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Dissertação de Mestrado
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
MECÂNICO DO POLIFLUORETO DE
VINILIDENO (PVDF) EM ELEVADAS
TEMPERATURAS
SETEMBRO DE 2015
HOTTON FELICIANO SOARES
Engenharia Mecânica
Aprovada em sua forma final pela Banca Examinadora formada pelos professores:
Venho agradecer primeiramente a Deus, pois sem a interseção dele em minha vida
hoje não estaria aqui desenvolvendo este trabalho. Aos meus pais, Paulo Feliciano e
Rosângela, pelo apoio que me deram sobre toda minha vida acadêmica.
Aos meus orientadores, João Reis e Heraldo Mattos, pela paciência e compreensão
que tiveram comigo para realização deste projeto. Aos professores e funcionários da pós-
graduação, além dos meus superintendentes: Jorge Antonio de Carvalho e Sidnei, que me
liberaram horas antes do término de expediente da empresa para realizar as atividades para
A minha noiva, agradeço pelo apoio e compreensão das horas que tive que destinar
a este trabalho.
Aos meus irmãos: Hittalo, Hebert e Elton que me apoiaram em diversos momentos
CAPÍTULO 1 .................................................................................................... 1
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 Considerações Gerais ........................................................................................... 1
1.2 Motivação e Objetivo............................................................................................ 3
CAPÍTULO 2 .................................................................................................... 5
CAPÍTULO 3 .................................................................................................. 37
CAPÍTULO 5 .................................................................................................. 50
CONCLUSÕES .................................................................................................................... 50
CAPÍTULO 6 .................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 52
i
FIGURA 3. 1 – BARREIRA DE PRESSÃO COMO RECEBIDA [1]. ................................................. 38
FIGURA 3. 2 – CORPO DE PROVA RETIRADO DA BARREIRA DE PRESSÃO [21]. ....................... 38
FIGURA 3. 3 – ESQUEMÁTICO DE AQUISIÇÃO DO CORPO DE PROVA PARA TESTES DE TRAÇÃO
[1]. ................................................................................................................................ 39
FIGURA 3. 4 – FOTOGRAFIA DO CORPO DE PROVA PROCESSADO, APÓS ETAPAS DE USINAGEM.
...................................................................................................................................... 40
FIGURA 3. 5 – MÁQUINA UNIVERSAL DE ENSAIOS SHIMADZU AGX-100 COM FORNO
ACOPLADO ..................................................................................................................... 40
ii
LISTA DE TABELAS
TABELA 2. 1 – FASES DO PVDF COM CÉLULAS UNITÁRIAS E PARÂMETROS DE REDE [2]. ...... 32
TABELA 2. 2 – PROPRIEDADES DO PVDF. [2] ....................................................................... 35
TABELA 3. 1 – DIMENSÕES DOS CORPOS DE PROVA, SEGUNDO ASTM D638 - 08, TIPO I. ...... 39
iii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
φ – Ângulo de Rotação
m – Tensão do Modelo
iv
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
energias renováveis, o petróleo ainda continua sendo a fonte de energia mais consumida no
mundo [1]. Além de ser alvo de investimentos bilionários, o petróleo ainda movimenta
por volta da década de 40, no recôncavo baiano. Em 1968, deu-se inicio a exploração no
1
primeiro poço descoberto de Garoupa/SE e o primeiro perfurado na bacia de Campos/RJ
[2].
Brasil. As operações da plataforma P-50, neste mesmo ano, no campo de Albacora Leste,
media da produção do país com a das operações da P-50 alcançara 1,910 milhões de barris
2por dia ao final do ano de 2006. Ao passo que o consumo nacional, neste período, era 1,85
barris por dia, deixando o país na 13ª colocação do ranking mundial de produtores de
petróleo e a 5ª colocação no ranking dos países que mais consumiram com 3,2 milhões de
P-62, P-58, FPSO Cidade Ilha Bela, FPSO Cidade de Mangaratiba. Com o pré-sal, a
produção de petróleo brasileiro passou de 110,5 milhões de barris em 2013 para 179,8
milhões de barris em 2014. Os poços em operação para a produção de petróleo e gás natural
em 2014 foram de 9.104 poços sendo: 8.263 em terra e 841 em mar. Tendo quadro de
operação de poços do mar responsáveis por 92,5% do total de produção de petróleo, neste
período [4].
sal que atingem 7000 metros de profundidade, trouxe consigo também desafios técnicos
2
1.2 Motivação e Objetivo
altas temperaturas. Os campos de gás são grandes responsáveis por dificultar a garantia da
integridade estrutural utilizados nos risers. A Tabela 1.1 apresenta algumas faixas de
temperaturas e classificação.
águas profundas, o fluido produzido sai do poço a uma temperatura elevada, bastante
superior a da água do mar, sendo conduzido desde o poço até o sistema flutuante de
temperatura na direção radial da linha e o fluido passa a perder calor para o meio externo, o
3
temperatura pode gerar problemas no escoamento deste fluido. Caso ocorra parada de
meio externo com o decorrer do tempo, atingindo temperaturas ainda mais baixas do que
escoamento. [3]
alterações nas propriedades mecânicas sobre toda o riser, alterando de tal modo o
temperaturas.
Como outro grande desafio desta dissertação também, devido a grande dificuldade
de ter o material polimérico (PVDF) para confecção dos corpos de prova, é desenvolver um
diversas temperaturas. Sendo assim, possível ter uma formulação que responda a curva
tensão deformação.
4
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Risers
Os risers são linhas tubulares flexíveis responsáveis pela interligação entre a cabeça
dos poços de petróleo até as unidades marítimas. São responsáveis pela extração e
Colado (bonded) e Não Colado (unbonded). Os tubos colados são identificados por
possuírem uma camada vulcanizada na sua configuração, assim não sendo possível a
movimentação de uma camada em relação à outra. Onde nos tubos não colados não há a
5
existência da camada vulcanizada, possibilitando de certa forma a movimentação entre as
camadas.
Alem de ser uma linha de processo que conecta o poço de exploração submarina a
circulação. Os risers podem ser classificados com relação a sua estrutura, podendo ser
metálicos ou rígidos e flexíveis. Os risers flexíveis não colados são caracterizados porte
axial [2]. A Figura 2.1 apresenta um tipo de riser flexível no qual será o foco de estudo
deste trabalho.
6
muitas das vezes os caminhos a serem percorridos são sinuosos, a Figura 2.4 mostra como
o ensaio de batimetria utilizado para estudar leito e os vão livres existentes, onde os tubos
flexíveis por sua maleabilidade conseguem solucionar melhor este problema. A Figura 2.3
7
Figura 2. 4 – Ensaio de Batimetria em Águas Profundas [6].
A disposição dos risers flexíveis pode variar de acordo com a operação. A Figura
8
A: Configuração geral
B: Catenária livre
Por ser mais viável financeiramente, a configuração B é a mais comum nos mares
contato com o solo (Touch Down Point) e no ponto de ligação com o navio, que por estar
C: Steep S
Nesta uma boia fixa ou flutuante é usada em algum ponto da tubulação com o
contato com o solo (Touch Down Point). Essa configuração é utilizada em operações mais
D: Steep Wave
uma leve diminuição das tensões em pontos considerados críticos. Esta configuração é
muito utilizada nos casos em que a densidade do fluido interno varia ao longo da sua vida.
A problemática desse modelo é a perda do volume das boias quando submetidas a altas
pressões, o que resulta em tensões de tração elevadas no ponto de ligação com o navio por
exemplo.
E: Lazy S
menor no tubo.
9
F: Lazy Wave
A Lazy Wave tem o mesmo princípio que a Steep Wave, porém com uma curvatura
menor do tubo.
As cargas dinâmicas que esses risers são submetidos são devidas as condições
ambientais do local de operação e essas cargas são derivadas de correntes marítimas, altura
da lâmina d’água e ondas que provocam tensões trativas, torcionais e flexões, além de estar
exposto a condições de alta temperatura e pressão. Portanto, esses tubos são desenvolvidos
com alta rigidez axial e baixa rigidez flexional, possibilitando a movimentação com
facilidade devido às condições de maré e permitindo também fazer curvas para facilitar a
como suportes ou até a limpeza do solo. Eles também possuem a vantagem de serem
retirados do solo para manutenção e reinstalados várias vezes, sem afetar o ambiente
marinho.
para evitar falha no caso de despressurizarão rápida devido à sua alta absorção de óleo e gás
sob pressão e temperatura. Sendo assim, de acordo com os autores, a estrutura não aderente
10
2.2 Dutos Não Colados (Unbonded Pipes)
do que chamamos de tubos flexíveis não colados. O nome “un-bonded” remete ao processo
tubo flexível é composto por diversas camadas de diferentes materiais onde cada camada
possui uma função, e quando trabalham em conjunto têm o objetivo de conter e conduzir os
agilizar e facilitar o transporte do mesmo. A Figura 2.6 mostra um tubo flexível enrolado
em um carretel, que geralmente mede 3,7 metros de diâmetro e 2,6 metros de largura.
diâmetro interno. Assim é possível ter uma noção do raio de curvatura que esses flexíveis
flexível é uma tecnologia muito mais complexa do que um tubo metálico rígido. [1]
internos que variam de 1 até 18 polegadas suportando faixas de pressão de 3,45 MPa até
11
Figura 2. 6 – Carretel [5]
As camadas principais dos tubos flexíveis não colados funcionam como barreiras
geral, têm aproximadamente 4 camadas, já os dutos mais complexos podem conter até 19
camadas.
As armaduras de aço suportam as mais variadas tensões, elas não ficam em contato
direto com o fluido transportado, portanto não precisando ter o mesmo grau de resistência à
corrosão que o aço utilizado nos dutos rígidos. Os dutos rígidos algumas vezes não
anticorrosivas. Onde que nos dutos flexíveis isto não necessariamente prioridade, pois além
12
de possuírem outras camadas realizam tal função, as camadas também garantem a
estanqueidade do fluido. Como é o caso das barreiras de pressão que são camadas feitas de
um material termoplástico.
Além das barreiras de fluido e das armaduras de aço, camadas adicionais podem ser
incluídas para evitar o desgaste entre esses materiais ou para melhorar a isolação térmica do
sistema. Cabos elétricos ou fibras ópticas também são adicionados quando se deseja
integrar serviços de umbilicais nos próprios dutos flexíveis. A Figura 2.7 detalha as
13
2.3.1 Carcaça
pressão (camada posterior). Seu perfil em “S” possibilita um intertravamento de peça por
peça, o que facilita a flexão [1]. A Figura 2.8 representa a primeira camada.
contato direto com fluido, a escolha do tipo de aço, consideram alguns fatores como a
dos óleos, como o teor de CO2, o teor de ácido sulfídrico, a presença de água, o teor de
cloretos dessa água, o pH da água ou sua composição iônica e até a pressão e temperatura
máxima de projeto. Outra característica importante da carcaça é que o aço usado deve ser
14
2.3.2 Barreira de Pressão
polimérico que tem como função de assegurar a estanqueidade do fluido além de transferir
Por ser uma camada termoplástica, a barreira de pressão exerce uma função
química elementos capazes de ter boa resistência à corrosão, assim como também
temperatura de pressão).
temperatura de pressão).
15
Este trabalho estará voltado para o Polifluoreto de Vinilideno que será mais
Geralmente a armadura de pressão é feita de aço carbono com boa resistência a corrosão,
composição de carcaça. Os principais fatores que afetam a corrosão nessa armadura são a
água, a composição molar do fluido e a temperatura externa. Seu perfil mais comum é
chamado de z, mas existem outros que tipos de perfis que podem ser visualizado na Figura
2.9.
Figura 2. 9 – Perfis para a armadura de pressão: (a) perfil Z, (b) perfil C, (c) perfil T.
(grampo ligando os perfis) e (d) perfil T [3].
16
2.3.4 Armadura de Tração
composta por arames achatados de aço carbono resistentes à corrosão, que estão dispostos
longitudinal do tubo. O ângulo mais usual é de 35º. São utilizadas normalmente duas
camadas dessa armadura, cada uma com um sentido de ângulo diferente, com o objetivo de
suportar torções em qualquer direção [1]. A Figura 2.10 mostra o detalhe de fabricação
desta armadura.
pressão.
17
2.3.5 Capa Externa
Esta é a última camada do duto flexível. Feita de material polimérico, onde além de
abrasão. Ou seja, previne o do dano mecânico de entrada da água do mar no espaço anular,
antioxidantes [1].
Fitas anti-desgaste:
Geralmente utilizadas para aplicações dinâmicas, essas fitas são colocadas entre as
efeito de fundo negativo (pressão externa maior que a interna), evitando a formação da
18
Figura 2. 11 – Gaiola de Passarinho [1].
Camada anti-colapso:
Em dutos flexíveis smooth bore, essa camada transmite a pressão externa para a
armadura de pressão.
Isolamento térmico:
Limita a perda de calor através das paredes do duto para o meio externo (água fria
Nos dias atuais, os flexíveis resistem a todas as pressões de fluidos encontradas nas
19
quantidade das camadas de armadura de acordo com a especificação de cada cliente e modo
de operação.
vulnerabilidades que têm resultado em uma elevada taxa de falha durante a operação, em
comparação aos tubos de aço rígidos. Existem várias causas para esses problemas, mas o
principal fator é a utilização inadequada desses tubos, devido a falhas de projetos durante
vários anos de operação. As estruturas dos tubos e seus materiais variam significativamente
tubos de aço, e ao longo dos anos está evoluindo para suportar aplicações mais
de pressão que garante a estanqueidade do tubo) por causa da severidade do ambiente. [1].
2.4 Polímeros
barreira de pressão. Conforme dito anteriormente a camada barreira de pressão será o foco
deste estudo.
A palavra Polímero tem origem do grego onde, poli = muitos e meros = repetição,
estruturas pequenas. As macromoléculas são formadas pela união de átomos com alta
20
associam por ligações secundárias muito mais fracas. A estrutura molecular é o fator
técnicos, conhecidos como plásticos e que podem ser classificados como: policarbonatos,
polímeros de uso mais comum, como: polietileno, polipropileno, PVC e ABS. [1].
repetem em apenas uma direção ou conter ramificações. Podem também apresentar cadeias
polímero têm relação direta com o tipo de cadeias. Macromoléculas de cadeias reticuladas
não deslizam umas sobre as outras, o que confere uma elevada resistência mecânica e torna
cadeias lineares ou ramificadas podem ser fundidos e endurecidos inúmeras vezes, uma vez
que suas moléculas não estão interligadas por ligações químicas primárias e são
21
Figura 2. 12 – Representação esquemática das cadeias poliméricas (a) lineares, (b)
ramificadas e (c) reticuladas [1].
de uma cadeia polimérica. A massa molar de um polímero é definida pelo produto da massa
que inicie o processo para que se forme um centro ativo, que pode ser um radical livre ou
22
um íon. A partir deste centro ativo, outras moléculas de monômero são adicionadas, rápida
eliminação dos centros ativos. Dentre os polímeros que são formados por esse tipo de
tamanhos diferentes, apresentando uma distribuição de peso para cada processo. Como dito
ligações cruzadas.
As propriedades mecânicas dos polímeros são caracterizadas pelo modo com que
que seguem a lei Hooke. Essa dupla característica é nomeada de viscoelasticidade e ocorre
análise dos polímeros, pois ensaios mecânicos podem ser realizados de forma rápida ou
polímeros, dentre eles estão os ensaios estáticos, dinâmicos, destrutivos, não destrutivos, de
curta duração e de longa duração. Grande parte dos ensaios mecânicos podem ser
populares e deles é possível quantificar a resistência mecânica dos polímeros por meio de
23
parâmetros como o módulo de Young, tensão e deformação no escoamento, tensão
24
Figura 2. 14 – Curva tensão-deformação para o acetato de celulose a várias
temperaturas [1].
material é outro parâmetro importante para a análise das propriedades do polímero. Curvas
25
Figura 2. 15 – Efeito da taxa de deformação (velocidade em mm/min) nas curvas de
tração do epóxi [1].
da classe dos fluorados cuja estrutura do monômero pode ser visualizada na Figura 2.16. O
elevada resistência mecânica quando comparado a outros polímeros. Além disso, possui
26
Figura 2. 16 – Estrutura molecular do PVDF.
fase polar cristalina β. Na sua fase apolar α, o interesse pelo estudo deste polímero cresceu
segmento de óleo e gás como em isolamento para fios e cabos, equipamentos para
cristalinas. A estrutura do cristal pode ser descrita pela conformação das cadeias, como uma
série de ligações trans (T) ou gauche (G), pela orientação dessa sequência em torno do eixo
da cadeia, paralelo ou antiparalelo, e pela direção relativa das cadeias adjacentes como up-
up (mesma direção) ou down-down (direção oposta). A Figura 2.17 mostra uma ligação
27
página, que se estende ao longo da cadeia. Ao carbono frontal, existe outro átomo de
carbono e dois de hidrogênio ou flúor a ele conectados, representados pelas linhas sólidas e
da mesma forma, três átomos são ligados ao carbono de trás, linhas pontilhadas. Se o
carbono frontal e seus três ligantes rotacionam enquanto o carbono de trás se mantém
estacionário, a energia estérica deste sistema é alterada por conta da repulsão entre os
átomos. O ângulo de rotação φ é nulo quando os quatro átomos de carbono estão no mesmo
plano. Nesta estrutura, os átomos substitutos são afastados uns em relação aos outros, em
uma repulsão mútua. Quando φ varia para 60º, esta força repulsiva decresce uma vez que os
novamente quando φ atinge 120º e logo decresce. Finalmente, quando φ=180º, a energia
atinge seu valor mínimo. As estruturas referentes à φ=60º e φ=240º são as conformações
energia desta configuração é a mais baixa de todas uma vez que os átomos substitutos estão
em suas posições mais afastadas uns em relação aos outros. A energia das duas
pela existência de conformações trans e gauche cujas energias são governadas pelo número
28
Figura 2. 17 – Interações entre os átomos de flúor e hidrogênio de carbonos adjacentes
na cadeia polimérica do PVDF implicam em mudanças na energia potencial quando as
ligações entre carbonos rotacionam [2].
Na forma I, também conhecida com fase β, duas cadeias em conformação trans zig-
zag planar são empacotadas em uma célula unitária ortorrômbica com parâmetros de rede a
zag planar criam um cristal bem organizado. Esta estrutura permite um empacotamento
cadeia. A densidade desta fase é de 1,97 g/cm3e permite também um maior alinhamento
principal determina o quão fácil à fase β será formada. As imperfeições ao longo da cadeia
29
principal conferem um maior espaçamento entre os átomos de flúor e tornam esta fase mais
forma mais facilmente. Se este valor estiver acima ou abaixo destes extremos, a fase α
produção desta fase. A adição de defeitos reduz suficientemente a tensão para estabilizar a
estrutura cristalina sem interferir na polaridade molecular. Estudos têm mostrado que as
minimiza a interferência estérica entre os átomos de flúor ao longo da cadeia. Esta fase
de 160ºC. Cada célula unitária contendo duas cadeias é também ortorrômbica com
g/cm3. Na fase α, as cadeias adjacentes são empacotadas de forma que os momentos dipolo
30
de cada ligação individual carbono-flúor estejam alinhadas perpendicularmente a direção da
Tanto uma série T quanto uma TG podem ser representadas por uma estrutura
vizinha. A estrutura com repetições G ou ligações G devem possuir uma hélice para a
esquerda ou para a direita. Quando estas estruturas estão alternadas, criam uma hélice
esqueleto do PVDF. O arranjo helicoidal é de muito mais baixa energia do que o de planar
zig-zag, fato que torna mais provável a formação da fase α a partir do polímero fundido. [2]
rotacionada para fora da cadeia principal. Esta forma possui densidade de 1.93 g/cm3 [2].
A forma IV, fase δ, foi identificada com a mesma configuração da fase α, sendo que
a ligação C-F esta alinhada em uma direção em torno da cadeia resultando numa rede
31
Tabela 2. 1 – Fases do PVDF com células unitárias e parâmetros de rede [2].
32
2.4.3 Propriedades Mecânicas
ordenadas, denominadas cristalitos, cercadas por regiões amorfas. Seu alto grau de
propriedades em fluência. Através de estudos por MEV, tem se estimado que estes
líquido viscoso que transmite as tensões para a fase cristalina. Em temperaturas mais
33
viscosidade desta fase. No primeiro estágio da deformação, a fase cristalina consegue se
manter estável. Depois de certo nível, escorregamento pode ser observado nas lamelas,
PP, e Polioximetileno – POM, a fase α do PVDF exibe duas particularidades. Por causa do
seu alto grau de cristalinidade, duas fases amorfas podem ser distinguidas e são designadas
como livre e restrita e podem ser vistas de acordo com a Figura 2.19. A distinção entre elas
de transição vítrea (Tg) destas fases são notoriamente diferentes. Para a fase amorfa livre, a
Tg = -40ºC e para a restrita, Tg’= 50-60ºC. Esta propriedade torna os estudos sobre os
34
Tabela 2. 2 – Propriedades do PVDF. [2]
% -
Grau de Cristalinidade 50-60
MPa -
Tensão Limite de Escoamento 36-59
MPa -
Tensão Limite de Ruptura 36-56
25°C,
Deformação em Fluência 2-4 % 13,79 MPa,
1000 h
35
A outra particularidade envolve os mecanismos de danos. Quando deformados,
ainda maior para estes polímeros. Este fenômeno foi observado em estudos recentes e suas
consequências no comportamento macroscópico ainda não são muito bem conhecidas. [2].
36
CAPÍTULO 3
3.1 Materiais
tubo de barreira de pressão usada, Figura 3.1. Foram confeccionados 4 corpos de prova do
[7], Tabela 3.1. As Figuras 3.2 e 3.3 mostram, respectivamente, como o corpo de prova foi
37
Figura 3. 1 – Barreira de Pressão como Recebida [1].
38
Figura 3. 3 – Esquemático de Aquisição do Corpo de Prova para testes de tração [1].
Tabela 3. 1 – Dimensões dos corpos de prova, segundo ASTM D638 - 08, Tipo I.
R - Raio do filete 76 + 1
T - Espessura 4 + 0,4
39
Figura 3. 4 – Fotografia do corpo de prova processado, após etapas de usinagem.
A máquina utilizada para os ensaios de tração foi uma Universal de Ensaio modelo
40
Figura 3. 6 – Ensaio de Tração com forno acoplado a temperatura de 80 ºC.
seguinte forma:
(1)
(2)
seguinte maneira:
(3)
(4)
41
O alongamento dos corpos de prova foi medido através de um sistema óptico sem
temperaturas: 50°C, 80°C, 100°C e 130°C. A Figura 3.7 apresenta os corpos de prova após
o ensaio.
Figura 3. 7 – Corpos de prova ensaiados para temperaturas de: 50°C, 80°C, 100°C e
130°C.
elevada e a temperatura média da água no fundo do mar é de 4ºC, optou-se por escolher a
42
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
temperaturas mais elevadas. Todos os ensaios de tração foram realizados até a ruptura do
material e foi notado que a deformação é muito homogênea e praticamente não há estricção
"pescoço" no corpo de prova: O espécime fica mais fino de uma maneira muito uniforme e
43
4.1 Métodos
termo-estática era ligada a fim de atingir a temperatura de ensaio. Uma vez atingida e
estabilizada tal temperatura, os ensaios eram iniciados a uma velocidade constante de 5,0
mm/min, conforme recomenda a norma ASTM D638 - 08, Tabela 4.1. A Figura 4.1
50 °C
80 °C
Temperaturas de Ensaios
100 °C
130 °C
diferentes temperaturas.
50°C
80°C
100°C
130°C
PVDF possui grandes deformações para temperaturas mais elevadas, notando-se que a
temperatura influi na mudança das propriedades mecânicas do PVDF. Tais mudanças nas
45
4.2 Modelagem
a( )
m
1 (b( ) ) (c( ) 2 ) (5)
O software utilizado para a identificação dos parâmetros foi o Curve Expert 1.4, no
qual é preciso primeiramente plotar a curva experimental do ensaio de tração com os dados
da deformação e tensão para cada instante de tempo. Então, deve-se inserir a equação [5]
como input, onde o m será definido de acordo com os valores de tensão obtidos no
até 70% devido ao fato de se ter observado descontinuidades e um dano acumulado. Tais
46
acredita-se que deformações da ordem de 70% conseguem representar significativamente o
temperatura. Onde , são as temperaturas em que são encontrados os valores das funções.
Para encontra-las foi utilizado o método dos mínimos quadrados, onde é possível
definir uma função através dos pontos inseridos no gráfico. Com isso, definiu-se as
equações das funções para os parâmetros a( ) , b( ) e c( ) variando com a temperatura.
atender a solução das equações 6, 7 e 8 para cada temperatura desejada. Podem ser
a1 a2 a3 b1 b2 b3 c1 c2 c3
47
Tabela 4. 3 – Parâmetros para cada temperatura.
facilitasse a análise dos resultados. Assim, o gráfico gerado, para cada curva tensão
deformação da temperatura pode ser vistos na Figura 4.3. As curvas teóricas foram
50°C
............ Modelo
_____ Experimental
80°C
100°C
130°C
48
De forma geral, notou-se uma boa aproximação das curvas do modelo em relação a
De acordo com a Figura 4.3, pode-se ver que apesar de o comportamento não linear
modelo.
49
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
O estudo apresentou resultados satisfatórios com base nos ensaios feitos para o
PVDF, onde a equação constitutiva proposta (5) gerou bons valores, aproximando o
modelo das curvas tensão-deformação das curvas experimentais para as mesmas condições
de temperatura. Logo, a equação (5) demonstrou ser uma excelente ferramenta de análise
50
Torna-se importante ressaltar com relação à quantidade de corpos de provas
do PVDF
propostas para descrever as curvas para o material em temperaturas elevadas, vale analisar
também que com apenas 3 ensaios as equações e suas constantes seriam possíveis de serem
encontrados.
Logo, pode-se concluir que o estudo realizado atingiu seu objetivo de forma
positiva, podendo ser uma ótima forma de análise do comportamento linear, diminuindo a
necessidade de testes e experimentos nas empresas da área, que por sua vez demandam
expandir a análise para temperaturas mais frias, como a necessidade de um modelo para
temperaturas mais baixas. Desta forma o modelo ira se complementar e poderá auxiliar no
suporte de análise para prever possíveis falhas quando submetidos em situações extremas
operacionais.
51
CAPÍTULO 6
REFERÊNCIAS
[3] Santos, R.N.R., "Análise de linhas flexíveis sob efeito de cargas térmicas",
Dissertação de M.Sc., COOPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2006.
52
[6] Santos, C.M. P M., "Curso Noções de Projeto, Construção e Instalação de
Dutos Rígidos Submarinos", Petrobras, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
[9] Muren J., Caveny K., Eriksen M., Viko N. G., Muller-Allers J., Jorgen K. I.
E. A., “Un-Bonded Flexible Risers - Recent Field Experience and
Actions for Increased Robustness”, 4subsea, 31 Dezembro 2013.
[11] Li, H., “Flexible Pipe Stress and Fatigue Analysis,” NTNU - Trondheim,
Junho 2012.
[12] Fraser, D., “Flexible Steel Pipe Application,” CEAC CM00-4, 4 Outubro
2005.
[14] Ismail N., Nielsen R., Kanarellis M., " DESIGN CONSIDERATIONS FOR
SELECTION OF FLEXIBLE RISER CONFIGURATION", Offshore and
Arctic Operations, Panama City, Florida, 1992.
[15] Reis J.M.L., Pacheco L.J., Costa Mattos H.S., "Tensile behavior of post-
consumer recycled high-density polyethylene at different strain rates",
Polymer Testing, 2012.
[16] Reis J.M.L., T.D. Barboza, Costa Mattos H.S., "Elasto-Viscoplastic behavior
of polyvinylidene fluoride (PVDF) from flexible pipes", MECSOL 2015,
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
[17] Ahmad A.L., Ideris N., Ooi B.S., Low S.C., Ismail A., " Morphology and
polymorph study of a polyvinylidene fluoride (PVDF) membrane for protein
binding: Effect of the dissolving temperature", Desalination, 2011.
53
[19] Fu Liu, Awanis Hashim N., Yutie Liu, Moghareh Abed M.R., Li K.,
"Progress in the production and modification of PVDF membranes", Journal
Of Membrane Science, 2011.
54
APÊNDICE I: ARTIGO ACEITO NO COBEM 2015
55
23rd ABCM International Congress of Mechanical Engineering
December 6-11, 2015, Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Abstract. The thermomechanical behavior of Polyvinylidene fluoride (PVDF) was studied. The experiments
were performed under a range of temperatures (50 ° C up to 130 ° C). The temperature greatly influences the
mechanical response of PVDF. In particular, the yield stress is increased with decrease in strain rate for the
lower temperatures and the ultimate tensile strength is increased at higher temperatures. Furthermore, a
one-dimensional model able to of providing a physically realistic description of curve stress vs strain
sensitivity observed in tensile tests with temperature that can be used in engineering problems is proposed.
Just four tests were performed at different temperatures with constant speed of testing are required to
identify the parameters that appear in the model. The experimental results are presented and compared to
the model and show good agreement.
1. Introduction
Over the decades various materials are being discovered for various applications in engineering. Mainly in
the oil industry, where the reservations findings are in deeper layers (Sousa, 2009).
One of the connection means for exploitation of wellheads and platforms are flexible risers. A tubular set
composed of metallic and polymeric layers responsible for conducting the fluid. Given that the use of flexible
pipe is relatively recent, since the mid-1980s, and the analysis is therefore fairly limited, there has been
exponential growth in the use of flexible pipe (Reis, 2015)
The polymeric layers made possible economically extend the life of the general structure in addition to
bring with it technical challenges to improve its mechanical resistance to deeper layers of the pre-salt
(Hashimoto, 2013).
The Polyvinylidene fluoride (PVDF) is a thermoplastic that has been used in the layers of the flexible pipe
to be due to the pressure barrier and resist the effects of temperature operating. This is a situation very
common in current applications, such as Brazil’s presalt offshore exploitation. Even when used as riser or
flowline, the flexible pipe structure must be able to be subjected to high external pressure value with no
failure (Reis, 2015).
For a better understanding the mechanical characteristics of the material in the presence of two factors
presented: high temperatures and high pressures. This article focuses on development of a one-dimensional
model able to describe the influence of temperature and strain rate on the mechanical behavior. The tensile
tests were conducted over a wide range of temperatures (50 ° C to 130 ° C) with constant speed of testing
determined by the standard ASTM 638. Tests were conducted to four different temperatures to fully identify
all of the relevant experimental parameters arise in theory. Thus, with this experimental procedure, the
number of tests used to evaluate the mechanical properties of PVDF is significantly reduced.
The Polyvinylidene fluoride (PVDF) barrier was obtained from the flexible pipe itself. PVDF is a
specialty plastic material in the fluoropolymer family; it is used generally in applications requiring the highest
purity, strength, and resistance to solvents, acids, bases and heat and low smoke generation during a fire
event. Compared to other fluoropolymers, it has an easier melt process because of its relatively low melting
point of around 177 °C.
According to standard ASTM 636, the tension test specimens were machined from
PVDF pipe with shape and size specified. The initial gage length l0 and initial cross section
A0 are, respectively, 33 mm and 24 mm2 as illustrated in Fig.1.
2.2. Methods
Mechanical tensile tests at different temperatures and strain rates were performed using a Shimadzu® AG-
X universal testing machine at 10 t capacity with an attached thermostatic chamber and electro-mechanical
sensors for the control of longitudinal strain in the active zone of the test specimens with capacity of record
from -70°C until 350°C.
According to the standard, the speed of testing was 5 mm/min. Figure 2 displays the PVDF tensile test
inside the thermostatic chamber.
Figure 2. PVDF tensile test
Considering that the specimen has an initial gauge length l0 and an initial cross section area A0 that is
submitted to a prescribed elongation and to F (t) as the experimentally measured force, the engineering
stress and engineering strain can defined as follows:
(1)
With constant volume, the true stress and true strain can be defined as
(2)
Figure 3 shows the curves true stress vs. true strain to PVDF obtainable from the controlled-strain tensile
tests for different temperatures.
50 °C
80 °C
True Stress (MPa)
100 °C
130 °C
Figure 3. True stress vs. true strain curves of PVDF at different strain rates
.
3.2. Model
In this section, a constitutive model for the PVDF tensile load is introduced in order to find a suitable
expression modeling the mechanical behavior PVDF under tensile load performed at different temperatures,
the following mathematical model is proposed,
a
(3)
1 (b ) (c ²)
and
precise definition of the limiting strain rates and . In the absence of a precise physical definition, it
is suggested that a range from 50ºC to 130ºC.
As mentioned in the previous section, the proposed model (see Eq. (3)), it is to find a model to represent
the curves deformation strain of PVDF, which for the purpose of simplification we consider rates of up to
70% strain.
The parameters found to characterize the materials in temperatures in Tab.1. With these parameters, the
theoretical and experimental curves are extremely close.
a1 a2 a3 b1 b2 b3 c1 c2 c3
0.0648 -29.956 3091.1 -0.0054 0.6976 29.467 0.0021 -0.2973 -14.25
To determine the accuracy of the model, samples of experimental results were cross-checked with the
mathematical model. Figure 4 presents the experimental and theoretical true stress vs. true plastic strain
curves for different strain rates.
50° C
80° C
100° C
True Stress (MPa)
130° C
......... Model
_____ Experimental
Figure 4. PVDF experimental and theoretical true stress vs. true plastic strain curves for different
temperatures.
According to figure 4, it can be seen that, despite the nonlinear behavior of the material, the experimental
results are in good agreement with the model predictions.
However, for an effective model, valid for higher temperature ranges. It is interesting to propose a
function for the above parameters. A good approach is to consider constant ε and the other parameters as
linear functions of temperature. Thus, with few tests can be performed and be sufficient to fully characterize
the material temperature between 50 °C to 130 °C.
4. CONCLUSIONS
In this study, the strain rate dependency of Polyvinylidene fluoride (PVDF) barrier is analyzed. In
addition, a simple model is proposed to describe the tensile behavior of PVDF at different temperatures. The
temperature significantly influences tensile strength and stiffness of PVDF. The proposed mathematical
model equations combine simplicity that facilitates their use in engineering problems with a physically
realistic description of the mechanical behavior of PVDF pressure barrier from flexible pipes. The intent of
this study is to use this model formulation to obtain the maximum amount of information possible about the
macroscopic properties of PVDF from a minimum number of laboratory tests, saving time and experimental
costs. To determine the parameters values of the mathematical model only three tensile tests are needed. The
model predictions have a good correlation with experimental results for different temperatures.
5. Acknowledgements
The authors thank the Brazilian National Council for Scientific and Technological Development (CNPq)
and Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) for supporting part of the
work presented here.
6. References
Reis, J.M.L; Braboza,T.D and da Costa Mattos, H.S, 2015. “Elasto-Viscoplastic behavior
of polyvinylidene fluoride (PVDF) from flexible pipes”. In International Symposium on
Solid Mechanics - MECSOL 2015. Belo Horizonte, Brazil.
Sousa, F.A., 2009. "Assessment of Slot Spread PVDF". Graduation thesis, UFRJ, Brasil
Hishimoto, D.S., 2013. "Dependence of flow and Recovery polyvinylidene fluoride (PVDF)
with strees and strain rate". Graduation thesis, UFRJ, Brasil
Costa Mattos, H.S, " Analysis of damage Accumulated in pressure barrier in flexible
pipes", Thechnical report, UFF, Brasil
7. Responsibility notice
The author(s) is (are) the only responsible for the printed material included in this
paper.