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ELEIÇÕES 2018 www.pstu.org.

br PSTU Nacional FEVEREIRO / MARÇO 2018

PROPOSTA DE MANIFESTO
CHEGA DE EXPLORAÇÃO, OPRESSÃO E VIOLÊNCIA!
FORA TEMER E TODOS ELES!

UM CHAMADO À REBELIÃO! UM PROJETO


SOCIALISTA CONTRA A CRISE CAPITALISTA!

E
m meio à profunda crise As eleições não vão mudar a FORMAR UM POLO OPERÁRIO,
econômica, política e social vida. Só uma revolução socialista, POPULAR, REVOLUCIONÁRIO
e ao enorme desgaste desta que liberte o país da dominação do E SOCIALISTA
democracia dos ricos que te- imperialismo e ponha fim à grande
mos no Brasil, a classe dominante, a propriedade capitalista, pode mudar
mídia e também as organizações de o Brasil e a vida do nosso povo. Esse Essa tarefa, de defender uma al-
colaboração de classes e os reformis- é o único caminho que pode nos ternativa revolucionária e socialista,
tas se voltam para as eleições. Dizem libertar deste cativeiro social, para é também de centenas, talvez milha-
que as eleições são a solução para to- usar as palavras da escola de samba res de ativistas que estão todos os
dos os males. Desta vez, porém, não Paraíso do Tuiuti neste Carnaval. dias nas lutas, nas fábricas, ocupa-
encontram entusiasmo entre os de Mas, este ano vai ser atravessa- ções, favelas, escolas. Queremos de-
baixo. Pelo contrário, por baixo mora do pelas eleições, e nossa classe vai bater esse manifesto e essa proposta
a desconfiança sobre todos eles, a in- ser bombardeada por todo tipo de entre todos para apresentarmos essa
dignação e a energia que fermentam mentiras e propostas da burguesia alternativa conjuntamente ao país.
a rebelião social que precisa ser feita e do reformismo. Diante disso, te- Além disso, oferecemos a legenda do
para mudar nosso país. mos a obrigação de apresentar uma PSTU para lançar candidaturas dos
As eleições são o terreno da bur- alternativa operária, socialista e re- de baixo que defendam a rebelião
guesia. Terreno antidemocrático e volucionária para o país e fazer da dos explorados e dos oprimidos e
fraudulento, no qual impera o privilé- defesa dessa alternativa uma cam- um projeto socialista. Candidaturas
gio do tempo de TV e rios de dinheiro panha a serviço da organização dos não de engravatados, mas de lide-
de banqueiros e grandes empresários de baixo para derrubar os de cima ranças das nossas lutas, de operários
para os grandes partidos que gover- como diz o lema do movimento e operárias de fábricas e de obras
nam há muito tempo. O voto do povo Luta Popular. país afora, dos movimentos contra o
só serve para legitimar a fraude. A tarefa de apresentar e defender desemprego e por moradia, de qui-
De forma geral, devem se apresen- junto à classe trabalhadora essa al- lombolas e indígenas, dos oprimidos
tar três projetos capitalistas: um con- ternativa não é só do PSTU. É tam- (mulheres, negros, LGBTs, imigran-
servador-ditatorial (Jair Bolsonaro); bém de centenas, talvez milhares de tes) da classe trabalhadora.
outro capitalista neoliberal puro (Ge- ativistas socialistas que estão todos A nossa campanha deve ser um
raldo Alckmin, Henrique Meirelles, os dias na luta nas fábricas, nas ocu- ponto de apoio para as lutas e para
Rodrigo Maia etc.); e outro capitalis- pações, nas favelas, nas escolas, na a organização da classe operária,
ta social-liberal ou democrático-refor- juventude pobre e negra, nas bata- dos trabalhadores, da juventude e
mista de colaboração de classes com lhas de hip hop, nos slam, nos movi- do povo pobre dos bairros popu-
a burguesia (PT, PCdoB, PSOL, que, mentos populares de trabalhadores lares da periferia. Vamos juntos
se não estiverem juntos no primeiro agrícolas, camponeses sem terra, in- construir um quilombo socialista
turno, estarão no segundo, com base dígenas, imigrantes superexplorados contra a exploração, o desempre-
em propostas muito parecidas). pelos patrões brasileiros. go, a opressão e a violência.
2 PROPOSTA DE MANIFESTO ELEIÇÕES 2018

LISTAMOS AQUI ALGUMAS PROPOSTAS


CENTRAIS DE PROGRAMA PARA O DEBATE

A exploração capitalista e de partidos da direita tradicional, escolher entre a forca e a guilhotina


mas também por governos de par- para a classe trabalhadora! Só é pos-
imperialista está na raiz do tidos ditos de esquerda, como a sível garantir emprego, salário, saúde,
desemprego, da desigualdade social-democracia na Europa, o PT moradia, acabar com as opressões,
e do atual cativeiro social no Brasil, o Chavismo na Venezue- com a violência e com a corrupção,
la e até o Syriza na Grécia (parti- tomando medidas anti-imperialistas
do que, como o PSOL, dizia estar e anticapitalistas como estas:
A crise no Brasil está ligada à à esquerda da social-democracia).
crise que atinge o sistema capi- Quem não se lembra de Dilma e do 1) Romper com o
talista mundial desde 2007-2008. PT prometendo “não tirar direitos
Diante da crise, para aumentar nem que a vaca tussa”? Mas, nem
imperialismo e com o
seu lucro, os monopólios (gran- bem se elegeu, já nomeou um mi- capitalismo para garantir
des empresas e bancos) desatam nistro do Bradesco para a economia o fim da desigualdade, da
uma guerra social contra os tra- e confiscou o PIS e o seguro-desem- opressão e da violência
balhadores e o povo. Em todos os prego. Não foram os trabalhadores
países, as receitas são parecidas: e o povo pobre que deram um giro • Suspensão do pagamento da dí-
desemprego; reformas trabalhista conservador. Foi o governo do PT vida pública com os grandes investi-
e da Previdência; aumento da ex- que aplicou os planos imperialistas dores e realização de uma auditoria.
ploração e da miséria; criminali- e capitalistas contra o povo depois Fim da Lei de Responsabilidade Fis-
zação e repressão das lutas e dos de ter governado por 14 anos em cal, proibição da remessa de lucros
lutadores. Tudo para garantir os benefício do capital. para o exterior e controle de capitais.
lucros de um punhado de bilio- Temer, o vice de Dilma-PT, está • Revogação de todas as reformas
nários: donos das grandes empre- aplicando o plano dos banqueiros neoliberais de Temer (e também de
sas, bancos, redes de supermer- e dos empresários para a crise, o Collor, FHC, Lula e Dilma).
cados e agronegócio. mesmo que Dilma começou a apli- • Nacionalização e estatização,
O Brasil tem ainda o agravante car. Mesmo sem nenhum apoio da sem indenização e sob controle dos
de ser um país semicolonial, subor- população, Temer insiste em pro- trabalhadores, de todo o sistema fi-
dinado aos países ricos, aos mono- mover ataques cada vez mais du- nanceiro.
pólios internacionais. O resultado ros aos direitos da classe trabalha- • Reestatização, sem indenização
disso é uma maior exploração; um dora e em entregar tudo que pode e sob controle dos trabalhadores, de
processo de desindustrialização e do patrimônio do país ao capital todas as estatais privatizadas.
de regressão do país a exportador privado e às multinacionais. • Estatização, sem indenização e
de produtos primários, agrícolas e sob controle dos trabalhadores, das
extrativistas, profundamente des- A saída para a crise grandes empresas monopolistas, es-
truidor do meio ambiente; uma pecialmente as multinacionais, que
rapina, por meio do sequestro do
é socialista receberam subsídios e isenções fis-
orçamento do Estado pelos ban- Sem romper as amarras que atam cais do governo e devem à Previdên-
cos com o mecanismo da dívida o país ao imperialismo e as relações cia Social, assim como das envolvi-
pública, da remessa de lucros das sociais baseadas nos monopólios pri- das em corrupção.
multinacionais para fora do país, vados capitalistas, não há solução • Estatização, sem indenização
das privatizações, da entrega dos completa e duradoura sequer para e sob controle dos trabalhadores,
recursos naturais e até do subso- as menores reivindicações da nossa de empresas que provocam de-
lo ao capital estrangeiro, além da classe. Sem romper com o imperialis- sastres ambientais, como a Vale
permanente reprodução da desi- mo e com o capitalismo, seguiremos do Rio Doce/Samarco, do agrone-
gualdade social. reféns do que chamam de “mal me- gócio e da indústria extrativista e
Os planos de exploração são apli- nor”, de disputas entre blocos bur- proibição de privatização e desna -
cados no mundo todo por governos gueses e de falsas escolhas. Chega de cionalização da água.
ELEIÇÕES 2018 PROPOSTA DE MANIFESTO 3
• Regulamentação das terras greve geral, criaremos condições para a
2) Por emprego, salário, indígenas e titulação das terras mudança. É preciso unir e fortalecer as
quilombolas. greves, as ocupações, as mobilizações
terra e direitos para todos • Fim de toda a violência contra as de rua. Vamos usar a campanha elei-
• Direito a trabalho e emprego para lutas, os trabalhadores, os pobres e os toral para fazer um grande chamado
todos: redução da jornada sem redu- oprimidos: fim do genocídio contra a aos trabalhadores e ao povo pobre do
ção do salário, dividindo as horas de juventude pobre e negra da periferia nosso país para que se rebelem contra
trabalho para que todos possam tra- e fim do encarceramento em massa e a desigualdade, a injustiça, a violência
balhar sem rebaixar os salários; cria- sem julgamento. e a humilhação que a sociedade capi-
ção de um plano de obras públicas • Imediata descriminalização e le- talista nos impõe. Vamos chamar os de
necessárias. galização das drogas. baixo a derrubarem os de cima e toma-
• Salário mínimo vital calculado • Fim de toda legislação repressi- rem nas suas mãos o destino do país.
pelo Dieese: em janeiro de 2018, esse va e de criminalização dos pobres,
salário seria de R$ 3.752. das lutas e dos movimentos so- Operários e povo pobre
• Saúde, transporte e educação pú- ciais, introduzidos pelos governos
blicos, gratuitos e de qualidade; mora- da nova República, inclusive os do
no poder: os de baixo
dia e saneamento básico para todos. PT a partir de junho de 2013. Fim devem governar através de
• Aposentadoria digna: abaixo a da portaria de Garantia da Lei e da Conselhos Populares
reforma da Previdência de Temer e Ordem (GLO) das Forças Armadas,
abaixo o fator previdenciário. da lei antiterrorismo e da lei das Queremos o país nas mãos dos
• Reforma agrária para os campo- organizações criminosas. Não à in- trabalhadores e do povo pobre. São
neses sem terra; emprego, salários e tervenção no Rio de Janeiro! os trabalhadores e trabalhadoras que
direitos para operários agrícolas. • Desmilitarização da Polícia devem decidir os rumos da política
Militar, fim da Força Nacional de todo dia, não ser apenas chamados
3) Fim de todo preconceito, Segurança, fim das intervenções a votar de quatro em quatro anos em
militares nas comunidades po- eleições de cartas marcadas. Chega
opressão, corrupção e bres; direito dos trabalhadores e da enganação dos políticos tradicio-
violência e defesa das dos bairros pobres à autodefesa e nais. É preciso construir conselhos
liberdades democráticas! ao armamento; eleição direta para populares e transformá-los em ins-
Não pode ser livre quem delegados e juízes nos bairros, que tâncias reais de governo. Conselhos
devem ser controlados por comitês populares que tenham poder efetivo,
oprime o outro! populares locais; direito de greve e com conselheiros eleitos em assem-
• Combate ao racismo e ao mito da de sindicalização para as forças de bleias nas comunidades, nos bairros,
democracia racial: reparações históri- segurança e chamado a que suas nos locais de trabalho e estudo, com
cas, inclusão da disciplina História da bases não acatem ordens de co- mandatos revogáveis em qualquer
África e dos Afro-Brasileiros no currí- mandos e governos para reprimir assembleia mensal. Os conselhos po-
culo escolar, respeito às diferenças e as lutas da classe trabalhadora e pulares devem controlar e poder de-
fim das desigualdades entre brancos do povo pobre. cidir sobre 100% do orçamento e do
e negros. Abaixo o racismo religioso, • Combate à corrupção com pri- funcionamento dos bairros, das cida-
fim da superexploração, do genocí- são e confisco dos bens de todos os des, do estado, do país.
dio da juventude pobre e negra, do corruptos e corruptores, com ex- Só um governo socialista dos tra-
feminicídio e dos estupros coletivos propriação das empresas envolvi - balhadores, formado por esses conse-
contra as mulheres negras e pobres das em corrupção, que devem ser lhos populares, vai governar, apoia-
da periferia. estatizadas e colocadas sob con- do na mobilização e na organização
• Combate ao machismo: em de- trole dos trabalhadores. Nenhuma dos trabalhadores, da juventude e do
fesa da mulher trabalhadora; fim de confiança na Justiça dos ricos! povo pobre para aplicar um plano
toda violência; igualdade e direitos econômico dos trabalhadores, mudar
para as mulheres (aborto livre públi- O caminho é a luta: um o país e mudar nossas vidas.
co e gratuito, creches, salário igual Essa luta deve estar ligada à luta
para trabalho igual).
chamado à Rebelião contra a exploração e o capitalismo em
• Fim da LGBTfobia e da transfobia. Essas mudanças não virão das elei- todo o mundo. A classe trabalhadora
• Fim da xenofobia: documen- ções. Como sabemos, elas são com- de todos os países deve se unir. O so-
tos para os trabalhadores imi- pletamente controladas pelo grande cialismo que queremos construir não é
grantes e direitos iguais aos dos capital. Só com luta, com os trabalha- num só país, é no mundo inteiro.
trabalhadores brasileiros. dores e o povo pobre nas ruas, com
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Para combater o capitalismo explicar à classe que não devemos doB, PSOL, PDT, PSB, que acaba
é preciso enfrentar a seguir escolhendo entre a forca e de apresentar um manifesto com
burguesia, mas também os a guilhotina. Não queremos mais pontos programáticos comuns
sofrer, não queremos mais explo- nos marcos do capitalismo. O
reformistas que atuam para ração e violência. O PT traiu os pano de fundo é o mesmo do
manter esse sistema trabalhadores, tornou-se cúmplice PT – defender o “mal menor” e
e instrumento de bancos e gran- a democracia burguesa. A classe
des empresários. trabalhadora brasileira já viveu
Depois de 14 anos governando O PSOL, por sua vez, apoia as essa experiência. Foi levada a
o Brasil, aprofundando a submis- propostas da Plataforma Vamos, acreditar nesse mesmo projeto,
são do país ao imperialismo e aos da Frente Povo Sem Medo e quer defendido pelo PT. O resultado é
interesses dos bancos e do gran- lançar Guilherme Boulos para pre- o que está aí. Não temos o di-
de empresariado, o PT quer nos sidente. As propostas da Platafor- reito de repetir essa experiência,
convencer que os problemas do ma Vamos, apoiadas pelo PSOL, agora com o PSOL.
país começaram com Temer. Apre- quase não têm diferença com rela- Nós queremos discutir com a
senta-se como vítima e propõe as ção às propostas do PT. Defendem nossa classe um projeto socialista.
mesmas alianças com o empresa- a ordem capitalista com pequenas O PT e o PSOL dirão que o socia-
riado e com as oligarquias políti- reformas na institucionalidade e a lismo é impossível. Nós diremos
cas, um programa que não muda ampliação da democracia burgue- que impossível é reformar o capi-
as estruturas do país e, pior, num sa (democracia dos ricos). Setores talismo. O PT no governo já pro-
momento de crise capitalista mui- do próprio PSOL dizem explicita- vou isso. A Revolução Russa com -
to maior. mente que o projeto Boulos-Vamos pletou 100 anos no ano passado.
Uma parcela da nossa classe, é mais um puxadinho do PT. Construir um Brasil e um mundo
diante do vampiro neoliberalista Não por acaso, esse partido socialistas e com democracia ope-
de Temer, pensa em votar num su- participa da frente de colabora- rária é possível, necessário e vale a
posto “mal menor”. Nosso papel é ção de classes que reúne PT, PC- pena lutar por esse projeto!

UMA CHAPA REVOLUCIONÁRIA E SOCIALISTA:

VERA LÚCIA
E HERTZ DIAS
Queremos fazer um trabalho prova da luta de classes, carregam nhão, é militante socialista do Mo-
coletivo de propaganda e de luta anos de experiência e luta nos com- vimento Negro, fundador do Movi-
por uma saída revolucionária e so- bates da nossa classe e na defesa mento Hip Hop Quilombo-MA e do
cialista, uma campanha a serviço do socialismo e da revolução. Ex- Movimento Hip Hop Nacional Qui-
das lutas, da organização da nos- pressam essa fermentação que exis- lombo, rapper do grupo Gíria Ver-
sa classe e da construção de uma te embaixo, junto aos setores mais melha e vem sempre denunciando
direção revolucionária para essa explorados e oprimidos. que a democracia racial no Brasil
rebelião que hoje está em gesta- Vera Lúcia é operária sapatei- não passa de uma grande farsa.
ção por baixo. ra, mulher negra e nordestina, com Pensamos que esses dois cama-
Para presidente e vice, estamos longa tradição nas lutas das operá- radas estarão à altura de represen-
propondo a candidatura de dois rias e operários, dos desemprega- tar esse polo operário e popular,
camaradas que representam bem o dos, dos terceirizados, das ocupa- revolucionário e socialista, que
perfil desse manifesto: Vera Lúcia ções dos bairros pobres. queremos construir para mudar de
e Hertz Dias. Eles passaram pela Hertz Dias, nascido no Mara- verdade o país e o mundo.

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