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EN 2324 - Biossegurança

Argumentos favoráveis aos organismos


geneticamente modificados

Discentes:

Arian Francisco M. Cremasco Guilherme Martins Bertelli

Carolina Alberto João Pedro Vitorino

Fabiana Corallo M. de A. Kuhlmann Juliana Jucá

Felipe Campos Frossard Lucas Matheus Stangherlin

Gabriel Turco Natália Bergamelli Ramos

Guilherme B. Leal Raquel Araujo

Profa. Dra. Christiane B. Lombello

Santo André

Agosto de 2014
Sumário

Introdução.................................................................................................................................. 1
Argumentos favoráveis ............................................................................................................... 2
Conclusão ................................................................................................................................... 4
Referências bibliográficas ........................................................................................................... 5
Introdução

Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) são organismos provenientes de

manipulação genética com objetivo de melhorar uma determinada característica em plantas,

animais e microorganismos, por meio de transferência de genes entre organismos da mesma

espécie ou entre espécies diferentes. No Brasil, a lei 11.105, de 24 de março de 2005,

regulamenta o uso e define os OGM’s como qualquer organismo cujo material genético –

DNA/RNA – tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética.

Há cerca de dez mil anos o homem já utilizava de forma empírica o melhoramento

genético na agricultura, o que pode ser considerado uma forma de biotecnologia. No século XIX,

Johann Mendel (1822-1884) lançou as bases da genética, possibilitando o desenvolvimento da

engenharia genética na década de 1970, permitindo a manipulação não apenas de plantas, mas

também de animais e microorganismos. Atualmente a pesquisa de OGM’s vem avançando e

tornando-se mais próxima ao cotidiano da população, podemos citar umas das maiores empresas

líderes em biotecnologia, a Monsanto, que se destaca principalmente na produção de soja. São

diversos os produtos que possuem em sua composição ingredientes provenientes de OGM’s

como, por exemplo, chocolates e biscoitos. Porém, junto ao avanço vem à discussão dos efeitos

dos OGM’s.

Desde a década de 1980, existe uma discussão no âmbito internacional referente aos

impactos a longo prazo e a ética envolvida na manipulação genética. Acredita-se que os efeitos

de OGM’s não são previsíveis a curto prazo e é possível causar problemas em todo o ecossistema

e na saúde dos consumidores desses produtos. Entretanto, não há pesquisas que comprovem

esses riscos.

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Neste trabalho serão expostos argumentos atuais favoráveis ao uso de organismos

geneticamente modificados, com o objetivo de embasar a discussão sobre o assunto e esclarecer

a principais ideias sobre os riscos que esses organismos podem causar em longo prazo.

Argumentos favoráveis

Há muito é conhecido que o crescimento populacional mundial supera o crescimento da

produção agrícola. Ao longo da história houve grande evolução da agricultura através de novos

conhecimentos, instrumentos e técnicas na área, o que aumentou substancialmente essa

produção. Além da discussão em torno da relação alimento total produzido versus população, há

a cada dia, uma maior preocupação com a eficiência dessa produção em relação ao custo, espaço

e tempo, além do impacto causado ao ambiente. Em síntese, a necessidade de alimentar a

crescente população mundial, aumentando a eficiência do plantio ao mesmo tempo em que nos

preocupamos com a máxima preservação do ambiente tende a tornar o desenvolvimento e

implementação dos OGMs como uma das maiores ferramentas para os objetivos que almejamos

atingir.

Entre as plantas transgênicas que mais se destacam estão a soja, que possui o gene de

resistência ao glifosato (princípio ativo do herbicida Roundup) e o milho, que recebeu a bactéria

Bacillus thuringiensis, um gene que possui resistência a insetos. Ambos são utilizados em larga

escala e até o momento e não foram observados impactos referentes a estes transgênicos.

Os OGM’s tem potencial em outras áreas além da alimentação. O consórcio PLAPROVA

(Plant Production of Vaccines) se suporta no uso de plantas como biorreatores para a produção

de proteínas com interesse farmacêutico. O projeto consegue produzir miligramos de

imunogenios em um intervalo de duas a três semanas.

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Entre os principais pontos do debate na produção de OGM’s estão os marcadores que

identificam as células, a quantidade de DNA transferido externo aos organismos modificados e

no aumento de mutações que esse organismos podem sofrer.

A discriminação entre OGM e não-OGM é realizada com a cotransferência de genes que

promovem a resistência a antibióticos (canamicina). Especialistas temem que tais genes possam

se espalhar pela a população de bactérias provocando o aumento de indivíduos resistentes a tal

antibiótico. Entretanto, nesse caso, o gene que provoca a resistência a antibióticos foi extraído de

bactérias originalmente, ou seja, o gene já está presente espalhado na natureza. O segundo

argumento se baseia na transferência de sequências de DNA muito maiores do que o responsável

pela característica de interesse. Não existem riscos na transferência dessas cadeias, entretanto se

preconiza entre os técnicos da área a transferência do mínimo de material genético possível. O

último argumento se refere ao aumento de mudanças nos locos em que o DNA estrangeiro foi

integrado, isso pode gerar variações de fenótipo que podem provocar quedas de produção e

alergias, entretanto, essas mutações já ocorrem na natureza em organismos não geneticamente

modificados, assim como tais variações podem levar ao surgimento de características positivas.

Os OGM’s vão além de soja e milho, temos o avanço da biotecnologia em modificar

genes em animais. Em 2007 uma empresa de biotecnologia na Argentina anunciou a criação de

quatro vacas transgênicas criadas para a produção de insulina para humanos a partir do leite, este

leite passará posteriormente por outros processos para isolar a insulina. O volume de produção

de 25 vacas será suficiente para atender toda a demanda por insulina humana e pode diminuir em

30% o custo do hormônio no mercado. Também temos casos de vacas transgênicas criadas para

produzir leite com apenas 4% da quantidade da proteína encontrada no leite tradicional, essa

diminuição traz benefícios para pessoas com alergias a proteínas encontradas no leite.

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Cabe ressaltar que os alimentos transgênicos são submetidos a níveis de avaliação e rigor

científico maiores do que os convencionais, o que garante que só sejam liberados quando há alta

probabilidade de que não haverão impactos negativos para a saúde humana e meio ambiente.

Conclusão

Analisando os contextos histórico e social em que os organismos geneticamente

modificados estão inseridos, torna-se inegável a conclusão de que se trata de um tema polêmico,

assim como as suas consequências. Tamanha desconfiança em relação aos OGM’s se deve

principalmente ao fato de que os primeiros transgênicos visaram à introdução em plantas de

genes de resistência a herbicidas. Possivelmente, se o exemplo inicial fosse a introdução de

genes que determinassem a produção de alimentos mais nutritivos, a visão em relação aos

OGM’s seria diferente. Além do mais, é praticamente mensal a publicação de notícias que

acusam grandes corporações que manipulam OGM’s de criação de patentes ilegais, fraudes e

contaminações de linhagens selvagens.

Uma breve pesquisa histórica também possibilita a observação de que, por diversas vezes

na história, a ignorância proporcionada por uma inovação embasou e motivou a propagação de

atitudes radicais e extremistas por meio das quais injustiças e desfechos violentos ocorreram.

Portanto, como grande parte de outros assuntos, sempre haverão prós e contras aos transgênicos.

A partir da ponderação, de uma forte legislação e da fiscalização atuante em relação ao

desenvolvimento, produção e comercialização, os transgênicos podem apresentar promissoras

perspectivas futuras.

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Referências bibliográficas

AZEVEDO, J. L. de; FUNGARO, M. H. P. e VIEIRA, C. M. L. Transgênicos e evolução


dirigida. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, vol. 7(2), 451 - 64, out. 2000.

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