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Caracas, Venezuela.
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Consejo Directivo
Rectora
Dra. Olga Durán de Mostaffá
Coordinador de Postgrado
Dr. Julio Flores
Organizadora- Editora
Dra. Jenny González Muñoz
Diseño Editorial
Samuel Schoenberger
Digitalización
Fondo Editorial de la Universidad Latinoamericana y del Caribe
(FEULAC)
Corrección
Jenny González Muñoz
Jenirée Marín
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Presentación
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PRÓLOGO
Es por ello que, desde la Universidad Latinoamericana y del Caribe a través del
Doctorado en Patrimonio Cultural, nos hemos dado a la tarea de homenajear al insigne
Generalísimo al dedicarle la colección vinculada con esta parte del conocimiento
humano, como un reconocimiento a la diversidad que nos hizo ver más allá de lo
meramente nacional, sin dejar de lado nuestra venezolanidad, realzando nuestros
saberes e identidad cultural.
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experiencia que muestra el trabajo de participantes de nuestro programa de
postgrado, en sus distintas sedes, y la proveniente de especialistas reconocidos en
esta materia, lo cual permite brindar al público lector otras maneras de abordar
temáticas patrimoniales, según los intereses de cada investigadora o investigador. La
imagen es lo que muestra los saberes y las posibles interrogantes, mientras que el ser
siendo signo va más allá de la exploración hacia consecución de propuestas cónsonas
con las múltiples realidades. En la primera parte, “Aspectos del Patrimonio Cultural
Material”, Sara de Atiénzar, Patricia Atiénzar, Andreina Guardia de Baasch e Inés
Puente, participantes de la sede Valencia, nos hablan, respectivamente, de los paisajes
urbanos de la Caracas y Valencia de los años 50 del siglo XX; la plazas de Valencia
durante buena parte del siglo XIX; la memoria e identidad desde la ciudad industrial;
y el bahareque como técnica constructiva digna de ser considerada patrimonio
venezolano. Por su parte, María del Carmen Sánchez, de la sede Caracas, se adentra
en Plaza Venezuela, lugar emblemático de la capital; Ysmery Tineo y Tivisay Guzmán,
de la sede Cumaná, exploran, respectivamente, el significado cultural en el Liceo
Antonio José de Sucre de dicha ciudad y la ontología de Santa María de la Cabeza,
obra que vincula lo arquitectónico y lo simbólico de parte de la región sucrense. En
esta sección contamos con Rafael Guedes Milheira, especialista arqueólogo y docente
de la Universidad Federal de Pelotas, Rio Grande del Sur, Brasil, quien resalta aspectos
vinculados con la preservación del patrimonio arqueológico concretamente en Pontal
da Barra, y las problemáticas que el desarrollismo ha traído consigo.
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Macarao de Caracas y la gestión cultural posible en esos espacios desde su
tradicionalidad; y la radio como herramienta importante para contribuir con la
educación sobre patrimonio al concienciar de manera eficaz. Mientras, Ana Ramos,
de la sede Cumaná, nos entrega un texto que estudia la identidad cultural desde la
imagen y el espectáculo. Los especialistas invitados son Gustavo Merino Fombona,
primer egresado del Doctorado en Patrimonio Cultural y actual docente del mismo,
quien muestra la gestión del patrimonio desde una experiencia concreta de trabajo
vinculado a varios ejes socioculturales a implementarse en la ciudad de Caracas; y
finalmente, los investigadores brasileños María Lucia Mendes de Carvalho, del Centro
Estadual de Educación Tecnológica Paula Souza, de São Paulo, y Marcus Granato, del
Museo de Astronomía y Ciencias Afines, de Rio de Janeiro, nos cuentan su experiencia
con los objetos patrimoniales de Química, concretamente del Instituto Profesional
Femenino de São Paulo, su re-significación y recuperación como bienes culturales e
históricos.
Para cerrar, la especialista brasileña Natália Martins de Oliveira Gonçalves, nos entrega
una hermosa visión, desde la imagen, sobre el patrimonio ferroviario de Paranapiacaba,
una villa inglesa del siglo XIX.
Desde este rincón de letras, sueños y futuros, les invitamos a entran en el mundo
del arte y el patrimonio, para entenderlo y sentirlo en su infinidad de significados.
Agradecemos a participantes y docentes de nuestro doctorado, invitados especiales,
miembros del comité editorial y a la ULAC por hacer posible este primer volumen,
que esperamos sea uno de muchos. Dedicamos cada una de nuestras letras a Juan
Amundarain, compañero de la segunda cohorte quien nos dejó para siempre su
legado de esperanza.
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ÍNDICE
Presentación……………………………………………………………………………5
Prólogo…………………………………………………………………………………7
PRIMERA PARTE
ASPECTOS DEL PATRIMONIO CULTURAL MATERIAL
Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre, de Cumaná:
Bien cultural de principios del siglo XX
Ysmery Tineo Toledo……………………………………………………………………92
Memoria, identidad y progreso de la ciudad industrial de Venezuela
Andreina Guardia de Baasch……………………………………………….…………114
El bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
Inés Y. Puente………………………………………………………………….………130
Ontología de Santa María de la Cabeza: La fortaleza
Tivisay Guzmán ………………………………………………………………………144
SEGUNDA PARTE
SENTIRES DEL PATRIMONIO CULTURAL INMATERIAL
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La elaboración del altar para la festividad de la Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Raimundo Mijares …………………………………………………………….………187
TERCERA PARTE
APORTES DESDE EL PATRIMONIO CULTURAL
Micros radiales para la educación en patrimonio cultural: Una mirada desde el universo
simbólico emocional del ser humano
Irene Puigvert …………………………………………………………………………314
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ENSAYO VISUAL
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PRIMERA PARTE
ASPECTOS DEL PATRIMONIO CULTURAL MATERIAL
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O
caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
por: Rafael Guedes Milheira 1
Resumo
Palavras-chaves
Patrimônio cultural
Arqueologia
Gestão do patrimônio
Pontal da Barra,
Cerritos
Introdução
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por: Rafael Guedes Milheira
Pontal da Barra, que atuam como pescadores tradicionais), que se uniram em prol
da preservação do banhado do Pontal da Barra, onde se situam espécies animais
ameaçadas de extinção, coletivos de pescadores tradicionais, sítios arqueológicos e
uma área úmida de importância singular para a manutenção do ecossistema da várzea
do Canal São Gonçalo. A união desses diferentes atores ocorre através da articulação
de um coletivo social chamado Movimento Pontal Vivo.
Essas licenças têm sido altamente criticadas pelo Ministério Público Federal brasileiro
com base em laudos científicos tecnicamente elaborados. Várias delas foram utilizadas
como estratégias para a concretização do projeto de urbanização do banhado do
Pontal da Barra, desde a projeção de loteamentos residenciais até a criação de um
hotel do tipo resort. Os discursos midiaticamente divulgados no intuito de convencer
a opinião pública, os gestores públicos e os técnicos dos órgãos de proteção ambiental
e patrimonial também oscilam entre: o fortalecimento do turismo local, a urbanização
ordenada para evitar a favelização do espaço, o aquecimento do comércio local e a
incrementação da infraestrutura urbana para as áreas adjacentes.
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
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por: Rafael Guedes Milheira
É exatamente nesse ponto que o presente trabalho busca dar sua contribuição à
discussão sobre patrimônio cultural. Pretendemos apresentar uma caracterização
que observa os sítios arqueológicos em articulação à paisagem circundante. Ademais,
buscaremos demonstrar como o contexto arqueológico deve ser entendido e,
portanto, preservado em consonância com a legislação de proteção ao patrimônio
arqueológico no Brasil e com os interesses coletivos envolvidos no palco dos conflitos:
o banhado do Pontal da Barra.
Segundo Costa (2007 apud CRUZ, 2008), o primeiro loteamento do balneário Santo
Antônio foi demarcado por volta do ano de 1950, no que, atualmente, corresponde
à porção noroeste deste balneário. Nessa época o arroio Pelotas, cujo baixo curso
disseca o caminho entre o centro urbano e o balneário, era transposto por meio de
uma balsa. Segundo Cruz (2008, p. 9), pouco tempo depois, iniciou-se a construção do
loteamento do balneário Valverde, que se fundiu, nos anos 1970, ao balneário Santo
Antônio.
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
Figura 2: Evolução da urbanização nos balneários Santo Antônio e Valverde – Praia do Laranjal.
Fonte: levantamento aerofotogramétrico / Agência da Lagoa Mirim e Prefeitura Municipal de
Pelotas, 2006. Modificado de Cruz (2008, p. 8)
Figura 3: Evolução dos loteamentos nos balneários Santo Antônio e Valverde – Praia do Laranjal.
Fonte: Editado por LabTec i. a. / UCPel, a partir de Agência da Lagoa Mirim e Prefeitura Municipal
de Pelotas, 2007. Modificado de Cruz (2008, p. 9)
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Em termos ambientais, e de forma geral, essa importância gira em torno de sua significante
participação nos ciclos naturais [por exemplo: o da água e o do carbono], da imensa
biodiversidade típica desses ecossistemas, e do controle que exercem nas áreas vizinhas,
principalmente com relação à dinâmica hídrica e sedimentológica (SEELIGER, 1998). [...]
Ambientalmente, além da importância geral dos banhados, o Pontal da Barra guarda
em sua biodiversidade espécies animais endêmicas, serve de abrigo e local de reprodução
para aves migratórias, e reduz os efeitos da poluição e do assoreamento na Laguna dos
Patos e no Canal São Gonçalo (CRUZ, 2008, p. 11-14).
Figura 04: Vista aérea da várzea do canal São Gonçalo, indicando a localização do Pontal da
Barra, à margem da laguna dos Patos.
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
como para a venda de lenhas e de outros tipos de plantas para jardins. Outro fator
que vem debilitando intensamente a cobertura vegetal do pontal é a criação de gado,
atividade pastoril que, de longa data, trouxe impactos visíveis ao banhado, pois, em
algumas áreas que antigamente eram juncais e mata nativa, há, atualmente, apenas
uma cobertura vegetal de gramíneas, o que transformou áreas alagadas em campos.
O banhado do Pontal da Barra funciona como uma ferramenta natural de controle
hidrológico que regula, portanto, o aumento das águas da laguna dos Patos. No bairro
Valverde, em média, a cada quatro anos, ocorrem tragédias relativas aos alagamentos
causados pelos fenômenos naturais (mudança do vento, por exemplo), mas,
amplamente agravadas pela supressão do banhado. Nessas ocasiões, os moradores
do bairro perdem suas casas, que ficam alagadas e com seu mobiliário destruído,
colocando as pessoas em perigo de morte. Além disso, o frequente aterramento do
banhado vem causando mais um problema relativo aos animais peçonhentos que
adentram as residências familiares devido ao seu hábitat natural estar sendo destruído
pelos caminhões, retroescavadeiras e, até mesmo, fogo criminoso. Sem outra opção,
os animais fogem para as áreas não atingidas momentaneamente, como os pátios das
casas e terrenos baldios.
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por: Rafael Guedes Milheira
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
Porém, mesmo resistindo, parte dos pescadores tradicionais que habitavam a orla da
laguna dos Patos, nas imediações do Pontal da Barra, foi deslocada compulsoriamente
de suas casas por ordem judicial, entre os anos de 2010 e 2011. Tratava-se da Vila de
Pescadores do Trapiche, uma pequena comunidade anexa ao Pontal da Barra, com 30
famílias que se alojaram na orla da praia do Laranjal.
Ainda de acordo com Nebel (2014), esse processo é típico das ações administrativas
de “desterritorialização” e “gentrificação”, o que envolve a retirada de comunidades de
baixa renda, nesse caso, de pescadores tradicionais, para a chamada “revitalização do
espaço”. Nesse caso, a “revitalização” atende a uma demanda privada, cujo impacto
sobre o ambiente de banhados será devastador . Esse é, nitidamente, um caso em que
o Estado lança mão de seu aparato repressor jurídico a serviço de empresas privadas,
com interesses particulares, que visam ao lucro.
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por: Rafael Guedes Milheira
Figura 10: foto de membros do “Movimento Pontal Vivo” em uma ação de protesto em defesa
do banhado do Pontal da Barra. Acervo: Pontal Vivo.
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Figuras 12 e 13: imagem aérea (adaptada de SOARES 2014) e vista panorâmica do Pontal da
Barra em épocas de cheia (foto do autor), em que fica evidente a importância da área alagada
no entorno dos cerritos e que permitiria mobilidade e circulação pelo ambiente lagunar.
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por: Rafael Guedes Milheira
Figura 14: (01) banhado do Pontal da Barra com capão de mato típico de onde se localizam
os cerritos; (02) perfil estratigráfico retificado no cerrito PSG-02; (03) escavação arqueológica
no topo do cerrito PSG-02; (04) osso de peixe identificado no cerrito PSG-04; (05) fragmento de
cerâmica com decoração escovada identificada no cerrito PSG-04; (06) material lítico polido
identificado no cerrito PSG-02; (07) mandíbula humana associada a pingente em dente de
golfinho no cerrito PSG-02.
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
Ficou evidente, com esse levantamento, que aqueles sítios localizados mais próximos
de onde já existe a urbanização do bairro Valverde, estão mais impactados, devido às
atividades de exploração dos cerritos para retirada de terra preta e minhocas. É sabido e
de cunho público que membros residentes no bairro Valverde vêm, sistematicamente,
explorando os sítios arqueológicos para comercialização irregular do sedimento de
composição orgânica e húmica que os compõe. Dessa forma, retiram seu sustento
familiar da exploração econômica ilegal dos sítios arqueológicos.
Além da exploração de terra preta dos sítios, na área dos cerritos, por serem praças e
terrenos com mata, ocorre a deposição frequente de lixo doméstico e restos de construção
no espaço dos sítios arqueológicos, causando sérios danos à integridade dos sítios
arqueológicos. Essa deposição irregular de lixo também é causada por moradores do
bairro Valverde. Tais problemas já foram apontados, também, pelo relatório técnico
circunstanciado, enviado ao IPHAN, de autoria de Vicroski (2012):
2. Conforme a Resolução CONAMA 01/86, Resolução CONAMA 237/97, Lei n. 3.924, de 26/07/1961, Constituição Federal
de 1988 (Artigo 225, Parágrafo IV), Portaria IPHAN/MinC 07, de 01/12/1988, Portaria IPHAN/MinC 230, de 17/12/02.
Da mesma forma, buscou-se com esse trabalho atender as orientações da Portaria IPHAN/MinC 230, de 17/12/02 e os
Critérios técnico-científicos utilizados pelo IPHAN/RS para avaliação dos diagnósticos arqueológicos em processos de
licenciamento ambiental no âmbito do patrimônio cultural (Versão 06/07/09).
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por: Rafael Guedes Milheira
descarte irregular de resíduos sólidos, escavações para retirada de solo húmico, areia e
plantas nativas como coqueiros e figueiras para comercialização por parte da população
local (Ver figura 3). No entanto, não foram observadas alterações decorrentes de obras de
engenharia sobre as áreas dos cerritos (VICROSKI, 2012, p. 21).
Figuras 15 e 16: Descarte de resíduos sólidos e escavações irregulares no sítio PSG-03 Valverde
03. Fotos retiradas de Vicroski (2012, p. 22).
Além das irregularidades apontadas por Vicroski (2012), no que diz respeito ao
depósito de resíduos sólidos, extração de terra e de vegetais para comercialização
ilegal, foram observadas alterações decorrentes de obras de engenharia sobre as
áreas dos cerritos, ao contrário do que diz o autor do relatório supracitado. É notória a
impactação de sítios, como no caso do PSG-03, onde ocorreu a construção de uma das
vias urbanas do loteamento, em que a vala de escoamento sanitário da rua destruiu
grande parte do setor leste do cerrito. Esse cerrito é um exemplo do descaso com
relação à preservação do patrimônio arqueológico, visto que sofreu dano estrutural
assim, como a área se tornou um depósito de lixo e de restos de obras. Da mesma
forma, é clara a impactação sofrida pelo cerrito PSG-04, devido às obras de drenagem
dos terrenos do bairro.
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
Art 5º Qualquer ato que importe na destruição ou mutilação dos monumentos a que
se refere o art. 2º desta lei, será considerado crime contra o Patrimônio Nacional e,
como tal, punível de acordo com o disposto nas leis penais.
Fica evidente que a urbanização do bairro Valverde e do banhado do Pontal da Barra foi
a principal responsável pela destruição parcial de seis dos 18 cerritos identificados no
Pontal da Barra. Logo, se a urbanização avançar, seguindo a projeção do loteamento,
conforme o que foi aprovado pela licença de instalação vigente, os demais sítios
arqueológicos, mesmo que venham a ser cercados, irão ser explorados e destruídos
a médio e longo prazo. Nesse sentido, entendemos, após anos de estudos e diversas
intervenções arqueológicas realizadas, que mesmo se as condicionantes propostas
pelo IPHAN para a legalização do empreendimento forem seguidas, o contexto
arqueológico do Pontal da Barra nunca será integralmente preservado.
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por: Rafael Guedes Milheira
Além do fator econômico, que coloca a paisagem circundante aos cerritos como um
fator fundamental de estudo, a paisagem é um elemento de pesquisa também por
conta das estruturas que se correlacionam aos sítios. São conhecidas, na literatura
arqueológica, estruturas que compõem um built environment (ambiente construído).
Trata-se da complexificação do espaço das aldeias, em que os cerritos seriam apenas
uma unidade central das aldeias, uma espécie de praça central, onde as tolderias (casas
e choupanas) circundariam os mesmos. Além disso, são conhecidos microrrelevos,
localizados no entorno dos cerritos, indicando áreas domésticas e unidades funcionais
das aldeias, como oficinas líticas, áreas de descarte de lixo, entre outros.
Considerações finais
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1.É um contexto singular. Centenas de outros cerritos existem no Estado do Rio Grande
do Sul, porém, o uso histórico da terra, sobretudo pela agricultura com maquinário
pesado (plantio de soja, arroz, melancia, etc.), tem destruído sítios arqueológicos sem
controle do Estado Nacional brasileiro. Aqueles ainda existentes ocorrem, atualmente,
de maneira isolada, em sua maioria, tendo seus aspectos contextuais limitados para
estudos arqueológicos. O contexto do Pontal da Barra, por sua vez, ainda apresenta-
se como uma área bastante conservada, com os sítios conglomerados, numa área
circunscrita, de altíssimo potencial de pesquisa científica. Logo, a preservação dos
cerritos do banhado do Pontal da Barra, em especial, deveria se dar pelo seu contexto
particular e singular.
2.Os cerritos do Pontal da Barra deveriam ser tratados como um ‘museu a céu aberto’
ou um parque arqueológico. Um museu que conta a história das populações que
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por: Rafael Guedes Milheira
6.Sugerimos, por fim, que as empresas responsáveis pelo Loteamento Pontal da Barra
sejam responsabilizadas criminalmente pelos impactos ao patrimônio cultural e
ambiental causados até o momento no Pontal da Barra, conforme a legislação vigente.
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Entre o desenvolvimentismo e a preservação do patrimônio. O caso do Pontal da Barra, no Sul do Brasil, Pelotas-rs
Para concluir, a retirada compulsória da Vila de Pescadores do Trapiche foi uma atividade
local, mas reflete um fenômeno que ocorre em nível global, em que as comunidades
de ribeirinhos, indígenas e demais grupos nativos, são “desterritorializados” em
prol de interesses supostamente coletivos, mas, verdadeiramente planejados
engenhosamente para a manutenção de reservas de mercado de empresas
construtoras. Nesse sentido, o caso do banhado do Pontal da Barra e seu contexto
patrimonial composto por humanos e não-humanos, denunciado nesse texto, deve
ser entendido como um capítulo da história ambiental e do patrimônio cultural na
região de Pelotas, ainda a ser escrito, visto que as resoluções jurídicas ainda estão em
andamento.
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por: Rafael Guedes Milheira
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Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
por: Sara de Atiénzar1
Resumen
Los planes urbanísticos proyectados para Caracas a principios del siglo XX fueron la
manifestación del logro de la modernidad en Venezuela, cuyo desarrollo y progreso
debían alcanzar las principales ciudades del país. Los Planes de Desarrollo Urbano,
que se aplicaron, desestimaron o ignoraron la identidad, memoria o cualquier
preexistencia histórica de las ciudades, y por lo tanto de su patrimonio. Este tema:
la relación entre el urbanismo y la conservación del patrimonio, se analiza desde la
visión del movimiento moderno, mediante una investigación documental a través del
enfoque de varios autores. El trabajo explica cómo fue este proceso en la planificación
urbana para Caracas, y para la ciudad de Valencia -que recibió su primer Plan en
1953- y en las consecuencias de esta confrontación entre modernidad y patrimonio,
situación que se mantuvo en las sucesivas ordenanzas hasta finales del siglo XX. Se
concluye con una evaluación de la situación actual del Centro Histórico.
Palabras clave
Modernidad
Patrimonio
Planes Urbanos
Centro Histórico
Introducción
1. Arquitecto, U.C.V.- Caracas, cursante del Doctorado en Patrimonio Cultural ULAC-Valencia. Docente de Historia y Teoría
de la Arquitectura. Coordinadora de diplomados en Valor y Protección Patrimonial en Centros Históricos UJAP y ULAC.
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Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
el arraigo y la pertenencia.
La ciudad moderna fue la manifestación más acabada de todas las utopías y, por lo tanto
el artefacto por excelencia del ethos de la modernidad. Ella sintetiza sus grandes principios
estéticos, sus prodigios técnicos y sus anhelos sociales; ella resume la fe en el progreso, la
ciudad de corredores viales y rascacielos. (González Casas, 2002, p.147)
Para una mejor comprensión del problema es pertinente comenzar por los orígenes
del llamado Movimiento Moderno en Arquitectura y Urbanismo, con la intención
de reconocer sus polémicos postulados iniciales anti-históricos, de resaltar la nueva
forma de hacer arquitectura, con un gran contenido social, y de significar las ideas
de sus arquitectos intérpretes como Gropius, maestro de maestros, o Le Corbusier, el
teórico más influyente y creador del nuevo lenguaje formal-urbano y de algunos otros.
Estos acontecimientos fueron de tal relevancia que cambiaron para siempre las
relaciones modernidad – patrimonio y la forma de vivir de la sociedad. La interpretación
y análisis de las obras de historiadores de la arquitectura como Benévolo y Tournikiotis,
facilita una mejor comprensión de los hechos históricos y la de varios autores
venezolanos, la del conflicto modernidad- conservación del patrimonio en nuestro
país, como Almandoz, González Casas, Martín Frechilla, Caraballo y Gouverneur.
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por: Sara de Atiénzar
trama fueron con frecuencia resueltas mediante el uso del bulldozer y la demolición a
gran escala” (p. 66).
Lo mismo ocurre en las demás capitales del país, sin embargo, esta destrucción es
el progreso, es un proyecto de la sociedad que quiere acabar con lo atrasado, con lo
colonial. Del pasado solo se conservarán los monumentos que no causen problemas,
porque todo es prescindible para alcanzar la utopía de la modernidad. Con estas
políticas de modernización forzosa e inmediata y la desestimación, omisión o
ignorancia del patrimonio existente se produjeron pérdidas materiales e inmateriales
irreparables prácticamente en todas las ciudades del país.
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Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
arquitectónica por Nikolaus Pevsner cuando publica en 1936 Pioneros del Movimiento
Moderno, de William Morris a Walter Gropius. Esta obra es la base teórica de la
modernidad arquitectónica. (Tournikiotis, 2014) Establece los conceptos de diseño y
honestidad en el uso de los nuevos materiales, la función y la influencia de la estética
de las máquinas, la tecnología y el progreso. Contribuye a darle forma a estas nuevas
ideas y plantea una actitud un tanto legendaria de estos primeros arquitectos
y diseñadores, que se enfrentaron a veinticinco siglos de historia por una nueva
arquitectura para el hombre y la sociedad.
La ruptura de este movimiento, con la arquitectura del pasado es uno de sus principales
postulados y está considerada por Benevolo como una “superación”, la negación del
historicismo y eclecticismo decimonónico, que agotado ante la avalancha tecnológica
produce rascacielos renacentistas o estaciones ferroviarias góticas. Walter Gropius
escribe en The New Architecture and the Bauhaus:
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por: Sara de Atiénzar
Fig. 2: Maqueta del Plan Voisin para París. Le Corbusier 1925 Fuente: Fundación
Le Corbusier. wwwmheu_657x480
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Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
Su plan, tiene el defecto de no ser un plan, sino más bien un proyecto arquitectónico. No
tiene en cuenta para nada el organismo urbano de París, yuxtapone a la zona central
una sistematización simétrica de rascacielos (…) cuidando de aislar y conservar algunos
monumentos históricos como el Palacio Real, la Madeleine, etc. (Benevolo, 1963, p. 521)
Esta propuesta, como todos los planes formulados a principio del siglo XX, se
oponen a la conservación de las ciudades históricas por percibirlas como “insalubres,
tugurizadas, congestionadas y poco funcionales” (Turner, 2007, p.137). El Plan Voisin
originó muchas críticas y polémicas, afortunadamente nunca fue construido.
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por: Sara de Atiénzar
65- Los valores arquitectónicos deben ser salvaguardados (edificios aislados o conjuntos
urbanos). (…) 66- Los testimonios del pasado serán salvaguardados si son expresión
de una cultura anterior y si responden a interés general (…) 67- Si su conservación no
implica el sacrificio de poblaciones mantenidas en condiciones malsanas (…) 68- Si es
posible remediar el perjuicio de su presencia con medidas radicales como la desviación de
elementos de circulación vitales o el desplazamiento de centros considerados inmutables
(…) 69- La destrucción de tugurios en los alrededores de los monumentos históricos dará
ocasión a la creación de superficies verdes. (Carta de Atenas 1933. Puntos 65 al 69).
La Carta de Atenas y los problemas urbanos fueron relegados por la Segunda Guerra
Mundial. Fue en la postguerra, con la reconstrucción de las ciudades bombardeadas
cuando se pusieron en práctica las ideas fraguadas en los CIAM y los métodos
de planificación urbana ingleses y, sobre todo, norteamericanos, que ofrecieron
soluciones a las ciudades europeas. Asimismo, en los centros históricos cuyo
patrimonio fue destruido, como Varsovia, Dresde, Berlín, Londres y tantos otros, se
hicieron reconstrucciones totales o parciales, basadas en planos, fotos o documentos,
criticadas por algunos expertos y justificadas por otros, porque era necesario olvidar
los horrores sufridos y recuperar la memoria de la ciudad, de un pasado colectivo
e identificativo, aunque fuera falso, asumido como verdadero para las nuevas
generaciones.
Conseguir un proyecto, firmar un contrato, promover unas ideas, adiestrar a los nuevos
profesionales, trabajar en la práctica de la gestión, son algunos de los ámbitos de acción
del urbanismo francés en nuestro continente. Hasta que la devoción por los modelos
europeos se transmuta en veneración por lo norteamericano, justo antes, durante y
después de la Segunda Guerra Mundial. (Martín Frechilla, 1991, p. 89)
45
Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
46
por: Sara de Atiénzar
A pesar de las críticas que se puedan hacer a este proyecto pionero, en su momento fue
justificado plenamente para una sociedad que no podía alcanzar la “felicidad” a menos
que hiciera desaparecer “la vieja ciudad decadente e insalubre”, según explicaba el
Gobernador del Distrito Federal:
El centro histórico sería el más afectado, la rígida trama cuadriculada colonial no era
compatible con los corredores viales diseñados, por lo tanto debía desaparecer. “Se
propuso abrir el congestionado centro por medio de un ensanchamiento de las calles
existentes y la apertura de las arterias diagonales” (González Casas, 2102, p. 66).
47
Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
Las condiciones del contexto político, económico, socio-cultural y físico estaban dadas,
en los años cincuenta, la Comisión Nacional de Urbanismo (CNU) y el Ministerio de
Obras Públicas (MOP), desde la capital, formulaban los planes urbanos, las autopistas
y la infraestructura de las ciudades del interior, entre ellas Valencia. Esta planificación a
nivel nacional estaba protagonizada por los mismos equipos profesionales y asesores,
siguiendo los principios de diseño urbanístico más avanzados del momento.
48
por: Sara de Atiénzar
y otros.” (Martín Frechilla, 1991. p.99). Francis Violich, enfatizó la utilidad del zoning,
como instrumento de sectorización, José Luis Sert y Clarence Perry pusieron al día los
postulados del CIAM, así como de la Regional Planning Association of America (RPAA),
“con una nueva y densificada versión de la neighbourhood unit (unidad vecinal)”
(Almandoz, 2012, p.100).
… los cambios urbanísticos iniciados con la CNU y concluidos con el Nuevo Ideal Nacional
en 1958 constituyeron un período estelar de consolidación de la planificación profesional
así como de experimentación con avanzadas soluciones arquitectónicas y de diseño
urbano; todo ello convirtió a Venezuela, junto con Brasil y México, en una referencia
continental del modernismo funcionalista. (Almanzor, 2012, p. 100).
El primer Plan de Desarrollo Urbano para Valencia, elaborado por la CNU, lo aprobó
el Concejo Municipal en 1953 (Fig. 5). Este fue el instrumento para su ingreso en
la modernidad urbana y arquitectónica que debía prepararla para su ordenado
desarrollo. La planificaron la ciudad se hizo con el mismo modelo de zonificación y
vialidad ya establecido: en la zona central (área antigua), se planteaba la densificación
con usos administrativos y comerciales, la industria estaba zonificada hacia el este, a
lo largo del eje formado por la autopista Regional del Centro y la vivienda se ubicaba
hacia el norte, en un crecimiento lineal y desarrollo suburbano.
Fig. 5: Plano Regulador de Valencia 1952-53. Fuente: Documentos del Plan Regulador, Valencia
450 años. INDUVAL, 2005, p.176.
49
Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
Este modelo le permitiría recibir el flujo de capitales y la población generada por las
políticas nacionales de la salida de los complejos industriales de la capital del país.
Valencia ofrecía tierras planas urbanizadas, con todos los servicios, exoneración de
impuestos municipales y una situación estratégica inmejorable comunicada por las
nuevas autopistas regionales entre Caracas y Puerto Cabello. Era el atractivo polo
para la ubicación de las nuevas industrias, lo que unido a la inmigración europea de
la postguerra, y las migraciones internas, proporcionaba la mano de obra capacitada.
Todo ello sincronizó el gran desarrollo que experimentó la ciudad a partir de la mitad
del siglo XX. La población, que apenas sobrepasaba entonces los 120.000 habitantes,
en treinta años superó los 750.000, con una de las tasas de crecimiento por migraciones
más alta del continente en ese momento.
Fig. 6: Plano Regulador de Valencia 1952-53. Proyecto de Centro Cívico. Fuente: Documentos del
Plan Regulador, en Valencia 450 años. INDUVAL 2005, p. 176.
50
por: Sara de Atiénzar
El área central refleja los errores de esa planificación: aceras y bordes disparejos,
edificaciones en ruinas, siluetas discontinuas, altas torres y fragmentos de edificaciones
tradicionales distorsionados por el comercio intensivo, comparten el escenario urbano
con monumentos aislados, la Catedral, San Francisco, la Vieja Universidad, el Teatro
Municipal y el Capitolio, que son reflejos de otros imaginarios ya olvidados (Fig.7 y 8).
En Venezuela nos arreglamos para destruir la mayoría de los cascos históricos y áreas
centrales, nuestros planificadores, políticos y constructores han acabado con ellos y la
comunidad lo ha aceptado sin mayor preocupación. Nos hemos propuesto borrar toda
huella del pasado y los atributos que encierran estos especiales lugares” (Gouverneur,
2000, s/p.)
51
Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
No fue sino hasta 1998 cuando la municipalidad realizó un nuevo plan de ordenamiento
diferente para el área central. Un equipo multidisciplinario de Arquitectos, Urbanistas,
especialistas en patrimonio y en Derecho inmobiliario, lo formularon y fue aprobado por
el Concejo Municipal. Se trata del Plan Especial de Ordenamiento Urbanístico del Área
Central de Valencia que logró revertir, al menos en las propuestas teóricas, los ahora
obsoletos lineamientos de planificación urbana que se aplicaban mecánicamente.
52
por: Sara de Atiénzar
53
Los planes urbanos y la pérdida del patrimonio.
La modernidad de Caracas y Valencia en 1950
Referencias
Dembo, N. Rosas, J. y González, Iván. (2004). Caracas, modernidad y escala urbana: una
aproximación interdisciplinaria. Caracas: Tharsis, año 8, vol. 5, núm. 16: 95-113.
Gouverneur, D. (2000, dic. 23). Sin Cascos Históricos ni memoria. Artículo. Disponible:
Caracas-eluniversal.com
Gropius W. (1935). La nueva Arquitectura y la Bauhaus. (The Mit Press). México: Lumen,
1966. Disponible: javiernagore6/walter-gropius-lanueva-arq.
Martín Frechilla, J.J. (1991). Rotival de 1939 a 1959 de la Ciudad como negocio a la
planificación como pretexto, en: El Plan Rotival. La Caracas que no fue 1939-1989.
Caracas: Instituto de Urbanismo, Facultad de Arquitectura, UCV.
54
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
por: María del Carmen Sánchez 1
Resumen
Palabras clave
Patrimonio
Paisaje histórico urbano
Modernidad
Caracas
Plaza Venezuela
Introducción
1. Arquitecto, Facultad de Arquitectura y Urbanismo, Universidad Central de Venezuela Candidato Doctoral en Patrimonio
Cultural, Universidad Latinoamericana y del Caribe – ULAC – Caracas. Profesor Titular de Diseño Arquitectónico, Universidad
Simón Bolívar, USB
55
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
el tejido urbano donde los ciudadanos se congregan para celebraciones de todo tipo:
religiosas, políticas, o comerciales. La incursión del vehículo automotor en el siglo XX,
causa gran impacto en la configuración de las ciudades, cambia su morfología, acelera
sus tiempos y replantea las relaciones espaciales. Estos cambios en los patrones
existentes hasta ese momento, generan la aparición de nuevas tipologías espaciales,
donde este concepto de plaza se amplía al de “rotonda” , 2espacio cinético, de paso
y no de estancia. Para Pascual (2009) a partir de la Revolución Industrial, aparece un
nuevo concepto que se suma la a “idea” de plaza y que se define como articulador de
las grandes avenidas que forman las ciudades ocupadas por el automóvil.
Estos nuevos espacios públicos se convierten en parte importante del paisaje urbano,
originados para responder a un problema vial devienen en centros de referencia y
valor simbólico.
…supera la idea del edificio en si, para considerar el lugar, el perfil de la ciudad, los ejes
visuales, las líneas y tipos de edificios, los espacios abiertos, la topografía, la vegetación y
todas las infraestructuras, incluso las de menor tamaño”. (UNESCO 2005, p.1)
La velocidad del crecimiento de las ciudades en el siglo XX, hace que la definición
de patrimonio sea un concepto dinámico, cambiante y en continua construcción.
Apoyándonos en estos criterios se podría considerar que existe un patrimonio en
permanente gestación, en el cual se pueden incluir desde las obras de la Modernidad
hasta las de recientes factura como un posible patrimonio futuro y entendiendo que
finalmente, los bienes patrimoniales sólo los consolida el tiempo. Este legado se
realiza desde la actualidad consciente y evolutiva a las futuras generaciones. Realidad
contemplada, asimismo, en el “Memorando de Viena” UNESCO (2005) cuando define:
Caracas es ejemplo de las ciudades en expansión acelerada a mediados del siglo XX,
*
2. Para efectos de este trabajo de asume la definición de “rotonda” según la acepción del Diccionario de la Real Academia:
(del it. rotonda) 1.Templo, edificio o sala de planta circular 2.Plaza circular (DRAE)
56
por: María del Carmen Sánchez
con un paisaje urbano que se crea y evoluciona rápidamente al ritmo del desarrollo
económico y social del país. Se producen nuevas estructuras urbanas y nuevas tipologías
de espacios abiertos de uso colectivo y público, donde se condensa y concreta la
vida ciudadana. Para la comprensión de la entrada a la Modernidad de Caracas, es
imprescindible la perspectiva que conjuga las visiones urbana y arquitectónica, con
los diferentes procesos de transculturización sucedidos a lo largo de su gestación
como ciudad. El conocimiento del profundo cambio de escala y lógicas de crecimiento
en la configuración de los signos de capitalidad, son fundamentales para comprender
esta transformación cultural, urbanística y arquitectónica que comienza entre finales
de los años treinta y cincuenta del siglo XX en la capital venezolana. En este marco se
crea Plaza Venezuela 3, una pieza importante del paisaje urbano caraqueño, nueva
centralidad, articulador de espacios sociales y referente urbano de Caracas.
En este trabajo se busca destacar los valores de este espacio urbano como
protagonista de los procesos de estructuración espacial y su impacto en la ciudad
moderna, revisados desde la perspectiva del concepto de patrimonio ampliado con
la inclusión de paisaje urbano y perfil de la ciudad, que le confieran a Plaza Venezuela
el carácter de “patrimonializable”. Al respecto de este concepto, Prats (2005) lo utiliza
en sus planteamientos sobre el patrimonio local y los procesos de patrimonialización
como la puesta en valor o activación del objeto en estudio.
3. Se está refiriendo acá a Plaza Venezuela como espacio público que implica una amplitud, es por ello que se ha
suprimido la utilización del artículo “la”, pues esto obligaría a pensar en Plaza Venezuela como una plaza de uso único, es
decir, un espacio tradicional de la ciudad.
57
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
Incorporación a la modernidad
La ola expansiva de desarrollo del país que se crea en los años cincuenta, tiene
como consecuencia para la ciudad una entrada atropellada en una modernidad no
bien comprendida y apoyada en la bonanza económica, producto del desarrollo
petrolero y manejada como muestra de eficiencia por un gobierno militar con ideas
desarrollistas y con el objeto de incorporar la ciudad al ritmo de desarrollo de las
ciudades internacionales.
Esta avalancha edificatoria en un país sin los suficientes recursos humanos preparados
profesionalmente en planificación y diseño urbano, conlleva la necesidad de
contratación de expertos foráneos para acometer los planes urbanísticos y las obras
públicas que demandaba el desarrollo planteado. Uno de los más influyentes asesores
extranjeros para las propuestas de renovación urbanas de Caracas, fue el francés
Maurice Rotival, contratado para la ejecución del Plan Monumental aprobado en 1940.
Rotival venía de participar en la planificación de numerosas ciudades en el mundo,
58
por: María del Carmen Sánchez
Caracas es una ciudad de flujos direccionales que siguen una geografía natural
determinada por el estrecho valle de orientación oeste-este en que se encuentra
ubicada. Esta condición natural ha determinado su crecimiento como una secuencia
*
4. Alcaldía del Distrito Metropolitano de Caracas (2002) Caracas siempre: Un movimiento continuo
59
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
El origen del espacio urbano que hoy se conoce como Plaza Venezuela representa un
importante eslabón en el proceso de “modernización” de Caracas y está vinculado a su
desarrollo histórico así como a la toma de decisiones de políticas públicas llevadas a
cabo por las autoridades correspondientes a los años cincuenta del siglo XX, tanto por
su origen como por sus repercusiones en la ciudad, como conector urbano y nueva
centralidad. Sus características como transformador del paisaje urbano de Caracas,
lo inscribe en los conceptos ampliados del Patrimonio que se plantean en la Carta de
Burra de 1999 y en el memorando de Viena del 2005, (como más adelante se detalla)
donde se superan los criterios patrimoniales del monumento y se incluyen los paisajes
y perfiles urbanos de las ciudades.
Dentro de este marco urbano nace la propuesta de la creación de una redoma vial que
articule las direcciones geográficas norte-sur con las este-oeste
60
por: María del Carmen Sánchez
con lo cual se establece un nuevo centro de ciudad. Estas decisiones quedan plasmadas
en los documentos y planos reguladores donde se propone la estructuración espacial
y funcional de la ciudad, por la Comisión Nacional de Urbanismo encargada en 1950,
de realizar el plano regulador de Caracas y la articulación de un novedoso plan vial en
1951.
La revisión de los roles que este espacio público representa dentro de la ciudad y sus
aportes a los procesos de estructuración espacial y social, obliga a indagar las etapas
evolutivas de Plaza Venezuela desde la perspectiva del concepto de patrimonio en
gestación ampliado y como espacio referencial del paisaje urbano y perfil de la ciudad.
La fragilidad de la memoria
61
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
Plaza Venezuela, es pieza vital de nuestra historia reciente, indispensable para mantener
viva nuestra memoria ciudadana y nuestra identidad. La relevancia de preservar estos
ámbitos urbanos, según lo define la Carta de Burra (1999) es “sinónimo de significación
patrimonial y valor de patrimonio cultural” (p.2), por lo que se hace necesario derivar
acciones de conservación patrimonial basadas en “lo construido” hacia la inclusión
de aquellos espacios públicos de la reciente modernidad, imprescindibles para
generar la identificación y la comprensión de la ciudad por sus habitantes. Espacio
fundamental de la cartografía del paisaje urbano caraqueño, puerta de entrada de
la ciudad moderna, articulador urbano y social de alto contenido referencial para la
caraqueñidad.
5. www.ipc.gob.ve
6. Se utiliza el término “hombre” para referirse al “ser humano” desde el punto de vista biológico y no antropológico
62
por: María del Carmen Sánchez
partir de la Convención de Viena del 2005; desde el monumento hasta los conjuntos
urbanos que incluyen los vacíos generadores del espacio público, donde se “…supera
el edificio para considerar el perfil de la ciudad, los ejes visuales, líneas y tipo de edificio,
espacios abiertos, topografía, vegetación y todas las infraestructuras” (Conferencia
internacional convocada por UNESCO en la que se produce el documento llamado
“Memorando de Viena” 2005). La construcción de este nuevo concepto amplio y
flexible del patrimonio es un proceso reciente y no concluido. Bajo este criterio quedan
incluidas las ciudades contemporáneas y sus equipamientos públicos.
Los espacios públicos dentro del territorio urbano constituyen los contextos en los
que de manera fundamental, se expresa y desarrolla colectivamente la cultura y por
eso representan un valor patrimonial de capital importancia. Desempeñan el papel
de marco para la expresión de la sociabilidad, tanto aquella estructurada como la más
informal. Según el enfoque del investigador Kevin Lynch (1989) referentes a la imagen
de la ciudad, los ciudadanos no son sólo espectadores sino actores que comparten
el escenario con todos los demás participantes. Dentro de sus propuestas teóricas
plantea cinco categorías de espacio público, entre ellas “los nodos”, vinculables al
objeto de estudio de esta investigación, los define como puntos estratégicos de la
ciudad a los que puede ingresar un observador, focos de los que se parte o a los que
se encamina, un cruce o una convergencia de sendas, momentos de paso de una
estructura a otra o concentraciones / condensaciones de determinado uso o carácter
físico.
63
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
64
por: María del Carmen Sánchez
Con la ubicación en su centro del Arco del Triunfo, como monumento focalizador
de visuales, se convierte en un icono representador de la ciudad y es testigo de los
diversos usos de conmemoración política, festejo o protesta con que la sociedad lo ha
utilizado a lo largo de su historia.
Al igual que plaza la Estrella, plaza Cibeles, responde con su estructura física, a los
mismos parámetros de la definición de rotonda como plaza circular rodeada de vías
de circulación, actualmente de fuerte tránsito vehicular en ambos casos. Es el cruce de
las vías Paseo del Prado, Paseo de Recoletos y del importante eje de la calle Alcalá, con
su centro ocupado por una fuente y la escultura de la diosa Cibeles. Este vacío urbano
está rodeado de importantes edificaciones de valor patrimonial, que contienen el
espacio y, a la vez, son las fachadas del mismo. Con el desarrollo de Madrid esta plaza
se convirtió en centro neurálgico de la ciudad y escenario de diversos acontecimientos
históricos y sociales, celebraciones deportivas y protestas ciudadanas. En la actualidad,
este espacio forma parte de un conjunto mayor que presenta su candidatura a
Patrimonio Cultural de la Humanidad, ante la UNESCO como “como paisaje cultural
urbano evolutivo que ilustra periodos significativos de la historia de Madrid” 7
*
7. Noticia de prensa aparecida en el diario de Madrid, La Razón digital, el día martes 8 de julio 2014, bajo el título “Madrid
presenta El Retiro y el Prado para estrenarse en la lista de la Unesco” disponible en : http://www.larazon.es/detalle_normal/
noticias/6857481/madrid-presenta-el-retiro-y-el-prado-para-estrenarse-en-la-lista-de-la-unesco#Ttt18lEC57swot5h.
Igualmente es noticia en la misma fecha y en el también madrileño diario La Gaceta, con el titulo “Primera candidatura de
la capital. Madrid presenta El retiro y El Prado a la Unesco” disponible en http://www.gaceta.es/noticias/madrid-presenta-
unesco-retiro-prado-08072014-1620#sthash.IdE5aJZE.dpuf. Es de resaltar el interés de las ciudades por reconocer como
patrimonio sus espacios públicos, a fin de preservarlos como parte de su memoria urbana difundiendo estas noticias y
haciendo participe de ellas a los ciudadanos que las conforman.
65
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
Las décadas cuarenta y cincuenta del pasado siglo son los años del gran desarrollo
económico y el comienzo de la producción arquitectónica masiva, en una transición
difícil e incierta de la Caracas de lento desarrollo hasta esos momentos y el nacimiento
de la nueva urbe, expresada a través de las intervenciones de los nóveles arquitectos
actuantes, realizadores de los importantes proyectos arquitectónicos y urbanos que
marcan este proceso de modernización. El desarrollo urbano se acompaña con la
correspondiente explosión edificatoria, la cual está representada en grandes hitos
de la arquitectura ciudadana como el Centro Simón Bolívar, obra del Arquitecto
Cipriano Domínguez (1949/1959) primer “rascacielos” de la ciudad; el conjunto de la
reurbanización El Silencio (1941/1945), primera intervención en vivienda social por
parte del Estado, y la Ciudad Universitaria (1944/1957) ambas del Arquitecto Carlos
Raúl Villanueva. El desarrollo urbano se reglamenta y define en las instituciones
correspondientes.
66
por: María del Carmen Sánchez
De esta manera, este espacio nacido como una respuesta a un problema vial, se plantea
como una nueva centralidad de una ciudad en expansión y se define como Plaza
Venezuela, centro de encuentro de los ciudadanos provenientes de todas los sectores
de la ciudad y que ratifica Niño (1998) cuando expone “…en este espacio se desarrolló
una intensa actividad comercial, cívica y cultural que caracterizó la definitiva cohesión
de la ciudad tradicional con “el este” que representaba la ciudad moderna”. (p. 60)
67
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
Esta redoma, devenida en Plaza Venezuela, nace acompañada con la Torre Polar,
edificio de oficinas obra de los Arquitecto Martín Vegas y José Miguel Galia (1951-
1954), el cual forma un ícono urbano con el conjunto escultórico de Maragall. Es el
primer edificio de Caracas en utilizar estructura de concreto y acero con cerramientos
de aluminio y vidrio, inaugurando así una nueva estética en los años 50. Para definir
su envolvente urbano se construyen nuevas torres en su borde norte, con las cuales
se comienza a cerrar el hemiciclo iniciado por la Torre Polar. Durante los años 1965
y 1968 son construidas respectivamente, las Torres Phelps, Arquitecto José Puig y la
Torre Capriles del Arquitecto John Machado. Estos edificios configuran la platea para
contemplar el “escenario público” con su borde sur abierto al paisaje.
68
por: María del Carmen Sánchez
la trama urbana y social y con ello su validación dentro del paisaje urbano. Entre
estos dos momentos de su cronología, su estructura física como nudo viario y como
consecuencia su trama social, ha tenido numerosas respuestas espaciales, pasando
entre otros cambios, por una etapa de vaciamiento de su suelo que la convirtió en un
“no lugar” sin accesibilidad peatonal y, como afirma Augé (2000) “Si un lugar puede
definirse como lugar de identidad, relacional e histórico, un espacio que no puede
definirse como espacio de identidad ni como relacional ni como histórico, definirá un
no lugar” (p. 83).
69
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
Espacios invisibles
70
por: María del Carmen Sánchez
Conclusión
Las sociedades europeas, una vez superadas las guerras y conflictos que marcaron
los comienzos del siglo XX, entran con este siglo definitivamente en el movimiento
moderno que ya se venía gestando, una Modernidad en la cual se cuestiona la
autoridad, la verdad y la realidad, produciéndose una intensa complejidad social.
71
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
72
por: María del Carmen Sánchez
Referencias
Calvino, I. (2008). Las ciudades invisibles. Las ciudades y la memoria. Madrid, España:
Editorial Siruela
Carta de Burra, (1999) “The Australia ICOMOS charter for the Conservation of Places
of Cultural Significance” Australia: ICOMOS-Australia, 23 febrero. Obtenido en: http://
www.icomos.org/charters/burra1999_spa.pdf
Carrión, F. (2007) Espacio Público: punto de partida para la alteridad. Espacios públicos
y Construcción Social, Santiago de Chile: Ediciones SUR
Fernández, L. (1993). Monumento Nuevo. Arquitectura Viva Nº 33, pag.3 “IV Simposio
de Restauración Monumental”, Barcelona 1996.
73
Plaza Venezuela: Paisaje del Tiempo
Prats, Ll. (2005). Concepto y gestión del patrimonio local. Cuadernos de antropología
social [online]. n.21 [citado 2014-07-15], pp. 17-35. Disponible en: http://www.scielo.
org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1850-275X2005000100002&lng=es&nrm=
iso
Referencias gráficas
Figura 1.
Plano de Caracas. Juan de Pimentel
Mapas Históricos de Caracas, Edición 80 años del Banco Mercantil. Nº 1 Mapa
de la Caracas de 1578. Mapas Históricos de Caracas, Edición 80 años del Banco
Mercantil. http://mariafsigillo.blogspot.com/2011/02/la-caracas-de-1578.html
Figura 2.
Centro Simón Bolívar.
Autor Anónimo.Colección Ricardo Domínguez Libro: Santiago de León de Caracas
1467-2030.
74
por: María del Carmen Sánchez
Figura 3.
Plaza Venezuela vista al oeste. Autor anónimo. Disponible en:
http://museodeltransportecaracas.blogspot.com/2011/05/plaza-venezuela-1954.
html
Figura 4.
Plaza Venezuela y conexión con la Ciudad Universitaria. Fundación Fotografía Urbana.
Disponible en: http://prodavinci.com/galeria/?gid=39&pid=1161
Figura 5.
Gráficos comparativos de las plantas de los referentes. Autor
Figura 6.
Plaza Venezuela y edificio Polar. Autor anónimo. Disponible en:
https://oscartenreiro.files.wordpress.com/2012/08/20120811-090348.jpg
Figura 7.
Vaciamiento de su centro en los años 70. Disponible en:
http://www.fly-brother.com/2011/04/time-travel-caracas-1970s/vista
Figura 8.
Vaciamiento de su centro en los años 70. Disponible en:
http://jjcafes.blogspot.com/2011/08/caracas-de-ayer.html
Figura 9.
Plaza Venezuela y Gran Avenida. Autor Anónimo. Archivo histórico de Miraflores.
Disponible en http://lisablackmore.net/?p=268
Figura10.
Conjunto escultórico de Plaza Venezuela, reubicado en el Parque Los Caobos. Autor:
Etxe Zuria. Disponible en:
http://www.flickr.com/photos/etxe-zuria/6390124133
75
Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
Palabras clave
Plaza Bolívar
Significado
Espacio Público
Memoria
Introducción
1. Arquitecta graduada en la UCV, cursante del Doctorado de Patrimonio Cultural en la ULAC – Valencia. Docente de la
cátedra de Historia de Arquitectura y Diplomado de Valoración y protección del patrimonio en Centros Históricos, Asesora
de Tesis de grado de la Universidad José Antonio Páez.
76
por: Patricia Atiénzar
Con respecto al caso de la ciudad de Valencia, llamada Nueva Valencia del Rey, tanto
el emplazamiento, como la formación de la ciudad, se hicieron bajo las normas de
urbanismo de las Leyes de Indias, establecidas por la Corona. La suave planicie entre
el cerro La Guacamaya y el rio Cabriales, la abundancia de agua y las brisas del Norte,
la gran cantidad de tierra fértil y de pastos para el ganado, conforman un conjunto
de determinantes que coinciden notablemente con las que están descritas en las
mencionadas leyes.
Las principales plazas del Centro Histórico se construyeron sobre la calle Real (hoy calle
Colombia), trazada en sentido Este-Oeste. Sobre ella, se presentan cuatro espacios
originados en distintas épocas, en primer lugar la plaza Mayor (Plaza Bolívar), la
plazoleta de San Francisco (Plaza Sucre) al lado de la Ermita en lo que eran las afueras
de la ciudad. Otro espacio es la plazoleta La Glorieta (antigua Alcabala) y la plaza de
San Blas, siendo éste el último conformado como tal. Existen dos plazas (Candelaria y
Santa Rosa), que se fundaron en la misma época en las cercanías de la ciudad y que se
unieron con el crecimiento urbano.
La primera Plaza Mayor era un espacio abierto, sin vegetación, sin pavimento, de tierra,
donde se hacía el mercado, sitio de reunión de los vecinos y lugar cívico e institucional
importante. En su entorno se construyeron el Cabildo, la Iglesia Matriz y el Cuartel de
Caballería en una de sus esquinas.
77
Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
Antecedentes de la investigación
Se sabe que fue producto de pobladores de El Tocuyo, que, buscando una localización
más cercana al mar, fundaron Borburata en febrero de 1548, y de allí, bien fuera por
invasiones piratas u otras razones, varios de ellos encontraron paz y prosperidad en
tierras cercanas y muy fértiles a orillas de la Laguna de Tacarigua. Pero se manejan dos
teorías sobre su origen:
y nombrando por cabo a Alonso Díaz Moreno, vecino que entonces era de la Borburata,
lo despachó con orden de que poblase una ciudad en la cercanía de la Laguna… y
reconociendo el mejor sitio fundase el mismo año de 55 la ciudad de Nueva Valencia del
Rey. (Oviedo y Baños. 1992, p.97)
La primera teoría resulta más acertada, porque el Hermano Nectario María demuestra
y apoya su argumentación a través de varios documentos. El de mayor importancia es
aquel donde hace referencia:
78
por: Patricia Atiénzar
por la cual consta que en 1608 existía en el Archivo del Consejo de Indias un documento
del año 1553, con el número 21, que trataba de la fundación de la Nueva Valencia de
Venezuela, efectuada en aquel año por el Gobernador Lic. Alonso Arias de Villasinda. (Hno.
Nectario María, 1970, p.26)
Con el gran terremoto de 1812, que destruye gran parte de las ciudades más
importantes del país, todas las edificaciones emblemáticas quedan arruinadas. Los
relatos de viajeros narran que 10 años después de la tragedia, las ciudades seguían
en ruinas. (Zawisza, 1988). Solo Valencia, La Victoria, Valles de Aragua y San Carlos
sufrieron pocos daños. Esta gran catástrofe natural, produjo la destrucción de obras
de arquitectura o ciudades enteras, que trajo graves consecuencias, por décadas, en el
desarrollo urbano del país.
79
Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
Reconstrucción y modernización
Con respecto a los espacios públicos, se modifica el trazado de la Plaza Mayor, borrando
todo rastro colonial en ellas. Se toma como modelo el proyecto del arquitecto francés
Roudier, inspirado en la Plaza de Los Vosges de París (fig.1), que fue la primera plaza
que se construyó como tal en 1612, además de hacerlo bajo un plan urbanístico que
más tarde fue imitado en toda Europa. Enrique IV de Francia quiso dotar a su capital de
una plaza digna de ella, levantándola bajo la clarividencia organizativa y geométrica
del Renacimiento, en un cuadrado casi perfecto, con ocho calles en cruz y en equis y
cuatro fuentes sobre estas. En el centro de la plaza se alza una estatua ecuestre de Luis
XIII, que fue quien dio por inaugurada la nueva sensación de París en una espléndida
fiesta celebrada por sus esponsales con Ana de Austria, convirtiéndose en el lugar de
moda de la ciudad, aunque la estatua actual, fue ubicada en 1818, ya que la original
fue destruida durante la Revolución Francesa.
80
por: Patricia Atiénzar
81
Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
convento de Carmelitas, la plaza Guzmán Blanco frente al Capitolio (hoy Plaza Sucre),
el Cementerio General de Valencia, el acueducto, el teatro y la remodelación de la
Plaza Bolívar.
Aunque estas descripciones son poco precisas y vagas, hasta principios de 1800, la
plaza permanece como un gran espacio abierto, sin vegetación, sin pavimento, de
tierra, donde se realizaba el mercado y como espacio cívico e institucional, se le
CARCEL CASAS PRIVADAS CASAS PRIVADAS
CEMENTERIO
CALLE DEL TEMPLO
PLAZA DE ARMAS
MERCADO
CABILDO
IGLESIA
CALLE REAL
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por: Patricia Atiénzar
realizan algunas mejoras como la construcción de pilas de agua (fuentes) para los
vecinos, pero no se logra definir su ubicación. (Fig.4)
Karl Ferdinand Appun. 1849, 1859: “…formando un cuadrado, la plaza mayor excede a
las otras plazas públicas por la exorbitancia de su tamaño con el cual concuerdan mal
los edificios bajos situados en torno a ella. Construida por los españoles, la iglesia más
alta de Valencia, adornada con lindas torres, limitan la mitad del lado este de la plaza,
mientras los otros edificios, destacándose solo por lo largo, no contribuyen en nada al
ornamento de esta…”
Consejero Miguel María Lisboa. 1852: “…ante la iglesia matriz está la plaza principal,
cerrada por una verja de hierro y cruzada por cuatro excelentes calzadas de ladrillo que
se unen en un círculo central, guarnecido de bancos de albañilería. En los intervalos
entre estas calzadas, se proyecta plantar árboles que transformarían la plaza en un
bello square…”
CASAS PRIVADAS CASAS PRIVADAS CASAS PRIVADAS
CALLE LIBERTAD
CASAS PRIVADAS
CALLE CONSTITUCION
CASAS PRIVADAS
CALLE MARTE
PLAZA
CABILDO
IGLESIA
CALLE COLOMBIA
Fig. 5: Plaza de Valencia. Entorno. Circa 1850.
Fuente: Elaboración propiat.
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Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
En estas descripciones se destaca el hecho de que la plaza esta cruzada por cuatro
excelentes calzadas de ladrillos, siendo el primer pavimento colocado en ella, también
la cerca de hierro colocada en todo el perímetro. (fig.5)
Jenny de Tallenay, 1878, 1882: “…llegamos por una calle ancha y de buen aspecto, a la
vista de un parque hermoso y espacioso, adornado con vigorosas plantas tropicales.
Allí se levanta la Catedral…Nos mostraron en uno de los ángulos del mismo parque,
la casa que habitaba antes por uno de los valientes compañeros de Bolívar, el general
Uslar…”
Wilhelm Sievers, 1892: “…el frontis de la catedral está orientado hacia la plaza pública
principal, que se caracteriza verdaderamente por su extraordinaria belleza. Tiene una
extensión de 7.524 m2 y está plantada de árboles que se agrupan en torno a una hilera
de bancos de piedra…”
Se hicieron las caminerías en cruz y en equis, cortadas por un gran círculo previo al
CALLE LIBERTAD
CALLE CONSTITUCION
PLAZA BOLIVAR
CABILDO IGLESIA
CALLE COLOMBIA
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por: Patricia Atiénzar
monumento (fig.6) y se cercó todo el perímetro con una baranda de hierro colado, de
un modelo escogido de los catálogos de la empresa de fundición inglesa, así como los
faroles y candelabros. (fig.6)
Todo esto se inauguró en 1883, año centenario del nacimiento del Libertador. Sin
embargo la plaza no tenía ninguna estatua y no fue sino hasta 1887, en el que el
presidente del estado Carabobo, Hermógenes López, decreta que sea levantado un
monumento para conmemorar la Batalla de Carabobo. Este proyecto se contrató al
Fig. 7: Bosquejo del monumento firmado por Antonio Malaussena el 21 de mayo de 1889.
Fuente: Memorias MOP. 1888.
arquitecto Antonio Malaussena quien diseñó una columna monolítica de mármol
sobre la que aparecía una figura femenina que representaba a la América Libre. Sin
embargo, los dibujos originales que se conservan indican un diseño completamente
diferente a lo que finalmente se construyó. (Fig.7)
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Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
Es entonces donde debemos analizar este cambio del diseño del monumento, ya
que el primer proyecto estaba destinado al monumento a la Batalla de Carabobo,
decretado por el Congreso de la República en Cúcuta, el 20 de julio de 1821, cuatro
semanas después de la batalla, estableciendo así, una columna ática, siguiendo las
Fig. 8: Plaza Vendôme de París, construida
en 1810. (Izquierda) Disponible:http://
Fig. 9: Columna de Trajano en Roma,
construida en 114 d.C. (Derecha)
es.parisinfo.com/transportes/90844/Place- Disponible:http://www.artehistoria.com/v2/
Vend%C3%B4me monumentos/912.htm
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por: Patricia Atiénzar
87
Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
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por: Patricia Atiénzar
En 1889 llega de Italia el Monolito ejecutado por Miguel J. Leicibabaza y fue traído de
Puerto Cabello en ferrocarril hasta la estación Inglesa y de ella a la Plaza sobre rieles
colocados especialmente para la ocasión. Este trabajo de transporte y erección del
monumento fue ejecutado por la firma Winckelmann Hnos. (Zawisza. 1989).
Fig.14: Un día después de la inauguración de la Plaza Bolívar en 1889.
Fuente: Guerra, Donald (1982) “Memoria Cultural I”. Salón Arturo Michelena. Valenciat
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Independencia y República en una plaza.
Valencia 1821-1890
Los relieves de bronce en los cuatro costados del pedestal, presentan escenas de la
batalla, las figuras de los cóndores, colocadas en las esquinas, complementan este
monumento, cuya altura supera los 18,00 m. Con él la plaza adquiere su fisonomía
definitiva estableciendo una nueva relación entre el centro de este espacio y las torres
de la iglesia, que ya no parecen dominar el entorno como antes. (Zawisza. 1989, p.230).
Toda la obra, la plaza y el monumento, se inaugura el 24 de junio de 1889. (Fig.14)
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por: Patricia Atiénzar
Referencias
Resumen
Palabras clave
Significación Cultural
Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná
Arquitectura Moderna
Cipriano Domínguez
Introducción
1. Arquitecta egresada de la UCV, MSc. Gerencia Logística UNEFA, Docente Agregado UPT “Clodosbaldo Russian”. Cursante
del Doctorado en Patrimonio Cultural ULAC – Cumaná. Ponencias: 1 Encuentro de Investigadores en Patrimonio Cultural
ULAC - junio 2014, II Encuentro de Geohistoria y Cultura Sucrense - abril 2014.
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por: Ysmery Tineo Toledo
Esta significación cultural es inseparable de los bienes materiales inmuebles, por ende
de la arquitectura moderna desarrollada en Venezuela, cuyo despertar se desarrolló
durante las décadas de los treinta y cuarenta del siglo XX, de la mano, no solo de
su máximo exponente, el Arquitecto Carlos Raúl Villanueva, sino también de otros
profesionales de la arquitectura e ingeniería que formaron parte de la “Sala Técnica”
del Ministerio de Obras Públicas (MOP); los cuales durante los gobiernos de López
Contreras y Medina Angarita, contribuyeron a impulsar el desarrollo del país mediante
respuestas a la precaria situación dejada por Gómez.
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Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
El relato de la Torre de Babel, en la Biblia (Génesis 11: 1-9), presenta al ser humano
vanidoso por su unidad mediante una única lengua y la fuerza que consideraban
ilimitada para lograr sus ambiciones personales; ante este ensoberbecimiento Dios
confunde su lengua, obligándolos a dispersarse por el planeta reiniciando sus vidas,
en ese andar y de manera ingeniosa da respuestas a sus necesidades más sentidas,
abrigo, alimentación, comunicación, refugio, entre tantas otras. Estas manifestaciones
culturales, en la línea del tiempo, se han ido enriqueciendo mediante roces e
hibridaciones interculturales, que han sido heredadas y a la vez transmitidas de
generación en generación. Estas nuevas relaciones pueden contribuir a resaltar o
mermar la significación o valoración hacia la herencia cultural de los pueblos. Tal como
lo refiere Ballart (1997, p. 20):
El tiempo juega en contra de las cosas físicas tanto como en contra de las personas: unas y
otras se gastan y se estropean. Pero las cosas que los individuos acumulan y les sobreviven,
sean objetos transitorios u objetos durables y son transmitidas a los que vienen después, se
transforman en legado, en patrimonio heredado.
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por: Ysmery Tineo Toledo
desarrollada durante la década de los treinta y cuarenta, una expresión que busca
interpretar el lugar, la identidad local, tomando como referentes los principios de la
arquitectura moderna o de la Modernidad, como también se le conoce. Ejemplo de
esta herencia patrimonial es el conjunto arquitectónico Liceo Antonio José de Sucre,
conocido también por los cumaneses como “Liceo Sucre”, el cual ha permanecido
en el tiempo, y en palabras de Ballart, este bien patrimonial trasmite o trasfiere, a
los individuos de manera directa, sensaciones y noticias del pasado, para lo cual se
requiere estar preparado para actuar como receptor de estos y otros aspectos, que
contribuirán a la conservación y preservación de esta herencia para el uso y disfrute
de las generaciones, pasadas, presentes y futuras.
Es necesario ubicar el Liceo Antonio José de Sucre, en el espacio urbano, esta forma
parte de los bienes inmuebles ubicados dentro de la poligonal del Casco Histórico
Tradicional de Cumaná (CHTC). Esta se corresponde con el área definida como Centro
Histórico en el Artículo 2 del Plan Rector de Desarrollo Urbano de la ciudad, aprobado
en Resolución Nº 220 del Ministerio del Desarrollo Urbano (MINDUR) con fecha 03-03-
1986 y publicada en Gaceta Oficial de la República de Venezuela Nº 3762 Extraordinaria
de fecha 08-04-1986.
Fig.1. Ubicación del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná. Elaborado por la autora en base a
copia del levantamiento Aerofotogramétrico Cumaná. MINDUR 1992. Nota: se destaca en color
azul las volumetrías de techos planos, y las de color naranja a las de techos a cuatro aguas.
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Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
Específicamente, se sitúa entre las calles Boyacá y general Salom (linderos Norte y
Sur), y entre las calles Montes y Niquitao (linderos Este y Oeste). Esta poligonal cuenta
con la Ordenanza de Zonificación del Casco Histórico-Tradicional de Cumaná (OZ-
CHTC), emitida por el Concejo del Municipio Sucre, fechada el 07-07-1992 y contiene
la normativa concerniente al CHTC, así como los lineamientos para preservar el
patrimonio histórico y ambiental; sin embargo, es de hacer notar que no presenta
actualizaciones producto de revisiones conforme a la dinámica urbana.
(ZCC). La ZE-U comprende dos apartados, uno referido a los Equipamientos Urbanos
Propuestos y otro a los Equipamientos Urbanos Existentes, este último abarca
las edificaciones destinadas a la prestación de servicios a la comunidad de tipo
administrativo, cultural, religioso y educacional, dentro de este último se encuentra el
Liceo Antonio José de Sucre.
Sin duda, este conjunto arquitectónico cuenta con la protección legal al formar parte
de los inmuebles ubicados dentro de la poligonal del CHTC, siendo también necesario
recordar que esta obra edilicia fue inaugurada, junto a otras, para la conmemoración
del sesquicentenario del nacimiento del Gran Mariscal Sucre. Sin embargo, llama
la atención que el estado de conservación no es el más adecuado, reflejando una
incoherencia entre la relevancia histórica y arquitectónica inherente a este bien
cultural inmueble, herencia patrimonial de los venezolanos y en especial del pueblo
sucrense.
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por: Ysmery Tineo Toledo
Fig. 2. Contexto urbano inmediato del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná. Fuente: la autora
2015. Nota: 1º calle Boyacá, 2º calle General Salom, 3º calle Niquitao y 4º calle Montes.
El cuerpo masivo de toda una ciudad, (…), no se puede conservar en base a unos pocos
ejemplos arquitectónicos pues ninguno de ellos, por más extraordinario que sea, se puede
mirar, medir y analizar sin su contexto, desprendido de su vecindario natural, ajeno
a su lugar de ubicación. Es que la noción de lugar en arquitectura, trasciende el hecho
geográfico e incorpora necesariamente el paisaje, la naturaleza y la historia, el vecindaje,
las formas y hasta la actividad humana y social del entorno. (…)
En, coherencia con Salmona, y desde Venezuela el arquitecto, Posani (1994, p. 4),
ante el deterioro de muchos ejemplos de la arquitectura o patrimonio construido del
siglo XX en Venezuela, exhorta al respeto de la misma y señala a la vez que: “La rápida
transformación de las ciudades contemporáneas especialmente en Latinoamérica,
incrementa el peligro de perdida de sus obras (…).” Esta lamentable realidad invita, con
mayor vigor, la inmediata consideración del tema de conservación de la arquitectura
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Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
moderna, así como del lugar o contexto donde se implanta, en este caso en particular,
el paisaje urbano del Liceo Antonio José de Sucre.
En lo que respecta al inmueble, si bien es cierto que aún guarda, en líneas generales
la morfología original, no es menos cierto que el estado de conservación no es el
más adecuado. Se observan intervenciones poco acordes o inapropiadas, así como
adosamientos, sustitución de ventanales, puertas, y de revestimientos de pisos
originales; de igual manera, aplicación de diferentes policromías a lo largo del tiempo
en paredes, ocultamiento de mosaicos vitrificados mediante capas de pintura de
esmalte y se evidencian filtraciones, acero expuesto en losas de techo, entre otros
aspectos.
Estos aspectos reflejan, la poca sensibilidad hacia esta valiosa obra ejemplo de la
arquitectura moderna sucrense y venezolana y la ausencia de planes de gestión
integral para su conservación, desde un equipo multidisciplinario, especializado y
actualizado en lo concerniente al patrimonio cultural.
98
por: Ysmery Tineo Toledo
Esta situación, se agudiza por la poca información de importancia difundida; así como
datos errados contenidos en el I Censo del Patrimonio Cultural Venezolano SU-14, del
Instituto de Patrimonio Cultural (IPC).
CUADRO 1
Observaciones al Catálogo del Patrimonio Cultural 2004-2006 SU-14 Mcpio. Sucre IPC,
respecto al Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná.
Dirección: Dirección:
Calle General Salón con calles La Paz, Calle Niquitao (fachada principal), Calle
Montes y Páez, lateral a la iglesia catedral. General Salom (fachada lateral derecha.
frente a fachada lateral Iglesia Catedral),
Administrador/custodio o responsable: Calle Montes (fachada posterior), Calle
Jesús Ramos. Boyacá (fachada lateral izquierda).
Administrador/custodio o responsable:
Ministerio P.P. para la Educación
Director:
Prof. Mariángeles Marino.
Comenzó a funcionar en el año 1959 como escuela básica. A partir de 1976 paso a
ser un liceo. (…) posee características arquitectónicas de la modernidad de los años
cincuenta. (…) esbeltas columnas de doble altura que anteceden a tres altas puertas
que dan pasó a los espacios internos del liceo. (…) puertas y ventanas de metal y
vidrio”. Catálogo SU 14 del IPC. (p. 36).
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Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
principal desde la calle Niquitao, ha sido reemplazado por uno secundario (desde la
calle General Salom), conformado por una galería techada adosada al lateral izquierdo
del auditórium. Las puertas originales son de madera (sustituidas, en un importante
porcentaje, por puertas elaboradas con láminas de hierro). Las ventanas originales son
de tres tipologías: romanillas de madera, romanillas con vidrio, basculantes de madera
con vidrio (esta última han sido sustituida, en gran parte, por ventanas de romanillas
de aluminio con vidrio y/o bloques de ventilación). Algunos de los revestimientos de
piso original han sido sustituidos.
La realidad expuesta acompaña a cada uno de los catálogos de los municipios del país,
los cuales se llevaron a cabo de manera muy similar a los desarrollados en España;
en este sentido, Azkarate, Ruiz y Santana (2003, p. 10) respecto a los inventarios,
señalan que permitieron: “(…) facilitar una primera estimación cuantitativa (…).
En contrapartida (…) carecían de criterios de valoración homogéneos, (…) que
improvisaron la definición y extensión de su propio objeto de análisis de modo
puramente empírico, (…)”. Estas improvisaciones, fueron corregidas, mejorando
sustancialmente la información de los inventarios.
Esto es un ejemplo a seguir, lo que permitiría encauzar acciones para revisar y corregir
a la brevedad posible los errores que contienen los catálogos patrimoniales, con
el objeto de minimizar las distorsiones de la realidad histórica y arquitectónica, las
cuales lejos de resaltar el significado cultural, a través de los valores inherentes al bien,
afectan negativamente la lectura que se pudiera hacer del mismo y obstaculizan el
reconocimiento e identificación del mismo por parte de la colectividad en general. Por
otra parte, sería mezquino no resaltar la iniciativa y el esfuerzo por parte del gobierno
nacional en materia cultural, siendo el Catálogo del Patrimonio Cultural venezolano
2004-2006, una importante herramienta para proteger las manifestaciones culturales
de la nación, paso inicial que permitirá contribuir a la conservación y preservación de
las mismas para estas y las venideras generaciones.
Sin embargo, no es menos cierto que ante un tema tan delicado e importante, por
la fragilidad que revisten las manifestaciones culturales, se requiere una mayor y
continua participación de la sociedad en general, desde los espacios públicos y
privados (gubernamentales, académicos, empresariales, grupos sociales, profesionales
y comunitarios), los cuales deben sensibilizarse ante la importancia que reviste la
temática del patrimonio cultural, redescubriendo
los valores o significación cultural que contienen estas expresiones de los pueblos,
factores que contribuyen a desarrollar el sentido de identidad y, por ende, permite
impulsar la conservación y preservación de estos bienes para las generaciones
presentes y venideras.
*
Nota: elaborado por la autora mediante datos productos de la investigación y del Catálogo del Patrimonio Cultural
Venezolano 2004-2006 SU 14. Municipio Sucre, estado Sucre (p. 36).
100
por: Ysmery Tineo Toledo
El Liceo Antonio José de Sucre, tiene sus orígenes en el antiguo Colegio Nacional, este
en lo que fue el Convento de San Francisco de Cumaná y, por ende, en los procesos de
colonización y evangelización en tierra firme. Para contextualizar esta afirmación es
necesario hacer una retrospectiva tomando como base este último acontecimiento,
y para ello Gómez (1981, p. 41-43) afirma que el primer intento de fundar una misión
dominica, en 1513, en la costa de “Cumaná Abajo”, fracasó debido a enfrentamientos
entre indígenas y “esclaveros” españoles. De igual manera, señala que posteriormente:
Por el año 1515, franciscanos y dominicos decidieron enviar nuevos misioneros, Los
franciscanos desembarcaron a fines de dicho año en las costas de Cumaná y fundaron
un convento “a un tiro de ballesta de las costa del mar, junto a la desembocadura del río
Cumaná”. Los dominicos que partieron de Santo Domingo, al mismo tiempo arribaron más
lejos, estableciéndose (…): “Cinco leguas más al occidente, por la costa, en el lugar llamado
Chiribichi y que ellos designaron Santa Fe”. (…). Fue en la misión de Cumaná donde se
ofició la primera misa en Tierra Firme, (…). Este asiento misional con su convento y su
huerta, con su Misa y sus frutos, fue el origen de la ciudad de Cumaná. (…) Construyeron
(…), el primer convento y la primera escuela de la América Continental.
En 1520, debido a una rebelión por parte de los indígenas hacia las actitudes violentas
de los esclavistas españoles, y como protesta destruyen los Conventos de Santa Fe
y el de la Misión de Cumaná (Ob. Cit.). Posteriormente, se ordena la reconstrucción
del asiento de la misión franciscana, por parte de Gonzalo de Ocampo, así lo refiere
Morón (2012, p. 49): “En 1521, el capitán (…) de Ocampo construye unas (…) fortalezas
en la bocas del río Cumaná, que el padre Las Casas llamó Toledo. En 1523 Jácomo de
Castellón edifico una fortaleza, sobre las ruinas de la anterior”, destacándose que este
fue nombrado alcalde de la fortaleza de Cumaná. Es importante resaltar la frecuencia
de movimientos telúricos, huracanes y maremotos característicos en la zona, y uno de
los más sentidos en estos años fue el terremoto del 1 de septiembre de 1530, el cual
ocasionó severos daños, destruyendo la fortaleza mencionada.
Siete años más tarde, en 1537, es reconstruida resurgiendo con ella los procesos
de evangelización y de nuevas enseñanzas para los pobladores de la zona. Esta
perseverancia de los misioneros en la región, indica para Fuentes (1990, p. 156) la
marcada vinculación e influencia de estos con la formación del oriente venezolano,
y refiere que parte de las dificultades y conflictos de esos años, de debió a: “La falta
101
Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
Una de las cosas, que ilustran, con notoria fama, entre las quatro partes del mundo, a
la América; y entre los Reynos de ésta al nuevo Reyno de Granada, es la Provincia de la
nueva Andalucía; cuya capital es la Ciudad de Cumaná, a quien algunos geo-graphos
dan el nombre de la nueva Córdova, situada en la Costa que llaman de Tierra-Firme, (…).
Las ciudades, que comprehende esta jurisdicción, después de su referida capital, son: la
nueva Barcelona, alias, Cumanagoto, San Balthasar de las Arias, o Cumanacóa, las Villas
de Arágua, y el Pao, y la Real Fuerza de Araya…
102
por: Ysmery Tineo Toledo
Fig. 4. Plano general de la ciudad de Cumaná y sus contornos. Agustín Crame. (1777). Nota: la
letra “H” corresponde con el Convento de San Francisco. Fuente: Servicio Geográfico del Ejército
(Venezuela, N. 76)
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Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
Entre 1850 y 1853, se dictaron estudios de importancia para la ciudad, así lo refiere
Herrera (2007, p. 55): “El Congreso en 1850 crea estudios de jurisprudencia y de
medicina, en cuya enseñanza participó Luis Daniel Beauperthuy, hasta 1853. José
Antonio Ramos Sucre estudió también en ese colegio graduándose de Bachiller en
Filosofía, en 1904”. Cabe destacar que Beauperthuy (1807-1871), fue médico graduado
en París en 1837, arribó a Cumaná en 1838, revalidó su título en la Universidad Central
de Venezuela (UCV), llegando a descubrir el agente transmisor de la “fiebre amarilla”.
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por: Ysmery Tineo Toledo
Fig. 5. Fachadas principal y posterior o interna de las Ruinas del Convento de San Francisco de
Cumaná. Fuente: la autora 2015.
En el siglo XX, a finales de 1935, después del fallecimiento del general Juan Vicente
Gómez, es designado por el gabinete encargado de la presidencia, al general Eleazar
López Contreras (1883-1973), este nuevo mandatario tuvo un papel muy importante
en la transición, después de veintisiete años de dictadura, hacia la democracia del
país. Para Uslar (1980, p. 410) hubo dos circunstancias que le permitieron lograr esta
difícil tarea: “(…) un Ejército institucionalizado, y profesionalizado, que lo reconoce
(…) jerárquicamente como jefe, (…); además influyó mucho su carácter. (…) era
un hombre conciliador, inclinado a buscar fórmulas de arreglo, desprovisto de toda
impulsividad y violencia, muy equilibrado; (…)”. Estas condiciones, en especial las
últimas son fundamentales para la unión y el respeto, facilitando con ello el desarrollo
de políticas que enrumbaron o encauzaron al país hacia la democracia.
105
Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
Un aspecto de gran importancia que señala Uslar (1980, p. 413) es que: “Lo realizado
en ese quinquenio, si se compara con las circunstancias y la escasez de medios, es
notable. Se adelanta en afirmación de la democracia, en creación de nuevas formas de
convivencia social y en definición de rumbos”. Sin duda alguna, la ciudad de Cumaná,
que después del terremoto de 1929 quedo en ruinas, es levantada nuevamente
durante este periodo de gobierno.
De gran beneplácito, para los países hermanos y, en espacial, para los venezolanos y
cumaneses, fue la celebración del sesquicentenario del nacimiento del Gran Mariscal
Antonio José de Sucre; las obras planificadas desde los gobiernos nacional y regional,
así como desde la empresa privada y la iglesia, se llevaron a cabo en el tiempo previsto
y fueron inauguradas durante esta magna conmemoración por el presidente Medina
y demás autoridades.
106
por: Ysmery Tineo Toledo
La casa de Antonio José, Cumaná, se vistió de gala. La que el recordaba con frecuencia,
como lo indica González (2006, p. 16): “¡Mi Cumaná! no he podido olvidar a pesar del
tiempo el manzanares, con sus aguas tan traslúcidas y el puente que cruzábamos los
muchachos. Los Barrios de Santa Inés y de Nuestra Señora de Altagracia”. Esa Cumaná
que aún perduraba en su memoria histórica, con su paisaje natural y construido,
a través de la dinámica social se ha ido transformando en el tiempo; por lo que es
necesario sensibilizarse ante ese pasado, muchas veces desconocido y encontrarse
con el presente, pudiendo así entenderlo desde la significación cultural, en especial el
significado o valor histórico del bien.
Para iniciar este punto referido a la significación arquitectónica del bien y sus contexto,
es necesario recordar que la UNESCO, entre otros objetivos, tiene el de promover la
identificación, protección y preservación del patrimonio cultural y natural, asimismo,
los Estados Miembros, como lo es Venezuela desde el 25 de noviembre de 1946,
conforme a la Lista de estos y de los Miembros Asociados de la organización, al 1
de enero de 2014. De igual manera, forma parte de la organización internacional
Documentación y Conservación de la Arquitectura del Movimiento Moderno
(DOCOMOMO), desde agosto de 2010, cuando se aprueba el capítulo DOCOMOMO
Venezuela, con el respaldo de los setenta países miembros y mediante la conferencia
internacional celebrada en México “Viviendo en la Modernidad Urbana”.
Para Manzini (2001, p. 34), la significación cultural: “(…) vincula las etapas de la vida
histórica de un bien patrimonial que permite comprender su razón de ser en el
tiempo, detectar lo que es importante en la vida de los mismos y explicarlo como
107
Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
Durante los años que estuvo al servicio del MOP, elaboró muchos proyectos,
destacándose, entre otros, el diseño de varios liceos: el Caracas (Instituto Pedagógico),
el Fermín Toro; el Libertador de Mérida; el de Barquisimeto y el de Cumaná, es decir, el
Liceo Antonio José de Sucre. En este aspecto, el Diario de Caracas, reseñó el 29-01-1995
(c.p. Desde la Memoria Urbana, abril 2007), sobre la arquitectura o edificios modernos
de Domínguez como: blancos, sinceros, generosos, limpios y hermosos. Estas
características, a pesar de las ausentes políticas de mantenimiento y conservación,
aún se manifiestan en líneas generales, en el Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná.
Domínguez, logró una arquitectura en coherencia con las condiciones climáticas, con
énfasis en lo formal, así como en la generosidad espacial, vinculada con el contexto
inmediato y eminentemente funcionalista.
108
por: Ysmery Tineo Toledo
Desde el hall de entrada principal a doble altura, (el cual remata visualmente con un
busto del Gran Mariscal, ubicado en el primero de los tres patios internos del liceo), y el
secundario desde la calle general Salom, (desarrollado mediante una galería techada
a una sola altura, adosada a la margen izquierda del espacio destinado al auditórium),
se organizan y distribuyen los diferentes espacios del conjunto arquitectónico. Estas
dos esbeltas volumetrías de techos planos, se interconectan a través de un nodo de
base rectangular (el más alto del conjunto), el cual en sus cuatro caras presenta bien
definido el espacio para el reloj, símbolo de la escolaridad en la época, así como el
auditórium; predominante en las edificaciones escolares de la época, con el fin de que
funcionara, también, como elemento de integración comunitaria.
Una vez en el hall del acceso principal, se ubica a mano izquierda el volumen donde
funcionan las oficinas administrativas, desde este se desprenden cuatro brazos
perpendiculares y orientados norte-sur; en tres de ellos se dispusieron las aulas
y laboratorios. En el cercano al auditórium se encuentra la biblioteca y actividades
afines, estas volumetrías conforman tres patios internos, evidenciando una acertada
respuesta al manejo de ventilación e iluminación natural.
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Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
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por: Ysmery Tineo Toledo
Conclusiones
111
Una aproximación al significado cultural del Liceo Antonio José de Sucre de Cumaná: Bien Cultural de principios del siglo XX
Referencias
112
por: Ysmery Tineo Toledo
Herrera, L. (2008). Los colegios nacionales, con especial referencia al de Cumaná. Rev.
Soc Venez Hist Med [Revista en línea] 2008, (Volumen 57 Nº 1-2:46-56) Disponible en:
http://revista.svhm.org.ve/ediciones/2008/1-2/?i=art6
Uslar, A. (1980). Cuéntame a Venezuela. (Nº 26), 401-416 y (Nº 27), 417-432.
113
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
Resumen
Palabras clave:
Identidad
ciudad industrial
innovación
Introducción
La ciudad, para el que pasa sin entrar, es una, y otra para el que está preso de ella y no sale;
una es la ciudad a la que se llega la primera vez,
otra la que se deja para no volver; cada una merece un nombre diferente.
Italo Calvino
La identidad industrial de Valencia, se inicia a mediados del siglo XIX, período que se
define por los procesos de urbanización e industrialización, momento en que se perfila
*
1. Doctorando en Patrimonio Cultural - Universidad Latinoamericana y del Caribe (ULAC) Valencia. en Gerencia de la
Construcción - Universidad de Carabobo (UC), Arquitecto - Universidad Central de Venezuela (UCV).
114
por: Andreina Guardia de Baasch
como uno de los más importantes centros fabriles del país. La ciudad se percibe como
un reflejo de los avances en la industria, el progreso le permitió ser modernizada, con
teléfono, telégrafo, iluminación, acueductos y ciudadanos con una enorme calidad de
vida.3
115
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
¿La identidad es un concepto frágil y efímero que no puede responder ante cambios
sociales, políticos y económicos en una ciudad?
La ciudad conjuga pasado (es memoria), presente (es vida) y futuro (es imagen). Igualmente
evoluciona, cambia y se transforma a ritmos diferentes y a veces en sentidos opuestos. Por
esta razón es de fundamental importancia conocer y reconocer los tiempos de la ciudad.
(Cuervo, 2003, p.123)
el pasado
116
por: Andreina Guardia de Baasch
A finales del siglo XIX, se inician las actividades industriales, que desde entonces
acompañaron la evolución y el carácter de la ciudad que pasó a la condición de ciudad
criolla (1810-1826), según señala (Martínez, s.f.) ”Valencia se incorporó a la actividad
industrial a partir de 1878 cuando fue creada la empresa textil Telares de Valencia por
parte de Domingo Antonio Olavarría”. 8(p.17)
Se estima que hubo dos factores que estimularon esta situación: la fundación del
Acueducto de Valencia, que favoreció a las empresas que utilizaban el vapor como fuente
de energía, y luego, la inauguración de la Planta de Electricidad de Valencia que afianzó
el auge de las actividades económicas. El aumento de la población creó las condiciones
para que la industrialización se afirmara como la actividad económica fundamental que
caracterizó la región. (p. 207)
En la primera década del siglo XX se inicia la era industrial de Valencia, contaba con
importantes empresas y comercios y los avances en la industria eran sinónimo de
progreso, la Electricidad de Valencia en 1908 de Guillermo Dewitz, el Taller Metalúrgico
Winkelmann, la Cervecería, entre otros, fueron los primeros edificios industriales.
Luego, como lo definen (op. cit) se inicia el ciclo de Valencia como ciudad burguesa
(1926-1958).
117
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
con el capital extranjero sino hasta la década de los años 50”. (p. 229)
De nuevo la actividad industrial le aporta identidad a la ciudad, su arquitectura urbana,
industrial y los ferrocarriles, muestran los beneficios económicos de sus habitantes,
los que integran diferentes técnicas y materiales constructivos, mejorando tanto la
calidad como el ornamento en las edificaciones. De manera acertada sobre Valencia y
sus costumbres sociales, señala Silva (2005), que:
Mientras, la ciudad se retrataba en las páginas de Elite en 1926, era la imagen de una
sociedad con nombres y apellidos y se afianzaron sólidamente hasta bien entrado el siglo
XX y que con el tiempo dieron nombre a calles, plazas y nuevos edificios (p.154)
Según Martínez y De Castro (2000), una nueva explosión industrial y económica llegó
con el auge petrolero que reconfiguraría al país entero; esta etapa fue un proceso
importante para las industrias de las región, en 1936 nace la unión de industriales del
estado Carabobo y Valencia se convierte en el foco del proceso de industrialización
sustitutiva de importaciones a partir de 1951. (p. 88)
Hasta hace muy poco, decir identidad era hablar de raíces, de raigambre, territorio y de
tiempo largo, de memoria simbólicamente densa. De eso y solamente eso estaba hecha
la identidad. Pero decir identidad hoy, involucra también… hablar de migraciones y
movilidades, de desanclaje e instantaneidad, de redes y flujos. (Barbero, 2008, p.36)
118
por: Andreina Guardia de Baasch
Hubo además una política municipal de incentivos en 1959 y 1962 con la creación de
FUNVAL, y que llevaron al establecimiento de las zonas industriales municipales norte y
sur para las grandes empresas y el parque industrial Los Criollitos, ubicado en el sector La
Florida, para el uso de la pequeña y mediana industria (Gonzalez,s.f. p.5).
119
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
Como resultado del enorme crecimiento, según Caraballo (2005), Valencia se convierte
en “La tercera urbe del país, polo industrial y comercial de los valles centrales, vio en
los últimos cincuenta años un cambio violento…y su mancha urbana se desbordó
hacia los valles vecinos”. (p.159)
120
por: Andreina Guardia de Baasch
No disponer de una visión global para entender los cambios que se venían produciendo,
al afianzarse la irreversibilidad de las tendencias de la urbanización, la transformación de
la vivienda y las ciudades, los crecientes costos de trasporte y movilidad, la presencia de
externalidades socio-ambientales entre otros de los cambios, quedaban cobijados por un
trasnocho engañoso sobre la realidad social: la dudosa pretensión que se avanzaba, se
progresaba. (Giraldo, 2003, p.18)
Un claro ejemplo es la autopista regional del centro, que divide y atraviesa de forma
dramática gran parte de la ciudad, pareciendo más una avenida principal que una vía
rápida de transporte, lo que incrementa el caos, el ruido y el tráfico diario.
121
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
como una región próspera debido a sus condiciones, facilidad de acceso por la red
vial, la cercanía a Puerto Cabello y un aeropuerto en plena zona industrial.
Estas referencias históricas nos permiten comprender los procesos que han dado forma
a la ciudad industrial, ese lugar que se ha reorganizado de acuerdo a las circunstancias
históricas, políticas, económicas, sociales y medioambientales, que necesariamente
ha evolucionado y se ha adaptado a los cambios que percibimos en la actualidad.
El estado Carabobo, tiene el segundo territorio más pequeño del país, su capital es
la ciudad de Valencia, que comprende cinco municipios autónomos con catorce
parroquias, el mayor de ellos es Valencia. Naguanagua se encuentra al norte, San Diego
al noreste, Libertador al suroeste y Los Guayos al sureste. Debido a los crecimientos
poblacionales, se integra con el municipio Guacara con tres parroquias, conformando
un área metropolitana, en la cual se asienta una población de 1.7 millones de
habitantes según el Instituto Nacional de Estadística (INE, 2013), ubicándose como la
tercera del país en la escala demográfica.
El territorio está ocupado de manera variada, con zonas de mayor densidad en el casco
central conformado por las parroquias Catedral, El Socorro, San Blas y Candelaria.
Luego baja la densidad poblacional hacia las áreas rurales del sur, especialmente las
parroquias Negro Primero e Independencia y el sur de la parroquia Miguel Peña.
122
por: Andreina Guardia de Baasch
La huella urbana está creciendo a su ritmo, a la vez, que supera su espacio, la industria
se está transformando aislada, no hay ciudad en la industria y la industria se divorcia
de ella. El concepto de ciudad industrial próspera, que históricamente acompañó a
la ciudad de Valencia se está desdibujado, fracturando y tiende a ser pasado en la
memoria de los ciudadanos.
Las ciudades al igual que las personas construyen su identidad a partir de las memorias
y estas se alojan en las historias, los cuentos, sonidos, música, imágenes, edificaciones,
123
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
gastronomía; todo lo que constituye el patrimonio cultural16 que conforma esa memoria
colectiva. (López, 2014, p.47)
Valencia creció muy rápidamente en las últimas décadas y es muy diversa a nivel
cultural. Esto se debe en gran medida a la migración rural-urbana como respuesta a la
necesidad de mano de obra en la zona industrial, así como también, a la gran cantidad
de empresarios y comerciantes extranjeros que se establecieron en la zona y se
mezclaron con los locales integrándose, en algunos casos, con la sociedad valenciana
y la valencianidad.
La crisis de identidad no sólo la produce el hecho constatable de que los venidos de otras
regiones nacionales o extranjeras, son hoy más que los nacidos en ella, sino porque la
ciudad no termina de asumir los aportes foráneos, ni ha asimilado las consecuencias
positivas y negativas de la industrialización y de la urbanización. Existe un desfase entre
lo que Valencia es hoy, en términos materiales, y la manera difusa como sus habitantes la
piensan y la quieren. (Gonzalez,s.f.,p.1)
Una fábrica, por ejemplo, no es sólo una construcción sino también una forma de
organización del trabajo y de relación social concreta, donde se lleva a cabo un
determinado proceso de producción, donde se aplica un concreto sistema tecnológico y
a través del cual se establece una serie de relaciones funcionales y visuales con el medio
físico o la ciudad. (p. 195)
124
por: Andreina Guardia de Baasch
Se inicia la discusión a partir del futuro, de lo que está por venir, de esa imagen de
la ciudad que queremos ver. También se da respuesta a las interrogantes planteadas
sobre la identidad y alternativas para revalorizarla e impulsarla. Con respecto a su
valor, explica Trachana (2011):
Los valores de la era industrial, período que se considera hoy cerrado y caduco, se suplantan
así por nuevos valores. El período histórico del presente, llamado era de la información, se
caracteriza por una industria limpia que está suplantando en los países industrializados
las industrias contaminantes trasladadas en los países en vías de desarrollo. (p.194)
Con respecto a lo anterior, nos refiere Caraballo (2011) que: “A diferencia del valor
estético propio del patrimonio urbano, el valor central del patrimonio industrial está
en su impacto en la estructuración de formas sociales y culturales relacionadas con el
proceso”. (p.125). En estos momentos que se perfila un proceso de desindustrialización,
hay que reconocer lo que ha significado la industria para la historia de la ciudad y
la sociedad industrial, que se debe conservar en la memoria y la identidad como un
legado cultural para las nuevas generaciones.
El logro de una identidad para una ciudad la hace más reconocible y más fácil de
recordar. La identidad de “Ciudad Industrial de Venezuela” que ha tenido Valencia, es
importante retomarla, re-inventarla y darle mayor fuerza, contando necesariamente
con la participación ciudadana, a fin de generar valor y no perder ese referente en la
cultura urbana.
125
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
Hay que pensar de manera global, donde la nueva ciudad industrial como un todo
responda a los cambios. Esto se puede lograr incorporando nuevas actividades
económicas como la industria de la información y el conocimiento; dando paso, a su
vez, a la producción cultural en todos sus aspectos. Al respecto nos dice Caraballo
(2011):
126
por: Andreina Guardia de Baasch
2. Apoyamos la posición del autor donde señala: Decir identidad era hablar de raíces, de raigambre, territorio y de tiempo
largo, de memoria simbólicamente densa. (Barbero, 2008, p.36)
3. Cuando nos referimos a calidad de vida se entiende de acuerdo lo siguiente: La calidad de vida se ha convertido en
patrimonio del lenguaje cotidiano, en el que más que con un significado preciso, se utiliza como un término de uso
polivalente, que alude a una amplia diversidad de situaciones valoradas muy positivamente o consideradas deseables para
las personas o para las comunidades humanas. (Ferrán Casas, 1999, p.2)
4. Se puede ampliar la información correspondiente a este período, donde el proceso de expansión demográfica se acelera
de una manera decisiva, en (Martínez y De Castro, 2000, p.234).
5. Su masificación significó para muchos un camino de integración a la ciudad civilizada. Tal como lo señala González (2005,
p.102).
6. La falta de insumos es un hecho noticioso en la prensa regional, ver NOTITARDE 18/09/2014 p.02 y 15/11/2014 p.02.
Segmento: Ciudad.
7. Compartimos el criterio del autor sobre el carácter complejo del significado de la ciudad, donde Cuervo (2003) señala
que la ciudad en sus más diversas definiciones y desde sus más iniciales concepciones es destacada como producto
colectivo, como una creación social, cuya naturaleza y características trascienden la mera suma de sus partes.(p.115)8.
8. Se puede ampliar la información en: Martinez (s.f.). Historia Urbana de Valencia. Crecimiento Poblacional y Cambios
Contemoráneos (1547-2000). (p.17).
9. Este término lo definen Martínez y De Castro (2000) en La Región Valenciana - Un estudio histórico-social. Al igual que
la denominación de los ciclos de Valencia como ciudad criolla (1810-26), burguesa (1926-58) y ciudad masificada (1959-
2000).
10. Según el enfoque planteado por Andre Gunder Frank, citado por: Martinez & De Castro (2000, p.229)
12. La industrialización y la urbanización contemporánea de la ciudad, han terminado por producir un cambio
incomprendido de la escala en el fenómeno urbano. Gonzalez,(s.f. p.6)
13. La identificación se construye sobre la base del reconocimiento de algún origen común o unas características
compartidas con otra persona o grupo con un ideal. (Hall, 1996, p.15)
14. Capital social como el valor que representa para la ciudad y su sociedad, la creación de redes que resultan de la
participación activa de ciudadanos.
15. Plan de Ordenación Urbana (POU) de la ciudad de Valencia. Se determinó con base a esta información, que
aproximadamente el 12% del uso del suelo urbano corresponde a uso industrial, en cualquiera de sus manifestaciones
(industria pesada, industria liviana u otros) y en la huella urbana de la industria se puede observar que no hay otros usos
como socioculturales, turísticos o recreativos dentro de ella, tampoco se observan espacios públicos como plazas y parques.
16. Asumimos el concepto de la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO) en
su conferencia mundial sobre políticas culturales llevada a cabo en México en 1982.
17. El paisaje industrial es un nuevo concepto que viene a ilustrar nuevas tendencias del diseño para cuantificar los restos
materiales de la cultura industrial y dotarles de un nuevo sentido. (Trachana, 2011)
18. Entendiéndose como patrimonio inmaterial: Todo aquel patrimonio que debe salvaguardarse y consiste en el
reconocimiento de los usos, representaciones, expresiones, conocimientos y técnicas transmitidos de generación en
generación y que infunden a las comunidades y a los grupos un sentimiento de identidad y continuidad, contribuyendo así
a promover el respeto a la diversidad cultural y la creatividad humana. (UNESCO, 2003)
19. Se considera a la marca como un constructo socio-histórico y a la construcción de marca de ciudad como un proceso
signado por la creatividad ciudadana y la producción simbólica de carácter social. Paz, Sergio (2014)
127
Memoria, Identidad y Progreso
de la ciudad industrial de Venezuela
Referencias
Ferrán Casas. (1999). Calidad de Vida y Calidad Humana. Papeles del Psicólogo, (pp.1-
16).
Gasparini, G. (2005). Valencia, La del Rey. En INDUVAL, Valencia 450 años - Una
aproximación Urbanística y Arquitectónica (pp. 19-78). Valencia: Editorial Arte.
Hall, S., & du Gay, P. (2003). Cuestiones de Identidad Cultural. Buenos Aires-Madrid:
Amorrortu Editores.
Ministerio del Desarrollo Urbano. (s.f.). Plan de Ordenación Urbanística del Área
Metropolitana de Valencia-Guacara. Gaceta Oficial Nº 4497 20-10-1992. Caracas.
128
por: Andreina Guardia de Baasch
Artículos citados:
NOTITARDE 18/09/2014 p.02 y 15/11/2014 p.02. Segmento: Ciudad.
129
El Bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
Resumen
Palabras clave:
bahareque
patrimonio cultural
técnicas
preservación
Introducción
1. Arquitecto, Diplomado en Gerencia de la Construcción, Cursante del Doctorado del Patrimonio Cultural ULAC-
Valencia. Investigación realizada para el proyecto de Tesis Doctoral Visión Compleja en la Intervención de edificaciones
Patrimoniales desde la Caracterización de los Estados Andinos. Revisión de estilo Dra. y PhD. Casadiego Enolina y el Lic.
Héctor Moy.
130
por: Inés Y. Puente
de Centro y Sudamérica, por diferentes indígenas: hay registro de que los mayas ya
vivían en casas de bahareque.
Con el regreso a la mirada del rescate del patrimonio cultural en Venezuela, han surgido
inconvenientes en la rehabilitación y restauración de las edificaciones construidas
en bahareque, debido a que no se han educado adecuadamente a profesionales
como arquitectos e ingenieros, ni personal de la construcción, en la utilización de
esta técnica; no existen incentivos de investigación que permitan el estudio de las
propiedades sísmicas y mejoras de las misma para desarrollar y expandir esta técnica
en planes de viviendas, como se suele hacer con el concreto, la madera y los bloques
de cemento. El bahareque es parte de nuestra identidad y entorno.
131
El Bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
una técnica de entramado en el que la tierra se procesa, se mezcla con agua y después de
alcanzar el estado plástico, se amasa y se amolda como relleno dentro de una estructura
de madera .Es una construcción tipo jaula en donde la horconadura de la madera es la
que tiene la función de soporte. Es una técnica muy usada en varios países de los diferentes
continentes, distinguiéndose en América, en Venezuela, Colombia, Honduras, México,
Nicaragua, El salvador y Costa Rica. (p.39)
Para algunos estudiosos como Graziano Gasparini, es muy empleada por los indígenas
en poblaciones remotas a las áreas pobladas donde se ubicaban los afrodescendientes
que extraían las perlas y los que cultivaban el cacao en Venezuela. El empleo de la
técnica del bahareque a fines del siglo XIX y comienzos del siglo XX se redescubre en
Colombia, Venezuela y muchos países latinoamericanos. Esta etapa es la de mayor
auge, ya no sólo se desarrollan edificaciones residenciales sino también edificaciones
de importancia arquitectónica, debido a sismos y catástrofes naturales como señala
Sánchez (2007):
En la técnica del bahareque se utilizan los siguientes materiales, según Orozco (2005)
132
por: Inés Y. Puente
Los materiales básicos utilizados en el bahareque son los tallos de Caña Brava o Amarga
(Gynerium Sagittatum) y de Guadua (Guadua Latifolia), así como el barro, mezclando agua
y tierra con paja picada, estiércol seco de ganado vacuno o equino, y más recientemente
con aglomerantes como cal o cemento. La utilización del bahareque para construir una
edificación comprende varias fases que determinan a su vez la secuencia de ejecución de
la técnica. Estas fases se denominan de manera general como horconadura, encañado,
embutido y revestimiento o empañetado. Los términos utilizados se refieren a la actividad
realizada en cada una de estas etapas. (p.45).
En las tipologías que se emplea el bahareque entran dos categorías: una urbana que
se desarrolla dentro de propia ciudad y cascos históricos, donde se concentra la mayor
cantidad de población; se observan construcciones de bahareque de dos plantas o
más, patio central; son viviendas con revestimiento de color blanco; mientras, la
tipología rural son construcciones, por lo general de viviendas más modestas y de
espacios más flexibles, en las que se integran el exterior con el interior, su revestimiento
varia de color; en las localidades donde se implantaron con el correr del tiempo y la
modernidad se desarrollaron como ciudades intermedias. En los estados andinos y
zonas de menor ingreso económico se mantuvo el bahareque como una técnica de
construcción rural, las mejoras innovaciones e incorporación de nuevos materiales se
iniciaron primero en las zonas urbanas y luego se extendieron a zonas rurales.
133
El Bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
2. Ver la clasificación realizada por Delgado S. La Arquitectura de Bahareque Colombiana, Patrimonio de la Humanidad,
2011.
134
por: Inés Y. Puente
4.Bahareque con coco: entramado de madera con horcones y cañas, relleno de las
paredes con una mezcla de concha de coco, arena y cemento.
Entre las ventajas de esta técnica está el aprovechamiento de los recursos del lugar,
el ambiente y riqueza natural, el bajo costo que genera su uso, no perjudica al medio
ambiente, por ello es ecológica y biodegradable, disminuye el gasto energético,
climatiza el interior de las edificaciones evitando el uso de aires acondicionados o
calefacciones. Luego de aprendida la técnica es de fácil ejecución, puede utilizarse
en la mayoría de los suelos, es reciclable, posee poca combustión, resiste a la acción
de las cargas como la compresión y es buen aislante térmico y acústico, evitando las
reverberancias, se puede usar madera natural con algunas torsiones, pues las mismas
se pueden utilizar en paredes intermedias y se ocultan con el revestimiento, además
es una técnica bioclimática.
Es necesario conocer los problemas que presenta esta técnica constructiva para
prevenir las causas que los provocan, consideraciones que deben tenerse en cuenta a
la hora de intervenir una edificación con valor patrimonial:
•La humedad: evitar la filtración del agua en los materiales, ya que cambia las
propiedades de los mismos, debilitándolos.
135
El Bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
•Complementarios: las puertas son altas de madera maciza de dos hojas que no
sobrepasan los 3 m, que se comunica con el zaguán; al final del zaguán se encuentra
un entré portón, con presentan características similares a las viviendas de España que
reflejan la aplicación de técnicas heredadas de la colonización. Las ventanas de las
fachadas principales son más amplias que las internas. El techo y cielo raso en algunas
viviendas tienen una altura mínima de 4,20 m se realizan con entramado de caña
brava con mortero de cemento y cal. Las cubiertas a dos aguas poseen pendientes
que oscilan entre el 33% y 77% son de teja criolla colocadas sobre el entramado de los
troncos de la caña brava, con vigas de madera.
•Secundarios: los revestimientos se realizan en las paredes y techos y son de friso de
136
por: Inés Y. Puente
tierra, cemento cernido de espesores hasta de 3 cm; en cuanto al piso podía ser de
tierra pisada, de tabillas de cerámica cocida o mosaicos e cemento.
En algunos países están estudiando cómo mejorar los elementos y las técnicas del
bahareque. Entre estas mejoras está la incorporación al amarre de los horcones de
caña, el uso de las fibras naturales y artificiales, también se han incluido aditivos
naturales y artificiales para mejorar las propiedades de los elementos y la adherencia al
barro. En cuanto al mejoramiento de las estructuras de madera se están considerando
las uniones realizadas con clavos, con pernos, con tornillos, con conectores metálicos
y pletinas.
En la región andina se empleó más la técnica de la tapia, sin embargo, luego de los
terremotos y sismos se propagó la técnica del bahareque; en el estado Zulia, entre
otros, desde los siglos XVI hasta el XVIII, la mayoría de las edificaciones coloniales de una
planta fueron construidas en bahareque por su menor costo, que permitía un acabado
más “suntuoso” que el adobe; en 1722, al introducirse el comercio internacional se
incorpora la teja desde España, en sustitución de las eneas, pues eran riesgosas por ser
137
El Bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
En Colombia se está dando un fenómeno muy favorable en lo que refiere a la utilización del
bambú como material constructivo y como elemento principal del sistema constructivo
Bahareque Encementado. Se han tomado medidas importantes por parte del estado
colombiano en lo que se refiere a normatividad, factor este que se debe en gran parte
a la repercusión internacional que ha tenido la obra del arquitecto Simón Vélez. Es
importante señalar que la construcción en bambú (guadua) ya está incluida dentro de
la normativa reglamentaria para construcciones de 1 y 2 plantas de altura, a través de la
Norma NSR10 Estructuras de Madera y Estructuras de Guadua G-1 del Código Colombiano
de Construcción (en España el equivalente sería el Código Técnico de la Edificación CTE),
lo cual es un avance significativo que sin duda alguna beneficioso para este tipo de
construcciones. (p.54)
138
por: Inés Y. Puente
Con el paso del tiempo, las viviendas hechas en bahareque sufren serios deterioros debido
a la falta de mantenimiento, la falta de conocimiento de las mezclas usadas para su
preparación y los problemas externos como: humedades y erosiones. Esto ha generado
un abandono progresivo de éstas, dejándolas en ruinas o sustituyendo los materiales
primigenios por materiales nuevos, no siempre compatibles con el barro, las cuales
ocasionan nuevos deterioros. (p.19)
Esto ha permitido que el uso de esta técnica constructiva esté casi en el olvido
dentro de las ciudades y solo se observe como vestigios históricos, generalmente
en áreas rurales. No existe registro ni documentación relacionada con la cantidad de
construcciones realizadas con dicha práctica, las cuales en su mayoría eran viviendas
del siglo pasado; no están catalogadas las edificaciones que han sido intervenidas,
la poca información que existe en el país se debe a los levantamientos y trabajos de
investigación realizada en las universidades. Este inconveniente ha permitido que se
perjudique la memoria colectiva, cultural y constructiva significativas, como indica
Orozco (2005), para “identificar de forma tan interesante su razón de ser y de existir”
(p.54).
Construcciones sísmicas
Para construir con bahareque se debe tomar en cuenta los principios básicos ante
los sismos, el comportamiento de la construcción en su posición inicial, el análisis de
las fuerzas sísmicas (fuerzas horizontales, verticales y oscilaciones), el regreso de la
construcción su posición inicial y su posición final.
139
El Bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
Es una iniciativa basada en la antigua técnica ancestral de los habitantes de joya del
Ceren en El Salvador, de las que todavía quedan vestigios arqueológicos, según lo
informa el arquitecto Carazas Wilfredo, luego de su visita realizada en 1995. Allí se
propuso desarrollar una propuesta de vivienda partiendo de la evolución de las técnicas
ancestrales y adaptándolas a los requerimientos contemporáneos, y posterior a las
investigaciones en conjunto con el Centro CRAterre-Francia, se concretó, en el 2001,
un prototipo denominado “semilla”, como una propuesta de solución de vivienda.
Postura científica
140
por: Inés Y. Puente
Propuesta
141
El Bahareque, patrimonio cultural de Venezuela
Conclusión
El bahareque es sin lugar a dudas una técnica constructiva que moldea, influye y
pertenece a nuestra identidad cultural, está presente aun en nuestros días y es empleada
en muchas de las edificaciones de valor patrimonial, por lo tanto su preservación es
ineludible e innegable. Como es un sistema que forma parte del entramado, permite
mayores posibilidades que uno portante, por su menor grosor. Es versátil ya que
puede adaptarse a cada región del país. Su utilidad presenta muchas más ventajas
climáticas, estructurales y económicas que desventajas, puesto que puede utilizarse
en construcciones de valor patrimonial y en el desarrollo de viviendas de interés social
o urbanismos de crecimiento progresivo, de igual manera, en la construcción de estas
viviendas puede participar la comunidad, desarrollando sistemas auto-constructivos.
En el país hay varias iniciativas realizadas por las universidades esperando ser
aplicadas, falta su implementación, regulación y difusión por parte del Estado, la
empresa privada y la comunidad.
142
por: Inés Y. Puente
Referencias
Tesis:
Chalan Q. l. & Chuchuca P.E. (2014) .Análisis arquitectónico de la morfología y
sistemas constructivos de viviendas tradicionales en Saraguro para la propuesta de
anteproyectos contemporáneos. [Tesis en línea]. http://dspace.ucuenca.edu.ec/
handle/123456789/21012.
143
Ontología de Santa María de la Cabeza:
La Fortaleza
Resumen
Introducción
Lo que implica que la ciudad de Cumaná inicia su crecimiento sujeta a dos formaciones
naturales razón que justifica el trazado urbano, el cual obedece a las particularidades
que hacen referencia en la cita anterior, por lo que la estructura de la ciudad quedó
*
1. Arquitecto egresada de la Universidad de Los Andes. Mérida- Venezuela. MSc. en Gerencia Logística en la Universidad
Nacional Experimental se la Fuerza Armada. Cumaná- Sucre. Docente en la Universidad Politécnica Territorial del Oeste
de Sucre “Clodosbaldo Russián”. Cumaná- estado Sucre. Cursante del Doctorado en Patrimonio Cultural de la ULAC – sede
Cumaná.
144
por: Tivisay Guzmán
Cabe resaltar que la Fortaleza Santa María de la Cabeza es una edificación de carácter
militar, construida entre los años 1670 y 1673, por el sargento mayor Fernández de
Angulo, Gobernador y Capitán General de Nueva Andalucía actual Cumaná, según lo
refiere Gómez (1981, p. 71) “Sirvió esta fortaleza de residencia de los Gobernadores” y
desde allí se tenía dominio de la Plaza de Armas que albergaba la fortaleza; pero los
terremotos de 1797 y 1799 provocaron considerables e irreversibles daños a la ciudad,
y así también a la estructura de la Fortaleza Santa María de la Cabeza, quedando
destruidas las áreas habitacionales.
Este monumento histórico, patrimonio cultural del estado Sucre, marca un tiempo y
una generación que permite comprender el presente desde una retrospectiva de la
historia colonial. El hecho de lo que ella representó por sí sola conduce a la reflexión
sobre la importancia que revistió y que ahora haya quedado en el silencio del pasado.
Situación que conduce a realizar el estudio de la fortaleza.
145
Ontología de Santa María de la Cabeza:
La Fortaleza
…los dos primeros son poco confiables, por tener sus estructuras físicas tan sencillas que
no garantizan protección segura ante los ataques enemigos. De allí la edificación de Santa
María de la Cabeza, más sólido y resistente, utilizado como residencia de los gobernadores
y guarnición militar.
146
por: Tivisay Guzmán
Pero lamentablemente, otro movimiento sísmico en el año 1929 dañó aún más la
estructura de la Fortaleza y destruyó la capilla, que fue reconstruida gracias al interés
del padre Antonio de Vegamián (ver fig. N°1 donde se puede apreciar las ruinas de
la fortaleza Santa maría de la Cabeza y la N°2 con la Ermita de Nuestra Señora del
Carmen).
Fig. N° 3. Plano de la Poligonal del Centro Histórico de Cumaná decretada por la Alcaldía del
Municipio Sucre el año de 1992. Elaborado por el Ministerio de Turismo.Fuentes: Manual del
Patrimonio Cultural y Turismo. Caracas, julio 2006.
147
Ontología de Santa María de la Cabeza:
La Fortaleza
148
por: Tivisay Guzmán
149
Ontología de Santa María de la Cabeza:
La Fortaleza
Utilidad, está relacionado con la funcionalidad que toda obra edilicia debe tener según
el uso al que esté destinado. Por ello, cada obra arquitectónica debe ser edificada en
base a las necesidades funcionales y a su utilidad.
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por: Tivisay Guzmán
Fig. N°10. Fortaleza Santa María de la Cabeza: Garitas puestos para vigilancia y defensa
ubicadas en el ángulo capitel del baluarte.
Fuente: Diario de Sucre, 6 de julio 2008
151
Ontología de Santa María de la Cabeza:
La Fortaleza
Belleza, según la visión Vitruvio (2006, p. 12) una obra arquitectónica es bella “cuando
su aspecto sea agradable y esmerado, cuando una adecuada proporción de sus partes
plasme la teoría de la simetría”. En este sentido, la belleza no tiene que ver con su
ornato o decoración de la misma sino que respondía a un equilibrio de sus partes,
formando un conjunto armónico proporcionado.
Si la naturaleza ha formado el cuerpo humano de modo que sus miembros guardan una
exacta proporción respecto a todo el cuerpo, los antiguos fijaron también esta relación en
la realización completa de sus obras, donde cada una de sus partes guarda una exacta
y puntual proporción respecto a la forma total de su obra. Dejaron constancia de la
proporción de las medidas en todas sus obras, pero sobre todo las tuvieron en cuenta en la
construcción de los templos.
152
por: Tivisay Guzmán
Fig. N° 13. Plano de la Fortaleza Santa maría de la Cabeza realizado por el Ing. Pablo Díaz
Fajardo en el año 1737.
Fuente: Diario de Sucre, 6 de julio 2008
153
Ontología de Santa María de la Cabeza:
La Fortaleza
154
por: Tivisay Guzmán
Referencias
Oropeza A. (2008). Diario de Sucre Centros Históricos del Estado Sucre y sus
declaratorias [publicación en línea]. 14 de septiembre de 2008. Disponible: http://
www.ahces.net/proyectos/noescuento/08-09-14.html
155
SEGUNDA PARTE
SENTIRES DEL PATRIMONIO CULTURAL INMATERIAL
156
El Carnavalen El Callao, estado Bolívar
Soy representante de mi generación (…) Una generación unida (…) Toda generación que
emprende una lucha es una generación que sufre. Nosotros emprendimos la lucha contra
la duda (…) Vivimos un tiempo sombrío. Las generaciones se suceden vertiginosamente
(…) Hemos venido para gritar que existimos, ante una nación dormida e indiferente. Nos
hemos cansado pronto. Y asistimos con melancolía a la llegada de aquellos que todavía
creen que es posible gritar, que es útil gritar. Y ésa, esa nuestra ley y nuestro ritmo (…) Hay
que repetir, amigo mío, nuestra desesperación por la nacionalidad…
(…) la cuenca del río Cuyuní-Yuruari, la cual abarca una extensión de 50.000 km2 () de
los cuales 12.000 aproximadamente se encuentran en la actual Guayana. Propiamente
se trata de tres cuencas: la del Yuruari (…) la del Cuyuní-Vey hasta la confluencia con
el Venamo; y la del Botanamo [en estas cuencas] se encuentran localizados los centros
urbanos más importantes del estado después de Ciudad Bolívar, Ciudad Guayana y
Upata, como consecuencia de la relativa facilidad que presenta su ocupación; ellos son:
Guasipati, Tumeremo, El Callao y El Dorad. (Hernández Grillet, p.30)
*
1. Historiador, bibliógrafo y escritor. Licenciado, Magíster. y Doctor en Historia. Ha publicado más de 30 libros y folletos,
e igualmente más de 300 ensayos y artículos en periódicos y revistas de Venezuela y del exterior. Ha sido profesor e
investigador en la Universidad Central de Venezuela, Universidad Santa María, Universidad Simón Bolívar (Jubilado) y en
la actualidad ejerce la docencia en el Instituto Pedagógico de Caracas, adscrito a la Universidad Pedagógica Experimental
Libertador.
Texto publicado en la primera edición de 1931. En: Jorge Amado. Conversaciones con Alice Raillard. Buenos Aires: Emecé
Editores, 1992.pp. 339-340
157
El Carnavalen El Callao, estado Bolívar
En el estado Bolívar, existe una riqueza minera de mucha importancia, la cual tiene
su origen en la conformación de sus distintos elementos geológicos, tal como lo
podemos observar en casos como el de:
La formación de las cuarcitas ferruginosas de Imataca [que] ha de ser, como hemos visto,
paleozoica, o sea, posterior a la general del Escudo Guayanés [además] las elevaciones de
las tierras del norte del Estado Bolívar pueden ser colinas plestocénicas o de otros períodos
del cuaternario. Con todo, la mayor parte están constituidas por materiales cuarcito-
ferruginosas o granito, en las cuales aparecen intrusiones basálticas (…) Los detritus de las
rocas metamórficas sujetas a larga duración integran gran parte de los suelos sabaneros
del sur de Ciudad Bolívar (…) El Callao ocupa un lugar en las tierras que se extienden de
Guasipati a Tumeremo en donde abundan las intrusiones de basalto y cuarzo que cortan
el gneis. Este cuarzo es altamente rico en oro… (Vila, pp. 20-21)
las primeras instalaciones para la explotación de cuarzos auríferos en la zona de los ejidos
de Nueva Providencia de El Caracal, en las márgenes del río Yuruari. El paisaje de esta
zona se caracteriza por grandes zonas sabaneras. La temperatura media es de 25º c. Con
respecto a su relieve, las tierras del Yuruari son de inclinación suave hacia el S. y las aguas
buscan la salida por el río Cuyuní hacia el Atlántico…” (Figueredo de Vall, Tomo II, p. 33)
158
por: José Marcial Ramos Guédez
Ahora bien, merece la pena destacar la letra de un popular calipso callaonse de Isaac
Rojas, donde se señala que el nombre del pueblo tuvo su origen en las faenas mineras
relacionadas con la búsqueda del oro (García Carbó, p. 36):
Un solitario minero
que se encontraba embombao
según dice la leyenda
le dio su nombre a El Callao
se encontraba tan callado
con su precioso tesoro
que le brindaba al Yuruari
en sus arenas de oro.
De hecho, entre 1853 y 1857, el terreno que ocupaba la antigua misión de San Miguel,
ubicado en las cercanías de la desembocadura del río Caroní, al sureste del poblado de Las
Tablas, fue ocupado por un grupo de colonos franceses provenientes de las Antillas. Este
intento colonizador fue organizado por un trinitario de apellido Des Source, quien desde
1851 comenzó a preparar en las islas del Caribe una expedición migratoria compuesta por
ciudadanos negros de nacionalidad francesa para conformar una comunidad socialista
en Guayana. En 1853 llegó un grupo de inmigrantes integrado por doscientos colonos, los
cuales se asentaron en torno a los restos de la antigua misión, dando inicio a los trabajos
para su subsistencia. Posteriormente fueron llegando otros contingentes hasta alcanzar
la cifra cercana a las setecientas personas en la nueva colonia, que fue llamada Numancia
159
El Carnavalen El Callao, estado Bolívar
…expresión musical como algo que fundamenta sus raíces en el continente africano
(África Negra), estableciéndose en las Islas Occidentales (Caribe), para luego concentrarse
en la Isla de Trinidad, enriquecerse, fortalecerse y luego ser exportado al mundo (…) Es
así, como esta expresión musical ha sido el arma de protesta del esclavo negro. Hoy es el
medio de comunicación y concientización social que el calypsoniano utiliza para expresar
el sentimiento e inconformidad del pueblo trinitario hacia sus gobernantes y demás
opresores… (Sorrillo, 2003, p.9)
Para obtener una visión más amplia, sobre la fiesta del carnaval en El Callao, en el
contexto de las dos primeras décadas del siglo XXI, hemos tomado en consideración
el siguiente esquema, el cual puede ser ampliado al consultar fuentes tales como:
Besson, J. “ Las fiestas carnavalescas” (1941), Olivares Figueroa, R. “Particularidades y
evolución del carnaval venezolano” (1946), Hernández, Tulio (Coordinador) Atlas de
tradiciones venezolanas, (1988), Canga García, Lisbeth y Mónica Bergna. Descubre
Bolívar, (2011), etc.
Isidora
Los comparsitas
El carnaval incorpora por igual a gente de todas las edades. Las comparsitas
integrada por niños y adolescentes tienen un lugar especial en la fiesta. La dinámica
de la tradición ha ido desplazando viejos instrumentos, como el legendario tambor
bumbac, hecho de noble madera, pasando ahora a primera fila los grandes tambores
metálicos de calipso.
Los trajes
La manera de anudar el vestido a los lados de las caderas envía mensajes simbólicos a
los solteros participantes. Las madamas solteras llevan un solo nudo, las casadas, dos.
160
por: José Marcial Ramos Guédez
Debido al auge que tuvo la actividad minera aurífera en la región de Guayana, a partir
de la segunda mitad del siglo XIX, el gobierno venezolano de la época, precedido
por el general Antonio Guzmán Blanco, creó “…el Territorio Federal Yuruari, para
una mejor organización y defensa de sus recursos auríferos ante la presión inglesa,
comprendiendo esta entidad, además, la mayor parte del actual territorio en disputa
del Esequibo…” (Cunill Grau, Tomo II, p. 997)
El Callao centro de la explotación de las minas de oro y foco animado de la venta del
purguo, chicle y balatá que se traía de la selva guayanesa, El Callao con sus cuatro
calles polvorientas y su calor sofocante era lo más importante de esa región que es la
materialización del fabuloso Dorado de los Conquistadores. La fiebre de oro atrajo allí a
gentes de diversos origen y condición. Al grupo indígena, fruto del mestizaje secular de
indios, negros e hispanos, vinieron a sumarse nativos de diversas naciones extranjeras:
ingleses, italianos, franceses en su mayoría corsos, y para las faenas rudas, con su actividad
y resistencia peculiares (…) numerosos negros y culíes, procedentes de las Antillas y de
Demerara… (Muñoz, 1971, p. 306)
161
El Carnavalen El Callao, estado Bolívar
La forma en que vimos como se realizaba el carnaval en El Callao, hacia el año de 1925,
posteriormente, se fue modificando y aparecieron nuevos disfraces, ritmos de bailes
acompañados con el calipso y sus toneles metálicos (steel pan) (antiguos barriles de
petróleo), sin omitir los cantos de protestas tanto en español e inglés como en el
llamado patois (lengua criolla, integrada por algunas palabras de origen africano,
francesas, inglesas y españolas). En sus efectos, vemos que en la actualidad dicha
fiesta de carnaval “…constituye un acontecimiento turístico que expresa la tradición
del calipso antillano mezclado con una gran variedad de instrumentos venezolanos:
cuatro, maracas, rallo y la reciente incorporación del saxofón, del micrófono y
amplificadores que acompañan a las comparsas de canciones en castellano y en
inglés, cuyas letras narran viejas leyendas y acontecimientoslocales del momento…”
(Figueredo de Vall, Tomo II, p. 34).
162
por: José Marcial Ramos Guédez
Las madamas
Diablos de carnaval
La burriquita
El sebucán
Es un baile, que se caracteriza por estar organizado por participantes que se mueven
en círculo entrelazando cintas de diversos colores para formar un tejido compacto y
multicolor.
163
El Carnavalen El Callao, estado Bolívar
Está integrada principalmente por las personas que trabajan en el mercado principal
de El Callao y salen a bailar en la noche y permanecen hasta la madrugada del otro día.
Utilizan una variedad de disfraces e instrumentos musicales.
Significación social
El carnaval de El Callao -ofrece libertad e igualdad- y se convierte año tras años en una
ocasión ideal para liberar tensiones, expresar críticas y contar, cantando y bailando,
los hechos más picarescos ocurridos entre los pobladores.
164
por: José Marcial Ramos Guédez
Referencias
Acosta Saignes, Miguel. Vida de los esclavos negros en Venezuela. Valencia: Vadell
Hermanos Editores, 1984.
Besson, Juan “Las fiestas carnavalescas” In: El Farol. Caracas, Nº II, 17 de enero de 1941,
Camacho Sabala, Antonieta del Valle. “De la utopía de El Dorado a la realidad de El
Callao” En: El libro del oro de Venezuela. Caracas: Banco Central de Venezuela, 2010. pp.
69-87 (Esta obra, incluye un Catálogo bibliohemerográfico sobre el oro en Venezuela
(CD), elaborado por José Marcial Ramos Guédez)
Canga García, Lisbeth y Mónica Bergna. Descubre Bolívar. Caracas: Editorial Cadena
Capriles, 2011. 103 p.
Cunill Grau, Pedro. Geografía del poblamiento venezolano en el siglo XIX. Caracas:
Ediciones de la Presidencia de la República, 1987. 3 tomos.
Figueredo de Vall, Daisy. “El Callao” En: Diccionario de historia de Venezuela E-0.
Caracas: Fundación Polar, 1988. Tomo II, pp.33-34
Gaceta Oficial del estado Bolívar. Ciudad Bolívar, Año LXXXIV, Nº Extraordinario, 9 de
julio de 1986.
García Carbó, Carlos. “El Calipso tradición musical de El Callao” En: Revista Así Somos.
Caracas, Nº 5, Enero-Febrero de 2011. pp. 35 39
165
El Carnavalen El Callao, estado Bolívar
Hernández Grillet, Rodolfo. Geografía del estado Bolívar. Caracas: Academia Nacional
de la Historia; CVG, Siderúrgica del Orinoco, 1987. 260 p.
Muñoz, Pedro José. “Un regalo de carnaval 1925” En: La noria de los días. Caracas:
Oficina Central de Información, 1971. pp. 303-310
Ruiz, Juan Pablo “Entre agua y disfraces. Carnavales en Venezuela: una comparsa de
tradiciones” En: 6to. Poder. Caracas, 6 al 13 de marzo de 2011. p. A12
Sorrillo, John. El calypso y la sociedad trinitaria. Caracas: Editorial La Espada Rota, 2003.
23 p. (Colección La Cola del Cometa)
Vila, Marco Aurelio. Aspectos geográficos del estado Bolívar. Caracas: Corporación
Venezolana de Fomento, 1951. 287 p.
166
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
Resumen
Palabras clave:
Patrimonio Cultural Inmaterial
Llaneros Venezolanos
Gaúchos Brasileños
Pintura
167
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
que si bien son materiales, no son solo artefactos, pues su significación es lo que le
imprime características dignas de ser conservadas para el futuro, allí, por supuesto,
están los saberes de los pueblos, las técnicas de trabajos y demás. La importancia del
patrimonio cultural, devela Chagas, está en su parte espiritual, tal lo que Mario de
Andrade refleja en la muiraquitã, así no se puede establecer un distanciamiento entre
el patrimonio cultural material y el inmaterial, puesto que ambos se complementan de
una u otra manera, “Assim, é possível sustentar que aquilo que se quer preservar como
patrimônio cultural não são os objetos, mas seus sentidos e significados, ou seja, aquilo
que confere sentido ao bem tangível é intangível”. 3(Chagas, 2009, p. 99). Iglesias,
esculturas, edificios, calles, cementerios, óleos, instrumentos musicales, vitrales, libros,
muebles, vestidos, llegan a ser monumentos históricos de gran valor cultural no sólo
por su carga estética y perfección en su fabricación, sino por lo que significan para las
sociedades a las que pertenecen, a los colectivos que los han tomado como parte de
su identidad, aquello que puede ser identificado como ese patrimonio espiritual del
que pensó Mario de Andrade.
(…) los usos, representaciones, expresiones, conocimientos y técnicas -junto con los
instrumentos, objetos, artefactos y espacios culturales que les son inherentes- que las
comunidades, los grupos y en algunos casos los individuos reconozcan como parte
integrante de su patrimonio cultural. Este patrimonio cultural inmaterial, que se transmite
de generación en generación, es recreado constantemente por las comunidades y grupos
en función de su entorno, su interacción con la naturaleza y su historia, infundiéndoles un
sentimiento de identidad y continuidad y contribuyendo así a promover el respeto de la
diversidad cultural y la creatividad humana. A los efectos de la presente Convención, se
tendrá en cuenta únicamente el patrimonio cultural inmaterial que sea compatible con
los instrumentos internacionales de derechos humanos existentes y con los imperativos
de respeto mutuo entre comunidades, grupos e individuos y de desarrollo sostenible.
(Artículo 2)
Ruben George Oliven (2002, citado por Oliven, 2009) en su texto Patrimônio Intangível:
Considerações iniciais, que fuera presentado en la ciudad de Caxambú (Brasil), en
una mesa redonda sobre patrimonios emergentes, destaca diversos aspectos del
patrimonio cultural partiendo de la consideración de dicho término como algo que
es heredado, generalmente de generación en generación, tal como lo devela la
Recomendación de la UNESCO, lo cual implica una consciencia de preservación, la
que no sólo se instala en los “guardianes del patrimonio” (Oliven, 2009, p. 80), como
ancianos u otros transmisores humanos, sino que tiene bases creadas a partir de
normativas que se vinculan tanto con el patrimonio material como con el inmaterial.
En este sentido, Oliven destaca la idea de Mário de Andrade, cuando en 1936 propone
en Brasil la creación de un proyecto de ley donde también fuesen incluidos “no
168
por: Jenny González Muñoz
169
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
En este sentido, se podría agregar que también pueden ser considerados “maestros
del arte” aquellos actores sociales que tienen sobre su peso cultural la posibilidad de
conservar y salvaguardar sus trazos culturales en una franca y continua construcción
de su propia identidad, tal como ocurre con el llanero centro-occidental venezolano y
el gaúcho sur-rio-grandense brasileño (ambos en su condición campesina) quienes a
pesar de haber experimentado a lo largo de los siglos una serie de transformaciones,
lógicas de todo de proceso humano, tienen una identidad cultural diferenciada de
otros actores lo cual se vincula, entre otros factores, con su incursión en las guerras de
independencia, obteniendo un lugar importante desde el punto de vista histórico con
connotaciones patrimoniales, producto de una totalidad de elementos que tienen
que ver con la herencia devenida de la cultura inmaterial como valor espiritual, tal
como se verá más adelante.
abarca algo que va más allá entendiéndose como “la imagen que la sociedad tiene de
170
por: Jenny González Muñoz
si misma; así, es esa representación que los individuos necesitan para identificarse, o
de la cual aspiran liberarse” (Todorov, 2010, p. 73), ya que tanto las puestas en escena
de la cultura inmaterial como la construcción de bienes muebles e inmuebles, funge
como una suerte de lugares de memoria colectiva y social, necesaria para servir como
soporte de hechos del pasado histórico, pues cada día que pasa y, con las consecuentes
emergencias de la vida contemporánea, sobre todo en las grandes metrópolis, se va
haciendo más importante elaborar mecanismos para intentar librar del olvido a los
colectivos (Nora, 1984) a lo que habría que agregar la incidencia, cada vez más en
aumento, de la globalización que pretende la configuración de visiones unificadoras
que no se focalizan en lo nacional o local porque buscan abarcar un todo en el que,
obviamente, las culturas de los países más desarrollados económicamente hablando,
catapultan con su hegemonía a las más débiles y minoritarias. En este sentido, la cultura
inmaterial en la figura del idioma (por nombrar una) juega un papel significativo
porque en él se instala fuertemente la identidad tanto individual como colectiva, ya
que es una herramienta que actúa como hilo conductor de pensamientos, acciones,
en fin, legados del pasado (pues desde la infancia se aprende), con repercusión al
futuro y una presencia en el presente. La lengua es algo que no se olvida:
171
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
De modo que la pintura, por ser uno de los bienes continuamente presentes en
los museos de arte, por ejemplo, puede actuar también como herramienta para la
reivindicación memorial de hechos históricos que forman parte de la cultura inmaterial
de los personajes y hechos allí retratados, tal como se verá a continuación.
Una de estas gestas es la batalla de Las Queseras del Medio, acaecida el 2 de abril de
1819, en el lugar homónimo que se encuentra ubicado en el hato Mangas Marrereñas,
municipio Guasimal, distrito Pedro Camejo, a unos 50 kilómetros suroeste de San
Fernando de Apure, capital del actual estado Apure, cuna de uno de los héroes de la
independencia del país suramericano, José Antonio Páez.
172
por: Jenny González Muñoz
La valentía de los llaneros, llamados lanceros por su destreza con esta arma de metal,
constituye una auténtica representación de nacionalismo y amor patrio, por la unidad,
solidaridad y entendimiento colectivos.
Allí resalta el hecho de que 153 lanceros a caballo derrotan a un ejército español
de 1.000 soldados bien armados, comandados por el experimentado general
Pablo Morillo. Los instrumentos tácticos utilizados por el general Páez basados en
elementos cotidianos del llano, junto con el conocimiento del paisaje y la intensa
relación del llanero con el caballo, fueron factores decisivos para el triunfo. Entre las
tácticas está el incendio de San Fernando de Apure, siendo la actividad de quema
muy común en la época, realizada con la finalidad de limpiar los terrenos y proceder
a nuevas siembras, de modo que dicha práctica se convierte, durante las guerras de
independencia, en una estrategia militar; lo propio ocurre con las emboscadas ya que,
al no conocer el enemigo bien la sabana, porque en ella todos los caminos parecen
iguales, se hace propicia para atraparlos cuando menos lo imaginan, y el 2 de abril de
1819 no sólo los patriotas se sirven de esta estrategia ahora militar, el conocimiento
del comportamiento del ganado en el llano y la asombrosa capacidad de montar que
tiene el llanero, superan considerablemente las sapiencias de los españoles. Y de sus
sabidurías tradicionales, de su tradición oral, es que el llanero se sirve para ganar paso
al enemigo.
Al, los españoles, no tener acceso al ganado no tienen comida, el agua también se
les hace difícil de conseguir por causa de la inutilización de los pozos, a esto hay que
agregar el factor psicológico del peligro y el estruendo que rompe bruscamente la
silenciosa noche llanera al soltar “potros cerriles con cueros secos atados a sus colas”
(Febres Guevara, 1989, p. 20), además del calor intenso no solo del ambiente sino del
fuego, producto de los incendios y las consecuencias que esto genera en los ejércitos
no acostumbrados a ver estas estrategias. Y lo que marca definitivamente la derrota
española es el famoso grito de Páez: ¡Vuelvan caras!, dirigido a sus lanceros llaneros
cuando simulaban emprender una retirada y al ver al ejército hispano confiado, “con la
velocidad del pensamiento, los llaneros devuelven sus caballos, dan cara al enemigo;
centellean las levantadas lanzas, y un choque terrible, formidable, como el encuentro
de dos rápidas nubes, de dos furiosas tempestades, hace temblar la tierra”. (Febres
Guevara, 1989, p. 30).
Para potenciar la memoria sobre este y otros hechos, así como su significación
simbólico-espiritual totalmente característica de la cultura inmaterial, los óleos de
varios artistas plásticos venezolanos de finales del siglo XIX y comienzos del XX se
convierten en soportes y en lugares, de esos recuerdos colectivos, entonces se está
ante la creación de un imaginario fundado en hechos históricos. Arturo Michelena
pinta “Vuelvan caras” (1890), sobre el famoso episodio de Las Queseras del Medio,
mientras que de Tito Salas se puede referir el óleo “Los llaneros, Páez y Bolívar: Toma
de las Flecheras” (1928), sobre el acontecimiento histórico ocurrido en el río Apure
173
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
174
por: Jenny González Muñoz
En la figura anterior se puede apreciar un detalle del óleo de Tito Salas, donde se
muestra al general Páez montado a caballo en plano central, con la lanza en la mano,
el sombrero que ha caído al suelo, mientras los otros llaneros se encuentran a su
alrededor en plan de lucha. Se ha de destacar la presencia de la vestimenta cotidiana
que identifica estereotipadamente al llanero en sus faenas de campo: el pantalón kaki
arremangado hasta un poco más abajo de la rodilla, descalzo, sin camisa o con camisa
blanca, sombrero, y, en este caso, la lanza, como arma de batalla. En el centro, al fondo,
se observa la figura de Simón Bolívar, claramente diferenciado con un pantalón blanco,
camisa blanca y botas negras.
Camejo es el típico llanero de espíritu libre y voluntad para andar a caballo de un lugar
a otro, en este sentido, es interesante lo referido por Vinicio Romero Martínez cuando
describe sus palabras para explicar a Simón Bolívar por qué se había convertido en
soldado: “todo el mundo se iba a la guerra sin camisa y sin una peseta y volvía después
vestido con uniforme muy bonito y con dinero en el bolsillo” (Romero Martínez, 1973,
p. 144), es decir, que estaba presente en el llanero de entonces el hambre, la pobreza,
pero también el espíritu de hombre libre sin apego a lugares ni personas, tal como
se asevera cuando se describe su naturaleza tanto dentro de la Literatura como de la
Historia. 18
Otro pintor que dedicó parte de su obra a resaltar hechos patrios es Martín Tovar y
Tovar, de quien se destaca “Llaneros de Venezuela” (1862), Batalla de Boyacá (1895) y
Batalla de Carabobo (1887), donde el protagonismo de los llaneros es obvio. De esta
última se muestra un detalle del óleo, donde se observa a la derecha, en primer plano,
el ejército patriota (distinguido por la bandera de Venezuela), mientras que en el plano
del fondo están los llaneros claramente diferenciados con la vestimenta “típica”, y el
estar a caballo (nótese que el batallón de uniforme azul y blanco está en la trinchera
o corriendo, es decir, no es mostrado como batallón montado). En plano a la derecha
175
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
El ser excelentes jinetes, la vida de valentía ante las circunstancias más atroces,
la capacidad de resolver rápidamente, el factor sorpresa ante el enemigo, son
características, que hacen de estos gaúchos unos combatientes diferentes a los demás
sectores de Brasil, situación preocupante para las autoridades del Estado ya que
consideraban que este sector se identificaba con sus parecidos vecinos de las pampas
argentinas y uruguayas, de hecho se recalca que hasta la vestimenta es parecida, y
existe semejanza ya en las costumbres, como el tomar mate, por ejemplo, o hablar con
“portugués de acento sudista”, es decir, diferente.
La Revolución Farroupilha fue una guerra civil que propició una serie de tensiones que
ya se venían gestando en el sur de Brasil por causa de los distanciamientos inherentes
a las clases sociales y la necesidad de tener las simientes sólidas de una verdadera
identidad regional. Lo que también está vinculado con el tema de la tributación desde
el poder central, de un posible federalismo del Sur, de hecho existió el pensamiento
176
por: Jenny González Muñoz
O decênio da guerra civil propiciou, de uma parte, a tensão entre a civilização pastoril,
-dos estancieiros farroupilhas peões- e a nascente civilização urbana encostalada na
resistência legalista do Porto Alegre. De outra parte, conscientizou a população sublevada
para a existência de uma pátria continentina- corporificado na República, com sua
bandeira – seu brasão, seu hino oficial. (Barbosa Lessa, 1985, p. 29)
Otro elemento interesante de resaltar es que el gaúcho para esa época es considerado
inferior, es decir, se cataloga desde una perspectiva peyorativa;21 los gaúchos, la gran
mayoría de la provincia, fueron el fermento y el apoyo de la revolución: por eso se la
llamó despectivamente de los “farrapos”, es decir, mal vestidos, los harapientos, los
hombres rurales que trabajan en el campo, que no pertenecen a las élites sociales
de las ciudades, por lo tanto, la cercanía con el gaucho argentino y uruguayo no
es solo territorial sino cultural y social, se crea, de este modo, una identidad que se
transformará luego en una semilla para la insurrección que busca autonomía de la
centralidad político-administrativa de Rio de Janeiro e incluso del propio Brasil. La
historia del gaúcho está unida, como todo proceso humano, a la configuración del
entorno geográfico, y su carácter se relaciona con las circunstancias que está obligado
a enfrentar en una tierra que, en ocasiones, se torna hostil.
Tal como en el caso de Venezuela respecto al llanero, los artistas plásticos y más
concretamente los pintores, retratan los acontecimientos históricos, como una manera
de rendir culto a la relevancia patria, pero también para perpetuar en la memoria
colectiva y social sobre los actos que, de una u otra manera, marcaron una nueva
etapa de la región y de la nación, con evidente repercusión en las épocas posteriores.
De modo que Guilherme Litran pinta el cuadro “Cavaleria dos farrapos” (1893) sobre
el acontecimiento histórico, así en la figura presentada se puede observar, en primer
plano, al general Bento Gonçalves, líder del movimiento, a caballo y claramente
diferenciado del resto de la tropa, obedeciendo a un evidente carácter de status. En
los planos sucesivos se muestra a los demás gaúchos, todos a caballo, con sombrero,
y el resto de la vestimenta “típica”, estereotipada, de dicho pueblo, dentro de la que
destaca las botas hasta las rodillas, las chaquetas y/o las chamarras, y el pañuelo
al cuello, con predominancia del rojo que simboliza la Revolución Farroupilha, la
presencia de lanzas, la bandera de Río Grande do Sul en la mano de todos y cada uno
de ellos, lo que resalta el carácter separatista del movimiento, y un detalle bastante
interesante que es el bigote en los personajes del óleo.
177
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
Tomando los planteamientos de Pierre Nora,23 tanto los óleos mostrados como
ejemplificación de caso, como los sitios donde ellos se encuentran expuestos, actúan
de una u otra forma, como lugares de memoria, y más allá como una suerte de
monumentos24 que trascienden situaciones, épocas e inclusive nuevas maneras de
abordar los mismos hechos que están dibujados en dichas obras. En eso precisamente
estriba el dinamismo del patrimonio cultural inmaterial, puede parecer estatizado,
“petrificado” en las páginas de un libro, en los trazos de un cuadro, en los cimientos
de una escultura que conmemora un hecho significativo, pero en realidad va más allá
de la mera materialidad de los objetos, ya que está enclavado en los valores, saberes,
significados que representan gran parte de la vida cotidiana en sociedad, “assim, é
possível sustentar que aquilo que se quer preservar como patrimônio cultural não são
objetos, mas seus sentidos e significados, ou seja, aquilo que confere sentido ao bem
tangível é intangível.” 25(Chagas, 2009, p. 99).
178
por: Jenny González Muñoz
Las pinturas expuestas en esos sitios consagrados para el recuerdo llamados museos o
instituciones afines, no pueden ser abordadas solo como cultura material, en ellas está
reflejada la interpretación de un hecho, una época, realizada en manos de un humano
desde sus sentimientos, y apoyado en lo que leyó, lo que vivió, lo que le contaron, de
modo que también es inmaterial. Por otra parte, cuando el público acude a ese lugar
donde están expuestas recuerda lo que conoce de esa parte de la historia retratada
allí, comenzando de nuevo la reconstrucción cíclica de los hechos en un continuo
devenir de imaginaciones colectivas y sociales, pues en definitiva, tal como apunta
Mário Chagas, el patrimonio cultural es netamente espiritual.
Siendo que la cultura es todo lo que realiza el humano social ya que es su propia
invención, el término patrimonio no es otra cosa que la normatización de las
manifestaciones culturales. Esta es implementada socialmente ya que se precisa de
una organización a través de leyes para poder desplegar mecanismos de detección,
documentación, registro, archivo, para una posterior declaración que lleve a la
protección y salvaguarda, siendo éstas el último eslabón de la gran cadena.
En este sentido, la memoria, en sus diversos procesos, actúa como un hilo conductor
que ayuda a enhebrar construcciones humanas en dinamismo, tal las culturales,
179
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
En este caso de educación no formal, es sumamente importante el rol del museo como
institución que tiene la doble posibilidad de mostrar y educar desde la sensibilización,
puesto que cuenta con personal conocedor y un área de educación cuyo deber ser es
el poder brindar a los públicos herramientas útiles sobre el patrimonio y lo vital que
este es para la construcción continua de la identidad nacional. Desde el museo cada
exposición debe llevar consigo un programa educativo con actividades vinculadas
con la sensibilización hacia el patrimonio mostrado, con miras a trabajar en conjunto
para la salvaguarda y conservación del mismo.
180
por: Jenny González Muñoz
Hablar de patrimonio cultural es un reto, pues muchas son las aseveraciones y visiones
que se posan sobre una terminología que cada día toma mayor repunte, pero que por
esa razón se va dirigiendo hacia caminos aparentemente distantes. Se tiende a pensar
que lo patrimonializable es aquello con una cierta antigüedad, cuando lo que se
debe tener en cuenta es la perspectiva comunitaria sobre tal bien o manifestación, es
decir, lo que lo vincula con las personas, con los grupos, lo que le imprime un sentido
de pertenencia donde la reciprocidad juega un rol significativo. En este punto, la
identidad cultural es, tanto lo que retrata a una sociedad, bien sea un idioma, un modo
de vida, una costumbre, entre otras cosas, como lo que dicha sociedad asume para sí
como manera de autoreferenciarse y autodiferenciarse de las otras. Entonces, ¿cómo
se podría definir el patrimonio?, esta interrogante solo asumible desde la herencia
que se va teniendo de generación en generación y desde la óptica legal, puesto que
un bien material o una manifestación inmaterial solo son exaltadas a patrimonio si
obedecen a cierta normatización regida por los organismos pertinentes; siendo en el
caso internacional la UNESCO el rector para tal fin, y focalizándose en cada país según
las leyes nacionales en torno al patrimonio cultural.
181
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
En los óleos de Martín Tovar y Tovar y Tito Salas (Venezuela) se observa la figura
claramente diferenciada de los llaneros en combate, se ensalza el rol del jefe llanero,
conocedor de las estrategias militares en concordancia con la sabiduría por experiencia
respecto a la geografía y costumbres de la región, colocándolo como protagonista de
esa parte de la historia vista desde la propia interpretación del autor, pero sin dejar de
lado los sucesos descritos en las investigaciones. Por otra parte, se muestra una obra
de Guillerme Litran sobre la Revolución Farroupilha, movimiento de suma importancia
para el estado Río Grande del Sur, localizado al Sur de Brasil, que tuvo una duración
de diez años en los que se logró la independencia de dicho estado, la proclamación
de una nueva República y la posterior adhesión de dicho estado nuevamente al país
suramericano, tras la deposición de lucha de sus impulsadores. Tal como en el caso de
los llaneros venezolanos, el artista plástico cuenta una parte de la historia, desde su
propia óptica, coloca al jefe en primer plano francamente diferenciado de los demás,
los gaúchos son dibujados desde su propio estereotipo en cuanto a la vestimenta y
demás atributos físicos, y, una cosa bien significativa: son sublimados, pues no tocan
el suelo. En ambos casos, los estereotipos están presentes y la figura del caballo, como
elemento simbólico es constante.
En cada uno de los casos esbozados a lo largo del texto, se puede observar una suerte
de registro y documentación de los hechos históricos concretamente pintados en
dichos óleos, siendo, de igual modo, un soporte que se archiva, en este caso específico,
en los acervos y colecciones de museos, lo cual es importante porque se unen los
dos tipos de patrimonio cultural: el material, posicionado en los óleos, y el inmaterial,
focalizado en la historia que cada uno está contando a través de la plástica. En este
orden de ideas, entra un elemento relevante para poder llegar a establecer criteros
vinculados con la conservación y salvaguarda de ambos patrimonios: la educación en
patrimonio, siendo ésta vital, puesto que por medio de la sensibilización hacia el hecho
y el producto artístico e histórico, se puede lograr una comprensión que conlleva al
establecimiento de nuevas alternativas respecto a la aplicación de enseñanzas en co-
participación donde la escuela juega un rol trascendente. Desde donde se observe
el patrimonio cultural y sus implicaciones, el sentido de su existencia está basado
182
por: Jenny González Muñoz
183
Múltiples miradas sobre el Patrimonio Cultural Inmaterial
1. Coordinadora y docente del Doctorado en Patrimonio Cultural de la Universidad Latinoamericana y del Caribe. Doctora
en Cultura y Arte para América Latina y El Caribe (Universidad Pedagógica Experimental Libertador – Venezuela), Magíster
en Memoria Social y Patrimonio Cultural (Universidad Federal de Pelotas – Brasil). Licenciada en Artes (Universidad Central
de Venezuela).
2. T.A. “En términos del patrimonio cultural, el muiraquitã, es, al mismo tiempo, un saber, un hacer, un arte, una cosa y un
conjunto de elementos de la naturaleza”.
3. T.A. “Así, es posible sustentar que aquello que se quiere preservar como patrimonio cultural no son los objetos, sino sus
sentidos y significados, o sea, aquello que le confiere sentido al bien como tangible es lo intangible”.
4. Unesco (2003) “Conferencia General de la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura”,
32ª reunión. [En línea]. París disponible en: http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?lg=es&pg=00022 [Accesado el
día 20 de mayo de 2013] Este año 2013 se cumple 10 años de su existencia.
5. T.A. “ (…) en el patrimonio brasileño, los idiomas, los cantos, las leyendas, las magias, la medicina y la culinaria indígenas”.
6. T.A. “(…) definió como acción prioritaria un programa de valorización de los maestros en diferentes oficios, por todos el
globo terrestre”.
7. Término con el cual no estamos de acuerdo, apoyamos las nuevas aseveraciones de la UNESCO ya que las manifestaciones
de la cultura inmaterial si son tangibles, palpables.
8. T.A. “Distinguir aquellos que se destacan por un “saber-hacer” de excelencia y incitarlos a compartir sus conocimientos,
con alumnos capaces de perpetuar esas competencias”.
9. T.A. “Valores como la amistad y la relación con sus compañeros de trabajo como constitutiva de un ethos profesional y
de construcción de subjetividad”.
10. T.A. “Los maestros del arte son lugares de memoria, elementos de vinculación entre el pasado y el futuro”.
11. T.A. “La multitud de trazos heredados en el transcurrir de la infancia puede sufrir considerables mudanzas. La lengua
es común a millones, hasta incluso, decenas o centenas de millones de personas. Sin embargo, recibimos también otras
herencias, más específicas , del grupo humano en el seno en el que crecemos: la manera de moverse*
de organizar el tiempo, o el espacio, así como de relacionarse con otras personas, en suma, los modos de vida”.
12. Citado por Todorov (2010), sobre el libro Les fondements de la morale. (1990) Paris: Mégare.
13. T.A. “La palabra patrimonio es, aun hoy, la capacidad de expresar una totalidad difusa, a semejanza de lo que ocurre
con otros términos como cultura, memoria e imaginario. Frecuentemente, aquellos que desean alguna precisión se ven
forzados a definir y redefinir el término. La necesidad de recuperar su capacidad operacional, driblando su acento de difusa
totalidad, está en la raíz de las constantes recalificaciones a que esa palabra ha sido sometida. Si tradicionalmente ella fue
utilizada como una referencia a “herencia paterna” o a los “bienes familiares” transmitidos de padres (y madres) para hijos
(e hijas), en particular en lo que se refería a los bienes de valor económico y afectivo, a lo largo del tiempo gradualmente
adquirió nuevos contornos y ganó otras cualidades semánticas, sin prejuicio del dominio original”.
14. En Venezuela, ya que el término folklore ha sido utilizado para designar alguna manifestación, comportamiento, lugar,
persona, etc., que tiene características de poca finura, escasa educación, algo rudimentario, se ha sustituido por criollo,
popular, para evitar designaciones donde prevalezcan los juicios de valor.
15. En el anteproyecto de la Convención internacional para la salvaguardia del patrimonio cultural inmaterial, Turín,
marzo de 2001, el patrimonio cultural inmaterial es definido como los “procesos adquiridos por las personas tales como
el conocimiento, las habilidades y la creatividad que les son heredados y desarrollados, los productos que crean y los
recursos, espacios y otras dimensiones del contexto social y natural necesarias para su sustentabilidad; procesos que
proporcionan a las comunidades vivientes un sentimiento de continuidad con las generaciones antecesoras y son
importantes para la identidad cultural, así como para la salvaguarda de la diversidad cultural y de la creatividad de la
humanidad” (Gallart, M. A. (2008) Cuaderno 1. Patrimonio Cultural Inmaterial. México: Consejo Nacional de la Cultura y las
Artes. p. 143) En la Comisión Nacional Holandesa para la Unesco, de 2002, se considera como patrimonio cultural inmaterial
de la humanidad a las tradiciones orales, música instrumental y vocal, representaciones artísticas, como teatro y danza,
ritos y fiestas, conocimientos y prácticas sobre la naturaleza, a lo que agrega: “Todos los procesos y prácticas (junto con
el conocimiento y las habilidades, y los instrumentos y espacios involucrados) que son considerados esenciales para la
184
identidad de estos grupos y para el mantenimiento de la cohesión social entre ellos. Las comunidades y los individuos en el
mundo contemporáneo deciden la manera de reconocer como elementos de su patrimonio cultural inmaterial y continuar
recreándolos en constante respuesta a su desarrollo y condiciones históricas”. (Gallart, M. A., 2008, p. 143)
16. Se habla del hombre oriundo de los estados Apure, Barinas, Cojedes, Portuguesa y Guárico, planicies que se extienden
a lo largo de aproximadamente 206.686 km.2., también de aquel que en dicha región, además, practica las labores de la
ganadería y diversos trabajos relacionados con el caballo.
17. Este episodio se relata en los libros de Historia de Venezuela, por varios autores como Eduardo Blanco, Arístides Medina
Rubio, Pedro Calzadilla, Vinicio Romero Martínez, entre otros.
18. Para mayor información se sugiere leer, de Rómulo Gallegos, las novelas Cantaclaro y Doña Bárbara.
19. Dícese del hombre oriundo del estado Rio Grande do Sul, que se extiende en una región terrestre aproximada de
267.528 km.2, y una zona de aguas interiores de 14.656 km.2, constituyendo una superficie más grande que los cinco
estados llaneros centro-occidentales venezolanos. El gaúcho es también aquel que lleva a cabo el trabajo del ganado y en
relación con el caballo, en dicha zona.
21. T.A. “El decenio de la guerra civil propició, por una parte, la tensión entre la civilización pastoril, -de los peones
farroupilhas y la naciente civilización urbana encostalada en la resistencia legalista de Porto Alegre. Por la otra, se
concientizó a la población sublevada sobre la existencia de una patria continental – sustentada en la República, con su
bandera – su escudo, su himno oficial”.
22. Se consideran durante todo el siglo XVIII, el XIX y hasta prácticamente la mitad de XX, cuatreros, ladrones de ganadores,
hombres que desconocen las leyes, vagabundos. Para investigar más sobre el tema se sugiere leer los textos de Arthur
Ferreira Filho, Carlos Reverbel, Tau Golin, entre otros.
23. Nora expresa: “Se habilitássemos ainda nossa memória, não teríamos necessidade de lhe consagrar lugares. Não
haveria lugares porque não haveria memória transportada pela história. Cada gesto, até o mais cotidiano, seria vivido
como uma repetição religiosa [...] identificação carnal de ato e do sentido. Desde que haja rastro, distância, mediação, não
estamos mais dentro da verdadeira memória, mas dentro da história.” (NORA, Pierre. 1984. “Entre mémoire et histoire: la
problématique des lieux”. In: P. Nora (org.), Les lieux de mémoire, vol 1 La Republique. Paris: Gallimard., pp. 7-8.) T.A. “Se
consagrásemos nuestra memoria, no tendríamos necesidad de consagrarle lugares. No habría lugares porque no habría
memoria transportada por la historia. Cada gesto, hasta el más cotidiano, sería vivido como una repetición religiosa (…)
identificación carnal de acto y de sentido. Mientras haya rastro, distancia, mediación, no estaremos más dentro da la
verdadera memoria, sino dentro de la historia”.
24. Riegl habla de los monumentos tanto artísticos como históricos, entre otros, y enfatiza que “por monumento, en el
sentido más antiguo y primigenio, se entiende una obra realizada por la mano humana y creada con el fin específico
de mantener hazañas o destinos individuales” (2008: p. 23), y más allá agrega: “Según las concepciones modernas, toda
actividad humana y todo destino humano del que nos haya conservado testimonio o noticia tiene derecho, sin excepción
alguna, a reclamar para sí un valor histórico: en el fondo consideramos imprescindibles a todos y cada uno de los
acontecimientos históricos” (2008: 24) (Riegl, A.(2008) El culto moderno a los monumentos. Caracteres y origen, tercera
edición. Madrid: La balsa de la meduza.)
25. T.A. “Así, es posible sostener que aquello que se quiere preservar como patrimonio cultural no son objetos, sino sus
sentidos y significados, es decir, aquello que le confiere un sentido al bien tangible o intangible”.
26. Llamado el Maestro de América, Rodríguez (nacido en Caracas en 1769) desarrolla una serie de teorías sobre el rol de la
educación, de los educadores y de los alumnos, de franca importancia para la formación de las sociedades. Para ahondar
sobre el tema se sugiere leer los libros Luces y virtudes sociales o Sociedades Americanas de 1828.
por: Jenny González Muñoz
Referencias
Barbosa Lessa, L.C., (1985) Nativismo. Um fenómeno social gaúcho. Porto Alegre:
Coleção Universidade Livre.
Febres Guevara, J. A. (1989) Los héroes de Las Queseras del Medio. Caracas: Ministerio
de la Defensa.
Nora, P. (1984) “Entre mémoire et histoire: la problématique des lieux”. En Les lieux de
mémoire, Vol 1 La Republique. Paris, Gallimard.
Romero Martínez, V. (1973) Las aventuras de José Antonio Páez. El llanero increíble.
Caracas: Edigraf.
Todorov, T. (2010) O medo dos bárbaros. Para além do choque das civilizações.
Petrópolis: Vozes.
186
La elaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Resumen
El presente trabajo es un estudio que tiene como foco la religiosidad que se expresa
en los espacios socioculturales de los sectores populares de la sociedad venezolana.
Mediante el empleo del enfoque fenomenológico se aborda el propósito de la
promoción y difusión de esas actividades que se expresan en lo más profundo de
los diversos contextos sociales. El Barrio Marín, ubicado en la parroquia San Agustín,
lado sur de ese populoso enclave cultural, es el protagonista del presente estudio,
concretamente en lo que respecta a la elaboración del altar para la festividad de la
Cruz de Mayo, ceremonia que es una dedicación y una tarea asumida por los cultores
devotos, quienes se entregan a la cruz para prepararle y realizar las decoraciones
adecuadas y ponerla en su altar, con la finalidad, entre otras cosas, de ser celebrada
durante el mes de mayo también por vecinos e invitados a la festividad.
Palabras clave
Religiosidad
Barrio Marín
Cruz de Mayo
Altar
Fig. 1. La imagen muestra al cultor Aldrin Sosa en las tareas de la elaboración del altar de la
festividad de la Cruz de Mayo, Barrio Marín, parroquia San Agustín. Caracas.
1. Promotor Sociocultural, actor y docente teatral. Tesista del doctorado en Patrimonio Cultural de la ULAC.
187
por: Raimundo Mijares
Introducción
Como se dijo anteriormente, el artículo ofrece una gama diversa y creativa de elaborar
el Altar para el Velorio de la Cruz de Mayo, diversidad que se ofrece como significantes
de una riqueza espiritual y artesanal, unida a los estados emocionales conectivos que
mantienen los cultores con la devoción de esa tradición festiva de amplio fervor en el
pueblo venezolano.
188
Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Como se puede ver, las sociedades no escatiman recursos ni tiempos para celebrar.
Es interesante evidenciar cómo cada sociedad entiende y se vanagloria con la
espiritualidad que transcurre con la realización de las fiestas. Aunque éstas sean
diferentes en cada sociedad, hay un ethos en cada una de ellas que les confieren un
sentido y una cualidad única. De allí, por supuesto, los hábitos y la cultura con que
cada pueblo la hace diferente y le imprime su impronta a cómo celebra su religiosidad.
Un ejemplo de lo dicho por ese autor podemos observarlo en Caracas, así como en
las regiones: oriental, llanera, andina, costera, guayanesa y central, ellos celebran esa
festividad con hondo sentido religioso, colocando cada cultor lo mejor de su talento
creativo para engalanar sus cantos y décimas en honor a la Santa Cruz de Mayo.
En 1989, Duvignaud (citado en González, 1992) afirma que: “A finales del siglo pasado,
Durkheim consideraba la fiesta como una efervescencia cuya intensidad mantiene la
solidaridad de un grupo o un pueblo”. (González, 1992, p. 11).
189
por: Raimundo Mijares
Del mismo modo, Frazer, autor de la Rama Dorada y (citado por González, 1992, p.11),
ve en la fiesta un acto eficaz de reproducción de los grandes sistemas de creencias y
mitologías: lo sagrado, la magia y la política emergen, de esas celebraciones.
Asimismo, Duvignaud, (citado en González 1992) indica que “es necesario distinguir las
fiestas que solemnizan un acontecimiento de la existencia, tales como: el nacimiento,
la existencia, el matrimonio, las exequias”. (González, 1992, p. 11).
Una de las categorías es las de las fiestas que se podrían denominar de vuelta a
los orígenes, esta denominación se les rinde en base a que devuelven de modo
espectacular a la vida la memoria de un pasado o de una cultura abolida. Un ejemplo
de ello se da en la Diablada de Bolivia, en la que los indígenas, mineros o artesanos,
se disfrazan de personajes del antiguo imperio incaico y se enfrentan en un combate
simbólico a un San Jorge triunfante. (González, 1992, p. 12)
Las fiestas rituales pertenecen a otra categoría y, como tal, es a ésta que pertenece
la festividad de la Santa Cruz de Mayo. Éstas reproducen una liturgia, que es la que
les otorga su dimensión dramática y su grandeza estética. Finalmente, Duvignaud
(citado en González, 1992), muestra la celebración de la virgen de Guadalupe en las
proximidades de México, en el atrio de la catedral, durante la cual, indígenas y mestizos
devuelven su vigencia, por un día, a la alianza que en otros tiempos hizo la Virgen con
uno de ellos, esclavo. (González, 1992, p. 12).
Un hecho coincidente con esta festividad ocurre en México el día 3 de mayo, cuando
se celebra el Día del Albañil. Durante ese día los albañiles y los constructores, elaboran
altares en honor a la cruz, los engalanan con flores, velas y papel de muchos colores. Al
mediodía detienen sus labores y se espera que realicen alguna celebración, siendo el
padrino el patrocinador de la obra.
Indica González (1992) que también forman parte de las fiestas las categorías de fiestas
civiles, oficiales, urbanas, fiestas privadas. A esa diversidad de tipologías de las fiestas,
Duvignaud les asigna un conjunto de cualidades comunes como serían:
190
Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Del mismo modo, lo fue el Mayo Francés (1968); significando una disconformidad con
la vida cotidiana, un enfoque nuevo de las relaciones del hombre consigo mismo.
(González, 1992, p.13).
Las grandes ciudades al sur del Río Grande, como el caso de México la festividad de la
Cruz de Mayo como herencia aculturadora de la presencia española, cuyos habitantes
realizan su accionar religioso en el contexto de lo iberoamericano, la han dotado de
significantes simbólicos, robusteciendo su sincretismo.
Aun cuando el Distrito Federal (México) podría entenderse como una gran
concentración humana superior a los 25 millones de habitantes, el legado de su
religiosidad, aunado a la riqueza prehispánica que constituye un soporte fuerte en su
pasado histórico, ese país mantiene intacta su sintonía con sus raíces ancestrales, lo
cual les permite garantizar la devoción de sus festividades.
El Brasil, territorio conquistado por los portugueses (aunque también por españoles),
donde se afianza una diversidad de orígenes étnicos que le han dado el crisol que
exhibe ese gigante del sur, manifiesta una devoción por la celebración de la Santa
Cruz de Mayo. Su hecho más reciente lo constituyó la acogida que le hicieron al Papa
Francisco, en su reciente viaje a Brasil en julio del 2013 y en el cual, el símbolo de la
Cruz tuvo su mejor bienvenida hacia su Santidad.
191
por: Raimundo Mijares
En el tema que nos ocupa, Venezuela, sus matices para expresar la festividad de la
Santa Cruz de Mayo, son de una riqueza contagiante de devoción, pagos de promesas
y conmemorar su llegada como un tiempo extraordinario de la existencia cotidiana,
para celebrar el advenimiento de esa festividad de la religiosidad que emerge de los
poderes creadores del pueblo.
Habiendo realizado este marco introductorio, por demás necesario para contextualizar
sus sentidos como fiesta que concentra a vecinos y visitantes en algunos países de la
América del Sur, me referiré en adelante, desde luego, al núcleo central de sentido del
presente artículo, como lo es, la Elaboración del Altar para el Velorio de la Santa Cruz
de Mayo, dedicación que tiene como responsables a miembros de la sociedad de
Santa Cruz del barrio Marín.
La elaboración
San Agustín Santa Cruz de del Altar para el
Aldrín Sosa Mayo Velorio de la Santa
Barrio Marín Cruz de Mayo
Mi nombre es Aldrín Sosa, vivo en el barrio Marín en la tercera calle, tengo 38 años. Me
desempeño como pintor. Desde muy pequeño he estado asistiendo a los velorios de la
Cruz. Recuerdo que estaba muy pequeño, y yo me asomaba para ver los velorios. Tendría
como 6 años, eso me producía una emoción muy buena.
Eran los cantos, los preparativos, toda la gente que se involucraba para esos velorios. La
gente que iba y venía. Y sobre todo, la quietud que reinaba durante esos días.
Una vez que ya estoy grande, como de 15 años, me acerco a la gente de la sociedad y me
voy involucrando en las actividades que realiza la Sociedad de la Santa Cruz de Mayo. Me
entusiasmo con la labor que hace Orlando con las décimas y hago algunas. Desde hace
tres años empecé a realizar la elaboración para el altar del Velorio de la Santa Cruz de
Mayo.
192
Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Debo decirle, míster, que la primera vez fue una sensación muy emocionante, me sentía
como si mis manos fuesen conducidas por alguien que no fuera yo. Claro, ya le dije que
soy pintor y de alguna manera uno maneja ubicación y resolución de espacios, ¿Entiende?
Yo conocí a la señora Dolores, al señor Mata, no. Recuerdo que la segunda vez que me
tocó elaborar el altar para el Velorio, estuve más tranquilo, pero siempre muy sereno
y entregado a esa labor. Lo primero que hice esa vez fue escoger las flores, las palmas,
los velones, el color que iba a llevar el vestuario de la Cruz. La gente que pasa y te ve…
¿entiende? Claro, uno llega un momento que ya no le para a eso, pero sabes que es una
responsabilidad lo que estás haciendo. Si por alguna casualidad la sociedad no tiene
como resolver lo de la elaboración para el altar, es decir, que no haya dinero para comprar
las cosas, la Cruz sabe, ¿entiende? Y entonces no hay mucha culpa y preocupación, De
todos modos, nosotros le hacemos su Velorio y ella va a saber que nosotros somos sinceros
en eso. Porque eso es lo que teníamos en ese momento para festejarla.
Usted sabe que Jesús “Totoño” siempre ha estado en la Sociedad, ayuda y coordina en lo
que puede. Él está en la religión evangélica, se le respeta su decisión. Nosotros somos la
tercera generación de cultores. Ya el Velorio no se realiza frente a su casa, entre la primera
y tercera calle, sector la Juventud, sino, en la parte trasera del Teatro Alameda, en la
esquina este.
El tercer año fue de mayor emoción porque uno va pensando, ¿sabe? cómo lo va a
hacer el siguiente año. Cada año que me ha tocado elaborar el altar ha sido único y sin
comparaciones, pero no sé, quizá fue que ya iba para el tercer año y tenía más confianza.
También es que uno siente como si la Cruz le diera a uno más libertad para que el altar
quede más hermoso y más impresionante. Hay cosas que se sienten. Bueno, al terminar,
retirarte y ver lo que has hecho; entre lo que no había antes y lo que está ahora, bueno, eso
es algo que te emociona y también a los demás. Es bonito y reconfortante cuando la gente
que ha visto lo que has hecho, te dice luego: oye, hermano, ¡qué lindo lo que hiciste!
Yo soy un creyente en la Cruz, yo pido por mi salud, la de mi mamá y mis hermanos; la
gente del barrio, la gente de la Sociedad. Que las cosas salgan bien, ¿sabes? Esto es la
religiosidad popular de uno. Del barrio.
Bueno, este año será mi cuarta elaboración del altar. Ya nosotros nos estamos reuniendo
para ver cómo vamos hacer el Velorio este año. Los invitados, los preparativos para las
décimas, si vamos a pintar la pared de atrás del teatro. Todas esas cosas que hay que
hacer para que las cosas salgan como debe ser.
193
por: Raimundo Mijares
Fig. 2. El cultor Aldrín Sosa y un grupo de cultores cantándole a la santa Cruz, barrio Marín, San
Agustín del Sur.
Foto: Raimundo Mijares. Abril 2014
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Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Cuando habla que desde los seis años observaba la manifestación, se siente que la
conexión de ese momento mágico de la primera vez, hizo contacto al momento de
iniciarse en las actividades de la Sociedad de la Santa Cruz. Una tarea iniciática en
la que fue relacionándose con todas las funciones de la celebración. Parodiando a
Carmona (2011, p. 164) en su tesis doctoral él indica que:
Cuando indica que la primera vez que le tocó elaborar el altar, sus manos parecían que
actuaban solas, está comunicando una fuerza interior que lo conduce. A través de ello,
su cuerpo es llevado como si estuviese poseído. Está consciente, sí, pero es como una
fuerza que lo guía para realizar algo.
En ese sentido, relata Eliade (1976, p. 34-35) que: “todo cuanto en un principio el
hombre crea y sale de sus manos está rodeado de un misterio inescrutable y que
cuando, inicialmente, atribuye un origen a sus propias obras, éste no puede ser otro
que un origen mítico”.
Cuando el cultor, Aldrín, menciona que lo primero que hizo cuando le tocó por segunda
195
por: Raimundo Mijares
vez elaborar el altar fue, escoger las flores, los velones, las palmas, el color que iba a
tener el vestuario de la Cruz, quizás se sintió más seguro en su nuevo cometido, sentía
mayor confianza y mejor preparado.
Refiere el cultor que la tercera vez que le correspondió la elaboración del altar, tenía
mucha confianza y que como eran ya tres años con ése, bueno, sentía como si la
Cruz le llevase las manos. ¡Alegría! una alegría nueva por la dedicación que estaba
realizando. La gente del barrio que pasaba y miraba lo que estaba haciendo, sentía que
le daba más valor de concentrarse en la tarea. Además, dice él: la religiosidad popular
es lo que nosotros hacemos en el barrio, lo que nos da fuerza de seguir adelante, de
fortalecernos los unos a los otros.
Expresan que su fe se siente fortalecida todos los días. La relación solidaria con todos
sus vecinos, amigos, familiares y los de la Sociedad es algo único. Eso se siente entre
ellos. Se evidencia los tejidos que han construido y que luego, a partir de compartir
una festividad, ella se ha fortalecido. Me correspondió estar presente en el velorio este
año (2014) y, en verdad, la energía que se comunica entre los presentes, la camaradería,
la relación horizontal entre los que celebran la festividad es algo envolvente y
contagiante en su devoción hacia la Santa Cruz.
Sí, me gusta la Cruz de Mayo como elemento aglutinador de los barrios, de crear conciencia
de barrio. Cada barrio una cruz. Entorno a esta cruz la copita, la convivencia, y a lo mejor,
sin darnos cuenta, simplemente un madero colgado nos está uniendo y además, ya
tenemos otra vez lo mismo: el palo horizontal de la cruz nos une como hermanos y el
vertical nos une con Dios. Ya tenemos ahí un elemento que justifica la cruz de Mayo. A mí
por lo menos, personalmente, me gusta en el barrio, como un elemento más que aglutine
al barrio, que lime esas rencillas muchas veces entre los mismos del barrio. Crear esa
conciencia que aquí en Huelva no la hay. Aquí en Huelva hasta incluso se ha creado una
palabra que es barriada, en vez de barrio, como si fuera una hermana menor del barrio.
(Carmona 2011, p. 373)
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Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Fig. 4. Velorio de la Santa Cruz de Mayo en el barrio Marín. San Agustín del Sur
Foto Newton Rauseo
La vida en el barrio es comunidad horizontal. Los encuentros en las esquina; sitio de
reunión y de encuentros habituales, es una relación que sus habitantes han venido
tejiendo desde que eran niños y que se solidifica en la adultez cuando ya son padres
de familia. La oportunidad de pertenecer a una religión, a una Sociedad como la de la
Santa Cruz de Mayo, los religa y les otorga un sentido de hermandad.
La elaboración del
Javier Martínez Santa Cruz de Altar para el Velorio
Altagracia
“Macumba” Mayo de la Santa Cruz de
Mayo
197
por: Raimundo Mijares
Bueno, la elaboración comienza con la construcción de las cruces, primero las dos
pequeñas y luego la cruz grande. La decoración va a rendirle tributo a la cosecha, a la
abundancia, la fertilidad. Sus ofrendas que se les coloca pueden ser granos, maíz, flores y
ese color amarillo que como te decía utilizaba mucho la señora Nicolasa. Ella decía que ese
color representaba la luz y por eso su Cruz siempre la vistió con ese color. Los antepasados
de uno, decoraban sus cruces con flores naturales, ahora y de acuerdo a las condiciones de
cada quien, pueden elaborar sus altares con papel lustrillo, etc.
Sobre todo, vale mucho la creatividad de los cultores. Puedes encontrar altares elaborados
con cotufas, maíz; porque esa persona quiere abundancia.
Como ya te había dicho, la relación de la persona que elabora el altar es una sensación de
conexión donde la persona se siente conducida por una fuerza especial, que le da mucha
confianza, esa es la Cruz que le va diciendo a la persona como ella quiere que le adornen
su altar y las ofrendas que le van a ir colocando.
Yo soy decimista, también músico. Nosotros le cantamos fulía a la Cruz. Ese es el ritmo que
se le canta a la Santa Cruz de Mayo en la región central. Eso es porque las personas de la
parte costera, entre ellas Barlovento- Miranda, Carabobo y Aragua se han establecido acá
en la capital y han reproducido su cultura. Su cultura popular.
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Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
De acuerdo a Bentz y Shapiro, citado por Sandin (1998.p 151), se procederá a realizar
el análisis y comprensión de lo que expresan los cultores como “experiencia subjetiva
inmediata de los hechos tal como se perciben”.
Se refiere el señor Javier que la elaboración se inicia con la construcción de las dos
cruces pequeñas y luego la grande. Se observa acá cómo el cultor que elabora el altar
va realizando, por así decirlo, su puesta en escena del altar. Utiliza el momento de la
crucifixión, las personas que estaban con Nuestro Señor Jesucristo. Los dos ladrones,
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por: Raimundo Mijares
uno bueno y el otro malo. Indica, asimismo, que las ofrendas dependerán de la
situación económica, de lo que seleccione la Sociedad y que en última instancia, será
la Cruz la que guie las ofrendas a colocarle en tributo a su presencia.
En un pasado reciente, los cultores elaboraban sus altares con flores naturales, pero
esa costumbre ha ido cambiando por lo costoso de las flores naturales y lo perentorio
de ellas. Concluye el señor Javier que será la Cruz la que siempre decide cómo ella
quiere ser vestida, decorada y ofrendada. Javier es cultor de la manifestación de la
Santa Cruz de Mayo y de San Juan Bautista y decimista.
La elaboración del
Altar para el Velorio
Jesús Guzmán San Agustín Santa Cruz de de la Santa Cruz de
“Paicosa” Lado Sur Mayo Mayo, Historia de la
manifestación en el
barrio Marín
Mi nombre es Jesús Guzmán, mejor conocido como “Paicosa”. Tengo 50 años de edad.
Mira, mi opinión como cultor de la manifestación de la Santa Cruz de Mayo no es un
compromiso, es una acción de fe. Porque las acciones de fe no se pueden ver como un
compromiso. Nosotros somos los refundadores de los velorios en Marín, después que
muere el señor Mata iniciador de los velorios en el barrio.
Desde el año 1982 arrancamos los velorios en la quinta calle de Marín enfrente de la casa
de “Totoño”. Ahí nos formamos, nos informamos y nos convertimos en cultores. El cultor,
Raimundo, no es el que llega a la actividad, se la vaciló y se fue. No, es el que cultiva esa
manifestación; el que rinde culto a la deidad.
Para elaborar el altar tiene que ser un cultor, tiene que ser alguien que conozca la
manifestación. Por ejemplo, Aldrín, está recuperando eso que se ha perdido. Claro, uno
está consciente que el tiempo pasa, que son otras generaciones, pero ahí está uno para
ver que las cosas se hagan como deben ser. El cultor debe saber de dónde viene la Cruz de
Mayo. Si no se sabe eso, puede hacer lo que le dé la gana.
Me acuerdo que la mamá de Martín Mata – único hijo de los esposos Mata-Brito- hacía
un rito con la Cruz. Este consistía en rezarle, irle quitando el vestido del año anterior,
quemarlo, echarle agua bendita. Luego vestirla con ropa blanca y a partir de allí, empezar
200
Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
Siento y es mi manera de ver muy particular, uno entiende que todo cambia. Digo esto
porque me acuerdo que nosotros bajábamos el velorio enfrente de “Totoño”, nos faltaba
calle por la cantidad de personas que se congregaba, ahora nos sobra, como el espacio es
muy grande, nos sobra. Algo positivo es que los cultores se mantienen y hay una nueva
generación que está emergente.
•El Manguito
•La Televisora
•Hornos de Cal
•Filas de Marín
•La Ford
•La Biblioteca
•Museo Cruz Diez
•Velorio en la Jefatura INASS4
•Velorio en el Boulevard “Leonardo Ruíz Pineda”.
La parroquia San Agustín, el lado sur, es un hervidero de creatividad, de hacer las cosas
con el corazón y el espíritu hinchado de pasión. Ellos se han ido acostumbrando a
ello. Desde ser la parroquia musical de Caracas, origen de numerosas agrupaciones,
cantantes, bailarines (as), boxeadores y ahora con la cantidad de velorios que se
celebran en la mayoría de sus sectores, constituye un hecho sociocultural que
mantiene la atención de los cultores sobre esa parroquia.
201
por: Raimundo Mijares
El señor Jesús Guzmán dice que ser cultor es una acción de fe, mas no un compromiso.
Coincide con los otros informantes en que su acto de religarse con la Cruz es un acto
del corazón, de la entrega sin esperar nada a cambio.
Recuerda también, que la señora Mata Brito realizaba un ritual con la Cruz, que las
nuevas generaciones hay que estarle observando para que se concentren en éste, de
este modo la tradición estará más fortalecida en esos sentidos.
El golpe de tambor que anuncia la entrada de San Juan, hecho que ocurre a la
medianoche del 31 de mayo, es el momento en que el altar de la Santa Cruz de Mayo
se cubre para que el toque de San Juan, reine todo del mes de junio.
Finalmente, agrega Jesús, que ellos mantienen su tradición de los velorios de Cruz en
casi todos los sectores del lado sur de la parroquia. Este es un hecho que los sintoniza
aún más como comunidad, como vecinos. En esa coincidencia procuran los sectores
una relación más cercana, quizás en la búsqueda de mayor y mejor seguridad personal,
más atención hacia sus problemas cotidianos. Reconocerse desde que se es pequeño,
habitando una misma comunidad, compartiendo buenos y mejores momentos;
aprendiendo, tal vez, a soñar en conjunto por un mejor porvenir para todos.
202
Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
La elaboración del altar para el velorio de Cruz es un acto de fe, de identificación con
la tradición. Es una acción que la realiza un cultor de la celebración. Por sus voces, se
pudo evidenciar la manera cómo asumen esa tarea de la festividad que forma parte
del velorio de Cruz de Mayo. Actividad que como se dijo, los reencuentra cada año en
los diversos velorios que se celebran a lo largo y ancho de los cinco municipios del
Distrito Capital.
Expresar estos temas para una audiencia más amplia es uno de los propósitos
educativos y comunitarios.
203
por: Raimundo Mijares
Referencias
La ciudad y su cultura, en la obra de Lewis Mumford (The city and its culture, in
Lewis Mumford’s work).Univ. del País Vasco. Fac. de CC. Sociales y de la Comunicación.
Dpto. de Sociología. Apdo. 644. 48080 Bilbao E-mail: ciphomaj@lg.ehu.es BIBLID
[1137-439X (2003), 23; 175-
Rauseo Díaz, Newton José - Saber UCV: Buscando en... [Documento en línea]
Disponible: saber.ucv.ve/jspui/browse?type=author&value=Rauseo... Newton
204
Laelaboración del altar para la Festividad de La Cruz de Mayo.
Barrio Marín, San Agustín del Sur. Caracas
http://www.fuller.edu/ www.ayudapastoral.com
205
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de
construcción de la Identidad Cultural
Resumen
La devoción y la religiosidad se han constituido en elementos identitarios con una
enorme carga valorativa en las sociedades actuales. El fervor y la fe, configuran un
espacio que refleja los modos de vida de los pueblos. En el presente artículo se exponen
algunas ideas en torno a la identidad cultural de los habitantes de la localidad de
Güiria en el estado Sucre, Venezuela, a través de la devoción y la religiosidad a la Virgen
del Carmen. Se trata de pre-figurar un cuerpo epistémico que dé cuenta del devenir
histórico y cultural de esta manifestación como un espacio de construcción social del
modo de vida de un pueblo que se resiste a los embates de la globalización. El texto
es un avance de un proyecto de investigación doctoral. A tal efecto, interesa debatir
conceptos, entre los cuales se destaca el de Patrimonio Cultural Inmaterial. Se trata
entonces de, asumir una actitud investigativa que permita, entre otras cosas, explicar
la naturaleza y la realidad de esta manifestación tradicional-popular, a través de su
conocimiento, su valoración e importancia en la prevalencia de la identidad. El estudio
se asume bajo un enfoque cualitativo, desde una perspectiva transmetodológica
fenomenológica-hermenéutica-etnográfica, apoyada en la investigación de campo, la
observación participante, el análisis, la descripción, la interpretación y la explicación,
en procura de entender la naturaleza y la realidad de la devoción-veneración a la
Virgen del Carmen de Güiria.
Palabras Clave
Devoción
Religiosidad
Identidad Cultural
Patrimonio Cultural Inmaterial
1. Prof. de Biología y Química Instituto Pedagógico de Caracas; Especialista y Magister en Gerencia Educativa, Estudiante del
Doctorado en Patrimonio Cultural. Actualmente se desempeña como Subdirectora de Docencia.
206
por: Carmen Cecilia Casas
207
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de construcción de la Identidad Cultural
A manera de introducción
Por otra parte, Nietzsche (citado por Fernández, 2003) considera que, la cultura propicia
la investigación, buscando romper el yugo de la ignorancia, donde la educación formal
no ha alcanzado sus efectos formativos en los pueblos. De aquí la importancia que los
investigadores, en materia de cultura, hagan esfuerzos por divulgar para hacer vivo su
sentir en los elementos que le inspiran la escritura, las personas y los elementos de su
entorno a los que ama y admira, rindiéndole tributo como una forma de arraigo a sus
orígenes.
El ser humano engendrado con estos dones de re-hacer, re-construir para cultivar-
difundir la cultura inspiradora de su localidad, asume la pertinencia socio-cultural del
conocimiento de las cuestiones de la fe y de lo divino como un asunto de identidad
que, debe ser conservada y protegida como parte de su patrimonio histórico-cultural.
Todo ello configura los elementos, que tratan de explicarse por sí solo, en el entendido
de asumirse estos como contenidos de las manifestaciones culturales y, a su vez, como
formas de entendimiento del porqué de los procesos socio-culturales que construyen
los pueblos; factores clave para la conformación de la identidad cultural.
208
por: Carmen Cecilia Casas
Según Esteve (2011), “la utilización del hecho religioso es una constante a lo largo de
la historia, que subsistirá, no importa bajo qué tipo de espiritualidad ni de qué sistema
económico”. Desde esta perspectiva, se descubren los procesos socio-históricos-
religiosos de los pueblos, no sólo como espacios para la construcción de la identidad
cultural, sino también como potenciales espacios para la generación de nuevos
“mercados de consumo” alimentados y nutridos por la devoción y la fe.
209
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de construcción de la Identidad Cultural
Por último, promocionar y difundir la devoción a la Virgen del Carmen con posibilidades
de conversión en un producto turístico religioso sustentable para el desarrollo
territorial endógeno y la re-habilitación del capital imagen de la ciudad de Güiria.
La importancia de este avance dejará aportes significativos tanto para la cultura local y
la educación al develar información desconocida para muchos en cuanto al por qué se
210
por: Carmen Cecilia Casas
En el Monte del Carmelo, cuyo nombre significa “campo fértil”, es donde surge la
historia de la Virgen del Carmen. Esta montaña exuberante está situada junto al mar
Mediterráneo. En ella transcurrió la vida del profeta Elías, quien en sus años jóvenes
se dedicó a la prédica y la oración. Incitaba a los hombres a cambiar de vida y así,
oyéndolo, en Palestina, muchos se retiraban al monte del Carmelo, donde vivían
apartados del mundo, haciendo penitencia.
Por haber vuelto a caer en la apostasía, muchos de los judíos que por allí vivían fueron
castigados por Dios a través de Elías. Su oración cerró los cielos y durante tres años y
medio la lluvia se dejó de caer sobre la tierra. Una vez arrepentidos, Elías intercedió por
ellos mediante la oración. Estando el profeta rezando en la cumbre del Carmelo, dijo
a uno de sus discípulos: “Sube y mira hacia el mar”. Obedeció este y al rato gritó: “No
hay nada”. “Vuelve a mirar - dijo Elías hasta siete veces”. Y a la séptima vez dijo aquél:
“Veo una pequeña nube, como la palma de la mano de un hombre, que sube del mar”.
Entonces los cielos se oscurecieron con nubes y viento, y se descolgó una copiosa
lluvia.
Muchos fueron los que se retiraron a hacer penitencia en aquel Monte del Carmelo,
cuyas grutas penetran por todas partes las peñas de la montaña, pero los sectarios
de Mahoma los persiguieron, hasta que los ejércitos de los cruzados en Tierra Santa le
aconsejaron a los penitentes que regresaran a Europa. En el Siglo XIII algunos llegaron
a Francia, cerca de Marsella y se alojaron en una ermita en compañía de San Luis, Rey
de Francia. Cerca de Marsella había una ermita y allí buscaron refugio muchos de ellos,
hasta que los sorprendió la muerte; otros se embarcaron hacia Inglaterra. En 1226 el
Papa Honorio III aprobó la Orden Monte Carmelo y en 1726 Benedicto XIII extendió su
211
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de construcción de la Identidad Cultural
Los anacoretas que vivían en el Monte Carmelo se reunían para rezar alrededor de
la imagen de la Virgen. Como eran personas tan reconocidas por su vida ejemplar,
muchos quisieron imitarlos. Se acercaban al Monte, rezaban frente a la imagen de la
Virgen y se iban. Poco a poco empezaron a copiar imágenes de la Virgen María iguales
a la que se encontraba en el Monte. Fue así como se empezó a identificar como la
“Virgen del Monte Carmelo” y que hoy día conocemos con el nombre abreviado de
“Virgen del Carmen”.
En la Europa del siglo XII la advocación a la Virgen del Carmelo se extiende con gran
devoción entre los cristianos. Es pues, la devoción a la Virgen en el Monte Carmelo, la
primera que existió en el mundo a la Santísima Virgen María. Este fervor se convirtió
con el tiempo en una de las más representativas en América. Y, es sorprendente cómo
a pesar de su antigüedad, no ha mermado sino que todos los días crece más.
Es así como, desde el alba cada 16de julio tañen las campanas una y otra vez al sonar
de fuegos artificiales y, con el alborozo se despierta la población anunciándose
la celebración del día de la Virgen del Carmen. El 17 de julio de 1937 la imagen, el
estandarte y el artístico altar de la Virgen del Carmen fueron bendecidos por el
Excelentísimo Señor Obispo de Cumaná, Monseñor Dr. Sixto Sosa. En esa fecha, la
imagen de la Virgen, en hombros de sus devotos, por vez primera recorre las calles:
212
por: Carmen Cecilia Casas
213
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de construcción de la Identidad Cultural
Por otra parte, la forma de comunicación humana, desde el desarrollo del lenguaje
hablado a la escritura, los signos visuales representan la transición de la perspectiva
visual, a través de las figuras y los pictogramas, a las señales abstractas. Sistemas
de notación capaces de transmitir el significado de conceptos, palabras o sonidos
simples, por medio de los cuales el ser humano construye una cultura, partiendo de
la capacidad de comunicar su universo interior conformado por los significados y sus
significantes, con los que expresa su devoción religiosa. Este es el caso de la devoción
hacia la Virgen del Carmen por una familia en Güira; Casas Ginestre, que, desde hace
76 años ha cumplido esa promesa hecha por el capitán de marina Julio César Casas
Herrera, convirtiendo una devoción cristiana en una festividad popular arraigada en
los habitantes, los cuales disfrutan anualmente, desde la pertinencia social asumida
como una cultura patrimonial reconocida por los propios pobladores.
214
por: Carmen Cecilia Casas
Ahora bien, cabe preguntarnos ¿se puede considerar este tipo de manifestación
religiosa como parte del patrimonio cultural inmaterial de la localidad de Güiria? Sí;
ya que, en este caso, esta manifestación se ha venido transmitiendo de generación en
generación; se recrea, de manera constante, por la comunidad en función de su entorno
e historia reciente. Por otra parte, infunde un sentimiento de identidad y continuidad
y contribuye a promover el respeto de la diversidad cultural y la creatividad humana.
El culto a la Virgen del Carmen se confunde con los comienzos de la historia patria y se
propaga con su desarrollo y extensión. Hoy, en casi todas las iglesias, capillas, casas, y
carteras de la gente, encontramos una imagen o una estampa de la Virgen del Carmen.
Estas advocaciones se celebran religiosamente en diferentes localidades de nuestro
país. También refiere, González que “de mil seiscientas sesenta y tres (1.663) fiestas que
se tienen registradas en Venezuela, cuatrocientas treinta y ocho (438) se relacionan
con la celebración en honor a Nuestra Señora del Carmen. De acuerdo con ello, la
que tiene mayor difusión es la Virgen del Carmen que se celebra en ciento diecisiete
lugares, un poco más que la fiesta en honor a San Juan Bautista que se celebra en
ciento catorce (114) poblaciones”. González (2010, p. 714)
215
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de construcción de la Identidad Cultural
Se considera entonces que, el tratamiento de los datos, que deben ser proporcionados
por los informantes clave, también se abordará desde la metodología hermenéutica,
inherente con la investigación cualitativa, que según Martínez (2009), permite
relacionar la observación y el análisis en la búsqueda del significado, que es el método
utilizado para el tratamiento de los hallazgos. Así, el método que orienta el estudio
es el fenomenológico- hermenéutico o interpretativo vivencial, en aras de describir,
comprender y explicar en profundidad los fenómenos socio-culturales y, en particular
las percepciones que otorgan los individuos vivos en referencia con la cultura de la
festividad de la Virgen del Carmen en la población de Güiria.
216
por: Carmen Cecilia Casas
Por todo esto, podemos decir que, las manifestaciones populares en torno a la
devoción y la religiosidad, en este caso, en honor a la Virgen del Carmen se convierten
en una unión armónica del mensaje cristiano con la cultura de los pueblos. Por una
parte, la iglesia, a través de la liturgia, asimila los modos de vida de las sociedades y,
por otra parte, propaga y difunde los contenidos evangélicos en la concepción de los
pueblos en torno a la vida y la muerte, la libertad, la misión y el destino del hombre.
217
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de construcción de la Identidad Cultural
218
por: Carmen Cecilia Casas
Referencias
https://corredentores.wordpress.com/nueva-evangeizacion/jornadas/ponencias-
de-las-jornadas-marianas/ponencias-jornadas-marianas-2011/la-virgen-maria-y-la-
religiosidad-popular/
http://familiacristiana.org.ve/
http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?
http://www.santopedia.com/santos/san-simon-stock
219
La Virgen del Carmen de Güiria: Un espacio socio histórico de construcción de la Identidad Cultural
220
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales
entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
Resumen
Palabras Clave:
Biopatrimonio
Etnografía
Agro-Cultura y Semillas Autóctonas
Introducción
221
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
Nosotros debemos elegir. ¿Vamos a obedecer las leyes del mercado y de las insaciables
empresas o a las de Gaia para mantener los ecosistemas de la Tierra y la biodiversidad de
sus habitantes?
Vandana Shiva4
(…) uno calcula un buen tiempo de lluvia, por lo menos cuando la luna es menguante,
cuando la luna está al naciente es grande, es así se puede sembrá. Cuando ella llenó es
porque se puede sembrá; porque así se dan los frutos buenos, no se pican. Toda la función
del menguante se recoge en el menguante. En el menguante sí, porque si uno va a cerrá
el maíz, tiene que esperá el menguante… pa'doblá el maíz, porque si uno lo siembra
cuando no es así se pica todo. Cuando la luna está al poniente es creciente está a la media
luna; uno tiene que espera que esté grandota que empareje pá’que pase al menguante,
entonces diga usted - empieza a sembrá-
222
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
223
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
Pablo Palenzuela Chamorro, Laura Plaza Arregui, Isabel Merchán Benítez y otros,
(2000, p. 7) proponen como espacio Bio-cultural: “aquellos espacios resultado de la
coexistencia del hombre con el medio, y que, por su perdurabilidad, su autenticidad
y su sostenibilidad, dan muestra de la compatibilidad entre aprovechamiento y
protección, y se asocian con la identidad de la población, formando parte de su
cultura”.
El ciclo de los cultivos, se inicia con las labores de la tala y la roza, entre los meses
de noviembre a marzo. Consiste en el desmonte y aclareo del terreno escogido para
224
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
el conuco, cuya extensión aproximada es de una a tres hectáreas (almudes), aunque
es usual la posesión de tres o más parcelas separadas no más de una Ha., o que esta
separación sea “de un solo cuerpo”, es decir, de una a cinco hectáreas.
Además el tamaño del corte ayuda a la regeneración de los árboles cuando la tierra
entra en descanso (rastrojo), dando lugar a la “montaña”. A la “tumba del conuco”
le sigue el “amontonamiento” y “la quema” de los desechos vegetales en lugares de
pobreza orgánica e inorgánica, entre los meses de marzo y mayo, en la fase lunar
menguante, para atraer buenos vientos. A la quema la precede la realización de corta
fuegos, llamados “guarda raya” o “callejón”, y se ejecuta cuando las brisas del noreste,
los esperados alisios son fuertes.
El ciclo de cultivo comienza con las labores de tala y roza, simultáneamente en el mes
de noviembre y se prolonga incluso hasta los meses de febrero y marzo; esta labor
consiste en el aclareo y desmonte de las zonas escogidas para los futuros conucos.
225
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
a) La tala: La tala que consiste en cortar los arbustos y bejucos de menor tamaño
que dificultan el acceso a los conucos para realizar las labores de corte de los árboles
más gruesos y prominentes (roza). Se realiza en plena estación seca, preferiblemente
cuando la luna está en la fase menguante; pues se tiene la creencia de que la madera
cortada en menguante posee la cualidad de no podrirse, pudiéndose utilizar en la
elaboración de cercas, casas u otros instrumentos con la confianza de que estos serán
perdurables.
b) La roza: como hemos dicho, consiste en el corte de los árboles más desarrollados
en tamaño y grosor, esta labor se realiza con el hacha y en algunas ocasiones con el
machete; al respecto suelen aplicarse algunos criterios que deseamos destacar: no
todos los árboles son cortados y a los que se le aplica el corte es realizado a 1 mt. de
altura del suelo; con estas prácticas que no son aleatorias, se pretende en primer lugar,
controlar la erosión eólica puesto que los conucos quedan siempre protegidos por un
entorno de troncos de mayor tamaño que las plantas que se cultivan, impidiendo de
esta forma el paso brusco de los vientos; en segundo lugar, los árboles de gran tamaño
que se dejan dentro de los conucos para airear y sostener humedad.
montones de follaje y troncos verdes por espacio de dos meses hasta que se sequen
y pudran; esto por un lado facilita la quema y posibilita la descomposición de estos
desechos biodegradables que se incorporan como nutrientes a los suelos.
Esta actividad es dirigida por el más anciano de la familia dueña del conuco, este da las
indicaciones referentes a los sitios donde se debe pegar fuego, organiza las posiciones
y rutas que deben seguir los participantes; les indica las posibles salidas del conuco
226
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
en caso de peligro; es el que siempre "afila" las puntas de los "jachos", especie de
antorcha (con que se pega fuego a los montones) de madera reseca, hecha de troncos
de madera de los árboles llamados Quiebra Jacho y Tagua pire; la persona que dirige la
quema indica a cada uno que tome una posición a lo ancho, y se comienza a quemar en
sentido contrario a los vientos, con el propósito de que las brisas no esparzan el fuego
sobre el conuco y queden áreas sin quemarse lo suficiente; es importante señalar que
en las quemas se acostumbra silbar fuerte y mucho, con el propósito de llamar las
brisas y mantener la corriente de los vientos, de igual manera que al emitir los silbidos
se piensa que aumentarán los remolinos; es muy posible a partir de esta creencia,
que en tiempos remotos asistieran a las quemas personas que se dedicaban sólo a
tocar pitos y guaruras con el propósito de mantener los vientos, lo cual además de la
jerarquía explícita al de mayor edad en la actividad, por su experiencia o simplemente
como una forma más del respeto hacia los ancianos (gerontocracia).
f) La siembra: para sembrar los conucos se espera la entrada de lluvias, que pueden
llegar tempranamente en mayo después de las quemas, o por el contrario prolongarse
y comenzar a caer a mediados de junio. La siembra es una labor que no se ejecuta al
azar como suele pensarse al hablar de conucos; por el contrario, está revestida de una
serie de acontecimientos que implican un conocimiento profundo de las variaciones
del tiempo, de los indicadores atmosféricos y climáticos, de los cambios que acontecen
en torno a la vida al anunciarse la presencia de la estación de abundancia (invierno);
todo está revestido de una ritualidad simbólica acerca de las creencias que giran en
torno a esta actividad.
Sin embargo, para una mayor comprensión de esa relación acotemos que, para poder
realizar las siembras no hacen falta sólo las lluvias, previamente a esto se requiere saber
si el invierno será lo suficientemente copioso como para poder adelantar los planes de
siembra, además hace falta conocer en qué mes del año comenzará efectivamente la
recia temporada de invierno. En este sentido, el comunero está atento a las mínimas
variaciones del clima y de los fenómenos atmosféricos; y aunque esta práctica se halla
generalizada en los adultos, es factible encontrar en los sectores de menor edad el
conocimiento o la referencia de los elementos que anuncian la apertura del ciclo
productivo propiamente dicho del conuco (la siembra).
227
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
Este instrumento de trabajo, además, sirve para medir el ancho de la calle que separa
cada hilo. Así los hilos son dispuestos con dirección a los vientos y de naciente a
poniente (E a O). Esta técnica tiene por objeto mantener ventilados los entre hilos
(o calles), así las brisas fuertes no doblarían las plantas; algunos piensan que por la
disposición en el sentido que eleva el sol los rayos de luz cubrirán perfectamente los
plantíos. La distancia que se deja entre surco y surco se denomina tranco y corresponde
aproximadamente a un paso (84 cts. o 1 mt), y los entre hilos o "calle" pueden medir
aproximadamente lo mismo (un tranco).
Cuando en una determinada zona del conuco se siembran varios hilos de una misma
especie, se dice que es un "corte"; usualmente los conucos están divididos en varios
cortes; éstos además de controlar lo tupido del sembradío sirven para diferenciar las
distintas variedades de cultivo de una misma especie, por ejemplo, la yuca dulce de la
"cariba" (amarga). Los cortes se utilizan, a la vez, para controlar la hibridación del maíz.
El control de la hibridación consiste en disponer los cortes, unos con sentido a los
vientos, y otros más compactos, con sentido contrario a éstos, los últimos constituyen
especies mezcladas genéticamente.
Dicha técnica se aplica especialmente en la siembra del maíz cariaco, si los vientos
que penetran en el conuco este-oeste. Esta variedad es cultivada en el extremo este
del conuco, mientras que aquel maíz que puede cruzarse por el transporte de polen
por acción del viento, como es el caso del maíz en su clase amarillo (cuya tendencia
a dañarse durante su almacenaje es más proclive) es sembrado en el extremo oeste,
o en cualquier otro lugar de la parcela. Otro tipo de control se da con el maíz lo
suficientemente mezclado como es el llamado "pata e' morrocoy", cuyos hilos son
orientados en sentido norte-sur, compactos para que actúen como una barrera ante
el traslado del polen por acción eólica. Esta variedad también protege al maíz cariaco,
228
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
Estas cifras nos indican la importancia y predominancia del cultivo del maíz con un
94,69 % de la producción total de especies cuantificadas.
229
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
Se presta atención que la distribución y distancia que se deja entre cada planta de
especie vegetativa, permite la no competencia entre plantas de una misma especie,
cada una aprovecha para su crecimiento y desarrollo, la luz, el agua y los elementos
del suelo sin degenerar las posibilidades de crecimiento de las demás.
En los conucos hay sitios que son apropiados para sembrar algunas especies y sobre
esta base se realiza el acopio en los surcos de las semillas, hijos y pimpollos; por
ejemplo, en los bajos se acostumbra sembrar las musáceas, mientras que en las áreas
que quedan “manchadas” o cubiertas por la ceniza, según los comuneros son propias
para el buen desarrollo de los frijoles (Vigna sinensis), chícharos (Cajanus indicus) y
auyama (Cucurbita maxima).
El trabajo que se realiza en torno a la explotación del conuco está marcado por
relaciones de reciprocidad, comunalismo y cooperación mutua. Comenzaremos
precisando las características de cada una de estas formas de trabajo colectivo y sus
diferencias.
230
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
Las creencias, mitos y tradiciones, asociadas a las prácticas del cultivo conuquero
y del saber sobre las semillas tradicionales, suscribimos el concepto ideología o
dimensiones imaginarias como elemento interpretativo de las formas imaginativas
del inconsciente colectivo tradicional, para no someter las prácticas cultuales al
reduccionismo del análisis de la festividad, el cuento y la tradición, que pretende
banalizar la las relaciones de producción social y de producción cultural del Patrimonio
Inmaterial indígena y campesino.
Las tradiciones, en este sentido, que se esconden en el claro oscuro del Patrimonio
Inmaterial, de valor intangible que se hace corpóreo en la palabra de los campesinos
e indígenas, suponen una dimensión holística y, por ello, los significados dentro del
contexto más amplio de sus significantes la dimensionamos en la noción de Paisaje
Cultural, como parte de la aproximación e interrelación dialógica entre el Patrimonio
Material de los pueblos y el Patrimonio Inmaterial sobre el que se sustentan el
Patrimonio que es espiritual. 10
El cálculo del tiempo, tanto cronológico como climatológico, tiene una perfecta
relación con las actividades de sostenimiento comunal, especialmente con la
231
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
En segundo lugar, toda una variedad de elementos que sirven de base para el
conocimiento de los hechos de la vida, elementos de carácter simbólico que
concretizan el saber acumulado por siglos. Este saber tiene sus facultades en la
observación de los cambios que rigen el universo de lo inmediato y su asociación
con las circunstancias naturales que lo manifiestan; así nos encontramos con que, si
bien este conocimiento-saber no está fundamentado en categorías del pensamiento
lógico-formal occidental, su basamento está dado por la observación prolongada en
el tiempo, que se va transmitiendo de generación en generación.
La culebra –serpiente y el equilibrio de lo natural
Notaban los misioneros franciscanos en los siglos XVI-XVII, que los indígenas tenían
por creencia que al morir irían a una laguna llamada Machira (probablemente la
laguna de Unare) donde unas culebras les engullían, trasladándolos a un mundo
sub-acuoso. Los misioneros no refieren ningún otro tipo de observación sobre estas
creencias indígenas, asociadas a la muerte y a la vida. En la actualidad encontramos
que la culebra, como imagen mítica, tiene reservado un lugar de importancia como
divinidad tutelar, sostén del mundo y guardiana de algunos lugares en común:
(…) esa es una serpiente… esa tiene siete cabezas, pero una cabeza está ahí (…) en el
convento de la iglesia de Píritu (…) ahí está la cuna, el rabo parece que está en Clarines
(…) otros dicen que es en Valencia pero no es en Valencia es en Clarines, está el rabo, o
es que tiene la otra cabeza en Clarines ( … ) pero son siete cabezas yo sé que tiene una
ahí (...) en el convento (…) esa culebra tiene cacho tiene una caramera (…) caramera el
cacho ( … ) Sin esa culebra se pierde el pueblo, y todo (…) tiene siete cabezas (…) la propia
serpiente(…) la del mar (…) esa serpiente se llega a mové es un volcán se acaba el pueblo
( …). (Pedro Alejandro Culpa, 58 años. Caserío San Antonio. 24/3/1984).
Además es ella la imagen que rige el universo de lo real, se presenta como dadora
del bien y, en oportunidades, como sancionadora de quien trasgrede las dádivas
localizadas en sus "hogares sagrados": ríos, lagunas, manantiales, montañas y cerros.
Esta afirmación la podemos ver claramente, en parte, en la versión dada por el señor
Apostol Ibima, agricultor de 83 años del caserío San Antonio, quien dijo, en 1982: “En el
cerro están los encantos… las serpientes esa es la generala, la sujeción del mundo. No
vive gente allí, cristiano que se ponga a vivir allí se lo llevan. La laguna del Hatillo es la
general del encanto” (Villalobos, C. 1982, p. 21). Por la importancia que guarda el "Cerro
el Morro" dentro de las versiones como lugar de "habitación principal" de la culebra,
232
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
De allí que la culebra tenga poderes miméticos. Su carácter mutante para cambiar
de morada y fisonomía llama poderosamente la atención, en vista de que ésta se
encuentra en aquellos sitios, por decir así, estratégicos para la obtención de recursos
de subsistencia. Trataremos de desarrollar en adelante algunas inferencias en torno a
esto.
El arcoíris es la sombra del espírito del agua. En los manantiales hay culebras, hay
culebras que ronda, culebras que rondan en los manantiales esas se llevan la gente.
Por un manantial que sea manantial no puede di una mujer enferma de barriga (que
tenga regla) porque se le puede mete un culebrón en la barriga se le mete el espírito y se
forma un embarazo, y lo que le sale es una persona de esas cabezonzotas. Las culebras
233
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
son arvivientes (ser que tiene vida que arden) que viven en los manantiales en tó tiempo
lechan agua, esas son culebras que están metias ahí, el manantial cuando la culebra se le
vá ese manantial se seca ese no le mana más agua, porque al disele ella llega, y pun! se
secó… (Pedro Alejandro Culpa "Bombo", 58 años. Caserío San Antonio, 24/ 3 /1984).
(…) el arco iris dicen que es la culebra del agua que cuando es invierno, él se forma y esa
sombra de allá arriba pega al suelo, y como tiembla aquella sombra, esa es la culebra
del agua, el encanto, y donde ella pueda clavá las dos colas una allá y otra aquí esa es
una laguna grande que está ahí, porque esta metía ahí, es verdá, uno le dice el encanto
y el que se queda viéndolo bueno le da fiebre y uno se muere, porque es el encanto. La
gente muere, tu sabes cómo queda la gente ese no se pone tieso más nunca, suavecito
(…) que la gente que dice que se lo llevo el muchacho ese queda suavecito (…) y entonces
cuando ese muerto esta quietico ahí, se presenta un gran ventarron (…) las culebras están
en los Morros, en los morros es que existen los encantos (…) la quebra de San Antonio la
Casanare esa es vida, esa es vida porque es vida (…)
El cerro la Mulita es un cerro encantoso, si, bueno ahorita yo tengo tiempo que no lo visitó,
no lo escuchado ahora, pero ante uno lo escuchaba tronando, y de ese cerro es que se
forman los remolinos, pero remolinos de vientos grandes, se viene, se viene por tó esto por
aquí que da hasta miedo el remolino, eso es el encanto (…).
En Manarito había una serpiente por ahí pal Cerro El Páramo, esa serpiente esa se fue, era
pequeña era hermana de esta del cerro El Morro y de la Mulita, uno no puede mata una
culebra de esa, uno mata una culebra de esa y el latao de agua es grandísimo. Esa que
estaba en Manarito un día comenzó a trona y a caese los jabillos de la quebra, y la gente
la vio cuando agarro por la quebra derechito pal mar (…) (Pedro A. Culpa "Bombo", ídem).
Vemos entonces que el mitema serpiente-culebra como símbolo mítico tiene una
conexión directa, aunque no explicita con el equilibrio de lo natural, como imagen
mitológica, permite mantener los presupuestos de un equilibrio entre el hombre y
el entorno natural, desde el punto de vista de las actividades que realiza éste, para
proveerse de los medios esenciales que le brinda la naturaleza.
234
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
Esto nos permite ver, en primer lugar, que la creencia en sus múltiples conformaciones
no sólo era de arraigo e importancia en esta comunidad indígena,
En segundo lugar observamos, que tanto los curas doctrineros como los padres
misioneros, viendo la importancia de la culebra como elemento de equilibrio del
mundo en la cosmología indígena, posiblemente fueron asimilados algunas creencias
indígenas, por la iglesia para la labor evangelizadora y la sujeción del indígena como
vasallo tributario: “... la tenían que dar real para que no se fuera, porque se perdía el
mundo, porque debajo era un río (…) " (Villalobos, 1982, p. 42).
La situación antes narrada nos puede dar la clave para entender entre otras cosas,
una de las formas "no compulsiva o violenta" utilizada por la iglesia (que tuvo un
peso importante en la dominación político-religiosa de estas localidades) para cobrar
los diezmos que tenían que dar los indígenas, lo cual persistió hasta hace algunas
décadas, según se señala en el siguiente texto: "… el padre vino y dijo: -callen la boca,
tece tranquilita que ellas son amigas mías… Denme acá una mariquita cada una para
salvarle la vida… El padre no la deja salir, es blanquita la culebra "(Villalobos, 1982, p.
44 - 46)
Las prácticas propiamente agrarias están relacionadas con una serie de creencias que
encierran un saber basado en la experiencia acumulada a través de la observación
cotidiana; conocimiento transmitido de generación en generación. Generalmente, el
cálculo del tiempo para cualquiera de las actividades relacionadas con el conuco tiene
una relación con hechos atmosféricos, v. gr., las fases lunares, la constelación de las
Pléyades, la humedad, la acumulación de nubes en la atmósfera, el canto de las aves,
235
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
y otras circunstancias.
b) Las quemas: la fase lunar relacionada con las quemas, es la menguante, puesto
que con esta, según los comuneros abunda la brisa.
c) La siembra: una de las actividades productivas del conuco que más tiene
elementos explicativos en torno al momento adecuado para su realización;
por supuesto, la inversión que se hace en las siembras desde el punto de vista de las
semillas y la fuerza de trabajo, no puede permitir un sólo elemento que explique el
momento más adecuado para su realización; así, el comunero escudriña todos aquellos
elementos del entorno que por asociación, permitan inferir cual es el momento más
adecuado para realizar la siembra.
d) Las cabañuelas: 12
este es un método utilizado para calcular las entradas de
invierno y su periodicidad. En este sentido las cabañuelas están asociadas en el
imaginario el conuquero con las Pléyades. Al respecto se piensa: "cuando las pajuelas
se ven, se despliegan de arriba, (...) habían unas estrellas que caían mar adentro, pero
me contaba mi abuela que estaba San Salvador -que llaman pa'atajarla-, porque si
caían en lo seco era peligroso". (Julio Chivico, 37 años, agricultor, caserío La Medianía,
27/5/1984).
Además añaden que las Cabrillas desaparecen: "ellas en el mes de mayo se pierden…
y vuelven pa'este otro mes después que pase mayo vienen ellas con el invierno…" (Sra.
María Méndez, 72 años, del caserío San Antonio, 19/5/1984).
Es indudable que el ciclo de las Pléyades o las Cabrillas puede tener una relación con
el calendario agrícola y con el calendario indígena, pues su presencia o ausencia la
notan los comuneros especialmente cada mes y en especial énfasis al desaparecer del
espacio-cielo nocturnal en la época de mayo, para dar paso al invierno.
A manera de conclusión
Los cumanagoto como pueblos originarios y sus descendientes que habitan el espacio
rural de del norte de Anzoátegui y Sucre, son los guarda-custodios de conocimientos y
prácticas ancestrales de remota data, asociados con su economía, sus modos de vida,
236
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
237
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
2. El pueblo kuna sostiene que ha habido cuatro etapas históricas en la tierra, y a cada etapa corresponde un nombre
distinto de la tierra conocida mucho después como América: Kualagum Yala, Tagargun Yala, Tinya Yala, Abia Yala. El último
nombre significa: territorio salvado, preferido, querido por Paba y Nana, y en sentido extenso también puede significar
tierra madura, tierra de sangre”. Así esta tierra se llama “Abia Yala”, que se compone de “Abe”, que quiere decir “sangre”,
y “Ala”, que es como un espacio, un territorio, que viene de la Madre Grande. En: http://abyayalalaotrahistoria.blogspot.
com/2014/02/abya-yala.html (Consultado el 26 de noviembre de 2014).
3. Agrocultura: concepción que intenta interpretar la agricultura tradicional e indígena como un sistema que permite
la sabia convivencia del hombre para con la naturaleza, el cultivo de las plantas y la cría de animales en armonía con el
ecosistema, espacio de producción, circulación y consumo de Buena Vida.
4. Astruc, L. (2010). Vandana Shiva: Las Victorias de una India contra el expolio de la biodiversidad. Editorial La Fertilidad
de la Tierra. España.
5. Sra. Modesta Irobo Cuaicara de 61 años del caserío Tocomiche. Testimonio del 26/12/1983.
6. El pueblo originario cumanagoto (kumanagoto) de stock lingüístico karibe (en revitalización) habita los estados
Anzoátegui y Sucre. Los cumanagoto, integran parcialidades de los pueblos píritu, chacopata, palenque, cocheima,
topocuar, y characuar. Según el Censo Indígena 2011, etnia de 20.876 personas, con una tasa de crecimiento geométrico
de 43,8; esto se puede explicar a partir de los procesos de revitalización cultural que están conduciendo en su realidad
(Fuente: La Población Indígena de Venezuela Censo 2011. Vol. 1, Núm. 1, Octubre 2013. Instituto Nacional de Estadística e
Informática. República Bolivariana de Venezuela y Resultados Población Indígena. XIV Censo de Población y Vivienda 2011.
Gerencia General de Estadísticas demográficas. Instituto Nacional de Estadística. http://www.ine.gov.ve/documentos/
Demografia/CensodePoblacionyVivienda/pdf/ResultadosBasicos_11-03-14.pdf. (Consultado el 23 de septiembre de 2014).
7. Esta autora lo caracteriza de esta forma: “El ciclo completo del conuco, tiene una duración de 27 años, de los cuales no
menos de 3 corresponden al estadio de barbecho, tiempo entre la primera y segunda cosecha, para el descanso del suelo
y entre 10 a 20 años o más de estadio de rastrojo, período de recuperación natural del área intervenida. A partir de este
perlado el conuco es abandonado, pero queda sembrado de árboles frutales (…)”.
8. Al respecto se dice: “La asociación del maíz con la caraota (Phaseolus vulgaris) constituye una de las simbiosis más
productiva en el ámbito tropical. El maíz sirve de soporte a la caraota y ésta como cualquier otra leguminosa, fija el
nitrógeno al suelo, con lo cual se beneficia el maíz (…). La diversidad de especies garantiza cierto control de los organismos
competitivos” (Balbino, J. B. 1981, p. 96).
9. Testimonios de viejas y viejos conuqueros, guardianes de las quebrabas, lagunas, riachuelos intermitentes y montañas
donde, la serpiente Machira de los antigüeros cumanagoto van al encuentro del arcoíris-serpiente que cuida los labrantíos,
de tierra xerofita; la serpiente generala guardiana de la escasa agua derramada del cielo para que se transforme y perviva
por siempre en semillas del maíces de tonalidades y colores, en chicharos, o tal vez en la blanda, blanca y jugosa yuca
para la chicha y el pan del casabe; en la batata-chaco que dulce como la mañana se mezcla al paladar como emanado del
inframundo de los seres primordiales, o tal vez agua que en la sagrada maya, planta de las constelaciones y el pichigüey
dan el agridulce masato para mover del olvido y regresar de las estrellas de la pléyades cósmicas a los ancestro. Y a esos
granos de sal cabañueleros que al despuntar enero augurarán días de agua diluvial para la resquebrajada y sedienta tierra.
10. Como diría Mario Chagas (2008:17): “El olvido total es estéril, la memoria total es estéril. Introducción al tema: el territorio
fértil y propicio para la palabra de la cultura tiene estrías creadas por el arado-memoria y olvido; la posibilidad de creación
humana habita y vive en la aceptación de la tensión entre recordar y olvidar, entre él mismo y la negación de la repetición
monótona, entre la permanencia y el cambio, entre el estancamiento y el movimiento”.
11. El conuco cumanagoto visto como un Patrimonio Biocultural partiendo de una sabiduría ancestral heredada, a pesar
de coloniaje, es fuente de vida, tradición y mitos (cosmogonía) y siendo consciente el autor de este escrito que algunos
hermanos indígenas quienes aportaron su palabra para alcanzar sus caminos y testimoniales ya han abandonado este
plano de vida, y concurrieron en ser la línea de memoria de las sabidurías ancestrales de significativo valor patrimonial,
por ello exaltamos sus memorias al dedicar estas semillas del recuerdo a: Pedro Alejandro “Bombo” Culpa, 58 años. Caserío
San Antonio. Jesús Chique, 68 años. Caserío Antonio. Apostol Ibima, 83 años del Caserío San Antonio .Lourdes Paraqueimo,
38 años. Caserío San Antonio. Cleofe Goitía, 58 años del Caserío Pajarito. Gregorio Guaina Guillen, 57 años. Caserío San
238
Antonio. Pedro Aguana, 80 años. Caserío San Antonio. Julio Chivico, 37 años. Caserío La Medianía. Modesta Irobo Cuaicara,
61 años. Caserío Tocomiche. Sr. Nicolás Guaina. Caserío Pica-Pica. María Cleofe Goita, 58 años. Caserío Pajarito. Jesús
Mendez, 80 años. Caserío San Antonio. Petrica Méndez, 35 años. Caserío San Antonio. Y a tantos otros más que retornaron
al inframundo de sus seres primordiales, como piazamos de los conucos.
12. Pancorbo, L. (2010), señala a las Cabañuelas como una tradición española, tal vez de origen mozárabe y dice “los doce
primeros días del año servirán de pronóstico meteorológico de los doce meses. Al parecer es una creencia de los arios que
con muchas variantes se registra en muchos, lugares del mundo”. En Venezuela se le conocen con variantes como la pinta y
repinta en los andes y con diversas aseveraciones calendáricas. (p. 95-96)
Conucos, Cayapas y Cabañuelas:
Biopatrimonio, Saberes Comuneros y Tradiciones Agro-Culturales entre los píritu-cumanagoto de Venezuela
Referencias
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biodiversidad. Editorial La Fertilidad de la Tierra. España.
Civrieux, M. de. (1980). Los Cumanagoto y sus vecinos. En Los Aborígenes de Venezuela.
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por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
Harroy, J.P. (1973). La Economía de los Pueblos sin Maquinismo. Ediciones Guadarrama.
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241
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Palenzuela, Ch.; Plaza, L.; Merchán, I (2010).Guía para la puesta en valor del Patrimonio
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para el Desarrollo Agrario y Pesquero de Andalucía, S.A.
242
por: Maury Abraham Marquez Gonzalez
Noguera, A. P. de. Habitar – Hábitat: crisis ambiental, crisis del habitar, crisis civilizatoria.
Grupo de Pensamiento Ambiental. Universidad Nacional Sede Manizales.
http://www.medellin.unal.edu.co/habitat/media/Doc_seminario:2012/Mesas_
debate/mesa_3/Patricia%20Noguera%20-%20Texto%20Ponencia.pdf
Rodríguez M. y Gilberto R. Defensa del Patrimonio Biocultural. http://www.colsan.edu.
mx/investigacion/historia/patrimonio/default.html
http://padron.entretemas.com/Tendencias/TendenciasRecientesEpistemologia_
Padron.pdf
243
La oralidad como fuente para la construccion
de la memoria cultural
Resumen
Palabras clave:
Oralidad
Memoria Cultural
Patrimonio
Introducción
El autor señala que es primaria por contrastar con la llamada “oralidad secundaria”,
denominada todo cultura de la de alta tecnología, la cual permite nuevos senderos a la
oralidad mediante aparatos electrónicos que dependen de la escritura y la impresión
para su funcionamiento. Es así como la tradición oral de los pueblos se ha mantenido
de generación en generación a pesar de las innovaciones tecnológicas que podrían
haber atentado contra ella.
Si bien Ong refiere que la tradición oral no posee carácter de permanencia, obviamente,
comparándola con las posibilidades que ofrece la escritura; también afirma que las
*
1. Docente e investigadora (Universidad de Oriente – Sucre), Licenciada en Letras (Universidad del Zulia), MSc en Educación,
Mención Enseñanza de la lengua. Cursante del Doctorado en Patrimonio Cultural de la ULAC – Cumaná.
244
por: Sandra Bruzual
historias habladas son el resultado del potencial de algunos seres humanos para
contarlas.
Desde esta perspectiva, se infiere que al igual que épocas pasadas, para mantener
la tradición se necesita de la comunicación entre los hablantes o informantes que
atesoran el conocimiento y son los guardianes de esa herencia cultural. Es condición
sin ecua non que exista el interés de preservar la memoria que ha permanecido durante
años en los más ancianos, lo que pudiera coadyuvar al desarrollo de la identidad.
…esta misma especie tardó unos 85000 años en descubrir las ventajas de la escritura, y lo
hizo en tierras de Mesopotamia, hacia el 3300 a C., cuando la administración compleja de
las ciudades cada vez más pobladas puso en evidencia que la memoria humana tenía sus
límites y que era más prudente y seguro dejar constancia de algunos hechos marcando
signos en una superficie duradera.
Lo dicho por Tusón puede conectarse con lo sostenido por Ong (1994, p. 84), para
quien la escritura es una tecnología, pues “inicia lo que la imprenta y las computadoras
sólo continúan: la reducción del sonido dinámico al espacio inmóvil, la separación de
la palabra del presente vivo, el único lugar donde pueden existir las palabras habladas”.
De esta manera, la escritura debe verse como una tecnología transformadora del
pensamiento, necesaria para perpetuarlo que la memoria reproduce con la palabra
hablada.
La oralidad ha permitido, a través del habla, atesorar gran parte de las costumbres,
modos de vida, creencias del hombre, que le dan características excepcionales como
cualidad netamente humana. De allí, el interés en la búsqueda de una visión de mundo
que la considere como fuente para la construcción de la memoria cultural. Aunque la
misma ha sido testigo de la aparición de las distintas manifestaciones de la escritura,
no ha perdido su valor ni su fuerza. No se puede negar que la escritura ha contribuido
enormemente en la perdurabilidad de la memoria colectiva de los pueblos y de su
saber, pero lo oral es el sello innato que nos define como humanos. Se ha manifestado
245
La oralidad como fuente para la construccion
de la memoria cultural
como respaldo de la memoria y de todo lo que ésta genera, fijando bajo el poder de la
letra lo que una vez fue palabra viva hablada.
La escritura permite que el recuerdo llegue con más facilidad en el sentido de agilizar
las claves que activarán la memoria; pero las culturas orales también se valen de la
memoria para reproducir el pensamiento. Así lo refiere Ong (1994, p. 41) cuando dice:
“En una cultura oral primaria, para resolver eficazmente el problema de retener y
recobrar el pensamiento cuidadosamente articulado, el proceso habrá de seguir las
pautas mnemotécnicas, formuladas para la pronta repetición oral”. Y entre esas pautas,
el autor señala las estructuras textuales que estimulan la memoria, como por ejemplo,
la antítesis, las repeticiones, las aliteraciones, proverbios, entre otros. Se trata, pues,
de técnicas que activan el pensamiento y que mueven la productividad memorística.
De este modo lo plantea Amaya (2012, p. 3), en su trabajo Patrimonio cultural y nuevas
tecnologías: el caso del proyecto de cultura oral, al hablar de la valoración de la cultura
oral.
Hablar de cultura oral nos remite al carácter de patrimonializable de la misma y por tanto
de la posibilidad de ser seleccionada dentro del ingente número de bienes culturales de
nuestro entorno, valorarla como significativamente cultural y actuar sobre ella, pasando
desde su conocimiento hasta los diversos campos de su gestión.
Existen historias que nacen de la tradición oral y que forman parte del patrimonio
inmaterial de un pueblo. Tradiciones que son transmitidas de generación en
generación y, como ya se ha afirmado, son modificadas con el transcurso del tiempo
mediante lo que Amaya denomina “proceso de recreación colectiva”. La oralidad
se hace parte del día a día de los seres humanos y los más ancianos depositan su
memoria, a través de la palabra hablada, en los más jóvenes para procurar que las
tradiciones se mantengan en el tiempo. Tradición que ha permanecido durante siglos,
por ejemplo, en los pueblos indígenas latinoamericanos, a pesar de que muchos han
conocido la escritura.
De acuerdo con Candau (2001, p. 117), “la historia tiende a aclarar lo mejor posible el
246
por: Sandra Bruzual
Le Goff (1991, p. 3), sostiene que “la ausencia o la pérdida voluntaria o involuntaria de
memoria colectiva en los pueblos y en las naciones, puede determinar perturbaciones
graves de la identidad colectiva”. Y esto es válido si se piensa en las costumbres,
creencias, tradiciones, que han pasado a formar parte del olvido, pues, así como hay
cosas que se recuerdan, hay cosas que se olvidan. Cuando se busca que un informante
rememore, éste activa los mecanismos mnemotécnicos mencionados por Ong, pero
nunca se sabe la cantidad de información que se ha perdido para siempre.
Halbwachs, citado por Candau (2001, p. 117), distingue entre lo que denomina
“memoria histórica” y “memoria colectiva”, al conferirle a la primera caracteres como
“memoria adoptada, aprehendida, escrita”, y a la segunda, la describe como “memoria
producida, vivida, oral, normativa”. Interesante distinción, si se toma en cuenta que
en esta investigación se plantea una reflexión sobre la oralidad como fuente para la
construcción de la memoria cultural.
Ong (1994, p. 164), sostiene que “para los antiguos griegos, el lenguaje y el pensamiento
se originaban en la memoria”. La memoria actúa de esta manera como un mecanismo
primordial para todas las actividades racionales del hombre. Sin ella no hay escritura,
pero tampoco hay oralidad.
Es en la memoria donde descansa gran parte de un pasado que permanece vivo y que
se rebela contra el tiempo, inexorable y letal, que despierta y se convierte en mito,
leyenda, poema, canción. Es allí donde reposa un caudal de oralidad que se niega a
morir.
247
La oralidad como fuente para la construccion
de la memoria cultural
Según lo referido por el autor, la memoria se hace de recuerdos, sean éstos traídos de
manera deliberada o no. En un hablante o informante, esos recuerdos son estimulados
y permanecen allí durante mucho tiempo. Son estimulados al ser reconocidos como
receptáculo primario de la tradición.
A modo de conclusión
Lo oral está presente en todas las actividades del ser humano. Somos seres hechos
de palabra. Esta ha sido la materia prima de la literatura que se ha nutrido con toda
la carga memorística de los juglares que iban de pueblo en pueblo contando sus
historias, haciendo que la gente se apropiara de ellas y las repitieran de generación
en generación. También la literatura oral se ha nutrido de los mitos fundacionales
indígenas, de sus tradiciones y creencias que han podido ser conocidas gracias a que
se han hecho palabra escrita o hablada, siendo el resultado del esfuerzo por mantener
vivas las tradiciones, las historias, las leyendas que identifican a una comunidad. En la
oralidad manifestada para la transmisión de todo un bagaje cultural, hay una fuente
rica sobre patrimonio, de allí el interés que mueve esta investigación donde se aspira
a reflexionar en torno a dos categorías particulares pero que están íntimamente
conectadas: oralidad y memoria.
248
por: Sandra Bruzual
Referencias
249
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar:
Resumen
Palabras clave
Patrimonio Cultural
Estudio Organológico y Comparativo
Bandola Venezolana
Barbat-Taar Iraní
Introducción
1. Músico, educador popular e investigador. Docente especialista en manifestaciones tradicionales. Maestro ejecutante
de la bandola venezolana. Cursante del Doctorado en Patrimonio Cultural de la Universidad Latinoamericana y del Caribe
(ULAC).
250
por: Gabriel Gómez
Sobre esta disciplina relativamente nueva Luján y García (2007) señalan que:
251
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar: Patrimonio Cultural Venezolano e Iraní
Atendiendo a los repertorios de música tradicional de cada país, joropo para el caso de
la bandola venezolana y el radif para barbat-taar iraní. En este sentido, la Enciclopedia
de la Música en Venezuela (1998, p. 69) nos dice que el joropo “es considerado como la
expresión de mayor raigambre dentro de la música popular tradicional venezolana”;
no obstante, para la UNESCO (2009, p. 1) el radif “es la médula de la música iraní, este
tesoro musical refleja la identidad cultural y nacional del pueblo de Irán”.
252
por: Gabriel Gómez
Siguiendo a Malo (2000, p. 22) quien nos dice que “el patrimonio cultural es el conjunto
de bienes tangibles e intangibles, que constituyen la herencia de un grupo humano
y que refuerzan emocionalmente su sentido de comunidad con una identidad propia
y que son percibidos por otros como característicos”, se plantea realizar un estudio
organológico y comparativo entre la bandola venezolana y el barbat-taar iraní como
aporte y construcción teórica al patrimonio cultural latinoamericano y asiático.
Fig. 4. Variantes del barbat-taar iraní. De derecha a izquierda:Tār o taar, Setār o se-taar, Dotār o
do-taar, chahâ tār o chahar- taar iraníes.
Fuente: http://axgig.com/images/31475210879435023511.jpg
253
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar: Patrimonio Cultural Venezolano e Iraní
El Oúd es un cordófono punteado de origen persa siendo el más conocido del mundo
árabe. Su nombre y origen muy probamente provenga del persa (rud) la cuerda o del
árabe (al-ud) la madera. Para Instrumundo (2012, p. 1): “El laúd cambia de nombre
según de geografía: desde el persa barbat, árabe o ūd, Ud o Ut en Turquía, Kaban
Somalí, griego Uti o Oύτι; en armenio, Al-Ud, etc ... Hizo su aparición en Europa vía Al-
Ándalus” y de él derivan todos los laúdes actuales.
254
por: Gabriel Gómez
A la par el primer testimonio seguro que se tiene acerca de una bandola es un fresco
de la Basílica de San Francisco en Asís, pintado por Simone Martinni hacia el año
1332 d.n.e (Arvelo, 2001); no obstante, la primera bandola ubicada en el territorio
venezolano parece ser de ocho cuerdas conocida como la bandola de Paya, zona
cercana a Barquisimeto en la que se asentó y popularizó. (Strauss, 1998).
En América, la bandola aparece reseñada en varios países desde los tiempos coloniales,
como, por ejemplo, en el Son de la Ma´Teodora, Cuba, siglo XVI. Teodora Guines, negra
manumisa [esclavizada] oriunda de Santo Domingo, que dominaba la bandola a la
perfección, se radica en Santiago de Cuba contribuyendo a definir el aire del son, la
carta de identidad de la música popular cubana. (Salazar, 2000)
255
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar: Patrimonio Cultural Venezolano e Iraní
256
por: Gabriel Gómez
El Diccionario de Cultura Popular (1998, p. 368) nos dice que “El joropo [es] uno de los
géneros más antiguos extendidos en nuestro país”, y la Enciclopedia de la Música en
Venezuela (1998, p. 69) nos dice que el joropo es un “término que se refiere a un baile
folklórico así como a la música que le anima, y que es considerado como la expresión
de mayor raigambre dentro de la música popular tradicional venezolana”, asimismo
(1998, p. 70) que el joropo en Venezuela “es de amplía dispersión, reconociéndosele
según la región por los nombres de: joropo llanero, central, centro-occidental y
oriental; diferenciándose éstos entre sí por los instrumentos empleados, las variantes
musicales, el sentido literario de la estrofas cantadas, y la coreografía del baile”.
El radif puede ser vocal o instrumental y se interpreta con instrumentos que exigen
técnicas de ejecución diversas: laúdes de mástil largo llamados tār y setār; cítara
santur, cuyas cuerdas se golpean con macillos; vihuela de péndola kamānche; y flauta
de caña ney.
257
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar: Patrimonio Cultural Venezolano e Iraní
de dedicación, durante los cuales los alumnos no sólo deben memorizar su repertorio,
sino también ejercitar una ascesis musical encaminada a abrirles las puertas de
la espiritualidad. Médula de la música iraní, este tesoro musical refleja la identidad
cultural y nacional del pueblo de Irán. (UNESCO, 2009).
Los antecesores
258
por: Gabriel Gómez
Ardalan (2012), en su trabajo Persian Music meets West. [La Música persa encontrada
en Occidente”] compara la manera de interpretar la música occidental europea con la
del mundo musical persa, en una forma comprensible para la de los no persas, a partir
de la experiencia del autor como ejecutante del instrumento se-taar y de la guitarra
en un tema tan controversial como lo es el componer en pérsico con instrumentos
no tradicionales, debido a las características de dicha música, teniendo en cuenta su
intervalos irregulares, incluyendo cuartos de tono o digamos tres cuartos de tono y
de cómo emplear el concepto armonía en dicha música, traduciendo su música patria
al lenguaje musical a la occidental. La importancia de esta investigación radica en el
esfuerzo para implementar la música iraní en los instrumentos musicales occidentales,
representándose en dos composiciones para la guitarra al comparar dos mundos
completamente diferentes, con la realización de un concierto de música tanto en el
se-taar y guitarra.
259
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar: Patrimonio Cultural Venezolano e Iraní
La música no podía ser una excepción: los principales avances de la época en este
terreno (nacimiento y desarrollo de la polifonía), fueron conocidos y «exportados»
desde escuelas situadas en París y otras localidades del Camino, destacando sobre
todas, las de San Marcial de Limoges y la de Santiago. Por último, en el contexto
artístico, debemos hablar de las iglesias de peregrinación, templos que presentan
una estructura y una tipología común especialmente indicada para acoger grandes
grupos de peregrinos ávidos de ver y rezar ante las reliquias de diferentes santos.
Farhat (2004), en su trabajo The Dastgah Concept in Persian Music [El Concepto
Dastgah en la Música Persa], nos comenta acerca de la tradición del arte de interpretar
260
por: Gabriel Gómez
261
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar: Patrimonio Cultural Venezolano e Iraní
262
por: Gabriel Gómez
Referencias
Ardalan, A. (2012). Persian Music meets West. [La Música Persa encontrada en
Occidente]. Tesis de Licenciatura en Interpretación Musical, Lahti University of Applied
Sciences. Facultad de Música. Proyecto final de carrera. Disponible en:
http://w w w.theseus.fi/bitstream/handle/10024/47450/Ardalan_Afshin.
pdf?sequence=1
Arom, S. (2008). Modelización y modelos en las músicas de tradición oral. En: Las
culturas musicales: lecturas de etnomusicología. Madrid: Trotta.
Arvelo Ramos, A. (2001). La bandola venezolana. Caracas: Colección otros títulos. BCV
Banco Central de Venezuela.
Decenas, Simón (2013). El Golpe Sucrense: el primer joropo. [Libro digital]. Caracas:
Fundación Bigott. Disponible en: http://www.fundacionbigott.com/multimedia
263
Be name Khoda - En el nombre de Dios
Bandola y Barbat-Taar: Patrimonio Cultural Venezolano e Iraní
Luján, M. y García, T. (2007). “La organología popular en el levante Español”. En: Revista
de Folklore, Número: 318, Año: 2007, p. 183-216, Dirigida por Joaquín Día. Edita: Obra
Social y Cultural de Caja España. p. 201-206. Disponible en:
http://www.funjdiaz.net/folklore/07ficha.php?ID=2389
Nettl, B. (1987). The Radif od Persian Music: Studies of Structure and Cultural Context
(Elephant & Cat), [El radif en la música persa, estudios de la estructura y el contexto
cultural, el elefante y el gato]. Champaign, Illinois.
264
por: Gabriel Gómez
UNESCO (2009). “El radif de la música iraní”. [Fecha de la consulta: Abril, 01, 2014].
Disponible en:
http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?lg=es&pg=00011&RL=00279
265
TERCERA PARTE
APORTES DESDE EL PATRIMONIO CULTURAL
266
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural
Caraqueño
Resumen
Palabras Clave
Patrimonio Sociocultural
Gerencia, Humanismo
Fundapatrimonio
Modelo
1. Docente Universidad Central de Venezuela. Profesor Titular-Universidad Metropolitana. Doctor en Patrimonio Cultural.
Postdoctor en Ciencias Sociales, mención Administración y Gerencia. Postdoctor en Estudios Políticos Latinoamericanos.
Profesor de Doctorado en Gestión del Patrimonio Cultural-ULAC. Caracas-Venezuela.
267
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
Introducción
Bajo esta premisa cumple su actividad una institución que en los últimos años
ha intentado ofrecer una nueva perspectiva de los valores que conforman la
venezolanidad y la caraqueñidad en la vida del ciudadano común del país o de su
capital, se trata de Fundapatrimonio-Alcaldía de Caracas, en su período agosto 2000 -
febrero 2007, una organización que fue fundada en el año 1993, que a pesar del poco
tiempo de existencia, se ha convertido en el adalid del rescate del patrimonio histórico
cultural del municipio Libertador de Caracas. Entendiendo que desde su fundación
hasta ese intervalo las gestiones fueron moderadas en relación al inventario, y mucho
más acentuadas fueron por sus escasas ejecuciones de restauración en infraestructuras
históricas de gran formato, así como una apocada relevancia sobre la programación
sociocultural de los espacios o edificaciones de valor histórico, arquitectónico o
cultural, en la geografía del municipio Libertador de Caracas.
268
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
269
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
tendió a ser original, puesto que trató un tema nuevo, fresco y poco estudiado en
el contexto académico, debido a que hay mínimos documentos sobre modelos
gerenciales municipales de dicha área, útil para desarrollar gestiones integrales con el
patrimonio histórico y sociocultural de Caracas. Se generó, además, una información
de relevancia que permitió concebir orientaciones específicas vinculadas al tema de
estudio, el cual es una demanda real de la gente, lo que ha contribuido a mejorar la
calidad de vida institucional e individual a través de una fuerte dosis de pertinencia
social, de reforzamiento en la identidad, la memoria, la querencia y reconocimiento
del patrimonio cultural para reconocer los valores históricos de la sociedad caraqueña
y poder detentar esta referencia para posibles futuras aplicaciones de gerencia en esta
área institucional a la ciudad de Caracas y a otras zonas geografías del país.
Recorrido metodológico
Puede tratarse de investigaciones sobre la vida de la gente, las experiencias vividas, los
comportamientos, emociones y sentimientos, así como al funcionamiento organizacional,
los movimientos sociales, los fenómenos culturales y la interacción entre las naciones.
Algunos de los datos pueden cuantificarse, por ejemplo con censos o información sobre
los antecedentes de las personas u objetos estudiados, pero el grueso del análisis es
interpretativo. (p. 12)
270
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
A objeto de lograr este propósito, se trabajó en el marco del muestreo teórico acerca
del cual Glaser y Strauss (ob. cit.) señalan que “se realiza para descubrir categorías y sus
propiedades y para sugerir las interrelaciones dentro de una teoría” (p. 62). De allí que
a través del empleo del muestreo teórico y, por supuesto, del muestreo intencional, se
seleccionaron e incorporaron los casos estudiados según su potencial para ayudar a
definir o expandir la información lograda.
Como dicen Strauss y Corbin (2002) “Una pregunta que se presenta una y otra vez es
durante cuánto tiempo debe el investigador continuar el muestreo. La regla general
al construir una teoría es reunir datos hasta que todas las categorías estén saturadas”.
(p. 231)
Y a Morin (1997):
Queda por mostrar, ahora, que el hombre es totalmente cultural. En principio, es necesario
recordar que todo acto está totalmente culturizado…..Definiré, pues, así, el nudo gordiano
de la nueva antropología: el ser humano es totalmente humano porque es al mismo
tiempo plena y totalmente viviente, y plena y totalmente cultural. (s/p)
271
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
El Modelo
Gerencia
Gerencia pública
De Cepeda (2006), dice que para Plasencia (1994), la gerencia pública “se define como
el conjunto de conocimientos y prácticas que permiten mejorar la racionalidad de la
dirección administrativa del Estado en términos sociales” (p.4); sin embargo, Bozeman
(1993) menciona que “la gerencia pública supone un focus sobre una estrategia (más
que sobre un proceso gerencial) sobre las relaciones interorganizacionales y sobre la
intersección de la gerencia y las políticas públicas”. (p. 4)
272
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
Humanismo
Aquí podemos citar la génesis del humanismo en la época helénica con su precursor,
Aristóteles (384 a. C. - 322 a. C.), filósofo griego, nacido en Estagira, Macedonia (hoy
Grecia), donde todas las reflexiones iban dirigidas a revaluar el valor de la dignidad
humana, apreciamos en algunos de sus aforismos su amor a la humanidad, Literato.
es (2010):
La poesía es más profunda y filosófica que la historia. Los discursos inspiran menos
confianza que las acciones. El amigo es otro yo. Sin amistad el hombre no puede ser feliz.
El género humano tiene, para saber conducirse, el arte y el razonamiento. La verdadera
felicidad consiste en hacer el bien. La dignidad no consiste en nuestros honores sino en el
reconocimiento de merecer lo que tenemos.
Aforismos sobre los valores humanos dejaron los clásicos como Aristóteles. Después
tuvo como intervalo de luz humanística a la edad del Renacimiento donde se
consagraron unas de las manifestaciones más elevadas del humanismo, bien dice
Colomer (1997):
Patrimonio Cultural
273
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
ºBienes Inmuebles:
lo constituyen las edificaciones, los monumentos religiosos, los espacios públicos,
militares, construcciones en piedra y otros materiales, entre múltiples obras de
ingeniería material.
ºBienes Muebles:
son aquellos objetos que pudieran ser movidos o trasladados, tales como instrumentos
musicales, vestidos, orfebrería, obras de arte, artesanías, documentación valorativa,
muebles, fotografías, armas entre otros muchos, se constituyen como Complejos de
Acceso a los conocimientos y a la sabiduría de las culturas todas y a la presentación
e integración cultural de la educación formal e informal, participan también en el
entendimiento recíproco y en la unidad social, así como en el desarrollo humano y
económico.
ºPatrimonio Natural:
monumentos naturales, formaciones geológicas y fisiográficas y las zonas
estrictamente delimitadas que conformen el hábitat de especies animal y vegetal
amenazadas y los lugares naturales o sitios naturales delimitados que contengan un
valor universal excepcional a partir del punto de vista estético, científico, o de belleza
natural.
En forma básica, la acción del Estado y de las políticas públicas respecto del patrimonio
cultural debe conjugar acciones dirigidas a fomentar su continua producción, protección,
recuperación, sostenibilidad, divulgación, rehabilitación y el acceso de la comunidad
274
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
Lo local o municipal
275
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
276
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
Por ejemplo, resulta altamente preocupante el auge destructivo que implica la inmensa
fortuna de capitales desordenados y sin dirección en el orbe contra la sensibilidad
hacia los demás. Alarma sólo pensar cuando se construye un enorme espacio de
energía atómica, dejando en el exilio todas las inversiones sociales. También el proceso
reflexivo de las ciudades implica un panorama dual entre los extremos, por ejemplo la
hambruna y la obesidad. En este sentido, las ciudades nos arrastran hacia una especia
de alucinaciones de valores incompletos. El axioma asimétrico de lo humanístico y la
supervivencia biológica coinciden en la terráquea paradoja de la evolución.
En seis años y medio se creó, gestionó y conquistó la estructura de donde emergió este
nuevo sistema de patrimonio cultural en el municipio libertador que se presenta en
esta investigación, como ejemplo de punta en el ejercicio público, con la contabilidad
gerencial de ochenta y cuatro obras de restauración, solo dos de ellas Los Próceres
y El Silencio contienen cuarenta hectáreas restauradas. Más de cincuenta y cinco
mil actividades socioculturales con un número de usufructuarios de dos millones
quinientos mil ciudadanos.
277
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
3.-Eje ambiental
Vinculado al patrimonio que la naturaleza ha dejado a nuestra ciudad, que circunda con
los inmuebles históricos convertidos en centros de desechos en los que, después de
una intensiva recuperación, se les devuelve su armonía urbano-ambiental. Verbigracia
Parque Nacional El Ávila, ecosistemas fáunicos, florales, arbóreos, biológicos, naturales.
278
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
279
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
16.-Eje privado
Enlaces compuestos estratégicos y operativos con el sector privado como una vía
racional de rescate del patrimonio cultural de Caracas, entendiendo que un alto
número de este es de propiedad privada.
280
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
20.-Eje parroquial
Otorga los significados de posibilitar la reproducción del Sistema y sus Ejes en todas
las parroquias que componen la ciudad de Caracas, un nanosistema creciente y
ramificado de patrimonio cultural material, inmaterial y natural, brindándole al sujeto
que habita en ellas, la posibilidad de visitar y disfrutar de centros socioculturales,
plazas y estatuas, entre otras valoraciones.
22.-Eje de seguridad
Implantaciones de actividades y acciones de en resguardo, custodia, vigilancia,
comunicación, educación, prevención, tecnificación, formación, desarrollo y represión
entre todas las instancias de seguridad estadal, del ecosistema cívico y privado y en
extensión de la sociedad en sus mecanismos plenos para subsanar las contingencias
del hecho punible contra el patrimonio sociocultural, manteniendo el respeto y
protección perenne hacia todos los valores culturales vinculados a la ciudad.
23.-Eje de sinergia
Conexiones de todos los Ejes Operativos del Sistema de Patrimonio Sociocultural
Caraqueño y donde la totalidad o mayoría de la ciudadanía conozca el sentido y
atención proactiva hacia cada uno de ellos.
281
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
29.-Eje UNESCO
Son todos los desarrollos valorativos que propendan a corresponder la normativa
compuesta de la Unesco para afianzar el reconocimiento y declaratorias por parte de
ese organismo en función de experiencias auténticas- singulares o plurales y tender a
las declaratorias mundiales formales del patrimonio sociocultural caraqueño.
282
por: Gustavo Rafael Merino Fombona
Referencias
Bozeman, Barry (1993). Public Management. The State of Art, Jossey-Bass, California.
Castellanos Valenzuela, G. (2008). Fomento de la Cultura y Salvaguarda del Patrimonio
Cultural, Número 37l. Recuperado en Julio 2010, disponible en http://www.slideshare.
net/auditoriageneral/fomento-de-la-cultura-y-salvaguardia-del-patrimonio-cultural.
283
Un Modelo de Gerencia y Humanismo del Patrimonio Sociocultural Caraqueño
+patrimonio+cultural&cd=12&hl=es&ct=clnk&gl=ve.
284
Gestion del Patrimonio Integral
Parroquia Macarao. Municipio Bolivariano Libertador
Palabras clave
Gestión
Memoria
Patrimonio Integral
El estudio acerca de los personajes que han hecho vida en el casco central de la
parroquia Macarao del Municipio Bolivariano Libertador, como aspecto esencial en
la representación contemporánea de la memoria cultural colectiva, ha permitido
mantener de manera generacional, los lazos integradores de su legado cultural a
nivel histórico, integran los basamentos conceptuales para determinar los factores
que orientarían una concepción de gestión local en este espacio de la ciudad de
Caracas, a partir de aquí podemos comprender los enlaces, formas de reconocimiento
e interpretación y, por ende, aceptación del desarrollo cultural tras histórico que ha
desarrollado cada generación en la construcción simbólica, a partir de la asimilación
de micros realidades patrimoniales insertas en tejido nacional de identificación.
Podemos decir que las formas de representación del patrimonio inmaterial en esta
localidad constituyen un campo de estudio de importancia para el sector científico en
la actualidad, que nos llevarían a reconocer con mayor profundidad, los medios que
intervienen en el diseño conceptual de la gestión patrimonial, que podrían acercase
*
1. Especialista en Gerencia Cultural Universidad Nacional Experimental Simón Rodríguez. Cursante del Doctorado en
Patrimonio Cultural de la ULAC, sede Caracas.
285
Gestion del Patrimonio Integral
Parroquia Macarao. Municipio Bolivariano Libertador
Para 1939, Halbwasch escribe “La Memoire collectivechez les misciens”, donde
establece que el lenguaje musical aporta en la formación de la memoria colectiva,
un discurso lingüístico que influye como marco social del recuerdo. Para 1941, en
plena guerra mundial, diserta acerca del estudio de la memoria colectiva por medio
del tema denominado La topographielégendaire des Évangiles en TerreSainte, en este
expresa su visión de la memoria colectiva, definiendo que
286
por: Iris Salcedo
Por otra parte, Pollack (2006) hace referencia al concepto de memoria subterránea
como la expresión de grupos que han silenciado sus recuerdos, producto de los
conflictos con las memorias dominantes, que han logrado mantener el recuerdo
vivo durante muchos años o incluso siglos, de generación en generación. Podemos
decir, que la permanencia a partir de la preservación del recuerdo por medio de la
transmisión de la oralidad, incluye aspectos de transmisión generacional de gran
importancia en los intercambios culturales, desde donde se consolidan valoraciones
territoriales, monumentales, personajes, mitos, leyendas, manifestaciones desde la
transferencia de sentidos expresados en el recuerdo vivo, como aspecto integrador de
la población en la comunidad, a pesar de que parte de un pasado remoto constituye
un hecho actual en la construcción de identidades colectivas.
En relación a este aspecto Huyssen (2002) explica a partir del holocausto, la caída del
muro de Berlín o el fin de las dictaduras militares en América Latina, que la memoria
responde a comportamientos sociales matizados por la globalización, el surgimiento
de nuevos nacionalismos, de igual forma tocada por los avatares de la economía, las
nuevas expresiones humanas y el vértigo.
287
Gestion del Patrimonio Integral
Parroquia Macarao. Municipio Bolivariano Libertador
Las bases de transmisión del testimonio oral en la memoria colectiva como basamento
de preservación de la transmisión de conocimientos desde las memorias individuales
y sociales, son fundamentales para conservar los recuerdos que mantienen los
pobladores de Macarao, por ello se deben afianzar en función de instrumentar medios
eficaces que nos permitan consolidar y mantener de forma adecuada, el testimonio
como valor esencial de la transmisión oral.
Partiendo de las definiciones del testimonio podríamos decir que desde la información
recogida en entrevistas para la obtención de información de diversos actores de
la localidad, intervienen los procesos memoriales, testimoniales y, por ende, de las
interpretaciones realizadas por los investigadores una vez descrita la información,
pueden surgir amenazas en la obtención real de la indagación, bien sea por un
inadecuado diseño o por diferentes factores de intimidación de los actores que relatan
a partir de este escenario, es considerable manejar herramientas en el testimonio
que permitan valorar y preservar sin ocasionar lesiones a la memoria individual y los
relatos personales.
288
por: Iris Salcedo
289
Gestion del Patrimonio Integral
Parroquia Macarao. Municipio Bolivariano Libertador
Otro fenómeno estructurante para nuestro país y que genera demandas y necesidades
culturales de nuevo tipo, lo constituye la inmensa migración que normalmente está
motivada por la búsqueda de mejores posibilidades de desarrollo personal, podríamos
decir que como nunca antes, estamos expulsando población fuera del territorio.
290
por: Iris Salcedo
Políticas culturales
De igual manera, cita este autor que la política cultural puede entenderse…”como la
estrategia por excelencia que emplean los estados para el logro de un determinado
desarrollo cultural, de allí que la política cultural puede verse como la estrategia
rectora y por ende coordinadora del proceso de desarrollo cultural nacional” (p- 2)
Cabe destacar según este autor que sus líneas de acción deberían extenderse hacia los
planos como el educativo, el comunicacional, ecológico, y sobretodo, hacía el ámbito
de lo cotidiano. Establece, además, que cada Estado “determina su propia política
cultural en función del modelo de desarrollo nacional y el modelo de desarrollo
cultural nacional” (p- 2)
Considera que la política cultural en cada nación está condicionada desde cuatro
ámbitos técnicos: 1) El crecimiento y la magnitud del aparato cultural, 2) la legislación
que rige la materia 3) la evolución y desarrollo del sector cultura y 4) los recursos
presupuestarios asignados al mismo. Estos aspectos sintetizan, según el autor, los
componentes para la formulación estratégica de la política cultural.
Una política cultural es para Freire (2001) "Un instrumento válido del estado moderno,
especialmente en los países menos desarrollados, para acelerar y dinamizar sus
procesos en aras de una mayor libertad, un mayor bienestar y una mayor realización
integral del ser humano". (Disponible en: http://www.innovarium.com)
Las políticas culturales podría decir que se establecen en nuestro contexto a partir de
retomar la memoria cultural desde las culturas étnicas originarias, la territorialidad,
generando lineamientos tanto en el campo de las instituciones culturales y educativas
291
Gestion del Patrimonio Integral
Parroquia Macarao. Municipio Bolivariano Libertador
Los medios de comunicación masiva a pesar de existir un marco legal; que debe
direccionalizar las políticas culturales del Estado venezolano, siguen careciendo de
programas educativos que contemplen los aspectos de los componentes culturales
venezolanos, como espacios para difundir y consolidar los diferentes aspectos
culturales étnicos, patrimoniales correspondientes a nuestro legado histórico.
La gestión reclama una capacidad de definir objetivos y diseñar el proyecto como eje
y metodología de la acción. La gestión exige un cierto gusto por la autonomía,… para
resolver los problemas que emergen en la ejecución. (Martinell, 2001, p. 12)
292
por: Iris Salcedo
que nos permitan conocer de forma precisa tanto los indicadores cualitativos como
cuantitativos.
Componente creativo
Desarrollar una planificación conjunta a partir del conocimiento entre actores sociales
e institucionales con el propósito de integrar estrategias para el fortalecimiento del
talento humano de la organización, a partir de la integración de redes tecnológicas
y sociales, que permitan propiciar diferentes escenarios del conocimiento en los
ámbitos nacional, internacional y local.
293
Gestion del Patrimonio Integral
Parroquia Macarao. Municipio Bolivariano Libertador
Objetivos
Propósitos
294
por: Iris Salcedo
295
Gestion del Patrimonio Integral
Parroquia Macarao. Municipio Bolivariano Libertador
Dentro de este enfoque interdisciplinario, que expresa todos los significados del
componente patrimonial local en el enfoque de la memoria como aspecto integrador,
pasando por la visión territorial, el privilegio del componente del patrimonio natural y
la diversificación de personajes culturales que han entrelazado los sentidos, integrarían
los ejes políticos de la gestión local, a fin degenerar un modelo de gestión viable.
•Diagnóstico Interno
•Actividad cultural
•Escenarios de futuro
•Eficacia
•Eficiencia
•Acciones
Conclusiones
El estudio acerca de los personajes que han hecho vida en el casco central de la
parroquia Macarao del Municipio Bolivariano Libertador, como aspecto esencial en
la representación contemporánea de la memoria cultural colectiva, ha permitido
mantener de manera generacional los lazos integradores de su legado cultural a nivel
histórico, conjuga los basamentos conceptuales para determinar los factores que
orientarían una concepción de gestión local en este espacio de la ciudad de Caracas.
296
por: Iris Salcedo
Referencias
Huyssen, Andreas. 2002. En busca del futuro perdido. Cultura y memoria en tiempos
de globalización. México: Fondo de Cultura Económica.
297
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
Este trabajo parte concibiendo la identidad cultural como una red de relaciones que
permite a los individuos diferenciarse y reafirmarse frente al otro, que se apoya en
sistemas de representación (imágenes) intervenidas por condiciones socioculturales
generadas a partir de nuestra condición posmoderna, globalización, intervención
de los medios, publicidad. Esta situación, además, se correlaciona con el fenómeno
sociocultural de la pérdida del interés por lo real o lo verdadero que derivó, en las
sociedades actuales, en el culto hacia el espectáculo. El objetivo del artículo es analizar
las implicaciones que el mencionado culto sostiene sobre la construcción y definición
de la identidad cultural. Durante la reflexión se considerará el trabajo de Debord,
Hall, Lipovetsky, Maalouf, Bauman, Debord, entre otros, para generar un diálogo
hermenéutico que permita oponer y relacionar sus ideas.
Palabras clave
Identidad Cultural
Representación
Imagen
Introducción
El incesante cuestionamiento del ser humano sobre su identidad cultural, ese aspecto
dentro del capital simbólico que le permite diferenciarse y reafirmarse ante un otro,
es un asunto que históricamente se ha abordado desde distintos espacios del saber
(científico, humanístico y popular). Esa reflexión no sólo ha producido un extenso
debate, que se ha decantado por hipótesis y definiciones más o menos transitorias,
*
1. Licenciada en Educación mención Castellano y Literatura, actualmente estudiante del Doctorado en Patrimonio Cultural
de la Universidad Latinoamericana y del Caribe (ULAC) - Cumaná. Profesora adscrita al Departamento de Filosofía y Letras
de la Universidad de Oriente (UDO), Núcleo de Sucre.
298
por: Ana Isabel Ramos
sino que ha permitido entender la identidad como un concepto que, por su propia
naturaleza, excede los límites de cualquier disciplina; que se muestra como un asunto
escurridizo, maleable, cambiante y multidimensional, situable al mismo tiempo en
el centro, la periferia e, incluso, entre los intersticios de lo social, histórico, biológico,
filosófico, religioso o político.
Por otro lado, como resultado de los continuos cambios sociales y evolución
tecnológica, emergen cada día nuevos recursos o factores que intervienen sobre
las formas de autorrepresentación; de manera que reflexionar sobre la identidad se
entiende como una tarea que demanda precisiones sobre el medio cultural, político o
religioso que rodea al individuo (o a un grupo), pero se han incorporado al debate las
implicaciones sexuales, generacionales, laborales, entre muchos otros rasgos que nos
permiten definirnos frente al otro.
2. Payne en el Diccionario de Teoría, Crítica y Estudios Culturales (2002, p. 528) presenta el término posmodernidad desde
tres perspectivas, como “aportaciones de las artes y la cultura de la segunda mitad del siglo XX (…), emergencia de nuevas
formas de organización social y económica grosso modo desde la guerra de 1939-1945 (…), tipo particular de escritura y
reflexión teóricas”. Estas acepciones evocan diferentes ámbitos del quehacer humano en la historia reciente, de manera
que puede afirmarse que la posmodernidad es un fenómeno en progreso y de dimensiones aún inciertas. La intención, en
adelante, no es analizar los distintos contextos o definiciones que se han adjudicado a lo posmoderno, tampoco explorar
los numerosos cuestionamientos que se han formulado a esta categoría, sino considerar algunos aspectos, efectuados
desde esa lectura de la realidad, que actúan sobre la construcción de la identidad cultural en la época actual.
299
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
tema. Por ello, retomar algunas de esas ideas para contrastarlas o cuestionarlas es
un trabajo obligatorio que nos permite dar continuidad a la discusión, actualizarla y,
quizá, distinguir nuevas aristas del problema.
300
por: Ana Isabel Ramos
Contexto sociocultural
Para Bauman (2003, p. 41) “la identidad es una invención moderna (…) nació como
problema (es decir, como algo con lo cual es necesario hacer algo: como una
tarea)”. Durante la modernidad la filiación del sujeto deja de considerarse un asunto
meramente personal para presentarse como un fenómeno dialéctico social sobre
el que es necesario operar para controlarle. Ello derivó en la proliferación de los
proyectos fundacionales y de nación que aspiraban congregar la población alrededor
301
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
de modos de ser y diferenciarse del otro que les avalaban como miembros de una
nación. Contrasta durante ese período la legitimación y reforzamiento de algunas
prácticas culturales, religiosas, sociales, frente a la desacreditación e invisibilización
de otras. El "problema" de la identidad se resuelve mediante la promoción de una
suerte de perfil institucionalizado, re-creado e inculcado mediante reglas sociales,
educación, literatura o publicidad.
La identidad, como menciona Olga Molano (2008, p. 73), “no es un concepto fijo,
sino que se recrea individual y colectivamente y se alimenta de forma continua de
la influencia exterior”, por tal razón puede ser intervenida de forma sistemática
e intencional. En la modernidad (y aun hoy) esta propiedad posibilitó no sólo la
manipulación o la imposición de referentes y elementos ajenos a un grupo social, sino
la invisibilización y desacreditación de las prácticas y valores de sectores sociales no
hegemónicos.
302
por: Ana Isabel Ramos
Bajo la acción de los medios y la publicidad, el saber empírico, producto del encuentro
y la interacción entre individuos, es desplazado por la información que se obtiene
sobre un otro "imaginado", del que sólo se perciben algunos rasgos permeados por la
óptica de los informantes, publicistas y comunicadores. La experiencia es desplazada
por lo subjetivo, lo ambiguo y lo fragmentario, y ya el sentido (en las disciplinas como
en la vida) no es un objeto de deseo.
303
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
se empieza a comprender, mal que les pese a nuestros metafísicos y antimetafísicos, que
ya es posible vivir sin objetivo ni sentido, en secuencia-flash, y esto es nuevo. "Es mejor
cualquier sentido que ninguno", decía Nietzsche, hasta esto ya no es verdad hoy (1986, p.
38)
304
por: Ana Isabel Ramos
305
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
[N]os juntamos porque nos parecemos, porque estamos directamente sensibilizados por
los mismos objetivos existenciales. El narcisismo no solo se caracteriza por la autoabsorción
hedonista sino también por la necesidad de reagruparse con seres "idénticos", sin duda
para ser útiles y exigir nuevos derechos, pero también para liberarse, para solucionar los
problemas íntimos por el "contacto", lo "vivido", el discurso en primera persona: la vida
asociativa, instrumento psi. El narcisismo encuentra su modelo en la psicologización de
lo social, de lo político, de la escena pública en general, en la subjetivización de todas las
actividades antaño impersonales u objetivas (1986, p. 14)
El mundo no es solo lo que existe “allá afuera”: también es la imagen que tenemos en
nuestras mentes lo que nos permite tener un asidero en la realidad material. Al tomar ese
asidero, nuestra aprehensión de esa realidad cambia – y asimismo un amplio conjunto de
nuestras suposiciones y creencias.
306
por: Ana Isabel Ramos
La capacidad de los medios para intervenir en todas las facetas de la vida cotidiana
es hoy un lugar común de discusión en distintos ámbitos, entre partidarios y críticos.
Ahora bien, más allá de las potencialidades y derivaciones que enuncia Ramonet ,3en
su ensayo: "La tiranía de la comunicación", se hace evidente que las nuevas formas de
interconexión a escala mundial han venido a reforzar y canalizar una tendencia que
dos décadas antes (en 1967) ya Guy Debord denominaba sociedad del espectáculo:
una emergente "relación social entre personas mediatizada por imágenes" (p. 1).
Hoy hemos alcanzado un punto donde, como señala Ramonet, "se exige de la
información una vertiente visible y cuando un gran acontecimiento no ofrece capital
de imágenes se crea una especie de confusión difícil de develar" (en lasección
“Prensa, poderes y democracia”). Pero más allá de nuestra dependencia por la imagen,
entendida como construcción o representación, le atribuimos a ella la propiedad de
definir lo real y lo verdadero. En otras palabras, las visiones de vida, la relación con
el mundo o la autorrepresentación social e individual, están siendo constantemente
*
3. La articulación del televisor, la PC y el teléfono, ha creado una nueva máquina de comunicar, interactiva y basada en
las posibilidades del tratamiento digital de la información. Reuniendo los múltiples avances que han experimentado los
media hasta ahora dispersos (a los que se agregan el fax, la telemática y la monética), el multimedia e Internet significan
una ruptura y podrían transformar todo el campo de la comunicación, no sólo en los aspectos tecnológicos, sino también
en la esfera económica… (Ramonet, 1986, en sec. “Comunicación contra Información”).
307
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
intervenidas por imágenes ante las que actuamos como receptores y creadores; que
pueden reforzar, pero también falsear o cuestionar la identidad cultural.
La propensión dominante hacia la imagen fue advertida y criticada por Guy Debord
desde la primera mitad del siglo XX, coincidiendo con la crisis representacional sobre
la que reposa la era posmoderna. Para Debord (1995, p. 8), las relaciones modernas de
producción perfilan una tendencia donde “todo lo que antes era vivido directamente
se ha alejado en una representación”. La realidad es espectacularizada y de ese modo
contemplada; como resultado, el espectáculo “se presenta a la vez como la sociedad
misma, como una parte de la sociedad y como instrumento de unificación” (Ibíd.).
Sin duda alguna esta tendencia ha sido aprovechada y fomentada por los medios de
comunicación e información; no obstante, la formulación de imaginarios simbólicos
que interpreten y simplifiquen la realidad no puede entenderse como una actividad
que se circunscribe exclusivamente a ese ámbito.
La identidad cultural ha dejado de ser ese algo que se construye en interacción entre
308
por: Ana Isabel Ramos
los sujetos y su entorno para responder a un complejo juego que va del ocultamiento
a la visibilización, orientado por intereses del poder económico, político, religioso
o social y determinado por las demandas de una sociedad que si bien se reconoce
plural, apuesta por la simplificación de esa realidad.
El espectáculo se muestra a la vez como la sociedad misma, como una parte de la sociedad
y como instrumento de unificación. En tanto que parte de la sociedad, es expresamente
el sector que concentra todas las miradas y toda la conciencia. Precisamente porque
este sector está separado es el lugar de la mirada engañada y de la falsa conciencia; y la
unificación que lleva a cabo no es sino un lenguaje oficial de la separación generalizada
(p. 1)
309
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
¿Quién puede prever lo que significará, dentro de unos decenios, mujer, niño, hombre, en
qué abigarradas formas se distribuirán? El abandono de los roles e identidades instituidos,
disyunciones y exclusiones “clásicas”, hace de nuestro tiempo un paisaje aleatorio, rico en
singularidades complejas
Lipovetsky (2008, p. 45)
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por: Ana Isabel Ramos
311
Identidad Cultural: Imagen y Espectáculo
Referencias
312
por: Ana Isabel Ramos
313
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una
Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humano
por: Irene Puigvert1
Resumen
Palabras clave:
Educación En Patrimonio Cultural
Universo Simbólico Emocional
Micro Radial
Introducción
La enseñanza de los valores culturales se hace cuesta arriba entre tanto escasee la
información registrada en diferentes entes de comunicación, que no solo la represente
la educación formal en espacios convencionales. La comunidad carece de acceso fácil
a las fuentes bibliográficas, e incluso electrónicas, que lo ilustren acerca del Patrimonio
Cultural, bien por factores intrínsecos al ser humano o por factores extrínsecos.
Son los bienes propios de una comunidad y una cultura, la que a su vez está en íntima
relación con un lugar…Entonces podemos decir que patrimonio son los bienes propios a
una cultura y que es la resultante de la historia de esa cultura, y como tal, se manifiesta en
forma tangible e intangible (p.228).
*
1. Profesora agregado, del Instituto de Mejoramiento profesional del Magisterio UPEL, Unidad de Evaluación. Doctoranda
en Educación Instituto Pedagógico de Caracas y doctoranda en Patrimonio Cultural ULAC – Caracas.
314
por: Irene Puigvert
Estos elementos juegan un rol significativo tanto en la vida del propio individuo como
en su desenvolvimiento colectivo, por ello existe la necesidad de generar el constructo
del Ideario de la Educación en Patrimonio a través del medio radiofónico concebido
en el Universo Simbólico Emocional para el desarrollo humano, a fin de fomentar la
conciencia ciudadana sobre el valor del patrimonio.
Resulta desconcertante que pese al legado cultural material e inmaterial que tiene
Venezuela se evidencien actitudes desfavorables hacia la conservación de obras
patrimoniales y patrimonizables. Por ejemplo, grafitis en estatuas y construcciones
arquitectónicas, falta de restauración, escaso mantenimiento, irrespeto a las
edificaciones cuando se generan actividades como patinar en los escalones, consumir
bebidas alcohólicas, dormir, gritar, depositar basura, trepar paredes y muros de
edificaciones de siglos construidas, que ya presentan el deterioro normal por los años
transcurridos, además de los factores climáticos, intemperie y erosión a la cual está
expuesta permanentemente.
315
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
A lo largo de toda la historia han existido teorías, ideas y diversos planes, pero todo,
absolutamente todo, gira entorno a una sola cosa, “el hombre”, la criatura que a
pesar de no tener capacidades físicas extraordinarias, ha conquistado al mundo y
ubicándose en la cima de la cadena de la vida por una simple razón, por su inteligencia
y su capacidad de utilizarla.
316
por: Irene Puigvert
sin ella el mundo sería una inmensa jungla. El curso de la historia ha demostrado
que esta simple cualidad del humano, interpretada como ser racional, es la que le ha
permitido establecer teorías, refutar las mismas, crear sistemas, gobiernos, imperios,
sociedades, organizaciones, construir relaciones con sus semejantes y generar un plan
de existencia propiamente dicho. Lo señalado por la autora de la investigación, encaja
con la concepción y construcción que cada ser, cada ciudadano, cada hombre, haga
de su universo simbólico personal, que influencia su desenvolvimiento social con el
patrimonio cultural, bien como hacedor y constructor del mismo, o como heredero.
Para tal fin, el ser humano como miembro de un tejido social, inserto en una concepción
freiriana (por Paulo Freire) desde la Ciudad Educadora, donde son múltiples los
organismos que educan en una dimensión de interculturalidad, siendo en este caso la
radio un entes del tejido social educador que tiene responsabilidad difusora tanto en
los mejores términos como en los no tan idóneos en materia cultural, por ser de fácil
acceso a un gran público, definido como los medios de comunicación masivo.
317
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
También otros autores como Freire (2007) revelan la importancia entre la comunicación
y la educación. La visión freiriana de la comunicación y la educación es interpretada
como la dialógica con vista a la emancipación del hombre, su compromiso con el
individuo y con su realidad cultural; Frondizi (1995) por su parte habla de la valoración
del bien patrimonial, expresando que: “…los bienes equivalen a las cosas valiosas,
esto es, a las cosas más el valor que se les ha incorporado, así, un trozo de mármol
es una mera cosa; la mano del escultor le agrega belleza …”(p. 11). Es así como este
referente sustenta la importante diferencia entre la conciencia de bien y la de valor en
la construcción, lo que indica la influencia del universo simbólico emocional del ser
humano, delante de la obra cultural, bien como testigo o protagonista.
Por su parte, Cuesta (2012) señala el valor de la radio como dinamizadora de procesos
sociales y culturales en Venezuela; permite entablar un diálogo con la comunidad
sobre sus problemáticas e inquietudes, siendo una de las producciones radiofónicas
los micros radiales de contenido educativo tribuna para le educación en patrimonio
sustentando esos contenidos sobre el valor por las obras patrimoniales desde el
sentimiento inspirador de los protagonistas testimonio a través de las generaciones.
318
por: Irene Puigvert
Fundamentación referencial
Otro aspecto relevante para el hombre, que hacen referencia Martíns y Morán (2007)
es la manifestación del ser, lo cual se materializa en la búsqueda incesante de los
verdaderos valores. El individuo nace con libertad, verdad y amor, concibiéndose
como un ser satisfecho consigo mismo. Estos son sus valores de arraigo.
319
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
De acuerdo con Martins y Morán (2007) el ser humano es: “Un término mixto
referido a la esencia o naturaleza humana y es el centro o eje de todas las relaciones
y/o dimensiones de cómo se generaliza al hombre” (p.97) Esta unificación alude a
establecer que en el hombre existe una triangulación en esencia conformada por el
cuerpo, la mente y el espíritu, los cuales funcionan en unísono.
Es así como el ser humano posee inteligencia espiritual que le permite plantearse una
evolución existencial connotada de sabiduría y amor, cumpliendo con los anhelos
preconcebidos. La espiritualidad se vincula con la mente, desde la estructuración de
la cognitividad y el aprendizaje (mundo psicológico), para expresarse en la conducta
humana o personalidad. Estos componentes descritos, se integran al conjunto de
tejidos, células y órganos que constituyen el cuerpo, a través del cual el individuo
manifiesta la espiritualidad y el mundo emocional sobre el que está compuesto, que
constituyen las fuerzas para interactuar consigo y en comunidad.
320
por: Irene Puigvert
321
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
(...) con fe anhela algo y confía en que lo va a recibir, por eso lucha hasta contra el fatalismo
propio de ciertos intereses. Además, tiene la capacidad innata de creer en un mañana
donde reine la paz, justicia, amor y gracia. (p. 67)
El hombre, es consciente de la línea que divide el bien del mal, esta línea es la moralidad
propiamente dicha. Un hombre que tenga firmes principios, difícilmente es capaz de
hacer mal, mientras que aquel hombre de vagos principios, cede fácilmente ante los
vicios e incluso llegar al extremo de generar niveles de inconciencia hasta dañar a sus
semejantes.
Los tres o cuatro primeros años de vida son una etapa en la que el cerebro del niño
crece hasta aproximadamente los dos tercios de su tamaño definitivo, y evoluciona en
complejidad a un ritmo mayor del que alcanzará jamás. Durante este período las claves
de aprendizaje se presentan con mayor prontitud que en años posteriores, y el aprendizaje
322
por: Irene Puigvert
Ello implica que es en la primera infancia cuando el modelaje que se haga de los
valores va a permanecer a lo largo de la vida del ser humano, que condiciona la
actitud del individuo, que es suspicaz en vez de confiado, airado en lugar de optimista,
destructivo en oposición a respetuoso, que en definitiva se traduce en insatisfacción
consigo.
4. Principio del servicio o idea de contribuir. Todo humano necesita servir al otro y
recibir servicio del otro, ello lo hace sentirse satisfecho y compensado emocionalmente,
generando una fuerza ulterior que le permite seguir evolucionando en su crecimiento
personal.
323
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
7. Principio del crecimiento. Este principio está vinculado con el anterior, en cuanto
a que en la medida en que el ser humano más desarrolla sus talentos está expuesto a
mejorarse y por ende a crecer. Para desenvolver talentos, el ser humano requiere de
paciencia, educación y estímulo o motivación, tanto del medio como de su interior.
Los principios son considerados guías que orientan el desarrollo moral y ético en
los seres humanos, en ello influye considerablemente la experiencia de aprendizaje
desde los primeros años de vida y la disposición de transformación que se proponga
de acuerdo al desarrollo de patrones de conducta adaptados y aceptados socialmente.
Los valores o guías (responsabilidad del cerebro reptil) son para el ser humano sus
arraigos, los mapas mentales referenciados por la crianza y la familia, por tal motivo
interfieren en las relaciones humanas. Dependiendo de ellos y de la disposición del
individuo para incorporar nuevos patrones de comportamiento, con la intencionalidad
del cambio, las relaciones humanas serán más o menos eficientes en todos los planos
de la vida.
…conviene distinguir, desde ya, entre los valores y los bienes. Los bienes equivalen a las
cosas valiosas, esto es, a las cosas más el valor que se les ha incorporado. Así, un trozo
de mármol es una mera cosa; la mano del escultor le agrega belleza al "quitarle todo lo
que le sobra", según la irónica imagen de un escultor, y el mármol-cosa se transformará
en una estatua, en un bien. La estatua continúa conservando todas las características
del mármol común -su peso, su constitución química, su dureza, etc.; se le ha agregado
algo, sin embargo, qué la ha convertido en estatua. Este agregado es el valor estético. Los
valores no son, por consiguiente, ni cosas, ni vivencias, ni esencias: son valores (p. 11).
324
por: Irene Puigvert
También Frondizi (1995) expresa: “Una obra sobre estética no produce ninguna
emoción, pues está constituida por conceptos y proposiciones con significación y
sentido intelectual. No sucede lo mismo con un poema, donde la metáfora que usa
el poeta tiene una intención expresiva y de contagio emocional, y no descriptiva o de
conocimiento” (p.11). En este sentido, si el ser humano siente determinadas emociones
sobre el bien-objeto es porque éste tiene significados que le permiten actitudes
desde la valoración que se reinterpretada en las emociones, que a su vez generan
la construcción de formas de comportamiento ajustadas a una ordenanza, normas,
lineamientos en materia de cultura, que orientan el deber ser de una comunidad o
grupo cultural educado en la preservación del patrimonio cultural de su país.
Toda práctica educativa está incrustada en la teoría y sólo puede comprenderse por
relaciones a las preconcepciones teóricas tácitas de los practicantes, lo que implica que la
teorización de la educación no es una actividad específica de una minoría académica, lo
que presupone que la teoría no se crea aisladamente de la práctica, sino es una dimensión
indispensable de esta. (p.39)
325
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
Freire (2007), significativo pedagogo del siglo XX, con su principio del diálogo,
enseñó un nuevo camino para la relación entre profesores y alumnos. Su pedagogía
del oprimido, concebida como pedagogía humanista y liberadora, para Freire tiene
dos momentos interrelacionados: uno cuando los oprimidos van alcanzando su
transformación y, un segundo instante, cuando ya el contexto transformado pasa a
definirla como la pedagogía del hombre liberado. Esta postura pedagógica es ejemplo
de la praxis de la educación en patrimonio cultural, donde un pedagogo social debe
centrar su interés educativo en las comunidades oprimidas, encontrando en los
medios de comunicación la tribuna para desarrollar la motivación empática en las
personas que escuchan radio como un medio informativo, recreativo y educativo.
326
por: Irene Puigvert
sustentado en el equilibrio emocional, que le permita entrar en el rol de ser apoyo del
necesitado y, a su vez, retroalimentarse desde la capacidad de servir y la retribución
emocional satisfactoria por el bien cumplido en su acción pedagógica en las
comunidades.
Otro aspecto fundamental referido por Freire, que colinda con la acción pedagógica
en el medio radiofónico, es su señalamiento:
La palabra tiene dos fases constitutivas indisolubles, acción y reflexión. Ambas en relación
dialéctica establecen la praxis del proceso transformador. La reflexión sin acción, se reduce
al verbalismo estéril y la acción sin reflexión es activismo. La palabra verdadera es la praxis,
porque los hombres deben actuar en el mundo para humanizarlo, transformarlo y liberarlo.
Los hombres no se hacen en el silencio, sino en la palabra, en el trabajo, en la acción, en
la reflexión. El diálogo implica un encuentro de los hombres para la transformación del
mundo, por lo que se convierte en una exigencia existencial. (p. 2)
327
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
Es así como el patrimonio testifica las experiencias del hombre en la sociedad y sus
aspiraciones que posibilita el descubrimiento propio en medio de ese caudal en el que
esta imbuido.
El vocablo patrimonio proviene del latín patrimonium que al descomponerse presenta dos
etimologías: pater-monium. Pater que significa padre y monium que proviene de monus o
moenus, que significa condición de… o acción legal de… por consecuencia patrimonium
es la condición legal de ser padre” (p.11).
Cualquiera que sea la forma de definir esta acepción sobre la definición de Patrimonio,
lo cierto es que obedece a un destacado valor excepcional inmaterial o material de un
objeto simbólico otorgado por el ser humano, quien al transmitirlo eleva su valía, y,
por ende, su reconocimiento social, al grado de trascender las fronteras de la localidad
que lo engendró, y tal como lo expresa Zermeño (2011): “ el sentido o significado
que le damos al hecho creado, manifestado en cosas –materiales o inmateriales- se
constituye como un patrimonio.”(p.11) Esto conduce a interpretar que lo que se crea,
se conoce y se le otorga valor.
328
por: Irene Puigvert
Abordaje metódico
329
Micros Radiales para la Educación en Patrimonio Cultural: Una Mirada desde el Universo Simbólico Emocional del ser Humanoå
Aproximaciones parciales
Por ser este un artículo que refiere una aproximación teórica de un estudio en proceso,
es posible establecer una conclusión parcial centrada en entender que la Educación
en Patrimonio Cultural parte de la valoración emocionalmente sentida por parte del
ciudadano, lo cual conforma su universo simbólico emocional. Para ello ha de tener
conciencia de su pasado, presente y futuro cultural, porque nadie valora lo que no
le duele y conoce. El patrimonio le otorga la identidad al ciudadano y se destruye
por desvalorizarlo, se pierde el sentido de pertenencia que lo arraiga a la cultura
patrimonial.
Es así como los micros radiales ejercen una labor educativa de inmensa trayectoria e
innovación al mismo tiempo, por tener la cualidad de recrear a inmensas masas de
ciudadanos que se favorecen de los contenidos educativos orientados a concientizar
en valores patrimoniales desde el sentir emocional, el fortalecimiento de la autoestima
en la formación de la ciudadanía cultural en aras de la concepción de identidad
nacional, para la protección, conservación y divulgación del patrimonio.
330
por: Irene Puigvert
Referencias
Carr y Kemmis (1988). Teoría critica de la enseñanza. Ed. Martínez Roca, Barcelona.
Ley de Protección y Defensa del Patrimonio Cultural (1993). Número 4.623. Gaceta
Oficial de la República de Venezuela
331
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino
(Sp), Brasil (1934 – 1939)
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato1
Introdução
O Instituto Profissional Feminino, em São Paulo (SP) surgiu como Escola Profissional
Feminina, da capital, em 1911, e recebeu a denominação de instituto, em 1933.
Desde 1994, é a Escola Técnica Estadual (Etec) Carlos de Campos2, localizada na Rua3
Monsenhor Andrade, 747, no bairro do Brás, na cidade de São Paulo.
1. Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. Grupo de Estudos e Pesquisas em Memórias e História da
Educação Profissional, em São Paulo, Brasil. www.cpscetec.com.br/memoria Pós-doutoranda em Museologia e Patrimônio
no Museu de Astronomia e Ciências Afins, no Rio de Janeiro.
2. Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro,
Brasil, www.mast.br
3. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo tombou o
prédio da Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, construído na década de 1930, registrado no Diário Oficial do Estado
de São Paulo, no volume 112, n° 148, de 07 de agosto de 2002.
Em 04 de novembro de 2014, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da
Cidade de São Paulo – CONPRESP, por meio da Resolução N° 29, tomba o conjunto de edificações escolares da primeira
república, e entre elas a Escola Técnica Estadual Carlos de Campos.
332
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
Figuras 1 e 2 - Prédios da Escola Técnica Estadual Carlos de Campos, de 1911 e de 1930. Fonte:
Acervo do Centro de Memória da Etec Carlos de Campos, em 2001.
4. Segundo Nora (1993): Os lugares de memória são antes de tudo, restos. A forma extrema onde subsiste uma consciência
comemorativa numa história que a chama, porque ela a ignora [...] Os lugares de memória nascem e vivem do sentimento
que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos, que é preciso manter aniversários, organizar celebrações,
pronunciar elogios fúnebres, notoriar atas, porque essas operações não são naturais. [...]
333
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
Em relação à conceituação sobre patrimônio cultural, para Viñao Frago (2011, p.34),
o patrimônio é sempre um processo inacabado de construção e reconstrução, e por
isso ocorrem: “[...] lós conflictos y lãs luchas por apoderarse de la memoria social de un
grupo determinado afecten a ló que en cada momento
*
5. Nesta pesquisa o conceito de musealização é definido segundo Desvallées e Mairesse: onde a musealização designa
o torna-se museu [...] A expressão “patrimonialização” descreve melhor, sem dúvida, este princípio, que repousa
essencialmente sobre a ideia de preservação de um objeto ou de um lugar, mas que não se aplica ao conjunto do
processo museológico. [...] De um ponto de vista estritamente museológico, a musealização é a operação de extração,
física e conceitual, de uma coisa de seu meio natural ou cultural de origem, conferindo a ela um estatuto museal – isto é,
transformando-a em musealium ou musealia, em um “objeto de museu” que se intregue no campo museal.[...] Um objeto
de museu não é mais um objeto destinado a ser utilizado ou trocado, mas transmite um testemunho autêntico sobre a
realidade.[...] (DESVALLÉES e MAIRESSE, 2013, p. 56-57)
334
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
[...] o conhecimento científico e tecnológico produzido pelo homem, além de todos aqueles
objetos (considerando também documentos em suporte papel), inclusive as coleções
arqueológicas, etnográficas e espécimes das coleções biológicas, que são testemunhos
dos processos científicos e do desenvolvimento tecnológico. Também se incluem nesse
grande conjunto as construções arquitetônicas produzidas com a funcionalidade de
atender às necessidades desses processos e desenvolvimentos. (2010, p.223)
6. [...] conflitos e lutas para apoderar-se da memória social de um grupo determinado afetando em cada momento o que se
considera digno de ser patrimonializável, conservado em lugar de memória [...]. (Tradução nossa)
335
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
do militar piemontês General Carlos Antonio Napion (1757-1814), que era professor
de Mineralogia e foi diretor da primeira fábrica de pólvora do Brasil, a Real Fábrica de
Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas, criada em 1808. Quanto ao Dr. Daniel Gardner, os
pesquisadores informaram que:
Ele já estava instalado no Rio de Janeiro em 1809, lecionando Química no Seminário de São
Joaquim desde aquele ano. O Seminário foi mais tarde transformado no Imperial Colégio
de D. Pedro II, em 1837, inaugurando suas aulas em 1838. No decreto de criação da Cadeira
de Química da Academia Real Militar, prescrevia-se que um sexto do ordenado previsto
para o professor devia ser utilizado nas despesas do curso. [...] O livro escrito e dado à luz
por Daniel Gardner é o ´Syllabus ou Compendio das Lições de Chymica’, o primeiro livro de
Química publicado no Brasil, pela Imprensa Régia, em 1810. [...] Trata-se de um pequeno
volume de trinta e cinco páginas, com uma obsequiosa dedicatória ao Príncipe Regente.
[...] Em 30 de dezembro de 1816, o texto recomendado para o futuro escolar é a ‘Filosofia
Química’ de Fourcroy, traduzida para o português por Manoel Joaquim Henriques de Paiva
em 1801. Este pode então ser considerado o primeiro compêndio adotado oficialmente
num curso regular de Química no Brasil. [...] (Santos e Figueiras, 2011, p.363-5)
336
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
337
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
Embora a cadeira de Química não esteja descrita nas “secções technicas” da Tabela 1, o
Relatório de 1936, traz o conteúdo de Química, que era ministrado às alunas do ensino
profissional secundário, e este é apresentado na Figura 3. Neste conteúdo observa-
se que trata de questões teóricas e práticas, inclusive ligadas a higiene pessoal e
doméstica.
338
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
339
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
Resgatar o passado plurifacetado da escola, produzido por diferentes actores sociais, exige
um trabalho de elaboração e procura de fontes, não só nos arquivos, mas também junto
de pessoas, despertando recordações, recolhendo materiais pessoais, pedindo auxílio
para interpretar outros, existentes nas escolas, nas diferentes situações, muitas vezes
em degradação ou em risco de se perderem completamente. E, se esquecer, descartar e
recordar o passado são funções da vida tão importantes, convém não as deixar apenas
aos acasos da sorte e dos poderes. O que implica a responsabilidade da sua preservação,
acessibilidade e interpretação dos vestígios do labor humano, para o que os arquivos e
museus têm um contributo indispensável. É nossa pretensão sublinhar o significado da
cultura material da escola e a importância de se aliar uma política de conservação ao
estudo dessas fontes, salientando o contributo da museologia. (2005, p.88-9)
Na estrutura desse Centro de Memória, estão duas salas temáticas, uma referente
aos cursos de “Educação Doméstica” e outra do curso de “Auxiliares em Alimentação
ou Dietistas” (Figuras 5 e 6), além de um Laboratório de Conservação e Higienização,
uma sala de Reserva Técnica, uma sala com Arquivo Deslizante e uma sala de Leitura
e Pesquisa. Na sala de Arquivo, encontram-se as seções de: iconografia, cartografia,
documentos textuais, obras gerais, obras raras e de periódicos. (MORAES; ALVES, 2002)
340
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
Figuras 5 e 6 - Na sala temática “Alimentação e Nutrição” a maioria dos objetos são da disciplina
de Química. Fotografias: Maria Lucia Mendes de Carvalho, em 2015.
7. Diante da colocação de Pierre Nora de que “(...) desde que haja rastro, distância, mediação, não estamos mais dentro da
verdadeira memória, mas dentro da história (...)”, pois a memória, para o autor, se enraíza no concreto, no espaço, no gesto,
na imagem, no objeto (Nora, 1993, p.9), se também se pode inferir que as lembranças nos vêm na maioria das vezes quando
outros a provocam, então lembrar não é reviver, mas reconstruir, repensar com imagens e idéias de hoje as experiências do
passado. Essas colocações remetem a Halbwachs, para quem a memória não é sonho é trabalho, a sua construção virá de
uma imagem reconstruída pelos materiais que estão agora a nossa disposição no conjunto de representações que povoam
nossa consciência atual. Não é a introspecção, mas a casual reativação de sensações esquecidas. (MENEZES, 2008)
341
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
342
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
Essas balanças analíticas foram produzidas pela empresa alemã F. Sartorins Gõttingen
e podem ter sido adquiridas, conforme relatou o Superintendente do Ensino
Profissional no estado de São Paulo, em 1936. (SILVEIRA, 1937)
Maria Lúcia: A primeira foto é, sem dúvida, no laboratório que era no prédio mais
antigo. Nesse prédio, havia no porão a cerâmica, a tecelagem e a despensa do refeitório
(e ainda vestiário das alunas do curso de Nutrição). Subindo a escada (ver na foto que
estou enviando) havia a sala do Dr. Pompêo, depois esse laboratório, no lado direito.
No esquerdo, salas de aula teórica. Subindo para o 2o. andar: sala da coordenação e
mais salas de aula teórica. Essa sala da coordenação era totalmente insalubre e nós a
ocupamos quando voltamos da Rego Freitas. Tinha tanto piolho de pomba caindo do teto
que ficamos doentes. Nesse prédio também havia um arquivo morto, cujo conteúdo foi
todo queimado, estava cheio de bichos. Imagino o quanto vc deve lamentar isso. Muito
da nossa história estava lá documentado (prontuários dos alunos, desde a fundação). A
Noêmia tem lembrança disso. Nessa foto, dá para ver a posição em relação ao prédio da
Monsenhor Andrade. A outra foto, parece que é do laboratório no prédio que dá para a
rua Oriente , depois que o prédio mais antigo foi derrubado. Não consigo reconhecer esse
cantinho. A Dalila reconheceria melhor porque era o seu campo de trabalho. (e-mail de
Neide Gaudenci de Sá, em fevereiro de 2015)
Figura 13 - Palacete onde surgiu a primeira Escola Profissional Feminina, em 1911, e onde
foi instalado o laboratório de química, meados da década de 1930, e mantido neste espaço,
segundo a profa. Neide Gaudenci de Sá, em 1963. Fonte: Arquivo pessoal Neide Gaudenci de Sá,
em 2015.
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Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
Figura 14 - Livro de Celina de Moraes Passos professora de química (1934 a 1940). Fonte: Arquivo
próprio da autora, em 2015.
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por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
O livro “Noções sobre Química Alimentar” traz um texto com linguagem onde a autora
dialoga com suas alunas, como afirma no seu prólogo .8 O livro não tem índice e neste
encontrou-se uma única prática escolar de laboratório da Química, descrita a seguir,
cujos grifos são dos autores para justificar objetos localizados no Centro de Memória
da Escola Técnica Estadual Carlos de Campos (Figuras 15 e 16):
Caso não se TRATE DE LATARIAS, o exame cuidadoso dos caracteres organoleticos (côr
– cheiro – sabor, etc.) nos fornecerão um 1° indicio. Aliás, em qualquer caso, este exame
é sempre a 1ª cousa a se fazer. Como complemento, podemos usar diversos processos
muito simples, banais mesmo em bromatologia, MAS JÁ’ REQUERENDO, ao menos, um
pequeno laboratório. Como ex. poderemos citar o seguinte: para se saber si uma carne,
*
8. Atendendo ao pedido de minhas alunas elaborei este livro, socorrendo-me das luzes de espíritos esclarecidos, nas
obras dos quais busquei elementos para, em linguagem simples, sem pretensão alguma, procurar coordenar certos
conhecimentos que me pareceram necessários a quem se propõe estudar a questão tão importante da boa alimentação.
Si consegui esse desideratum, considero-me perfeitamente paga do pequeno esforço feito. Devo esclarecer que o
“Curso de Química Alimentar” das nossas Escolas Profissionais, é orientado de duas maneiras: um MAIS SIMPLES (apenas
conhecimentos gerais absolutamente indispensáveis), outro MAIS COMPLEXO (aulas mais minuciosas, mais especializadas).
Esses 2 cursos, o SECUNDÁRIO (mais simples) e o ESPECIALIZADO (mais completo) constam de um programa teórico-
pratico, em que a aluna recebe as noções indispensáveis no tocante ao problema da alimentação, tão relacionado á dona
de casa, pois o fito principal desses nossos cursos é a preparação da mulher para o lar. [...]
345
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
ou peixe, ou conserva qualquer está em bom estado, basta tomar-se um pedacinho desta
e colocar-se num tubo de ensaio bem seco. Este irá ao banho-maria, durante uns quinze
minutos. Préviamente, ter-se-á o cuidado de tampar a boca do referido tubo com um
tampão de algodão, embebido em acetato de chumbo (solução a 5%). Si, ao ser retirado
o algodão, depois dos 15 minutos, este se apresentar enegrecido, é sinal de que os gazes
da decomposição da substancia em experiência subiram e se combinaram com o acetato
de chumbo. No caso contrário, o algodão terá que sair perfeitamente branco, porque não
havendo gazes de decomposição, sómente as essências da substancia não formarão
precipitado preto de sulfureto de chumbo, que é produzido pela combinação do gaz
sulfídrico da matéria orgânica em decomposição e o acetato de chumbo de algodão. Como
se vê é método fácil e de resultados bons, empregado nos laboratórios de Bromatologia.
Vê-se daí a UTILIDADE DO LABORATÓRIO DE QUÍMICA DAS NOSSAS ESCOLAS TÉCNICAS
PROFISSIONAIS, onde, embora a aluna não faça um curso completo de química, adquire,
pelo menos, certos conhecimentos uteis, pelo fato de PRESENCIAR E PRATICAR pesquisas
fáceis que lhe despertarão o interesse e aguçarão sua atenção, levando-a a desconfiar de
alguns indícios, embora em casa não possam ser resolvidos. Só o FATO DE DESCONFIAR
DA EXISTENCIA DE UMA VIGILANCIA POR PARTE DO FREGUÊS, tornará o negociante mais
escrupuloso, e a dona de casa avisada, experiente, será uma auxiliar preciosa do S.S. no
tocante á esta questão tão relevante, QUAL SEJA A ALIMENTAÇÃO SADIA. (PASSOS, 1938,
p. 112-13)
346
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
Percebe-se assim que fontes arquivísticas vêm corroborar com a presença de objetos
as práticas de laboratório da época. Outras fontes podem também ser importantes,
por exemplo, um livro de recortes de jornais, com reportagens desde os primeiros
anos de criação da escola, ainda existente no Centro de Memória da
Para as aulas teóricas de Química foi publicado o livro “Cinco lições de Química
Alimentar” (BARDELA, 1939) como um livro institucional, com uma linguagem bem
técnica na área química, e traz o índice a seguir:
347
Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
Considerações Finais
Para dar continuidade à pesquisa em andamento, a história oral será uma das
metodologias empregadas, a partir das entrevistas com antigos professores e autores
de publicações educacionais. A intenção será compreender os processos de aplicação
de objetos da Química, presentes no acervo, e de sua valoração enquanto bens culturais,
348
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
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Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
Referencias
BENNETT, Jim. Museums and the History of Science. Practitioner´s Postscript. ISIS, v.96,
n.4, p.602-608, 2005.
350
por: Maria Lucia Mendes de Carvalho ; Marcus Granato
FREITAS, Zoraide Rocha de. História do Ensino Profissional no Brasil. São Paulo.
Associação dos Servidores do Ensino Profissional, 1954. 387p.
MORAES, Carmen Sylvia Vidigal; ALVES, Julia Falivene. (orgs.). Contribuição à Pesquisa
do Ensino Técnico no Estado de São Paulo: Inventário de Fontes Documentais. Centro
Paula Souza. 1ª Ed. São Paulo: Imprensa Oficial, 2002.
PASSOS, Celina de Moraes. Noções sobre Química Alimentar. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1938, 165p.
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Objetos de Ensino de Química no Instituto Profissional Feminino (Sp), Brasil (1934 – 1939)
SANTOS, Nadja Paraense dos; FILGUEIRAS, Carlos Alberto I.. O primeiro curso regular
de química no Brasil. Revista Química Nova, v.34, n. 2, p. 361-366, 2011. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/qn/v34n2/34.pdf
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Geografía Del cimarronaje. Hacia La visibilizacion del Patrimonio
Cultural afrodescendiente En El Mercosur
por: Juan Carlos Piñango Contreras 1
Resumen
Las movilizaciones sociales de las últimas décadas en los países del Mercosur dan
cuenta de los procesos de transformación por los que atraviesa estas sociedades. Las
naciones que forman parte de este sistema de integración regional han avanzado en
la implementación de políticas de inclusión y reconocimiento de los derechos de los
sectores excluidos históricamente, en un intento por avanzar hacia la conformación
de sociedades justas, allí donde el sector cultural juega un papel de gran importancia
como elemento cohesionador. A través de este trabajo se busca contribuir con la
visibilización del patrimonio de las comunidades afrodescendientes, siendo estas
representativas de un grupo importante de habitantes de dicho sistema la “Geografía
del Cimarronaje” describe desde una visión política y cultural un mapa regional con
la ubicación de espacios libertarios, cumbes, quilombos y palenques que hoy son
grandes reservorios de patrimonios ancestrales heredados de los ancestros africanos.
Palabras Clave:
Cimarronaje
Cumbes
Quilombos
Palenques
Introducción
La invasión del territorio que hoy es conocido como América, marcó el rumbo de
la historia de la humanidad en adelante, no sólo por lo que significó el encuentro
entre diversas culturas, hasta entonces desconocidas entre sí, si no por las acciones
emprendidas por la potencia de ultramar europea en correspondencia con su lógica
de acumulación y del poder.
Diversas son las cifras que estiman los investigadores sobre lo que ha sido reconocido
como el mayor genocidio de la historia de la humanidad, asunto pendiente en los
discursos movilizadores por el reconocimiento de tales actos criminales, sin embargo;
1. Licenciado en Ciencias Políticas, egresado de la Universidad Central de Venezuela, Magister en Sociología del Desarrollo,
Universidad de Artes y Ciencias Sociales, Santiago de Chile, Doctorante de Patrimonio Cultural de la Universidad
Latinoamericana y del Caribe-ULAC. Durante el último año se ha desempeñado como Director General de Identidad y
Patrimonio en el Ministerio del Poder Popular para la Cultura, de Venezuela, y se ha destacado durante toda su vida por el
activismo en defensa de los derechos de las comunidades afrodescendientes de Venezuela y América Latina.
353
Geografía Del Cimarronaje
Hacia La Visibilizacion Del Patrimonio Cultural Afrodescendiente En El Mercosur
Como parte de las dinámicas de este espacio de reflexión sobre el Caribe Insular se ha
podido evidenciar los distintos elementos constitutivos de las sociedades que hacían
vida en este territorio antes de 1492, siendo de mucho provecho el análisis desprendido
de la reconstrucción histórica iniciado desde el arqueo bibliográfico hasta la consulta
con expertos, para poder comprender el presente en el que se reclama la viabilidad de
modelos económicos y políticos alternativos al capitalismo y su oprobioso sistema de
antivalores como sustento de la dominación.
Como parte de la dinámica descrita en el párrafo anterior fue posible identificar teorías
que dan cuenta de las estrategias empleadas por el colonizador para exterminar a los
pueblos que se negaron a ser avasallados, así como las tendencias antropológicas y
arqueológicas que estratifican los niveles de desarrollo de las civilizaciones existentes
a partir de la construcción de edificaciones similares a las del lejano Egipto, como
ocurrió con los mayas, aztecas e incas en comparación con los caribes.
Es así, como las movilizaciones de las organizaciones de los pueblos originarios y las
afrodescendientes en las Américas y El Caribe han tomado fuerza toda vez que las
demandas históricas persisten. Una de estas demandas se encuentra orientada hacia
la reestructuración de los Estados cuya lógica obedece a patrones que profundizan
el racismo y la exclusión, a través del empleo de los aparatos ideológicos del mismo
Estado como lo es el sistema educativo.
354
por: Juan Carlos Piñango Contreras
De acuerdo a los datos arrojados por la última ronda censal en América Latina
y los países de la región caribeña, desde el año 2010 el número de habitantes
autoreconocidos como afrodescendientes y negros pasó de ser una mera especulación,
para convertirse en un dato vital útil al desarrollo de las naciones, allí donde nuevas
formas de relacionamiento entre los Estados y de integración se fundamentan en los
lazos históricos que integran los pueblos de la región, tal es el caso de el Mercado
Común del Sur (MERCOSUR) en donde se comienzan a dar pasos certeros en este
nuevo escenario, en función de reconocer el hecho cultural tradicional como una
historia común que brinda en adelante una oportunidad para fortalecer el bloque,
más allá del marco arancelario que hasta tiempos recientes definió a este sistema de
integración regional. En virtud de lo antes expuesto se ha constituido la Comisión de
Patrimonio Cultural de MERCOSUR con el propósito de resaltar el patrimonio cultural
de las naciones del bloque por lo que resulta oportuno el planteamiento del mapeo
de los espacios libertarios en el que las y los africanos se organizaban para combatir
el sistema esclavista y en donde, como elemento central, se puede resaltar que se
conservaron los elementos culturales de origen africano que aun se encuentran
presente en la mayoría de estos países.
Con las transformaciones sociales que han tenido lugar en algunos de los países de la
región latinoamericana, se ha generado una producción de conocimiento alterno a las
historias oficiales homogeneizadoras que han mantenido excluida a las historias de
los grupos subalternos, es así como el rescate de esas historias que se ha mantenido
en muchos casos a través de la oralidad comienza a cobrar significado como lazo
imaginario que amarra a NuestraAmérica.
Para comprender los procesos sociales originados desde la traída forzada de grandes
contingentes de seres humanos para su posterior explotación, resulta necesario
revisar algunas descripciones que dan cuenta de la forma como se desarrollaban estos
episodios lamentables, los cuales eran parte de las prácticas del sistema esclavista, de
allí que se originaran los espacios de liberación que hoy conocemos como cumbes,
355
Geografía Del Cimarronaje
Hacia La Visibilizacion Del Patrimonio Cultural Afrodescendiente En El Mercosur
palenques y quilombos, tal queda expuesto en las Rutas de los Africanos esclavizados
en el Manual de los Afrodescendientes de las Américas y el Caribe (Unicef,2006), en
dicho manual se expone sobre la trata trasatlántica de la siguiente manera:
De igual manera, para continuar con la revisión histórica sobre el tráfico de esclavizados
africanos para su explotación en América, tenemos la siguiente cita, obtenida del
trabajo sobre la Trata negrera incluido en la Revista Memorias de Venezuela. En el
mismo se narra cómo era la situación de los africanos, una vez que eran secuestrados
en sus territorios y trasladados a América:
Una vez adquiridos eran trasladados al otro lado del Atlántico en las bodegas de los
barcos “negreros”, como se llamó tanto a los navíos que transportaban los esclavos como
a quienes traficaban con esta mercancía humana, bautizada con el eufemismo de “piezas
de ébano”, la exótica mercancía era luego vendida en las costas de América, al más alto
precio posible, casi siempre a través de letras de cambio o intercambiada por productos
tropicales que regresaban a Europa para ser expedidos en las grandes capitales como
dinas exquisiteces.
Mientras en los salones europeos del siglo XVIII se había puesto de moda el azul añil en trajes
y casacas, el café con leche endulzado con azúcar de caña, los bombones de chocolate
y el aromático placer de fumar tabaco, en las costas de África se cazaban los esclavos
que formarían parte fundamental de la maquinaria de producción en las plantaciones
356
por: Juan Carlos Piñango Contreras
Es así, como durante el desarrollo de estos escenarios turbulentos que los Estados de
la región comienzan a mirarse como parte de una región cuyas problemáticas tienen
la misma raíz, por lo que ha sido necesario asumir responsabilidades históricas, sobre
todo, porque los distintos ensayos integracionistas habían fracasado, mientras que
en otras latitudes del globo los indicadores apuntaban a la consolidación de otros
esquemas de integración como la Asociación de Naciones del Sudeste Asiático (ASEAN)
y la Unión Europea (UE), así como el avance de los Estados Unidos de Norteamérica en
su empeño de dominar y domesticar a las naciones latinoamericanas como parte de
su proyecto hegemónico definido en el ALCA.
Con el transcurrir de los últimos años se observa que las diferencias virtuales que
separaban a las naciones de la región, latinoamericana y caribeña, en realidad no han
sido tales, pues los pueblos oprimidos y movilizados muestran el mismo rostro ante el
devenir histórico, generándose la solidaridad entre pueblos hermanos que se movilizan
ante los mismos contextos desde la invasión europea, pasando por la instauración de
las repúblicas decimonónicas hasta nuestros días, de allí la importancia de que en
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Geografía Del Cimarronaje
Hacia La Visibilizacion Del Patrimonio Cultural Afrodescendiente En El Mercosur
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por: Juan Carlos Piñango Contreras
Mercado Común del Sur (2014, Diciembre 18). [Página Web en línea].
Disponible: http://www.mercosur.int [Consulta: 2014, Diciembre 18]
Revista Memorias de Venezuela (Número 3). (2008). Caracas: Ministerio del Poder
Popular para la Cultura, Centro Nacional de Historia.
Revista Así somos (Número 7). (2004). Caracas: Ministerio del Poder Popular para la
Cultura, Centro Nacional de Historia.
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ENSAYO VISUAL
360
Paranapiacaba, uma vila inglessa no Brasil:
Fuligem, ferrugem e Modernidade na Serra do Mar
Resumo
Palavras-chave:
Modernidade
Patrimônio
Industrial
Paranapiacaba
Tess D'Urberville2, personagem do escritor inglês Thomas Hardy, certamente
enfrentou muitas dificuldades. Do traçado das ruas, impróprio para o caminhar do
mundo moderno; ao preconceito por sua condição – camponesa, pobre e “sem honra”
–, a jovem sofreu intensamente as contradições da modernidade. De um lado, uma
nova ordem que normatiza, traz o progresso e a revolução técnica, sendo capaz de
disciplinar experiências, a relação dos homens com o tempo e suas ações. De outro,
uma sociedade que, a despeito das mudanças na paisagem, ainda está atrelada aos
valores vitorianos. Ainda que as mudanças materializem-se nos relógios e nas fábricas,
*
1. Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas, UFPel, Brasil. Licenciada em
História pela Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP, Brasil. Educadora bilíngue no Memorial Minas Gerais Vale, e apoio
técnico pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na Rede de Museus e Espaços de
Ciência e Cultura da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, Brasil.
2. “Tess of the d’Urbervilles: A Pure Woman Faithfully Presented” foi publicado originalmente em 1891, pelo jornal britânico
“The Graphic”; e adaptado no cinema em 1979 por Roman Polanski. A história versa, em suma, sobre a jovem e bonita Tess,
que após ser estuprada pelo primo postiço, engravida. A criança morre ao nascer, e Tess se muda para uma fazenda, na qual
se apaixona por um ordenheiro (Angel) de ideias progressistas. A camponesa enfrenta um dilema de contar ou não a ele a
verdade sobre seu passado. Thomas Hardy, através do romance, faz uma crítica preciosa sobre a hipocrisia social e situação
da mulher em seu tempo.
361
Paranapiacaba, Uma Vila Inglessa No Brasil:
Fuligem, Ferrugem E Modernidade Na Serra Do Mar
Não há como culpá-los. Ser moderno significa estar imerso “num turbilhão de
permanente desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambiguidade e
angústia” (BERMAN, 1986, p.15). Não há tempo para pensar ou sentir: a modernidade
atropela (e atravessa) a vida a todo instante. Implica, segundo David Harvey (1996),
“não apenas (...) uma implacável ruptura com todas e quaisquer condições históricas
precedentes, como (...) um interminável processo de ruptura e fragmentações”.
Emergindo na Europa no século XVII e influenciando a todos em diversas instâncias e
temporalidades, a nova dinâmica modificou a forma de organização da vida humana
de várias formas (GIDDENS, 1991).
O século XIX foi, sem dúvida, influenciado por essas transformações. O progresso
tecnológico e a racionalização do tempo atingiram, salvaguardadas as especificidades,
todas as partes do mundo. Como égides da modernidade, as ferrovias surgiram no
Brasil em 1854, no Rio de Janeiro, por intermédio de Irineu Evangelista de Souza,
o Barão de Mauá. Impulsionados pela necessidade de escoamento da produção
agrícola e de interligar pontos estratégicos, logo os caminhos de ferro chegaram a
outras localidades. Com eles, novos sons, cidades, vilas operárias, fábricas, sensações
e armazéns passaram a integrar a paisagem brasileira, que era majoritariamente rural.
3. Ver: “Histórico”. In: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Disponível em: http://www1.dnit.gov.br/
ferrovias/historico.asp. Acesso em 02/03/2015.
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por: Natália Martins de Oliveira Gonçalves
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Paranapiacaba, Uma Vila Inglessa No Brasil:
Fuligem, Ferrugem E Modernidade Na Serra Do Mar
Figura 2: Sistema funicular da Serra do Mar. Fotos: Luiz Ailton Lourenço, 2013.
Figura 3: Sistema funicular da Serra do Mar. Fotos: Luiz Ailton Lourenço, 2013.
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por: Natália Martins de Oliveira Gonçalves
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Paranapiacaba, Uma Vila Inglessa No Brasil:
Fuligem, Ferrugem E Modernidade Na Serra Do Mar
Figura 5: Vista de Paranapiacaba, com relógio inglês. Foto: Ângelo Stojanov, 2015.
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por: Natália Martins de Oliveira Gonçalves
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Paranapiacaba, Uma Vila Inglessa No Brasil:
Fuligem, Ferrugem E Modernidade Na Serra Do Mar
5. Da Carta de Restauro de Atenas, de 1931: “Recomenda-se, sobretudo, a supressão de toda publicidade, de toda presença
de postes ou de fios telegráficos, de toda indústria ruidosa, mesmo altas chaminés, na vizinhança ou na proximidade dos
monumentos de arte ou de história”.
6. Na Carta de Nizhny Tagil para o Patrimônio Industrial, de 2003, consta que sua preservação dessa tipologia patrimonial
deve incluir “[...] edifícios e as estruturas construídas para as atividades industriais, os processos e os utensílios utilizados,
as cidades e as paisagens nas quais se localizam, assim como todas as manifestações, tangíveis e intangíveis, são de uma
importância fundamental. Eles devem ser estudados, a sua história deve ser ensinada, o seu sentido e o seu significado
devem ser explorados e clarificados para todos. Os exemplos mais característicos devem ser identificados, protegidos e
conservados, de acordo com o espírito da Carta de Veneza, ao serviço e em proveito do presente e do futuro”.
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por: Natália Martins de Oliveira Gonçalves
Figura 10: Paranapiacaba, São Paulo, Brasil. Foto de Israel M. Lopes, 2013.
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Paranapiacaba, Uma Vila Inglessa No Brasil:
Fuligem, Ferrugem E Modernidade Na Serra Do Mar
Figura 12: Vista para o relógio com neblina. Foto: Israel M. Lopes, 2013.
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por: Natália Martins de Oliveira Gonçalves
Referências
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. Trad.: Luciano Vieira Machado. São Paulo:
Estação Liberdade/ Ed. UNESP, 2001.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Trad.: Raul Fiker. São Paulo: Ed.
UNESP, 1991.
LIMA, Pablo Luiz de Oliveira. Ferrovia, sociedade e cultura. 1850-1930. Belo Horizonte:
Argvmentvm Editora, 2009.
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