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UMA ORQUESTRA PARA CHAMAR DE NOSSA

Por Celso Assis

28/3/2016

Os músicos afinam seus instrumentos para o concerto que levará duas horas para
ser reproduzido. O público se ajeita nas poltronas; uns ainda procuram por uma visão mais
privilegiada do palco. De repente, o maestro aparece, silencia o mar de sons indefinidos e,
em seu lugar, surgem calorosos aplausos. Com um microfone, o regente da orquestra saúda
a todos em inglês com fortíssimo sotaque britânico, chamando atenção das pessoas - a
maioria não entende nada, mas aguarda tradução. A voz de uma mulher logo surge para
traduzir o maestro e aproveita para agradecer os patrocinadores. Finalmente, o regente
levanta a batuta e inicia a apresentação.

A descrição acima poderia ser atribuída a qualquer orquestra no mundo, mas ela
se refere à Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG). Em seu terceiro ano a frente da orquestra
goiana, o regente inglês Neil Thomson agradeceu o público pela receptividade na abertura
da temporada 2016, no último dia 17 de março. Em suas palavras, esta temporada de
concertos será "a mais ambiciosa e diversificada que nós já apresentamos nesses últimos
anos".

Thomson também é o diretor artístico da Orquestra Filarmônica, isto é, o


responsável por levantar as obras que serão apresentadas nos concertos da temporada. A
temática deste ano é "tradição, atualidade e Brasil". Pela obrigação de toda orquestra, a
OFG também seguirá reproduzindo os grandes clássicos, como o fez neste primeiro
concerto, ao abrirem os trabalhos com o Concerto para Violoncelo e Orquestra em Si menor,
Op. 104 de Dvorák. Os solos de violoncelo ficaram ao encargo do jovem Luiz Fernando
Venturelli, ganhador do concurso para jovens solistas, promovido ano passado pela própria
Orquestra.

Parte do público que a Orquestra tem hoje se deve ao seu compromisso de tocar
músicas da atualidade. Em junho do ano passado, muitos goianos interessaram-se em
assistir a uma orquestra pela primeira vez para ouvir em tempo real a "Marcha Imperial" e o
tema principal de Star Wars, além de outros clássicos do compositor americano John
Williams. O Palácio da Música no Centro Cultural Oscar Niemeyer ficou tão abarrotado de
pessoas que os organizadores decidiram repetir a dose no domingo seguinte, em pleno
Parque Flamboyant. Este ano, Star Wars voltará acompanhado de David Bowie e DJ Mucio
nas ecléticas apresentações dos dias 19 e 22 de maio. Espera-se casa (e parque) cheia.

Unido aos dois temas anteriores, "Brasil" inclui os grandes nomes da música
clássica brasileira Heitor Villa-Lobos, autor das Bachianas Brasileiras; Cesar Guerra-Peixe,
autor de 'A Retirada da Laguna', gravada em setembro passado no primeiro CD da
Orquestra; Guarnieri, Santoro e vários outros. Prestigiando obras locais, se ouvirá também
as primeiras audições mundiais de Estércio Cunha e Helder Oliveira, este último, vencedor
do concurso Opus I para jovens compositores, também realizado pela OFG.

Em julho, a Orquestra Filarmônica de Goiás fará sua segunda turnê nacional,


onde apresentará Rachmaninov e Guerra-Peixe na Sala São Paulo (SP), no 47º Festival de
Inverno de Campos do Jordão (SP) e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ). Para
Marshal Gaioso Pinto, regente adjunto, "a Orquestra Filarmônica, sem dúvidas, está entre as
principais orquestras do país". Virão a Goiânia, regentes e músicos de 12 nacionalidades
diferentes para apresentarem-se nos concertos desta temporada.

A presença estratégica da Orquestra no Facebook e no Instagram representa o


vigor do novo e a renovação do tradicional tão presentes nas apresentações. Para convidar
alguém para assistir a um concerto, basta apenas marcá-lo em um dos eventos criados no
Facebook pela competente assessoria de comunicação da Orquestra. A programação da
temporada está disponível na página da OFG nas redes sociais. Tudo feito para chamar esta
orquestra internacionalmente goiana de nossa.

Próximas apresentações:

1º de abril, sexta, 20h30, Teatro Basileu França.


10 de abril, domingo, 11h, Teatro Goiânia

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