular o valor do campo elétrico e
magnético pela equação,
H xA
1
E xH (1.30)
j
Usaremos o termo dipolo ideal uma corrente infinitesimal de tamanho z < <
ao longo do eixo z, colocada na origem. Neste caso o volume de integração da equação
(1.27) se reduz a uma dimensão.
J I ( x) ( y ) zˆ para -z z´ z (1.31)
e jR
A I ( x´) ( y ) zˆ dx´dy´dz´ (1.32)
v 4R
15
jR
/2 e
A zˆI ( x´)dx ( y´)dy´ dz´ (1.33)
´ / 2 4R
-jR
z / 2 e
A zˆ I dz (1.34)
z / 2 4R
I e -jr
A zẑ (1.35)
4r
.( fG) (f ) xG f (xG) (1.36)
I z e jr
H (1.38)
4r
ou
16
Iz e jr
H r̂ x ẑ (1.39)
4 r r
Iz j 1 jr
H 2 e sen ˆ (1.42)
4 r r
Iz 1 e jr ˆ
H j 1 r sen (1.44)
4 jr
I z e j r
E j .sen ˆ (1.46)
4 r
Iz e jr
H j sen ˆ (1.47)
4 r
17
Observa-se que o campo elétrico tem apenas a componente na direção
enquanto o campo magnético na direção .
E
(1.48)
H
1 *
2
Pf E x H .d s (1.49)
1 Iz sen 2 2
2
2
0 r̂.r sen d d r̂
2 4 0 r2
1 Iz
2
2
0 d 0 sen d
3
2 4
1 Iz
2
3
2
2 4 4
Iz 2 (1.52)
12
18
1.5– Diagrama de Radiação
- Cálculo do vetor A.
Dado uma distribuição de corrente J em um volume de v´ como mostrado na
figura 1.13, podemos calcular o vetor potencial magnético A pela equação,
e jR
A J dv (1.53)
v 4R
19
Figura 1.11- Diagrama de radiação de uma antena genérica e de uma corneta
20
Figura 1.12. Diagrama de radiação (b) plano-E e (c) plano-H
O cálculo do campo distante pode ser calculado considerado que os raios estão paralelos
como mostra a Fig. 1.13,
21
Figura 1.13- Aproximação dos raios paralelos para cálculo do campo distante de uma fonte genérica .
e jr
Je
jr .r
A dv (1.55)
4r
e jr
A zˆ
4r
v
J z e jrˆ.r dv (1.56)
Se a fonte for filamentar, isto é um fio de pequena espessura colocado no eixo z como
mostra a figura 1.14,
22
e jr e jr
I ( z´) ( x´) ( y´)dx´dy´dz´zˆ I ( z )e
jz cos
Az zˆ dz (1.57)
4r ´
v
4r
Figura 1.14- Aproximação dos raios paralelos para o cálculo do campo distante de uma fonte filamentar.
2- Cálculo o valor de E.
Pela equação 1.17,
(. A)
E jA (1.58)
j
usando a equação (1.57) com a equação( 1.58 ) e desprezando os termos de ordem superior
retendo apenas os termos com r –1 (r1) e considerando a fonte na diração z temos,
E jA ˆ j sen Az (1.59)
3- Calcule o valor de H.
Em geral o cálculo de H pode usar para uma onda plana a equação,
23
1
H rˆxE (1.60)
24
jI o Le jr sen( L / 2) cos ˆ
E j sen( ) Azˆ sen( ) (1.64)
4r ( L / 2) cos
O valor de H pode ser feito usando a equação
H = E/ (1.65)
Pelas equações (1.46) e (1.47) os campos variam apenas com . Para qualquer plano
passando pelo eixo z o diagrama de radiação é o mesmo e um diagrama de qualquer destes
planos é chamado de diagrama do plano-E. Qualquer diagrama perpendicular ao plano -E
é chamado de diagrama do plano–H.
A Fig. 1.16 apresenta um diagrama de radiação de potência típico em um plano-E ou
plano-H. O diagrama apresenta lóbulos secundários e um lóbulo principal normalizado. O
ângulo de meia potência (HP) é definido por,
HP HPesquerda HPdireita
Figura 1.16- Diagrama de radiação típico de uma antena no plano-E ou plano-H. HP é o ângulo de meia
potência e BWFN é o ângulo entre os primeiros nulos.
25
1.6– Ganho e Diretividade
A diretividade e ganho são dois parâmetros muito usados em teoria de antenas e eles nos
fornecem o quanto a densidade de potência ( vetor de Poynting) irradiada por uma antena
qualquer em teste, aumenta em relação à densidade de potência de um irradiador
isotrópico quando os dois ( a antena em teste e o irradiador isotrópico ) são alimentados
com a mesma potência de transmissão, PT, fornecido pelo transmissor.
A potência irradiada ( Pr ) por uma antena é dada por pela integral da densidade de potência
( vetor de Poynting) em uma superfície esférica imaginária em torno da antena, ou seja a
potência Pr por uma antena qualquer é
1
Pr Re ExH * .d s (1.66)
2
1
2
Re E H * E H * r 2 sen d d
sabemos que,
E E
H e H (1.67)
então
Pr
1
2
E E
2 2
r 2
d (1.68)
26
Definiremos intensidade de radiação como,
U,
1
Re ExH * .r 2 r̂ (1.69)
2
ou
U, U m F,
2
(1.70)
1 P
U ave
4 U(, )d r
4
(1.73)
Para um dipolo ideal, usando as equações (1.69), (1.46) e (1.47), a intensidade de radiação
é dada por,
1 Iz
2
2 4
1 I z
2
Um
2 4
Usando a equação (1.51),
Pr / 12Iz 2
U ave
4 4
1 Iz
2
3 4
2
U m (dipolo ideal) (1.74)
3
27
Figura 1.17 Intensidade de radiaçao de um dipolo ideal
- Diretividade
U,
D, (1.75)
U ave
ou
1
Re ExH * .r̂
U, / r 2
D, 2
U ave / r 2
Pr / 4r 2
F,
2
U(, ) 4
D, F,
2
(1.76)
A
F, d
1 1
4
U(, )d
2
4
A F, d
2
(1.77)
28
U ( , )
A d
Um
A .U m U ( , )d PR
U A .U m PR
O ângulo sólido do faixe de uma antena é o ângulo pelo qual toda a energia seria irradiada
se a intensidade de radiação fosse constante e igual ao valor máximo Um, ou seja,
Pr = Um A (1.78)
Um Um 4U m
D
U ave Pr / 4 U m A
4
D (1.79)
A
U ( , ) U F ( , )
2
D( , ) D F ( , )
2
U ave U ave
29
D(, ) = D|F(, )|2 (1.80)
Um Um 3
D (dipolo ideal) (1.81)
U ave 2 2
Um
3
Este valor de diretividade de D= 1,5 (dipolo ideal), significa que o dipolo ideal irradia na
direção do máximo de irradiação uma potência que é uma vez e meia ( 1,5 ) àquela que é
irradiada por um radiador isotrópico, com a mesma potência de transmissão Pt. Isto
significa que na direção de máxima radiação, o dipolo ideal possui uma eficiência que é
uma vez e meia ao radiador isotrópico. A explicação deste conceito é simples, basta
imaginarmos que o radiador isotrópico irradia igualmente em todas as direções, enquanto o
dipolo curto possui uma intensidade de radiação que varia com a direção, sendo máxima
para = 90o, e mínima para = 0º . Isto faz com que na direção de máximo ela concentra
mais energia do que o radiador isotrópico.
Podemos obter o mesmo valor da diretividade usando a definição do ângulo
sólido do feixe da antena. Para uma antena dipolo ideal,
2 2
A F ( , ) d sen sen( )dd
2 2
0 0 0 0
2 4 8
A sen sen d d 2.
2
(1.82)
0 0 3 3
4 4 3
D
A 8 2
3
ou ainda em dB,
Em muito comum na literatura usar o termo dBi, quando a diretividade da antena for dada
em relação ao radiador isotrópico, que é o caso mais comum na prática. A diretividade dada
pelas equações anteriores são usadas para qualquer tipo de antena, seja ela parabólica,
filamentar, abertura, etc..
30
Figura 1.19 Diretividade de um dipolo ideal
- Ganho
G = eD (1.84)
Toda antena como um circuito elétrico apresenta nos seus terminais uma
corrente e uma tensão e no entanto podemos definir e calcular impedância de entrada de
uma antena como,
31
onde Rin é a resistência que relaciona a potência dissipação na forma de calor mais a
potência irradiada, que é dada pela soma da resistência ôhmica com a resistência de
irradiação. A potência Pin , isto é a potência entregue à antena é a soma da potência
dissipada no fio da antena na forma de calor mais a potência irradiada e pode ser expressa
por,
1
Pin
2
R in I in (1.87)
2
onde Iin é valor RMS da corrente na entrada da antena.
1
Pr
2
Rri I in
2
A perda ôhmica no fio está relacionada com a resistência ôhmica pela equação,
1
Pôhmica
2
Rôhmica I in
2
A equação (1.87) poderá ser escrita como,
1 1
Pin Pr Pôhmica R ri I in R ôhmica I in
2 2
(1.88)
2 2
2Pr
R ri 2
(1.89)
I in
2Pôhmica 2Pin Pr
R ôhmica 2
2
(1.90)
I in I in
2Pr 2
Rr . Iz 2 (z) 2 (1.91)
I in
2
I 12
2
6
32
2
z 2 120 2 z
2
6 6
z z
2 2
Rr 8
Pr Pr
e
Pin Pr Pôhmica
1 2
R ri I in
e 2
1 1
R ri I in R ôhmica I in
2 2
2 2
1
R r 80 2 0,0088
300
o
Rs (1.94)
2
Para uma antena feita de fio 20AWG com a = 4,06x10-4 m e = 5,7x107 S/m, funcionando
na frequência de 1 MHz,
33
4 10 7 2x10 6
Rs 7
2,63x10 4
2 x5,7 x10
e,
1
R ôhmica 4
x 2,63 x 10 4 0,103
2x 4,06x10
0,0088
e 7,87%
0,103 0,0088
Nota-se um valor muito pequeno para a eficiência, isto se explica porque a antena possui
uma impedância de radiação muito pequena.
Como já vimos o dipolo ideal possui uma distribuição uniforme de corrente ao longo do seu
comprimento como mostra a Fig. 1.20(a). Para obter uma distribuição uniforme como é o
caso do dipolo ideal é necessário colocar duas placas metálicas nas extremidades das
antenas, o que conhecido na literatura como carga de topo.
Quando estas placas não são colocadas a nas extremidades das antenas a distribuição da
corrente ao longo da mesma ( considerando ainda o tamanho da antena muito menor do que
o comprimento de onda ) é da forma triangular como mostrado na Fig. 1.20(b).
34
z
2
Rr 20 ()
2
(1.95)
Observa-se que a resistência de irradiação do dipolo curto é quatro vezes menor do que a
resistência de irradiação do dipolo ideal.
Uma antena emite uma onda eletromagnética que poderá ter o campo elétrico
polarizado de maneira linear, circular ou elíptica, conforme a figura 1.21. Na polarização
linear ,circular ou elíptica a resultante do campo elétrico sempre está ao longo de uma
linha, círculo ou elipse respectivamente.
A polarização circular poderá ser direita ou esquerda conforme a resultante do
campo gira no sentido horário ou anti-horário para um observador colocado no sentido da
propagação da onda. Diferentes tipos de polarização são usados em telecomunicações, que
dependem da aplicação. Em televisão usa-se polarização horizontal, enquanto em rádio
difusão AM usa-se polarização vertical. Os sistemas de televisão por difusão usam
normalmente polarização vertical e horizontal para transmitir diferentes canais usando a
mesma frequência, isto é chamado de reuso de frequência, e é usado no Brasilsat.
A polarização elíptica é a mais geral, e é dada de maneira mais detalhada na
figura 1.22. Para traçar a elipse da polarização elíptica será necessário determinar os
valores de e que são dados em função de E1,E2 e
A polarização elíptica é a mais geral, e é dada de maneira mais detalhada na
figura 1.22. Para traçar a elipse da polarização elíptica será necessário determinar os
valores de e que são dados em função de E1,E2 e
35
Figura 1.21 Polarização (a) linear, (b) circular, (c) elíptica.
36
Sendo E1 e E2 os valores de pico do campo elétrico nas direções x e y, o ângulo
é dado por,
E
tan 1 2 0 o 90 o (1.96)
E1
1
cos 1 (cos 2 cos2) (1.99)
2
tan 2
tan 1 (1.100)
sen 2
Dado os valores de E1, E2 e podemos usar as equações (1.99) e (1.100) para calcular os
valores de e . Com os valores de e podemos traçar a elípse da fig. 1.22.
Considerando uma antena sem perdas a abertura efetiva máxima de uma antena Aem está
relacionada com a potência recebida por,
Onde Pr é a potência recebida, Sav a potência média e Aem é a área efetiva máxima.
Considerando agora uma antena com impedância de entrada Zin = Rin + jXin e impedância
da carga ZL = RL + j XL, como mostrado na figura 1.23 a corrente de entrada pode ser dada
por,
37
Figura 1.23 – Circuito equivalente de uma antena receptora, Zin é a impedância de entrada e ZL é a impedância
da carga.
V
I in (1.102)
Z in Z L
1
Pr
2
I in R L (1.103)
2
V
I in
2R in
2 2
1 1 V 1 V
PR I in RL Rri
2
2
Rri
2 2 (2 Rin ) 2 4 R 2 ri
2
1 V V2
Pr rms (1.104)
2 4R ri 4R ri
Segue-se
2
Pr Vrms
A em (1.105)
Sav 4R ri Sav
E 2rms
S av (1.106)
38
Para o dipolo ideal usando a equação (1.91) que nos dá a resistência de irradiação de um
dipolo ideal,
2 2 z
2
Rri (z ) 2
6 3
E rms z 2 3 2
A em 0,119 2 (1.108)
2
4 2z / 2 E 2rms /
8
3
3 4 3 2
D
2 2 8
4
D A em (1.109)
2
Embora demonstrado para o dipolo ideal esta relação é válida para qualquer antena. Até
agora consideramos a antena sem perda, se uma antena possui perdas,
G=eD (1.110)
Substituindo
4
G e.A em (1.111)
2
Ae = e Aem (1.112)
4
G Ae (1.113)
2
PT
S ave
4r 2
39
onde PT é a potência de transmissão. Para uma antena não isotrópica com diretividade DT
na direção do máximo, a densidade de potência à uma distância r do transmissor é dada por,
PT
S ave GT
4r 2
A potência recebida pode ser calculada usando a expressão (1.101). Quando a antena
apresenta perdas a equação (1.101), será dada por,
PR = AerSave
PT
PR GT Aer
4r 2
2
Aer G R
4
GT GR 2
PR PT (1.114)
(4r ) 2
ou ainda em decibel
GR(dBi) = 10log(GR)
40
PT(dBm) = 10log(PT em Watts/ 10-3) = PT(dB) + 30
EIRP = PT GT (1.116)
Solução.
Exercícios Propostos
1.1– Mostre que = C e-jr/r satisfazer a equação (1.24) exceto na origem. Integrando a equação
(1.23) sobre um pequeno volume em torno da origem e fazendo r 0, mostre que C = (4)-1.
1.2 – Uma fonte possui diagrama de potência |cosn| para 0 < < /2 e zero /2 < < .
(a) Calcule a diretividade para n = 1, 2, 3
(b) Desenhe o diagrama para cada um dos casos
(c) Qual a diretividade quando n=0.
1.3- Para uma fonte filamentar com alimentação uniforme ache a ângulo de meia potência.
a- Sua resposta deverá ser da forma,
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1.4- Para um diagrama de apenas um lóbulo o diagrama do ângulo sólido do feixe é
aproximadamente dado por,
A HPEHPH
onde HPE e HPD são os ângulos de meia potência em radianos do ângulo sólido do feixe no plano-E
e no plano-H, respectivamente. Mostre que,
41253
D
HPE 0 HPH 0
onde HPE0 e HPH0 são as larguras dos feixes de meia potência nos planos E e H em graus.
1.5 – Uma antena tem diagrama do campo distante o qual é independente de mas varia como
segue:
F=1 , para 0o < < 30o
F = 0,5 , para 60o < < 120o
F = 0,707, para 150o < < 180o
F=0 , para 30o < < 60o
E 120o < < 150o
Calcule a diretividade.
1.6 – Um diagrama tem radiação uniforme com intensidade de radiação dado por,
1 , /2 - /2
F ( )
0 , outros
1.7 – Um dipolo feito de alumínio de comprimento igual a 2m e 6,35 mm de diâmetro opera em 500
KHz. Calcule a eficiência de radiação assumindo
(a) corrente uniforme ; (b) corrente triangular
1.8– Uma antena faixa do cidadão em 27 MHz usa uma antena de meio comprimento de onda e tem
impedância de entrada de 70. Calcular a eficiência de radiação se a antena é feita de fio de
alumínio de 6,35 mm. Assuma que a corrente é triangular.
1.9 – O campo elétrico instantâneo possui polarização elíptica ex = E1 cos(t - z) e ey = E2 cos(t
+ z + ).
Especifique E1, E2 e para as seguintes relações:
(a) Linear com E1 0 , E2 0
(b) Circular a direita
(c) Circular a esquerda
(d) Elíptica com E1 = E2
(e) Elíptica com = 90o
1.10 – Um transmissor UHF na freqüência de 150 MHz entrega 20 W a uma antena com ganho 10
dB. Calcule a potência em watts disponível em uma antena de 3 dB a uma distância de
50Km.
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1.11- Um satélite CTS (Communication Technology Satelite) tem um transponder em 11,7
GHz com potência de 200 W e antena de 19,3 dB de ganho. Calcule a potência
disponível em watts na estação terrena, tendo uma antena de ganho igul a à 50,4 dB(
3,66m de diâmetro). O satélite é síncrono e está à uma distância de 36.941 km.
1.12- Calcular o ângulo sólido do feixe ( A) de um dipolo ideal em esferoradianos e em graus. Use
o fato que Aem = 0,1192 para o dipolo ideal.
1.13- Um dipolo meia onda possui ganho de 2,15 dB. Derive a expressão para a sua área efetiva
máxima em termos do comprimento de onda.
1.14- Uma certa antena refletora parabólica é circular com diâmetro de 3,66 m tem uma área efetiva
de 6,3 m2. Calcular em decibels o ganho em 11,7 Ghz.
1.15- Uma antena parabólica circular possui diâmetro de 1,22 m . Se a abertura efetiva é igual à
55 % da área física, calcular o ganho da antena em decibels.
1.16- Uma comunicação via satélite se faz na freqüência de 6 GHz.O satélite está a uma distância
de 40 000 km da estação terrena. As antenas de transmissão e recepção possuem ganho de 40
dB, cada, e a potência de transmissão é de 100W.
Calcular: (a)- A perda básica ou perda no espaço livre em dB e dBm,
(b)- A densidade de potência ou seja o vetor de Poynting (W/m2), no receptor.
(c)- Calcular a EIRP.
(d)- A potência recebida no receptor em dB, dBm e Watts.
1.17- Calcular o desempenho do sistema de rádio do problema 1.10 relativo à uma linha de
transmissão colocada entre o transmissor e receptor. Suponha que se usa um cabo coaxial RG-
8 ao invés das antenas ligando o transmissor e receptor no lugar das antenas. O cabo possui
uma perda de 0,1 dB/m.
(a)- Calcular a perda em decibels no cabo para a distância de 50 km
(b)- Qual a perda líquida do sistema de rádio do problema anterior, isto é a perda entre o
sinal e entrada da antena transmissora e a saída da antena receptora?
(c)- será necessário repetidor entre o transmissor e receptor quando se usa cabo?
(d)- repita o item (a) e (b) para o caso de uma distância entre o transmissor e receptor de
500m
(e)- repita o item (d) para o caso do cabo funcionar em 300 Mhz com perda de 0,14 dB/m
(f)- Uma fibra óptica com 1 dB/km é usada. Calcule a perda em dB para o caso quando
distância entre o transmissor for de 50 km e 500m.
1.18- Uma antena de rádio AM tem ganho de 2 dB e 100 KW de potência de transmissão. Calcule
:
a- EIRP
b- a densidade de potência à uma distância de 20 km.
c- O campo elétrico à uma distância de 20 km.
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