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µ nCox W
I ds = ( )(Vgs − Vth ) 2 (1)
2 L
Esta análise não tem em conta as capacidades internas e por isso, os modelos
equivalentes dos MOSFETs a utilizar são os de baixa frequência. Assim, a
transcondutância (o inverso da resistência) no modo de operação considerado é definida
como:
∂I ds W W
gm = = µ nCox ( )(Vgs − Vth ) = µnCox ( ) I ds (2)
∂Vgs L L
O valor da resistência equivalente, Rth [Ω], vista aos terminais do circuito oscilador é
Rth=-2/gm. Para que este circuito oscile, o módulo da resistência “negativa”, |Rth|, deve
ser menor do que o valor da resistência de perdas, Rperdas, do circuito LC. À razão entre
o módulo do valor da resistência “negativa” e o valor da resistência de perdas
denomina-se factor de segurança de arranque. Para garantir a máxima fiabilidade e
minimizar a probabilidade de falha dos osciladores integrados, geralmente são
projectados para apresentar factores superiores a duas unidades.
A Figura 7(c) ilustra a topologia complementar à analisada, a qual é constituída
unicamente por transístores do tipo p-MOSFET. O modo de funcionamento é idêntico,
bem como a análise de funcionamento com a excepção de algumas diferenças nas
polaridades. Todavia, como a mobilidade dos electrões, µp [cm2V-1s-1], é menor e o
modulo da tensão limiar, Vth, é maior nos transístores p-MOSFET, quando comparados
com os n-MOSFET, será necessário usar uma maior área de layout, W×L [µm2], por
parte dos p-MOSFETs para conseguir obter-se valores de transcondutância idênticos
aos obtidos com transístores n-MOSFET.
No exemplo atrás analisado, as tensões de operação DC estão bem definidas, sendo a
resistência “negativa” exclusivamente dependente dos tamanhos dos MOSFETs e do
valor da tensão de alimentação. Estas limitações de flexibilidade de projecto
conduziram ao desenvolvimento de novas topologias, nomeadamente as topologias
apresentadas nas Figuras 7(b) e 7(d). Estas novas topologias permitem limitar a corrente
de alimentação do circuito, dando uma maior flexibilidade para controlar o valor da
resistência “negativa”. A corrente de polarização denomina-se tail current, Itail [A], e é a
principal responsável pela caracterização da potência média dissipada no circuito em
pleno funcionamento. Em suma, com a introdução destas modificações consegue-se
controlar o valor da resistência “negativa” e o valor da potência média dissipada no
circuito. Portanto, a topologia complemetary cross-coupled LC oscillator resulta da
fusão das duas topologias apresentadas na Figura 7, e o seu circuito esquemático pode
ser observado na Figura 9.
Para a mesma dissipação de potência e com a mesma corrente Itail através dos
transístores p-MOSFET e n-MOSFET, consegue-se obter uma resistência “negativa”
que pode atingir o dobro do valor conseguido com as topologias anteriormente
apresentadas. A resistência “negativa” total presente neste circuito através da
combinação dos cross-coupled MOSFETs em paralelo é:
−2
Rnegativa = (3)
g m NMOS + g m PMOS
1
f0 = (4)
2π L(C parasitas + C )
Dimensionamento de um oscilador LC
Tomando como base o circuito esquemático da Figura 9, refira-se que os transístores
M1, M2, M3 e M4 providenciam o efeito de resistência “negativa” ao circuito
condensador em paralelo com a indutância através de realimentação positiva. Para que
as oscilações cresçam, o inverso da transcondutância deve ser maior que o valor da
resistência de perdas, Rperdas [Ω], entre os terminais IN1 e IN2.
O circuito ressonante é composto por uma indutância (normalmente da ordem dos nH) e
um condensador (normalmente da ordem dos pF) que para frequências superiores a
1 GHz devem ser preferencialmente integrados com o microchip que contém os
circuitos RF (on-chip) ou alternativamente do tipo montagem superficial (do tipo
SMD – Surface Mounting Device). A escolha do tipo de indutância é um aspecto
decisivo no projecto global de um sistema RF, pois o factor de qualidade, Q, das
indutâncias on-chip é muito inferior ao conseguido com um componente externo. As
indutâncias externas apresentarem muito facilmente factores de qualidade superiores a
60, ao passo que as indutâncias on-chip só conseguem atingir um factor de qualidade
de 10 após optimização do layout físico. Em aplicações muito específicas que exijam
indutâncias on-chip com factores de qualidade superiores e por essa razão, excepcionais
pode recorrer-se à micromaquinagem volúmica para remoção do substrato abaixo da
indutância. Isto permite aumentar o factor de qualidade das indutâncias. Note-se ainda
que um elevado factor qualidade reduz a potência dissipada no circuito ressonante, uma
vez que reduz o valor da resistência de perdas que está em paralelo com a indutância e
com o condensador.
Uma vez iniciadas as oscilações por efeito do ruído térmico com energia suficiente para
arrancar o funcionamento do circuito, a amplitude da oscilação crescerá
indefinidamente até um valor limitado por uma corrente de polarização ou até à
saturação do circuito. Por vezes há a necessidade de limitar a corrente de polarização
(tail current) para controlar-se a dissipação de potência.
Em face de tudo isto, o primeiro parâmetro a determinar é o valor da transcondutância
do circuito oscilador que garante uma oscilação estável. Para garantir um bom arranque
da oscilação, os transístores M1, M2, M3 e M4 - devem ter valores de W suficientemente
grandes - para que o ganho, A, no arranque do oscilador seja tal que:
A = g m × R perdas ≥ 2 (5)
É interessante notar que este valor do ganho é superior à unidade, violando o critério de
Barkhausen! Na realidade, o ganho é inicialmente superior à unidade para que o circuito
arranque mas, assim que as amplitudes das oscilações aumentam, os transístores entram
na sua zona de funcionamento linear (ou triode region) fazendo com que este ganho em
regime permanente tenda para a unidade, verificando assim o critério de Barkhausen.
Para obter o valor da transcondutância é necessário também saber o valor da resistência
de perdas, a qual é obtida a partir do factor de qualidade da indutância e que é:
L × 2πf 0
R perdas = (6)
Q
g m2
I ds = (7)
W
2 µnCox ( )
L
Conhecidas as correntes Ids dos n-MOSFETs e assumindo que são iguais nos
p-MOSFETs, então as larguras destes são:
L2,3 g m2
W2 = W3 = (8)
2 µ pCox I ds
O passo final consiste na obtenção do tamanho, W×L, de M5 tendo por base que a
corrente Itail que percorre o seu canal é o dobro da corrente Ids anteriormente obtida, por
forma que:
W5 2 I tail
( )= (9)
L5 µ nCox (Vgs 5 − Vth ) 2
onde Vgs5 [V] é a tensão entre a gate e a source de M5, a qual deve ser superior à sua
tensão limiar, Vth, para assegurar o bom funcionamento do circuito.