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Fundamentos do método terapêutico de Nise da Silveira I

A Casa das Palmeiras

Uma experiência revolucionária na Psiquiatria

Franklin Chang*

Quaternio nº 8 / Homenagem a Nise da Silveira - Revista do Grupo de Estudos C. G.


Jung, Obra Cintífica, p. 23 – Rio de janeiro, 2001.

1 – Histórico

Dra. Nise da Silveira havia verificado que o índice de reinternação nos hospitais
do Centro Psiquiátrico Pedro II era muito alto – entre 60 e 70% dos doentes retornavam
após um novo surto psicótico.

Ela percebeu que tantas reinternações eram um sinal de que algo estava errado no
tratamento psiquiátrico. Para ela, um destes possíveis erros (entre outros) estaria na saída
do hospital, sem nenhum preparo adequado do indivíduo, quando apenas cessavam os
sintomas mais impressionantes do surto psicótico. Não era tomado em consideração
que “a vivência da experiência psicótica abala as próprias bases da vida psíquica”. - 1

A partir desta constatação, ela pensou em um setor do hospital, ou uma instituição


que funcionasse como ponte entre o hospital e a vida na sociedade.

Mas aconteceu que, em 1956, um grupo de pessoas amigas conseguiu junto à


ilustre educadora Alzira Cortes, a cessão de um pavimento de um prédio onde funcionava
o Colégio La-Fayette, na Rua Haddock Lobo – Tijuca, Rio de Janeiro.

O nome da instituição, Casa das Palmeiras, foi sugerido e aprovado por todos,
pela artista plástica Belah Paes Leme, que teve a inspiração devido a um grupo de balas
palmeiras que ficavam no jardim do casarão.

Com a presença de numerosos amigos, a Casa das Palmeiras foi inaugurada no dia
23 de dezembro de 1956. A primeira diretoria assim constituída:

Presidente: Alzira Lopes CortesDiretora técnica: Nise da Silveira Diretora técnica


adjunta: Maria Stela Braga Diretora administrativa: Lygia Loureiro da Cruz.
A Casa das Palmeiras funcionou neste local até 1968, sendo depois transferida
para uma casa situada na Rua Dona Delfina nº 36, Tijuca, cedida pela CADEME, MEC,
graças à iniciativa da Sra. Adriana Coutinho, na ocasião diretora administrativa.

Anos mais tarde, a Sra. Maria Antonieta Franklin Leal permutou a casa da Rua
Dona Delfina, que se achava em más condições de conservação, por outra casa, na Rua
Sorocaba 800, Botafogo, onde, desde setembro de 1981, está instalada a Casa das
Palmeiras. A Casa das Palmeiras é uma instituição sem fins lucrativos, na qual o principal
método de tratamento é a terapêutica ocupacional aplicada à Psiquiatria e reconhecida de
Utilidade Pública pela lei 376, de 16/10/1963.

Inúmero artista tem colaborado com a Casa em forma de doações de shows ou


obras de arte, como num leilão de Arte de 1967. Destacamos show com Caetano Veloso
e o leilão com as obras dos artistas plásticos; Abraham Palatinik, Anna Letycia, Augusto
Rodrigues, Anna Bella Geiger, Ivan Serpa, Isa Aderne, Almir Mavignier, Edith Behring,
Abelardo Zaluar, Carlos Vergara, Maria do Carmo Secco, Caio Mourão, Millor
Fernandes, Maria Teresa Vieira, Marília Rodrigues, Marlene Hori, Fayga Ostrower,
Roberto Moriconi, Amilcar de Castro, Artur Barrio, Tiziana Bonazzola Barata, Antonio
Maia, Rubem Gerchman, Bruno Giorgi, Madelene Colaço, Frank Schaeffer, Inimá de
Paula, José Tarcisío, Pedro Touron, Milton da Costa, Lygia Clark, Farnese de Andrade,
Paulo Moreira da Fonseca, Cândido Portinari, Carlos Scliar, Poty, Oscar Niemeyer, Ilo
Krugli, Vera Roitman, José Paixão, Edouard Sued, Di Cavalcanti, Ziraldo, Georgette
Melhen, Djanira, Darel Valença, Darcílio de Paula Lima e outros amigos colaboradores.

A capacidade atual é de 45 clientes e funciona em regime de externato, nos dias


úteis, das 13h às 17h30.

2 - Método de tratamento

Os fundamentos do método de tratamento da Casa das Palmeiras são os


seguinte: Terapêutica ocupacional. Afeto catalisador. Psicologia de C. G. Jung
2.1) Dra. Nise conta em seu livro Imagens do Inconsciente que, desde 1946, se dedicou à
Terapêutica Ocupacional, em busca em um novo método de tratamento para a
esquizofrenia.

Não queria que a T.O. fosse vista apenas como um método auxiliar ou subalterno
aos tratamentos “científicos” como o eletrochoque, coma insulínico, psicocirurgia ou o
uso indiscriminado de psicotrópicos.

Negando que a T.O. fosse apenas um sistema para distração dos doentes ou então
de torná-los produtivos na economia hospitalar, Dra. Nise percebeu que a T. O. poderia
ser um autêntico método terapêutico, em que os agentes terapêuticos seriam a pintura,
modelagem, música, trabalhos artesanais etc.

A grande dificuldade é que por ser um método não verbal, ele não se encaixa no
sistema cultural vigente que privilegia a palavra. Como ela escreveu:

“Lidando com atividades manuais e expressivas, processando-se sobretudo em


nível não verbal, compreende-se que este tipo de tratamento não goze de prestígio na
nossa cultura tão deslumbrada pelas elucubrações do pensamento racional e tão fascinada
pelo verbo”. - 2

Mas mesmo assim, Dra. Nise tentou uma fundamentação teórica para a T. O. nos
escritos de vários médicos e psiquiatras que se dedicavam ao assunto, Kraepelin, Bleuler,
H. Simon, K. Schneider, P. Sivadon, Freud e Jung.

Apesar de pouco sucesso nestes estudos, ela não desistiu a acabou por adotar o
termo “emoção de lidar”, para substituir o então conhecido Terapia Ocupacional. Aquele
termo foi criado por um cliente da Casa das Palmeiras, quando, ao manipular o material
(lã) na criação de um objeto (gato), escreveu:

“Gato, simplesmente Angorá

do mato,

Azul olhos nariz cinza

Gato marrom

Orelha castanho macho

Agora rapidez
Emoção de Lidar”.

O termo emoção de lidar sugere a emoção provocada pela manipulação de um


material de trabalho, uma das condições essenciais para a eficácia do tratamento. As
atividades expressivas, ao permitirem a livre e espontânea expressão dos afetos e
emoções, conseguem uma maior penetração no mundo interno dos psicóticos, e daí ser
possível a elaboração de vivências e experiências muitas vezes não verbalizáveis, fora do
alcance da razão e do pensamento.

A equipe da Casa das Palmeiras está sempre atenta para observar o que transparece
na face, mãos e gestos do cliente e isto vai ao longo do tempo permitido que o cliente seja
mais bem conhecido, e tenha uma melhor abordagem terapêutica.

2.2) Em Psicologia se costuma dizer que tão o mais importante que o método de
tratamento, é a qualidade do terapeuta que conta. Isto também é válido para o tratamento
psiquiátrico, onde há necessidade do doente de encontrar um ponto de apoio e referência
afetiva.

Dra. Nise costuma dizer:

“Entre o pessoal que tem contato com o doente: médicos, enfermeiros, monitores
de terapêutica ocupacional, há também os catalisadores e os inibidores. Sem dúvida o
mesmo indivíduo poderá funcionar como catalisador para uma pessoa e inibidor para
outra”. - 3

A equipe técnica da Casa das Palmeiras é orientada e treinada para desenvolver o


“afeto catalisador”, ou seja, para catalisar o afeto emergente da relação interpessoal para
o trabalho nas atividades expressivas.

O afeto catalisador surge natural e espontaneamente quando o doente percebe o


interesse e simpatia do monitor, estagiário ou médico, para o que está sendo produzido
ou não, deve estar em primeiro lugar, para a pessoa em si mesma, e depois para a sua
produção.

O que observamos é que, após a construção de um relacionamento confiante com


alguém da equipe, aos poucos o doente começa a estender seus contatos com o ambiente
e com outras pessoas, e daí ocorre naturalmente uma maior socialização. Nestes anos todo
de existência, foi constatado um baixíssimo índice de reinternações de clientes da Casa
das Palmeiras, em instituições ou clínicas psiquiátricas.
A Dra. Nise sintetiza isto da seguinte forma:

“O esquizofrênico dificilmente consegue comunicar-se com o outro, falham os


meios habituais de transmitir suas experiências. E é um fato que o outro também recua
diante desse ser enigmático. Será preciso que esse outro esteja seriamente movido pelo
interesse de penetrar no mundo hermético do esquizofrênico. Será preciso constância,
paciência e um ambiente livre de qualquer coação, para que relações de amizade e de
compreensão sejam criadas. Sem a ponte desse relacionamento a cura será quase
impossível”. - 4

Dra. Nise também experimentou animais como co-terapêutas e verificou que eles
são excelentes catalisadores de afeto. Ela nos conta em seu livro O Mundo das
Imagens como tudo começou, quando foi encontrada no terreno do hospital uma
cadelinha abandonada, faminta. Com ela nas mãos, aproximou-se um interno muito
interessado. Dra. Nise então perguntou se ele aceitava tomar conta dela e após sua
afirmativa, tornou-se responsável pela cachorra.

Devido aos excelentes resultados obtidos, Dra. Nise inicia um trabalho pioneiro
de pesquisa, e mais uma vez é mal interpretada, talvez porque, como ela diz, “o animal é
em nossa cultura um ser irracional” - 5, e nós, os seres humanos, enquanto racionais
julgamo-nos superiores a eles.

Na realidade, este problema tem a ver com o desenvolvimento da cultura


ocidental, e sua valorização da razão humana e do pensamento científico, em detrimento
dos sentimentos, da intuição e de uma visão holística do homem e da natureza.

- 1 SILVEIRA. Nise da, Emoção de Lidar. p.9, Rio de Janeiro, Alhambra, 1986. - 2
SILVEIRA. Nise da, Imagens do Inconsciente, p. 66. Rio de Janeiro, Alhambra. 1981. -
3. Idem, p. 69 - 4. Idem, p. 80 - 5. SILVEIA. Nise da, O Mundo das Imagens, p. 112,
São Paulo, Ática. 1992.

Fundamentos do método terapêutico de Nise da Silveira II


A Casa das Palmeiras

Uma experiência revolucionária na Psiquiatria

Franklin Chang *
(Continuação – Quaternio nº 8 /Homenagem a Nise da Silveira. Revista do Grupo de
Estudos C. G. Jung - Obra Científica -p. 25 – Rio de Janeiro, 2001)

Método de tratamento - Psicologia de C. G. Jung

2.3) O terceiro substrato da fundamentação da Casa das Palmeiras se encontra na


psicologia de C. G. Jung. Este, como a Dra. Nise, era psiquiatra, e ambos se preocupavam
com uma questão essencial no tratamento dos esquizofrênicos: o que se passa dentro do
doente?

Ambos tinham observado que os psiquiatras em geral não tinham interesse no que
o paciente tinha a dizer, mas sim em fazer diagnósticos ou descrever sintomas e em
compilar dados estatísticos. Quer dizer, a personalidade não interessava em nada, ou
muito pouco. C. G. Jung nos conta em suas Memórias, no capítulo sobra Atividades
Psiquiátricas, que Freud se tornou importante para ele devido a suas pesquisas sobre a
psicologia da histeria e os sonhos. Reconhece que “Freud introduziu a Psicologia na
Psiquiatria, embora fosse um neurologista”.6

Após quase 10 anos de trabalho ininterrupto como médico interno do Hospital


Burghölzli de Zurique, tratando principalmente de esquizofrênicos, Jung chegou à
seguinte conclusão:

“Através de meu trabalho com os pacientes, eu percebi que idéias paranóides e


alucinações contêm um germe de significado. Uma personalidade, uma história de vida,
um padrão de esperança e desejos existe por trás da psicose. A falta é nossa se nós não os
entendemos. No fundo nós não descobrimos nada de novo de desconhecido no
mentalmente doente; ou melhor, nós encontramos o substrato de suas próprias
naturezas”.7

Jung, assim como a Dra. Nise, reconheceu que em muitos casos a exploração do
material consciente é insuficiente, e que não se poderia entender o simbolismo dos
conteúdos da psicose – delírios, alucinações, pinturas etc. – senão estudando mitologia.

Para ele, os símbolos através dos quais o inconsciente se expressa, seja nos delírios
psicóticos ou em nossos próprios sonhos, são encontrados nos contos de fada, religiões e
outros sistemas coletivos de imaginação e pensamento.
Lembra-nos que nós não somos apenas indivíduos isolados no mundo, que
a “psique não é só um problema pessoal, mas um problema coletivo, mundial, e que o
psiquiatra tem de lidar com o mundo em sua totalidade”.8

O interessante é que Dra. Nise chegou ao mesmo ponto em suas pesquisas, isto é,
de que seria necessário estudar o conteúdo das psicoses para se compreender o que se
passa por dentro do psicótico. Numa conversa pessoal, Jung recomendou a ela que
estudasse mitologia para decifrar a linguagem do inconsciente.

Sob a orientação da Dra. Marie-Louise Von Franz, seguidora próxima de Jung,


Dra. Nise realizou seus estudos em Zurique. Continuou suas pesquisas e observações
clínicas no Hospital e na Casa das Palmeiras, que acabaram resultando em vários livros
artigos de interesse para os psiquiatras, psicólogos e todos aqueles que se dedicam às
Ciências Humanas em geral.

Depois de muitos anos de estudos ela concluiu:

“Escutando o doente, estudando suas pinturas e outras produções, o observador


verificará que a matéria-prima de seus delírios é constituída de idéias e imaginações
arquetípicas, soltas ou agrupadas em fragmentos de temas míticos. Se o observador sofre
da deformação profissional característica do médico, inclinar-se-á a ver nas criações da
imaginação, coisas inconscientes ou patológicas e rotulará apressadamente essas idéias,
imaginações e ações como material produzido pela doença. Ma, se tomar posição fora do
dogma pré-estabelecidos, irá difratar processos psíquicos surpreendentes. Irá vislumbrar
a estrutura mesma da psique, nos seus fundamentos e no seu dinamismo”. 9

Um ponto ainda a ser observado é que na psicoterapia junguiana não se visa


apenas a resolução de problemas pessoais, mas também estimular e favorecer o
desenvolvimento de “semente criativas” inerentes ao indivíduo e que o ajudem a crescer.

Na Casa das Palmeiras, verificamos que as atividades expressivas estimulam o


surgimento e o crescimento destas “sementes criativas”. Muitas vezes, a criatividade é o
catalisador que permite a aproximação de diversos opostos como olho e mão, sentimento
e pensamento, corpo e psique, e com isto os tumultos internos, impulsos arcaicos e
emoção violentos encontram um meio de expressão, simples, mas de alto valor
terapêutico.
6. Jung, C.G. – Memories, Dreams, Reflections. p. 135. Londres, Fontana. 1983. 7.
Idem, p. 148 – 149. 8. Idem, p.154. 9. SILVEIRA. Nise da, Emoção de Lidar, p. 15. Rio
de Janeiro. Alhambra. 1986.

Fundamentos do método terapêutico de Nise da Silveira III

Quaternio nº 8 / Homenagem a Nise da Silveira Revista do Grupo de Estudos C. G.


Jung – Obra Científica, p. 26 a 28 , Rio de Janeiro, 2001.

A Casa das Palmeiras

Uma experiência revolucionária na Psiquiatria

Franklin Chang

3 – Atividades da Casa das Palmeiras As atividades oferecidas aos clientes pela


Casa são de dois tipos: individual e grupal. O total é de 19 atividades, sendo sete de caráter
individual e doze de caráter grupal.

As atividades expressivas individuais se caracterizam por estimular o indivíduo.


Os ateliês onde estas atividades são realizadas são os seguintes:

. Pintura

. Modelagem

. Xilogravura *

. Colagem

. Papier Maché *

. Tapeçaria / Artes Aplicadas

. Salão de Beleza

Nas atividades grupais a participação deve ser livre e espontânea. Aliás, como
todo processo terapêutico da Casa das Palmeiras. São os seguintes:

. Expressão Corporal
. Música
. Contos de fada
. Teatro
. Baile
. Poesia
. Grupo Cultural
. Jornal O Arauto
. Lanche
. Passeios
. Festas
Clube Caralâmpia (Encontro de todos os clientes e a equipe técnica, para
discussão de temas de interesse comum, como festas, passeios etc., mas também criar um
espaço para Críticas e sugestões individuais que possam ser debatidas e votadas por
todos).

Toda produção dos clientes da Casa é assinada, datada e arquivada para estudos e
pesquisa. Estamos no momento criando um espaço na Casa que irá permitir aos clientes
e à equipe, ler estudar e pesquisar em livros de publicações que compõem a nossa
biblioteca.

Infelizmente, as limitações de espaço não permitem que possamos ampliar nossas


atividades atuais. Gostaríamos de uma casa maior, onde pudéssemos aumentar a
capacidade de atendimento e criar novos ateliês para ampliar as opções das atividades
terapêuticas. Também temos o desejo de um quintal ou área livre, onde pudéssemos
oferecer atividades externas como esportes, jardinagem*, horta*, etc.

Todavia, o mais importante é podermos manter a filosofia da Casa das Palmeiras,


que como a Dra. Nise definiu, “é um pequeno território livre”. 10 Sua preocupação era a
de nos mantermos distantes de qualquer tipo de “coleira”, não significando isto um estado
de isolamento, mas sim, a liberdade de participação e cooperação em projetos científicos,
sem vínculo comercial.

Podemos afirmar que nestes 44 anos a Casa das Palmeiras cumpre seu papel que
é o de evitar as internações psiquiátricas.
4 – Opiniões dos clientes sobre a Casa das Palmeiras (...2001)

“A Casa das Palmeiras e a Sociedade se juntam. É como se a Casa das Palmeiras fosse
uma casa de vida, ensina a criar e a se expandir melhor. Aqui na Casa das Palmeiras, eu
quero frisar, nós trabalhamos, com prazer. E isso é importante”.

“A Casa das Palmeiras é uma obra de fé. É muito fácil acreditar no homem quando ele
está em pleno gozo de sua saúde, quando ele encontrou felicidade, quando é realizado,
enfim, quando é um homem “cuca legal”, é mito fácil acreditar. Agora, difícil mesmo é
acreditar quando ele está numa situação meio difícil, que a gente não une uma coisa com
outra, então a pessoa acredita em nós assim mesmo. E na nossa situação isto é muito
importante”.

“A Casa das Palmeiras é a parte do resgate do Karma coletivo de grupo. O atual modo de
vida das pessoas onde os bens materiais são mais importantes que o amor e a vida, levam
as pessoas a serem desequilibradas, criando problemas coletivos e individuais. A Casa
das Palmeiras é uma instituição que, em seus mais de 40 anos, criou uma nova ética gente
aos problemas psiquiátricos”.

“Deus tocou no coração da fundadora para que ela fizesse esta caridade. Se não fosse ela,
eu não sei o que seria de mim. Aqui a gente esquece os nossos problemas; é uma das
melhores que tem, porque eu tenho cisma, vozes; elas me confortam; não tem outra igual
a essa”.

“Aqui nos dá coragem, nós somos felizes. Eu tenho agonia, eu venho para cá e fico logo
bem. Que Deus abençoe esta casa. Aqui as pessoas se unem, é uma família”.

“O que eu sinto com relação à Casa das Palmeiras é uma gigantesca, uma enorme
gratidão. Quando eu ingressei na Casa das Palmeiras eu estava mentalmente muito
doente. Eu não sabia como agir para ter uma vida mais ou menos normal e a minha família
não sabia o que fazer para me ajudar."

"Ao ingressar eu aqui, logo senti aceitação mesmo no estado mental em que me
encontrava e senti apoio da Casa este binômio: Casa das palmeiras e consultas regulares
com um psiquiatra lá fora, é o que está dando certo.”

10. SILVEIRA, Nise da, Emoção de Lidar, p.11 Rio de Janeiro - Alhambra, 1986.

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