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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Introdução .............................................................................................................. 2
2. Princípios do Direito do Consumidor ....................................................................... 3
2.1. Princípio da vulnerabilidade ............................................................................. 4
2.2. Princípio da hipossuficiência............................................................................. 4
2.3. Princípio da confiança ...................................................................................... 5
2.4. Princípio da boa-fé ........................................................................................... 5
3. Relação de Consumo............................................................................................... 6
3.1. Consumidor ...................................................................................................... 7
4. Bibliografia ............................................................................................................. 9
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Direito do Consumidor
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1. Introdução
O art. 1º do Código de Defesa do Consumidor (CDC) – Lei n° 8.078/90 – traz os
aspectos constitucionais do Direito do Consumidor:
CDC, art. 1°. O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor,
de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
O CDC é de 11 de setembro de 1990 e, conforme previsto pelo seu art. 118, entrou
em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a sua publicação, ou seja, apenas em março de
1991.
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua
publicação.
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VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,
a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Desta forma, a boa-fé subjetiva não é adotada no CDC. Contudo, para o professor, ela
até seria admitida no caso dos profissionais liberais, que é a única hipótese de
responsabilidade subjetiva no CDC.
boa-fé objetiva - é aquela conduta ética que merece ser verificada nos
contratos. Ou seja, a boa-fé objetiva é uma espécie de cláusula geral de respeito aos
consumidores, no momento das contratações (é a regra do CDC).
Assim, no contrato de adesão, por exemplo, as cláusulas que estiverem em
desacordo com o princípio da boa-fé objetiva serão nulas de pleno direito. Nesse sentido, é
o art. 51 do CDC, que traz um rol meramente exemplificativo (“entre outras”):
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de
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3. Relação de Consumo
Uma relação jurídica é composta, em regra, de três elementos: sujeito ativo, sujeito
passivo e objeto. Nessa esteira, são elementos da relação de consumo: consumidor (sujeito
passivo), fornecedor (sujeito passivo) e produto ou serviço (objeto).
É fundamental que seja, antes de tudo, identificado se está ou não configurada a
relação de consumo. Para tanto, cada elemento desta relação será analisado
individualmente.
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3.1. Consumidor
É toda pessoa física ou jurídica que adquira produto ou serviço na qualidade de
destinatário final.
Deste conceito, surgiram duas correntes:
Corrente maximalista - considera consumidor o destinatário fático (aquele
que compra o produto) do bem.
Corrente finalista - considera consumidor o destinatário fático e econômico
(quem retira o produto do ciclo de lucro, da cadeia produtiva) do bem.
Para essa corrente, não basta que uma pessoa compre o produto para ser
considerado consumido, é preciso, também, que ela não venda o produto.
Esta é a corrente adotada.
Há ainda uma terceira corrente, chamada de corrente finalista mitigada, trazida pelo
STJ, que visa proteger os destinatários apenas fáticos, mas que seriam tão vulneráveis
quanto um pequeno consumidor.
Observação1: O caso paradigmático foi o de um caminhoneiro que, em virtude de
problemas ocorridos com seu caminhão, depois de ajuizada ação contra a empresa, alegou a
mesma que o CDC não se aplicaria ao caso, em razão de o caminhoneiro lucrar diretamente
com o veículo, não sendo um consumidor.
Deve-se deixar claro que para que essa corrente seja utilizada, de modo a favorecer
aquele que não é o destinatário econômico do bem, quase todos aqueles fatores da
hipossuficiência - ou da vulnerabilidade - (técnica, fática, econômica e informacional) devem
estar presentes no caso, principal e necessariamente a hipossuficiência/vulnerabilidade
econômica.
Noutras palavras, a corrente finalista mitigada é aquela que admite, pontualmente,
que fornecedores que estejam em flagrante vulnerabilidade econômica se valham das regras
consumeristas (ex.: vendedor de praia).
Exemplos: Vendedor de praia, taxista, caminhoneiro, costureira.
Observação2: As turmas do STJ dão nomes diferentes à corrente finalista mitigada:
corrente finalista aprofundada, corrente finalista abrandada, corrente teleológica. Alguns
chamam inclusive de corrente do STJ.
Por fim, tem-se que esse consumidor estudado pela corrente finalista e finalista
mitigada é chamado de consumidor standard e está previsto no art. 2º do CDC.
Art. 2° (do CDC). Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
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Mas existe também a figura do consumidor por equiparação, que pode se apresentar
em três momentos: art. 17, art. 29 e art. 2º, parágrafo único, todos do CDC.
Art. 17
São terceiros que sofrem dano direto em função de uma relação-base de consumo.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do
evento.
Art. 30 (do CDC). Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por
qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos
ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o
contrato que vier a ser celebrado.
Nesse sentido, no caso de a oferta não ser cumprida, estabelece o art. 66 do mesmo
diploma legal:
Art. 66 (do CDC). Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante
sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
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3.2 Fornecedor
Está previsto no art. 3º do CDC.
Art. 3°(do CDC). Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional
ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
É todo aquele que possui o animus de ofertar de maneira habitual. Ou seja, aquele
que possui a vontade de vender um produto ou serviço habitualmente.
A prova da habitualidade é importante para que se possa demandar uma pessoa
física que seja fornecedora. Desta forma, aquele que vende seu carro usado, por exemplo,
não poderá ser demandado de acordo com as normas veiculadas pelo CDC, pois não exerce
a atividade com habitualidade.
4. Bibliografia
Publicidade - Renato Porto;
Programa de Direito do Consumidor - Sérgio Cavalieri Filho;
Manual de Direito do Consumidor - Flávio Tartuce;
Comentários ao Código de Defesa do Consumidor - Claúdia Lima Marquês,
Antonio Herman Benjamin e Bruno Miragem.
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