You are on page 1of 15

A LINGUAGEM: TEORIAS QUE EXPLICAM O SEU USO E

FUNCIONAMENTO

Luciana Virgília Amorim de Souza

Resumo

O trabalho consiste em analisar o conceito de língua dentro da psicolinguística, e tem


como resultado mostrar as teorias de aquisição da linguagem e o conceito de filosofia da
linguagem dentro da linguística. A psicolinguística iniciou em 1950 com o estudo da
linguagem e mente, se preocupa com a linguagem, enquanto a aquisição, foi primeiro
formulada por Noam Chomsky, dentro da comunicação humana. A linguagem é uma
atividade sociocognitiva que produz e compreende os sistemas dos significados
linguísticos, entretanto, codifica pensamentos, ideias e palavras, são estruturas que
envolvem um processamento mental. Apresenta pesquisa bibliográfica baseada em
artigos, livros e autores como: Kristeva, Chomsky, Auroux, Ilari, Calvet, Moreira,
Azenha, Mussalin, dentre outros.

Palavras-chaves: Aquisição; Linguagem; Psicolinguística

Introdução

A linguagem, como sistema de comunicação, gera línguas humanas que são


naturais e socioculturais que produzem frases, palavras compreendem textos e se
desenvolvem de maneira espontânea. A língua pode ser interna e externa, segundo
Chomsky. A língua interna é individual cognitiva e mental e psicológica, esses aspectos
são intrínsecos ao homem. Já a língua externa é sociocultural, compreendem os sons,
palavras, regras gramaticais, escrita, gerando comunicação e interação, perpassando
pelos aspectos cognitivos, psicológicos, socioculturais.

1
Graduada em Serviço Social pela Faculdade Dom Luiz de Orleans e Bragança/BA, Graduada em
Letras Vernáculas pela UNIT- SE; Graduada em Espanhol pela UNISEB – COC/SE; Especialista em
Metodologia do Ensino de Linguagens – Eadcon/Bahia; Especialista em Metodologia da Língua
Espanhola pela Face/BA . Especialista em língua inglesa- Face/BA; Especialista em Mídias da Educação/
Uesb/BA; Especialista em Linguística e Literatura pela Universidade Cândido Mesndes/ RJ; Especialista
em Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade São Luis de França/SE. Professora do Estado da
Bahia na Educação Básica. E-mail: luvirgilia@hotmail.com.
Chomsky revelou seus conceitos baseados na língua-E (Externa diz respeito aos
conteúdos semânticas (uso da língua) e a Língua-I (Interna) refere-se aos atos da
comunicação, correspondendo às expressões linguísticas e lexicais e pragmáticas. A
gramática gerativa ou universal conceitua a diversidade linguística.
No conceito da língua existem duas abordagens: a prescritiva que é a normativa
e se aplica aos falantes da língua e usos linguísticos, já a abordagem científica está
ligada ao modelo da teoria gerativa de Chomsky em que trata da língua e linguagem
dentro dos conceitos da língua E e língua I.
A primeira parte deste artigo comenta sobre as teorias que embasam a aquisição
da linguagem são: empirista (cognitivismo) ou construtivista (Piaget/ Epistemologia
Genética), behaviorista (Skinner), inatista (Chomsky) gerativismo-transformacional).
Na teoria behaviorista, nos referimos à Skinner, em que se baseia teoria estímulo-
resposta-reforço. Na teoria gerativa de Chomsky, baseiam-se na gramática gerativa ou
universal do inatismo (instintiva).
Na segunda parte do artigo fala sobre a psicolinguística questionando os
métodos utilizados de comparação das línguas, os estudos sobre o estruturalismo e sobre
os neogramáticos, fala também sobre o uso da língua de acordo com a competência do
falante, dentro de uma sentença e produção do discurso, sobre a gramática universal
dentro da teoria gerativista e finalmente sobre a significação e valor da linguagem de
acordo com o funcionalismo de Jakobson.
Na última parte deste artigo propõe mostrar os estudos da linguagem dentro da
filosofia da linguagem numa abordagem sobre os teóricos como Chomsky, também
questiona as teorias sobre evolução da linguagem e sua transformação, além de abordar
sobre o uso e função da língua na comunicação humana. A língua é um instrumento de
comunicação, é um fator social sendo formada de estruturas que completam e se
relacionam. A língua é um meio de transmissão de ideias e informação de persuasão,
conscientização, libertação e dominação, exteriorizar pensamentos.

1 As Teorias da Aquisição da Linguagem

Na idade média os homens estudaram a linguagem de maneira subjetiva e abstrata,


apenas questionando o conteúdo e a forma, ou seja, a essência da linguagem. Para
Platão, a linguagem era reconhecida como “a forma de ler e escrever corretamente” uma
ciência que dava origem a outras ciências, a chamada gramática Universal, que se via a
luz da Filosofia Escolástica.
O uso da linguagem perpassa por expressões e estruturas psicológicas da
decodificação do código linguístico dentro das palavras, orações, texto. As expressões
perceptíveis e sensoriais da linguagem entram dentro da produção, na fala, no gesto e na
escrita. A teoria de Chomsky se opôs a de Skinner por não concordar com a
mecanicidade da linguagem, e não deixarem os fatores criativos da linguagem fluírem.
Na teoria construtivista de Piaget, embasamos a teoria interacionista da
equilibração e desequilibração, acomodação e assimilação. Nesta teoria também
encontra-se a de Vygotsky, a sociointeracionista, em que a criança aprende de forma
interativa com o meio social.
Segundo a teoria de Piaget, sobre a aquisição da linguagem, a teoria
epistemológica ou construtivista, baseia-se na teoria da equilibração e deseliquilibração,
primeiro ocorre à assimilação, depois a acumulação, a fixação ou sedimentação do
conhecimento. A teoria de Piaget se remete a construtivismo cognitivismo em que a
criança aprende entre a troca de conhecimento entre o ambiente e o organismo através
da assimilação e acomodações, que correspondem ao desenvolvimento da inteligência
humana.
Existem quatro estágios para que isso ocorra: sensório-motor, pré-operatório,
operatório-concreto e operatório-formal. O desenvolvimento da linguagem se dá de
forma sistemático-representativa em que primeiro vem à aquisição da inteligência para
depois vir a linguagem em si.
A aquisição da linguagem está vinculada ao simbólico em que a criança ao
assimilar e acomodar o conhecimento, passam por quatro estágio sensório-motor, pré-
operatório operatório-concreto e operatório-formal, de forma que apreende o objeto
desenvolvendo a inteligência que passa de um fator linguístico para a representação
sistematizada, assim a criança desenvolve inicialmente a inteligência, através do
manuseio com o objeto e a interação com o meio social, para depois aprender a
linguagem.
O input é o resultado da entrada de impulso ou estímulo que gera aprendizagem
e conhecimento. O output é a saída que gerou um a produção do estímulo com um
comportamento que contribui para as teorias cognitivas da aprendizagem. O
desenvolvimento da linguagem e sua aquisição, segundo Chomsky, parte do princípio
de que quando a criança aprende gera um input (entrada), ou seja, um estalo, segundo a
psicolinguística, um despertar para a aprendizagem. Segundo Chomsky, a aquisição da
linguagem dentro da teoria gerativista se dá por dois processos: o DAL feito através de
frases e da fala e o input dos adultos, em que gera informação. O input linguístico
corresponde às experiências que a criança absorve em contato com o meio social.
A psicolinguística estuda a aquisição da linguagem da segunda língua, da
aquisição da escrita e da língua materna. A psicolinguística se depara com as teorias de
Chomsky da gramática universal e internalizada e a teoria, esforço-resposta-reforço de
Skinner que se contrapõem a essas teorias. Jean Piaget trata do cognitivismo e Vygotsky
do interacionismo em que a criança aprende o conhecimento com a mediação do outro,
numa troca comunicativa e interação social no ambiente social a chamada de teoria
sociointeracionismo.
A língua se diferencia devido a seu universalismo na sua teoria ente o sintático e
gramatical. O processo de aquisição da linguagem envolve o pragmático, a
comunicação dentro de um contexto social, o fonológico (os sons e a percepção),
formando frases e palavras, regras sintáticas (que se refere ao significado gramatical) e
morfológicas (compreensão de frases fazendo sentido e gerando informação). A
psicolinguística estuda três vertentes: aquisição da língua escrita, a aquisição da segunda
e a aquisição da língua materna, em que Saussure pesquisou junto a Bloomfield, em
linguística histórica e gramática comparada, e se contrapõem as teorias de Chomsky da
gerativa-transformacional.
A língua se diferencia devido a seu universalismo na sua teoria ente o sintático e
gramatical, a criatividade proporciona um número infinito de sentença, sendo natural e
que Vygotsky discordou por não achar a linguagem inata vindo das emoções, dos
desejos, das motivações, e sim da interação entre as pessoas e o meio ambiente.
Vygotsky e Piaget estudaram as teorias da aprendizagem e da inteligência
humana. Pavlov estudou o condicionamento clássico, que foi anterior às ideias de
Skinner, do condicionamento operante, que partiu da experiência com ratos da caixa de
Skinner, da teoria estímulo-resposta, dizendo que a linguagem é adquirida de forma
mecânica, repetitiva e memorizável, contrariando as ideias de Chomsky da linguagem
inativa e instintiva. Essas toeiras de Skinner são mentalista e racionalista da linguagem.
A teoria Brunner do input e output diz respeito à capacidade motora, ampliação
dos sentidos e raciocínio da criança eu são representadas pelo pensamento. O processo
de aprendizagem da aquisição da linguagem para Vigotsky se dá pela aplicação da zona
do desenvolvimento proximal (o real e o potencial), ou seja, numa comunicação, a
criança num meio social de interatividade com o adulto, em que facilita o aprendizado e
absorção de novas palavras numa troca linguística e comunicativa.
As teorias que embasam a aquisição da linguagem são: a empirista, behaviorista,
inatista (gerativa), construtiva. Quando falamos na teoria behaviorista ou
comportamental nos referimos à Skinner, a aquisição da linguagem materna se dá a
qualquer momento, tempo e em qualquer outra língua que são baseados em estímulo e
reações. Esta teoria baseou-se nas teorias como Skinner e Bloomfield nos estímulos-
resposta-reforço que chamamos de condicionamento operante.
O simbólico de Skinner foi primeiramente estudado por Pêcheux, com a teoria
do discurso com análise do discurso, por Marx, por Freud, na sua teoria do
desenvolvimento psicossocial da sexualidade das crianças, e por Althusser, além de
Lacan. Essas teorias baseadas no imaginário, no simbólico e no real. A teoria gerativista
de Chomsky contrapõe à teoria behaviorista de Skinner, pois anulava o caráter criativo
da linguagem, capaz de criar novos conceitos e ideias dentro da própria língua. Assim,
as línguas deixam um caráter comportamental, mecânico, para adquirir um caráter
mental e natural, além de criativo.
Os estudos dos neogramáticos vieram anterior ao estruturalismo de Saussure,
com Diez e Boop com o método comparativo das línguas, que se opuseram a Chomsky
e Saussure. O processo evolutivo das línguas segue uma ordem predeterminada, e esses
fatores que influenciam na evolução são de ordem natural. O método comparativo foi,
inicialmente, realizado por Franz Bopp em 1816 com um estudo comparativo entre as
línguas latina, germânica, sânscrito, grego e persa e mais tarde idealizado pelos estudos
de Diez.
No final do século XIX e nas principais décadas do século XX,
várias tendências reagem contra o método histórico-comparativo
e contra a maneira como ele levava a representar “novas”
resultam de uma reflexão filosófica ou teórica sobre linguagem,
como é o caso do chamado “idealismo linguístico” ou da escola
linguística de Saussure; outras surgem no próprio campo de
estudo das línguas românticas, como resultado de um contato
mais direito como os dialetos neolatinos.” (ILARI, 2002, p.25).

O método comparativo se remete ao estudo das semelhanças linguísticas de


ordem fonética entre as palavras o que para o falante facilita o aprendizado de vários
idiomas da mesma raiz latina. O método idealista é de cunho estético e artístico cujas
regras são únicas de expressão, ou seja, fixa na sua transmissão oral. A variação das
línguas ocorre no momento do seu uso pelo falante. Esse método foi criado por Karl
Vossler aplicando às línguas românicas ligando os fatos linguísticos, a linguagem de
maneira que a língua é motivada e imprevisível, sendo que ela é atribuída à expressão
da alma, a arte, a espiritualidade, e a estética da apreciação do belo.
A produção literária para esse método idealista é decorrente da criatividade
individual do falante em que os fatos linguísticos são de ordem cultural e artística. O
método está ligado às expressões pessoais e íntimas na maneira de falar e ser de cada
usuário da língua.
A linguagem para o idealismo linguístico valoriza a liberdade de criação na hora
de se comunicar entre os indivíduos de forma a prescrever a sua individualidade,
intuição e expressividade.
O austríaco Schuchardt, após os neogramáticos como Diez, em que as leis
fonéticas explicam as mudanças linguísticas, e assim afirma que as mudanças não
ocorrem no momento da fala e sim que ocorre dentro das variações linguísticas.
Acredita também, que a mudança além dos fatores de variações quanto ao sexo, idade,
nível de escolaridade, ela ocorre nos cruzamentos étnicos e culturais. A visão de que a
língua é vista pelo seu lado individual e pessoal tem seus caráter subjetivo.

As línguas mudam todos os dias, evoluem, mas a essa mudança


diacrônica se acrescenta uma outra, sincrônica: pode-se perceber
numa língua, continuamente, a coexistência de formas diferentes
de um mesmo significado. Essas variáveis podem ser
geográficas: a mesma língua pode ser pronunciada
diferentemente, ou ter um léxico diferente em diferente pontos
do território. Desse modo, um réptil comum em todo o Brasil é
chamado de “osga” na região Norte, “briba” ou “víbora” no
Nordeste, e “lagartixa” no Centro-Sul. Um atlas linguístico
como o de Gilliéron e Edmont nos dá milhares de exemplos
dessa variação regional”.(CALVET, 2007, p.89).

As diferenças e variações do uso da língua não são as melhores formas correta


do uso do falante, mas se destaca pela produção comunicativa, da utilização da língua
enquanto interação social entre os interlocutores. A história das línguas está baseada nos
estudos sociológicos e ao fato social sendo que linguística parte neste caso dos fatores
antropológicos. A aprendizagem de uma língua pressupõe consequentemente
comunicação, para atingir a língua alvo, é necessário falar o idioma e não apenas
aquisição dessa língua. A aquisição do idioma se volta para contextualização e vivência
no cotidiano.
O valor do discurso e da comunicação social, não se dá pelo preconceito e
estigmatização das variantes dialetais, mas em valorizar os processos discursivos da fala
privilegiando os atos da comunicação em relação à língua com a realidade da interação
social em oposição a normatização da gramática numa comunicação entre os usuários
da língua.
A linguagem enquanto a aquisição, foi primeiro formulada por Noam Chomsky,
dentro da comunicação humana, mostra as estruturas psicológicas da decodificação do
código linguístico dentro das palavras, orações, texto, as expressões perceptíveis e
sensoriais da linguagem, entra dentro da produção comunicativa, na fala, no gesto e na
escrita.
A troca de mensagem, a decodificação e codificação da linguagem são tratados
dentro dos aspectos linguísticos em que a linguagem, de maneira usual, como sistema
aberto, permite várias interpretações possibilitando surgir novos conceitos e sentidos.
A linguagem como expressão do pensamento vai ser o produto dessa
transmissão. A linguagem é própria do homem como algo natural. O produto que é fruto
da linguagem incluem todos os tipos de linguagem com a matemática, a física, a da
engenharia, e utiliza como substrato para a comunicação um instrumento. A língua,
assim como a cultura, varia de acordo com cada povo e civilização e cada indivíduo.

Não há uma só sociedade destituída desse tipo de linguagem. Desde as


raças superiores até as mais bárbaras, todo homem fala, todo homem
pode comunicar seu pensamento, por mais simples e limitado que seja.
Parece, portanto, evidente que a linguagem é natural no homem. Sua
constituição, as condições de sua existência, seu desenvolvimento
histórico – uma dessas coisas apenas ou todas juntas – tornam
inequívoco seu apanágio. (WHITNEY, 2010, p.18).

A capacidade do indivíduo de adquirir a linguagem é cognitiva, o domínio de


uma língua é instintivo e inato, constitui uma invenção cultural, cuja habilidade é falar,
aprender e compreender, além de interpretar, sendo que essa mesma língua pode ser de
prestígio, aquela que possui normas e regras, e de desprestígio, em que há um
preconceito linguístico e estigmas.

2 A Psicolinguística e Chomsky
A psicolinguística trabalha com as áreas a neurociência, neurolinguística, a
psicologia e ciências cognitivas. A aquisição da linguagem dentro da psicolinguística
envolve a fala, a produção oral e escrita, distúrbios da linguagem e pensamento.
A psicolinguística trabalha com a aquisição e desenvolvimento da linguagem
como seu objeto de estudo. Para Chomsky, a linguagem é inata ou instintiva, pois
homens são capazes de desenvolver sentenças e enunciados que dependem da intuição e
criatividade.
A teoria de Chomsky como natural, inata, de criatividade, de competência do
falante, está dentro da perspectiva individual social e estruturada da gramática universal,
gerativa e transformacional. Segundo esta teoria, todos nós já nascemos com a
capacidade de desenvolver a linguagem, pois o uso da linguagem se dá pela
compreensão e sua aquisição dentro dos domínios da fala.

O estudo da linguagem humana levou Noam Chomsky, por exemplo,


a considerar a existência de uma capacidade geneticamente
determinada, um “equipamento” que faria parte do espírito humano na
aprendizagem da língua. Deste ponto de vista, não seria possível
descrever a origem do conhecimento e das estruturas mentais pela
interação organismo e meio ambiente. (AZENHA, 2004, p.21).

A percepção, a sensibilidade, o sensório, as emoções, o sentimento se encaixam


dentro do processo de aquisição da linguagem se dá dentro da pragmática em que se
refere a um contexto social, cultural, fonológico, que envolvem a palavra, som,
semântico, significância e morfológico. O significado gera outros significados, pois o
conceito gera várias imagens acústicas, a intertextualidade: o signo gera várias leituras e
interpretações (que traz sentido). O processo de mudança atrelado ao processo de
aquisição da língua tem dois aspectos a serem analisados como: o primeiro que a
mudança ocorre de maneira homogênea e que demoraria várias gerações para ocorrer tal
processo de evolução na língua.

Consideramos, portanto, cada língua como uma instituição e uma


daquelas que, em cada sociedade, constituem a civilização. Como
todos os outros elementos da cultura, ela varia em cada povo e mesmo
em cada indivíduo. Há sociedades nas quais a língua está circunscrita
nos limites da raça. (WHITNEY, 2010, p.255).

A língua humana é abstrata, para ocorrer à concretização da língua existe a


gramática que caracteriza e mostra a evolução da língua. Quando há uma falha na língua
não houve evolução e gerou a estabilidade da língua, marcando o momento crítico da
aquisição e evolução da linguagem.
A segunda, de que mudança ligada à aquisição da língua e alteração ocorre em
uniformidade em uma geração de forma rápida e abrupta. A realidade é que a variação,
a evolução e a mudança ocorrem de forma lenta e gradual de acordo com os aspectos
empíricos.
O estruturalismo se caracteriza como um sistema heterogêneo da língua em que
constantemente há mudança da língua e consequentemente sua evolução. Quando há um
sistema homogêneo e idealizado a língua ficou estática, não correndo nem a mudança
nem a evolução. A gramática gerativa por ser de natureza mental ocorre a diversidade,
mudança e evolução da língua.

O estruturalismo de Saussure pode ser resumido em duas


dicotomias (que, juntas, cobrem aquilo a que Humboldt se
referia em termos de sua própria descrição da forma interna e
externa): (1) langue em oposição a parole e (2) forma em
oposição à substância. Embora langue signifique “língua” em
geral, como termo técnico saussuriano fica mais bem traduzido
por “sistema linguístico”, e designa a totalidade de regularidades
e padrões de formação que subjazem aos enunciados de uma
língua.” (WEEDWOOD 2002, p.127).

A evolução da língua (diacronia) se remete ao processo de aquisição da língua e


mudança linguística. Os funcionalistas {teoria baseada nas ideias de Roman Jakobson/
escola de Praga (som)} em que formulou a função da linguagem como expressiva,
informativa e estética, se opondo à teoria de Chomsky da gramática universal.
A ideia do funcionalismo baseou-se nos falantes da língua, com Roman
Jakobson destacou a funções da linguagem em expressiva, informativa e estética e a
função da língua em referencial, conotativa, emotiva, fática, metalinguística, poética,
denotativa, conotativa, sendo que no funcionalismo, a linguagem é articulada de
maneira que proporcione interação social.
A psicolinguística se depara com as teorias de Chomsky da gramática universal
e internalizada, a teoria, esforço, resposta-reforço de Skinner que se contrapõem a essas
teorias. Jean Piaget trata do cognitivismo e Vygotsky do interacionismo em que a
criança aprende o conhecimento com a mediação do outro numa troca comunicativa e
interação social no ambiente social, o que chamamos de teoria sociointeracionismo, pois
o conhecimento, neste caso, é uma troca entre os participantes de forma compartilhada.
A aprendizagem das regras se remete a significação e interpretação da
comunicação. As dificuldades de aprendizagem podem ser a dislexia, déficits
cognitivos, problemas neurológicos, ambientais e genéticos.
Nos conceitos relacionados à pragmática que envolve a interação social dentro
dos aspectos da fonologia, sintaxe e semânticas, a aquisição da linguagem é adquirida
através do meio social com os atos da fala dentro de um contexto cultural e social.
A linguagem é defendida no seu conceito estrutural e a criança aprende de forma
interativa dentro do meio social. Para Piaget, a linguagem é aprendida com interação da
sociedade. Na linguística aplicada se preocupa como ensino de língua e inter-relação da
linguagem com o pensamento.

Considerar a realidade como formada por partes isoladas,


de fatos anatômicos, segundo a expressão de Russel e
Witgenstein, é uma das características que mais têm pesado
sobre a prática da pesquisa na educação. Pois a visão isolada dos
fenômenos sociais, oposta à ideia de integridade e de
transformação dialética, permitiu que nossos pesquisadores
realizassem estudos, por exemplo, sobre o fracasso escolar,
desvinculando de uma dinâmica ampla e submetidos a relações
simples, sem aprofundar as causa. Não era feito um estudo mais
aprofundado, desconsiderando todo o contexto. A evasão na
primeira série surgia como relacionada com os anos de
magistério dos professores, com seu grau de formação
profissional, seu nível sócio econômico etc. Para o positivismo
não interessavam as causas dos fenômenos, isso não era
positivo, não era tarefa da ciência. Buscar as causas dos fatos,
era ter uma visão desproporcionada da força intelectual do
homem, de sua razão isso era metafísico. Assim, tendo os fatos
como único objeto da ciência, fatos que podiam ser observados,
a atitude positivista consistia em descobrir as relações entre as
coisas. O que interessa ao espírito positivo é estabelecer como se
produzem as relações entre os fatos. (HERMANY,
viaweb.awardspace.com/artigo/artigo_ines.doc. As três
Correntes Teóricas).

A metafísica explica a relação e a consequência entre os fatos, o que para o


positivismo isto não interessava. Para o positivismo, contraria as ideias de Witgenstein
porque não interessava as coisas dos fenômenos apenas observar e tirar a teoria que
explica a realidade, para este caso explicar os fatos tiraria o caráter inteligente da razão
humana.

2 A Filosofia da Linguagem
O homem tem a capacidade de usar a língua da maneira natural e após 1950
introduziu um novo conceito de linguagem, após as ideias de Saussure. A linguagem
usual e comum é vista por Chomsky como algo automático, independente e que surge
naturalmente, pois há uma complexidade de riqueza e simbologias com detalhes que
formam variadas interpretações e muitas expressões linguísticas.

Todo falante domina implicitamente um sistema muito


detalhado e preciso de procedimento formais de agrupamento e
interpretações de expressões linguísticas. esse sistema é
constantemente usado, de modo automático e inconsciente , para
produzir entender novas sentenças, uma característica do uso
comum da linguagem. (CHOMSKY, 2006, p. 6).

Na linguagem há um conjunto infinito de sentenças para elementos finitos,


sendo que a linguagem surge de forma natural que são os sons e as letras. A linguagem
como reflexo da mente entra no campo de estudos da cognição humana em que se refere
à capacidade do homem de falar de modo criativo o que leva a um número infinito de
sentenças e expressões linguísticas produzidas durante um diálogo.
Na teoria sobre a evolução humana, o homem se difere do animal por saber
associar o som que ouve às ideias, dando um sentido e interpretação. A filosofia da
linguagem estuda os formalismos lógicos, analisa técnicas do papel do uso da
linguagem. A filosofia da linguagem se remete a dois conceitos, o primeiro a
significação que está ligada à palavra ou à frase e a segunda ideia de universalidade está
associada ao pensamento, sendo que a universalidade é a própria metafísica dentro da
ciência da linguagem.
A linguagem dentro dos conceitos de Aristóteles está dentro das questões da
comunicação e do conhecimento em que ocorrem problemas de ordem semântica como
a ambiguidade, ou seja, dois sentidos para uma mesma ideia ou enunciado.
A partir do século XIX, a linguagem passou a ser vista de forma mais comum e
usual dentro dos estudos da filosofia da linguagem em que se valorizavam as questões
técnicas e suas discussões a respeito dos problemas ontológicas, ou seja, atrelados ao
ser. Isso tudo tem seu significado dentro do campo da consciência da intencionalidade,
assim pode-se aferir que tudo isso nos remetemos aos estudos da gramática universal.
Ela dependeria de uma propriedade de nossa consciência, a
intencionalidade (“toda consciência é consciência é algo”), pela
qual nada tem sentido a não ser na visada de uma consciência. A
partir daí, abre-se a possibilidade de conhecer um gramatica
universal a priori. (AUROUX, 2009, p. 9).

Para haver linguagem tem que existir a razão que está intimamente vinculada ao
homem, assim, a razão e a linguagem formariam a língua universal. A diferença dos
homens e dos primatas consiste que os primatas não possuem fala. O homem sabe
dominar a língua dentro do ambiente social, sendo que a linguagem possui aspectos
físicos que são a fala e o som e aspectos biológicos. Para Aristóteles, a linguagem
possui símbolos que são elementos essenciais que estão dentro dos estados da alma que
estão ligados intrinsicamente ao falante.
Quando os hábitos e costumes de sua sociedade se transformam ou alteram, a
língua também sofre modificações. Por fatores históricos internos e externos a língua se
modifica de acordo com as necessidades dos falantes. A linguagem proporciona ao
homem a comunicação e se relacionar com o seu semelhante.
A linguagem como veículo de comunicação possibilita a troca de experiência, o
pensamento, a imaginação, nomear criar, transformar e não existe sociedade sem
comunicação.
A comunicação envolve emoções, sentimentos, troca de ideias, numa linguagem
independente e autônoma. Com Platão, se preocupou em separar o conceito da palavra e
a relação entre si. Com Varrão, criou-se a gramática e suas relações com o discurso.
No século XVIII, a linguagem se funde ao pensamento e a razão. No século XIX
ocorreu o estudo comparativo entre as línguas, o período ficou conhecido como
gramática comparativa ou linguística histórica.
No século XX, com Saussure, a linguagem passa a ter um estudo mais científico.
Com a linguística, o método científico passou a observar, descrever o fato e formular
suas hipóteses, dando como resultado uma teoria científica.

Leibniz vê a linguagem como símbolo que gera pensamento, ou


seja, uma consequência daquilo que imaginamos e externamos
através de pensamento que é concretizada pela linguagem.
(MOREIRA, 2005, p.11).

Vê-se por aí que dois domínios teóricos aparentemente tão distantes são tratados
por Leibniz a partir de procedimentos comuns, fundados em um pressuposto: o de que a
linguagem, entendida como um sistema de símbolos a representar os conteúdos mentais,
bem como os objetos a que se referem tais conteúdos, é bem mais que um expediente
que facilita o exercício do raciocínio. O pensamento é algo natural e acessível aos
sentidos que está dentro da alma, para Descartes, a alma está atrelada ao corpo, fazendo
parte dele, intrinsicamente ligada, o pensamento é externado através dos símbolos que
são representados por algo. A alma é a própria faculdade de pensar. A ideia é fruto do
pensamento. A significação das palavras possui uma relação com o mundo das ideias e
está também vinculada a suposição.
A língua faz parte do corpo social do indivíduo, sendo objeto de estudo da
linguística. A linguística engloba outras ciências de investigação como a psicologia e a
antropologia. A linguagem é tanto social como individual, abrange várias áreas como a
filosofia, psíquica, física.
A língua é do falante e resulta da combinação de um código linguístico, sendo
que é individual, mas existem leis que regulamentam a comunicação. A relação da
língua do falante é um produto social, sendo que dentro de um discurso entre os
interlocutores há uma função que determina a língua e a comunicação.
Chomsky quando diz que a linguagem surge naturalmente, também afirma que
na língua há propriedade e estruturas características e próprias que já são conhecidas
desde sempre pelas crianças ao se apropriar das primeiras falas num discurso oral.
A sua teoria gerativismo transformacional aplica aquisição da linguagem como
uma estrutura social própria do homem, ou seja, inata, pois toda espécie humana tem a
capacidade de nascer com a habilidade do uso da linguagem.

Considerações Finais
A linguagem ao ser utilizada pelo falante expressa uma identidade cultural e
linguística, identificando sua origem e comunidade. A ferramenta de Comunicação
desenvolvida na escala através das aulas de Língua Portuguesa serve aperfeiçoar o
objeto de ensino e aprendizagem.
A divulgação das línguas existe para conhecermos a cultura e civilização de um
povo. É através da língua e do seu aprendizado que nos inserimos num mundo
culturalmente diversificado, divergentes diversidade cultural.
A língua, segundo Krashen, é adquirida de forma natural e inconsciente, não se
precisa de regras gramáticas para sua aquisição. Quando o processo de aquisição da
língua se dá de maneira consciente ocorre um monitoramento do erro que cometemos,
ao utilizarmos a língua numa comunicação.
Ao se comunicar, o aluno aprende a segunda língua não por falar, mas para por
em prática a função social da língua que é comunicar quando sente a necessidade de
falar quando for preciso.
O estudo da língua vem de muitos anos atrás, é milenar, o estudo da língua
torna-se interessante por se tratar de tema cultural em destaque frequente em pesquisas
linguísticas no mundo inteiro. No século XIX destacaram-se pelo estudo comparativo
empírico das línguas pelos mais variados e inúmeros idiomas existente, o que
caracteriza ser um estudo de caráter cultural. Neste período, os estudiosos se
interessavam pelo estudo da gramática comparativa e da linguística histórica.
Com o método comparativo-histórico de Franz Bopp no século XIX, destacou
para fazer uma análise linguística comparando as línguas persa, grega, germânica e
latina afirmando que há um grau enorme de afinidade e parentesco com as línguas indo-
europeias.
A linguagem se remete a aquisição de uma língua particular própria de cada
indivíduo e acesso a informação, interação social no sentido de troca de conhecimento,
criatividade, cultura, e senso crítico.
Sobre a influência dos sociólogos Levi-Straus e Durkhein, Saussure deu
embasamentos teóricos a linguística no século XX, configurando assim, como o “Pai da
Linguística”. Ele definiu as diferenças entre língua e fala, signo linguístico, sincronia e
diacronia, relações paradigmáticas e sintagmáticas. Saussure conceituou signo
linguístico como a relação existente entre o concreto (significado) e a imagem acústica
(significante). Ainda atribuiu ao signo linguístico à arbitrariedade e linearidade.
A Língua (langue) é social e a fala (parole) é individual, como dizem a língua é
do falante. A língua possui convenções necessárias, é sistemática, funcional, possui
ideias distintas, é homogênea e exprime pensamentos e ideias. A fala é heterogênea e
um ato individual de cada pessoa. A língua se realiza concretamente através da fala. A
fala não leva em conta as estruturas funcionais e estruturais. Não é um sistema e não é
heterogênea.
Com Jakobson, priorizou o estudo do som destacando para as diferenças entre
fonética e fonologia A linguística estruturalista começou com as produções dos estudos
de Ferdinand Saussure no século XX.
A relação entre o significado e o significante é uma convenção social, ou seja,
arbitrário, depende do falante da língua, e tem um caráter linear cuja imagem acústica é
emitida uma após o outro. O desenvolvimento da competência linguística está baseado
no ato comunicativo quando envolve o psicológico e a situação em que a criança se
encontra no meio social.

Referências

AUROUX, Sylvain. Filosofia da Linguagem. Trad. Marcos Marcionilo. São Paulo:


parábola, 2009.

AZENHA, Maria Graça. Construtivismo de Piaget a Emília Ferreiro. Ática, São


Paulo, 2004.

CALVET, Louis-jean. Sociolinguística um Introdução Crítica. São Paulo: Parábola,


2007.

CHOMSKY, Noam. Sobre a Natureza da Linguagem. Trad. Marylene Pinto Michael.


Martins Fontes: São Paulo, 2006.
GOULART, Iris Barbosa. Experiências Básicas para Utilização pelo Professor.
Vozes, Petrópolis/RJ, 2011.

FRANCHETTO, Bruna. LEITE, Yonne. Origens da Linguagem. Jorge Zahar Editor,


Rio de janeiro, 2004.

HERMANY, Mariane Inês. As Três Correntes Teóricas.


viaweb.awardspace.com/artigo/artigo_ines.doc. Acesso em: 08/12/2014.

ILARI, Rodolfo. Linguística Românica. 3ªed. São Paulo: Ática, 2002.

KRISTEVA, Julia. História da Linguagem. Portugal: Artes e Comunicação, 2007.

MOREIRA, Vivianne de Castilho. Leibniz e a Linguagem. Jorge Zahar Editor, Rio de


Janeiro, 2005.

MUSSALIN, Fernanda. BENTES, Anna Crhistina. Introdução à Linguística


Domínios e Fronteiras. São Paulo, Cortez, 2001.

Whitney. W. D. A Vida da Linguagem. Petrópolis/RJ, Vozes. 2010.

WEEDWOOD, Barbara. História Concisa da Linguística. São Paulo: Parábola, 2002.

You might also like