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EXPLIQUE A DIVISÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA

Se a questão se refere à divisão da sociedade capitalista dentro da


perspectiva de classes sociais, significa que ela possui duas classes que são
essencialmente antagônicas e complementares.

Para que ocorra o funcionamento do sistema capitalista como um todo,


precisa-se, de um lado, de uma classe que detenha recursos, os chamados
meios de produção, e uma outra classe que seja despossuída destes meios e
que necessite vender sua força de trabalho para sua subsistência. Assim, tem-
se de um lado o capitalista e do outro o proletário.

Esta relação, segundo Marx, se constituiu pelo advento da Revolução


Industrial, mais especificamente pela forma como se deu a construção deste
novo tipo de sociedade. No feudalismo, um modo de produção anterior ao
capitalismo, as pessoas sem posses materiais contavam com o uso de terras
comunais para seu sustento, ainda que tendo a necessidade de destinar quase
todos os seus ganhos ao senhor feudal que, em troca, lhes fornecia moradia,
terras e ferramentas. Na passagem do feudalismo para o capitalismo, por meio
do cercamento e apropriação privada destas terras comunais, este grande
grupo de pessoas não tinha mais meios nem ferramentas para produzir o seu
sustento. Foi a partir desta circunstância que se criou uma classe de pessoas
com a necessidade de vender sua força de trabalho em troca de salários, para
garantir sua subsistência.

Mais do que uma divisão econômica em termos de classe, a Revolução


Industrial promoveu o desenvolvimento cada vez maior das divisões do
trabalho, em tarefas muito específicas, condicionando o trabalhador a
atividades diárias repetitivas e degradantes. A divisão da sociedade capitalista,
nestes termos, também pode ser entendida como uma divisão política, no
sentido do conflito entre capitalista e proletário em que este quer obter o maior
volume de lucro possível (através da mais-valia), enquanto o proletário quer
receber o maior volume de salário possível por tempo de trabalho. Sabe-se
pela história que o capitalista sempre teve maior sucesso neste objetivo.
A partir da 3ª Revolução Industrial, a chamada Revolução Técnico
Científica, existe um número de atividades produtivas muito amplas, além de
relações de trabalho que não se parecem muito com as descritas pela teoria
marxista. Ainda assim, é fundamental pensar a sociedade capitalista como um
espaço em que algumas pessoas atuam visando o lucro e as demais visando a
sobrevivência. Ou seja, no mais fundamental, ainda existe a divisão entre quem
detém os meios de produção (os mais diversos possíveis) e quem precisa
vender força de trabalho em troca de salários.

Considerando a perspectiva de Marx, a sociedade capitalista está


dividida entre aqueles que produzem (os trabalhadores) e aqueles que se
apropriam privadamente da produção (os proprietários). Essa divisão existe,
segundo essa perspectiva, porque a dinâmica social capitalista está centrada
na propriedade privada e é com base nela se constituem as classes sociais e
todas as relações de troca. Assim, de um lado estão aqueles que precisam
vender sua força de trabalho, pois não têm as condições materiais para
produzir sua subsistência; e, de outro lado, aqueles que compram a força de
trabalho, na medida em que se apropriaram dos meios de produção,
convertendo-os em sua propriedade privada. + Marx desenvolveu essa teoria
baseando-se justamente no cenário em que ele viveu, o da Revolução
Industrial, que ocorreu na Inglaterra entre o fim do século XVIII e a primeira
metade do século XIX. Esse evento promoveu uma transformação significativa
dos meios de produção: da manufatura, na qual meios artesais de produção
eram usados, passou-se então a usar máquinas movidas a vapor; isso
aumentou muito o ritmo de produção e contribuiu para que, entre outros
aspectos, houvesse uma mudança nas relações de trabalho, as quais
trouxeram consequências para a sociedade em geral.

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