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Conselho Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
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S491m
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Modelo de execução do programa nacional de educação a
distância (PN-EAD) : módulo 1 / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília :
SENAI/DN, 2013.
45 p. : il.; 30 cm. (Programa de capacitação para o PN-EAD).
CDU: 37.018.43
_____________________________________________________________________________
SENAI Sede
Referências............................................................................................................................................................................43
Apresentação
Olá! Seja bem-vindo ao Módulo 1 da Capacitação para o PN-EAD!
Neste módulo, você entenderá o significado mais amplo de educação a distância, bem como as
orientações legais para a educação profissional a distância. Você também conhecerá o modelo de
execução do PN-EAD para cursos técnicos e qualificações básicas, podendo, assim, conduzir as me-
lhores estratégias de EAD do SENAI.
Objetivos de aprendizagem
A educação a distância (ou simplesmente EAD) é uma realidade cada vez mais presente em
diversos setores – ensino superior, educação corporativa e até educação profissional – e tem
contribuído para a ampliação das oportunidades educacionais em nosso país.
Mas, o que é Educação a Distância?
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Modelo de execução do Programa Nacional de Educação a Distância (PN-EAD)
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Separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial, em que o estudante se
beneficia de um diálogo e da possibilidade de iniciativas de dupla via com possibilidade de encontros
ocasionais com propósitos didáticos e de socialização. (KEEGAN, 1991).
KEEGAN, D. Foudations of distance education. 2. ed. Londres: Routledge, 1991.
Qualquer metodologia de ensino que elimina as barreiras da comunicação criadas pela distância ou
pelo tempo. (ROMISZOWSKI, 1998).
Romiszowski, A.J.; Romiszowski H.P. Dicionário de terminologia de educação a distância.
Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 1998.
Ensino que ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados (no tempo ou no espaço).
No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e propõe-se que ela
seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz
e imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). Não é preciso ressaltar que todas essas
tecnologias, hoje, convergem para o computador. (CHAVES, 1999).
CHAVES, E. Conceitos Básicos: Educação a Distância. EdutecNet: Rede de Tecnologia na Edu-
cação, 1999. Disponível em: <http://www.edutecnet.com.br/>. Acesso em: 15 set. 2008.
Você pode perceber que as várias definições citadas utilizam dois elementos
comuns:
1. a distância física entre docente e aluno;
2. o uso intensivo de tecnologias para apoiar o estudo e a comunicação
didática.
Assim, com uma boa dose de segurança, pode-se definir EAD como um pro-
cesso de ensino-aprendizagem mediatizado, em que docente e aluno estão sepa-
rados física e/ou temporalmente.
Porém, além da separação física e temporal entre quem aprende e quem ensi-
na, a EAD possui outras características que a distinguem da educação presencial.
Veja:
Autogestão da aprendizagem
Devido à separação física e temporal entre quem ensina e quem aprende, o
aluno pode definir o melhor horário e local para estudar. Ele também administra
seu próprio ritmo de estudo, ou seja, é o responsável por gerenciar seu aprendiza-
do. Isso pressupõe grande autonomia do estudante, a ponto de se considerar que
a EAD é mais adequada a adultos. A natureza flexível da EAD possibilita que o alu-
no concilie o estudo com o trabalho e as demais responsabilidades da vida adulta.
Comunicação mediatizada
Como docente e aluno estão separados física e/ou temporalmente, o processo
de comunicação é diferenciado na EAD. Ele acontece de forma indireta, com o
apoio de tecnologias.
1829
É inaugurado, na Suécia, o Instituto Líber Hermondes, que possibilitou a mais de
150 mil pessoas realizarem cursos na modalidade a distância.
1840
Na Inglaterra, Isaac Pitman sintetiza os princípios da taquigrafia em cartões postais
que trocava com seus alunos.
1856
Em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundam a primeira escola por
correspondência destinada ao ensino de línguas.
1 Fundamentos Gerais da EAD
15
1873
Em Boston, Anna Eliot Ticknor cria a Society to Encourage Study at Home.
1891
Thomas J. Foster, em Scarnton (Pennsylvania), inicia o International Correspondence
Institute, com um curso sobre medidas de segurança no trabalho de mineração.
No Brasil, a literatura não é precisa quanto à real origem da EAD. Diferentes estudio-
1923 sos da área apontam ações diversas como marco desta modalidade educacional no
país. No entanto, a maioria concorda que a primeira experiência com EAD no Brasil
aconteceu em 1923, quando um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard
Roquette-Pinto criou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que oferecia cursos de
literatura, radiotelegrafia e telefonia.
Década A partir dos anos 1980, a Universidade de Brasília, pioneira no uso da EAD no
de 1980
ensino superior no Brasil, começa a oferecer cursos veiculados por jornais e revistas.
Enquanto isso, Portugal funda, em 1988, a Universidade Aberta (UAB), a única insti-
tuição de ensino superior público no país a ofertar EAD.
Como você pôde perceber, com a explosão dos computadores pessoais e de-
pois da Internet comercial, a EAD ganhou fôlego redobrado e hoje são inúmeras
as instituições e iniciativas que ofertam essa modalidade no Brasil e no mundo.
Cada vez mais presente na escola, na universidade e no ambiente de trabalho, a
EAD vem transformando-se em referência para uma mudança profunda nas for-
mas de ensinar e aprender.
Apesar de a EAD ser uma modalidade com longo histórico de ações, no Brasil,
ela foi reconhecida oficialmente apenas em 1996, com as bases legais estabe-
lecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394, de 20 de
dezembro de 1996.
Nesse mesmo ano, o Ministério da Educação criou a hoje extinta SEED – Se-
cretaria de Educação a Distância, com o objetivo de fomentar a incorporação das
tecnologias de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de educação a
distância aos métodos didático-pedagógicos.
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SAIBA Saiba mais sobre a Rede e-Tec Brasil, visitando o site <http://
MAIS redeetec.mec.gov.br/>.
Em 2011, o Governo Federal cria, por meio da Lei nº 12.513, o Programa Na-
cional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com o objetivo de ex-
pandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e
Tecnológica. Desde o princípio, o Pronatec incentiva a utilização da modalidade
a distância, incorporando a Rede e-Tec Brasil.
Em 2012, é publicada a Resolução nº 6, de 20 de setembro de 2012, que define
novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de
Nível Médio, incluindo normativas sobre o uso de EAD.
No que se refere à utilização de atividades a distância no ensino técnico
presencial, diz a Resolução nº 6 (2012):
Gestão
Associados ao planejamento e à gestão institucional.
propriamente dita
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Obviamente, no escopo deste módulo, não será possível detalhar cada uma
dessas atividades, nem aprofundar as macroquestões relacionadas ao macrocon-
texto filosófico, político-econômico e sociocultural mais amplo no qual a educa-
ção a distância está inserida. Seu estudo se concentrará nos principais proces-
sos dentro do sistema de educação a distância, particularmente no âmbito do
PN-EAD.
Continue atento, porque ainda serão tratados muitos temas importantes para
sua atuação na EAD. Até mais!
Programa Nacional de Educação a
Distância do SENAI (PN-EAD)
O Programa Nacional de Educação a Distância (PN-EAD) é uma iniciativa do SENAI que visa
assegurar a expansão da oferta de cursos a distância, com qualidade equivalente à ofertada nos
cursos presenciais.
Preparado para conhecê-lo?
Então, siga em frente!
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Modelo de execução do Programa Nacional de Educação a Distância (PN-EAD)
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Situação-problema
Apresentação de uma situação real ou hipotética, de ordem teórica e prática,
própria de determinada ocupação e dentro de um contexto significativo que en-
volva elementos relevantes na caracterização de um desempenho profissional,
levando os alunos a mobilizarem conhecimentos, habilidades e atitudes na busca
de soluções para o problema proposto.
Modelo de execução do Programa Nacional de Educação a Distância (PN-EAD)
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Projeto
Conjunto de ações planejadas, executadas e controladas com objetivos cla-
ramente definidos, dentro de um período limitado de tempo, com início e fim
estabelecidos; integra teoria e prática e pode visar à construção de algo tangível
como, por exemplo, o desenvolvimento de um protótipo, um relatório, uma ma-
quete, a descrição de uma experiência em um laboratório ou mesmo a elabora-
ção de um esquema ou mapa mental.
Estudo de caso
Apresentação de um fato ou um conjunto de fatos, reais ou fictícios, que com-
põem uma situação problemática, juntamente com a sua respectiva solução, pro-
piciando ao aluno a análise do contexto apresentado, do problemas evidenciado
e da solução dada ao problema.
Pesquisa
Oportunidade dada ao aluno de conhecer e aprofundar diferentes contribui-
ções científicas disponíveis sobre determinado tema, a partir de leitura, análise e
interpretação de materiais diversos como livros, textos, periódicos, artigos, docu-
mentos, mapas etc., disponíveis em ambientes físicos e virtuais.
As Situações de Aprendizagem são, também, o fio condutor da metodologia
dos cursos. Isso significa que, nos cursos técnicos e de qualificação básica a distân-
cia, os alunos estudam a partir de desafios apresentados em formato multimídia
(vídeo, simulação, animação, texto, ilustração etc.) e realizam atividades tanto em
um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como presencialmente, utilizando
as várias estratégias de aprendizagem e de avaliação previstas.
Assim, no PN-EAD as entregas das Situações de Aprendizagem podem ser rea-
lizadas a distância usando as ferramentas de comunicação do próprio AVA (como
fóruns e bate-papo) ou mesmo nos encontros presenciais; além de utilizar, nesses
encontros, os simuladores digitais, quando for o caso.
Devido a distância física e temporal entre quem aprende e quem ensina na
EAD, a mediação é realizada por meio de tecnologias de informação e comunica-
ção, apresentando e explorando conteúdos.
Dessa forma, mantendo como pressuposto metodológico mais amplo a for-
mação por competências, o PN-EAD procura fazer o melhor uso de mídias e tec-
nologias para oferecer aos estudantes uma experiência de aprendizagem signi-
ficativa, mediada pedagogicamente, que assegure o pleno desenvolvimento das
capacidades necessárias a cada perfil profissional.
2 Programa Nacional de Educação a Distância do SENAI (PN-EAD)
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Você deve ter percebido que seu trabalho como gestor de EAD na etapa de
execução é fortemente impactado pela etapa de desenvolvimento. Por isso, é im-
portante que você conheça alguns aspectos relacionados à produção dos mate-
riais e da documentação de apoio aos cursos. Esse é o assunto do item seguinte.
SENAI DN (2013)
Figura 3 - Livros didáticos
SENAI DN (2013)
Figura 4 - Materiais on-line
SENAI DN (2013)
Figura 6 - Plano de Ensino
SENAI RS (2013)
Unidade sede 1
Polo 2 - fora UOp NE
AD
/D
R
Polo 6 - em UOp
Encerramento
Anotações:
Referências
ALVES, L. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo. ABED, 2011. Disponível
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nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o disposto no art. 80 da Lei nº 9.394, de 20
de dezembro de 1996.
_______. Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007.Altera dispositivos dos Decretos nos
5.622, de 19 de dezembro de 2005 e 5.773, de 9 de maio de 2006.
_______. Lei nº 12.513 de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e dá outras providências.
_______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional.
_______. Portaria nº 301, de 7 de abril de 1998. Diário Oficial de 9 de abril de 1998. Normatiza
os procedimentos de credenciamento de instituições para a oferta de cursos de graduação e
educação profissional tecnológica a distância.
_______. Resolução CNE/CEB 6/2012. Diário Oficial da União, Brasília, 21de setembro de 2012,
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Volume I. Coleção “Tecnologia e Educação”. São Paulo: Comunidade Práxis, 2006.
Minicurrículos das Autoras
Rita Guarezi é pedagoga, mestra e doutora em Engenharia de Produção, Mídia e Conhecimento
pela Universidade Federal de Santa Catarina. Consultoria em EAD, atuando principalmente em
planejamento e gestão de educação a distância; competências e atribuições da equipes multidis-
ciplinares na EAD; formação de tutores e monitores; desenvolvimento, operação e avaliação na
EAD; sistemas tecnológicos para EAD.
Paula Martini
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Cursos a Distância
Gisele Umbelino
Coordenação de Apoio Educacional
Andrea Filatro
Rita Guarezi
Elaboração
Andrea Filatro
Revisão Técnica
Diego Fernandes
Giulia Cechetto Mazzolli
Luiz Eduardo Meneghel
Ilustrações, Tratamento de Imagens
Carlos Filip Lehmkuhl Loccioni
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico