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WALTER BE N JA M I N : O M ARXIS M O DA M ELA N COLI A I N TRODUÇÃO

- a princípio no lnsriruto Bennert, depois no Departam ento de Histó- ma mencionadas. Luiza Almeida Braga, minha irmã, me trouxe do ex-
ria da Universidade Federal Fluminense e no Departamento de Educa- terior diversos livros preciosos, que utilizei amplamente neste traba-
ção da PUC do Rio - se apaixonaram por Benjamin e mergulharam lho. Sérgio Paulo Rouanet, tanto no que escreveu como no que me
avidamenre na leitura de seus textos, empenhados em obter novas in- disse, em conversa, na companhia de Bárbara Freitag, me deu indica-
formações a respeito dele, ansiosos por entendê-lo melhor, em suas ções extremamente úteis.
contradições, em suas propostas. Temas benjaminianos estiveram presentes nas cartas que me foram
O ponto de partida da elaboração deste livro foi o roteiro das au- enviadas pelo pernambucano André Luís Resende (às quais, por falta de
las que dei. Antes da preparação do roteiro, entretanto, e paralelamen- tempo, nem sempre pude responder). Esriveram presentes, igualmente,
te à atividade docente dos cursos, adquiri débitos que não posso dei- nos meus encontros com o amigo paulista Marco Aurélio Nogueira .
xar de mencionar aqui. Nos centros universitários que tenho freqüentado, encontrei in-
Nos anos que passei na Europa (de 1972 a 1978), aspectos in- terlocutores generosos e pacieotes para expor idéias a respeito de Ben-
teressantes da obra de Benjamin me foram assinalados por Rafael jamin. Lembro, por exemplo, os nomes de Margarida de Souza Neves,
Gutierrez-Girardot, meu chefe na Universidade de Bonn; por Flávio Maria Edua rda Magalhães Marques, Vânia Soares de Maga lhães,
René Ko the, oum encontro casual na Alemanha; por José Guilherme Luiz Costa Lima, Ricardo Corrêa Barbosa, Ricardo Benzaquén de
M erquior, pioneiro na difusão das idéias de Benjamin no Brasil; por Araújo, Alita Diana, Zaia Brandão, Luiz jorge Werneeck Vianna, Ma-
Roberto Schwarz e por Michael Lowy. ria Lúcia Wem eeck Vianna e Kátia M uricy. Também recebi o constan-
Ames do exílio europeu, meu velho amigo Carlos Nelson Co u- te incentivo do meu amigo Paul Christoph j únior.
tinho já vinha me alertando para a desconcertante riqueza dos insights Minha mulher, Cristina, acompanhou o amadurecimento do pro-
de Benjamin, capazes de gerar fecundos tumultos em nossas cabeças jeto e, com sua experiência, com seu tino profissional, estimulou deci-
lukacsianas. E, quando voltei para o Brasil, no final de 1978, na incer- sivamente o meu esforço no sentido de combinar a precisão informati-
teza dos meses que precederam a anistia, vim lendo no avião um exem- va com a acessibilidade da linguagem. Devo, realmente, muito a ela:
plar da correspondência de Benjamin, que me foi dado por Anna mais do que conseguiria expressar aqui.
Corossacz Ribeiro (a leirura emocionada das cartas aliviou a tensão da Mas a minha dívida ainda abrange outras pessoas, que nestes últi-
minha própria situação). mos anos, de diferentes maneiras, me têm ajudado muito. Não só mi-
Reinstalado em meu país, fui convidado por Voltaire-Schilling para nha mãe, Yone, e meu irmão, Rodolfo, como alguns amigos, cujos no-
falar sobre Benjamin em Porto Alegre, numa programação do lnstiruto mes não quero deixar de citar aqui: gostaria de manifesta r minha
Goethe. Z uenir Ventura e Wilson Courinho me levaram a escrever so- graridão a M ilton Temer, a Amélia Rosa Maia Cou6nho, a Patrícia
bre Benjamin uma longa matéria que saiu no jornal do Brasil, em 7 de Lins e Silva e a Ivan de Otero Ribeiro. A este último, porém, não mais
setembro de 1985. Numa viagem à França, em o urubro de 1987, minha poderão chegar os meus agradecimentos; um desastre de avião, em se-
mulher e eu fomos incentivados por Lúcia Léa e Marcello Cerqueira a tembro de 1987, tirou-o, brutalmente, do nosso convívio.
" mergulhar" nas "passagens" parisienses que haviam sido freqüenta-
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das por Benjamin e sobre as quais ele escreveu páginas inesquecíveis.
Uma ex-aluna alemã, Cláudia Martini, me mandou da sua terra os Para compreendermos um autor, não podemos deixar de reconstituir,
dois tomos de Das Passagen-Werk, onde se encontram as páginas aci- ainda que em linhas muito gerais, o quadro das questões que a vida

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