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Abdome agudo
Tem como principal característica a dor abdominal. Por isso sempre que aparecer um
paciente com dor na barriga a hipótese de abdome agudo deve ser descartada. É um dos
principais temas de cirurgia, devido a incidência e gravidade.
O período crítico antigamente era por 6 horas, no entanto foi observado mais
recentemente que ele pode variar de 1 a 72 horas. Por exemplo uma úlcera, assim que ela
perfura o paciente já inicia com dor abdominal de grande intensidade; uma apendicite pode
ter até 72h de evolução.
As áreas que podem doer na barriga estão delimitadas pelos 9 quadrantes das regiões
do abdome, e pela localização da dor já é possível ter uma ideia de hipótese diagnóstica. Por
exemplo dor na fossa ilíaca esquerda, um provável acometimento do cólon esquerdo do
paciente.
Outra coisa importante é diferenciar o peritônio visceral do parietal, pois os órgãos abdominais
têm o peritônio visceral os envolvendo e um peritônio parietal envolve a parte interior da
barriga. As dores são diferentes neles, sendo a dor visceral lenta, mal localizada e persistente;
e a dor parietal é bem localizada (paciente mostra o local certinho) e rápida:
1- A.A. Inflamatório
É o mais comum de todos.
Compreende a Apendicite, Colecistite, Pancreatite, Diverticulite. Sendo a
apendicite a de maior incidência, 7% das pessoas no mundo irão operar dela.
A dor é o primeiro sintoma.
Característica da DOR: é a dor visceral que se torna parietal, ou seja, uma dor
mal localizada que de 12 a 36 horas se localiza.
Tem caráter evolutivo.
O paciente te descarga de fatores inflamatórios na corrente sanguínea, isso
leva a um grau de toxemia e febre baixa.
2- A.A. Perfurativo
Compreende a úlcera duodenal e gástrica perfurada.
Principal sintoma é a dor.
Característica: uma dor de alta intensidade, pois está caindo ácido estomacal
(por exemplo) no abdome. Com o sinal clássico de irritação peritoneal,
acontece quando a barriga do paciente é palpada e no momento de
descompressão a dor é intensa, porém não localizada. Esse abdome estará em
tábua.
3- A.A. Obstrutivo
Compreende a Brida (são aderências intestinais ocorridas após procedimentos
cirúrgicos abdominais, no entanto pode ser congênita e por outras causas),
neoplasias e volvo.
É comum em pacientes chagásicos.
A principal característica é a parada de eliminação de gases e fezes
(constipação) e eliminação de vômitos, apesar da dor estar presente.
Se não tratado gera a distensão máxima e ruptura das alças intestinais.
Os vômitos ajudam a saber o nível da obstrução. Lembrando que até a válvula
ileocecal (todo intestino delgado) é obstrução intestinal alta, e após a válvula
(todo intestino grosso) obstrução intestinal baixa. Isso é importante pois a
principal causa de obstrução alta é brida, e primeiramente o paciente
apresentará vômitos para depois ter constipação; enquanto a principal causa
de obstrução baixa é a neoplasia (CA de cólon), e primeiramente o paciente
apresentará constipação para depois os vômitos aparecerem, pois, a válvula
ileocecal impede que o conteúdo do cólon volte, o vômito será após, mas
mesmo assim das últimas alimentações que ele teve. Em casos que há vômitos
fecaloides significa que a obstrução já está tão séria que até a válvula ileocecal
foi danificada, e o conteúdo está retornando.
O paciente que tem vômitos, costumeiramente, apresentará alcalose
metabólica hipoclorêmica.
4- A.A. Vascular ou isquêmico
Compreende a isquemia intestinal.
Principal característica dor muito intensa.
Apresenta exame físico inocente, sem nenhum achado.
Costuma ser um diagnóstico tardio, por não ter sinais além da dor, por isso é
comum passar da hora de salvar as alças intestinais.
5- A.A. Hemorrágico
Compreende a gravidez ectópica rota.
É um diagnóstico diferencial muito mais presente em mulheres que homens,
obviamente por causa da principal doença. Por isso é obrigatório exame de
βHCG.
Importante saber a última menstruação.