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Curso on-line Caminhos da Escrita

Módulo 6

Pré-projeto de práticas de letramento em sala de aula


Projeto de Literatura à distância :
“Da leitura original à leitura virtual” - Construindo um Moodle literário: do
Clássico Francês - Contos da Rua Brocá - às produções de contos dos alunos do 5º
Ano”
“... Como entender o que elas falam, com seu mundo de
fantasias, com suas construções próprias e entendê-las a partir
de nossa visão, de quem não é mais criança? Esse é o desafio
para os educadores, analisar os relatos infantis com uma
construção teórico-metodológica de adultos sobre o material
empírico também coletado por adultos (...)
(Demartini, 2002, p. 14)

Nome: Giovana Barreto Nogueira Scavassa

1. Justificativa

A constante presença das redes sociais no contexto de nossos alunos, nos trouxe
uma grande inquietação no sentido de pensarmos no aproveitamento da
disponibilidade do meio virtual e do uso das novas tecnologias em favor do
aprendizado da escrita, através dos gêneros literários (nesse caso os contos) e de
um trabalho divertido com sequências didáticas que contemplassem um
ambiente virtual interativo e agradável; a construção da escrita através da
produção de textos repertoriados a partir da escolha de um autor já estudado em
sala de aula (no caso Pierre Gripari); a prática da leitura de textos e hipertextos,
bem como a interação social e intercâmbio entre as turmas de quintos anos da
mesma escola; além da necessidade de enfocarmos o uso da internet para a
aprendizagem e a pesquisa.

O projeto “Da leitura original à leitura virtual” - Construindo um Moodle


literário: do Clássico Francês - Contos da Rua Brocá - às produções de contos dos
alunos do 5º Ano”, foi então instituído na Escola Interamérica, de Goiânia, Goiás,
buscando atender às expectativas dos alunos dos quintos anos do Ensino
Fundamental, numa perspectiva de atender aos anseios desses grupos, quanto à
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produção escrita, estudo dos contos e numa forma de transformar o estudo de


sala de aula em um laboratório virtual de novas descobertas acerca de temas
diversos já estudados e pesquisados em sala de aula através dos livros.

Não podemos perder de vista que é importante pensar que alfabetizar e letrar
são duas ações distintas, porém inseparáveis, ou seja, ensinar a ler e a escrever
no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita. Sendo assim, é
importante, neste processo, ampliar as experiências dos alunos de modo que eles
possam ler e produzir diferentes textos com autonomia. Em outras palavras,
ampliar o repertório (experimentando e pesquisando) dos sujeitos
colaboradores trabalhando com as práticas e as funções da leitura e escrita sem
nos esquecermos das práticas culturais e sociais. Pois, trabalhar com gêneros
textuais pode ajudar o aluno a pensar indiretamente sobre os elementos que
compõem uma situação sócio-comunicativa.

Nesse caso o trabalho com diferentes tipos de texto é fundamental para o


desenvolvimento da competência comunicativa, daí partir de estudos já
realizados previamente em sala de aula. Cada tipo de texto é apropriado para um
tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a apenas a um tipo de texto é
fazer com que ele só tenha recursos para atuar comunicativamente em alguns
casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros. Por esse motivo,
buscamos fazer uma espécie de levantamento de quais tipos seria mais
necessário para os alunos, para, a partir daí, iniciar o trabalho. Através de uma
pesquisa entre os alunos, não foi difícil chegarmos à conclusão de que o ambiente
virtual seria um sucesso.

Vale lembrar que num processo de compreensão de um texto, o leitor utiliza na


leitura o conhecimento acumulado durante toda a sua vida. Conforme afirma
Kleiman, “[...] que sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor não
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haverá compreensão”. Esse conhecimento prévio é composto por vários níveis


de conhecimento que envolve o ato de ler. O primeiro é o linguístico, aquele
conhecimento implícito de falantes nativos, o que permite que pessoas falem
uma mesma língua. Ele envolve aspectos como pronúncia, vocabulário, regras e
uso da língua; desempenhando um papel central no processamento do texto, o
que possibilitará a identificação de categorias até chegar à compreensão. O
segundo conhecimento é o textual, que é o conjunto de noções e conceitos sobre
o texto, podendo classificá-lo de forma estrutural a partir dos tipos textuais.

Para tanto, é preciso ter cuidado ao definir o tipo textual de um gênero, pois
precisamos analisar a predominância desse gênero, como por exemplo, na
estrutura de uma narrativa predomina-se a marcação temporal cronológica e a
causalidade e destacam-se os agentes das ações. Daí a escolha dos contos.

O professor ao propiciar aos alunos o contato com diferentes gêneros desde o


início da escolarização utilizar-se-á de uma ferramenta mediadora capaz de
provocar questionamentos tornando o ensino prazeroso e funcional bem como
possibilitando o trabalho interdisciplinar. O gênero textual é, portanto, uma via
privilegiada para alfabetizar e letrar.

O evento proposto no projeto trata-se do gênero conto. O conto tem como


funções, o entretenimento, a diversão, a comunicação das fantasias ou fatos
extraordinários, a transmissão de valores culturais, sociais e até morais. Sua
principal característica é a narrativa que prioriza uma sucessão de fatos ou ideias
organizadas de maneira cronológica. Desse modo, e por se tratar de um gênero
textual cuja utilização se justifica pelas reflexões, lembranças, situações vividas,
prazer, fantasias e desejos, é um excelente material para ser explorado em sala
da aula, pois favorece o acesso à escrita, a formação do leitor e o desejo de
aprender a ler. Sem contar, que possibilita uma série de aprendizagens para o
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processo de aquisição da leitura e da escrita, bem como favorece a interação do


aluno com o texto.

As histórias dos contos podem ainda subsidiar explorações pedagógicas desde a


leitura feita em voz alta pelo professor, fornecendo andaimes para a construção
do sentido do texto, a ampliação do vocabulário/ repertório dos alunos e a
percepção da relação linguagem oral com a linguagem escrita.

No desenvolvimento do evento, a pesquisadora fornece suporte necessário para


sua construção desse objetivo. O sujeito colaborador constrói significado
extraindo alguma regra, algum princípio, ou alguma estrutura associada à
informação; utilizam de suas experiências prévias, aprendizagens anteriores e
assim, constrói o significado do texto, bem como gera nova informação.

A acessibilidade dos alunos ao uso das novas tecnologias (internet, celulares, etc)
proporciona o interesse dos alunos bem como as possibilidades de realizarmos
as atividades do projeto de forma prazerosa e divertida = aprender em
momentos de lazer, sem uma cobrança tão fechada e rigorosa em termos de
participação, pois como a ideia é de uma rede social de comunicação entre os
alunos, os próprios temas passam a ser de sua escolha, já que com uma proposta
de construção de sequências didáticas, o grupo também terá a liberdade de
construir esse ambiente a partir de seus conhecimentos prévios.

O presente projeto, uma vez desenvolvido, pode contribuir para uma atuação
condizente com a necessidade do aluno, onde o professor desempenhe o papel
de mediador do conhecimento, da leitura à escrita através do ambiente virtual
seguido de estudos em sala de aula.
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2. Fundamentação teórica

Tomando por base a entrevista realizada com a psicóloga e autora do livro


“Menina Flor”, Cybele Meyer, publicada em 17/04/2011, no Jornal Estadão de
São Paulo, podemos iniciar nossas considerações a partir da afirmação de que a
internet é, sim, um meio capaz de despertar o interesse pela leitura. E é partindo
desse pressuposto, de que o caminho a ser trilhado pelos alunos do quinto ano
da Escola Interamérica no ambiente literário virtual Moodle é uma das formas
mais eficazes de despertar o gosto pela leitura e produção escrita, que damos o
“pontapé” inicial para a construção desse ambiente juntamente com os alunos e a
partir, não só de seus conhecimentos prévios como também de seus anseios,
buscas e interesses.

Por estarmos cercados da tecnologia da informática e pelo mundo da internet,


não podemos negar que nossos alunos estejam lendo bem mais que antes lia, é
claro que de uma forma diferenciada, mas talvez até mais espontânea e tranqüila.
Só o fato de a criança ler sem a imposição de antigamente, já a coloca em uma
posição de privilégio no sentido de ler pelo prazer da leitura.

É claro que o professor não pode acreditar que esse seja o único e principal
caminho para o incentivo à leitura, mas pode valer-se disso para lançar mão de
situações mais prazerosas de construção da leitura e da escrita. Sendo assim,
iniciar um trabalho com ambientes virtuais de Moodle com crianças pode
estimular ainda mais o trabalho que já foi realizado em sala, pois agora ele
poderá ser aprimorado através de outros tipos de pesquisas – no caso a
construção coletiva de um ambiente virtual.

Tomando por base então essas hipótese de que hoje o aluno lê espontaneamente
muito mais que antigamente, e que “a linguagem é uma das faculdades cognitivas
mais flexíveis e plásticas adaptáveis às mudanças comportamentais e a
responsável pela disseminação das constantes transformações sociais, políticas,
culturais geradas pela criatividade do ser humano”, conforme enfoca Marchushi,
podemos nos arriscar a dizer que a era da informática só vem a acrescentar na
aprendizagem de nossas crianças, visto que ela traz a interatividade natural
entre os atores do processo.

A ideia de se trabalhar um ambiente virtual “Moodle” traz a possibilidade de


enriquecer o trabalho da sala de aula presencial, bem como proporcionar uma
dinâmica sedutora e empolgante para os alunos em horários livres, propenso a
não perder de vista a qualidade do processo, em relação ao trabalho com a
leitura e a escrita.

O que não se pode perder de vista é que há uma necessidade de se aplicar


cuidadosamente esse processo pedagógico a partir da compreensão de como
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funciona o ambiente virtual, bem como sua aplicabilidade na educação on-line e


seus caminhos. Vale ressaltar que há necessidade de se conhecer a aplicabilidade
tecnológica pensando nos pontos de colaboração para se desenvolver a
aprendizagem através do suporte da internet.

O espaço cibernético de aprendizagem que a tecnologia da informática nos


proporciona, permite que nos utilizemos de ferramentas diversas para fins
educacionais e se apresentam ao mesmo tempo, como um espaço de interação
social entre os diferentes agentes educativos. Desta forma, “[...] o conhecimento é
construído nas interações entre sujeito e meio, dependendo dos dois ao mesmo
tempo”. (ALMEIDA, 2003).

Sendo assim a intencionalidade de se trabalhar com o ensino à distância, ou


Moodle, ou ambiente virtual, ou educação on-line, é uma prova de que a
pedagogia vem se relacionando cada dia mais com as novas tecnologias e o uso
da internet, seja através de seus recursos, seja através da realização de cursos,
pesquisas e entretenimento. Ela nos dá diversas possibilidades de interação
através da construção do conhecimento através dessa tecnologia que vem a cada
dia se renovando e adentrando as universidades e escolas.

Em relação aos pontos relativos ao aspecto tecnológico, estes envolvem a


possibilidade do uso simplificado dos editores de texto; dos recursos para
descarregar ficheiros; as ferramentas de comunicação (fóruns, correio
eletrônico, mensagens instantâneas); as ferramentas de avaliação; as
ferramentas de monitorização do acesso e percurso e as ferramentas de
colaboração. O que facilita o trabalho do professor e amplia as possibilidades de
aprendizagem dos alunos. Em outras palavras e de acordo com LENCASTRE e
ARAÚJO, 2009:

“• os estudantes estudam e têm acesso à informação em qualquer


local ou espaço onde possam ter um computador com acesso à
Internet e comunicam com a fonte de informações via correio
electrónico, fóruns de discussão, conferência, mensagens
instantâneas e outras formas de comunicação on-line;
• o estudante é independente em relação ao ambiente do curso e
pode equilibrar restrições, como a falta de tempo para acesso em
horário “normal”. Para a maioria das actividades ou tarefas, o
horário de acesso de cada um é independente dos horários de
acesso dos colegas de curso;
• o ritmo de aprendizagem é o de cada um e é independente do dos
demais colegas;
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• o docente é orientador. Estabelece metas, negocia e acompanha o


processo de aquisição de conhecimento, avalia o rendimento,
certifica-se de que todos os recursos necessários ao cumprimento
das suas tarefas estão disponíveis;
• a comunicação com os colegas e a elaboração de projectos
colaborativos é tão importante quanto à orientação do docente. As
ferramentas utilizadas incluem fóruns, correio electrónico,
mensagens instantâneas;
• as tecnologias têm papel importante no estudante e na
aprendizagem. Os recursos multimédia, áudio, de animação ou de
vídeo, ajudam a atenuar a dificuldade de leitura no monitor;
• a estrutura do conteúdo deve ser suficientemente flexível para
encorajar o estudante qualquer que seja o nível de experiência”.

Desse modo, a aprendizagem e o aprendiz vão se tornando co-autores e co-


participantes de suas produções, bem como cuidam da elaboração, da construção
e do compartilhamento coletivo do saber, até porque se comprometem com o
“leitor”. As trocas instantâneas das comunicações que são uma das
características desses sistemas possibilitam o acesso ilimitado as fontes da
própria Internet; e o incentivo as relações em redes, para lógicas não-
hierárquicas e não-lineares.

As dificuldades técnicas podem surgir em qualquer processo tecnológico, elas


são insignificantes para impedir a harmonia de um ambiente colaborativo de
aprendizagem, já que o uso de ferramentas como os e-mails, chat´s e fóruns não
apresentam maiores complexidades. Acredita-se então, que o grande desafio do
ensino on-line está em tornar as comunicações do ambiente em algo construtivo
para aprendizagem.

3. Pré-projeto de práticas de letramento em sala de aula

3.1 – Discussão dos aspectos culturais e sociolinguísticos implicados no


projeto

O projeto em seus principais aspectos (multi)culturais, traz sem seu contexto


diversas práticas de letramento que enriquecem o trabalho, dentre elas podemos
citar a leitura e preparação prévia dos textos do autor escolhido, a pesquisa
biográfica e bibliográfica, a “perseguição/escolha” de um único autor e sua
diversidade na escrita, a exploração dos temas que envolvem os contos do livro
escolhido, a compreensão do uso de um ambiente virtual a partir dos estudos
feitos em sala; produção textual a partir de repertórios já construídos e
conhecidos; a riqueza das narrativas dos contos; a relação de convivência e a
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relação de uma rede social com objetivos comuns de discussões e construções; o


incentivo à pesquisa e às trocas de experiências entre os componentes dos
grupos, além de diversas outras situações de aprendizagem entre o ambiente
real e o virtual.

A principal ideia nesse trabalho será a de apresentar aos alunos uma nova
possibilidade para o uso da internet e das redes sociais – a aprendizagem a partir
de uma construção coletiva através de sequências de trabalho. A ampliação de
novas possibilidades de aprendizagem e construção do conhecimento, através da
rica relação entre o saber aprendido e a busca e construção do mesmo, pelo
próprio aluno, ampliação do conhecimento através da interatividade entre os
grupos – possibilidades de aprendizagens individuais e em coletivas.

A ideia principal é a de promover condições favoráveis à “auto-


socioaprendizagem” dos alunos, mediante a interação cotidiana com a vida social
e virtual, criando possibilidades de uma aprendizagem mais ativo-participativa
dos alunos em múltiplas situações de intercâmbio e construção do saber.

As variedades lingüísticas serão as mais diversas possíveis, pois o trabalho


agregará a linguagem tecnológica e virtual, à linguagem escrita. A ideia é de que
os próprios alunos possam construir suas linguagens e suas culturas de
conversação, tendo clareza de que em cada portador textual utilizamos uma
forma de redigir ou formatar um texto – pesquisa sobre os diversos portadores
textuais.

3.2 – Estratégias gerais para promover a motivação e a adesão dos alunos


ao projeto

Primeira Etapa do projeto (em sala):


- Conhecer a biografia de Pierre Gripari (pesquisa em bibliotecas);
- Conhecer suas obras (pesquisa em bibliotecas);
- Identificar o personagem principal de texto e descrevê-lo.
- Reconhecer a posição enunciativa do personagem.
- Reescrever o conto escolhido mudando o personagem principal.
- Apropriar-se das características discursivas do gênero conto.
- Planejar, produzir e revisar os textos.

Segunda Etapa do projeto (sala de informática e em casa):


1. Conhecer a biografia de Pierre Gripari (pesquisa virtual);
2. Conhecer suas obras (pesquisa virtual);
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3. Conhecer cada conto do livro proposto nesse ambiente e outros


sugeridos;
4. Ao reconhecer os temas abordados pelo autor, eleger um para discutir e
aprofundar, desde os aspectos filosóficos como gramaticais e
perpassando as mais diversas áreas do conhecimento.
5. Relacionar os temas abordados com o projeto “carro-chefe” da escola –
Nossa escola por um Mundo Melhor;
6. Produzir pesquisas, textos, materiais, estudos e promover encontros
virtuais na sala de bate-papo para debates livres (explicaremos isso no
manual) – organizar um portfólio, um espaço de explicações sobre o
projeto e um diário de bordo, além de salas de bate papo e enquetes de
finais de semana. Talvez esses objetivos não deveriam estar aqui.
7. Produzir vídeos, textos coletivos virtuais, jogos de personagens e contos,
e outros que juntos construiremos – pois haverá um espaço aberto para
pensarmos nos “caminhos que percorreremos na Rua Brocá”.
Planejamento com ajuda e sugestões das crianças. Construir juntos o
ambiente virtual.

1º momento

Apresentar o livro Contos da Rua Broca e proponha que os alunos, em duplas,


reescrevam um dos textos, mudando o personagem principal. Explicar que o
material será organizado em um livro para ser doado à biblioteca da escola.

Alunos com necessidades especiais:

Em todas as etapas que constam leitura do conto, antecipar a atividade para o


aluno, pedindo que, em casa ou junto ao acompanhante, ele leia ou leiam para ele
o conto escolhido. Para lição de casa sugerir que faça desenhos sobre cenas do
conto que está sendo trabalhado. Se ele ainda não dominar a escrita alfabética,
combinaremos com sua dupla, o que ele irá escrever (por exemplo, ele pode
copiar do livro o título e alguns trechos). Solicitar bastante sua participação oral,
em que ele possa fazer o reconto da história.

2º momento

Repertoriar o grupo em relação ao gênero. Ler, relembrar e levar alguns dos


contos da obra escolhida. O objetivo é que todos se familiarizem com o gênero.
Discutiremos com o grupo como é feita a descrição de cada um dos personagens
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e com base em quais elementos é possível identificar o principal. Pediremos que


todos explicitem as respostas com pistas textuais (eles podem ler trechos, por
exemplo). As conclusões devem ser registradas individualmente para que todos
possam voltar a elas se necessário.

Alunos com necessidades especiais:

Peça para ele e outros alunos realizarem uma pesquisa sobre a biografia e outras
obras escritas pelo autor.

3º momento

Começar a reescrita coletiva de um dos contos do livro para desenvolver um


modelo dos procedimentos escritores (o planejamento do texto, a leitura do que
já foi escrito para organizar o que ainda falta escrever, o cuidado com as
repetições de palavras, a importância de produzir um texto coeso e coerente
para que seja compreensível para o leitor – relembrar estudos de Isabel Solé
sobre leitura) e oferecer mais recursos e boas condições para os estudantes
realizarem a tarefa em duplas. Terminada a reescrita, revisaremos
coletivamente.

4º momento

A proposta será de reescrever em duplas, outro conto da obra. Enquanto os


alunos trabalham, circularemos pela sala e faremos intervenções, como
perguntar o que já escreveram e o que falta. Anotaremos os aspectos que
deverão ser retomados durante as revisões. Essa produção inicial deverá ser
analisada antes da revisão para que conheçam melhor os aspectos a serem
retomados. Detalhe: conforme o material próprio da escola (Madi), de produção
textual, combinar sempre com os alunos o que iremos avaliar ou quais
intervenções serão feitas a respeito de que parte da produção.

Alunos com necessidades especiais:

Procurar alternar as duplas de traballho.

5º momento
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Nesta etapa deveremos propor revisões em dupla para organizar a segunda


versão do texto.

Alunos com necessidades especiais:

Pedir que o amigo da dupla aponte o que deverá ser revisado e ele faça a
marcação no texto. A revisão deverá ser realizada a partir da utilização da tabela
de símbolos do material de produção – Madi.

6º momento

Convidar as crianças a substituir o personagem principal do conto A Bruxa da


Rua Mufetar. Elas devem definir as características do novo personagem. Escreva
as orientações para a troca e as decorrências (como as alterações a serem
feitas). Nesta fase poderemos elaborar o quadro de características sugerido pelo
material de produção escrita da Escola da Vila (ver material de 2010).

7º momento

Pedir que os alunos reescrevam em duplas o conto A Bruxa da Rua Mufetar,


inserindo o novo personagem. Durante a produção, supervisionaremos a turma
para ajudar a coordenar as alterações necessárias. Ao fim do trabalho,
orientaremos a revisão pelos próprios autores.

8º momento

Pedir que os alunos troquem os textos entre si e os revisem. O objetivo é


explicitar os problemas percebidos por leitores, mas não pelos autores.
Transcreveremos no quadro trechos dos textos revisados para que os estudantes
proponham mudanças, justifiquem-nas e decidam se devem ser feitas ou
não. Para isso poderemos usar os quadros comparativos elaborados com o grupo
de alunos, conforme sugestão do material da Escola da Vila.

9º momento

É hora de a turma escrever a versão final, digitar os textos e preparar o índice do


livro, a dedicatória, as ilustrações e a edição final. Este será o produto impresso e
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escrito para partirmos então para a primeira etapa da segunda parte do trabalho
que compreende o ambiente virtual.

Produto final
Livro de contos da turma e Moodle do ambiente virtual.

3.3 – Definição do tratamento a ser dado aos gêneros envolvidos na prática:

O professor deve levar para a sala de aula, diversos tipos de textos para que
possam ser explorados, a partir daí passar para as questões básicas do currículo,
fazer com que o aluno possa transitar pelas três posições enunciativas do texto:
ouvinte, leitor e escritor. Sendo assim, cabe ao professor criar “condições
didáticas para o aluno trabalhar com os comportamentos leitores e escritores".
Os gêneros textuais podem estar a serviço dos verdadeiros conteúdos: ler para
estudar, encontrar uma informação específica, tomar notas, organizar
entrevistas, elaborar resumos, sublinhar as informações mais relevantes,
comparar dados entre textos e, claro, enfrentar o desafio de escrevê-los. "Cabe ao
professor possibilitar que os alunos pratiquem utilizando textos de diferentes
gêneros".

Os registros e análises dos textos escolhidos devem transcrever ações


responsivas do professor durante a leitura e compreensão de textos em sala de
aula previamente, pois levaremos em consideração que esses textos tenham
contribuído para que o aluno se apropriasse do conhecimento de forma tranquila
e prazerosa, pois também considerou o ambiente interativo, o tempo necessário
e os objetivos traçados inicialmente.

Dentro das etapas gerais do trabalho é necessário ficar claro: Apresentação da


proposta para o grupo de alunos – conhecer um autor – Pierre Gripari – e parte
de sua obra; leitura e apreciação de títulos diversos de sua obra; análise de
marcas da obra desse autor: diversidade de títulos ou modalidades de leitura a
partir de comentários apreciativos e de discussões propostas pelos próprios
alunos e professores de classe.

Dos propósitos comunicativos os mais importantes devem ser considerados tais


como: ler para divertir-se, entreter-se; escolhes outros contos para compartilhar
com os amigos, emitindo opiniões a respeito do que leu; ler para conhecer outros
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mundos possíveis; recontar o conto através de produção escrita e oralidade;


apreciar as histórias lidas e ouvidas.

Como propósitos didáticos: ampliar o repertório de leitura de contos; identificar


algumas regularidades nos textos trabalhados; avançar na fluência leitora;
discutir e utilizar critérios e recursos que favoreçam o reconto; elaborar um
conto considerando características do sub-gênero e conhecimentos sobre o
personagem eleito; revisar enquanto escreve e depois do texto finalizado em
primeira versão; consultar outros textos, colegas e professores como apoio à
produção; revisar coerência, coesão, pertinência dos episódios, uso de verbos de
elocução.

A proposta incorpora alguns diferenciais, como o próprio tipo de conto. O conto


popular permite, por exemplo, algumas marcas de oralidade em falas de
personagens. Outro ponto é que a extensão do texto a ser narrado: toda uma
história ou metade dela exige um maior domínio sobre a sequência de episódios
e sobre uma forma de encadear um a outro, garantindo a “costura” necessária
entre os trechos do texto.

O levantamento do conhecimento prévio dos alunos se dará pela consideração de


que os alunos dessa série têm condições de discutir os diferentes recursos que
podem ser colocados em jogo durante a narrativa: estabelecer vozes para os
diversos personagens, contar com modelos de narradores, poder analisar
performances (dos modelos, de colegas e as suas próprias) e revisá-las serão
algumas das situações vivenciada pelos alunos ao longo do projeto e que serão
importantes para que ampliem sua competência e seus conhecimentos sobre
essa modalidade de uso da escrita e até da fala.

Os dois primeiros textos escolhidos para ser trabalhados serão os contos (do
mesmo livro de Gripari – Contos da Rua Brocá): “Diabinho Bom” e “A fada da
torneira”, cujos temas implícitos enfocam: a nossa formação como seres
humanos, “o bem e o mal e o bom e o mau”, que trata do assunto bondade e
maldade enfoca os contextos dados pela cultura, ora do “céu”, ora do “inferno”,
pois o “coitadinho” quer ser bom, mas acaba sendo banido do inferno, pelo
próprio pai, por estar tendo um mau comportamento!!! Que ironia, não é? Pois o
tal diabinho acaba tendo que passar por provas terríveis para ser aceito no céu.
O que vocês acham que poderíamos discutir nesse conto? Talvez a diversidade
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cultural? A valorização da cultura familiar? Discutiremos com os alunos nos


fóruns e em sala de aula.
“A fada da torneira”, trata de um assunto que consideramosbastante interessante
de se estudar – a valorização de uma cultura pagã, com métodos de dominação
de um vilarejo. Acreditamos que poderemos estudar um pouquinho de História a
partir dos assuntos abordados nesse conto, talvez possamos fazer uma pesquisa
sobre cultura pagã.

O último conto “Não sei quem, não sei o quê” é muito precioso, pois foi o único
conto de Gripari que não foi escrito com a ajuda das crianças e é uma reunião de
contos russos – uma proposta para pesquisa complementar.

3.3 – Levantamento da multimodalidade a que a prática de letramento


submete todos estes textos

As diversas linguagens do autor nos remetem ao trabalho com múltiplas


linguagens, a contar inicialmente com o próprio ambiente virtual e suas
linguagens. Utilizaremos ainda diversos textos de apoio, vídeos, debates em sala
e virtuais, etc.

3.4 – Investigação sobre as possibilidades de integração do projeto com


outras disciplinas

Em relação à interdisciplinaridade, além dos temas transversais, poderemos


enfocar:
Em geografia – trabalhar a localização dos fatos, o mapa pode aguçar a
curiosidade das crianças em questões ligadas à Geografia ou lateralidade, nesse
caso até a matemática. Como algumas crianças das turmas já conhecem Paris
podem até mesmo contribuir, assim poderemos explorar questões do local, como
valores e a diversidade cultural mencionada anteriormente. Quem sabe explorar
o Google maps, já que estamos no ambiente virtual o tempo todo.
Em arte – a produção visual dos contos, através da reprodução das cenas
descritas;
Em história, a possibilidade de pensar/ refletir sobre o tempo de cada ação nos
contos, através da análise dos textos narrados, temporalidade, características
dos personagens, etc.
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3.5 – Eventos de letramento decorrentes do trabalho dentro e/ou fora do


ambiente escolar

Os eventos de letramento serão múltiplos, já que o tempo todo lidaremos com as


leituras e construções escritas. Serão eventos de letramento na leitura, na
escrita, na oralidade e no ambiente virtual e suas diferentes linguagens em cada
contexto e ambiente. Os eventos acontecerão dentro da escola, em sala de aula,
em horários normais de aula, na sala de informática, em casa e até nos celulares
dos alunos. As parcerias serão com os professores, pais e colegas de sala dos
grupos dos quintos anos (todas as turmas).

3.5 – Avaliação dos trabalhos

A avaliação se dará de forma contínua e diária pela tutora do ambiente virtual e


professores de sala, através de devolutivas escritas, conversas individuais e em
grupos, a partir das produções individuais e coletivas; representações em sala,
participação nos fóruns de discussões; produções em wikis; conversas com os
pais e produções culturais nos eventos da Mostra de Arte da escola, Happy Hour
(atividade de apresentações culturais pedagógicas das produções bimestrais) e
Feira Cultural ao final do ano.

4. Bibliografia

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