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TRANSTORNO OPOSITIVO DESAFIADOR

O Transtorno Opositivo Desafiador é um problema caracterizado por atitudes antissociais


apresentadas geralmente por crianças e adolescentes.
Considerado um dos transtornos mais comuns em crianças e adolescentes, o Transtorno
Opositivo Desafiador (TOD) é caracterizado por comportamentos antissociais como
desobediência, postura desafiadora e hostilidade. Os primeiros sintomas costumam aparecer
aos quatro anos de idade, quando a criança começa a apresentar dificuldades para seguir
regras e reconhecer seus erros, se ressentindo mais do que o normal quando é contrariada.

Questionar faz parte da infância, sendo considerada uma ação saudável e importante para o
desenvolvimento humano. Porém, é importante que os pais fiquem atentos para
comportamentos agressivos, irritadiços e impulsivos — característicos do TOD. O
desenvolvimento do transtorno pode ser decorrente de uma criação permissiva, predisposição
genética ou pela vivência dentro de um ambiente sem regras bem estabelecidas.

Principais Sintomas do Transtorno Opositivo Desafiador


O Transtorno Opositivo Desafiador é mais comum em crianças que apresentam Transtorno
de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno do Espectro Autista (TEA),
e seus principais sintomas incluem:

1-Irritabilidade;
2-Comportamento desafiador;
3-Agressividade;
4-Impulsividade;
5-Dificuldades de relacionamento com colegas;
6-Comportamento vingativo;
7-Raiva;
8-Ansiedade;
9-Comportamento antissocial;
10-Depressão.

Birra e crises de mau humor são comuns em crianças de todas as idades, mas há casos em
que a desobediência ganha contornos severos. O pequeno passa a apresentar dificuldades no
controle do temperamento e das emoções, tornando-se teimoso e resistente a ordens. Em
outras palavras, parece testar os limites dos pais a todo instante. Se essa descrição lembrou
alguma criança que você conhece, saiba que ela pode estar sofrendo do transtorno desafiador
opositivo (TDO).

“As principais características são a perda frequente da paciência, discussões com adultos,
desafio, recusa em obedecer a solicitações ou regras, perturbação e implicância com
aspessoas, podendo responsabilizá-las por seus erros ou mau comportamento. Ele se
aborrececom facilidade e comumente se apresenta enraivecido, agressivo, irritado, ressentido,
mostrando-se com rancor e com ideias de vingança”, resume Gustavo Teixeira, psiquiatra da
infância e adolescência e autor do livro “O Reizinho da Casa — Manual para Pais de Crianças
Opositivas, Desafiadoras e Desobedientes” (Best Seller).
Relações abaladas

Dados estatísticos revelam que 2% a 16% das crianças em idade escolar apresentam o TDO.
O transtorno ainda é duas vezes mais frequente entre meninos, e os sintomas iniciais ocorrem
entre os seis e oito anos de idade. Mas como diferenciar o transtorno de um caso corriqueiro
de mau comportamento? “No caso de crianças com idade abaixo de cinco anos, o
comportamento deve ocorrer na maioria dos dias durante um período mínimo de seis meses.
Em crianças com cinco anos ou mais, deve ocorrer pelo menos umavez por semana durante
no mínimo seis meses”, esclarece Luciana Rizo, neuropsicóloga (RJ). Outra pista é quando o
comportamento inadequado causa sofrimento aos grupos de convívio da criança, como
família e amiguinhos da escola, impactando negativamente em seus relacionamentos.

A raiz do problema

“A gravidade do sintoma pode ser leve quando se limita a apenas um ambiente. É moderada
quando está presente em pelo menos dois, e grave quando ocorre em três ou mais”, diferencia
Luciana. A neuropsicóloga explica que os pais não devem se torturar pensando sobre onde
erraram na educação de seu filho. Segundo ela, as causas da manifestação do problema são
multifatoriais. “Há evidências de influências hormonais, genéticas e neurofuncionais.”Porém
a dinâmica familiar pode reforçar um padrão de comportamento inadequado.“Em resumo,
seria uma integração dos fatores genéticos e o quanto o ambiente colabora na expressão em
maior ou menor grau do transtorno”, conclui.

Transtorno de conduta

Na hora de procurar ajuda, o psiquiatra, o neuropediatra ou o neuropsicólogo especializados


em tratamento infanto juvenil podem ajudar no diagnóstico, que será clínico. Em algumas
situações, é comum o TDO ser confundido com o transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH). Os dois transtornos, aliás, não raro, aparecerem juntos.“A
semelhança é que ambos têm como característica a impulsividade, ou seja, os portadores
tendem a agir sem pensar. Porém, quando é realizada a avaliação adequada, percebe-se
claramente a diferença entre ambos”, destaca Luciana. Cerca de 65% das crianças com o
diagnóstico de TDO deixarão de apresentar os sintomas nos anos seguintes, desde que
acompanhados terapeuticamente. O restante pode permanecer ou intensificar os sintomas,
evoluindo para o chamado transtorno de conduta (em que os jovens apresentam
agressividade, comportamento antissocial e constantemente violam as regras de convívio).
“Quando o TDO não é tratado, a evolução para o transtorno de conduta pode ocorrerem até
75% dos casos. Naquelas em que o início dos sintomas se iniciaram antes dos oito anos de
idade, o risco de evolução será maior. Ou seja, o diagnóstico e o tratamento precoces exercem
um papel preventivo importante”, pontua Teixeira. Além disso, quando adultos, há maior
risco de desenvolvimento de problemas de controle de impulsos, abuso de álcool e drogas,
ansiedade e depressão.

Como lidar com Transtorno Opositivo Desafiador?


Ao perceber os primeiros sintomas de TOD, é importante que os pais procurem especialistas
em psicologia, psiquiatria e neuropediatria. O tratamento para o problema é multidisciplinar
e exige tratamento médico, suporte escolar e psicoterapia comportamental. Confira algumas
dicas para lidar com o problema:

Manejo do comportamento

O tratamento para TDO geralmente alia medicação psiquiátrica com psicoterapia.“De


maneira geral, quando falamos de transtornos, não falamos em cura, mas em manejo de
comportamentos ou sintomas. Com o tratamento, a incidência de comportamentos
inadequados diminui bastante”, explica a neuropsicóloga.
Uma série de estratégias de manejo de comportamentos pode ser ensinada para aqueles que
convivem diretamente com a criança ou adolescente. “O terapeuta trabalha a percepção de
situações que levam à ativação emocional e que conduzem ao comportamentode oposição e
desafio”, destaca.

Também pode ser aplicado o chamado reforçamento positivo – que são elogios, aproximação
física, carinho e atenção sempre que a criança apresentar um comportamento adequado. Para
completar, os pais precisam ficar atentos à disciplina. “A falta de limites e de disciplina
pioram os sintomas de crianças com o transtorno desafiador”, lembra Teixeira.

Estabeleça uma unidade entre pais e educadores


Os pais precisam falar a mesma língua e devem permanecer sempre atentos para evitar que
um desautorize o outro. É fundamental que existam regras claras para a rotina da criança e
que ambos entrem em um acordo para a condução e aplicação dessas regras, principalmente
se os pais não moram juntos. Mesmo separados, os pais precisam alinhar suas ações para
driblar o problema. Isso também precisa ocorrer no ambiente escolar e, nesse sentido, estar
sempre em contato com os professores e coordenadores é fundamental.

Seja objetivo e claro com as regras


É preciso ser direto, claro e objetivo ao dar ordens e estabelecer regras. Olhar nos olhos, evitar
a agressividade e assumir uma postura firme são atitudes que ajudam a diminuir o
comportamento de oposição da criança, estimulando que ela entenda a importância de
respeitar as regras e as figuras de autoridade.
Seja exemplo
Os adultos servem de modelo para as crianças, que repetem os comportamentos dos pais. É
importante manter um ambiente familiar organizado e marcado por afeto e respeito, de modo
que a criança tenha referências saudáveis.

Elogie mais
Muitas vezes, os castigos e punições se mostram ineficazes. Em vez de apelar para eles, faça
o possível para elogiar os acertos e ressaltar as características positivas da criança. Sempre
que possível, explique para a criança os motivos de suas decisões, fazendo com que ela
entenda as razões de determinadas regras e escolhas.
Ambiente saudável

A participação dos pais, aliás, é de extrema importância no tratamento da criança com TDO.
“Uma criança que cresce em um ambiente respeitador, com pais presentes e participativos em
sua vida, apresentará menores chances de problemas relacionados com comportamentos
desafiadores, desobedientes e opositivos”, lembra o médico Teixeira.

Também é importante ser um modelo pacífico e positivo para a criança, evitando


agressividade e violência. “Muitos pais confundem limite e monitoramento com intolerância,
autoritarismo e violência. Na verdade, a família é um grande modelo de aprendizagem para a
criança”, reforça o psiquiatra.

Sempre que possível, fortaleça a autoestima de seu filho, evitando dizer coisas como: “você
não faz nada certo” ou “vocêé o pior da escola”. Vale também estimular a prática de esportes,
que ensina conceitos básicos de respeito, ética, moral, hierarquia, companheirismo,
organização, liderança, cooperação, competição, regras, limites, além do desenvolvimento de
habilidades motoras e sociais. Por fim, mantenha um canal de comunicação aberto com a
escola para monitorar comportamento do estudante quando ele estiver fora de casa.
1 .Imaturidade Infantil ou Sintomas Opositores ??
2. Separando o que é comportamento típico de não-típico ou que esperar de um Adolescente
“Normal” ?
3. O que passa pela cabeça de uma criança ou de um adolescente opositor??
4. Como fazer o diagnóstico
5. Critérios diagnósticos para TOD (dsm-5)
6. O T.O.D. pode ser gerado pelo ambiente
7. Aspectos Neurobiológicos
8. 10 Dicas aos pais e cuidadores
9. Uso de Medicamentos
10. Tabela de Medicamentos
11. Evolução da adolescência para a fase adulta: implicações para o futuro

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