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CAMPUS CURITIBA
CURITIBA
ABRIL – 2010
HENRIQUE STEL DE AZEVEDO
CURITIBA
ABRIL - 2010
TERMO DE APROVAÇÃO
__________________________________________
Coordenador do Programa
Banca Examinadora
__________________________
PPGEM/UTFPR-Orientador
___________________________ ___________________________
FEMEC/UFU PPGEM/UTFPR
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, Urbano, minha mãe, Cleonir, aos meus irmãos e parentes, que
me incentivaram desde o surgimento da idéia de fazer o mestrado, e que me
trouxeram conforto sempre que precisei, mesmo morando em outra cidade.
RESUMO
ABSTRACT
Several engineering devices such as heat exchangers and flexible pipes used
in transport of offshore oil are designed with ducts with corrugated walls. Corrugated
surfaces induce significant influences in the fluid flow pattern, and the present study
aims to investigate the influence of circular corrugated pipes in turbulent flow. In this
work, numerical and experimental studies of turbulent fluid flow in corrugated pipes
with straight and helical grooves are performed, for Reynolds numbers from 5000 to
100000. The turbulent flow is modeled using the algebraic LVEL and the two-
equation CK k-ε turbulence models. Governing equations are discretized using the
Finite Volume Method, with staggered grid and hybrid interpolation scheme. The set
of discretized algebraic equations are solved through the commercial software
PHOENICS CFD. To validate the numerical results, experimental evaluations are
performed to measure the friction factor in conditions similar to the numerical study.
The results obtained for the friction factors show a good agreement of numerical data
and experimental measurements. Correlations are proposed from the numerical data
to calculate the friction factors obtained for the range of geometric configurations and
Reynolds numbers studied. From the numerical results, the influence of the
corrugated pipe walls on the friction factor and on the behaviour of the flow field
pattern, pressure, shear stresses and other properties are studied.
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................... vi
1 Introdução ............................................................................................................1
5 Abordagem Experimental...................................................................................72
6 Resultados e Discussão.....................................................................................86
8 Referências Bibliográficas................................................................................128
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Rugosidades dos tipos " d " (a) e " K " (b), escoamento da esquerda para
a direita (Fonte: Jiménez [2004], p. 181)............................................................11
Figura 2.3 – Contornos de pressão (a) e de vorticidade (b) em uma cavidade do tipo
d para o escoamento turbulento sobre uma placa plana rugosa (Fonte: Chang
et al. [2006], p. 131). ..........................................................................................14
Figura 2.4 – Tubo helicoidal utilizado por Silberman (1970) e Silberman (1980), com
a representação dos sentidos das flutuações de velocidade nas direções axial,
radial e tangencial (Adaptado de Silberman [1980], p. 700)...............................16
Figura 2.5 - Fator de atrito como função do diâmetro do tubo e do ângulo de hélice,
para altos números de Reynolds. (Fonte: Silberman [1970], p. 2254). ..............17
Figura 3.4 – Representação geométrica dos tubos com corrugado: (a) anelar e (b)
helicoidal. Os módulos individualizados representam a porção da geometria que
se repete na direção z........................................................................................34
Figura 4.1 - Arranjo de malha deslocada para frente: (a) plano r-z; (b) plano r- θ ; (c)
plano θ -z. ..........................................................................................................43
Figura 5.3 - Detalhes da tomada de pressão utilizada nos experimentos: (a) furo
passante; (b) caixa desmontada; (c) tomada de pressão instalada no tubo. .....78
xiv
Figura 5.5 – Bomba (a) e Inversor de Freqüência (b) utilizados para circulação e
controle de vazão de água no circuito experimental. .........................................80
Figura 6.1 – Esquema das dimensões representativas dos tubos com cavidade (a)
anelar e (b) helicoidal. ........................................................................................87
Figura 6.4 – Comparação dos fatores de atrito numéricos obtidos para o escoamento
turbulento em tubos com corrugado anelar e helicoidal. ....................................93
.........................................................................................................................104
LISTA DE TABELAS
Tabela D.1 - Medição do desvio relativo médio dos fatores de atrito calculados pela
rugosidade e / D em conjunto com a Eq. (6.2) em relação aos dados numéricos
originais (exemplificação para geometria G1, corrugado anelar). ....................156
xviii
Tabela D.2 – Resumo dos valores de rugosidade equivalente ( e / D )eq obtidos para
Tabela D.3 – Cálculo das constantes C1 , C2' e C3 pelo método dos mínimos
LISTA DE SÍMBOLOS
Descrição Unidade
da propriedade genérica φ [ m3 ]
turbulenta [ m2 ⋅ s−3 ]
C1,C2 ,C2' ,C3 Constantes usadas no método dos mínimos quadrados [-]
genérico i , j , k [-]
turbulenta, k [ m2 ⋅ s−3 ]
circuito experimental [m ]
direção r [1]
direção z [1]
t Tempo [s ]
T Temperatura do fluido [K ]
SIMPLE) [ m ⋅ s-1 ]
quadrados [-]
à parede [m ]
à parede [1]
Índices
Operadores
∇ Operador nabla
∫ Operador integral
Siglas
GB Gigabyte
GHz Gigahertz
1 INTRODUÇÃO
Tubos corrugados podem ser descritos como dutos compostos por parede
interna (ou externa) formada por cavidades ou sulcos periodicamente distribuídos.
Esses tubos são utilizados em diversas aplicações, como tubulações flexíveis de
drenagem de águas pluviais e de distribuição de água ou produtos na indústria,
trocadores de calor, entre outros, sendo fabricados de diversos materiais, de acordo
com a aplicação.
(a) (b)
1.1 Objetivos
r
z
(a) D
r
z
(b) D
corrugado helicoidal, que foi realizado pelo próprio autor em bancada construída
especificamente para o projeto. O Apêndice C mostra a metodologia para a
obtenção das incertezas de medição dos resultados experimentais. Por fim, o
Apêndice D apresenta a metodologia utilizada para a obtenção de relações que
descrevem os fatores de atrito obtidos numericamente para as situações estudadas
no presente trabalho.
Capítulo 2 Estudos Anteriores 8
2 ESTUDOS ANTERIORES
Nikuradse (1933) não contava com um controle preciso do tamanho dos grãos
de areia utilizados em seus experimentos e a sua distribuição homogênea sobre a
Capítulo 2 Estudos Anteriores 9
(a)
(b)
Figura 2.1 - Rugosidades dos tipos " d " (a) e " K " (b), escoamento da esquerda para
a direita (Fonte: Jiménez [2004], p. 181).
(a) (b)
Figura 2.3 – Contornos de pressão (a) e de vorticidade (b) em uma cavidade do tipo
d para o escoamento turbulento sobre uma placa plana rugosa (Fonte: Chang et al.
[2006], p. 131).
v'
r
z
R Ro θ
u'
w'
Ro = 163 mm
Ro − R = 11,2 mm
s = 56 mm
Figura 2.4 – Tubo helicoidal utilizado por Silberman (1970) e Silberman (1980), com
a representação dos sentidos das flutuações de velocidade nas direções axial, radial
e tangencial (Adaptado de Silberman [1980], p. 700).
0.07
0.06
0.05
0.04
0.03
0.02
0 1 2 3 4 5 6 7
Diâmetro do tubo, pés
Figura 2.5 - Fator de atrito como função do diâmetro do tubo e do ângulo de hélice,
para altos números de Reynolds. (Fonte: Silberman [1970], p. 2254).
2UR /(rV ) = 0,69 para α = 70° e 2UR /(rV ) = 0,61 para α = 75° , sendo que os
fatores de atrito para os tubos de α = 62° , 70° e 75° e número de Reynolds 100000
foram respectivamente 0,0275, 0,0372 e 0,0406. Esses resultados demonstram que,
Capítulo 2 Estudos Anteriores 18
turbulenta, e que será apresentado no Capítulo 3), devem sofrer reduções, o que
vem a atenuar as tensões de cisalhamento sobre a parede e, conseqüentemente,
reduzir o fator de atrito.
1.2
*
u'
1.0
0.8
0.6
Corrugado Helicoidal
Re = 5,8x105
0.4 u'
V*
v'
V*
0.2 w'
V*
Corrugado
0.0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Distância relativa da parede, y/Ro
3 MODELAGEM MATEMÁTICA
φ
φ '(t )
φ
φ (t ) = φ + φ '(t ) , (3.1)
que:
Capítulo 3 Modelagem Matemática 23
⎛ ∂u ∂u ⎞ 2
− ρ um' un' = μt ⎜ m + n ⎟ + kδ mn , (3.2)
⎝ ∂xn ∂xm ⎠ 3
modelagem de todo o tensor de Reynolds − ρ um' un' . Apesar de não ser objetivo do
presente estudo discutir sobre a validade dessa hipótese, é interessante ressaltar
que a mesma é válida para diversas situações em engenharia e foi utilizada ao longo
das últimas décadas com sucesso em diversas aplicações (Wilcox, 1998).
Conservação da massa:
1 ∂u 1 ∂rv ∂w
+ + =0 (3.3)
r ∂θ r ∂r ∂z
Capítulo 3 Modelagem Matemática 24
⎡ ( ) − (κ w ) − (κ w ) ⎤
2 3 4
⎛ 1 ⎞ ⎢ κw + κw + + +
y = w + ⎜ ⎟ e − 1− κw −
+ + + ⎥ (3.7)
⎝E ⎠⎢ 2 6 24 ⎥
⎣ ⎦
20
Lei de Parede de Spalding
Lindgren (1965)
w+=y+
15
w+
10
w+=(1/0,421)ln(y+)+5,6
0
1 10 100
y+
⎡ ( ) − (κ w ) ⎤
2 3
⎛ κ ⎞ ⎢ κw + κw + +
ν t = ν ⎜ ⎟ e − 1 − κw −
+ ⎥ (3.8)
⎝E ⎠⎢ 2 6 ⎥
⎣ ⎦
Como podem ocorrer diversas situações nas quais o domínio é composto por
paredes sólidas em diversas orientações (caso do tubo corrugado), o modelo LVEL
(Spalding, 1994) calcula para um dado ponto a distância em relação à parede mais
próxima para a aplicação da Equação (3.8), em função da velocidade local, com
base na Equação (3.7). É por essa metodologia que o modelo recebe o nome LVEL,
sendo “L” relacionado à especificação de um comprimento relativo à parede, e “VEL”
relacionado à descrição de uma velocidade local, sendo essa última a variável
principal a ser conhecida para o cálculo de ν t , como indica a Equação (3.8).
Reynolds local, ReL , tal que ReL = y + ⋅ w + . Usando a Equação (3.7) na definição de
⎧ ⎡ ( ) − (κ w ) − (κ w ) ⎤⎫
2 3 4
+ ⎪ +
κw + + +
⎛ 1 ⎞ ⎢ κw +
ReL = w ⎨w + ⎜ ⎟ e − 1 − κ w −
+ ⎥ ⎪⎬ (3.9)
⎪ ⎝E ⎠⎢ 2 6 24 ⎥⎪
⎩ ⎣ ⎦⎭
+
w =w +
+ ⎣ (
⎡ReL* − ReL w est
+
⎤
⎦) (3.10)
est +
dReL / dw
modelos k-ε, o modelo CK k-ε deriva do modelo k-ε Padrão de Launder e Spalding
(1974), que propõe que ν t seja função de duas quantidades turbulentas, k e ε, na
forma:
ν t = C μ fμ k 2 / ε (3.11)
1 ∂ ⎡ ⎛ ν t ⎞ ∂k ⎤ 1 ∂ ⎡⎛ ν t ⎞ 1 ∂k ⎤ ∂ ⎡⎛ ν t ⎞ ∂k ⎤
Dk = ⎢r ⎜ν + ⎟ ⎥+ ⎢⎜ν + ⎟ ⎥+ ⎢⎜ν + ⎟ ⎥ (3.14)
r ∂r ⎣ ⎝ σ k ⎠ ∂r ⎦ r ∂θ ⎣⎝ σ k ⎠ r ∂θ ⎦ ∂z ⎣⎝ σ k ⎠ ∂z ⎦
1 ∂ ⎡ ⎛ ν t ⎞ ∂ε ⎤ 1 ∂ ⎡⎛ ν t ⎞ 1 ∂ε ⎤ ∂ ⎡⎛ ν t ⎞ ∂ε ⎤
Dε = ⎢r ⎜ν + ⎟ ⎥+ ⎢⎜ν + ⎟ ⎥+ ⎢⎜ν + ⎟ ⎥ (3.15)
r ∂r ⎢⎣ ⎝ σ ε ⎠ ∂r ⎥⎦ r ∂θ ⎢⎣⎝ σ ε ⎠ r ∂θ ⎥⎦ ∂z ⎢⎣⎝ σ ε ⎠ ∂z ⎥⎦
⎧⎪ ⎡⎛ ∂v ⎞2 ⎛ 1 ∂u v ⎞2 ⎛ ∂w ⎞2 ⎤ ⎛ ∂u 1 ∂w ⎞2
Pk = ν t ⎨2 ⎢⎜ ⎟ +⎜ + ⎟ +⎜ ⎟ ⎥+⎜ + ⎟ +
⎪⎩ ⎣⎢⎝ ∂r ⎠ ⎝ r ∂θ r ⎠ ⎝ ∂z ⎠ ⎦⎥ ⎝ ∂z r ∂θ ⎠
(3.16)
⎛ ∂v ∂w ⎞ ⎡ ∂ ⎛ u ⎞ 1 ∂v ⎤ ⎫⎪
2 2
+⎜ + ⎟ + ⎢r ⎜ ⎟ + ⎥ ⎬
⎝ ∂z ∂r ⎠ ⎣ ∂r ⎝ r ⎠ r ∂θ ⎦ ⎪⎭
Monson et al. (1990) adequaram então tal modelo para baixos números de
Reynolds através da introdução de relações algébricas específicas para as funções
Capítulo 3 Modelagem Matemática 31
( ) (1 + 20,5 / Re )
2
fμ = 1 − e −0,0165Rek t (3.17)
f1 = 1 + ( 0,05 / fμ )
3
(3.18)
2
f2 = 1 − e − Ret , (3.19)
σ k = 0,75 e σ ε = 1,30 .
amortecedoras tendem a unidade, fazendo com que nesses casos o modelo seja
equivalente ao original proposto por Chen e Kim (1987). Além disso, o modelo CK k-
ε garante uma boa descrição de propriedades como o tensor de Reynolds e a
própria energia cinética turbulenta.
w + = (1/ 0,421) ln( y + ) + 5,6 . Observa-se também uma boa concordância próximo à
parede entre o perfil obtido com o modelo CK k-ε e os dados experimentais, além de
se notar uma tendência deste modelo em prever a pequena elevação do perfil em
relação à lei logarítmica, de modo semelhante ao observado para os resultados
experimentais.
20
Modelo CK k-ε
Lindgren (1965)
w+=y+
15
w+
10
w+=(1/0,421)ln(y+)+5,6
0
1 10 100
y+
Em todo caso, as Figuras 3.2 e 3.3 mostram que, ao menos em termos dos
perfis de velocidade, ambos os modelos LVEL e CK k-ε proporcionam uma boa
representação do campo de velocidades próximo à parede, recurso que foi levado
em consideração pelo fato de o trabalho ter por objetivo explorar com certo detalhe
os fenômenos que ocorrem perto das cavidades corrugadas em estudo.
s
s
A
θ
r
r
z
(a) D
A CORTE A-A
s módulos
B
θ
r
r
z
(b) D
B CORTE B-B
s
Figura 3.4 – Representação geométrica dos tubos com corrugado: (a) anelar e (b)
helicoidal. Os módulos individualizados representam a porção da geometria que se
repete na direção z.
A b
CORTE A-A
θ
Ro Direção do r
r R Escoamento R
(a) D Do
A
z
B b
CORTE B-B
θ
Ro Direção do r
r R Escoamento R
(b) D Do
u (r ,θ ,0) = u (r ,θ , s ) (3.20)
v (r ,θ ,0) = v (r ,θ , s ) (3.21)
w (r ,θ ,0) = w (r ,θ , s ) (3.22)
k (r ,θ ,0) = k (r ,θ , s ) (3.23)
ε (r ,θ ,0) = ε (r ,θ , s ) (3.24)
É através dessa análise física que Patankar et al. (1977), então, definem um termo
β , constante, que armazena a condição de periodicidade do gradiente de pressão,
sendo:
O campo de pressão total p pode ser, por fim, subdividido em dois termos de
pressão: um relacionado à condição de periodicidade, β , e um relacionado ao
p(r ,θ , z ) = − β z + P (r ,θ , z ) (3.27)
Da maneira como Eq. (3.27) está escrita, conclui-se que, sendo β um valor
constante que relaciona o gradiente de pressão total em duas posições separadas
pelo comprimento s , o termo − β z armazena toda a informação referente à variação
P (r ,θ ,0) = P (r ,θ , s ) (3.28)
∂p ∂ ∂P
−
∂r
=−
∂r
( )
− β z + P (r ,θ , z ) = −
∂r
(3.29)
∂p ∂ ∂P
−
∂θ
=−
∂θ
( )
− β z + P (r ,θ , z ) = −
∂θ
(3.30)
∂p ∂ (
∂ ( β z ) ∂ P (r ,θ , z ) ∂P)
−
∂z
=−
∂z
(
− β z + P (r ,θ , z ) = ) ∂z
−
∂z
=β−
∂z
(3.31)
( )
dada por k = 1/ 2 u '2 + v '2 + w '2 , onde u ' , v ' e w ' são flutuações instantâneas de
velocidade nas direções tangencial, radial e axial, também deve ser nulo sobre todas
as superfícies sólidas, uma vez que pelas condições de não-deslizamento e
impermeabilidade u = v = w = 0 sobre superfícies sólidas em qualquer instante de
tempo, não podendo haver assim flutuações de velocidade sobre as paredes.
Capítulo 3 Modelagem Matemática 40
u ,v ,w , k = ∂ε / ∂z = 0
u ,v ,w , k = ∂ε / ∂r = 0
Direção do
Escoamento
r
φ (r ,θ ,0) = φ (r ,θ , s ),
φ = u ,v ,w , P, k , ε
4 MODELAGEM NUMÉRICA
Como o próprio nome sugere, o Método dos Volumes Finitos descrito por
Patankar (1980) tem como princípio básico a discretização do domínio de solução
em volumes de controle “discretos”, dando atenção especial à conservação do fluxo
das propriedades que atravessam as faces dos volumes finitos. Além disso,
Patankar (1980) descreve um tratamento diferenciado para os pontos de cálculo de
propriedades escalares e vetoriais ao longo dos volumes de controle, conhecido
como arranjo de malha deslocado, que é mostrado na Figura 4.1.
VC de v VC de v
z VC de w I-2 i-2 I-1
i-1
j+2 I
J+2
j+1 j+1 i
J+1 θ
j
K,j j I+1
I,j
J j-1 I,J VC de u
K,J k,J
j-1 i,J
r j-2 i+1
r
J-1
I+2
K-2 k-2 K-1 k-1 K k K+1 k+1 K+2 J-2 J-1 J J+1 J+2 J+3
(a) (b)
VC de u
z VC de w
I+2
I+1
I+1
K,i i
I
K,I k,I
i-1
θ
I-1
(c )
Figura 4.1 - Arranjo de malha deslocada para frente: (a) plano r-z; (b) plano r- θ ; (c)
plano θ -z.
Capítulo 4 Modelagem Numérica 44
aP = aW + aE + aS + aN + aL + aH + SP , (4.2)
com SP sendo o termo fonte associado à propriedade φP . Para cada uma das
propriedades calculadas, os nós P, N, S, W, E, H e L assumem posições baseadas
no arranjo de malha determinado para cada propriedade (como indicado na Figura
4.1). A forma individual para as equações discretizadas das propriedades
Capítulo 4 Modelagem Numérica 45
mostrados no Apêndice A.
θ VC de u VC de v VC de w
τWθ vP τ Wz
j = NY
δW uP δW δW wP
r J = NY
r
r j = NY-1
J = NY-1
i-2 I-1 i-1 I i I+1 i+1 K-1 k-1 K k K+1 K-1 k-1 K k K+1
z z
Como os modelos LVEL e CK k-ε não utilizam a lei logarítmica para o cálculo
das velocidades relativas às superfícies sólidas, procura-se manter o primeiro ponto
adjacente à parede na subcamada viscosa de forma que, até esse ponto, o perfil
linear w + = y + (Figuras 3.2 e 3.3) seja válido, possibilitando com que as tensões de
cisalhamento τ W θ e τ Wz sejam calculadas através de condições de contorno de
escoamentos laminares (Spalding, 1994), nas quais o gradiente de velocidade é
aproximado de forma linear, ou seja:
⎛ ∂u ⎞ u −0 u
τ W θ = ( μt + μ ) ⎜ ⎟ = ( μt + μ ) P = ( μt + μ ) P (4.4)
⎝ ∂r ⎠W θ δW δW
⎛ ∂w ⎞ w −0 w
τ Wz = ( μt + μ ) ⎜ ⎟ = ( μt + μ ) P = ( μt + μ ) P (4.5)
⎝ ∂r ⎠Wz δW δW
uP
FW θ = −τ W θ ⋅ AW θ = − ( μt + μ ) AW θ (4.6)
δW
wP
FWz = −τ Wz ⋅ AWz = − ( μt + μ ) AWz (4.7)
δW
uP
SP i ,J ,K = − ( μt + μ ) AW θ (4.8)
δW
wP
SP I ,J ,k = − ( μt + μ ) AWz (4.9)
δW
e AWz , e valor VL nulo. Dessa forma, os termos fonte adicionais “ SP ” para cada
direção são dados por:
⎛μ +μ⎞
SPi ,J ,K = TPCO (VL − φP ) = ⎜ t ⎟ AW θ ( 0 − uP ) (4.10)
⎝ δW ⎠
⎛μ +μ⎞
SPI ,J ,k = TPCO (VL − φP ) = ⎜ t ⎟ AWz ( 0 − w P ) , (4.11)
⎝ δW ⎠
S = aN (0 − kP ) , (4.12)
e o tipo, TP , é igual ao termo aN da Eq. (4.1) para a variável k, esse último calculado
VC escalar
j=N
kP , ε P δW
J=N
r
j = N-1
J = N-1
ε. De acordo com Spalding (1994), essa condição pode ser atendida fazendo-se
aN = 0 nas Eqs. (4.1) e (4.2) para a variável ε. Procedimento semelhante é adotado
para as condições de contorno das paredes laterais da cavidade do corrugado.
z=0 z=s
IZ = NZ IZ = 1 IZ = NZ IZ = 1
=0
aPφP = aW φW + aEφE + aSφS + aNφN + aLφL + aHφH + Sφ ⇒
=0
aP = aW + aE + aS + aN + aH + aL + SP ⇒
⇒ aP = aW + aE + aS + aN + aH + SP (4.14)
4.4, porém, que a linha de entrada coincide fisicamente com a linha de saída do
módulo periódico anterior, na geometria original. Dessa forma, pela condição de
periodicidade, vale afirmar que a propriedade à esquerda de φ1 (onde φ1
aL deve ser identicamente igual a aNZ . Logo, não somente o termo aNZφNZ precisa
aP = aW + aE + aS + aN + aH + aNZ + SP (4.16)
Capítulo 4 Modelagem Numérica 53
φNZ .
que para o caso da fronteira direita é válida não só para φ = u ,v , k, ε como também
para w . Entretanto, como o programa não calcula as componentes w da velocidade
na face direita de IZ = NZ para a componente w , o ponto P na Eq. (4.22)
corresponde a NZ -1.
PI ,' J ,K +1 .
Vale lembrar que, de qualquer forma, essa condição é utilizada somente para
a especificação de uma referência, sendo que a influência do gradiente de pressão
no domínio é, na realidade, garantida pela introdução do gradiente de pressão
periódico, β , às equações de conservação da quantidade de movimento na direção
axial, como mostrado na Eq. (A.10).
r
z
(a) (b)
s
s
A s
Ro
R
r r
h
A b
CORTE A-A
(a) (b)
4.3.2 Teste de y+
O modelo LVEL, por se basear na Lei de Parede de Spalding, Eq. (3.7), que
interpola o perfil de velocidades desde à superfície, poderia teoricamente ter o
primeiro ponto de cálculo, y + , localizado em qualquer posição. Entretanto, através
de testes em tubos lisos, verificou-se que o melhor desempenho do modelo ocorreu
para valores de y + 5,0 , que corresponde justamente ao ponto limite entre a
subcamada viscosa (de perfil aproximadamente linear, como mostra a Figura 4.9) e
a subcamada amortecedora, e então buscou-se atender a essa condição. Já o
modelo CK k-ε, por ser um modelo apropriado para baixos números de Reynolds e
para a descrição do escoamento muito próximo à parede, exige uma alta resolução
numérica perto da parede, principalmente entre as subcamadas laminar e
amortecedora. Observa-se na Figura 4.9 que a inflexão da subcamada
amortecedora se estende até aproximadamente y + 12,0 , e de acordo com
Capítulo 4 Modelagem Numérica 62
25
Camada
Camada
logarítmica
amortecedora
20 Subcamada
viscosa Camada
w =y + + externa
15
w+
.
10
5
1
w+ = ln( y + ) + 5,6
0,421
0
1 10 100 1000
y+
.
direção radial utilizada para o modelo LVEL é mais grosseira que a requerida pelo
modelo CK k-ε, uma vez que o modelo a duas equações exige uma alta resolução
numérica próximo à parede. Destacou-se também, em cada caso, uma idéia
ilustrativa das posições y + = 5,0 para o modelo LVEL e y + = 12,0 para o modelo CK
k-ε.
s s
b b
h h
y + = 5,0
y + = 12,0
r r
z z
Para a variação de malha na direção axial dos tubos com cavidade anelar,
dividiu-se a malha em três regiões de modo a garantir um bom refinamento nas
regiões de descontinuidade, ou seja, próximo às quinas das cavidades. Tanto para o
modelo LVEL quanto para o modelo CK k-ε, observou-se que 45 volumes de
controle na direção axial é quantidade suficiente para reproduzir resultados com
diferença menor do que 0,5 % no fator de atrito (em relação a níveis maiores de
malha), sendo que os 45 volumes são distribuídos em 15 entre a entrada do tubo e a
quina a montante da cavidade, 15 dentro da cavidade e 15 entre a quina a jusante
da cavidade e a saída do tubo. A malha total resultante para os tubos com cavidade
anelar foi então de 45 × 40 (axial x radial) para o modelo LVEL e 45 × 80 para o
modelo CK k-ε.
s
A
r r
h
A b
CORTE A-A
programa como uma prática útil em situações dessa classe. A ferramenta PARSOL
reconhece a fração bloqueada por sólido em cada volume de controle e restringe o
fluxo da propriedade calculada de acordo com tal fração, fornecendo em termos
médios o fluxo equivalente naquele volume. Nota-se também que o ângulo de hélice
dos tubos corrugados em estudo é relativamente alto (maior que 85° em todos os
casos), o que faz com que as frações de volume bloqueadas sejam pequenas,
minimizando eventuais incorreções decorrentes do uso da ferramenta.
Após testar a malha em todas as direções nos tubos com cavidade helicoidal,
observou-se que uma malha de 45 × 40 × 35 (axial x radial x tangencial) é suficiente
para garantir resultados com diferenças menores do que 0,5 % no fator de atrito, em
relação a níveis de malha superiores. Na direção radial, a distribuição é equivalente
à realizada para os tubos com corrugado anelar, sendo 25 volumes entre a linha de
centro do tubo e a parede interna e 15 volumes dentro da cavidade.
que corresponde à configuração do tipo d estudada por Vijiapurapu & Cui (2007).
Capítulo 4 Modelagem Numérica 68
Como indicado na Figura 4.12, o perfil radial de VABS é tomado sobre a metade da
1.0
SGE (Vijiapurapu & Cui, 2007)
LVEL (presente trabalho)
0.8 (presente trabalho)
0.6
VABS/VLC
0.05Do
0.4
1.0Ro
0.05Do
0.2 0.9Ro
0.8Ro
0.0
0.8 0.9 1
r/Ro
0.6
VABS/VLC
0.08R
0.4 1.06R
0.06R
1.0R
0.2
0.9R
0.0
0.9 0.95 1 1.06
r/R
Para garantir com que o modelo numérico periódico composto por apenas
uma cavidade garanta com que a periodicidade do escoamento esteja bem
representada, apresenta-se na Figura 4.13 o perfil de VABS para modelos numéricos
com uma, duas e três cavidades de corrugado anelar, em uma análise comparativa,
e a Figura 4.14, de forma semelhante, apresenta o perfil de VABS para modelos
numéricos helicoidais com um, dois e três passos de hélice. Assumiu-se nesse caso
uma das configurações geométricas que serão posteriormente apresentadas na
Tabela 6.1 e estudadas no capítulo 6, que nesse caso corresponde à geometria G3
da Tabela 6.1. As dimensões da cavidade do corrugado nesse caso são
identificadas de modo simplificado nas Figura 4.13 e 4.14, com base na Figura 3.5.
As simulações foram realizadas para número de Reynolds 100000 com base no
diâmetro interno D = 2R . Utilizou-se o modelo LVEL para as exemplificações. Nos
Capítulo 4 Modelagem Numérica 70
casos de duas e três cavidades (ou dois e três passos de hélice para o caso
helicoidal), foram tomados dois e três perfis de velocidade respectivamente, para
que também se analise a periodicidade do perfil de velocidade dentro de um mesmo
domínio sobre cavidades consecutivas.
0.6
VABS/VLC
0.08R
0.4 1.06R
0.06R
1.0R
0.2
0.9R
0.0
0.9 0.95 1 1.06
r/R
Nota-se nas Figuras 4.13 e 4.14 que a concordância dos perfis de velocidade
para modelos numéricos compostos por um, dois e três passos é muito satisfatória,
tanto no caso anelar quanto no caso helicoidal. Nota-se também, para os casos de
dois e três passos, que o perfil se repete com ótima concordância sobre cavidades
dentro do mesmo domínio, o que confirma que a periodicidade do escoamento é
garantida pelo modelo.
5 ABORDAGEM EXPERIMENTAL
Medidor de
vazão (iv) l2 = 2 m
Seção de
l1 = 1 m teste (vi)
Q Tubo de desenvolvimento (v)
Tomadas de
100D pressão (vii)
Tubo de
Δp1 Δp2 retorno (x)
Tubo liso (iii)
(D = 19 mm)
Termopar (ix)
Manômetro de
Bomba (i) coluna (viii)
Reservatório (ii)
Inversor de
frequência (xi)
f =
( Δp / l ) D (5.1)
1
ρV 2
2
que reproduz os dados de Fox et al. (2003) com erro menor do que 0,5 %. Uma
tubulação de retorno (x) direciona o escoamento de volta ao reservatório.
medidor do tipo turbina é de 10 a 100 litros por minuto, o que para uma tubulação de
teste de diâmetro interno 26 mm permite a obtenção de números de Reynolds entre
aproximadamente ReD = 7500 e 75000. Entretanto, para se evitar os limites de
(a) (b)
(c)
medidor foi então utilizado para simulações experimentais entre ReD = 5000 e
ReD = 100000 .
cavidade helicoidal ( 5000 < ReD < 100000 ), esse fato de nenhuma forma
escoamento em tubos com cavidade helicoidal, por um lado por ter surgido a
possibilidade de se dispor de um melhor medidor na ocasião da segunda etapa de
experimentos, e também por garantir uma melhor resolução experimental para a
geometria com cavidade helicoidal, que é mais complexa que a de corrugado anelar
e, portanto mais carente de validação para os resultados numéricos.
(a) (b)
Anel de vedação
Encaixes
Furo passante
(c)
Trava
Câmara
amortecedora
Bico (conexão com
manômetro)
Figura 5.3 - Detalhes da tomada de pressão utilizada nos experimentos: (a) furo
passante; (b) caixa desmontada; (c) tomada de pressão instalada no tubo.
(a) (b)
Figura 5.5 – Bomba (a) e Inversor de Freqüência (b) utilizados para circulação e
controle de vazão de água no circuito experimental.
quatro tubos de acrílico (um para cada configuração geométrica) com diâmetro
interno de 26 mm. Cada tubo foi dividido em 12 partes, para possibilitar a construção
das cavidades corrugadas em tornos convencionais, processo que foi realizado em
uma empresa especializada. No segundo caso (cavidade helicoidal), o processo de
construção foi realizado nas instalações do LACIT/UTFPR, através de uma bancada
de usinagem construída unicamente para esse fim, que é mostrada no Apêndice B.
aproximada dos experimentos fica entre 1,4 % para altos números de Reynolds e 7,2
% para números de Reynolds mais baixos, enquanto que o desvio médio percentual
entre os valores analíticos e os dados experimentais para tubo liso, para toda a faixa
analisada foi de 2,6 %. Em virtude dessa boa concordância, pode-se assegurar que
a bancada fornece dados confiáveis e fisicamente consistentes.
Experimental
0.04 Tubo Liso (Blasius)
0.03
f
0.02
0.01
5000 20000 35000 50000 65000 80000 95000 110000
ReD
π 2 ( Δp / l ) D 5
f = (5.3)
8 ρQ 2
Capítulo 5 Abordagem Experimental 84
⎛ ∂f ⎞ ⎛ ∂f ⎞ ⎛ ∂f ⎞ ⎛ ∂f ⎞ ⎛ ∂f ⎞
δf = ⎜ δD⎟ + ⎜ δΔp ⎟ + ⎜ δ l ⎟ + ⎜ δρ ⎟ + ⎜ δQ ⎟ (5.4)
⎝ ∂D ⎠ ⎝ ∂Δp ⎠ ⎝ ∂l ⎠ ⎝ ∂ρ ⎠ ⎝ ∂Q ⎠
δf = 5
π 2 ( Δp / l ) D 4
δ D +
π 2D 5 / l
δΔp + −
π 2
( Δp / l ) D
2 5
δl +
8 ρQ 2
8 ρQ 2
8 ρQ 2
(5.5)
+−
π 2
( Δp / l ) D 5
δρ + −2
π 2
( Δp / l ) D 5
δQ
8ρ Q2 2
8 ρQ 3
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
s a b
A
θ h
r
r R z
(a) D
A CORTE A-A
s a b
B
θ h
r
r R z
(b) D
B CORTE B-B
Figura 6.1 – Esquema das dimensões representativas dos tubos com cavidade (a)
anelar e (b) helicoidal.
como discutido na seção 2.2. Com essas quatro geometrias, estuda-se a influência
do comprimento da cavidade, b , e de sua altura, h , no padrão de escoamento, para
uma faixa de números de Reynolds que varia entre 5000 e 100000.
f =
( Δp / l ) D (5.1)
1
ρV 2
2
cinemática do fluido.
fA − fB
Desvio (%) = 100 ⋅ (6.1)
fB
Capítulo 6 Resultados e Discussão 89
ReD = 100000 e configuração G4, porém não maior do que 8,0 %. A boa
concordância dos dois modelos com os resultados experimentais (e,
conseqüentemente, dos dois modelos de turbulência entre si) mostram que, ao
menos para quantidades médias como o fator de atrito, mesmo uma formulação
algébrica (modelo LVEL) é capaz de produzir resultados satisfatórios.
0.03
f
0.02
0.015D 0.03D
G1 G2
0.03D 0.03D
0.01
0.04
0.03
f
0.02
0.04D
0.04D
G3 G4
0.03D 0.04D
0.01
5000 30000 55000 80000 105000 5000 30000 55000 80000 105000
ReD ReD
0.03
f
0.02
0.015D 0.03D
G1 G2
0.03D 0.03D
0.01
0.04
0.03
f
0.02
0.04D
0.04D
G3 G4
0.03D 0.04D
0.01
5000 30000 55000 80000 105000 5000 30000 55000 80000 105000
ReD ReD
Acredita-se que o desvio médio observado para a geometria G1 foi maior que
os demais porque, no processo de usinagem dos protótipos em acrílico para a
bancada experimental, o comprimento da cavidade necessário para essa geometria
foi de 0,4 milímetros, que se mostrou de difícil obtenção usando a bancada de
construção (Apêndice B), devido a pequenas folgas no mancal do fuso, que resultou
em uma cavidade ligeiramente maior, resultando em valores sistematicamente
maiores aos obtidos numericamente. Entretanto, entende-se que, mesmo
reconhecendo esse entrave, o desvio de 6,1 % é ainda satisfatório para se
compreender o comportamento geral do fator de atrito.
porém de cerca de 1,5 % para as configurações G2, G3 e G4, o que representa uma
ótima concordância, e que ressalta a utilidade de modelos de turbulência algébricos,
como o modelo LVEL, na predição de propriedades médias como o fator de atrito.
1.50
Anelar Modelo LVEL
Helicoidal Modelo LVEL
1.40
1.30
f/fsm
1.20
1.10
0.90
1.50
1.40
1.30
f/fsm
1.20
1.10
0.04D
1.00 0.04D G3 G4
0.04D
0.03D
0.90
5000 30000 55000 80000 105000 5000 30000 55000 80000 105000
ReD ReD
Figura 6.4 – Comparação dos fatores de atrito numéricos obtidos para o escoamento
turbulento em tubos com corrugado anelar e helicoidal.
Capítulo 6 Resultados e Discussão 94
que para cavidade anelar, se tornando 6 % maiores para ReD = 100000 . Para as
estabelecida nessa faixa. Além disso, os fatores de atrito para cavidade helicoidal
são maiores que para cavidade anelar para a maior parte da faixa de ReD estudada,
para baixos números de Reynolds. Em todo caso, os fatores de atrito para baixos
números de Reynolds são relativamente próximos aos calculados para tubos lisos,
independentemente da configuração geométrica. Com o aumento do número de
Reynolds, entretanto, desvios mais significativos são encontrados: para a
configuração G1, por exemplo, valores de f / fsm 1,0 são encontrados para
ReD = 20000 , enquanto que para ReD = 100000 o valor de f / fsm passa de 1,08.
1 ⎛e/D 2,51 ⎞
1/ 2
= −2,0log ⎜ + 1/ 2 ⎟
(6.2)
f ⎝ 3,7 ReD f ⎠
interno do tubo corrugado) e ReD que influenciam no fator de atrito, nos moldes da
Eq. (6.2) (vale lembrar que a influência da altura da cavidade é insignificante e,
portanto, pode ser desprezada na relação para f ). Como o comportamento de f
para tubos corrugados deve ser apenas ligeiramente diferente do observado para
tubos com rugosidade natural, a forma logarítmica da Eq. (6.2) aparentemente é
válida, sendo necessários apenas reajustes nas constantes. Desse modo, uma
proposta para o fator de atrito em tubos corrugados poderia ser dada pela relação:
1 ⎛ b/D C3 ⎞
1/ 2
= −C1 log ⎜ + ⎟ (6.3)
f ⎝ C2 ReD f 1/ 2 ⎠
maiores que para cavidade anelar para as geometrias G2, G3 e G4. O valor de
( e / D )eq tem uma diferença mínima para G3 e G4, geometrias para as quais ocorre
( e / D )eq
b/D Anelar Helicoidal
G1 0,015 0,0003 0,0003
G2 0,03 0,0009 0,0012
G3 0,04 0,0014 0,0017
G4 0,04 0,0014 0,0018
1 ⎛ b/D 4,23 ⎞
1/ 2
= −2,2log ⎜ + 1/ 2 ⎟
(6.4)
f ⎝ 51,5 ReD f ⎠
1 ⎛ b/D 2,3 ⎞
1/ 2
= −2,05log ⎜ + 1/ 2 ⎟
(6.5)
f ⎝ 61,9 ReD f ⎠
0.040
Numérico (LVEL) (a) (b)
Eq. proposta
0.035 Eq. Colebrook (e/Deq)
G1, G2, G3
0.030
f
0.025
0.020
0.015
5000 30000 55000 80000 105000 5000 30000 55000 80000 105000
ReD ReD
G2:
G3:
G4:
r
z
Direção do Escoamento
z : 0.1V
: 0.2V
r
r
z
θ
θ
z
: 0,02V
Anelar Helicoidal
ReD = 25000
Cp
0.080
0.072
0.063
0.055
0.047
0.039
ReD = 50000 0.030
0.022
0.014
0.005
-0.003
-0.011
-0.020
ReD = 100000
r
z Direção do Escoamento
G1: G2:
Cp
0.053
0.047
0.041
0.035
G3: G4:
0.029
0.023
0.017
0.011
0.005
-0.001
-0.007
-0.014
r -0.020
z
Direção do Escoamento
comportamento é reportado por Liu e Jensen (2001) para tubos com paredes
compostas por aletas helicoidais. A diferença entre as pressões nas paredes laterais
da cavidade compõem, como afirmam Vijiapurapu e Cui (2007), parte do arrasto total
proporcionado por uma superfície corrugada, que é composto tanto pelo atrito
viscoso nas superfícies sólidas quando pelo arrasto por pressão entre as paredes
laterais das cavidades. Assim, o arrasto por pressão é, em geral, maior em
corrugados anelares que em helicoidais, mesmo para baixos números de Reynolds.
LVEL CK k-ε
Cp
0.050
0.044
0.038
0.033
r 0.027
0.021
0.015
0.009
0.004
-0.002
z -0.008
-0.014
Direção do Escoamento
-0.020
por uma área maior em comparação com as cavidades menores. Essa tendência
ocorre provavelmente porque, quando o comprimento da cavidade aumenta, facilita-
se com que maior quantidade de fluido atravesse a interface para dentro da
cavidade. Assim, mais fortes tendem a ser os impactos na quinta à jusante.
Observa-se também que, comparando as geometrias G3 e G4, o aumento da altura
da cavidade praticamente não influencia no padrão observado.
(a) (b)
0.00
-0.05
v/ V
G3 (b/D=0,04, h/D=0,03)
h
G4 (b/D=0,04, h/D=0,04)
-0.15
5000 30000 55000 80000 105000 5000 30000 55000 80000 105000
ReD ReD
se que, até ReD = 20000 , os valores de v / V são menores que 0,01 para qualquer
0,025 para a geometria G1, atingindo cerca de 0,09 para as geometrias G3 e G4.
geometria G3, embora as diferenças sejam menores que 1 % entre essas duas
geometrias, de forma que nenhuma conclusão concreta possa ser extraída em
relação à influência da variação da altura da cavidade.
menores para o caso helicoidal que para anelar, e que de acordo com essa
observação a atenuação de v / V para o caso helicoidal se mostra coerente.
no plano r-z. A linha tracejada divide a cavidade à metade de sua altura, e o plano
resultante é mostrado à direita (plano θ -z). Os valores dos contornos são
normalizados pela velocidade média do escoamento, V .
u /V
0.023
0.021
0.019
0.017
0.015
r θ ,u 0.013
0.012
0.010
0.008
0.006
0.004
0.002
0.000
θ ,u z r z
Para ReD = 100000 , por exemplo, observou-se que u / V tem valor máximo
de 0,007 para a configuração G1, 0,016 para G2, 0,023 para G3 e 0,022 para a G4.
Nota-se assim uma pequena tendência de a velocidade u ser maior quanto maior o
comprimento da cavidade, sem influência da altura da mesma. Em termos
geométricos, as dimensões da cavidade nesse caso são as entidades menos
influentes na magnitude de u , devendo a maior influência estar de fato na inclinação
da cavidade helicoidal.
para ReD entre 5000 e 50000, subindo a 0,012 para ReD = 60000 e chegando a
( )
energia cinética turbulenta, definida como k = 1/ 2 u '2 + v '2 + w '2 , onde u ' , v ' e w '
Figura 6.15 uma comparação entre quatro números de Reynolds (exemplificado para
a configuração G3). Os valores de k são adimensionalizados pelo quadrado da
velocidade de atrito média do tubo corrugado, V *2 , que é calculada através da
G1: G2:
k / V *2
5.627
5.116
4.604
4.093
G3: G4: 3.581
3.070
2.558
2.046
1.535
1.023
0.512
0.000
r
z
Direção do Escoamento
k / V *2
5.627
5.116
4.604
4.093
ReD = 50000 ReD = 100000 3.581
3.070
2.558
2.046
1.535
1.023
0.512
r 0.000
z
Direção do Escoamento
alturas) mostra que a distribuição de k e os valores dos contornos nos dois casos
são muito próximos.
fazer com que o fluido aprisionado responda de modo intenso contra o escoamento
externo à cavidade, aumentando os níveis de turbulência. Observa-se também que
os níveis de k ao redor da quina da cavidade crescem significativamente, zona essa
na qual se observou um significativo fluxo de quantidade de movimento entre o
escoamento na cavidade e o escoamento externo (Figura 6.7).
nas Figuras 6.16 e 6.17 foram obtidos com o modelo CK k-ε em tubos de cavidades
anelares, e foram normalizados pelo quadrado da velocidade de atrito, V *2 . A Figura
6.18 mostra ainda uma comparação entre os valores de τ s obtidos com os modelos
CK k-ε e LVEL.
Capítulo 6 Resultados e Discussão 117
G1: G2:
τ s / V *2
2.000
1.818
1.636
1.455
G3: G4: 1.273
1.091
0.909
0.727
0.545
0.364
0.182
0.000
r
z
Direção do Escoamento
τ s / V *2
2.000
1.818
1.636
1.455
ReD = 50000 ReD = 100000 1.273
1.091
0.909
0.727
0.545
0.364
0.182
r 0.000
z
Direção do Escoamento
Nota-se também que o valor de pico de τ s se encontra longe da parede para baixos
com altos valores de τ s também passam a ocupar uma maior área ao longo da
LVEL CK k-ε
τ s / V *2
2.500
2.273
2.045
1.818
1.591
r 1.364
1.136
0.909
0.682
0.455
0.227
z 0.000
Direção do Escoamento
obtidos pelos modelos LVEL e CK k-ε. Como o modelo LVEL tem menor resolução
de malha perto da parede, já era esperado que apresentasse maiores discrepâncias
no cálculo de propriedades turbulentas locais como τ s . Note que os valores de pico
obtidos com o modelo LVEL são da ordem de 2,5, enquanto que, para o modelo CK
k-ε, os valores máximos são da ordem de 2,0.
interpretado como uma tensão turbulenta adicional, que se agrega à tensão viscosa,
τ v = μ ( ∂w / ∂r + ∂v / ∂z ) . Diz-se então que a tensão total ou aparente, τ ap , é uma
composição das tensões de cisalhamento de origem viscosa e turbulenta, ou seja,
τ ap = ( μ + μt )( ∂w / ∂r + ∂v / ∂z ) .
(
tensão viscosa sobre a parede de um tubo liso, τ w ( lisa ) = ( fsm / 8 ) / ρV 2 , onde fsm é o )
já referido fator de atrito para tubos lisos calculado pela relação de Blasius.
2.5
Anelar ReD = 5000 ReD = 25000
Helicoidal
2 τ v / τ w ( lisa )
τ t / τ w ( lisa )
1.5
τ ap / τ w ( lisa )
τ / τw ( lisa )1
0.5
0
2.5
ReD = 50000 ReD = 100000
1.5
τ / τw ( lisa )1
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
z/s z/s
r
z z
s s
ReD = 100000 .
A tensão viscosa, por sua vez, tem valores próximos à tensão τw ( lisa ) sobre as
superfícies sólidas, mas decai rapidamente sobre a interface, uma vez que nessa
região o gradiente de velocidade é muito menor do que o gradiente encontrado
sobre a superfície sólida. Na quina à jusante da cavidade, o valor de τv / τw ( lisa )
chega a praticamente 1,5, resultado dos fortes gradientes de velocidade sobre essa
região (como já observado, esse ponto está sujeito à componentes de velocidades
normais à interface). Nota-se também que, nas regiões intermediárias da interface,
os valores de τv / τw ( lisa ) tendem a diminuir com o aumento de ReD , concluindo-se
assim que os gradientes ∂w / ∂r diminuem com ReD sobre a interface, embora nas
2
Anelar ReD = 5000 ReD = 25000
Helicoidal
1.5 G1
G2
G3
vw/V *2
-v’w’/V
1 G4
b
0.5
0.0 0.5 1.0
z/b
0
2
ReD = 50000 ReD = 100000
1.5
vw/V *2
-v’w’/V
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
z/b z/b
Quando se comparam os valores para G1, G2 e G3, conclui-se que o valor do tensor
de Reynolds também aumenta significativamente sobre a interface com o aumento
Capítulo 6 Resultados e Discussão 124
tendem a ser ligeiramente maiores que para cavidades anelares sobre a interface
para todas as configurações geométricas e toda a faixa de ReD . Embora, a priori,
essa tendência vá contra os resultados obtidos por Silberman (1980) discutidos para
a Figura 2.6, esse autor utilizou um tubo corrugado com cavidade intermediária entre
os tipos d e K, para o qual as componentes tangenciais de velocidade que se
formam na cavidade são de magnitude muito maior que para um tipo d, não sendo
possível uma comparação rigorosa entre os resultados mostrados na Figura 6.20 e
as conclusões de Silberman.
são praticamente nulos, embora tenha sido discutido para a Figura 6.9 que o arrasto
por pressão médio provocado pela cavidade é sempre menor em cavidades
helicoidais que em cavidades anelares, e essa é a provável conclusão para a
redução do fator de atrito para corrugados helicoidais em relação a anelares
observada na Figura 6.4 para baixos números de Reynolds. Porém, com o aumento
de ReD , o aumento das tensões turbulentas sobre a interface passa a ser mais
significativo que o efeito de arrasto por pressão, e o fator de atrito para corrugado
helicoidal se torna maior que para corrugado anelar.
entre os fatores de atrito para tubos com cavidades anelares e helicoidais revelou
uma ligeira redução do fator de atrito para cavidades helicoidais em relação a
anelares para números de Reynolds até 20000, sendo essa redução em alguns
casos próxima a 8 %. Acima de ReD = 20000 , os valores para o caso helicoidal se
tornam maiores do que os calculados para cavidades anelares, porém não maiores
que 6 %.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Chang, K.; Constantinescu, G.; Park, S. O. Analysis of the flow and mass transfer
processes for the incompressible flow past an open cavity with a laminar
and a fully turbulent incoming boundary layer: Journal of Fluid Mechanics,
Vol. 561, n. 4, pp. 113-145, 2006.
Dong, Y.; Huixiong, L.; Tingkuan, C. Pressure Drop, Heat transfer and
Performance of Single-Phase Turbulent Flow in Spirally Corrugated
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Kunkel, G. J.; Allen, J. J.; Smits, A. J. Further Support for Townsend’s Reynolds
Number Similarity Hypothesis in High Reynolds Number Rough-Wall
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Sectional Area: Journal of Heat Transfer, Transactions of the ASME, Vol. 99,
pp. 180-186, 1977.
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Reynolds Number Flows: A Review: AIAA Journal, Vol. 23, pp.1308-1319,
1984.
Capítulo 8 Referências Bibliográficas 131
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Hydraulically Smooth to the Fully Rough Regime: Journal of Fluid
Mechanics, Vol. 580, pp. 381-405, 2006.
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ASME Series A - Journal of Applied Mechanics, Vol. 28, pp. 444-458, 1961.
Volino, R.J.; Schultz, M.P; Flack, K.A. Turbulence Structure in Rough- and
Smooth-Wall Boundary Layers: Journal of Fluid Mechanics, Vol. 592, pp.
263-293, 2007.
White, F. M. Mecânica dos Fluidos, 4ª Ed. Rio de Janeiro, RJ: Editora McGraw-Hill,
2002.
Wilcox, D. C. Turbulence Modeling for CFD, 2ª Ed. La Canadá, CA, E.U.A.: Editora
DCW Industries, 1998.
VC de v VC de v
z VC de w I-2 i-2 I-1
i-1
j+2 I
J+2
j+1 j+1 i
J+1 θ
j
K,j j I+1
I,j
J j-1 I,J VC de u
K,J k,J
j-1 i,J
r j-2 i+1
r
J-1
I+2
K-2 k-2 K-1 k-1 K k K+1 k+1 K+2 J-2 J-1 J J+1 J+2 J+3
(a) (b)
VC de u
z VC de w
I+2
I+1
I+1
K,i i
I
K,I k,I
i-1
θ
I-1
(c )
Figura 4.1 - Arranjo de malha deslocada para frente: (a) plano r-z; (b) plano r- θ ; (c)
plano θ -z.
Apêndice A Discretização das Equações de Conservação pelo Método dos Volumes Finitos e 134
Acoplamento Pressão-Velocidade
1⎡ ∂ ⎛ ∂v ⎞ ∂ ⎛ μeff ∂v ⎞ ∂ ⎛ ∂v ⎞ ⎤
r ⎜ ρvv − μeff + ⎜ ρ uv − r ∂θ ⎟ + ∂z r ⎜ ρvw − μeff ∂z ⎟ ⎥ =
r ⎢⎣ ∂r ⎝ ∂r ⎟⎠ ∂θ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎦
(A.1)
∂P ⎡ u 2 μeff ⎛ ∂u ⎞⎤
− + ⎢ρ − 2 ⎜ 2 ∂θ + v ⎟ ⎥
∂r ⎣ r r ⎝ ⎠⎦
1⎡ ∂ ⎛ ∂u ⎞ ∂ ⎛ μeff ∂u ⎞ ∂ ⎛ ∂u ⎞ ⎤
r ⎜ ρuv − μeff + ⎜ ρuu − r ∂θ ⎟ + ∂z r ⎜ ρ uw − μeff ∂z ⎟ ⎥ =
r ⎣⎢ ∂r ⎝ ∂r ⎠⎟ ∂θ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎦
(A.2)
1 ∂P ⎡ uv μeff ⎛ ∂v ⎞⎤
− + −ρ + 2 ⎜ 2 ∂θ − u ⎟ ⎥
r ∂θ ⎢⎣ r r ⎝ ⎠⎦
1⎡ ∂ ⎛ ∂w ⎞ ∂ ⎛ μeff ∂w ⎞ ∂ ⎛ ∂w ⎞ ⎤
r ⎜ ρvw − μeff + ⎜ ρuw − r ∂θ ⎟ + ∂z r ⎜ ρww − μeff ∂z ⎟ ⎥ =
r ⎢⎣ ∂r ⎝ ∂r ⎟⎠ ∂θ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎦
(A.3)
∂P
− +β
∂z
i K +1 j
1⎡ ∂ ⎛ ∂w ⎞ ⎤
∫ ∫ ∫ r ⎢⎣ ∂r r ⎜⎝ ρvw − μ
i −1 K j −1
eff ⎟ rdrdzdθ +
∂r ⎠ ⎥⎦
j K +1 i
1⎡ ∂ ⎛ μeff ∂w ⎞ ⎤
+∫ ∫ ∫ r ⎢⎣ ∂θ ⎜⎝ ρuw − rdθ dzdr +
j −1 K i −1
r ∂θ ⎟⎠ ⎥⎦
i j K +1
(A.4)
1⎡ ∂ ⎛ ∂w ⎞ ⎤
+∫ ∫ ∫ ⎢ r ⎜ ρww − μeff ⎟ rdzdrdθ =
i −1 j −1 K
r ⎣ ∂z ⎝ ∂z ⎠ ⎥⎦
j K +1 i j K +1
i
⎛ ∂P ⎞ β
= ∫∫ ∫
i −1 j −1 K
⎜− ⎟rdzdrdθ + ∫ ∫ ∫ rdzdrdθ
⎝ ∂z ⎠ i −1 j −1 K
ρ
Cada termo da Eq. (A.4) é então integrado ao longo dos limites de integração
indicados, que correspondem aos limites do volume de controle de w . Nas faces do
volume de controle de w , as derivadas são calculadas através de diferenças
centradas, fazendo com que os termos difusivos sejam função das componentes w
da velocidade em pontos conhecidos.
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤ ⎫
aI −1,J ,k = máx ⎢Fi −1,J ,k , Di −1,J ,k + i −1,J ,k ,0 ⎥ , aI +1,J ,k = máx ⎢ −Fi ,J ,k , Di ,J ,k − i ,J ,k ,0 ⎥ ⎪
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎪
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤ ⎪⎪
aI ,J −1,k = máx ⎢FI , j −1,k , DI , j −1,k + I , j −1,k ,0 ⎥ , aI ,J +1,k = máx ⎢ −FI , j ,k , DI , j ,k − I , j ,k ,0 ⎥ ⎬ (A.6)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎪
⎡ FI ,J ,K ⎤ ⎡ FI ,J ,K +1 ⎤ ⎪
aI ,J ,k −1 = máx ⎢FI ,J ,K , DI ,J ,K + ,0 ⎥ , aI ,J ,k +1 = máx ⎢ −FI ,J ,K +1, DI ,J ,K +1 − ,0 ⎥ ⎪
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎪⎭
ui −1,J ,K + ui −1,J ,K +1 ui ,J ,K + ui ,J ,K +1 ⎫
Fi −1,J ,k = ρ A wθ , Fi ,J ,k = ρ A wθ ⎪
2 2 ⎪
v I , j −1,K + v I , j −1,K +1 v I , j ,K + v I , j ,K +1 ⎪
FI , j −1,k = ρ A wr(j -1) , FI , j ,k = ρ A wr(j ) ⎬ (A.8)
2 2 ⎪
w I ,J ,k −1 + w I ,J ,k w I ,J ,k + w I ,J ,k +1 ⎪
FI ,J ,K = ρ A wz , FI ,J ,K +1 = ρ A wz ⎪
2 2 ⎭
Apêndice A Discretização das Equações de Conservação pelo Método dos Volumes Finitos e 138
Acoplamento Pressão-Velocidade
onde:
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤⎫
ai −1,J ,K = máx ⎢FI ,J ,K , DI ,J ,K + I ,J ,K ,0 ⎥ , ai +1,J ,K = máx ⎢ −FI +1,J ,K , DI +1,J ,K − I +1,J ,K ,0 ⎥ ⎪
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦⎪
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤ ⎪⎪
ai ,J −1,K = máx ⎢Fi , j −1,K , Di , j −1,K + i , j −1,K ,0 ⎥ , ai ,J +1,K = máx ⎢ −Fi , j ,K , Di , j ,K − i , j ,K ,0 ⎥ ⎬ (A.12)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎪
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤ ⎪
ai ,J ,K −1 = máx ⎢Fi ,J ,k −1, Di ,J ,k −1 + i ,J ,k −1 ,0 ⎥ , ai ,J ,K +1 = máx ⎢ −Fi ,J ,k , Di ,J ,k − i ,J ,k ,0 ⎥ ⎪
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎪⎭
da iteração anterior. Os termos “D” e “F” para a equação de u são dados por:
ui −1,J ,K + ui ,J ,K ui ,J ,K + ui +1,J ,K ⎫
FI ,J ,K = ρ A uθ , FI +1,J ,K = ρ A uθ ⎪
2 2 ⎪
v I , j −1,K + v I +1, j −1,K v I , j ,K + v I +1, j ,K ⎪
Fi , j −1,K = ρ A ur(j −1) , Fi , j ,K = ρ A ur(j ) ⎬ (A.14)
2 2 ⎪
w I ,J ,k −1 + w I +1,J ,k −1 w I ,J ,k + w I +1,J ,k ⎪
Fi ,J ,k −1 = ρ A uz , Fi ,J ,k = ρ A uz ⎪
2 2 ⎭
Apêndice A Discretização das Equações de Conservação pelo Método dos Volumes Finitos e 140
Acoplamento Pressão-Velocidade
μeff I ,J ,K ⎫
DI ,J ,K = A uθ , ⎪
rI (θ i − θ i −1 ) ⎪
μeff I +1,J ,K ⎪
DI +1,J ,K = A uθ , ⎪
rI +1(θ i +1 − θ i ) ⎪
μeff I ,J ,K + μeff I +1,J ,K + μeff I ,J −1,K + μeff I +1,J −1,K ⎪
Di , j −1,K = A ur(j −1) , ⎪
4(rJ − rJ −1 ) ⎪
⎬ (A.15)
μeff I ,J +1,K + μeff I +1,J +1,K + μeff I ,J ,K + μeff I +1,J ,K ⎪
Di , j ,K = A ur(j ) ,
4(rJ +1 − rJ ) ⎪
⎪
μeff I ,J ,K + μeff I +1,J ,K + μeff I ,J ,K −1 + μeff I +1,J ,K −1 ⎪
Di ,J ,k −1 = ρ A uz , ⎪
4( zk − zk −1 )
⎪
μeff I ,J ,K +1 + μeff I +1,J ,K +1 + μeff I ,J ,K + μeff I +1,J ,K ⎪
Di ,J ,k = ρ A uz ⎪
4( zk +1 − zk ) ⎭
Su = −(PI +1 − PI )Auθ +
⎛v* − v I*, j ,K v I*+1, j −1,K − v I*, j −1,K ⎞ (A.16)
+ΔVu μ * effi ,J ,K / rJ2 ⎜ I +1, j ,K + ⎟⎟ ,
⎜ r (θ − θ ) r j −1 (θI +1 − θI )
⎝ j I +1 I ⎠
onde:
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤ ⎫
aI −1, j ,K = máx ⎢Fi −1, j ,K , Di −1, j ,K + i −1, j ,K ,0 ⎥ , aI +1, j ,K = máx ⎢ −Fi , j ,K , Di , j ,K − i , j ,K ,0 ⎥ ⎪
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎪
⎡ F ⎤ ⎡ F ⎤ ⎪⎪
aI , j −1,K = máx ⎢FI ,J ,K , DI ,J ,K + I ,J ,K ,0 ⎥ , aI , j +1,K = máx ⎢ −FI ,J +1,K , DI ,J +1,K − I ,J +1,K ,0 ⎥ ⎬ (A.18)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦⎪
⎡ FI , j ,k −1 ⎤ ⎡ FI , j ,k ⎤ ⎪
aI , j ,K −1 = máx ⎢FI , j ,k −1, DI , j ,k −1 + ,0 ⎥ , aI , j ,K +1 = máx ⎢ −FI , j ,k , DI , j ,k − ,0 ⎥ ⎪
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎦ ⎪⎭
iteração anterior. Os termos “D” e “F” para a equação de v são dados por:
Sv = −(PJ +1 − PJ )Avr ( j ) −
⎛u* − u i*−1,J +1,K u i*,J ,K − u i*−1,J ,K ⎞ (A.22)
−ΔVv μ * effI , j ,K / r j2 ⎜ i ,J +1,K + ⎟⎟ ,
⎜ r (θ − θ ) rJ (θ i − θ i −1 )
⎝ J +1 i i −1 ⎠
(A.17) e (A.5) porém descontados dos respectivos termos de pressão, que foram
propositalmente explicitados nas equações acima.
ai ,J ,K ui*,J ,K = ∑ anbunb
*
− (PI *+1 − PI * )Auθ + Su' (A.26)
aI , j ,K v I*, j ,K = ∑ anbv nb
*
− (PJ*+1 − PJ* )Avr + Sv' (A.27)
aI ,J ,k w I*,J ,k = ∑ anbw nb
*
− (PK* +1 − PK* )Awz + Sw' (A.28)
P = P* + P' (A.29)
u = u* + u' (A.30)
w = w* + w' (A.32)
onde P ' , u ' , v ' e w ' são as correções que, somadas às estimativas P * , u * , v * e
w * , reproduzem os campos exatos de P , u , v e w . Subtraindo as equações
corretas (Eqs. (A.11), (A.17) e (A.5)) pelas equações estimadas (Eqs. (A.26), (A.27)
e (A.28)) e usando as correções acima, obtém-se:
Apêndice A Discretização das Equações de Conservação pelo Método dos Volumes Finitos e 145
Acoplamento Pressão-Velocidade
ai ,J ,K ui',J ,K = ∑ anbunb
'
− (PI '+1 − PI ' )Auθ (A.33)
aI , j ,K v I', j ,K = ∑ anbv nb
'
− (PJ' +1 − PJ' )Avr (A.34)
aI ,J ,k w I',J ,k = ∑ anbw nb
'
− (PK' +1 − PK' )Awz (A.35)
onde:
SP = − ρu * A ( ) i ,J ,K
(
+ ρu * A ) i −1,J ,K
(
− ρv * A ) I , j ,K
+
(A.43)
(
+ ρv * A ) I , j −1,K
(
− ρw * A )
I ,J ,k
(
+ ρw * A )
I ,J ,k −1
1 ⎛e/D 2,51 ⎞
1/ 2
= −2,0log ⎜ + 1/ 2 ⎟
(6.2)
f ⎝ 3,7 ReD f ⎠
geometrias, calcula-se, para cada geometria, o desvio médio para toda a série de
( ReD , f ) em função de vários valores de e / D , de tal forma que se possa encontrar o
valor de e / D que proporciona o menor desvio médio possível de ser obtido, sendo
essa a rugosidade equivalente assumida para uma dada geometria.
número de Reynolds.
Tabela D.1 - Medição do desvio relativo médio dos fatores de atrito calculados pela
rugosidade e / D em conjunto com a Eq. (6.2) em relação aos dados numéricos
originais (exemplificação para geometria G1, corrugado anelar).
e / D Desvio (%)
0,0001 1,75
0,0002 1,19
0,0003 1,16
0,0004 1,59
0,0005 2,85
Tabela D.2 – Resumo dos valores de rugosidade equivalente ( e / D )eq obtidos para
( e / D )eq
b/D Anelar Helicoidal
G1 0,015 0,0003 0,0003
G2 0,03 0,0009 0,0012
G3 0,04 0,0014 0,0017
G4 0,04 0,0014 0,0018
1 ⎛ b/D C3 ⎞
= C1 log ⎜ + ⎟ (6.3)
f 1/ 2 ⎝ C2 ReD f 1/ 2 ⎠
Apêndice D Metodologia de Obtenção de Correlações para o Fator de Atrito 158
Através dos pares ( ReD , f ) obtidos nas simulações numéricas para todas as
acordo com um determinado critério. Para tal, assumiu-se neste trabalho o método
dos mínimos quadrados (Coleman e Steele, 1998), cujo desenvolvimento é mostrado
a seguir.
f −1/ 2
⎛ 1 ⎞
10 C1
= C2' ( b / D ) + C3 ⎜ 1/ 2 ⎟
(D.1)
⎝ ReD f ⎠
e ReD , a própria forma implícita da equação faz com que as variáveis a serem
Y = C2' X1 + C3 X 2 (D.2)
f −1/ 2
onde, logicamente, Y = 10 C1
( )
, X1 = b / D e X 2 = 1/ ReD f 1/ 2 . Não há prejuízo algum
solução iterativa deverá ser usada, encontrando-se diversas soluções para C2' e C3
∂Res
∂C2
' ( )
= 2∑ ⎡⎣Yi − C2' X1i + C3 X 2 i ⎤⎦ [ − X1i ] = 0 ⇒
∂Res
∂C3
( )
= 2∑ ⎡⎣Yi − C2' X1i + C3 X 2i ⎤⎦ [ − X 2 i ] = 0 ⇒
sistema formado pelas Eqs. (D.4) e (D.5) gera os valores de C2' e C3 ótimos para um
( )
conjunto solução C1,C2' ,C3 , obtém-se uma solução particular para a Eq. (6.3). Sua
Nota-se que, para cada caso (anelar ou helicoidal), o fator R 2 atinge um valor
máximo para uma dada solução ( C ,C , C ) .
1
'
2 3 Observou-se que, para corrugado
anelar, o máximo ocorre entre −2,3 ≤ C1 ≤ −2,1, e para corrugado helicoidal entre
−2,1 ≤ C1 ≤ −2,0 .
Tabela D.3 – Cálculo das constantes C1 , C2' e C3 pelo método dos mínimos
1 ⎛ b/D 4,23 ⎞
1/ 2
= −2,2log ⎜ + 1/ 2 ⎟
(6.4)
f ⎝ 51,5 ReD f ⎠
1 ⎛ b/D 2,3 ⎞
1/ 2
= −2,05log ⎜ + 1/ 2 ⎟
, (6.5)
f ⎝ 61,9 ReD f ⎠
válidas para 5000 ≤ ReD ≤ 100000 e 0,015 ≤ b / D ≤ 0,04 , que são justamente as