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Noticia 10

Estudo Jovens pobres esforçados ficam atrás de ricos preguiçosos


A desigualdade começa no berço, até no acesso ao mercado do trabalho. A ideia, diz o
Washington Post, foi defendida na Conferência Anual do Banco da Reserva Federal de Boston
relativamente aos jovens americanos mas a sua abrangência ultrapassa fronteiras. O estudo
defende que os pais mais ricos têm mais tempo para dedicar aos filhos e para começar a
trabalhar também o dinheiro ‘fala mais alto’ do que a preparação.

Os jovens pobres que fazem tudo bem, regra geral, não se dão melhor no mercado do trabalho
do que os jovens ricos que fazem tudo mal, avança o Washington Post.

Richard Reeves e Isabel Sawhill defenderam esta ideia na Conferência Anual do Banco da
Reserva Federal de Boston, sublinhando que os estudantes pobres, por mais sucesso escolar
que tenham, são muitas vezes preteridos em relação aos filhos de pais ricos, que são
escolhidos pelas grandes empresas por influência dos progenitores ou acabam a gerir os
negócios da família.

O estudo faz referência à realidade americana mas, de acordo com o relatado pelo Diário de
Notícias na sua edição desta segunda-feira, também se pode aplicar à realidade portuguesa.
“Um miúdo de um bairro pobre não vai ter as mesmas oportunidades que tem um de classe
alta. Aliás, regra geral, pouco mais conhece do que as imediações do bairro, onde tudo
funciona como modelo”, esclareceu, à mesma publicação, Melanie Tavares, do Instituto de
Apoio à Criança (IAC).

As diferenças, no entanto, começam bem cedo. De acordo com o Washington Post, os pais
com mais possibilidades e com mais formação, passam mais tempo com os filhos e falam, pelo
menos, mais de três horas por semana com eles, deixando-os mais preparados para o futuro.

Um jovem pobre, mesmo que tenha sucesso na escola, dificilmente sairá do sítio onde mora,
ao contrário de um jovem que possa fazer estágios não remunerados e que possa ir de
Erasmus, por exemplo.

Nenhum dos dois paradigmas serve como um exemplo que se possa generalizar, existindo
exceções nos dois casos mas, regra geral, os jovens provenientes de famílias com menos meios
tem mais dificuldade em singrar na carreira pois precisam de ajudar os pais ou de pagar os
estudos e despesas (ou outras dívidas) deixando-os com menos possibilidades de conseguir
empregos que exijam mais estudos.

Por Notícias ao Minuto, 20 de Outubro de 2014

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