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Série Gênesis – Passos tortos pelo Caminho reto – Mensagem 25

Série Gênesis – Passos tortos pelo Caminho reto – Mensagem 251

Deus é soberano apesar das trapaças humanas 2.


(Texto: Gn 27:1~40)

1. Introdução.

Essa história é muito famosa. Talvez seja uma das mais lembradas quando falamos de
Gênesis. Mais uma vez, Esaú e Jacó se opõe por causa da bênção da primogenitura. Jacó
já havia conseguido comprar de Esaú esse direito, porém, Esaú mesmo não havia se
dado conta da besteira que havia feito.

Também vemos nesse texto um pouco mais do caráter de Isaque. Já vimos que ele era
um homem muito pacífico e muito abençoado por Deus. Porém, aquilo que ele tinha de
maior virtude acabou se transformando em vício, na sua maior pedra de tropeço. A paz
de Isaque tinha descambou para um conformismo tal que Esaú fazia o que lhe agradava
e Isaque se conformava em aproveitar da caça de seu filho.

Do outro lado, vemos Rebeca e Jacó. Ambos colocados de escanteio, porém, Rebeca
sabia implicitamente que Deus já havia determinado que Jacó dominaria sobre Esaú. E
para que a promessa de Deus acontecesse, usou de um plano não muito correto. Já Jacó,
nosso trapaceiro, mais uma vez participou de uma armação para levar vantagem sobre
seu irmão "mais velho".

Vamos ver, através de cada personagem dessa história a graça e a soberania de Deus
que se desenha mesmo a despeito das falhas humanas.

2. Exposição do texto. (Gn 27:1~40)

1. Isaque: Deus é soberano apesar do conformismo humano.

A nós não parece claro se Isaque sabia, ou não, do negócio fechado entre Esaú e Jacó,
ou seja, da venda da primogenitura por um prato de sopa de lentilha. Porém, um dia
Isaque, sabendo que o dia da sua morte estava próximo, chamou Esaú para lhe conceder
a bênção que cadê somente ao primogênito: "Tendo Isaque envelhecido, seus olhos
ficaram tão fracos que ele já não podia enxergar. Certo dia chamou Esaú, seu filho
mais velho, e lhe disse: “Meu filho!” Ele respondeu: “Estou aqui”. Disse-lhe Isaque:
“Já estou velho e não sei o dia da minha morte. Pegue agora suas armas, o arco e a
aljava, e vá ao campo caçar alguma coisa para mim. Prepare-me aquela comida
saborosa que tanto aprecio e traga-me, para que eu a coma e o abençoe antes de
morrer”." (Gn 27:1~4). "Isaque amava Esaú por causa de sua caça" e não por causa de
suas atitudes. "nós percebemos que a sensualidade de Isaque é mais forte do que sua
teologia"2.

Porém temos dois problemas aqui. Um é referente ao oráculo dado por Deus quando
Rebeca ficou grávida: "“Duas nações estão em seu ventre, já desde as suas entranhas
dois povos se separarão; um deles será mais forte que o outro, mas o mais velho servirá

1
Pregado no MEP dia 05 de setembro de 2010.
2
Cf. WBC pag. 206.

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ao mais novo”" (Gn 25:23). Se realmente Isaque tivesse levado a palavra de Deus a
sério, provavelmente, ele teria abençoado diretamente Jacó. Porém, Isaque, insistiu em
abençoar Esaú, aquele que naturalmente teria de receber aquela bênção. Não sabemos
ao certo se Isaque teve dificuldade em cumprir a palavra do Senhor, ou se ele havia
esquecido desse pequeno detalhe, porém, o que nós vemos é que Isaque preferiu manter
as coisas como estavam, sem causar muitas mudanças, que lhe implicariam sacrifícios.

O segundo problema era referente à vida de seu próprio filho Esaú. Gênesis declara que:
"Tinha Esaú quarenta anos de idade quando escolheu por mulher a Judite, filha de
Beeri, o hitita, e também a Basemate, filha de Elom, o hitita. Elas amarguraram a vida
de Isaque e de Rebeca." (Gn 26:34~35). Esaú se casara com mulheres que não faziam
parte do vínculo da família e nem da aliança com Deus, ou seja, mulheres pagãs.
Mesmo sabendo disso, e mesmo sendo afligido na alma pelas atitudes de seu filho Esaú,
vemos um Isaque passivo, que sente as dores mas que não tem a iniciativa de reverter
uma situação errada. Nesse aspecto, Isaque nos lembra muito o sacerdote Eli, em 1
Samuel, que mesmo vendo a iniqüidade de seus dois filhos, se cala e assim, se torna
conivente aos seus atos.

Esses dois problemas nos revelam uma tremendo defeito em Isaque: Conformismo.
Você se recorda qual era a maior qualidade e virtude de Isaque? Era justamente a paz.
Porém, aquilo que era a maior virtude, se transformou na maior desgraça para Isaque.
Quando não sabemos administrar com sabedoria e equilíbrio as nossas virtudes,
corremos o sério risco de sermos prejudicados por aquilo que considerávamos bom em
nós. Conformismo está fora do padrão de vida de um cristão verdadeiro.

Apesar de tudo isso, Deus não se moveu nem um milímetro sequer daquilo que Ele
havia determinado em fazer, ou seja, abençoar Jacó, tornando-o uma grande nação, em
lugar de Esaú. Amados, mesmo as nossas mais terríveis falhas não podem fazer falhar
os maravilhosos propósitos de Deus. Por isso que Deus é soberano apesar da nossa
condição de extrema imperfeição. A graça de Deus triunfa sobre a imperfeição humana!


2. Esaú: Deus é soberano apesar da rebeldia humana.

Agora, é hora de olharmos um pouco para Esaú. Sem dúvida nenhuma, Esaú é símbolo
de rebeldia na Bíblia. Essa rebeldia se manifestou na vida de Esaú através de sua falta
de compromisso e seriedade com as coisas importantes.

Assim que Isaque pediu que ele trouxesse uma caça preparada para receber a bênção,
imediatamente ele saiu à procura de sua presa. Porém, ele não se recordou que já não
lhe cabia mais aquele direito, uma vez que ele o vendera para o seu irmão Jacó. Nem a
primogenitura e nem o negócio fechado com seu irmão significavam alguma coisa para
ele. O que Esaú queria era a bênção final e não a responsabilidade de ser o chefe da
família. A raiz da rebeldia de Esaú era no um profundo egoísmo.

Você conhece pessoas assim? Ele não quer se esforçar e nem estudar, mas quer tirar
notas altas nas provas. Pessoas que querem ser famosos, mas sem o devido esforço.
Como você quer ser rico, por exemplo, se não batalha em trabalhar? E como você quer
receber a bênção da primogenitura se a própria primogenitura não tem nenhum valor
para você? É justamente isso que desqualificou em definitivo Esaú.

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Além disso, Esaú, casando-se contra a vontade de seus pais com mulheres pagãs, deixou
ainda mais a mostra que ele não estava comprometido com nada, ou seja, que era uma
pessoa extremamente rebelde. Se a rebeldia se manifestou em irreverência, descaso e
irresponsabilidade.

A rebeldia também tem o seu lado explosivo, quando os atos de uma pessoa se tornam
muito violentos. "Quando Esaú ouviu as palavras de seu pai, deu um forte grito e, cheio
de amargura, implorou ao pai: “Abençoe também a mim, meu pai!” Mas ele
respondeu: “Seu irmão chegou astutamente e recebeu a bênção que pertencia a você”.
E disse Esaú: “Não é com razão que o seu nome é Jacó? Já é a segunda vez que ele me
engana! Primeiro tomou o meu direito de filho mais velho, e agora recebeu a minha
bênção!” Então perguntou ao pai: “O senhor não reservou nenhuma bênção para
mim?” Isaque respondeu a Esaú: “Eu o constituí senhor sobre você, e a todos os seus
parentes tornei servos dele; a ele supri de cereal e de vinho. Que é que eu poderia fazer
por você, meu filho?” Esaú pediu ao pai: “Meu pai, o senhor tem apenas uma bênção?
Abençoe-me também, meu pai!” Então chorou Esaú em alta voz." (vss. 34~38)

Uma pessoa violenta sempre demonstra rebeldia. Repare que Esaú é o extremo oposto
de Isaque. Mas mesmo assim, os dois se davam muito bem. Estudiosos chegam a
afirmar o vínculo que Isaque tinha com o seu filho era a sua habilidade em caçar e
preparar uma boa comida. O que é certo, é que Esaú não aprendeu nenhuma virtude
importante de seu pai.

Deus já sabia desse gênio de Esaú. Por isso, ele logo foi desqualificado para assumir
não somente a família de Isaque, mas herdar as promessas feitas a Abraão e a Isaque.
Amados, uma pessoa rebelde não pode ser usada nas mãos de Deus. Aquele que não se
humilha, que não aceita ouvir outras pessoas e que acha que é dona da verdade, está se
colocando no lugar de Deus e não O servindo. Podemos até pensar que Esaú foi uma
grande vítima. Porém, Deus conhecia Esaú mais do que ninguém. Deus se mostrou
soberano tirando Esaú da jogada para dar esse mesmo lugar a uma pessoa tão imperfeita
quando ele, mas que tinha um coração mais moldável. Deus sabe o que faz, pois Ele é
soberano!

O final do capítulo nos mostra que nada adiantou tudo isso ter acontecido. Quando algo
de ruim nos acontece, o normal é retirara dessa adversidade lições de vida, porém, Esaú
persistiu no mesmo erro: "Esaú guardou rancor contra Jacó por causa da bênção que
seu pai lhe dera. E disse a si mesmo: “Os dias de luto pela morte de meu pai estão
próximos; então matarei meu irmão Jacó”." (vr. 41).


3. Jacó e Rebeca: Deus é soberano apesar das trapaças humanas.

Rebeca era o oposto de Isaque, seu marido. Enquanto que Isaque parece ser mais uma
pessoa conformista e, de certa maneira, acomodada com algumas situações, Rebeca se
mostrou uma mulher muito decidida, e com poder sobre seu filho Jacó. Assim que ela
ouviu a conversa entre Isaque e Esaú, logo ela bolou um plano muito arriscado para que
Isaque não cometesse o erro, segundo a sua opinião, de abençoar Esaú.

"Ora, Rebeca estava ouvindo o que Isaque dizia a seu filho Esaú. Quando Esaú saiu ao
campo para caçar, Rebeca disse a seu filho Jacó: “Ouvi seu pai dizer a seu irmão
Esaú: ‘Traga-me alguma caça e prepare-me aquela comida saborosa, para que eu a

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coma e o abençoe na presença do SENHOR antes de morrer’. Agora, meu filho, ouça
bem e faça o que lhe ordeno: Vá ao rebanho e traga-me dois cabritos escolhidos, para
que eu prepare uma comida saborosa para seu pai, como ele aprecia. Leve-a então a
seu pai, para que ele a coma e o abençoe antes de morrer”. " (vss. 5~10)

A idéia de Rebeca era fazer o guisado mais rápido possível e mandar para dentro da
tenda de seu marido Jacó para que ele recebesse a bênção da primogenitura. Porém,
Jacó sabia que o plano era muito arriscado pois seu pai o reconheceria na hora: sua voz
era diferente, ele tinha pouco pelo em comparação ao seu irmão e até o seu cheiro era
diferente! "Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: “Mas o meu irmão Esaú é homem peludo, e
eu tenho a pele lisa. E se meu pai me apalpar?" (vss. 11,12a)

Diante do plano arriscado de sua mãe, Jacó ficou com medo. Ele não demonstrou não
querer fazer aquilo, afinal, Jacó também queria a benção da primogenitura, mas um
temor que na hora que seu pai descobrisse a trama, ao invés de benção, receberia uma
maldição: "Vai parecer que estou tentando enganá-lo, fazendo-o de tolo e, em vez de
bênção, trarei sobre mim maldição”. Disse-lhe sua mãe: “Caia sobre mim a maldição,
meu filho. Faça apenas o que eu digo: Vá e traga-os para mim”." (vss. 12b,13)

Rebeca mandou e Jacó obedeceu. "Então ele foi, apanhou-os e os trouxe à sua mãe, que
preparou uma comida saborosa, como seu pai apreciava. Rebeca pegou as melhores
roupas de Esaú, seu filho mais velho, roupas que tinha em casa, e colocou-as em Jacó,
seu filho mais novo. Depois cobriu-lhe as mãos e a parte lisa do pescoço com as peles
dos cabritos, e por fim entregou a Jacó a refeição saborosa e o pão que tinha feito.
Ele se dirigiu ao pai e disse: “Meu pai”.
Respondeu ele: “Sim, meu filho. Quem é você?”
Jacó disse a seu pai: “Sou Esaú, seu filho mais velho. Fiz como o senhor me
disse. Agora, assente-se e coma do que cacei para que me abençoe”.
Isaque perguntou ao filho: “Como encontrou a caça tão depressa, meu filho?”
Ele respondeu: “O SENHOR, o seu Deus, a colocou no meu caminho”.
Então Isaque disse a Jacó: “Chegue mais perto, meu filho, para que eu possa
apalpá-lo e saber se você é realmente meu filho Esaú”.
Jacó aproximou-se do seu pai Isaque, que o apalpou e disse: “A voz é de Jacó,
mas os braços são de Esaú”. Não o reconheceu, pois seus braços estavam peludos
como os de Esaú, seu irmão; e o abençoou.
Isaque perguntou-lhe outra vez: “Você é mesmo meu filho Esaú?”
E ele respondeu: “Sou”.
Então lhe disse: “Meu filho, traga-me da sua caça para que eu coma e o
abençoe”.
Jacó a trouxe, e seu pai comeu; também trouxe vinho, e ele bebeu. Então seu pai Isaque
lhe disse: “Venha cá, meu filho, dê-me um beijo”.
Ele se aproximou e o beijou. Quando sentiu o cheiro de suas roupas, Isaque o
abençoou" (vss. 14~27)

Plano arriscado, mas tudo saiu conforme Rebeca planejou. Jacó entrou na tenda de
Isaque, ofereceu a comida, a mesmo com a desconfiança de Isaque, Jacó não balançou e
foi até o fim. Isaque apalpou Jacó, ouviu Jacó, desconfiou da rapidez do preparo do
guisado, mas quando cheirou as roupas de Esaú que Jacó vestira, não teve mais dúvidas:
era Esaú que estava lá.

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Conclusão: Graça e soberania!

Vamos ver a benção que Isaque deu a Jacó:

"“Ah, o cheiro de meu filho


é como o cheiro de um campo
que o SENHOR abençoou.
Que Deus lhe conceda
do céu o orvalho
e da terra a riqueza,
com muito cereal e muito vinho.
Que as nações o sirvam
e os povos se curvem diante de você.
Seja senhor dos seus irmãos,
e curvem-se diante de você
os filhos de sua mãe.
Malditos sejam os que o amaldiçoarem
e benditos sejam
os que o abençoarem”." (vss. 27~29)

Essa benção é basicamente a benção que foi dada a Abraão e a Isaque. Jacó estava,
naquela hora, servindo de canal para as bênçãos que Deus já havia preparado para ele.
Aquilo que Deus havia prometido em Gn 25:23, se cumpriu aqui. Quando tudo parecia
que não ia dar certo, quando Isaque estava decidido a abençoar Esaú em lugar de Jacó,
todo o plano para contornar essa situação, na verdade, estava já dentro do controle de
Deus. Isso, novamente, nos reforça uma coisa: o homem pode tentar e tentar fazer da
sua vontade as coisas da vida, porém, Deus nunca deixará que seus planos sejam
frustrados. Apesar da teimosia, das trapaças humanas, Deus é soberano e Senhor da
História, da Sua História.

O que restou para Esaú, apenas migalhas da benção que Jacó recebeu:

"“Sua habitação será


longe das terras férteis,
distante do orvalho
que desce do alto céu.
Você viverá por sua espada
e servirá a seu irmão.
Mas quando você não suportar mais,
arrancará do pescoço o jugo”." (vss. 39,40)

A princípio, podemos ter a impressão que Isaque foi uma vitima implacável de Rebeca e
Jacó. E de fato, Isaque o foi. Porém, o que norteava a conduta de Isaque não era o
julgamento moral a respeito de seus filhos, mas sim, o fator sensorial: Isaque queria
provar a comida de Esaú, Isaque teve a certeza que Jacó era Esaú mexendo e cheirando
ele. Isaque não estava muito ligado com a vontade de Deus, mas sim, com a vontade
que ele tinha de experimentar uma boa comida ante de morrer.

Qual foi o erro de Isaque e Esaú? Wenham nos explica que: "Isaque e Esaú, ambos,
colocaram os apetites antes dos princípios, comodismo antes da justiça, satisfação

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imediata antes de valores espirituais eternos"3. Diante desse quadro, é difícil dizer que
eles foram apenas vitimas e os vilões da história foram Rebeca e Jacó.

Do outro lado, vemos Rebeca e Jacó, quase que arrancando a benção por uma maneira
que não nos parece muito certa e legítima. No meio temos Esaú que não tinha nenhuma
qualidade para ser o futuro herdeiro das promessas de Deus!

Todos os escolhidos por Deus são falhos! Todos nós pecamos e todos somos trapaceiros
por natureza. Já pensou se a obra de Deus na história dependesse apenas da boa vontade
das pessoas? É aí que a graça e a soberania de Deus entram em cena! Mesmo diante da
nossa falibilidade, Deus é gracioso em fazer com que tudo convirja para aquilo que é de
Sua vontade.

A lição final desse texto é a seguinte: diante da conduta imoral de todos os integrantes
dessa família onde cada um procurava seus interesses egoístas, onde os escolhidos de
Deus se mostraram totalmente falhos, onde virtudes se transformam em vícios, a graça
de Deus é novamente reafirmada porque essa graça é o último fundamento da salvação
dos homens. Deus, apesar de tudo, é soberano sobre tudo e sobre todos!

3
Cf. WBC pag. 215.

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