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EQUILÍBRIO QUÍMICO

AULA 1 – INTRODUÇÃO AO EQUILÍBRIO QUÍMICO

O equilíbrio químico consiste num processo dinâmico onde


as quantidades de reagentes e produtos se mantêm
constantes. Isto só ocorre quando o sistema se encontra
fechado e neste caso dizemos que a velocidade da
reação direta é igual à velocidade da reação inversa,
mas a reação não para de acontecer.


v direta
a A  bB
v inversa

No equilíbrio, temos
v direta = v inversa

É interessante notar que a constante de equilíbrio (K)


indica as quantidades de reagentes e produtos que
coexistem quando o sistema atinge o equilíbrio numa
condição de temperatura constante ou mais
especificamente, numa dada temperatura.

O equilíbrio químico pode ser expresso através de uma


equação chamada de expressão da constante de equilíbrio
(K):

[Pr odutos] coeficiente


K=
[Reagentes] coeficiente

onde :
[ ] concentração em mol/L
K constante de equilíbrio (só muda com a temperatura)
Sólidos e solventes não entram na expressão de equilíbrio
Admensional , ou seja, não possui unidade

Exemplos:

N2 (g)  3 H2 (g) 2 NH3 (g)

[NH3 ]2
Kc =
[N2 ]  [H2 ]3

CaCO3 (s) CaO (s) + CO2 (g)

K c = [CO2 ]

É sempre importante deixar bem claro que o equilíbrio é


uma condição onde as velocidades (direta e inversa) se
AULA 2 – CÁLCULO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO
igualam, podendo as concentrações serem elas iguais ou
diferentes. Observe os diagramas ao lado que ilustram Basicamente temos duas maneiras clássicas de calcular a
essas condições: constante de um sistema em equilíbrio químico:

 Sistema em equilíbrio
 Tabela (início / reage / forma)
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EQUILÍBRIO QUÍMICO

Calcular a constante de um equilíbrio é a maneira de Exemplo 2


expressar através de números se uma determinada
reação, sob uma dada temperatura, possui maior (UNICAMP) Em um recipiente de 1,0 dm3 introduz-se 0,10
quantidade de reagentes ou produtos, ou seja, uma mol de butano gasoso que, em presença de um
maneira de expressar o rendimento da reação. catalisador, isomerisou-se em isobutano:

Considere o exemplo: butano  g  


 isobutano  g 

Entre as reações abaixo, seguidas das respectivas
constantes de equilíbrio. A constante desse equilíbrio é 2,5 nas condições do
experimento. Qual a concentração em mol/dm3 do
isobutano no equilíbrio?
1) CH3 COOH  aq 
 H  aq   CH3COO –  aq  ; K c  1,8  10 – 5

2) CdS  s   Cd  aq   S 2  aq  ;
 2
K c  7,1  10 –28 Neste caso devemos calcular as concentrações no
3) H  aq  HS –  aq  
 H2S  aq  ; K c  1,0  107 equilíbrio a partir do valor da constante fornecida.

Consideraremos x a quantidade de reagente e produto
4) 2 HI  g 
 H2  g  I2  g ;
 K c  9,0 formada na reação uma vez que não foi indicada essa
5) CoO  s   H2  g  
 Co  s   H2O  g  ;
 K c  67 quantidade no exercício:

Assinale aquela que uma vez atingido o equilíbrio, a partir butano  g 


 isobutano  g

das quantidades estequiométricas dos reagentes, está
mais deslocada: início 0,1 mol/dm3 0
reage x x
 Para a direita:
equilíbrio (0,1 - x)mol/dm3 x mol/dm3
Reação 3, devido ao seu maior valor de Kc
Note que a quantidade consumida de butano e a formada
 Para a esquerda: de isobutano é igual ( x mol/dm3) devido a proporção
estequiométrica entre eles ser de 1:1.
Reação 2, devido ao menor valor de Kc
Com os valores das concentrações de reagentes e
produtos calculadas, mas ainda em função de x, podemos
*O termo “deslocada(o)para” deve ser entendido como
substituir os valores na expressão de equilíbrio:
maior quantidade de reagentes ou produtos.

Vamos agora aos cálculos da constante de equilíbrio [isobu tan o]


Kc = = 2,5
[butao]
Exemplo 1

Um equilíbrio onde todos os componentes são gasosos é x


= 2,5
representado pela seguinte equação 0,1 - x


A 2  3 B2  2 AB3
 x = 2,5  (0,1 - x)

As concentrações, em mols/litro, são:


x = 0,25 - 2,5x
[A2] = 0,50; [AB3] = 0,20; [B2] = 1,0;
x + 2,5x = 0,25
Deste modo, calcule o valor da constante desse equilíbrio
(Kc).
3,5x = 0,25
Primeiramente devemos montar a expressão da constante
de equilíbrio químico:
0,25
2
x=
[ AB 3 ] [ A 2 ] 3,5
Kc 
[B2 ]3
x = 0,071
Agora é só substituir os valores fornecidos pelo próprio
exercício: Finalmente temos a concentração de isobutano no
equilíbrio, sendo ela igual a 0,017 mol/dm 3. Também
(0,20)2 podemos calcular a concentração de butano no equilíbrio
Kc  = 0,08 pela subtração do valor que reagiu:
(0,50)  (1,00)3

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

bu tano AULA 3 – EQUILÍBRIO GASOSO

O equilíbrio gasoso é um caso específico de equilíbrio


0,1 mol/dm3 - 0,071 mol/dm3 = 0,029 mol/dm3
químico que ocorre quando o sistema é homogêneo
início reagiu equilíbrio
gasoso, ou seja, quando todos os componentes da reação
se encontram no estado gasoso. Também pode ser
chamado de equilíbrio em termos de pressões parciais.
(FUVEST) N2O4 e NO2, gases poluentes do ar,
encontramse em equilíbrio, como indicado: A diferença é que neste ponto utilizamos as pressões
parciais de cada gás no sistema em equilíbrio.

N2O4  2 NO2

Vamos recordar alguns pontos do estudo dos gases:
Em uma experiência, nas condições ambientes, introduziu-
se 1,50 mol de N2O4 em um reator de 2,0 litros. Misturas Gasosas
Estabelecido o equilíbrio, a concentração de NO2 foi de
0,060 mol/L. Qual o valor da constante Kc, em termos de
concentração, desse equilíbrio? ntotal ptotal ntotal v total
ngás pgás ngás v gás
Para a resolução deste exercício também devemos aplicar
a tabela de início / reage / equilíbrio, mas antes deve-se  ngás   ngás 
pgás =  p v
 ntotal  total
vgás = 
calcular a concentração inicial do reagente em mol/L:
 ntotal  total
   
1,5 mol
[N2O4 ] inicial   0,75 mol / L
2,0 L pgás = gás  p total v gás = gás  v total
fração molar fração molar
N2O4 

 2 NO2
ngás pgás v gás
início 0,75 mol/L 0 = = =
ntotal p total v total
reage - 0,030 mol/L + 0,060 mol/L
equilíbrio 0,720 mol/L 0,060 mol/L
72 x102 6 x102
Observe o exemplo:

Observe que a quantidade de N2O4 consumida foi de


0,030 mol/L, ou seja, a metade da quantidade de NO 2 COC 2 (g) CO (g) + C 2 (g)  sistema homogênio gasoso
formada uma vez que proporção estequiométrica é de 1:2
respectivamente. p(CO)  p(C 2 )
Kp =
p(COC )
[NO2 ]2 (0,060)2 (6 x102 )2
Kc = = =
[N2O4 ] 0,720 72 x102 Podemos generalizar o equilíbrio gasoso da seguinte
maneira:
K c = 0,5 x102
a A (g) + b B (g) c C (g) + d D (g)
Observação: Os exercícios resolvidos anteriormente não
consideram unidade para as constantes de equilíbrio, ou p(C )c  p(D)d
seja, a constante K é adimensional. Na química do ensino K =
p( A)a  p(B )b
superior há argumentos químicos que mostram que a
constante (qualquer que seja) não apresenta unidade;
porém, alguns autores de ensino médio e vestibulares Re lação de K p e K c
consideram constantes de equilíbrio com unidade. É
sempre importante o aluno atentar a este fato e ficar alerta
principalmente ao vestibular que irá prestar para não ser K p = K c (RT )n
pego de surpresa. onde n = (c + d) - (a + b)

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

AULA 4 – GRAU DE EQUILÍBRIO PC 5




 PC 3 + C 2

O grau de equilíbrio (α) é relação matemática entre a Início 1,0 mol/L 0 0


quantidade (em mol) de um reagente que foi consumido Re age 0,40 0,40 0,40
até alcançar o equilíbrio químico, pela quantidade também Equilíbrio 0,60 mol/L 0,40 mol/L 0,40 mol/L
em mol deste reagente no início da reação.
Com os valores das concentrações dos componentes do
Quantidade do reagente gasta
Grau de Equilíbrio  equilíbrio podemos agora calcular a constante de
Quantidade inicial equilíbrio.

Observe um exemplo de como podemos calcular o grau de


equilíbrio:
[PC 3 ][C 2 ] (0,40)2
Kc = =
[PC 5 ] 0,60
Exemplo 1

Considere o equilíbrio dado pela seguinte equação K c = 0,26

CO  g + NO2  g 
 CO2  g + NO  g
 Em resumo, podemos considerar as seguintes condições
para o grau de equilíbrio:
Inicialmente colocou-se para reagir 1mol de cada um dos Grau de equilíbrio tendendo a zero
reagente em um recipiente de um 1 L de capacidade. Após
200 segundos de reação, as concentrações não mais se
Indica um baixo rendimento, ou seja, pouca formação de
alteraram, estabelecendo-se assim o equilíbrio. Neste
produtos, sobrando grandes quantidades de reagentes
ponto restou 0,20 mol/L de CO. Calcule o grau de
que não sofreram reação química.
equilíbrio.
Grau de equilíbrio tendendo a 1
Como no início tínhamos 1 mol em 1 L, a concentração de
CO e NO2 eram equivalentes a 1 mol/L. Passado o tempo
até atingir o estado de equilíbrio, nota-se que 0,80 mol/L Indica um alto rendimento da reação (próximo de 100%),
de cada um deles foram consumidos, restando assim 0,20 ou seja, grande parte dos reagentes foram convertidos em
mol/L. produtos

1 mol/L - 0,20 mol/L 0,80 mol/L


= =
1 mol/L 1 mol/L

 = 0,80

Como o grau de equilíbrio é um número adimensional, AULA 5 – QUOCIENTE REACIONAL


podemos escrevê-lo em porcentagem. Sendo assim, um α
= 0,80 equivale a um consumo de 80% da quantidade O constante de equilíbrio químico é válida somente para
inicial do reagente. um caso bem particular: quando as velocidades das
reações direta e inversa são iguais e as quantidades de
Exemplo 2 reagentes e produtos não mais se alteram. Isto ocorre em
sistemas fechados a uma temperatura constante. Por
outro lado, a divisão das concentrações de produtos por
Num recipiente de paredes rígidas e com capacidade de
reagentes fora do estado particular de equilíbrio químico é
2,0 L, foram aquecidos 2,0 mol de PCl 5, sendo este
chamado de quociente reacional (Qc).
decomposto em PCl3 e Cl2, de acordo com a seguinte
equação:
O quociente reacional (Qc) é uma ferramenta bastante
útil para indicar se um determinado processo se encontra
PC 
 PC
 +C
5 3 2 no equilíbrio, se já passou pelo equilíbrio ou se ainda não
chegou, sob determinadas condições de temperatura
Atingido o equilíbrio químico, o pentacloreto de fósforo constante.
estava 40% dissociado em seus produtos. Calcule a
constante de equilíbrio químico em função das Podemos resumir da seguinte maneira:
concentrações em mol/L.
Se Qc  K c  Sistema em Equilíbrio
Primeiramente vamos considerar que a concentração de Se Qc > K c  Sistema já passou do Equilíbrio
PCl5 no início do experimento era de 1,0 mol/L e em
seguida passamos para a montagem da tabela (início / Se Qc  K c  Sistema não chegou ao Equilíbrio
reage / equilíbrio). Note que já sabemos o quanto de PCl 5
foi consumido através do valor do grau de equilíbrio de
40%.

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

O aumento da pressão em um sistema em equilíbrio causa


um deslocamento para o “lado” de menor volume, ou seja,
menor número de mol de gases.

Observe o exemplo abaixo:

3 C2H2 (g) C6H6 (g)


3 mol de gás 1 mol de gás
 
3 volumes 1 volume

 Pr essão  desloca a reação para a direita


menor volume de gases
Geralmente o valor da constante de equilíbrio é fornecida
no texto da questão e assim devemos calcular o valor do
quociente reacional para saber o estado em que o sistema Algumas observações são importantes que os alunos
fornecido se encontra. estejam sempre atentos ao analisarem questões de
deslocamento de equilíbrio em função da pressão:

 A variação da pressão não altera o valor da


constante de equilíbrio numa dada temperatura
constante;
 Para reações onde o volume de reagentes é
igual ao de produtos, a variação da pressão não
AULA 6 – DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO EM
exerce nenhuma influencia no equilíbrio, ou seja,
FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO
não há descolamento
Um sistema em equilíbrio pode ser perturbado por uma
variação na temperatura, na pressão ou então na 
N2 (g) + O2 (g)  2 NO(g)

concentração de reagentes e produtos, mas não é 2 volmes 2 volumes
alterado pela presença de catalisador. Segundo princípio
de Le Châtelier, essa perturbação fará com que o sistema  A introdução de um gás inerte ou então um gás
sofra uma modificação em sua posição de equilíbrio para que não reaja com nenhum dos componentes da
anular o este efeito. reação, mesmo alterando a pressão total do
sistema, não causa deslocamento do
Variação nas concentrações de reagentes e produtos equilíbrio.

Podemos adicionar ou então retirar certa quantidade de


reagentes e produtos de um sistema em equilíbrio e isto
fará com que a reação sofra um deslocamento.

Ao adicionarmos um componente no equilíbrio, este irá se


deslocar no sentido de consumir a quantidade adicionada, AULA 8 – DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO EM
ou seja, colocando mais reagentes o equilíbrio se desloca FUNÇÃO DA TEMPERATURA
no sentido dos produtos; adicionando mais produtos a
reação desloca-se para os reagentes. O aumento da temperatura num sistema em equilíbrio
causa um deslocamento no sentido da reação
Vale lembrar que ao retirar (diminuir a concentração) de endotérmica. Para sabermos qual o sentido da reação
um determinado componente, o equilíbrio sempre irá se endotérmica devemos verificar o valor da variação de
descolar para “repor aquilo que está faltando”. entalpia fornecida no exercício. Vale lembrar que o sinal
da variação de entalpia está sempre relacionado com a
reação no sentido direto (da esquerda para a direita).

AULA 7 – DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO EM


FUNÇÃO DA PRESSÃO

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

N2 (g) + 3 H2 (g)
exotérmica
2 NH3 (g) H = - 92 kJ Infelizmente, a baixas temperaturas (não mais que 300°C)
endotérmica
a reação é extremamente lenta para uso industrial. Mesmo
contradizendo o parâmetro termoquímico, a indústria
 Temperatura  desloca para a esquerda realiza o processo em temperaturas elevadas para garantir
uma velocidade compatível. É claro que o aumento da
temperatura vem associado à presença de um catalisador
 Temperatura  desloca para a direita (geralmente uma mistura de Fe2O3 e K2O).

Podemos concluir que o aumento da temperatura acelera


qualquer reação química, seja a direta ou a inversa
Atenção: vale lembrar que apenas a variação da
(parâmetro cinético), mas favorece a reação endotérmica
temperatura modifica o valor da constante de equilíbrio. de um equilíbrio (parâmetro termoquímico).

AULA 10 – CONSTANTE DE IONIZAÇÃO (Ki, Ka e Kb)

Os equilíbrios iônicos são aqueles onde verificamos a


presença de íons livres em soluções. É um caso particular
em relação aqueles que estudamos até o momento.

Os processos de equilíbrio químico que envolvem ácidos e


bases são um dos mais importantes no estudo das
soluções aquosas.

Por isso define-se a constante de ionização (Ki) de ácidos


e bases para verificação e comparação das forças destas
AULA 9 – CINÉTICA X EQUILÍBRIO
substâncias em soluções aquosas de mesma
A cinética é o ramo da química que lida com a velocidade concentração em mol/L.
das reações químicas; por outro lado, o equilíbrio químico
indica, de certa maneira, o rendimento de uma reação. Constante de Ionização de um Ácido
Trabalhar com esses dois fatores é fundamental para a
indústria química, onde é sempre ideal o máximo 
HA (aq)  H (aq) + A  (aq)

rendimento com o menor tempo possível.

Um dos exemplos mais interessante dessas condições é a [H ]  [A  ]


síntese de Haber-Bosch, também conhecida por síntese Ki = Ka = Kc =
[HA]
da amônia.

Quanto maior a Mais ionizado está o Maior será


H = - 92 kJ
exotérmica
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g)  
endotérmica
cons tan te de ionização ácido (maior valor de  ) sua força

Observe que nesta reação, 4 mol de reagentes gasosos


são convertidos em apenas 2 mol de produtos gasosos. Em geral, temos:
Segundo o princípio de Le Châtelier, a produção de Ácidos Fortes:     K a (K i )
amônia seria favorecida pelo aumento da pressão do
Ácidos Fracos:     K a (K i )
sistema, devido ao deslocamento do equilíbrio para a
direita.

Por outro lado, a reação direta é exotérmica, ou seja, a


constante de equilíbrio diminui com o aumento da Ácido Ka Força
temperatura, o que acarreta em baixa quantidade de 
HCN  H + CN
 4,9 · 10-10 (valor muito Muito fraco
amônia em temperaturas elevadas. baixo)

HNO2  H + NO2
 4,7 · 10-4 (valor baixo) Fraco
Tendo essas duas observações em concordância ao  H + C 
HCl  1,0 · 107 (valor muito Forte
princípio de Le Châtelier, a máxima produção de amônia
alto)
se daria sob condições de altas pressões e baixas
temperaturas.
Observações

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

 Para o cálculo da constante de acidez de ácidos HA 



 H + A
fracos, ou seja, aqueles que possuem grau de
ionização menor que 5% (α < 5%), através da início M 0 0
tabela início / reage / equilíbrio, indicamos que a reage - M + M + M
concentração inicial do ácido é aproximadamente
forma M - (M   ) M M
igual à concentração no equilíbrio
M (1 -  )
 Para ácidos polipróticos ou poliácidos (aqueles
que possuem mais de 1 hidrogênio ionizável) [H ] [A  ] (M   )(M   ) M  2
indicamos que a concentração dos íons H+ são
Ka = = =
[HA] M (1 -  ) 1- 
provenientes apenas da primeira ionização


1ª ionização : H3PO4  H  H2PO4
 K1  7,5  103 M  2
Ka =
2ª ionização : H2PO 
4

 H


 HPO 2
4 K 2  2,0  10 7
1- 
3ª ionização : HPO 2
4

 H


 PO 3
4 K 3  1,0  1012
onde,
M  concentração em mol/L
Constante de Ionização de uma Base
  grau de ionização

NH3 (g) + H2O ( )  NH4 (aq) + OH (aq)
 Para eletrólitos muito fracos, podemos dizer que o grau de
ionização é muito pequeno e desta forma, temos:
[NH4 ]  [OH ]
Kb =
[NH3 ] se   5%

Analogamente, quanto maior for a valor da constante (Kb), K = M  2


maior será a força da base e maior a concentração dos
íons OH-.

AULA 12 – EQUILÍBRIO IÔNICO DA ÁGUA (Kw, pH e


pOH)
AULA 11 – LEI DE DILUIÇÃO DE OSTWALD
Equilíbrio Iônico da Água
A lei de diluição de Ostwald é uma relação matemática
entre o grau de ionização (α) com a diluição de uma Verifica-se experimentalmente que a água sofre processo
determinada solução, ou seja, depende do volume de de ionização (quebra da ligação covalente e formação de
solvente. íons) segundo a equação abaixo:

Grau de Ionização () Auto  ionização da água

n moléculas ionizadas 
H2O( )  H (aq) + OH (aq)
= 
n moléculas totais
Podemos escrever o equilíbrio deste processo de auto-
Podemos deduzir a lei de diluição de Ostwald através da
ionização da água:
tabela inínio / reage / equilíbrio:

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

[H ][OH ] É interessante notar que sempre teremos, para


K= qualquer solução, a soma pH + pOH = 14!
[H2O]

Para soluções ácidas, o valor da concentração dos íons H +


Como a concentração da água é constante, temos: é maior em relação a concentração dos íons OH-. Logo,
para soluções ácidas teremos valores de pH menores que
K [H2O] = [H ][OH ] 7,00 e de pOH maiores que 7,00, mas sempre somando
Kw
14.

Uma solução aquosa de ácido clorídrico de concentração


K w = [H ][OH ] de H+ igual a 10-2 mol/L possui um pH = 2,00 enquanto seu
pOH é igual a 12,0.
Na água pura a 25°C as concentrações dos íons H+ e OH-
são iguais a 1,0 x 10-7 mol/L. Sendo assim, o valor da Por outro lado, para soluções básicas, o valor da
constante de ionização da água (Kw) equivale a 1 x 10-14 concentração dos íons H+ é menor em relação ao valor da
nesta temperatura. concentração dos íons OH-. Logo, para estas soluções
teremos valores de pH maiores que 7,00 e de pOH
É valido lembrar que o processo de ionização da água é menores que 7,00, mas sempre somando 14.
um processo endotérmico, ou seja, o sentido de formação
dos íons H+ e OH- é favorecido pelo aumento da Uma solução aquosa de hidróxido de sódio de
temperatura: concentração de OH- igual a 10-1 mol/L possui um pOH =
1,00 enquanto seu pH é igual a 13.
Temperatura Kw

0 °C 0,11 x 10-14

25 °C 1,00 x 10-14

40 °C 3,0 x 10-14

100 °C 51,3 x 10-14 A escala de pH é utilizada para indicar as condições de


acidez e basicidade (ou alcalinidade) de uma determinada
solução aquosa não muito concentrada. Esta escala parte
do valor zero (soluções extremamente ácidas) até
O Kw é uma ferramenta útil para calcularmos as
quatorze (soluções muito básicas), passando pelo valor
concentrações dos íons H+ e/ou OH- em qualquer solução
intermediário sete indicando uma solução neutra, ou seja,
aquosa diluída. As soluções ácidas, básicas e neutras
nem ácida nem básica.
podem ser expressas em função das concentrações
destes íons. Como geralmente estes valores são números
com expoentes negativos (valores pequenos) é mais
prático e conveniente expressá-los como números inteiros.
Neste caso utiliza-se o logaritmo negativo (colog) de base
dez para transforma-los.

pH = - log[H+] pOH = - log[OH-] AULA 13 – CONCEITOS MODERNOS DE ÁCIDOS E


BASES
O pH é o potencial hidrogeniônico de uma solução
Teoria de Brönsted-Lowry
enquanto o pOH indica o potencial hidroxiliônico.
De acordo com a definição de ácidos e bases de Brönsted-
Na água pura temos que a concentração dos íons H+ é
Lowry, um ácido é uma espécie doadora de prótons (H +)
igual a concentração dos íons OH- e possuem um valor
enquanto uma base é uma espécie receptora de prótons.
calculado (a 25˚C) de 10-7 mol/L como vimos
anteriormente.

O pH e o pOH da água pura pode ser então calculado:

pH = - log 107  pH = 7,00

pOH = - log 107  pOH = 7,00

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

Pares de Ácidos e Bases Conjugados:

 HCl é o ácido e o ânion Cl- (Cloreto) a sua base


conjugada;
 H3O+ é o ácido e o H2O é a sua base conjugada.

Teoria de Lewis
AULA 14 – COMPORTAMENTO DOS AMINOÁCIDOS
Ácidos e bases de Lewis são espécies capazes de
transferirem pares de elétrons. Um ácido para Lewis é Os aminoácidos são compostos orgânicos encontrados
uma espécie receptor de pares de elétrons. Uma base nos organismos vivos e estão ligados entre si na formação
para Lewis é uma espécie doadora de pares de elétrons. das proteínas.

A estrutura básica de um aminoácido pode ser observada


abaixo:

Forças de Ácidos e Bases conjugadas

 Ácidos fortes possuem grande tendência em


doar prótons; ácidos fracos, por outro lado, tem Note que na estrutura dos aminoácidos temos a presença,
pouca tendência em doar prótons. no mesmo átomo de carbono, um grupo ácido (ácido
carboxílico) e um grupo básico (grupo amino). Deste
Quanto maior for o K de um ácido maior será sua modo, os aminoácidos são substâncias anfóteras, ou seja,
tendência em doar prótons, e vice-versa. possuem caráter ácido e básico.

 Bases fortes possuem grande tendência em Quando adicionarmos um aminoácidos em água pura (pH
receber prótons; portanto, grande afinidade por = 7,00) ou então em pH fisiológica (pH por volta de 7,3), os
prótons; bases fracas, por outro lado, tem pouca grupos ácidos e básicos podem sofrem ionização gerando
uma espécie carregada:
tendência em receber prótons, portanto, pequena
afinidade por prótons.

Quanto maior for o K de uma base maior será sua


afinidade por próton.

 Quanto maior for o K de um ácido menor será o


K de sua base conjugada, e vice-versa.
Esta espécie carregada é conhecida como Zwitterion, íon-
Quanto mais forte for um ácido, mais fraca será sua base
duplo ou sal interno.
conjugada e vice-versa
Observação: A denominação Zwitterion é utilizada para
qualquer espécie que possui cargas positivas e negativas
na estrutura, ou seja, não é uma determinação específica
para os aminoácidos.

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

Solução Ácida H  
 Hidrólise de Cátion
Solução Básica  OH  
 Hidrólise de Ânion

AULA 15 – HIDRÓLISE SALINA


Pela conservação de carga identificamos rapidamente
Ao adicionarmos um sal em água podemos resultar em quem causou a hidrólise
soluções ácidas, básicas ou neutras, dependendo da
habilidade dos cátions ou ânions em reagirem com a água 2. Sais de ácidos e bases fortes não causam
para a formação de íons H+ ou OH-. Essa capacidade dos hidrólise
íons derivados de um sal em reagir com a água é 3. Sais de ácidos e bases fracas causam hidrólise e
neste caso tanto o cátion quanto o ânion sofrem
chamado de hidrólise salina.
reação
4. Para identificar o pH da solução resultante da
Para que ocorra hidrólise, o sal deve possuir pelo menos hidrólise de sais de ácidos e bases fracos há
um íon que seja derivado de um eletrólito fraca (ácido ou necessidade do valor da constante de acidez ou
base fraca). basicidade
5. A constante de hidrólise pode ser calculada
Hidrólise do Cátion sabendo o valor da constante do eletrólito fraco

A hidrólise de um cátion produz íons H+ e resulta numa Kw


Kh =
solução ácida. K fraco (ácido ou base)

X + H OH 
hidrólise
 XOH + H
base fraca

Hidrólise do Ânion

A hidrólise de um ânion produz íons OH- e resulta numa AULA 16 – PRODUTO DE SOLUBILIDADE (Kps ou Ks)
solução básica.
A Constante do produto de solubilidade também chamada
 
A + H OH 
 hidrólise
HA + OH de produto de solubilidade é representada por Kps, PS ou
ácido fraco então por Ks e representa a multiplicação (produto) das
concentrações em mol/L dos íons existentes em uma
É válido observar que nos processos de hidrólise salina, o solução saturada em equilíbrio com o sólido não
íons que causa a hidrólise é sempre o derivado do dissolvido.
eletrólito fraco.

Observe o exemplo abaixo:

NH4Cl – cloreto de amônio

Este sal é derivado o ácido clorídrico (forte) e do hidróxido


de amônio (fraco). Consequentemente, quem causará a
hidrólise é o íon amônio.


NH4 (aq) + H2O( )  NH4OH(aq) + H (aq)

Genericamente, temos:
Podemos expressar a constante de equilíbrio da seguinte precipitado íons dissolvidos
maneira:
CxDy (s) x C (aq) + y Dx  (aq)
y

[NH4OH][H ]
Kh
[NH4 ] K ps  [Cy  ]x  [Dx  ]y

Resumindo as condições de hidrólise salina:


Ca3 (PO4 )2 (s) 3 Ca2 (aq) + 2 PO34 (aq)
1. O íon do eletrólito fraco é quem causa a hidrólise
da água 3 2
K ps = Ca2   PO34  = 2,0  1029

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

Al  OH3  s  
 A  aq + 3 OH  aq  K ps = [ Al3  ]  [OH ]3
3 Base conjugada
 presente no tampão

AgC  s  
 Ag  aq + Cl  aq
 K ps  [ Ag ]  [C  ] A + H 
 HA
Ácido
PbC 2  s  


2
Pb (aq) + 2 C 
 aq 2
K ps = [Pb ]  [C ]  2
adicionado

Por outro lado, um tampão básico possui uma base fraca e


Note que o valor da constante é muito pequeno! Em geral um sal desta mesma base que contribui com o ácido
os valores das constantes de solubilidade assumem conjugado necessário. Um exemplo para este caso é o
valores pequenos devido a baixa solubilidade do eletrólito. tampão básico formado pela mistura de uma solução de
amônia com o sal cloreto de amônio (NH4Cl).
É importante não confundir solubilidade com constante de
solubilidade. Quando uma base é adicionada, a quantidade extra de
íons OH- é removida pela reação com o ácido não
A solubilidade é a quantidade máxima de soluto que se dissociado que está presente no tampão:
dissolve numa quantidade fixa de solvente a uma dada
temperatura. Ácido presente
no tampão

A constante de solubilidade é descrição matemática da OH + HA  A  + H2O



relação existente entre as concentrações dos íons em um Base
equilíbrio heterogêneo. adicionada

Podemos dizer também que o Kps indica a concentração


mínima necessária para saturar uma solução em qualquer
proporção entre cátions e ânions.


CA (s)  C (aq) + A  (aq)

[C ][A  ] = K ps  solução saturada


[C ][A  ] < K ps  solução insaturada
[C ][A  ] > K ps  solução saturada com corpo de fundo
ou solução supersaturada
Exemplo do funcionamento do tampão ácido acético/
acetato

Observação: os cálculos que envolvem soluções tampão


necessitam de uma equação especial conhecida por
“Equação de Henderson-Hasselbalch”. Na verdade, a
equação das soluções tampão é apenas uma maneira útil
AULA 17 – SOLUÇÕES TAMPÃO de se utilizar a equação da constante de um ácido fraco
(Ka).
Solução tampão é uma solução que tem a capacidade de
resistir a variação ou mudança no valor do pH quando um Observe como podemos deduzir a equação facilmente
ácido ou uma base (ambos fortes) são adicionados ou através da constante de acidez:
então quando esta sofre um processo de diluição.

Um tampão ácido consiste na formação de uma solução


pela mistura de um ácido fraco com o sal deste mesmo
ácido. O sal contribui com o ânion (íon negativo, A -), que é
a base conjugada do ácido HA. Um exemplo de tampão
ácido é a mistura entre ácido carbônico e bicarbonato de
sódio (NaHCO3).

Neste tipo de tampão, moléculas do ácido (HA) estão


presentes com os íons A-. Quando um ácido é adicionado
nesta solução, a quantidade extra de íons H+ são
removidos pela base:

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EQUILÍBRIO QUÍMICO

[H ][A  ] O ponto de equivalência indica o volume adicionado do


Ka = titulante para que a reação de neutralização ocorra
[HA]
totalmente. É neste ponto também que identificamos o
valor do pH da neutralização total e assim sabemos se o
resolvendo  se para [H ], temos: titulado é forte ou fraco.

[HA]
[H ] = K a
[A  ]
em seguida aplica-se o logaritmo negativo
de ambos os lados

[HA]
 log [H ] =  log K a  log
[A  ]
substituindo  se -log [H ] por pH, e -logK a por pK a

[HA]
pH = pK a  log
[A  ]
finalmente, inverte-se a razão  log [HA]
[A  ]
invertendo-se o sinal, temos:

[A  ]
pH = pK a + log
[HA]
Resumidamente podemos indicar as seguintes situações
Equação de Henderson-Hasselbalch
para os pontos de equivalência:

 pH = 7,00 para ácidos e bases fortes


 pH > 7,00 para ácido fraco e base forte
 pH < 7,00 para ácido forte e base fraca

As condições de pH acima ou abaixo de 7,00 são


indicativos da hidrólise do sal formado a partir da reação
AULA 18 – CURVAS DE TITULAÇÃO de neutralização.

As curvas de titulação pode ser utilizada para estudar a


variação do pH de uma determinada solução ao longo do
processo de titulação ácido/base. Desta maneira também
podemos calcular a concentração de uma solução cujo
valor é desconhecido.

Existem três casos básicos que devemos conhecer


quando tratamos das curvas de titulação ácido/ base:

 Ácido e Base Forte


 Ácido Forte e Base Fraca
 Ácido Fraco e Base Forte

É sempre importante fazer a leitura correta de uma curva


de titulação. Geralmente no eixo x encontram-se os
valores que são adicionados do titulante, ou seja, o
reagente que é adicionado através da bureta e que causa
a titulação; por outro lado, no eixo y observam-se os
valores de pH ao longo da titulação.

No ponto zero de adição do titulante verificamos o valor do


pH inicial do titulado, ou seja, daquele reagente que
recebe a adição do titulado e sofre a reação.

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