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DISCO RÍGIDO – HD (Hard Disk)

Introdução

O disco rígido ou HD (Hard Disk), é o dispositivo de armazenamento de


dados mais usado nos computadores. Nele, é possível guardar não só seus
arquivos como também todos os dados do seu sistema operacional, sem o qual
você não conseguiria utilizar o computador.

O disco rígido é uma memória não-volátil, ou seja, as informações não são


perdidas quando o computador é desligado, sendo considerado o principal meio
de armazenamento de dados em massa. Por ser uma memória não-volátil, é um
sistema necessário para se ter um meio de executar novamente programas e
carregar arquivos contendo os dados inseridos anteriormente quando ligamos o
computador.

Figura 1: Disco rígido moderno aberto.

História do disco rígido

O primeiro disco rígido foi construído pela IBM em 1956, e foi lançado em
16 de Setembro de 1957.[1] Era formado por 50 discos magnéticos contendo 50
000 setores, sendo que cada um suportava 100 caracteres alfanuméricos,
totalizando uma capacidade de 5 megabytes, incrível para a época. Este primeiro
disco rígido foi chamado de 305 RAMAC (Random Access Method of Accounting
and Control) e tinha dimensões de 152,4 centímetros de comprimento, 172,72
centimetros de largura e 73,66 centímetros de altura.[1] Em 1973 a IBM lançou o
modelo 3340 Winchester, com dois pratos de 30 megabytes e tempo de acesso de
30 milissegundos. Assim criou-se o termo 30/30 Winchester (uma referência à
espingarda Winchester 30/30), termo muito usado antigamente para designar HDs
de qualquer espécie. Ainda no início da década de 1980, os discos rígidos eram
muito caros e modelos de 10 megabytes custavam quase 2 mildólares
americanos, enquanto em 2009 compramos modelos de 1.5 terabyte por pouco
mais de 100 dólares. Ainda no começo dos anos 80, a mesma IBM fez uso de
uma versão pack de discos de 80 megabytes, usado nos sistemas IBM Virtual
Machine. Os discos rigidos foram criados originalmente para serem usados em
computadores em geral. Mas no século 21 as aplicações para esse tipo de disco
foram expandidas e agora são usados em câmeras filmadoras, ou camcorders nos
Estados Unidos; tocadores de música como Ipod, mp3 player; PDAs; videogames,
e até em celulares. Para exemplos em videogames temos o Xbox360 e o
Playstation 3, lançados em 2005 e 2006 respectivamente, com esse diferencial,
embora a Microsoft já tivesse lançado seu primeiro Xbox (em 2001) com disco
rígido convencional embutido. Já para celular os primeiros a terem esse tecnologia
foram os da Nokia e da Samsung.[2] E também devemos lembrar que atualmente o
disco rigido não é só interno, existem também os externos, que possibilitam o
transporte de grandes quantidades de dados entre computadores sem a
necessidade de rede.

Figura 2: Um antigo disco rígido IBM

Componentes de um HD

Para que você possa compreender o funcionamento básico dos discos


rígidos, precisa conhecer seus principais componentes. Os tão mencionados
discos, na verdade, ficam guardados dentro de uma espécie de "caixa de metal".
Essas caixas são seladas para evitar a entrada de material externo, pois até uma
partícula de poeira pode danificar os discos, já que estes são bastante sensíveis.
Isso significa que se você abrir seu disco rígido em um ambiente despreparado e
sem o uso dos equipamentos e das técnicas apropriadas, as chances de você
perdê-lo são extremamente grandes.
Figura 3: HD visto por cima e por baixo.

A figura acima mostra um HD visto por baixo e por cima. Note que a parte
inferior contém uma placa com chips. Trata-se da placa lógica, um item muito
importante para o funcionamento do HD.

A placa lógica contém chips responsáveis por diversas tarefas. O mais


comum é conhecido como controladora, pois gerencia uma série de itens do HD,
como a movimentação dos discos e das cabeças de leitura/gravação (mostradas
adiante), o envio e recebimento de dados entre os discos e o computador, e até
rotinas de segurança.

Outro dispositivo comum à placa lógica é um pequeno chip de memória


conhecido como buffer. Cabe a ele a tarefa de armazenar pequenas quantidades
de dados durante a comunicação com o computador. Como esse chip consegue
lidar com os dados de maneira mais rápida que os discos rígidos, ele agiliza o
processo de transferência de informações.

A parte interna dos HDs (isto é, o interior da "caixinha") é mais interessante.


A foto abaixo mostra um HD aberto. Note que há indicativos que descrevem os
componentes mais importantes. Estes são detalhados logo abaixo da imagem:
Figura 4: HD por dentro.

Pratos e motor: esse é o componente que mais chama a atenção. Os pratos são
os discos onde os dados são armazenados. Eles são feitos de alumínio (ou de um
tipo de cristal) recoberto por um material magnético e por uma camada de material
protetor. Quanto mais trabalhado for o material magnético (ou seja, quanto mais
denso), maior é a capacidade de armazenamento do disco. Note que os HDs com
grande capacidade contam com mais de um prato, um sobre o outro. Eles ficam
posicionados sob um motor responsável por fazê-los girar. Para o mercado de
PCs, é comum encontrar HDs que giram a 7.200 rpm (rotações por minuto), mas
também há modelos que alcançam a taxa de 10 mil rotações, tudo depende da
evolução da tecnologia. Até pouco tempo atrás, o padrão do mercado era
composto por discos rígidos que giram a 5.400 rpm. Claro que, quanto mais
rápido, melhor;

Cabeça e braço: os HDs contam com um dispositivo muito pequeno chamado


cabeça (ou cabeçote) de leitura e gravação. Trata-se de um item de tamanho
reduzido que contém uma bobina que utiliza impulsos magnéticos para manipular
as moléculas da superfície do disco, e assim gravar dados. Há uma cabeça para
cada lado dos discos. Esse item é localizado na ponta de um dispositivo
denominado braço, que tem a função de posicionar os cabeçotes sob a superfície
dos pratos. Olhando por cima, tem-se a impressão de que a cabeça de leitura e
gravação toca nos discos, mas isso não ocorre. Na verdade, a distância entre
ambos é extremamente pequena. A "comunicação" ocorre pelos já citados
impulsos magnéticos;
Atuador: também chamado de voice coil, o atuador é o responsável por mover o
braço sob a superfície dos pratos, e assim permitir que as cabeças façam o seu
trabalho. Para que a movimentação ocorra, o atuador contém em seu interior uma
bobina que é "induzida" por imãs.

Note que o trabalho entre esses componentes precisa ser bem feito. O simples
fato da cabeça de leitura e gravação encostar na superfície de um prato é
suficiente para causar danos a ambos. Isso pode facilmente ocorrer em caso de
quedas, por exemplo.

Gravação e leitura de dados

O funcionamento do disco rígido está muito ligado a memória RAM, pois


quando queremos gravar um documento no disco (inicialmente ele esta na
memória RAM), solicitamos ao processador (através de um dispositivo de entrada)
a gravação do documento, e este por sua vez envia uma mensagem ao sistema
operacional para gravar o arquivo.

O sistema operacional consulta o sistema de arquivos do disco (FAT – File


Allocation Table), localiza alguns setores que estejam disponíveis e grava neles o
arquivo. O sistema operacional altera o sistema de arquivos para indicar que
aqueles setores não estão mais disponíveis.

Para voltar a trabalhar novamente com o arquivo gravado ou para imprimi-


lo, solicitamos ao processador a abertura do arquivo, e este por sua vez solicita ao
sistema operacional. O sistema operacional consulta o sistema de arquivos do
disco rígido, localiza os clusters correspondentes ao arquivo e direciona a cabeça
de leitura/escrita para que leia os bytes contidos nos setores daquele cluster. Os
dados do arquivo são transferidos para a memória RAM, onde podemos ler,
apagar, alterar ou imprimir.

A superfície de gravação dos pratos é composta de materiais sensíveis ao


magnetismo (geralmente, óxido de ferro). O cabeçote de leitura e gravação
manipula as moléculas desse material através de seus pólos. Para isso, a
polaridade das cabeças muda numa freqüência muito alta: quando está positiva,
atrai o pólo negativo das moléculas e vice-versa. De acordo com essa polaridade
é que são gravados os bits (0 e 1). No processo de leitura de dados, o cabeçote
simplesmente "lê" o campo magnético gerado pelas moléculas e gera uma
corrente elétrica correspondente, cuja variação é analisada pela controladora do
HD para determinar os bits.

Para a "ordenação" dos dados no HD, é utilizado um esquema conhecido


como "geometria dos discos". Nele, o disco é "dividido" em cilindros, trilhas e
setores:
Figura 5: geometria dos discos.

As trilhas são círculos que começam no centro do disco e vão até a sua
borda, como se estivesse um dentro do outro. Essas trilhas são numeradas da
borda para o centro, isto é, a trilha que fica mais próxima da extremidade do disco
é denominada trilha 0, a trilha que vem em seguida é chamada trilha 1, e assim
por diante, até chegar à trilha mais próxima do centro. Cada trilha é dividida em
trechos regulares chamados de setor. Cada setor possui uma determinada
capacidade de armazenamento (geralmente, 512 bytes).

E onde entra os cilindros? Eis uma questão interessante: você já sabe que
um HD pode conter vários pratos, sendo que há uma cabeça de leitura e gravação
para cada lado dos discos. Imagine que é necessário ler a trilha 42 do lado
superior do disco 1. O braço movimentará a cabeça até essa trilha, mas fará com
que as demais se posicionem de forma igual. Isso ocorre porque o braço se
movimenta de uma só vez, isto é, ele não é capaz de mover uma cabeça para
uma trilha e uma segunda cabeça para outra trilha.

Isso significa que, quando a cabeça é direcionada à trilha 42 do lado


superior do disco 1, todas as demais cabeças ficam posicionadas sob a mesma
trilha, só que em seus respectivos discos. Quando isso ocorre, damos o nome de
cilindro. Em outras palavras, cilindro é a posição das cabeças sobre as mesmas
trilhas de seus respectivos discos.
Formatação do disco

A formatação de um disco magnético é realizada para que o sistema


operacional seja capaz de gravar e ler dados no disco, criando assim estruturas
que permitam gravar os dados de maneira organizada e recuperá-los mais tarde.

Existem dois tipos de formatação, chamados de formatação física e


formatação lógica. A formatação física é feita na fábrica ao final do processo de
fabricação, que consiste em dividir o disco virgem em trilhas, setores, cilindros e
isola os bad blocks (danos no HD). Estas marcações funcionam como as faixas de
uma estrada, permitindo à cabeça de leitura saber em que parte do disco está, e
onde ela deve gravar dados. A formatação física é feita apenas uma vez, e não
pode ser desfeita ou refeita através de software. Porém, para que este disco
possa ser reconhecido e utilizado pelo sistema operacional, é necessária uma
nova formatação, chamada de formatação lógica. Ao contrário da formatação
física, a formatação lógica não altera a estrutura física do disco rígido, e pode ser
desfeita e refeita quantas vezes for preciso, através do comando Format do DOS,
por exemplo. O processo de formatação é quase automático; basta executar o
programa formatador que é fornecido junto com o sistema operacional.

Quando um disco é formatado, ele simplesmente é organizado à maneira


do sistema operacional, preparado para receber dados. A esta organização damos
o nome de “sistema de arquivos”. Um sistema de arquivos é um conjunto de
estruturas lógicas e de rotinas que permitem ao sistema operacional controlar o
acesso ao disco rígido. Diferentes sistemas operacionais usam diferentes
sistemas de arquivos. O computador, no decorrer de sua utilização, tem seu
desempenho geral afetado, em decorrência da instalação e remoção de diversos
softwares, inclusive alguns que não removem todos os arquivos e informações do
seu computador, ocasionando lentidão na sua execução. O software básico (o
sistema operacional) pode apresentar falhas de funcionamento (travamentos),
instabilidade no uso, espera no carregamento de programas e softwares diversos,
ou casos extremos de corrompimento do sistema operacional (falhas na execução
do próprio) em decorrência de uso ilegal ou ataques de vírus de computador. Uma
formatação lógica apaga todos os dados do disco rígido, inclusive o sistema
operacional. Deve-se fazer isso com conhecimento técnico, para salvar/guardar
dados e informações (os backups de arquivos). O processo de formatação é
longo, e as informações contidas no disco rígido serão totalmente apagadas
(embora não definitivamente, ainda é possível recuperar alguns dados com
softwares especiais). Ações preventivas de manutenção de computador podem
evitar que seja necessária a formatação.

Sistemas de arquivo

É o método usado pelo S.O. de armazenar e identificar as informações em


Discos Rígidos, CD’s e disquetes. Dessa maneira é responsabilidade do sistema
de arquivos permitir o acesso e fazer o gerenciamento das informações gravadas
em disco.

Os sistemas de arquivos mais conhecidos são os utilizados pelo Microsoft


Windows: NTFS e FAT32 (e FAT ou FAT16). O FAT32, às vezes referenciado
apenas como FAT (erradamente, FAT é usado para FAT16), é uma evolução do
ainda mais antigo FAT16 introduzida a partir do MS-DOS 4.0. No Windows 95
ORS/2 foi introduzido o FAT32 (uma versão “debugada” do Windows 95, com
algumas melhorias, vendida pela Microsoft apenas em conjunto com
computadores novos). A partir do Windows NT, foi introduzido um novo sistema de
arquivos, o NTFS, que é mais avançado do que o FAT (em nível de segurança,
sacrificando algum desempenho), sendo o recurso de permissões de arquivo
(sistemas multi-usuário), a mais notável diferença, inexistente nos sistemas FAT e
essencial no ambiente empresarial (e ainda a inclusão do metadata), além dos
recursos de criptografia e compactação de arquivos.

Em resumo, versões antigas, mono-usuário, como Windows 95, 98 e ME,


trabalham com FAT32 (mais antigamente, FAT16). Já versões novas, multi-
usuário, como Windows XP e Windows 2000, trabalham primordialmente com o
NTFS, embora o sistema FAT seja suportado e você possa criar uma partição FAT
nessas versões. No mundo Linux, há uma grande variedade de sistemas de
arquivos, sendo alguns dos mais comuns o Ext2, Ext3 e o ReiserFS. O FAT e o
NTFS também são suportados tanto para leitura quanto para escrita. No Mundo
BSD, o sistema de arquivos é denominado FFS (Fast File System), derivado do
antigo UFS (Unix File System). Em 2009, encontramos um novo tipo de sistema
de arquivo chamado NFS (Network File System), o qual possibilita que HDs
Virtuais sejam utilizadas remotamente, ou seja, um servidor disponibiliza espaço
através de suas HDs físicas para que outras pessoas utilizem-nas remotamente
como se ela estivesse disponível localmente. Um grande exemplo desse sistema
encontramos no Google ou no 4shared, com espaços disponíveis de até 5 GB.

Interfaces

Os HDs são conectados ao computador através de interfaces capazes de


transmitir os dados entre um e outro de maneira segura e eficiente. Há várias
tecnologias para isso, sendo as mais comuns os padrões IDE, SCSI e, mais
recentemente, SATA.

A interface IDE (Intelligent Drive Electronics ou Integrated Drive Electronics)


também é conhecida como ATA (Advanced Technology Attachment) ou, ainda,
PATA (Parallel Advanced Technology Attachment). Trata-se de um padrão que
chegou para valer ao mercado na época da antiga linha de processadores 386.

Como a popularização desse padrão, as placas-mãe passaram a oferecer


dois conectores IDE (IDE 0 ou primário e IDE 1 ou secundário), sendo que cada
um é capaz de conectar até dois dispositivos. Essa conexão é feita ao HD (e a
outros dispositivos compatíveis com a interface) por meio de um cabo flat (flat
cable) de 40 vias (foto abaixo). Posteriormente, chegou ao mercado um cabo flat
de 80 vias, cujas vias extras servem para evitar a perda de dados causada por
ruídos (interferência).

Figura 6: Cabo flat de 40 vias.

Padrão SATA (Serial ATA): assim como o PCI Express, o SATA é um


barramento serial, onde é transmitido um único bit por vez em cada sentido. Isso
elimina os problemas de sincronização e interferência encontrados nas interfaces
paralelas, permitindo que sejam usadas freqüências mais altas.
Funcionamento, contendo apenas 7 pinos, onde 4 são usados para
transmissão de dados (já que você precisa de 2 fios para fechar cada um dos dois
circuitos) e 3 são neutros, que ajudam a minimizar as interferências.
Os cabos SATA são bem mais práticos que os cabos IDE e não prejudicam
o fluxo de ar dentro do gabinete. Os cabos podem ter até um metro de
comprimento e cada porta SATA suporta um único dispositivo, ao contrário do
padrão master/slave do IDE/ATA. Por causa disso, é comum que as placas-mãe
ofereçam 4 portas SATA (ou mais), com apenas as placas de mais baixo custo
incluindo apenas duas.
Existem três padrões de controladoras SATA, o SATA 150 (também
chamado de SATA 1.5 Gbit/s ou SATA 1500), o SATA 300 (SATA 3.0 Gbit/s ou
SATA 3000) e também o padrão SATA 600 (ou SATA 6.0 Gbit/s), que ainda está
em desenvolvimento. Como o SATA utiliza dois canais separados, um para enviar
e outro para receber dados, temos 150 ou 300 MB/s em cada sentido, e não 133
MB/s compartilhados, como no caso das interfaces ATA/133.
Figura 7: HD SATA da marca Seagate.

Figura 8: Cabo serial e cabo paralelo.

Tecnologias ATAPI e EIDE

Na interface IDE, também é possível conectar outros dispositivos, como


unidades de CD/DVD e zipdrives. Para que isso ocorra, é utilizado um padrão
conhecido como ATAPI (Advanced Technology Attachment Packet Interface), que
funciona como uma espécie de extensão para tornar a interface IDE compatível
com os dispositivos mencionados. Vale frisar que o próprio computador, através
de seu BIOS e/ou do chipset da placa-mãe, reconhece que tipo de aparelho está
conectado em suas entradas IDE e utiliza a tecnologia correspondente (ATAPI
para unidades de CD/DVD e outros, ATA para discos rígidos).

Como já dito, cada interface IDE de uma placa-mãe pode trabalhar com até
dois dispositivos simultaneamente, totalizando quatro. Isso é possível graças a
EIDE (Enhanced IDE), uma tecnologia que surgiu para aumentar a velocidade de
transmissão de dados dos discos rígidos e, claro, permitir a conexão de dois
dispositivos em cada IDE.

Figura 9: Cobectores IDE em uma placa-mãe.

É importante frisar que a tecnologia EIDE tem dois concorrentes de peso:


os já mencionados padrões SCSI e SATA. O primeiro é bem mais eficiente, porém
muito mais caro. Por esta razão, o padrão SCSI só é usado em aplicações que
necessitam de alta performance (como servidores, por exemplo). A tecnologia
SATA é que veio para tomar o seu lugar, mas como o padrão IDE está no
mercado há muito tempo, demorará para cair completamente em desuso.

Setor de Boot

Quando o computador é ligado, o POST (Power-on Self Test), um pequeno


programa gravado em um chip de memória ROM na placa-mãe, que tem a função
de “dar a partida”, tentará inicializar o sistema operacional. Independentemente de
qual sistema de arquivos se esteja usando, o primeiro setor do disco rígido será
reservado para armazenar informações sobre a localização do sistema
operacional, que permitem ao BIOS "achá-lo" e iniciar seu carregamento.

No setor de boot é registrado onde o sistema operacional está instalado,


com qual sistema de arquivos o disco foi formatado e quais arquivos devem ser
lidos para inicializar o computador. Um setor é a menor divisão física do disco, e
possui na grande maioria das vezes 512 Bytes (nos CD-ROMs e derivados é de
2048 Bytes). Um cluster, também chamado de agrupamento, é a menor parte
reconhecida pelo sistema operacional, e pode ser formado por vários setores. Um
arquivo com um número de bytes maior que o tamanho do cluster, ao ser gravado
no disco, é distribuído em vários clusters. Porém, um cluster não pode pertencer a
mais de um arquivo. Um único setor de 512 Bytes pode parecer pouco, mas é
suficiente para armazenar o registro de boot devido ao seu pequeno tamanho. O
setor de boot também é conhecido como "trilha MBR", "trilha 0' etc. Como dito, no
disco rígido existe um setor chamado Trilha 0, e nele está gravado o (MBR)
(Master Boot Record), que significa "Registro de Inicialização Mestre", um estilo de
formatação, onde são encontradas informações sobre como está dividido o disco
(no sentido lógico)e sobre a ID de cada tabela de partição do disco, que dará o
boot. O MBR é lido pelo BIOS, que interpreta a informação e em seguida ocorre o
chamado "bootstrap", "levantar-se pelo cadarço", lê as informações de como
funciona o sistema de arquivos e efetua o carregamento do sistema operacional.
O MBR e a ID da tabela de partição ocupam apenas um setor de uma trilha, o
restante dos setores desta trilha não são ocupados, permanecendo vazios,
servindo como área de proteção do MBR. É nesta mesma área que alguns vírus
(Vírus de Boot) se alojam.

Disquetes, Zip-disks e CD-ROMs não possuem MBR; no entanto, possuem


tabela de partição, no caso do CD-ROMs e seu descendentes (DVD-ROM,
HDDVD-ROM, BD-ROM...) possuem tabela própria, podendo ser CDFS (Compact
Disc File System) ou UDF (Universal Disc Format) ou, para maior compatibilidade,
os dois; já os cartões de memória Flash e Pen-Drives possuem tabela de partição
e podem ter até mesmo MBR, dependendo de como formatados. O MBR situa-se
no primeiro setor da primeira trilha do primeiro prato do HD (setor um, trilha zero,
face zero, prato zero). O MBR é constituído pelo bootstrap e pela tabela de
partição. O bootstrap é o responsável por analisar a tabela de partição em busca
da partição ativa. Em seguida, ele carrega na memória o Setor de Boot da
partição. Esta é a função do bootstrap.

A tabela de partição contém informações sobre as partições existentes no


disco. São informações como o tamanho da partição, em qual trilha/setor/cilindro
ela começa e termina, qual o sistema de arquivos da partição, se é a partição
ativa; ao todo, são dez campos. Quatro campos para cada partição possível (por
isso, só se pode ter 4 partições primárias, e é por isso também que foi-se criada a
partição estendida...), e dez campos para identificar cada partição existente.
Quando acaba o POST, a instrução INT 19 do BIOS lê o MBR e o carrega na
memória, e é executado o bootstrap. O bootstrap vasculha a tabela de partição em
busca da partição ativa, e em seguida carrega na memória o Setor de Boot dela. A
função do Setor de Boot é a de carregar na memória os arquivos de inicialização
do sistema operacional. O Setor de Boot fica situado no primeiro setor da partição
ativa.

Capacidade do disco rígido

A capacidade de um disco rígido atualmente disponível no mercado para


uso doméstico/comercial varia de 10 a 2000 GB, assim como aqueles disponíveis
para empresas, de até 2 TB. O HD evoluiu muito. O mais antigo possuía 5 MB
(aproximadamente 4 disquetes de 3 1/2 HD), sendo aumentada para 30 MB, em
seguida para 500 MB (20 anos atrás), e 10 anos mais tarde, HDs de 1 a 3 GB. Em
seguida lançou-se um HD de 10 GB e posteriormente um de 15 GB.
Posteriormente, foi lançado no mercado um de 20 GB, até os atuais HDs de 60GB
a 1TB. As empresas usam maiores ainda: variam de 40 GB até 2 TB, mas a
Seagate informou que em 2010 irá lançar um HD de 200 TB (sendo 50 TB por
polegada quadrada, contra 70 GB dos atuais HDs)[carece de fontes?].

No entanto, as indústrias consideram 1 GB = 1000 * 1000 * 1000 bytes, pois


no Sistema Internacional de Unidades(SI), que trabalha com potências de dez, o
prefixo giga quer dizer * 10003 ou * 109 (bilhões), enquanto os sistemas
operacionais consideram 1 GB = 1024 * 1024 * 1024 bytes, já que os
computadores trabalham com potências de dois e 1024 é a potência de dois mais
próxima de mil. Isto causa uma certa disparidade entre o tamanho informado na
compra do HD e o tamanho considerado pelo Sistema Operacional, conforme
mostrado na tabela abaixo. Além disso, outro fator que pode deixar a capacidade
do disco menor do que o anunciado é a formatação de baixo nível (formatação
física) com que o disco sai de fábrica.

Informado na compra Considerado pelo Sistema


10 GB 9,31 GB
15 GB 13,97 GB
20 GB 18,63 GB
30 GB 27,94 GB
40 GB 37,25 GB
80 GB 74,53 GB
120 GB 111,76 GB
160 GB 149,01 GB
200 GB 186,26 GB
250 GB 232,83 GB
300 GB 279,40 GB
500 GB 465,66 GB
750 GB 698,49 GB
1 TB 931,32 GB
1.5 TB 1.396,98 GB
2 TB 1.862, 64 GB
2.5 TB 2.328,30 GB

Todos os valores acimas são aproximações.


Tecnologia RAID
Introdução

Este artigo visa explicar os conceitos da tecnologia RAID, muito utilizada


para operações críticas, onde não se pode perder dados ou ter serviços fora de
funcionamento. Para um usuário normal, a perda de dados até que pode não fazer
muita falta (mesmo que tenha, inclusive, valores sentimentais). Mas para
empresas ou profissionais, a perda de informações pode significar prejuízos
enormes. A tecnologia RAID, já consolidada e usada há alguns anos, é uma forma
bastante eficiente de proteger informações e, no caso de empresas, garantir a
permanência de seus negócios. Conheça, nas próximas linhas, os conceitos desta
tecnologia.

O que é RAID

RAID é a sigla para Redundant Array of Independent Disks. Sua definição


em português seria "Matriz Redundante de Discos Independentes". Trata-se de
uma tecnologia que combina vários discos rígidos (HD) para formar uma única
unidade lógica, onde os mesmos dados são armazenados em todos
(redundância). Em outras palavras, é um conjunto de HDs que funcionam como se
fossem um só. Isso permite ter uma tolerância alta contra falhas, pois se um disco
tiver problemas, os demais continuam funcionando, disponibilizando os dados. O
RAID é uma tecnologia consolidada, já que surgiu pelas mãos de pesquisadores
da Universidade de Berkesley, na California (EUA) no final da década de 1980.

Para que o RAID seja formado, é preciso utilizar pelo menos 2 HDs. O
sistema operacional, neste caso, enxergará os discos como uma unidade lógica
única. Quando há gravação de dados, os mesmos se repartem entre os discos do
RAID (dependendo do nível). Com isso, além de garantir a disponibilidade dos
dados em caso de falha de um disco, é possível também equilibrar o acesso às
informações, de forma que não haja "gargalos".

Os níveis de RAID

A tecnologia RAID funciona de várias maneiras. Tais maneiras são


conhecidas como "níveis de RAID". No total, existem 6 níveis básicos, os quais
são mostrados a seguir:

RAID nível 0 - Este nível também é conhecido como "Striping" ou


"Fracionamento". Nele, os dados são divididos em pequenos segmentos e
distribuídos entre os discos. Este nível não oferece tolerância a falhas, pois não
existe redundância. Isso significa que uma falha em qualquer um dos HDs pode
ocasionar perda de informações. Por essa razão, o RAID 0 é usado para melhorar
a performance do computador, uma vez que a distribuição dos dados entre os
discos proporciona grande velocidade na gravação e leitura de informações.
Quanto mais discos houver, mais velocidade é obtida. Isso porque, se os dados
fossem gravados em um único disco, esse processo seria feito de forma
sequencial. Com o RAID, os dados cabíveis a cada disco são gravados ao mesmo
tempo. O RAID 0, por ter estas características, é muito usado em aplicações de
CAD e tratamento de imagens e vídeos.

RAID nível 1 - também conhecido como "Mirroring" ou "Espelhamento", o RAID 1


funciona adicionando HDs paralelos aos HDs principais existentes no computador.
Assim, se por exemplo, um computador possui 2 discos, pode-se aplicar mais um
HD para cada um, totalizando 4. Os discos que foram adicionados, trabalham
como uma cópia do primeiro. Assim, se o disco principal recebe dados, o disco
adicionado também os recebe. Daí o nome de "espelhamento", pois um HD passa
a ser uma cópia praticamente idêntica do outro. Dessa forma, se um dos HDs
apresentar falha, o outro imediatamente pode assumir a operação e continuar a
disponibilizar as informações. A conseqüência neste caso, é que a gravação de
dados é mais lenta, pois é realizada duas vezes. No entanto, a leitura dessas
informações é mais rápida, pois pode-se acessar duas fontes. Por esta razão, uma
aplicação muito comum do RAID 1 é seu uso em servidores de arquivos.

RAID nível 2 - este tipo de RAID, adapta o mecanismo de detecção de falhas em


discos rígidos para funcionar em memória. Assim, todos os discos da matriz ficam
sendo "monitorados" pelo mecanismo. Atualmente, o RAID 2 é pouco usado, uma
vez que praticamente todos os discos rígidos novos saem de fábrica com
mecanismos de detecção de falhas implantados.

RAID nível 3 - neste nível, os dados são divididos entre os discos da matriz,
exceto um, que armazena informações de paridade. Assim, todos os bytes dos
dados tem sua paridade (acréscimo de 1 bit, que permite identificar erros)
armazenada em um disco específico. Através da verificação desta informação, é
possível assegurar a integridade dos dados, em casos de recuperação. Por isso e
por permitir o uso de dados divididos entre vários discos, o RAID 3 consegue
oferecer altas taxas de transferência e confiabilidade das informações. Para usar o
RAID 3, pelo menos 3 discos são necessários.

RAID nível 4 - este tipo de RAID, basicamente, divide os dados entre os discos,
sendo que um é exclusivo para paridade. A diferença entre o nível 4 e o nível 3, é
que em caso de falha de um dos discos, os dados podem ser reconstruídos em
tempo real através da utilização da paridade calculada a partir dos outros discos,
sendo que cada um pode ser acessado de forma independente. O RAID 4 é
indicado para o armazenamento de arquivos grandes, onde é necessário
assegurar a integridade das informações. Isso porque, neste nível, cada operação
de gravação requer um novo cálculo de paridade, dando maior confiabilidade ao
armazenamento (apesar de isso tornae as gravações de dados mais lentas).

RAID nível 5 - este é muito semelhante ao nível 4, exceto o fato de que a


paridade não fica destinada a um único disco, mas a toda a matriz. Isso faz com
que a gravação de dados seja mais rápida, pois não é necessário acessar um
disco de paridade em cada gravação. Apesar disso, como a paridade é distribuída
entre os discos, o nível 5 tende a ter um pouco menos de performance que o RAID
4. O RAID 5 é o nível mais utilizado e que oferece resultados satisfatórios em
aplicações não muito pesadas. Este nível precisa de pelo menos 3 discos para
funcionar.

RAID 0 + 1 - O RAID 0 + 1 é uma combinação dos níveis 0 (Striping) e 1


(Mirroring), onde os dados são divididos entre os discos para melhorar o
rendimento, mas também utilizam outros discos para duplicar as informações.
Assim, é possível utilizar o bom rendimento do nível 0 com a redundância do nível
1. No entanto, é necessário pelo menos 4 discos para montar um RAID desse tipo.
Tais características fazem do RAID 0 + 1 o mais rápido e seguro, porém o mais
caro de ser implantado. A ilustração abaixo ilustra este tipo de RAID:

Figura 10: Ilustração de um RAID 0 + 1.

Tipos de RAID

Existem 2 tipos de RAID, sendo um baseado em hardware e o outro


baseado em software. Cada uma possui vantagens e desvantagens. O primeiro
tipo é o mais utilizado, pois não depende de sistema operacional (pois estes
enxergam o RAID como um único disco grande) e são bastante rápidos, o que
possibilita explorar integralmente seus recursos. Sua principal desvantagem é ser
um tipo caro inicialmente. A foto a seguir mostra um poderoso sistema RAID
baseado em hardware. Repare que na base da direita estão armazenados vários
discos:
Figura 11: Sistema RAID.

O RAID baseado em hardware, utiliza dispositivos denominados


"controladores RAID", que podem ser, inclusive, conectados em slots PCI da
placa-mãe do computador. Já o RAID baseado em software não é muito utilizado,
pois apesar de ser menos custoso, é mais lento, possui mais dificuldades de
configuração e depende do sistema operacional para ter um desempenho
satisfatório. Este tipo ainda fica dependente do poder de processamento do
computador em que é utilizado.

Finalizando

A tecnologia RAID é um dos principais conceitos quando o assunto é


armazenamento de dados. Sua eficiência é comprovada por se tratar de uma
tecnologia em uso há vários anos e que mesmo assim "não sai de moda".
Grandes empresas, como a Intel, oferecem soluções de RAID, e essa tecnologia é
possível de ser encontrada até mesmo em computadores domésticos. É muito
provável que o RAID ainda venha a apresentar novos meios de funcionalidades,
ampliando seu uso para os mais diversos tipos de necessidade de
armazenamento e acesso à dados.

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