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Índice
Editorial.................................. 3
Rápidas................................... 4 Serviço de Informação Missionária
Ano 46 - No1 janeiro a março de 2018
Destaque................................. 5
Ano Nacional do Laicato e missão
Laudelino Augusto
Nossos Missionários.................. 6
Um padre, muitos jovens e uma mochila
Pe. Roberto Cesar
Testemunhos.......................... 12 Expediente
Desafios da missão Direção:
Antônia Helena Lima Santos Pe. Maurício da Silva Jardim
(diretor nacional das POM)
Comunhão e missão
Nossa primeira edição do ano de 2018 traz como destaque o Ano do
Laicato, celebrado de 26 de novembro de 2017, na Solenidade de Cristo
Rei, à 25 de novembro de 2018. O tema escolhido para animar a mística
deste ano foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a servi-
ço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14.
É justamente neste espírito que as Pontifícias Obras Missionárias
apresentam esta publicação, trazendo nestas páginas testemunhos da
vida de missionários que dedicam seu serviço na evangelização dos po-
vos pelo mundo todo. O Ano do Laicato apresenta como objetivo ge-
ral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos
cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua
Divulgação
identidade, vocação, espiritualidade e missão; e
testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na socieda-
de”. Os desafios, alegrias, descobertas e encon-
tros da vida missionária em meio ao povo foram
partilhados nesta edição, alimentando a força da
sinodalidade e da comunhão.
Papa Francisco, em seu quinto ano de pon-
tificado, convida os pastores do Povo de Deus a
assumirem os desafios da Evangelização, tanto em
âmbito religioso como no social. Inspirados pela
nova Ratio Fundamentalis Institutionis sacerdotalis
do Papa Francisco, a Igreja no Brasil reunida em
III Missão Sem Fronteiras – Viamão (RS)
Assembleia Geral da CNBB terá como tema cen-
tral a atualização das Diretrizes para a Formação dos Presbíteros. Nesta
edição, Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente
da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida
Consagrada da CNBB, apresenta reflexões deste processo. O documento
da Congregação para o clero, publicado no dia 8 de dezembro de 2016,
explicita às Igrejas locais como realizar a formação dos futuros presbí-
teros e a necessidade de formação permanente. Em sua essência está a
importância do acompanhamento do clero nas quatro dimensões do pro-
cesso formativo: humana, espiritual, intelectual e pastoral.
Complementa a edição uma síntese sobre a preparação do 5º Con-
gresso Missionário Americano (CAM 5), que reunirá na Bolívia, na cidade
de Santa Cruz de la Sierra, entre os dias 10 a 14 de julho de 2018, mis-
sionários da Igreja das Américas. Leigos e leigas, sacerdotes, diáconos,
bispos, religiosos e religiosas e seminaristas dos 18 regionais da CNBB
formarão a delegação de 250 brasileiros que irão participar do CAM 5.
Como diz o decreto Ad Gentes “A atividade missionária é a principal e
mais sagrada atividade da Igreja” (n.29). Nesta tarefa eclesial, somos todos
convidados a ser sal da terra e luz do mundo. Boa leitura!
Observatório Romano
se encontram, entre os dias 24 de janeiro e 2 de feve-
reiro, no Centro Internacional de Animação Missionária
(CIAM), em Roma, para vivenciar o curso de atualização
em missiologia. Padres, religiosos e leigos de Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Brasil, Guiné-Bissau, Timor
Leste e Portugal têm a oportunidade de partilhar suas ex-
periências junto às Pontifícias Obras Missionárias (POM).
No dia 29 de janeiro, os participantes foram recebi-
dos na sede da Congregação para a Evangelização dos
Povos e das Obras Missionárias Pontifícias. A recepção foi
realizada por padre Fabrizio Meroni, secretário geral da
União Missionária; Irmã Roberta Tremmarelli, secretária
geral da Infância Missionária; padre Fernando Domingues,
secretário geral da Obra de São Pedro Apóstolo; e padre
Tadeusz Jan Nowak, secretário geral da Obra da Propaga-
Participantes da formação na audiência geral com Papa Francisco
ção da Fé. Os secretários puderam apresentar o carisma,
a missão e os projetos desenvolvidos pelas Obras Ponti- secretário nacional da Propagação da Fé; Antônio Nie-
fícias. Na programação da quarta, dia 31, houve também a miec, secretário da União Missionária; a irmã Patrícia
participação do grupo na audiência com o papa Francisco. Souza, secretária da IAM; o seminarista da arquidioce-
O Brasil esteve representado pelos padres Mau- se de Mariana (MG) João Luiz da Silva; e o jornalista
rício da Silva Jardim, diretor das POM; Badacer Neto, Fabrício Preto.
Ano Nacional
do laicato
e missao
O Documento 105 da CNBB, texto-base do Ano
Nacional do Laicato, apresenta a Igreja como “Comuni-
dade missionária” e insiste: “Igreja em ‘chave de missão’
que significa estar a serviço do reino, em diálogo com o
mundo, inculturada na realidade histórica, inserida na
sociedade, encarnada na vida do povo” (170). Refere-se
a todo o Corpo Eclesial, portanto, aos cristãos leigos e
leigas que constituem a “imensa maioria do povo de
Deus” (EG, n. 102), bem como aos consagrados e con-
sagradas e aos ministros ordenados.
Nossos bispos afirmam: “A missão é o máximo
desafio, é a primeira de todas as causas, é paradigma
de toda a vida da Igreja. (...) A vida é uma missão. Moti-
vados pelas orientações do Papa Francisco que convo- Ao longo deste ano, acontece a “Visitação da Ima-
ca para uma ‘Igreja em saída’, os cristãos leigos evan- gem ou Estandarte da Sagrada Família” pelas Comuni-
gelizarão com ardor, dinamismo, ousadia, criatividade, dades e Paróquias, com forte presença e manifestação
coragem e alegria. Não terão medo de se sujar com a de religiosidade popular, com o terço, ladainha, procis-
lama da estrada. Antes, terão medo de ficar fechados sões e Celebrações da Palavra de Deus.
nas estruturas que criamos” (173). Como frutos da mobilização, foram propostos:
O Ano Nacional do Laicato, iniciado na Solenida- “Para o âmbito da sociedade: Promover a participação
de de Cristo Rei de 2017, prosseguirá até Cristo Rei de popular... (Conselhos de Direitos, Grupos de Acompa-
2018. Tem como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de nhamento ao Legislativo, Iniciativas Populares, entre
Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos outros); Mobilizar a sociedade brasileira para a rea-
leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, lização da auditoria cidadã da dívida pública. Para o
vocação, espiritualidade e missão e testemunhar Jesus âmbito eclesial: criar programas de formação de minis-
Cristo e seu Reino na sociedade.” térios leigos e animação de comunidades, pastorais e
Uma das ações será a “Semana Missionária ‘Igre- movimentos; fortalecer a articulação das redes de co-
ja em Saída’, nas Igrejas locais”. Além das visitas às munidades (Doc. 100 da CNBB); criar e/ou fortalecer os
casas, haja um círculo bíblico em cada rua e nos am- Conselhos Regionais e Diocesanos de Leigos”.
bientes de trabalho, refletindo a cada dia um campo Outras ações estão sendo realizadas. O importante
de missão do laicato: família, trabalho, política, cul- é que todos se envolvam nas atividades, como afirmam
tura, educação, comunicação, arte, ciência, etc. Em os nossos bispos: “Não é mais possível pensar uma
outubro, tem também o Mês Missionário, numa di- Igreja que não incentive a participação e a correspon-
nâmica integrada aos trabalhos das Pontifícias Obras sabilidade dos cristãos leigos e leigas na missão.” (160).
Missionárias – POM, em que serão retomadas e di-
vulgadas experiências concretas de missão dos cris- Laudelino Augusto, membro da
tãos leigos e leigas. Comissão Especial para o Ano do Laicato
2018 janeiro a março 5
Nossos Missionários
a mochila para minha casa. Nela, plástico que não deixou a enfer-
Brasil no CAM 5
A Igreja das Américas se
encontra em julho na Bolívia
Com a temática “A Alegria do Evangelho, coração
da missão profética, fonte de reconciliação e comu-
nhão”, as Igrejas particulares das Américas foram con-
vocadas para o 5º CONGRESSO MISSIONÁRIO AME-
RICANO (CAM 5), a ser realizado de 10 a 14 de julho
de 2018 na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia.
A delegação brasileira contará com 250 participan-
tes de todos os 18 regionais da CNBB. Dentre eles, leigos
e leigas, sacerdotes, diáconos, bispos, religiosos e reli-
giosas e seminaristas. O critério básico para compor a
delegação é a participação no 4º Congresso Missionário
Nacional e a presença ativa nos Conselhos Missionários.
O objetivo geral do CAM 5 é fortalecer, nas Igre-
jas das Américas, a identidade e o compromisso com a
Missio Ad Gentes, anunciando a Alegria do Evangelho a
todos os povos, com particular atenção às periferias do
mundo de hoje, a serviço de uma sociedade mais justa,
solidária e fraterna.
Um dos objetivos específicos é fortalecer a identi-
dade e o compromisso missionário de nossas Igrejas
na América para responder com coragem, generosida-
de e eficácia aos desafios da Nova Evangelização.
Os eixos temáticos do CAM 5 serão: O Evangelho;
A alegria; A Missão e Profecia; A Reconciliação e Co-
munhão e a Missão Ad Gentes.
O 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5)
será uma graça de Deus para todas Igrejas particulares
do continente; um sinal do amor do Senhor que nos
cativa e faz seus discípulos missionários. Fará memória
do testemunho de missionários e missionárias, motiva-
dores do nascimento das Igrejas nas Américas.
A história dos
Congressos Missionários V ORAÇÃO DO 5º CONGRESSO
MISSIONÁRIO AMERICANO (CAM 5)
1991 – COMLA 4
Arquivo POM
Lima (Peru)
1995 – COMLA 5
Belo Horizonte (Brasil)
1999 – CAM 1 - COMLA 6
Paraná (Argentina)
2003 – CAM 2 - COMLA 7
Cidade da Guatemala (Guatemala)
2008 – CAM 3 - COMLA 8
Quito (Equador)
2013 – CAM 4 - COMLA 9
Maracaibo (Venezuela)
2018 – CAM 5
Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)
Informações: Site oficial do CAM 5 (www.vcambolivia.com)
e site das POM (www.pom.org.br )
2018 janeiro a março 9
Aprofundando a Missão
O dom
da vocação
presbiteral
A nova Ratio Fundamentalis Institutiones Sacerdotalis
O papa Francisco recebeu em audiência, no dia da graça do Senhor (Lc 4, 18-19.21); sabedores de ser
21 de outubro, a comunidade do Colégio Pio Brasilei- profundamente amados por Deus e acompanhados por
ro. Dirigindo-se aos presbíteros presentes disse que Ele; ensinando para as suas comunidades o caminho
“o povo de Deus gosta e precisa ver que seus padres de saída de si mesmos para ir ao encontro de Cristo e
se amam e vivem como irmãos. Isto é ainda mais ver- dos irmãos; oferecendo a própria vida com generosida-
dadeiro pensando no Brasil e nos desafios tanto de de e dedicação pelo anúncio do Evangelho; animados
âmbito religioso como no social que lhes esperam ao por uma sadia inquietude que os mantém a caminho;
retorno. De fato, neste momento difícil da sua história atentos para que o hábito e a mediocridade não esfriem
nacional, em que tantas pessoas parecem ter perdido a o dom recebido do Senhor; sustentados pela força do
esperança num futuro melhor por causa dos enormes Evangelho e da oração; deixando-se ensinar pela vida
problemas sociais e de uma escandalosa corrupção, o pastoral e pelo Povo de Deus; vigilantes para que as
Brasil precisa que os seus padres sejam um sinal de fragilidades e contradições da condição humana não se
esperança. Os brasileiros precisam ver um clero unido, sobreponham à graça recebida. Ou ainda, “com o olhar
fraterno e solidário, em que os pa- e os sentimentos de Jesus, que con-
dres se unem para enfrentar juntos templa a realidade não como juiz,
os obstáculos, sem ceder à tenta- mas como bom samaritano; que
ção do protagonismo ou do car- reconhece os valores do povo com
reirismo. Estejam atentos com isso! quem caminha, bem como as suas
Tenho a certeza de que o Brasil vai Ensinando para as feridas e pecados; que descobre o
superar a sua crise, e confio que sofrimento silencioso e se comove
nisso vocês serão protagonistas”.
suas comunidades perante as necessidades das pes-
O Santo Padre exorta os pas- o caminho soas, sobretudo quando estas se
tores do Povo de Deus a assumirem encontram oprimidas pela injustiça,
os desafios da evangelização, tanto
de saída de si a pobreza indigna, a indiferença ou
em âmbito religioso como no social. mesmos para ir ao pela ação perversa da corrução e da
Isso pressupõe homens tocados violência” (Papa Francisco, Medellin,
pela experiência do encontro com
encontro de Cristo 09/09/2017).
o Crucificado-Ressuscitado; ungi- e dos irmãos Os presbíteros, inseridos no
dos para anunciar aos pobres o ano cotidiano da vida de inúmeras
10 janeiro a março 2018
Aprofundando a Missão
CNBB
temunhando o amor Daquele que nos amou por
primeiro (cf. 1Jo 4,10). São homens desapegados,
dedicados, despojados, cheios de alegria e genero-
sidade, com espírito de serviço e obediência, em co-
munhão com seus bispos e irmãos no presbitério,
dispostos a promover, animar e coordenar junto às
comunidades a obra da evangelização.
Num contexto de mudança de época, o presbítero
é um discípulo a caminho; é um homem que busca no
cotidiano seguir fielmente o Senhor que não veio para
ser servido, mas para servir (cf. Mc 10,45), oferecendo,
generosa e gratuitamente a própria vida para que outros
“tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Grupo estuda a formação de Presbíteros
A nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacer-
dotalis, publicada em 8 de dezembro de 2016, propõe preensão. Compreender não é um entender qualquer,
indicações para a formação, inicial e permanente, dos geral, indefinido, sem determinação, mas sim essencial.
presbíteros. Como entender o termo Ratio? Usualmente Trata-se, pois, da compreensão da essência da ‘institutio-
ratio se traduz para o português como razão, o porquê, nis sacerdotalis’. A palavra essência na sua formulação é
o móvel, o motivo, finalidade, meta, fundamento, princí- semelhante à paciência, tendência, obediência, e significa
pio, causa. Todos esses termos procuram apontar para o a dinâmica (-ência), o vigor, a vitalidade do ser (esse-ên-
mesmo, sem poderem dizê-lo por completo, num úni- cia), o móvel, o fundamento da ‘institutionis sacerdotalis’.
co termo. Sintetizando, podemos traduzir o termo Ratio Esse novo documento que trata da questão da
por compreensão essencial. Trata-se, pois, de uma com- formação dos presbíteros aponta, pois, para o pró-
prio da ‘intituitionis sacerdotalis’. Podemos afirmar
que o documento expressa a identidade do ser pres-
Arquivo POM
C
heguei em Moçambique nos. Junto com as crianças, come- por parte de Deus e de todos que
em fevereiro de 2014, na cei a me encontrar com seus pais me cercavam. Eram momentos de
realização de um sonho que falavam da alegria de ver seus profunda angústia e desespero e
muito antigo. Esse sonho até havia filhos lendo e escrevendo e isso foi ainda pensava: Ao morrer eu iria
abandonado, mas foi possibilita- me dando força e alegria para viver para onde mesmo se Deus tinha
do a partir do curso do Profolider nesse lugar. me abandonado? Me sentia à bei-
(Centro Cultural Missionário), além Fui participando de outros tra- ra do abismo. Confesso que passei
de muito esforço e confiança no balhos também importantes, como no vale da morte muitas vezes, mas
Senhor. a pastoral carcerária pela qual con- sempre busquei me disciplinar na
Quando cheguei em Moçam- seguimos, com ajuda de parceiros, vida de oração, na vida fraterna e
bique na pequena cidade do Gurué, criar uma associação chamada “As- na convivência com os pobres.
na Província da Zambézia, era tem- sociação Witxala” onde trabalhamos Pequenas luzes iam acenden-
po chuvoso e estava frio. Eu, como com costura. Depois veio o trabalho do em meu coração e fui compre-
muitos nordestinos, nunca gostei com círculos bíblicos e vi que a pa- endendo que ter malária era conse-
de frio e foi um sofrimento que lavra de Deus tem muito a nos ensi- quência de minhas escolhas, sendo
não tinha data para terminar. Junto nar diante da cultura africana. impossível viver com os pobres
com o frio veio a solidão, longe das Todas as dificuldades foram sem sentir suas dores, suas neces-
irmãs de caminhada, dos amigos sendo superadas, menos uma: A sidades. Não existe vacina contra
e familiares, a saudade do país, da malária. Essa foi uma doença que a malária e Deus seria injusto se
minha cultura, me sentia sozinha me aproximou da morte. Senti mui- criasse uma só para mim.
no mundo. Como se não bastas- tas vezes a sensação de que a mi- Essa compreensão fez com
se, não havia trabalho, com uso do nha hora já havia chegado e que que eu me sentisse amada por
tempo só para conhecer a realida- tinha sido abandonada por Deus. Deus e perdesse o medo da ma-
de, de observar. Achava que um Deus amor não lária, sentindo-me entregue nas
Confesso que foi difícil e, so- podia deixar uma filha sua sofrer mãos amorosas de Deus e deixan-
mente depois, ganhei uma mis- assim e não conseguia perceber do-me ser guiada por ele. Até onde
são: alfabetizar crianças de várias seu amor. eu pude chegar junto à morte, sinto
idades. Foi um grande presente a Tive muitas malárias e cada que Deus com seu divino Espírito
que me dediquei de corpo e alma. vez que surgiam vinha o senti- me fez vencê-la e me associar à
Usei o método de Paulo Freire e mento de profundo abandono cruz de Cristo e, junto a Ele, a mor-
senti muita alegria em realizar esse te foi vencida totalmente.
trabalho, sendo um momento de A esse Deus que me criou, me
muito aprendizado também para quis e me consagrou, a ele todo
mim, pois aprendia com as crian- meu louvor e minha eterna grati-
ças muitas coisas da cultura e nos dão. Me sinto realizada como con-
tornamos parceiros, amigos. Fize- sagrada e como pessoa. Percebo
mos de nossas aulas momentos de que a missão, quanto mais desafia-
aprendizado, de convivência com dora, é mais reveladora do rosto de
passeios, cantorias, danças e mui- Cristo nos pobres e nas circunstân-
tas alegrias. cias que a vida nos oferece.
Aos poucos esqueci o frio e a
saudade, tornando-me parte desse Antônia Helena Lima Santos
mundo tão esquecido dos peque- Missionária Capuchinha
12 janeiro a março 2018
Testemunhos
Arquivo Pessoal
grupo formado de Leigos Missio- Certa vez fiz um parto no
nários Combonianos. Começamos chão, dentro de uma casinha escu-
então a dar andamentos e chama- ra. Mais uma vez a mão e a clari-
mos pessoas para a formação do dade dos olhos de Deus tomaram
grupo. Deus nos chama e a aten- conta do meu ser missionário: A
ção ao chamado é sutil e delicada. criança nasceu em cima de uma
Ainda bem que consegui ouvir, es- capulana (pano) suja de terra. A
cutar, pois Deus se serviu daquele África e o milagre da vida. Fiquei
jovem para consolidar a missão. por três anos e meio nesse local.
Ali tudo começou e em 2000 viajei Depois veio a hora de partir
para Contagem, em Minas Gerais, para a Província de Nacala, junto à
para a formação. Em 2001, já es- missão de Carapira, próxima à ci-
tava na periferia de Contagem; em dade de Nampula e Nacala Porto.
2002 fui para aldeia indígena com Uma missão totalmente diferente,
os povos WURU-EU-WAU-WAU, onde tínhamos uma Escola Indus-
onde atuei como auxiliar de enfer- trial, hoje Instituto.
magem; em 2003 chegou a vez da Fiquei por oito anos e meio
África. em África, dando um pouquinho
Era junho de 2003 quando de mim para os que Deus me
parti para o Niassa, norte de Mo- presenteou. Hoje estou de volta
çambique. Mas desde que pousei em Maputo, ao Sul, já ao Brasil, atuando em Contagem na formação de outros
sentia uma forte e inexplicável emoção. Em Niassa, no vila- missionários que querem experimentar este Deus que se
rejo de Nipepe, fomos recebidos segundo os costumes do faz três e nos dá a possibilidade de continuarmos a obra
povo Macua daquela região e no domingo seguinte, meu começada por Jesus: Ide e Anunciai! Com gestos, palavras
coração parecia explodir de alegria ao ouvir as palavras do e silêncios, sobretudo na simplicidade que muitas vezes
animador da comunidade, senhor papa Bernardo, ao nos parece que nada estamos fazendo.
apresentar: a lega Lourdes (lega mesmo, para dizer leiga) Também em Contagem, na Vila Ipê Amarelo, atuo na
tem o rosto da África, foi roubada de nós no tempo dos casa Comboniana Justiça e paz, colaborando na medicina
antepassados, agora Muluku (Deus) nos devolve e vamos alternativa com massoterapia, Reik e magnetismo (rastre-
aceitar na família. Meus deus, ali acontecia o kairós!! Tudo amento com ímã pelo corpo humano). Assim foi a alter-
se misturava: amor a Deus, a missão ao povo, éramos três nativa para ajudar as pessoas que não tem acesso a esse
num só coração. Quando chegou a hora de conhecer a tipo de tratamento milenar. Por todas as atuações, termino
realidade das comunidades, vi leprosos, feridas expostas, dizendo que vale a pena viver a missão!
crianças a carregar moscas nos cantos dos olhos, malárias, Muluku òkhala! Muluku òhavo! KÒRÉRIWA. (Deus
falta de medicamentos, e mais uma vez tudo se confundia está, temos sorte)
dentro de mim.
Meus olhos vislumbravam somente sofrimento! Eu Maria de Lourdes Vieira,
ainda não sabia a língua local, mas nossos olhos se fala- Leiga Missionária Comboniana
Arquivo POM
juventudes são, a todo momento, menosprezadas e usa-
das por um sistema que as coisificam. Porém, provoca-
dos pelo Papa Francisco, ousamos pensar e contemplar
as juventudes a partir das suas palavras, fé e discernimen-
to, do mesmo olhar que o Papa convida os bispos para
o sínodo que acontecerá este ano em Roma. É preciso
trazer as juventudes para o centro da discussão, indicar
uma caminhada diferenciada da que é proposta pelo sis-
tema a que estamos todos submersos.
Por isso, acreditamos que só estando nas ruas, nas
encruzilhadas que os encontros podem acontecer, não Celebração de envio ao final do encontro
queremos ser “jovens do sofá”, mas jovens da história,
histórias compartilhadas pelos caminhos percorridos. Impelidos pelo amor que se traduz em atitu-
Para tal escolha, é estar nas estradas por vontade pró- des solidárias e fraternas, propusemos três oficinas
pria, sendo necessário fazer um longo e profundo dis- às comunidades durante esses dias. As oficinas se
cernimento, descobrir como, quando e de que maneira debruçaram sobre as temáticas do meio ambiente e
se pôr a caminho. A fonte de sabedoria nesse processo ecologia, da saúde e da cidadania, visando sempre a
é o próprio Deus que se comunica conosco por meio promoção das pessoas. Dentro de uma perspectiva
de sua Palavra e de tantas pessoas e situações. de prevenção, a oficina da saúde levou os participan-
A experiência missionária foi vivida no acolhimen- tes a conhecer práticas para melhorar o bem-estar e
to de tantas famílias que, mesmo sem nos conhecer, a qualidade de vida; a oficina de ecologia e meio am-
abriram suas portas e nos possibilitaram compreen- biente, num diálogo interativo com as iniciativas exis-
der o que significa fraternidade e confiança, ali ficamos tentes da coleta, separação e reutilização de materiais
com eles todos esses dias e foi possível compartilhar reciclados, buscou aprofundar e motivar o exemplo
de suas alegrias e de suas tristezas, nos exercitando de consciência do cuidado com a casa comum; e a
em ouvir com atenção e ternura suas histórias, acolher oficina de cidadania orientou os participantes sobre
com gratuidade e sem exigências sua generosidade. A o acesso a determinados programas do governo
fraternidade é possível e é um grande contributo que destinados à população, reforçando também, o en-
podemos oferecer a este mundo. gajamento político dos jovens na construção de uma
Com eles, percorremos os bairros por ruas total- sociedade ética.
mente desconhecidas para nós, onde a dor, o medo e Toda essa partilha foi a surpresa que a novidade
a insegurança se fizeram ecoar de maneira ensurde- de 2018 nos trouxe já no seu início. A possibilidade e
cedora em nossos ouvidos. Visitamos lugares temidos reforçar a fé em um mundo mais fraterno e solidário,
pela comunidade local, conversamos com todos que se onde a última palavra não é do indiferentismo, nem do
abriram para nós, seja entre as grades para obterem al- ódio que nos aprisionam, mas do amor que nos liberta
guma segurança, seja em cadeiras ou confortável sofá. e nos impele a ir ao encontro das pessoas. Este novo
Nos colocamos a serviço e fizemos o acompanhamen- ano nos possibilitou ser testemunhas para os que cre-
to de um morador enfermo ao hospital, limpamos o em e para os que não creem também, e nos levou a
quintal de um senhor incapacitado para limpá-lo há assumir o nosso lema inspirado na carta a Timóteo.
anos, sempre agindo com solidariedade, na expressão Saímos de Viamão profundamente agradecidas
concreta do amor, porque no amor cremos, confiamos e agradecidos pela ternura que ali experimentamos, e
e o temos como nosso grande testemunho. não queremos deixar cair a profecia. Assim, seguimos
atentos aos sinais dos tempos, instigados pela nossa
fé e pelas realidades encontradas, queremos ecoar em
todos os cantos do Brasil e do Paraguai, em nosso co-
tidiano, a força transformadora que vivemos. Assim,
juntos colaboraremos para que a nossa Igreja se en-
contre em saída missionária e assim se mantenha per-
manentemente, rompendo sempre com o comodismo
e percorrendo novos caminhos.
A busca por
Fotos:
sobrevivência
dos imigrantes venezuelanos
B
oa Vista (RR), às 5 horas seu país veio ao Brasil com o filho e Dias e os Missionários da Fraterni-
da manhã, em frente à Po- uma irmã. “No Brasil a situação está dade Federação Humanitária Inter-
lícia Federal (PF), forma-se bem melhor para nós”, disse. nacional têm somado na acolhida
uma fila extensa de venezuelanos A alimentação chega ao abrigo aos imigrantes.
aguardando para dar entrada na duas vezes por semana. A distribui- Ação cristã e humanitária – A
regulamentação dos documentos. ção é feita por famílias. Eles guar- Comissão Episcopal Pastoral Espe-
Nas praças, debaixo das árvores, dam em pacotes e sacolas, próximo cial para o Enfrentamento ao Tráfico
muitas pessoas dormem ao relen- às redes onde dormem. O preparar Humano (CEPEETH) da Conferência
to. Próximo à rodoviária, debaixo da alimentação é improvisado no Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
de uma pequena árvore, entre tan- pátio. Cada família faz um pequeno realizou, de 28 de fevereiro a 4 de
tos imigrantes, um casal com duas fogo e improvisa panelas para o co- março, em Pacaraima e Boa Vista, a
crianças está sentado, como que zimento. São centenas de fogos e as “Missão Fronteira Venezuela”. O obje-
vigilante. Diante deles uma pequena famílias ao redor esperam a comida. tivo é conhecer a situação que envolve
mala e o sol que começava a nascer. Eles optam por uma alimentação di- a imigração na fronteira entre o Brasil
Na estrada que liga à fronteira ária, para que possam garantir uma e a Venezuela, em especial verificar a
Venezuelana, há uma frequência de refeição por dia até chegar a próxi- ocorrência do tráfico humano e ela-
imigrantes sob o sol de 40 graus, ma distribuição de alimentos. borar um documento de análise e de
percorrendo o trajeto para chegar Há muitos voluntários que proposição acerca das contribuições
a Boa Vista. No fim da tarde, o gru- procuram amenizar o sofrimento que a Igreja pode oferecer, em termos
po que marcha rumo à capital de dos imigrantes. Mas não têm dado de incidência, assistência e denúncia.
Roraima é maior. Na fronteira, no conta. Padre Jesús López Fernández, A Comitiva passou o dia em
posto da Polícia Federal, o fluxo de de Pacaraima, oferece cerca de 800 Pacaraima. O bispo de Roraima,
pessoas é intenso. Segundo a PF, cafés da manhã, diariamente. Para dom Mario Antônio, afirma que a
80% são venezuelanos chegando muitas pessoas é a única refeição CEPEETH “traz muita esperança tan-
ao Brasil. No total o movimento do dia. A Igreja Católica, a Igreja de to para a diocese de Santa Elena [ci-
migratório gira em torno de 1200 Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dade venezuelana] quanto para nós
pessoas por dia. Em Pacaraima (RR),
Fotos: Felipe Larozza
Quer ajudar?
Para doações em dinheiro, a
Diocese de Roraima disponi-
bilizou a seguinte conta:
CNPJ 05.936.794/0001-13
Banco do Brasil
Agência: 2617-4
Imigrantes acolhido no abrigo de passagem Conta Corrente: 20.355-6
de Roraima no sentido de promover Apoiando tanto a Igreja local como
e integrar esses nossos irmãos e ir- outras iniciativas contribui para dar
mãs. Essa visita foi um momento de uma resposta de carinho, de aco-
unção com o óleo da alegria, da ter- lhida a esses migrantes, combaten-
nura e da confiança e do fortaleci- do a xenofobia, a discriminação e
mento para nós”, disse o bispo. até as medidas governamentais
Para a irmã Rosita Milesi, cola- que são restritivas para que es-
boradora da CEPEETH, “a visita da sas pessoas tenham uma acolhida
Comissão buscou reunir informa- minimamente digna. Nossa visita
ções e levar uma percepção mais quer, sobretudo, olhar o tema do
clara do que se passa, dos gran- tráfico humano e como conseguir
des desafios que há, os grandes informações mais precisas para
problemas que os imigrantes en- dar visibilidade e essa problemáti-
frentam. As explorações a que são ca”, conta a religiosa. “Os migrantes
submetidos e como depois apre- não são perigosos, mas estão em
sentar e debater a implementação perigo”, papa Francisco.
de ações para fortalecer a ação da
Igreja e a presença da CNBB aqui. Ir. Osnilda Lima, fsp
Celebrando a vida
Neste ano em que com alegria celebramos os
175 anos de fundação da Obra da Infância e Adoles-
A IAM do Brasil é construída por centenas de
grupos que estão nas diversas comunidades, paro-
cência Missionária, queremos fazer uma memória quias e dioceses. Convidamos aos grupos da IAM
agradecida por tantas pessoas que já contribuíram que possam fazer o seu resgate histórico e contando
com a Obra e que ajudaram a construí-la. E convi- com a criatividade construir também a sua linha do
dar a todas as crianças, adolescentes e assessoras/es tempo.
a continuar a concretizar o lema da obra “criança e
adolescente ajudando e evangelizando crianças e Irmã Patrícia Souza
adolescentes”. é secretária nacional da IAM.
1995
1996
1997
Estabelecimento 16 de março 5 a 9 de fevereiro
A Obra foi 28 de julho
da Obra da Assume a Aconteceu em
Infância reerguida Caracas(Venezuela) o
oficialmente no Direção Nacional
Missionária no da Infância 2º Encontro Latino-
Brasil. Brasil, na ocasião Americano da Infância
foi nomeado Missionária Pe.
João Panazzolo. Missionária (ELIM 2).
para o cargo de
19 de maio Diretor Nacional,
A Obra da Infância o Pe. Paulo van
Missionária foi 12 a 16 de julho
de Zant. com sede
fundada, pelo Bispo Em Cali (Colômbia), Pe. Jaime Luiz
na cidade do Rio
de Nancy (França) o 1º Encontro Latino- Gusberti, do cero de
de Janeiro, então
Dom Carlos Forbin Americano da Infância Caxias do Sul RS,
Capital Federal.
Janson (1785-1844), Missionária (ELIM é nomeado como
em Paris (França), A Obra estava Transferência 1) juntamente com a secretário nacional
originalmente, com em grande do Secretariado Celebração dos 150 da Obra da Infância
o nome de “Santa ascensão no Internacional da Infância anos de fundação da Missionária.
Infância”. Brasil. Missionária para Roma. Infância Missionária.
2002
2005
2007
2009
2010
2013
2014
2017
2018
Assume a secretaria Celebração
Encontros com Assume a secretaria nacional
nacional da dos 175 anos
os coordenadores da Obra da Infância e
Obra da Infância da Obra da
diocesanos da IAM Adolescência Missionária o
Missionária Pe. Infância e
sendo realizados com Pe. André Luiz de Negreiros,
Sávio Corinaldesi, Adolescência
o agrupamentos de do clero de Teresina PI.
missionário Missionária.
Estados vizinhos.
xaveriano.
23 a 25 e maio
19 a 22 de julho 09 a 11 de novembro Aconteceu em Aparecida SP o 1º
3º Encontro Nacional Aconteceu em Buenos Aires Congresso Americano da IAM com
da Infância Missionária, – Argentina o 1º Encontro dos a participação de aproximadamente
durante a realização do secretários nacionais da IAM no 700 pessoas de 17 países, entre elas
14º Congresso Eucarístico Cone Sul - Argentina, Brasil, a secretaria geral da IAM, Dra Jeane
Nacional, em Campinas, SP. Chile, Paraguai e Uruguai Batistini Ralamboarison.
VIDA EM MISSÃO
Partilha de uma experiência pastoral junto ao povo
Durante os anos de 2016/2017 Cleberson e o vigário Antônio, bem várias celebrações e presidi outras
estive à frente do Comise do Re- como religiosas da Congregação e, no final do mês de fevereiro, es-
gional Sul 1 da CNBB. Neste artigo, das Irmãs Franciscanas de Allegany, tive acompanhando o bispo, Dom
partilho com vocês a experiência que muito contribuem nas celebra- Flávio Giovanale na celebração da
missionária que venho realizando ções e visitas às 64 comunidades Crisma em algumas comunidades,
no norte do país. que formam a paróquia. onde ele, com muito carinho e
Após concluir os estudos Inclusive, é impossível reali- atenção, foi presidir o Sacramento.
teológicos no final do ano pas- zar, pelo menos uma vez ao mês, a Enfim, tudo tem sido muito bom
sado, segui no dia 2 de janeiro, Celebração Eucarística em todas as neste período de partilha. Mais do
juntamente com outros dois ir- comunidades. Algumas são bem dis- que ensinar, creio que estou colhen-
mãos seminaristas de Aparecida, tantes. O acesso se dá por estradas do muito mais, aprendendo com o
para fazer estágio missionário na (bem deterioradas pela falta de olhar jeito simples do povo, com as dificul-
Diocese de Santarém (PA). Tal es- público) ou pelas águas dos rios. En- dades da distância e da comunicação
tágio tem por objetivo alargar os tretanto, o bonito de se ver é que a (por vezes com familiares e amigos).
horizontes para além de nossa Igreja permanece viva graças à força O período em que estive à fren-
realidade diocesana e, perto do de lideranças leigas presentes nela. te do Comise, tanto no Seminário
período das ordenações (diaco- No pouco período que estou Missionário Bom Jesus como no Re-
nal e sacerdotal), vem a ser um (uns 2 meses), já visitei grandes e gional Sul 1, muito contribuíram para
aprendizado prático de tudo que pequenas comunidades (com umas que meus olhos estejam atentos às
se apreende nos estudos filosófi- 8 famílias, por exemplo), próximas realidades que mantém nossa Igreja
cos e teológicos, no trato com o e distantes da matriz paroquial. viva. O que vi de teoria nas formações
próximo, levando-o a ter um en- Numa dessas, a comunidade Nos- e congressos agora posso tocar na
contro mais íntimo com Deus. sa Senhora da Piedade (região de prática, ao estar na realidade do povo!
Inicialmente, ficamos alguns várzea), realizei em 3 de março o Da terra da Padroeira do Brasil
dias na sede da diocese para adap- Sacramento do Batismo de duas para a terra e paróquia da Padroei-
tar à realidade local e participar crianças. Já andei de barco, moto, ra do Estado do Pará, que a Virgem
de uma formação para lideranças a pé, dormi em rede, participei de Maria acompanhe este estágio que
das paróquias rurais, onde tive o se prolonga até o fim de julho, e
primeiro encontro com os sacer- continue a tocar os nossos cora-
dotes e alguns leigo. Terminada a ções, dos muitos jovens, sacerdo-
formação, parti para a paróquia de tes, seminaristas e lideranças leigas
estágio, onde estou desde o dia 15 para o serviço missionário, tendo
de janeiro. Moro na Paróquia Nos- assim uma vida em missão em fa-
sa Senhora de Nazaré, na Vila do vor de nossos irmãos e irmãs!
Curuai, região do Lago Grande, lo-
calizada a quatro horas de balsa de Thiago Henrique da Silva
Santarém e ainda pouco mais de Guimarães de Freitas,
uma hora de carro, em estrada de Arquidiocese de Aparecida (SP) -
chão. Na paróquia trabalham dois Estágio Missionário na
sacerdotes diocesanos, o pároco Diocese de Santarém (PA )
22 janeiro a março 2018
Páscoa, mistério central, fundamento e raiz de nossa fé.
Não se entende pela razão, mas se compreende pela fé e o coração.
Os apóstolos viram sinais claros da ressurreição, mas não acreditaram.
Viram o sepulcro vazio.
Pediram para tocar em Jesus ressuscitado.
Por fim, acreditaram.
A nossa crença na ressurreição é a fé em Jesus Cristo vivo.
Ele caminha conosco nos espaços reais da vida, nas Galileias concretas.
Assume a postura do samaritano, se inclina sobre a dor do que sofreu violência,
dele cuida e com ele supera o sofrimento.
A superação da violência passa pela fraternidade,
fundamento e caminho para a paz.
CURSOS DE FORMAÇÃO MISSIONÁRIA 2018
CCM-CAEM CCM-CENFI
ENVELHECIMENTO HUMANO CENFI 119
Tema: “Cuidar dos cuidadores” Data: 11 de março a 1º de junho de 2018.
Data: 19 a 23 de março de 2018. Público Alvo: Missionários recém-chegados
do exterior, enviados por congregações,
DIÁCONOS PERMANENTES dioceses, entidades ou organizações que
Tema: A pessoa do Diácono e a Missão acompanharam sua primeira formação.
Data: 2 a 6 de abril de 2018. Agora começa uma segunda etapa: a da
inserção numa nova cultura. Essa etapa
SEMANA VOCACIONAL MISSIONÁRIA
necessita de pessoas conscientes e dis-
Tema: “Os jovens, a fé e o discernimento voca-
postas a assumir um profundo processo de
cional” (XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos
discipulado.
Bispos/2018)
Data: 23 a 27 de abril de 2018. CENFI 120
Data: 9 de setembro a 7 de dezembro de 2018.
COORDENADORES DE PASTORAL
Público Alvo: Missionários recém-chegados
Tema: Metodologia e Planejamento Pastoral
do exterior, enviados por congregações,
Data: 30 de abril a 4 de maio de 2018.
dioceses, entidades ou organizações que
REENCONTRO COM MISSIONÁRIOS/AS QUE acompanharam sua primeira formação.
ATUAM NA AMAZÔNIA Agora começa uma segunda etapa: a da
Data: 14 a 20 de maio de 2018. inserção numa nova cultura. Essa etapa
necessita de pessoas conscientes e dis-
FORMADORES DE SEMINÁRIOS postas a assumir um profundo processo de
Tema: A formação presbiteral à luz da Missão discipulado.
(Aprofundamento a partir das Diretrizes atualiza-
das da Formação Presbiteral da Igreja no Brasil) APRIMORAMENTO – PORTUGUÊS
Data: 24 a 28 de setembro de 2018. Data: 5 a 31 de agosto de 2017
Público Alvo: Missionárias e missionários
PARÓQUIA MISSIONÁRIA que falam português e estão há um tempo
Tema: Cristão Leigo/Leiga, discípulo missionário no Brasil ou voltaram após um período no
numa Igreja em saída exterior.
Data: 1º a 5 de outubro de 2018.
ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA
Tema: Missão na Bíblia e Bíblia na missão Entre em contato:
Data: 22 a 26 de outubro de 2018. CCM – Centro Cultural Missionário
Fone: (61) 3274.3009
PASTORAIS SOCIAIS E-mail: ccm@ccm.org.br
Tema: Identidade e missão das Pastorais Sociais Site: www.ccm.org.br
Data: 29 de outubro a 2 de novembro de 2018.
CURSO AD GENTES
“A atividade missionária é a principal e a mais
sagrada atividade da Igreja” (Ad Gentes, 29)
Data: 5 a 31 de agosto de 2018.