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A China dos Tang cobiçava têxteis delicados, pérolas, corais e madeiras aromáticas da Pérsia, da África
Oriental e da Índia. Em contrapartida, a China exportava papel, tinta e, acima de tudo, seda. Leve e fácil de
enrolar, a seda podia viajar por terra. No século IX, já a cerâmica chinesa se tornara também popular, só que os
camelos não eram adequados para transportar louça. Assim, os pratos e as travessas onde eram servidas as
5 refeições dos ricos mercadores persas chegavam por mar em navios árabes, persas e indianos. Era uma viagem
longa e perigosa. E, por vezes, havia navios que desapareciam, tal como um avião moderno pode hoje
desaparecer dos radares.
Desde tempos imemoriais que os navios sofrem acidentes no estreito de Gelasa, uma passagem em
forma de funil entre as pequenas ilhas indonésias de Bangka e Belitung, onde as águas azuis-turquesa escondem
10 um labirinto de rochas e recifes submersos. Apesar dos perigos, um grupo de mergulhadores explorava esta
área há uma década em busca de pepinos-do-mar. A 16 metros de profundidade, porém, encontraram um
bloco de coral com cerâmica incrustada. Retiraram várias taças intactas do interior de um jarro grande, levaram-
nas para terra e venderam-nas.
Os mergulhadores tinham tropeçado no mais importante achado da arqueologia subaquática no Sudeste
15 Asiático: um dhow árabe carregado com mais de sessenta mil peças de ouro, prata e cerâmica feitas à mão,
durante a dinastia Tang. O navio e a sua carga, atualmente denominados «Destroços de Belitung», eram uma
cápsula do tempo, carregada de provas de que, à semelhança da China contemporânea, a China dos Tang
produzia mercadorias em massa e de que estas eram exportadas por via marítima. Trabalhando por turnos até a
monção os travar, uma equipa de mergulhadores recuperou os antigos artefactos.
20 O tesouro incluía umas taças denominadas Changsa, por terem sido fabricadas nos fornos cerâmicos de
Changsa, em Hunan. Os peritos já sabiam que estas taças de chá eram exportadas para todo o mundo entre os
séculos VIII e X: foram encontrados fragmentos em locais tão distantes como a Indonésia e a Pérsia. Mas
poucas taças tinham sido descobertas intactas.
Agora, o mar de Java oferecia-lhes uma prenda: um conjunto de peças em perfeito estado de
25 conservação, protegidas da erosão causada pela areia do fundo do mar por se encontrarem dentro de potes de
cerâmica. Limpas com uma esponja, o seu brilho era igual ao do dia em que tinham sido cozidas.
As taças feitas à mão provam a existência de uma «produção de tipo fabril», afirma o norte-americano
John Miksic, especialista em arqueologia do Sudeste Asiático. «A carga também implica um organizador com
capacidades de gestão e enormes quantidades de matéria-prima importada», diz o investigador. O cobalto para
30 a cerâmica azul e branca, por exemplo, vinha do Irão; e só muito mais tarde viria a ser minerado na China.
Embora os marinheiros árabes claramente aproveitassem a Rota Marítima da Seda, comercializando em
grande escala a longa distância, este «é o primeiro dhow árabe descoberto em águas do Sudeste Asiático e a
maior e mais rica remessa de ouro e de cerâmica proveniente da China do início do século IX descoberta de
uma só vez», explica John Guy, conservador principal do departamento de Arte do Sul e do Sudeste Asiático
35 do Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque.
Simon Worrall, «Tesouro afundado no mar de Java», in National Geographic, agosto de 2009 (adaptado)
VOCABULÁRIO
pepinos-do-mar (l. 11)– animais marinhos, de forma alongada, comuns na gastronomia asiática.
dhow (l. 15) – pequena embarcação.
monção (l. 19)– vento periódico típico do Sul e do Sudeste da Ásia que pode provocar chuvas abundantes.
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1. Para responderes a cada item (1.1. a 1.6.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido
do texto (14 pontos).
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida (12 pontos).
1.1. De acordo com o texto, no século IX, a cerâmica chinesa era transportada por
(A) via terrestre, porque a viagem marítima era longa e perigosa.
(B) via marítima, porque o transporte por navio era mais adequado.
(C) camelos, tal como outros produtos exportados pelos chineses.
(D) barcos chineses, que também transportavam papel, tinta e seda.
1.4. Na linha 15, os dois pontos são usados para introduzir uma
(A) explicação.
(B) definição.
(C) reformulação.
(D) enumeração.
1.5. Ao usar a expressão «cápsula do tempo» (linha 17), o autor pretende salientar
(A) o valor histórico da carga encontrada no navio.
(B) a dimensão dos objetos encontrados no navio.
(C) o valor artístico da carga encontrada no navio.
(D) a raridade dos objetos encontrados no navio.
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PARTE B
Lê o texto com atenção e responde às questões com frases completas e bem estruturadas:
2. Explicita o motivo que leva o sujeito poético a dirigir-se ao “Amor” na estância 119 (3 pontos).
PARTE C
(In Exame Nacional de 2011, 1ª chamada, com adap.)
6. Escreve um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual explicites o
conteúdo da estrofe 84.
O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão.
Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos apresentados a seguir.
• Indicação do episódio a que pertence a estrofe.
• Identificação do narrador e dos grupos de personagens referidos como « a gente marítima e a de Marte » (verso
7).
• Referência ao momento da ação e apresentação de um elemento relativo ao espaço.
• Descrição do estado de espírito das personagens.
• Análise do último verso como sendo importante para a mitificação do herói de Os Lusíadas.
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GRUPO II (20 pontos)
1. Completa cada uma das frases seguintes com os verbos solicitados entre parênteses. Usa apenas tempos simples
(6 pontos).
Durante o Consílio, vários deuses _____a) intervir_____, segundo a sua importância. _____b) haver_____
alguns deuses que apoiavam a decisão de Júpiter. Porém, Baco _____c) opor-se_____ a que o povo luso
_____d) chegar_____ sem problemas à Índia.
2. Reescreve as frases a seguir apresentadas, de a) a d), iniciando a oração sublinhada pela locução indicada entre
parênteses. Faz as alterações necessárias nas orações sublinhadas (6 pontos).
a) Mercúrio partiu rapidamente para que os deuses fossem informados daquela reunião extraordinária.
(A fim de)
c) Apesar de Baco se mostrar contra a decisão de Júpiter , o pai dos deuses não mudou de opinião.
(Ainda que)
3. Indica a função sintática dos elementos sublinhados nas seguintes frases (6 pontos).
a) Os deuses vieram dos quatro cantos do universo.
b) ―Grande Tonante, ajuda o meu povo querido a chegar à Índia! ― implorou Vénus ao pai.
c) ―Grande Tonante, ajuda o meu povo querido a chegar à Índia! ― implorou Vénus ao pai.
d) Um amor enorme movia Vénus a tudo fazer pelos portugueses.
e) Os deuses foram convocados por Júpiter a comparecer sem demora no Olimpo.
f) Durante o Consílio, a confusão foi enorme!
4. Transcreve a oração subordinada que integra a frase complexa que se segue (2 pontos):
Júpiter confirmou que os portugueses seriam recebidos em África como amigos e deixou Vénus muito feliz.
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a um texto com extensão inferior a 60 palavras é atribuída a classificação de 0 (zero) pontos;
nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos) do texto produzido.
BOM TRABALHO!! A PROFESSORA: Lucinda Cunha
PROPOSTA DE CORREÇÃO
GRUPO I
Parte A
1.1. B
1.2. A
1.3. C
1.4. A
1.5. A
1.6. D
2. (os) peritos
Parte B
1.
1.1. na narração
1.2. no Canto III
1.3. lírico (ou trágico-lírico)
1.4. Vasco da Gama
1.5. Rei de Melinde
(NOTA : exercícios 2., 3., e 5. –e propostas de correção-retirados do manual Novas Leituras de 9º ano, Asa, p. 172-
com adaptações )
2. O poeta dirige-se ao “Amor” porque este foi o causador da morte de Inês de Castro, pelo que, embora seja “puro”,
também é cruel (“força crua”), “fero”, “áspero e tirano”.
3.1. O verso que evidencia esse amor é “o nome que no peito escrito tinhas” (v. est. 120, v. 8).
3.2. Inês de Castro vive “em sossego” nos “saudosos campos do Mondego”, partilhando com os “montes” e as
“ervinhas” o amor por D. Pedro e recordando os momentos que ali passou com o seu Príncipe.
3.3. As passagens que ilustram a tragédia iminente são as seguintes: “Naquele engano de alma ledo e cego/ Que a
fortuna não deixa durar muito” (est. 120, vv. 3-4); “De noite em pensamentos que mentiam;/ De dia em pensamentos
que voavam” (est. 121, vv. 5-6); “Eram tudo memórias de alegria”.” (est. 121, v. 8).
4. a) eufemismo (ou hipérbato)
b) pleonasmo
5.1. Para se defender, Inês começa por se referir à piedade manifestada pelas feras, piedade que, por vezes, supera a
dos Homens; afirma ser inocente, visto que o seu único erro foi apaixonar-se; alega ainda que os seus filhos irão ficar
órfãos e desamparados sem ela; e termina realçando que quem foi capaz de matar tantos mouros com a espada não
pode mostrar a indignidade de matar uma donzela “fraca e sem força”, ou seja, frágil e indefesa.
5.2. Inês sugere o exílio num local inóspito, “Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente”, ou então “Entre leões e tigres”, como
alternativa à sua morte.
Parte C
6.
A estância apresentada pertence às “Despedidas em Belém”, episódio narrado por Vasco da Gama durante a
estadia em Melinde, e narra o momento da partida das naus do “porto da ínclita Ulisseia” (v. 1) que têm como destino a
Índia.
Ao referir-se à “gente marítima e a de Marte” (v. 7), o sujeito enunciador refere-se aos marinheiros e guerreiros
que o acompanhariam na sua viagem, gente corajosa que, apesar do “Temor” (v. 6) sentido, está determinada a
acompanhar o capitão.
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Concluindo, esta estância vem reiterar a supremacia do povo português que, sendo extraordinário, pelas suas
façanhas, não recuou perante as adversidades, atingindo, assim, um estatuto divino. (106 palavras)
GRUPO II
GRUPO III
Resposta livre