You are on page 1of 140
XIV — SUMARIO 8.10 8.1 CAPITULO 9. 91 92 93 94 95 96 97 98 99 9.10 9 9.12 Divergéncia de um Campo Vetorial, S01 Rotacional de um Campo Vetorial, 506 INTEGRAIS CURVILINEAS E DE SUPERFICIE. TEOREMAS, 510 Integral Curvilinea, $10 Cilculo das Integrais Curvilineas. 513 Integrais Duplas, 519 Transformagao de Integrais Duplas em Integrais Curvilineas, $28 Superticies, 535 Plano Tangente. Primeira Forma Fundamental. Area, 538 Integrais de Superficie, 546 Integrais Triplas. Teorema de Divergéncia, de Gauss, 552 Conseqiiéncias e Aplicagdes do Teorema da Divergéncia, 557 Teorema de Stokes, 564 Conseqiiéncias ¢ Aplicagdes do Teorema de Stokes, 568 Integrais Curvilineas Independentes do Caminho, 571 APENDICE 1 — Referéncias Bibliograficas, 581 APENDICE 2 — Respostas dos Problemas de Nimero Impar, 583 APENDICE 3 — Algumas Férmulas Para Fungdes Especiais, 595 APENDICE 4 ~ Tabelas, 603 Indice Remissivo, 607 VOLUME 3 CAPITULO 10. 10.1 10.2 10.3 10.4 10.5 10.6 10.7 10.8 10.9 CAPITULO 11. Ma 12 SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER, 609 Fungées Periddicas. Séries Trigonométricas, 609 Séries de Fourier. Férmulas de Euler, 612 Funges com Periodo Arbitrario, 621 Fungdes Pares e Fungdes Impares, 625 Desenvolvimentos de Meio Periodo, 630 Determinagao dos Coeficientes de Fourier sem Integracdo, 635 Oscilagdes Forcadas, 642 Aproximagao por Polinémios Trigonométricos. Erro Quadratico, 646 A Integral de Fourier, 648 EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS, 659 Conceitos Fundamentais, 659 Corda Vibrante. Equagao de Onda Unidimensional, 662 113 114 11.5 11.6 11.7 11.8 11.9 SUMARIO — Xv Separagdo das Varisveis (Método do Produto), 664 Solugdo de d'Alembert da Equaco da Onda, 673 Difusio Unidimensional do Calor, 678 Difusio do Calor em uma Barra Infinita, 684 Membrana Vibrante, Equagdo Bidimensional de Onda, 689 Membrana Retangular, 691 Laplaciano em Coordenadas Polares, 699 11,10 Membrana Circular. Equagdo de Bessel, 702 11.11 Equagao de Laplace, Potencial, 709 11,12 Equagao de Laplace em Coordenadas Esféricas, Equagdo de Legendre, 713 11.13 A Transformagio de Laplace Aplicada as EquagGes Diferenciais Parciais, 718 APENDICE 1 — Referéncias Bibliogréficas, 723 APENDICE 2 — Respostas dos Problemas de Numero Impar, 726 APENDICE 3 — Algumas Férmulas Para FungGes Especiais, 733 APENDICE 4 — Tabelas, 742 Tndice Remissivo, 745 VOLUME 4 CAPITULO 12. NOMEROS COMPLEXOS. FUNGGES ANALITICAS COMPLEXAS, CAPITULO CAPITULO 12.1 12.2 12.3 12.4 12.5 12.6 12.7 12.8 12.9 Niimeros Complexos, Forma Polar dos Némeros Complexos. Desigualdade do Tridngulo, Curvas e Regides no Plano Complexo, Fungo Complexa. Limite. Derivada, Fungo Analitica, Equagdes de Cauchy-Riemmann. Equacio de Laplace, Fung6es Racionais, Raiz, Fungo Exponencial, Fungées Trigonométricas e Hiperbélicas, Logaritmo, Poténcia Generalizada, 13, REPRESENTAGAO CONFORME, 13.1 13.2 13,3 13.4 13.5 13.6 Representacdo, Representagao Conforme, ‘TransformagGes Fracionérias Lineares, TransformagSes Fraciondrias Lineares Especiais, Transformagdes por Outras Fungdes Elementares, Superficies de Riemmann, 14. INTEGRAIS COMPLEXAS, 14.1 14.2 14,3 14.4 Integral Curvilfnea no Plano Complexo, Propriedades Fundamentais da Integral Curvilfnea Complexa, Teorema da Integral de Cauchy, Célculo das Integrais Curvilineas Mediante Integragio Indefinida, SERIES 1 E INTEGRAIS DE FOURIER [As fungdes periddicas ocorrem com freqiiéncia nos problemas da Engenharia. ‘Sua representago em termos de fungées periédicas simples, tais como seno e co-seno, constitui assunto de grande importancia prética, que conduz as séries de Fourier. Estas séries, assim chamadas em homenagem ao ffsico francés Joseph Fourier (1768-1830), representam poderoso instrumento para resolver vérios problemas que envolvem equag6es diferenciais ordindrias ¢ parciais. No presente capitulo examinamos os conceitos e fatos fundamentais, bem como as técnicas ligadas as séries de Fourier e apresentamos varios exemplos. Incluimos algumas aplicagdes importantes na Engenharia; outras aplica¢6es ocorrem no capitulo seguinte sobre equacdes diferenciais parciais e problemas de valor de contoro. Enquanto a teoria das séries de Fourier ¢ complicada, a aplicacdo delas é simples. Em certo sentido, as séries de Fourier so mais universais que as séries de Taylor, porque muitas fungOes periddicas descontinuas de interesse prético podem “ser desenvolvidas em série de Fourier, ndo podendo, obviamente, ser desenvolvidas em série de Taylor. A Ailtima segao do presente capitulo é dedicada as integrais de Fourier. As aplicagdes as equagGes diferenciais parciais serio consideradas no proximo capitulo (na Seg. 11.6). Pré-requisito para este capitulo: cAlculo integral elementar. Seodes que podem ser omitidas em um curso mais breve: 10.6-10.8. Referéncias: Apéndice 1, Parte D. Respostas de problemas: Apéndice 2. 10.1 — FUNGOES PERIODICAS. SERIES TRIGONOMETRICAS Diz-se que uma funcéo f(x) é periddica se ¢ definida para todo x real e se existe um mimero positivo 7 tal que L A 610 — MATEMATICA SUPERIOR a) f(x +7) =f) para todo x. O mimero T ¢ entdo chamado 0 perfodo! de f(x). O gréfico de tal fungiio & obtido pela repeti¢go periédica de seu gréfico em qualquer intervalo de comprimen- to T (Fig. 10.1). De (1) decorre que, se m um inteiro qualquer fx +2) =f0) para todo x, * de modo que qualquer miltiplo inteiro n7(n # 0) de T é também um periodo de 1(x). Além disso, se f(x) e g(x) possuem periodo T, entdo a fungao A(x) = af (x) + bgix) (a, b constantes) possui periodo 7. ) Fig. 10.1 Fungao periédica. As fung6es seno e co-seno constituem exemplos familiares de fungSes peris- dicas; notamos que a fungdo f = c = constante ¢ também periédica no sentido da definigao, pois satisfaz (1) para qualquer T positivo. O problema nas primeiras segdes serd a representacdo de varias fungdes de perfodo 21 em termos das fungdes simples, 1, cosx, senx, cos 2x, sen 2x,..., cosmx, senmx,... * Se uma fungdo periédica tem T(> 0) como o menor valor do perfodo, esse valor é chamado pertodo primitivo de f(x). Por exemplo, os periodos primitivos de sen x e sen 2x so, respectivamente, 2” e m. Exemplos de fungdes sem periodo primitivo: f = const e f(x) = 0, se x € racional; f(x) = 1, caso contritio. SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 611 que possuem o periodo 2n (Fig. 10.2). A série que decorre deste problema ser da forma 2) dy + a, COS x + b,Sen.x + a, cos 2x + by sen2x + onde ao, 41, @,..., 51, 52,... 840 constantes reais. Tal série é chamada uma série trigonométrica, e 2, eb, 40 0s coeficientes da mesma. Vemios que cada termo da série possui perfodo 27. Assim, se a série converge, sua soma é uma funcio de perio- do 2n. 0 fs aro = aro 7 ar genx sen 2x sen 3x Fig. 10.2 Fungdes seno e co-seno, de perfodo 2n, As fungGes periddicas que ocorrem na Engenharia costumam ser um tanto complicadas, sendo, portanto, desejavel representé-las em termos de fungSes perid- dicas simples, Veremos que quase todas as fung6es periddicas f(x) de perfodo 27 que aparecem nas aplicagGes, por exemplo, nos problemas de vibracdes, podem ser répresentadas por séries trigonométricas, e vamos deduzir formulas para os coefi- cientes (2) em termos de f (x), tais que (2) seja convergente e tenha como soma -f(x). Estenderemos depois os resultados ds fungdes de perfodo arbitrétio; esta extensdo serd bem simples. PROBLEMAS DA SECAO 10.1 ‘Determinar o menor periodo positivo T das seguintes fungdes: 1. cosx, sen x, cos 2x, sen 2x, cos mx, sen mx, cos 2nx, sen 2nx, 2 cosax, sen nx, cos (2nx/k), sen (2ax/k), cos (2nnx/k), sen (2mnx/k). Fazer grificos cuidadosos das seguintes fungdes: 3. senx, senx+hoen3x, senx +}sen3x + $sen Sx, —7/4 quando —7 ef cos nx de 25, [ef sennx dx { { ir 10,2 — SERIES DE FOURIER. FORMULAS DE EULER Suponhamos f(x) periddica com periodo 2x, podendo ser representada por uma série trigonométrica SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 613 qd) f(x) = ay + DY (@, cos nx + 6, sen nx). nt Dada tal fungao f(x), desejamos determinar os coeficientes a, ¢ by na série corres- pondente (1). ‘Em primeiro lugar determinamos a,. Integrando ambos os membros de (1) de — a+ 7, temos f fords =f [a + S (a, cos nx + by, senna) |r. nat Se a integragSo termo a termo da série for permitida?, obtemos “foydx =a fat > (« cos nx dx +b, [ sennx dx) i fat Sho c © primeiro termo no segundo membro ¢ igual a 2ndy, enquanto todas as outras integrais so nulas, como podemos ver facilmente efetuando as integragOes. Assim, 0 primeiro resultado é ‘oo Q) a =5-f fxdde, que representa a drea sob a curva f(x) de — ma + 7, dividida por 2m. Em seguida determinamos @,, a,,.. . por processo semelhante, Multiplicamos (1) por cos mx, onde m é um inteiro positivo fixo qualquer, e integramos de —ma+ 1, encontrando 8) ff) 08 mx dx =f [oo + 3 (a, cosmx + 6, sennx) cos mx dx. = Mediante integrac4o termo a termo o segundo membro se transforma em. ay [cose dx + 3 [a f/ cose cos ma dx +b, J sen nx cos md. * ale. Ee > Como, por exemplo, no caso de convergéncia uniforme (cf. Teor. 3 na Seg. 16.6). Kees seer 614 — MATEMATICA SUPERIOR A primeira integral € nula, Aplicando (11), Apéndice 3, obtemos . 1 ae Lo J cos cosme dy = 5 f° cos in + mixde +5 f cos (n — m)x dx, 7 Lp lp Jf seamecosme de => f senin tmbxde +5 fsen(n — mde A integragdo mostra que os quatro termos & direita sfo iguais a zero, A excegdo do tiltimo na primeira linha, que é igual a t quando n = m, Como em (3) este termo vem multiplitado por a,,, 0 membro direito de (3) € igual a a,, 7. Nosso segundo resultado 6, pois, (4) +f poseos mx dx, m=1,2, + Finalmente determinamos b,, 6, . . . em (1). Multiplicando (1) por sen mx, onde m éum inteiro positivo fixo, e integrando em seguida de — 1 a 7, obtemos 6) J F09) senmx de = f | + Sila, cosnx + 5, senna) foe mx dx 7 bel Por integracdo termo a termo, o segundo membro se transforma em a) f senmxdx + > [af cos nx sen mx dx +b, f sen nx sen mx ax]. me mbes. Me A primeira integral € nula, A segunda é do tipo considerado anteriormente, e sabemos que é nula para qualquer n = 1,2,... . Para a ultima integral, obtemos z Le Lot f sen nxsen mx dx = sf cos (n — m)x dx — xt cos(n + m)x dx O Gitimo termo é nulo, O primeiro termo a direita é nulo quando n # m,e vale quando n = m, Como em (5) este termo é multiplicado por 5,;, ,0 segundo membro de (5) 6 igual a b,, 7 € nosso tltimo resultado serd I J flo) sen mx dx, malo. SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 615 Escrevendo n em lugar de m nesta fSrmula e em (4), obtemos as chamadas formulas de Euler: [rooas 6) 0) Jf feo cos nx dx [feo sen nx dx Note-se que, devido a periodicidade dos integrandos, o intervalo de integragao cm (6) pode ser substituido por qualquer outro intervalo de comprimento 2m, por exemplo, o intervalo 0 (aq cosnx + by, sennx) para N = 1, 2,3. SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 621 Sf =x (-1; (@, cos nx + 6, sen nx), =I _ @) ro=s(E) = cujos coeficientes so obtidos de (6), na ultima se¢do: oo - oe ra w= xf 5 (a) a Lt (ze) if x b sft (es)= nx dx. Poderiamos empregar estas formulas diretamente, mas a mudanga para r simplifica 08 célculos. Como 2a 2a sah temos dx = pe € 0 intervalo de integragao no eixo x corresponde ao intervalo Vé-se, assim, que os coeficientes de Fourier da fungdo periddica f(t) de periodo T so dados pelas formulas de Euler 1 ara ® 4=F5 Sf, fou 2 pre 2nnt 3) ®) a= zl, (Om # n=1,2,-:-. 2 pu 2nat bh== 1) sen —— dt © %=sf, foes A série de Fourier, com x expresso em termos de f, se escreve 7 2na 2na (4) S() = a + a, cos ——t + b, sent). 2ee5 r) O intervalo de integrago em (3) pode ser substituido por qualquer intervalo de comprimento T, por exemplo, pelo intervalo 0 << T. SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 623 ~ Exemplo 1. Onda quadrada periédica Determinar a série de Fourier da fungao (Fig. 10.5) o se fir) =} se De (3a) ¢ (36) obtemos Assim, ¢q = 0 para n pat, ay, = 2k/nn sen = 1,5,9,. +) €dq=— 2k/nn sen = 3,7, 11... De (3c), temos que b, = 0 paran = 1, 2,... . Logo, o resultado é Canes 1 3e, y1 SW = 5+ Foes fo 4 # oa oe = Oe * Fig. 10.5 Ex. 1, Exempio 2. Retificador de Meia Onda ‘Uma tensfo senoidal F sen wt atravessa um retificador de meia onda que absorve a porcao nega- ‘tiva da onda (Fig. 10.6). Desenvolver a fungao periddica resultante 0 quando -T/2<1<0, W() = Tr Qn Esenwt quando = 0<1< 7/2, « em uma série de Fourier. j ult) =the 0 mle 7 Fig. 10.6 Retificador de meia onda, 624 — MATEMATICA SUPERIOR Como u = 0 quando ~ T/2 4a, cos Fe (fpar) com coeficientes 12 2 Qn (4) =F SW dt, S()cos Fido n= 4 7S A série de Fourier de uma fungao periddica tmpar f(t) que possui periodo T é uma série de Fourier de senos 6) M0 =D bysen n= (f impar) SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 627 com coeficientes (6) 6, = of Hosen dt Em particular, a série de Fourier de uma fungdo par f(x) de periodo 2n é uma série de Fourier de co-senos 3") F(x) = dy + 4, COS X + ay Cos 2x + a5 COS 3x + com coeficientes : i= 2 oF 4e =— dx, _ =— (x) dx, (4°) a {so a Ff fereosns n 7 2a, Analogamente, a série de Fourier de uma fungao impar f(x) de perfodo 2m é uma série de Fourier de senos (5*) S(x) = b, senx + bysen 2x + by sen 3x + +++ com coeficientes |e ae (6) b= 2 [seen nx dx, Por exemplo, f(x) no Ex. 1, Seg. 10.2, é impar, sendo, por conseguinte, representada por uma série de Fourier de senos. Outras simplificag6es decorrem do Teorema 2. (Soma,de Fungdes) Os coeficientes de Fourier de uma soma f, + f, so as somas dos coeficientes de Fourier correspondentes de fy € f,. Ari ee 1 | | * a 0 T an 3a an Fig. 10.9 Ex. 1. 628 — MATEMATICA SUPERIOR Exemplo 1. Pulso Retangular A funedo f * Ge) na Fig. 10.9 a soma da fungio f (x) do Ex. 1, Seg. 10.2 ¢ da constante k. Assim, daquele exemplo ¢ do Teorema 2 concluimos que iu 1 1 poy =k + Elena + Lense + tense + ---) Exemplo 2. Onda em Dente de Serra Determinar a série de Fourier da fungio (Fig. 10.10) fx)=xte quando -2 0. N sendo fixo, desejamos determinar os coeficientes em (2) de modo que E seja minimo, Podemos escrever (3) sob a forma (4) b= f stax -2f srac+ f Pedx. Levando (2) na iiltima integral e calculando as integrais que surgem, como na Seg. 10.2, obtemos sem dificuldade [0 Fedx = 2Qag! +a)? + + tay? + BP +--+ + By. SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 647 Fig. 10.22 Erro de aproximagao. Substituindo (2) na segunda integral em (4), vemos que as integrais que surgem so as que figuram nas formulas de Euler (6), Seg. 10.2€ J SF = aQagdy + ayy + +++ + ayy + Biby + ++ + Byby)- Com estas expressbes (4) se transforma em (5) E= fr dx — 20 [ouay + > (a,a, + £4b,)| ot + = [2ag! + S (a,? + 8]. Tomando a, = d, & By = b, em (2), decorre de (5) que o erro quadratico cor- respondente a esta escolha particular dos coeficientes de F é : s ©) Braff fede = #[20 + Sia? + by Me a Subtraindo (6) de (5) obtemos J B= Bt a7 [209 — a + ley —)* + (8, ~ FI} 4 Os termos no segundo membro so quadrados de nimeros reais e, portanto, nao negativos. Assim E-E*20 ou EE’, eE=E* se, somente se, =do,..., By = by. Isto demonstra 0 648 — MATEMATICA SUPERIOR Teorema | (Erro quadratico minimo) O erro quadritico total de F (cf. (2),.N fixo] relativo a f no intervalo —1 0 e (6) se verifica para qualquer N, obtemos de (6) a importante desigualdade de Bessel® f Poa a 2a? + S (a, + 6,2) = n=l para os coeficientes de Fourier de qualquer fungao f para a qual exista a integral do segundo membro. PROBLEMAS DA SECAO 10.8 —1le—9 2, Para T+ = obtemos a fungao 1 quando -l 0 e o valor do primeiro termo no segundo membro de (1) tende para zero, Além disso, Aw = 2n/T +0 ¢ parece plausivel que a série infinita em (1) se transforme em uma integral de 0 ae que representa f(x), a saber Q) fo) = =f [eos wx fro cos wu du + sen wx ors wo de a Introduzindo as notagdes abreviadas 4) Aw) = f f(v) cos we dv, — B(w) = f J (v) sen wo dv, podemos escrever 1° 6) S00) = =f [Alo 008 wx + Blw) sen wx] dv. 7 6 Isto constitui uma representagdo de f(x) pela chamada integral de Fourier. 652 — MATEMATICA SUPERIOR E claro que 0 processo intuitivo que seguimos apenas sugere a representago (5), mas de maneira alguma a demonstra; de fato, o limite da série em (1) quando Aw tende para zero, no constitui a definicao da integral (3). As condigées suficien- tes para a validade de (5) sdo as seguintes: Teorema 1 (A Integral de Fourier) Se f(x) € uma funcéo parcialmente continua (cf. Seg. 5.1) em qualquer intervalo finito e possui em cada ponto derivadas & direita e & esquerda (cf. Seg. 10.2), sea integral (2) existe, ento f(x) pode ser representada por uma integral de Fourier. Nos pontos em que f(x) é descontinua o valor da integral de Fourier € igual a ‘média dos limites a esquerda e 4 direita de f(x) no ponto (cf. See, 10.2). Demons- tragao: Ref. [D2]; cf. Apéndice 1. Exemplo 3. Pulso isolado, seno integral Determinar a integral de Fourier que representa a fungao (Fig. 10,25) 1 quando |x| <1, ~ foo = 0 quando | > 1. De (4) obtemos senwo | _ 2senw A) =f foycos ww do = f° os we do = ml ; = Mt a ‘¢ (5) se transforma em 2 -* cos wx w Cy fia) = =f SN dw. 4 w A média dos limites a direita e & esquerda de f(x) em x = 1 ¢ igual a(1 + 0)/2 = 1/2, Assim, de acordo com (6) ¢ com o Teorema 1, 2/2 quando 0Sx<1, s/4 quando x=, 0 -quando x >I Esta integral constitui o fator descontinuo de Dirichlet” . Em particular quando x = 0, 7 Peter Gustav Lejeune Dirichlet (1805-1859), matemético alemZo, conhecido pelo seu importante trabalho sobre séries de Fourier e teoria dos niimeros, SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 653 o Fig. 10.25 Ex. 3. ‘Vemos que esta integral é o limite do chamado seno integral * senw (8) sie) = f dw , quando z+ = (z real), O grafico de Si() esta representado na Fig. 16.26. No caso de uma série de Fourier 0s graficos das somas parciais sio curvas de aproximagao da curva da fungdo periédica representada pela série, Da mesma forma, no caso da integral de Fourier (5), as aproximagies séo obtidas substituindo-se » pelos nimeros a. Assim, a integral @ cos wx senw ) fo hy w 6 uma aproximacgo da integral em (6) €, portanto, de f(x). A Fig. 10.27 apresenta oscilagdes préximas dos pontos de descontinuidade de f(x). Poderiamos esperar que essas oscilagdes desaparecessem ao tender @ para infinito. Tal ndo & 0 caso, entretanto; na medida em que a aumenta, as oscilagdes se deslocam para pontos cada vez mais proximos de x = + 1, Este comportamento inesperado, que ocorre também com as séries de Fourier, 6 conhecido como fendmeno de Gibbs’. Pode ser explicado representan- do-se (9) em funcdo de um seno integral, como segue. Utilizando (11), Apéndice 3, temos inicialmente dw + “ sen(w + wx) * sen(w f La Na primeira integral do segundo membro fazemos w + wx =, Entdo, dw/w =dt/t, €0< w 0 e — f(—x) = fix) (k>0) " (cf, Fig. 10.24 nesta seco, onde k = 1). Como f é par, obtemos de (10) Aw) = 2 fe cos we de a Em seguida, mediante integracdo por partes, 1k Re “ senwy + cos wv iaewe + ene) fem amwods = Quando v = 0, a expresso do segundo membro vale — k/(k? + w*); quando v tende para infinito, ela se aproxima de zero devido ao fator exponencial. Entdo x Os) = Oy 656 — MATEMATICA SUPERIOR ¢, substituindo em (11), obtemos a representacao 2k oe cos wx Desta representagao decorre que «aay Analogamente, da integral de Fourier (13) de uma fungéo impar, flxy=e** quando x>0 ef-s) = fix), obtemos o resultado w senwx co) swe tide [As integrais (14) e (15) so as chamadas integrais de Laplace. (xe >0,k > 0). (x > 0, k > 0). (&>0) (x >0,k >0). Este exemplo mostra que a representagdo em integral de Fourier pode ser empregada para o célculo de integrais. PROBLEMAS DA SECAO 10.9 Empregando a representaco em integral de Fourier, provar que 0 quando x <0 cos xw + w sen. xW uf Tee a/2 quando x =0 me? quando x >0 aie cout Z quando O (x >0) 4 fa = quando |x| < = cos (mw /2) cos xw cs i 1 — w? x 2 0 quando |x| > [Empregar (5),] {Empregar (13).] [Empregar (11).) {Empregar (11).) {Empregar (11).] SERIES E INTEGRAIS DE FOURIER — 657 * w9 gen xw = 6. f “wpa dw = Fer eosx quando x >0 {Empregar (13).] Zsenx quando OS xSa [Empregar (13).] 0 quando x >7 Representar as seguintes fungSes f(x) sob a forma (11). 1 quando 0a 0 quanlo x>a 10. f(x) =ty lef (14) f(x) =e $e ie >0) x quando OC <1 1 12 f(x) =|2—x quando 1 x<2 wyo={" 0 quando x >2 quando 0a 14. Provar que f(x) = 1(0 0) a dw? 16. x(x) = +f At) cosxwdn, At = 4 17. Resolver o Probl, 13 aplicando a formula do Probl. 16 ao resultado do Probl. 8. Lye aA 18. Provarque xf(x) = — [Bt (v) sen.xw dw, onde B* = — > A & dado por (10). 19. Verificar a formula do Probl, 18 para f(x) = 1 quando 0 a, 20. (Forma complexa da integral de Fourier, transformada de Fourier). Empregando (6), Apéndice 3, mostrar que (5) pode ser escrita como (6) f= ae [J seer .os ox 2 wo) do| de h We Mostrar que a integral de — © a © em (16) é uma fungdo par de w ¢ entio podemos escrever (16) sob a forma fl) = sS [J 0 cos ox a wo) de |v, 658 — MATEMATICA SUPERIOR Mostrar que i) eS. [fro sea (wx — wv) do | a de modo que, por adicao, as) S00) =f [f-seoee de] ae Esta constitui a forma complexa da integral de Fourier. Mostrar que (18) pode ser escrita sob a forma 1 a9) fy = Vie 1 Vin ie Clwyet? dw onde C(w) = [foe do onde f(x) é a transformada de Fourier de C(w) e C(w) é a transformada de Fourier inversa de F(x), Em [B7], Apéndice 1, encontram-se tabelas extensas de transformadas de Fourier), EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS As equacoes diferenciais parciais surgem ligadas a varios problemas fisicos e geométricos quando as fung6es em jogo dependem de duas ou mais varidveis inde- pendentes. Estas variéveis podem ser o tempo e uma ou mais coordenadas espaciais. presente capitulo serd dedicado a algumas das mais importantes equag6es dife- renciais parciais que ocorrem nas aplicagdes da Engenharia. Deduziremos estas equacdes a partir de prinefpios fisicos e examinaremos os métodos para resolver problemas de valor inicial e de contormo, isto é, métodos para obter as solugdes das equagdes que correspondem a situag6es fisicas dadas. Na Sec. 11.1 definimos a nogdo de solugdo de uma equagdo diferencial parcial. As Segs. 11.2-11.4 so devotadas ao estudo da equacdo da onda unidimen- sional, que rege o movimento de uma corda vibrante. A equago do calor é estudada nas Secs. 11.5 e 11.6, a equacdo da onda bidimensional (membranas vibrantes), nas Segs. 11.7-11.10, e a equagdo de Laplace, nas Secs. 11.11 ¢ 11.12. Na Seg. 11.13 veremos que as equaydes de derivadas parciais podem também ser resolvidas com auxilio das transformadas de Laplace introduzidas no Cap. 5. Pré-requisitos para este capitulo: equacées diferenciais lineares ordindrias (Cap. 2) e séries de Fourier (Cap. 10). Segoes que podem ser omitidas em um curso mais breve: 116, 11.9, 11.10. Referencias: Apéndice 1, Parte E. Respostas aos problemas: Apéndice 2. 11.1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS Uma equagdo que envolve uma ou mais derivadas parciais de uma fungao (incognita) de uma ou mais variaveis independentes é chamada uma equagdo dife- rencial parcial. A ordem da derivada mais elevada é chamada a ordem da equacfo. Do mesmo modo que no caso das equagdes diferenciais ordindrias, dizemos que uma equacdo diferencial parcial é linear, se for do primeiro grau na variével 660 — MATEMATICA SUPERIOR dependente e suas derivadas. Se cada termo de tal equaco contiver seja a varidvel dependente, seja uma de suas derivadas, a equago é homogenea; caso contririo sera néio-homogénea. Exemplo 1. Principais equagdes diferenciais parciais lineares de 2° ordem As equagGes que se seguem constituem exemplos importantes de equagdes parciais lineares de segunda ordem a (equagdo das ondas, unidimensional ) Q) (equaedo do calor, unidimensional ) 8) (equagdo de Laplace, bidimensional ) 4) (equagdo de Poisson, bidimensional ) ax? ay? () (equagdo de Laplace, tridimensional ) Aqui c é uma constante, t € 0 tempo e x, y, z sio coordenadas cartesianas retangulares, A Eq. (4) (com f= 0) € ndo-homogénea, enquanto as outras sio homogéneas. Uma solugao de uma equagao diferencial parcial em uma regido R do espago das varidveis independentes & uma fungao que possui todas as derivadas parciais que figuram na equapdo e satisfaz esta equacdo em todos os pontos de R. Nao raro exige-se apenas que a funcdo seja continua no contorno de R, tenha as derivadas no interior de R e satisfaga a equag40 no interior de R. Em geral, a totalidade das solugdes de uma equagdo diferencial é muito grande. Assim é que as fungdes (6) F COSY, u = In(x? + 9°), que sdo completamente diferentes umas das outras, so solugdes de (3), como 0 leitor pode verificar. Veremos mais tarde que a solugdo tinica de uma equagdo diferencial parcial que corresponde a um dado problema fisico sera obtida pelo emprego de informagao adicional decorrente da prdpria situagao fisica. Por exem- plo, em alguns casos os valores da solugao procurada do problema sobre o contorno de um dado dominio (condigdes de contorno ); em outros casos, quando o tempo t 6 uma das varidveis, serdo prescritos os valores da solugdo em f = 0 (condicdes iniciais). Sabemos que, se uma equagdo diferencial ordindria é linear e homogénea, entdo, a partir de solugdes conhecidas, podemos obter outras solugGes por super- EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 661 posicdo. Para uma equacdo diferencial parcial linear homogénea, a situagdo é bem semelhante. Vale, de fato, o seguinte teorema. Teorema Fundamental | (Equagées diferenciais parciais lineares homogéneas) Se uy € uz sdo duas solugdes quaisquer de uma equaeao diferencial parcial homoge- nea linear em uma dada regido, entdo u uy + onde c, € ¢, sao constantes quaisquer, serd também uma solugdo da equagao na regio dada, ‘A demonstragao deste importante teorema é bem semelhante 4 do Teorema 1 da Seg. 2.1 e fica a cargo do leitor. PROBLEMAS DA SECAO 11.1 Verificar que as seguintes fungées so solugdes da equagao da onda (1) para um valor adequado da constante ¢ em (1). Esbogar as superificies que representam estas fungdes no espago. cos f sen x Lun st +? Laat su 4. u = senfenx 5. uw = cose senx 6. u = senwet senwx Verificar que as seguintes fungdes (com v e w arbitrérias, diferencidveis duas vezes) sic solugdes de (1), onde c = 1 no Probl. 7. 7. u(x, 1) = (x + 1) $+ w(x — 9 8. u(x, 1) = v(x + ct) + wx — cr) Verificar que as seguintes fungSes so solugGes da equagdo do calor (2) 9 uw =e cos x 10, uw = een x I, w= e** gen wx Verificar que as seguintes fungdes s4o solugdes da equagao de Laplace (3). Esboyar as superficies que representam as solugdes no espago, Ruse-y 1B. w = 3xy? 14, u = 3x%y — 18. u = e cosy 16. w =e seny 17. u = In(x? + y*) 18. u = arc tg(y/x) 19, w = sen x senh y 20. uw = sen.x cosh y 21. Verificar que u (x, ¥) =a In(x? + y?) + b satisfaz a equacdo de Laplace (3) e determi- nar a ¢ b de modo que u satisfaca as condigdes de contorno u = 0, sobre a circunferéncia x? + y? =1eu=3 sobre a circunferéncia x? + y? = 4, Esbogar a superficie representada por esta funcdo, 22. Provar que u = 1/,/x? + y? + z? éuma solucao de (5). 662 — MATEMATICA SUPERIOR Relagées com equagGes diferenciais ordinérias Uma equacdo diferencial parcial que envolve derivadas com relagdo a uma variével somente pode ser resolvida como uma equacio diferencia ordinéria, tratando-se as outras variaveis como parimetros Resolver as seguintes equagGes onde, u = u(x, ¥). 23. u, =0 wu, =0 25. u,, =0 26. u,, +u=0 Resolver os seguintes sistemas de equages diferenciais parciais, 27. (a) u,, = 0, (b) ty =0 2% u,=0, uy, 30. u,, =0, u, uw, =0, 4, Fazendo uy = p resolver Buy tu, txty+1=0 32. yy + My 34. Provar que se as curvas de nivel z = const. de uma superficie z = z(x, y) so retas para- +lelas ao eixo dos x, entdo z é uma solugao da equacdo diferencial z, = 0. Dar exemplos. 35. Mostrar que as solugGes z = z (x, y) de yz, lugdo, Dar exemplos, Sugestdo: Fazer x =r cos 6, forma em zg = 0. ~ xzy = 0 representam superficies de revo- sen 6 e provar que a equacao se trans- 11.2 — CORDA VIBRANTE. EQUACAO DE ONDA UNIDIMENSIONAL Como primeiro exemplo de equacdo diferencial parcial importante, deduzi- remos a equacdo que rege as pequenas vibragGes transversais de uma corda eléstica, que € esticada até atingir um comprimento / e em seguida fixada nos extremos. Suponhamos em seguida que a corda seja afastada de sua posi¢do e que, em dado instante — que designaremos por t = 0 — seja liberada, entrando em vibraco. O problema consiste em determinar as vibragdes da corda, isto é, em determinar sua deflexdo u(x, t) em um ponto qualquer x e num instante t > 0; cf, Fig. 11.1. Quando deduzimos uma equagdo diferencial que corresponde a um dado problema fisico, normalmente fazemos hipéteses simplificadoras, a fim de que a equacdo resultante ndo se torne demasiado complicada. Jé conhecemos este fato desde quando fizemos consideragdes sobre equagoes diferenciais ordindrias; para equagdes diferenciais parciais 0 problema é semelhante. No presente caso fazemos as seguintes hipéteses simplificadoras. 1. A massa da corda por unidade de comprimento é constante (corda homo- génea). A corda€ perfeitamente elistica e no oferece nenhuma reststéncia a flexdo, 2. A tensdo causada pelo esticamento da corda antes de fixé-la é to grande que a ago da forga gravitacional sobre a corda pode ser desprezada. EQUA GOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 663 3. O movimento da corda consiste em uma pequena vibragao transversal em um plano vertical, isto é, cada particula da corda se movimenta estritamente na vertical, e a deflexdo e 0 coeficiente angular em qualquer ponto da corda sao pequenos em valor absoluto, Estas hipdteses simplificadoras sio tais que nos permitem esperar que a solucdo u(x, t) da equagao diferencial a ser obtida descreva de maneira razoavel- mente correta as pequenas vibragGes da corda real de pequena massa homogénea, sujeita a uma grande tensdo. Para obter a equacdo diferencial, consideramos as forgas que agem sobre uma pequena poredo da corda (Fig. 11.1). Como a corda ndo oferece resisténcia a flexdo, a tensdo é tangente a curva da corda em cada ponto, Sejam 7, e T as tensSes nos pontos extremos Pe Q do trecho considerado. Como néo hé movimento na direga0 horizontal, os componentes horizontais da tensdo devem ser constantes. Empregan- do a notacdo indicada na Fig. 11.1 obtemos a T, cosa = Ty cos 8 = T = constante Na diregdo vertical temos duas forgas, a saber, as componentes verticais de T, € Tz, — Ty sen we + Ty sen B; 0 sinal menos se deve ao fato de a componente vertical em P ser voltada para baixo. De acordo com a segunda lei de Newton a resultante destas duas forgas é igual ao produto da massa pAx do trecho pela aceleracdo 0°u/d¢*, calculada em um ponto entre x ex + Ax; no caso p representa a massa da corda por unidade de comprimento e Ax é 0 comprimento da porgao considerada. Assim ou Tysen fi — T,sena = pAx<¥, oO x xtdx L Fig. 11.1 Corda vibrante, Empregando (1) obtemos Ty 80 T,sen Ax &u 2) a eee T,cosB T, cosa T 3° 664 — MATEMATICA SUPERIOR Ora, tg ae tg B sfo 0s coeficientes angulares da curva da corda em x ex + Ax, isto é, au) (#) ts =(_— e tg B = (— w= (2) ea Temos que empregar derivadas parciais porque u depende também de ¢, Dividindo (2) por Ax, obtemos entdo sll)... - Fazendo Ax tender para zero, obtemos a equagdo diferencial parcial homogénea linear au _ 2 8) ae ° ex? E a chamada equacdo de onda dimensional, que tege 0 problema em estudo, A notagdo c? (em lugar de c) para a constante fisica T/p, acentua o fato de que esta constante é positiva. As solugGes desta equacdo serao obtidas na secdo seguinte. 11.3 — SEPARACAO DAS VARIAVEIS (METODO DO PRODUTO) Vimos que as vibragdes de uma corda eldstica sfo regidas pela equagdo de onda unidimensional uu 1 =P ® ar Ones onde u(x, t) € a deflexdo da corda. Como a corda € fixa nas extremidades x = 0 ex =, temos duas condigdes de contorno 2) u(0,1)=0, ull) 0 para qualquer f Evidentemente, a forma do movimento da corda depende da deflexdo inicial (deflexdo em f = 0) e da velocidade inicial (velocidade em r = 0). Representando a deflexdo inicial por f(x) e a velocidade inicial por g(x), obtemos as duas con- digdes iniciais . QB) u(x, 0) = f(x) EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 665 ou (4) ai = g(x). 10 problema consiste em determinar uma solugdo de (1) que satisfaga as condigdes (2) — (4). Procedamos por etapa, como segue. Primeira etapa. Aplicando 0 método do produto ou de separagao das varid- veis, obtemos duas equagdes diferenciais ordinarias. Segunda etapa, Determinamos as solugGes destas equacdes que satisfazem as condig6es de contorno. Terceira etapa, As solucdes s40 entdo reunidas de modo a gerar uma solugdo da equagdo da onda (1) satisfazendo as condigdes iniciais dadas. Seguem-se os detalhes. Primeira etapa. © método do produto dé solugGes de (1) da forma (5) u(x, 1) = F(x)G(t) produto de duas fung6es que dependem, cada uma, somente de uma das varidveis xe t, Veremos mais tarde que este método possui varias aplicagOes na Matemdtica para a Engenharia. Derivando (5) obtemos eu 3 FG e onde os pontos representam derivadas em relagdo af ¢ as plicas derivadas em relagdo a x. Levando em (1) obtemos FG = FG. Dividindo por c? FG, vem A expressio no primeiro membro envolve fungdes que dependem somente de t, enquanto 0 segundo membro envolve fungdes que dependem somente de x. Assim, ambas as expressOes devem ser iguais a uma constante, digamos k, porque se a expresso no primeiro membro nfo for constante, uma mudanga de ¢ presumivel- 666 — MATEMATICA SUPERIOR mente mudard o valor desta expresso, mas certamente no o segundo membro, Porque este ndo depende de t. Se o segundo membro nao for uma constante, uma mudanga em x certamente alterard 0 valor desta expressio mas no o do primeiro membro, Entao Gos a 2G eerie Este resultado fornece imediatamente as duas equag6es diferenciais lineares or- dinarias (6) F” ~kF=0 e 0) G kG =0. Nestas equagdes, k é ainda arbitrério, Segunda etapa. Determinaremos agora soluges F e G de (6) e (7) de modo que u = FG satisfaca (2), isto é, u(0, 1) = F(0)G(1) = 0, u(l,t) = F()G() = 0 Para todo f, Evidentemente, se G = 0, ent¥o u = 0, solugdo sem interesse. Assim, G #0 e (8) (a) FO) =0 (6) Fl) =0. Para k = 0 a solucdo geral de (6) € F = ax + b, e de (8) obtemos a = b = 0. Assim, F = 0, solugdo que nao apresenta interesse porque acarreta u = 0, Parak =? posi- tivo, a solugdo geral de (6) sera F = Ae" 4 Be“, e de (8) obtemos F negativo, digamos, k , como anteriormente. Resta a possibilidade de escolher k p?. Entdo (6) toma a forma FY + pF € a solucdo geral ¢ F(x) = A cos px + B sen px. Daie de (8) vem F(0)=A=0 eentdo F(1) = Bsen pl EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 667 Devemos tomar B #0 para evitar F = 0. Assim, sen pi = 0, isto é, (9) pl=nz ou (1 inteiro). Fazendo B = 1, obtemos um niimero infinito de soluges F(x) = F, (x), (10) F(x) =n TEx n=1,2,..., que satisfazem (8). [Para n inteiro negativo, obtemos essencialmente as mesmas solugdes com exce¢ao de um sinal menos, porque sen(— a) = — sen a.] k fica entdo restrito aos valores k = — p? = — (nn/l)*, conforme resulta de (9). Para tais valores de k a Eq. (7) passa a apresentar a forma G+r,2G=0 onde A solugdo geral é G,() = B, COSA, + B,* sen jt. Assim, as fung6es u, (x, t) = Fy, (x)G, (t), ou (i) u,(x, 1) = (B, cosd,t + B,* send, f) sen 77x sdo solugdes de (1) que satisfazem As condigdes de contorno (2). Estas fungdes sf0 as fungdes caracteristicas, ou proprias, ou ainda autofungdes, ¢ os valores \,, = = enn/I sfo os valores caracteristicos, ou préprios, ou ainda autovalores da corda vibrante. O conjunto \;,A2,. . . constitui o espectro. Vemos que cada u, representa um movimento harménico com a freqiiéncia Aq/2m = en/2I ciclos por unidade de tempo. Este movimento constitui 0 modo normal ou tom normal de ordem n da corda. O primeiro modo normal é conhecido como 0 modo fundamental (n = 1) e os outros como sobretons; musicalmente, eles constituem a oitava, a oitava mais a quinta etc. Como em (11) © modo normal de ordem n possui n — 1 nodos, isto é, pontos da corda que ndo se movem (Fig. 11.2). ‘A Fig. 11.3 mostra 0 segundo modo normal para virios valores de ¢. Em qualquer instante a corda possui a forma de uma onda senoidal. Quando a parte 668 — MATEMATICA SUPERIOR da esquerda se movimenta para baixo a outra metade se movimenta para cima, ¢ reciprocamente. Para os outros modos a situagdo é semelhante. Terceira etapa. Evidentemente uma solugdo tinica w,(x, 1), em geral nfo atendera as condi¢des iniciais (3) e (4). Como, porém, a Eq. (1) é linear e homo. Bénea, segue-se do teorema fundamental 1 da Seg. 11.1 que a soma de um niimero finito de solugdes 4, & uma solugdo de (1). Pars cbter uma solugao que satisfaca (3) e(4), consideremos a série infinita (2) wx.) = S a(x, = DB, cosd,r + B,* end,2) en ay nel nt Fig. 11.3 Segundo modo normal para varios valores de t, Daie de (3) decorre que (13) u(x,0) = 3° B, enx SX), a Assim, a fim de que (12) satisfaca (3), os coeficientes B,, devem ser escolhidos de modo que u(x, 0) se transforme em um desenvolvimento de meio periodo de f(x), a saber, a série de Fourier de senos de f(x); assim [of (4) na See. 10.5] 2/' nax (14) B, Tf 10) sen ax, EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 669 Analogamente, derivando (12) com relagac a ¢ e empregando (4), encontramos ou we) fs 5 =) 5 =[2¢ Byhy Xgl + B,"A, COS yf) sen r=0 n = g(x). = S By"), sen asi Ento, a fim de que (12) satisfaga (4), 0s coeficientes B,* devem ser escolhidos de modo que para f = 0, du/dt se transforme em uma série de Fourier de senos para g(x); entdo, em vista de (4) na Seg. 10.5, 2° max Tf seosn Pav ‘ou, como i, = cnn/I, (1) pe ii ae 1,2 = Sef, 802s as, AH-12 Segue-se que u(x, 1), dada por (12) com coeficientes (14) e (15) é uma solugdo de (1) que satisfaz as condigdes (2) — (4), desde que a série (12) seja conver- gente e também sejam convergentes as séries obtidas derivando (12) duas vezes (termo a termo) com relagdo a x e f, € possuam as somas 07u/Ax? ¢ 97u/32?, res- pectivamente, que so continuas. he eS Fig. 11.4 Prolongam ento periédico impar de f (x). Mostraren:os que a solugdo (12) ~ de inicio uma expressio meramente for- mal — ¢ realmente a solucdo procurada. Por questdo de simplicidade consideramos somente 0 caso em que @ velocidade inicial g(x) é identicamente nula. Neste caso 08 B," so nulos e(12) se reduz a 116) u(x.) = So By cos Ayton = 670 — MATEMATICA SUPERIOR E possfvel somar esta série, isto é, escrever 0 resultado sob forma compacta ou finita. Temos [cf (11) no Apéndice 3] rey [en [Fee —o9] + anf Assim, podemos escrever (16) sob a forma wx) = 5 SB, sen | nt Estas duas séries sdo as obtidas substituindo x por x — ct e x + ct, respectivamente, na série de Fourier de secs (13) de f(x). Por isso (17) u(x, 1) = HL f"(x — ct) + f(x + cd], onde f* € 0 prolongamento periédico impar de f com o periodo 21 (Fig, 11.4). Como a deflexao inicial f(x) ¢ continua sobre 0 intervalo 0 0) representa uma onda que se desloca para a direita quando f aumenta. Semelhantemente f “(x + ct) repre- senta uma onda que se desloca para a esquerda, e u(x, t) € a superposi¢ao destas duas ondas progressivas. Exemplo 1. Corda vibrante com deflexao inicial triangular Determinar a soluao da equagao das ondas (1) que corresponde 4 deflexo inicial triangular 2k ax : quando o G, (0) sen na equagdo das ondas (1) conduz a equagio + 22. (Vibragbes forgadas de uma conda elistica.) Provar que as vibragSes forgadas de uma cor- da elistica sob a ago de uma forca externa P(x, f) por unidade de comprimento, que atua normalmente a corda, sio regidas pela equagao eee ? Considerar e resolver a equagdo no Probl. 22 para a forga senoidal P = Ap sen wt, como segue. 23, Mostrar que A S = P/p = Asenwt = hoe onde k(t) = (2A /nn) (1 ~ cos n) sen es; em consequéncia k,, = 0(m par) ¢ ky = (44/nn) sen wot (n impar). 24, Mostrar que, substituindo as expresses para uw no Probl. 21 ¢ P/p no Probl. 23 na equa- do considerada, obtemos 6, +.A,26, =24(1 — cos nz) sen et, A, =. nt Mostrar que se An? # w?, a solugdo é Gy(0) = By COS Ag! + By" sen dyt + 2A ~ O80) nw, at + ag? — ©) 25. Determinar B,, 8, no Probl, 24 de modo que w satisfaga as condigGes in = f(x), wp (%, 0) = 0. 11.4 — SOLUCAO DE D’ALEMBERT DA EQUACAO DA ONDA E interessante notar que a solugao (17), na ultima segdo, da equacao da onda Pu _ gow ¢ Oe One 2 i) 7 674 — MATEMATICA SUPERIOR pode ser imediatamente obtida transformando-se (1) de maneira adequada, a saber, introduzindo as novas varidveis independentes." 2) vexte, z=x-—el. u entdo se transforma em uma funcdo de vu e z, e as derivadas em (1) podem ser expressas em termos das derivadas em relagdo ave z mediante a regra da derivacdo em cadeia da Seg. 8.7. Representando as derivadas parciais por indices inferiores, vemos de (2) que v, = 1 e z, = 1. Por simplicidade, denotaremos u(x, t), como fungdo de ve z, pela mesma letra u. Entéo, u, = u,v, + Uz, =u, + U,. Aplicando ao segundo membro a regra da cadeia e notando que vy = 1 e zy = 1, obtemos May = (My + Urde = (My + Ue )yUe + (My + Updeze = Moy + Wye + Mees A outra derivada em (1) é transformada pelo mesmo processo € o resultado é yy = C%(Uyy — yz + Uze)- Substituindo estes dois resultados em (1) obtemos @) 4, = =0. Evidentemente, a esséncia deste método 6 que a equacio resultante (3) pode ser resolvida prontamente por duas integragGes sucessivas. De fato, integrando em relagdo a z, obtemos ou _ Ww) a a onde /(v) € uma funcdo arbitrdria de v. Integrando em relagao av vem w= fr(v)do + ¥) * Mencionamos que a teoria geral das equagdes diferenciais parciais fornece uma manei- ta sistemética de determinar esta transformacao que simplifica a equacio. Cf. Ref. [F14] no Apéndice 1 EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 675 onde y/(z) é uma fungdo arbitréria de 2. Como a integral é uma fungdo de v, diga- mos ¢(v), a solucdo é da forma u=9o(v)+ (2). Em vista de (2) ela toma a forma (4) u(x, 0) = o(x + ct) + W(x — ct). Esta solugao é conhecida como a solugdo de D’Alembert” da equacao da onda (1). As fungdes @ e Y podem ser determinadas a partir das condigGes iniciais. Vamos ilustrar este fato no caso da velocidade inicial nula e de deflexao inicial dada u(x, 0)= f(x). Derivando (4) obtemos 6) ue Sh = cg(x + ef) — evs — er) onde as plicas representa derivadas em relagdo aos argumentos inteiros x + ct © x — ct, respectivamente. De (4), (5) e das condigées iniciais decorre que u(x, 0) = (x) + YX) =f) u(x, 0) = co'(x) — eY(x) = 0. Da ultima equacdo, v’ = ¢'. Assim ¥ = ¢ + k, e daf e da primeira equagao, 26 + k =f, ou d= (f— k)/2. Com estas fungdes @ ¢ a solugdo (4) se torna (6) u(x, ) =4Lfx +c) + f(x — cd) © que concorda com (17) na Seg. 11.3. 0 leitor pode mostrar que, devido as con- digdes de contorno (2) naquela seco, a fungdo f deve ser impar e ter perfodo 2L Os resultados mostram que as duas condigGes iniciais ¢ as condigces de contorno determinam a solugdo de maneira tinica. PROBLEMAS DA SEGAO 11.4 1. Exprimir x e t em fungdo de ve z lef. (2)] ¢ empregar o resultado para transformar (3) em (1). 2 Jean-Le-Rond D’Alembert (1717-1783), matematico francés, conhecido pelo impor- tante trabalho realizado na Mecnica. 676 — MATEMATICA SUPERIOR Empregando (6) fazer um croqui (do tipo da Fig. 11.6 na Seg. 11.3) da deflexao u (x, 9, de uma corda vibrante (comprimento / = 1, extremidades fixas) com velocidade inicial zero ¢ deflexdo inicial f(x), onde 2. f(x) = k sen 2nx 3. f(x) = kx(1 — 59) 4. f(x) = k(x — x9) 5. f(x) = k(x? = x4) 6 f(x) = k(x3 — x9) 7. f(x) = keen? ax Empregando as transformagGes de varidveis indicadas, resolver as seguintes equacies, & xu,y = uy, tu, (V=x,2 = xy) % Ugy — My =O (V=xX,2=x4+y) 10. uj, + Qty + My =0 (V=X,z=x-y) M. uj, — 2yy + My =0 (VEHZ=x+y) 12, tgg + Ugy — My =O (VEX 4,2 =x —y) 13. (Tipos de equagdes diferenciais parciais lineares). Uma equagao da forma ?) Allgy + 2Buzy + Cy = FX, Y, Us Uys ty) & chamada elftica se AC - B? > 0, parabélica se AC - B? = 0, chiperbélica se AC - B? <0, [Aqui 4, B ¢ C podem ser fungGes de x e y, € 0 tipo de (7) pode ser diferente em diferentes regides do plano xy.] Mostre que: A-equacio de Laplace u,., + uyy = 0 € eliptica A equaco do calor uy = c7uyy & parabélica ‘A equacio da onda up ‘A equaco de Tricomi yux, + uyy = 0 € de tipo misto (eliptica no semiplano su- perior, parabélica no eixo dos x, e hiperbolica no semiplano inferior), *u x, 6 hiperbolica 14, Se (7) & hiperbdlica, pode ser transformada na forma normal uy, =F %v, 2, Uy Uyy Uz) fazendo v = ©(x, y),z = V(zx, y) onde © = const, e ¥ =const, so as solugdes y = y (x) de Ay"? — 2By’ + C= 0 (cf. Ref, [E14]. Mostrar que no caso da equagao da onda (1) @=xt+e, Y=x-cl. 15, Se (7) é parabblica, a substituigo v = x, z = W(x, y), com W definida como no Probl. 14, a reduz a forma normal u,, = F*v, 2, u, uy, uz). Verificar este resultado para a equagfo no Probl. 10. 16. (Vibragdo de uma viga). Pode-s mostrar que as pequenas vibracdes verticais livres de uma viga so regidas pela equacao de quarta ordem Pu yoo Otu (8) ort tty =0 (Ref. (E15), onde c? = EI/pA (E = médulo de elasticidade de Young, ! = momento de inércia da sego transversa em relagdo a0 eixo dos y na figura, p = densidade, A = area da secdo transversa). Fazendo u = F (x)G(t) em (8) e separando variaveis, mostre que EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 677 FY /F = —G/c?G = B* = const. F(x) = Acos Bx + Bsn Bx + Ccosh Bx + D senh Bx, G() = acos cB + b sen cB*. Problema 16. Viga nao-deformada. = Fy(2)Gq(1) de (8) correspondentes i velocidade inicial zero forno (0, t) = 0, u(I, t) = 0 (extremidades simplesmente (0, #) =uyy (I, #) = 0 (momentos zero, logo, curvatura 17. Determine solugdes tty e satisfazendo as condigdes de cont apoiadas em todos os instantes 1) € uy zero nas ex remidades). Problema 17. 18, Determinar a solugdo de (8) que satisfaz as condigdes do Probl. 17 € a condigdo inicial u(x, 0) = f(x) =x(- x). Quais so as condigdes de contorno se a viga é engastada em ambas as extremidades? 19. x20 x= Problema 19. 20, Mostre que F(x) no Probl. 16 satisfaz as condig6es do Probl. 19, se 6! é raiz da equacao ° cosh Al cos BI = Determine solug6es aproximadas de (9). 678 — MATEMATICA SUPERIOR 11.5 — DIFUSAO UNIDIMENSIONAL DO CALOR A difusdo do calor em um corpo de material homogéneo ¢ regida pela equaga0 do calor (ef. Seg. 9.9). onde u(x, y, 2, £) €a temperatura do corpo, K é a condutividade térmica, 0, 0 calor especifico e p, a massa especifica do material do corpo. V?u é 0 laplaciano de u, € em termos de coordenadas cartesianas retangulares x, y, z, Para examinar uma aplicacdo importante, consideremos a temperatura ao longo de uma barra fina ou de um fio de secdo reta constante e material homogé- neo, orientado ao longo do eixo dos x (Fig. 11.7) e é perfeitamente isolada lateral- mente de modo que o calor flui unicamente na diregdo do eixo dos x. Entéo u depende unicamente de x e do tempo f, ¢ a equacao do calor se transforma na ‘equacéo unidimensional do calor. ad Fig. 11.7 A bara cm estudo. Resolveremos (1) para certos tipos importantes de condig6es iniciais e de fronteira. Embora 0 processo de resoluco de (1) seja semelhante ao do caso da equag4o de onda, 0 comportamento das solug6es serd inteiramente diferente do das soluges daquela equagd0 porque (1) envolve u,, enquanto que a equacdo de onda envolve uj,. (Daf, a classificagdo no Probl. 13 da Ultima seco ndo ser simplesmente uma questo formal, mas ter conseqiiéncias de longo alcance com rela¢do a0 comportamento geral das solug6es). Principiemos com o caso em que as extremidades x = 0 e x = /da barra se encontram 4 temperatura zero. Assim, as condigdes de contomo séo Q) 40, =0, ul. =0 para qualquer t. Seja f(x) a temperatura inicial da barra, Entdo a condiedo inicial ¢ 8) u(x, 0) = f(x), EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 679 onde f(x) é uma fungdo dada, Determinaremos uma solugdo u(x, t) de (1) que satisfaca (2) e(3). Primeira etapa. Empregando 0 método de separacdo das varidveis, determi- nemos inicialmente as solugdes de (1) que satisfagam as condigdes de contorno (2). Partimos de (4) u(x,t) = F(x)G(t). Derivando e substituindo em (1), obtemos FG = 0F"G onde o ponto indica derivada em relago ao tempo ¢ as plicas derivadas em relagao ax. Dividindo por c* FG, obtemos a= 6) 7 O primeiro membro depende unicamente de f, enquanto que 0 segundo membro depende somente de x. Tal como na Seg. 11.3, concluimos que ambas as express6es devem ser iguais a uma constante, digamos k, O leitor pode mostrar que para k > 0 a tinica solugdo u = FG que satisfaz (2) ¢ u = 0. Para o valor negativo k = = — p?, obtemos de (5) Gr eG e dai as duas equagées diferenciais (6) F’ + pF =0 e aM G+ °pG Segunda etapa, Consideremos (6). A solugdo geral é (8) F(x) = A cos px + Bsen px. De (2) decorre que u(0, 1) = F(0)G(t) =0 e ull.) = FIG) 680 — MATEMATICA SUPERIOR Como G = 0 implica u = 0, exigimos que F(0) = 0 e F(/) = 0. Em vista de (8), F(0)= A. Entdo A = 0,e, portanto, F(1) = Bserrpl. Devemos ter B # 0, j4 que de outro modo F = 0. Assim a condigéo F(I) = 0 conduz a senpl=0 ov p Fazendo B= 1 obtemos as solugdes pax ma1D | FQ) = sen, de (6) que satisfazem (2). Tal como na Seg. 11.3, aqui também ndo é necessério considerarmos valores inteiros negativos de n, Para os valores p = nn/l, a Eq. (7) apresenta a forma G+A2G=0 onde A solugdo geral é G,(0) = Bye", n= 1,2,%-2, onde B,, € uma constante. Assim as fungdes mmx * ewt (9) (0,9 = Fx0G,() = B, en | sdo solugdes da equagdo do calor (1) que satisfazem (2). Terceira etapa, Para determinar uma solugdo que satisfaga também (3), consideremos a série = 4 mmx => i= — ent (10) u(x, 0) 2 u(x, 0) 2 B,sen—— € Daf e de (3) decorre que nq. u(x,0) = > By ven = = f(x), = EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 681 ° ‘Assim, para que (10) satisfaga (3), os coeficientes B, devem ser escolhidos de modo que u(x, 0) seja um desenvolvimento de meio perfodo de f(x), a saber, a série de Fourier de senos para f(x); assim [of (4) na Seg. 10.5] ae ap B, =f seosen 712 Para demonstrar que assim obtemos a solugdo do problema, supomos que f(x) € continua sobre o intervalo 0 < x <1 (cf. Seg. 5.1) e possui derivadas unila- terais? em todos os pontos interiores do intervalo; admitidas assim estas hipéteses, a série (10) com coeficientes (11) 6 a solugao do problema fisico. A demonstragao, que requer 0 conhecimento da convergéncia uniforme das séries, ser dada poste- tiormente. (Probls. 19, 20 no fim da Seg. 16.6). Devido ao fator exponencial, todos os termos em (11) tendem para zero quando f tende para infinito. A taxa de decaimento varia com n, ° Exemplo 1 bf Se a temperatura inicial € J : x quando 0), Assim a solugdo é wx = fen eter — Len Itt eter 4.) * Cf, nota de rodapé 4 da Seg. 10.2. 682 — MATEMATICA SUPERIOR Compare o leitor a Fig. 11.8 com a Fig. 11.6 da Seg. 11.3 Fig. 11.8 Solugdo do Ex. 1 para diversos valores de f. PROBLEMAS DA SECAO 11.5 1. Compare as Figs. 11.8 ¢ 11.6 e descreva o comportamento das solugesdas duas equagies, 2. Explique como a taxa de decaimento em (9), para n fixo, depende do calor especifico, da densidade e da condutividade térmica do material, 3. Fazer o grifico de u,, u,, uy [¢f. (9) com By = 1,¢ = 1,1 =m] como funcdes de x para os valores t = 0, 1, 2, 3. Comparar o comportamento destas fungGes. 4. Representar graficamente as solugSes do Probl. 3 como superficies sobre o plano xt. $. As extremidades de uma barra que verifica as hip6teses do texto so mantidas a tempera- turas constantes diferentes (0, t) = U, e u(|, t) = U;. Determinar a temperatura uj(x) na barra apés um longo tempo (teoricamente, quando t+ =), Determinar a temperatura u (x, t) de uma barra de prata (comprimento 10 cm, segdo reta constante de area igual a lq cm, massa egpecifica 10,6 g/cm, condutividade térmica 1,04 caljem°C seg, calor especifico 0,056 cal/gm°C que é perfeitamente isolada dos lados, cujas extremidades sio mantidas a temperatura 0°C e cuja temperatura inicial (em °C) é f(x), onde 6. f(x) = sen0,2nx 7. f(x) = sen 0,Irx EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 683 x © O0 A, cos onde, de acordo com (2) da Seg. 10.5, 1 1 Maz f fends, 4 =F [100 cosa, nol 13. No Probl. 12,u+ A, quando t + =. Isto concorda com a intuigao fisica? Determinar a temperatura na barra do Probl. 12 se! =1,¢ =1e 4. f(x) 1S. f(x) =x? x quando 0 0 €u(x, 1) = uj(x) + pfx, 1), onde uy é dado pelo problema anterior ¢ vg = 5 Byen EE etme, f Uo - ucx)]sen “ax = 1 ("U2 — Uy) f(x) en ax + fy nt 20. Considerar a barra dos Probis. 6~11, Supor que as extremidades so mantidas a 100°C durante longo intervalo de tempo, Em seguida, num dado instante, digamos f = 0, a tempera: tura em x = / é subitamente modificada para 0° C mantida neste valor, enquanto a temperatu- ra em x = 0 é mantida em 100°C. Quais sfo as temperaturas no meio da barra, no instante 1=1,2,3, 10,509 684 — MATEMATICA SUPERIOR 11.6 — DIFUSAO DO CALOR EM UMA BARRA INFINITA Consideramos agora as solucdes da equacao do calor eu Ou Le Pu ax? 1 = qd) ar no caso de uma barra que se estende para o infinito em ambos os sentidos (e isolada lateralmente, como temos considerado até o presente). Neste caso nao possuimos condigdes de contorno mas somente a condi¢ao inicial (2) u(x, 0) = f(x) (-0 1 f(s) ul Fig. 11.9 Temperatura inicial do Ex. 1. De (11) obtemos hp (&-»? u(x, =f exp {— | ae. xeval, nf 4c EQUA COES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 687 Introduzindo a variével de integracdo z, a integragdo sobre v, de — 1 a 1 corresponde A inte- gracio sobre z de (— 1 — x)/2eV/T a(1 — x)/2c./t; obtemos entéo (1-220 Ve et ds (>), (as2)/2e Vi (13) Esta integral no é elementar, mas pode expressar-se facilmente em termos da fungdo erro, cujos valores se acham tabelados. (A Tabua AS do Apéndice 4 contém alguns valores; tabuas mais extensas podem encontrar-se na Ref, (J11}, Apéndice 1, Cf, também os Probls. 2-7 a seguir), A Fig. 11.10 ilustra u (x, t) para U, = 100°C, c? = 1 cm?/s, e diversos valores de f. Fig. 11.10 Solucdo u (x, t) do Ex. 1 com U, = 100°C, c? = 1 cm?/se diversos valores de f. PROBLEMAS DA SECAO 11.6 1, Fazer os graficos das temperaturas no Ex. 1 (com U, = 100°C ec? = 1 cm?/s) nos pontos x = 0,5, 1 ¢ 1,5 como fungées de 1, Os resultados concordam com a intuigdo fisica? Fungio Erro. A funedo erro ¢ definida pela integral 2 efx =f edn. A Tem importancia na matemética da Engenharia, Para familiarizar-se com ela, o leitor deve resolver os problemas seguintes. (Algumas formulas constam do Apéndice 3, v. (35)-(37). Cf, também 0 Ex. 1 da Seg, 19.15). 688 — MATEMATICA SUPERIOR 2. Mostrar que erf x é impar. 3. Mostrar que : 2 v > 2 i f evtdw = z(ertb—erfay, — f ew*dw = Vaerfd, “ a 4. Empregando uma tabela da fungdo exponencial, fazer 0 grifico do integrando da fungao de erro (a chamada curva em forma de sino). S. Fazer uma pequena tabela da erf x para x = 0, 0,2, 0,4, ..., 1,0, 1,5, 2,0 contando os quadrados sob a curva do Probl. 4 ou mediante qualquer outro método grosseiro de integragao aproximada; comparar os resultados com os valores reais cujos dois primeiros algarismos deci. mais so 0,00, 0,22, 0,43, 0,60, 0,74, 0,84, 0,97, 1,00, 6. Obter a série de Maclaurin da erf x mediante integragio termo a termo da ssrie do integrando, 7. Mostrar que (13) pode ser escrita 1 1 wes. = Stent ~ + erf. +*] (@>0). 2evi devi 8 Se f(x) = 1 quando x > 0 e f(x) = 0 quando x <0, mostrar que (12) se transforma em u(x,t) = +f etd (> 0). Tete - Com base nisto, mostre que, no Probl, 8, u(x, 1) =4 + ferf (x/2c V9). 9. Pode-se mostrar que erf( 10. Seabarraé semiinfinita, estendendo-se de 0a =, se 0 pontox = 0 é mantido a tempera tura Oe se a temperatura inicial é f(x), mostrar que a temperatura na barra ¢ (14) u(x, = vA f(x + rw)e-®? dw — force + rw)e dw, mer onder =2¢ Jt. 11, Obter (14) de (11) supondo que f(v) em (11) & impar. 12. Se no Probl. 10, f(x) = 1, mostrar que 2/7 eo? dw = ert( = ) (> 0). 2 maa aa 2e Ve 13. Que forma toma (14), se f(x) = 1 quandoa 0)¢ f(x) = 0 nos demais Pontos? EQUA COES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 689 14, Mostrar que o resultado do Probl. 12 pode ser obtido de (11) ou (12) tomando-se F(x) = 1 quando x > 0, e f(x) = — 1 quando x <0. Qual é 0 motivo? 15. Mostrar, no Probl. 12, que os tempos necessirios para dois pontos quaisquer atingirem a mesma temperatura sio proporcionais aos quadrados de suas distncias do limite em x = 0, 11.7 — MEMBRANA VIBRANTE. EQUACAO BIDIMENSIONAL DE ONDA. Outro problema importante do campo das vibragdes que consideraremos é 0 do movimento de uma membrana esticada, como a pele de um tambor. O leitor certamente notar4 que as presentes considerages s40 semelhantes as que fizemos no caso da corda vibrante na Seg. 11.2. Fazemos as seguintes hipoteses: 1, A massa da membrana por unidade de drea é constante (membrana homo- génea), A membrana é perfeitamente flexivel e tao fina que ndo oferece resistencia alguma & flexdo. 2. A membrana é esticada e, em seguida, ficada ao longo de todo seu contor- no no plano xy. A tensao por unidade de comprimento T, causada pelo esticamento da membrana, é a mesma em todos os pontos e em todas as diregdes, e ndo muda durante o movimento. 3. A deflexio de u(x, y, t) da membrana durante 0 movimento é pequena em tamanho da membrana, e todos os angulos de inclinagao sio pequenos. Se bem que estas hipdteses nio se realizam na pratica, as pequenas vibrag6es transversais de uma membrana fisica fina satisfazem estas suposig6es de maneira relativamente precisa. Para deduzir a equacdo diferencial que rege 0 movimento da membrana, consideremos as forgas que atuam sobre uma pequena poredo conforme indicado na Fig. 11.11. Como as deflexdes da membrana e os angulos de inclinagdo sao pequenos, os lados do trecho considerado sao aproximadamente iguais a Ax e Ay. A tensio T é a forca por unidade de comprimento, Assim, as forgas que atuam sobre o trecho em causa s4o aproximadamente T Ax e T Ay. Como a membrana é perfeitamente flexivel, estas forcas so tangentes 4 membrana. Consideraremos inicialmente as componentes horizontais das forgas, que se obtém multiplicando-se as forgas pelos co-senos dos angulos de inclinagdo, Como esses angulos sfo pequenos, os co-senos séo ~ 1. Por conseguinte, o movimento das particulas da membrana na direco horizontal é desprezivel. Conclui-se dat que se pode encarar o movimento da membrana como um movimento transversal, isto é, cada particula se move verticalmente. 690 — MATEMATICA SUPERIOR Fig. 11.11 Membrana vibrante, As componentes verticais das forgas ao longo dos lados paralelos ao plano yu sdo* (Fig, 11.11) TAysenB ee —T Ay sena; a presenga do sinal menos decorre do fato de a forga no lado esquerdo ser dirigida para baixo. Comos os angulos séo pequenos, podemos substituir seus senos pelas tangentes. Assim, a resultante das duas componentes verticais € T Ay(senB — sen a) = T Ay (tg B — tg a)= qd) = TAy[u,(x + Ax,y,) — u,06.¥2)] onde os indices inferiores x representam derivadas parciais, e », € Y) so valores entre ye y + Ay. Analogamente, a resultante das componentes verticais das forcas que atuam sobre os outros dois lados da poreao considerada é (2) T Ax(u,(x,,¥ + Ay) — u,(%2, ¥)] onde x, e x) sdo valores entre x ex + Ax. * Notemos que 0 angulo de inclinagGo varia ao longo dos lados, e ae f representam os valores do angulo em um ponto adequado dos lados considerados. EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 691 De acordo com a segunda lei de Newton (cf. Seg. 2.6), a soma das forgas dadas por (1) e (2) é igual a massa pAA do trecho multiplicada pela aceleragdo a2u/at; aqui p é a massa da membrana ndo deflectida por unidade de drea AA = AxAy é a area da porgdo de membrana ndo deflectida, Entdo p Ax Ay T Aylu,(x + Ax, y)) — 408.92] ar + TAxluy(xy,¥ + Ay) — WOW] onde a derivada no primeiro membro ¢ avaliada em um ponto adequado (x, ») correspondente ao trecho. Dividindo por pAx Ay, vem au iT ee + Ax, yy) = 4) Wy (%,¥ + AY) — Xn »| ap : [7 Ax Ay Fazendo Ax e Ay tenderem a zero, obtemos oa =a (24 4 Pu) ©). at © Vax? + ay? p Esta equagdo & chamada equagdo bidimensional da onda. Vemos que a expresso entre parénteses é 0 laplaciano V*u de u (cf. Seg. 8.8); podemos, pois, escrever (3) sob a forma ®u 292; aE 202y, GB) 11.8 — MEMBRANA RETANGULAR Para resolver o problema de uma membrana vibrante, temos que determinar a solugdo u(x, y, £) da equagdo de onda bidimensional au au) o(@u , tu ‘ (3 to ay que satisfaz a condigdo de contorno Q) u=0 [sobre o contorno da membrana para todo t > 0] € as condigdes iniciais (G3) u(x, y50) = f(x,y) [deslocamento inicial dado f(x, y)] 692 — MATEMATICA SUPERIOR e (4) u = g(x,y) [velocidade inicial dada g(x, y)] <0 Estas condig6es s4o bem semelhantes as da corda vibrante. Como primeiro caso importante, consideremos a membrana retangular R representada na Fig. 11.12. I 4 Fig. 11.12 Membrana retangular, Primeira etapa. Aplicando o método de separagao das variaveis, determinamos primeiramente as solugdes de (1) que satisfazem 4 condigao (2). Com esta finalidade partimos da expresso (5) u(x, y, 0) = F(x, GO). Substituindo esta expresso na equagdo de onda (1), obtemos FG = cX(E,,G + FG) onde os indices inferiores representam derivadas parciais e os pontos representam derivadas em relag4o at, Dividindo ambos os membros por cFG, encontramos é ag = Fh + Fv) Como as fungdes no primeiro membro dependem unicamente de t, enquanto que as fung6es no segundo membro nao dependem de t, as expresses em ambos os lados devem ser constantes. Um pequeno exame mostra que somente valores nega- tivos da constante conduzem a solugdes que satisfazem (2) sem serem identicamen- te nulas; este processo é semelhante ao da Seg, 11.3, Representando esta constante negativa por — v”, teremos Gt ig le + Fy) = EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 693 Isto dé duas equag6es diferenciais (6) G+NG=0 onde A=er, e ”) Fog + Fy + PF = 0. Consideremos agora (7) ¢ apliquemos 0 método de separado das variéveis uma vez mais, isto é, determinemos solugGes de (7) da forma (8) F(x, y) = HO)Q() que sejam nulas sobre 0 contorno da membrana, Levando (8) em (7) vem ag @H : Gare = (WG + PH), Dividindo ambos os membros por HQ encontramos 2 2 ee) H dx? O\a? O primeiro membro depende unicamente de x enquanto que o segundo membro depende unicamente de y. Entdo as expresses nos dois membros devem ser cons- tantes. Esta constante deve ser negativa, digamos, — k?, porque somente valores negativos conduzem a solugGes que satisfazem (2) sem serem identicamente nulas. Entdo 1 dH 1 (@Q Har glge t72)=—* Daf obtemos as equagées diferenciais @H 9) eH =0 (9) at RH e 20 oo =0 (10) oe +Pe Segunda etapa. As solugdes gerais de (9) e (10) so H(x) =Acoskx +Bsenkx € — Q(y) = Ccospy + Dsenpy 694 — MATEMATICA SUPERIOR onde A, B, Ce D sdo constantes. De (5) (2) segue-se que F = HQ deve ser nulo sobre 0 contorno, o que corresponde a x = 0,x =a, y=Oey=b; of Fig. 11.12. Obtemos assim as condigdes H(0)=0, H(a) = Q(0) = (5) Portanto H(0) = A = 0, ¢ ento H(a) = Bsen ka = 0. Devemos tomar B ¥ 0, pois, de outro modo, H = 0 e F = 0. Logo sen ka = 0 ou ka = mm, isto é, komt (m inteiro). Precisamente da mesma maneira concluimos que C = 0 e p deve ser restrito aos valores p = na/b (n inteiro). Obtemos assim as solugdes ie max HX) =sn—— —€ (9) = sen = (Tal como no caso da corda vibrante, nfo hé necessidade de considerar m, n = = — 1, —2,... porque as solug6es correspondentes so, em esséncia, as mesmas que para os valores positivos de m e n, a menos de um fator — 1,) Segue-se que as fungdes (i) Fog, 9) = Hy X)Q,(9) = 820 ae na m b = sdo solucées da Eq. (7), nulas sobre 0 contorno da membrana retangular. Como p? =v? — k? em(10)e d= cvem (6), temos N=cVETE Assim, a k = mn/a e p = nn/b corresponde o valor (12) A wu em (6), a solugdo geral correspondente de (6) é Guy (0) = Byyy COS yyy + Bray, SN Xgan ls EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 695 Segue-se que as fungdes Uy» (X,Y 2) = Finn (XY) Gn (1), OU (13) tg X59 1) = (Byyy COS Xyagl + Bhyy SA yyy) SO COM Amn dadas por (12), so solugdes da equagdo de onda (1), que séo nulas sobre 0 contorno da membrana retangular da Fig. 11,12. Estas fungdes so as fungdes caracteristicas, ou fungdes proprias ou ainda autofungdes, ¢ os nimeros Amn 80 chamados valores caracteristicos, valores proprios ou ainda autovalores da membrana vibrante. A freqiiéncia de ty» € Xmpn/27- E interessante notar que, dependendo de a e b, varias fungoes F,, , podem corresponder ao mesmo valor caracteristico. Fisicamente isto significa que po- dem existir vibragdes com a mesma freqiiéncia, mas linhas nodais (curvas de pontos da membrana que nao se movimentam) inteiramente diferentes. Este fato pode ser ilustrado pelo exemplo seguinte. Exemplo 1. Membrana quadrada Consideremos a membrana quadrada para a qual @ = b = 1. De acordo com (12) vernos que os valores caracteristicos sf0 a4) Assim, ust 11.13 Linhas nodais das fungSesu,,,,;,U3,, Fig. 11.14 Linhas nodais da solugdo (15) zy, Uy, €My, nO caso da membrana quadrada, para alguns valores de B, ,. mas, param #n, as fungdes correspondentes Fy = Sen raz sen ny © Fay = Sen nex senmey sdo certamente diferentes, Por exemplo, aA, , =cmy/S correspondem as duas fungdes 696 — MATEMATICA SUPERIOR Fy, ssenexeendey € Fay = Sen Jexeenzy. Assim, as solugSes correspondentes, (Byz cos cx V51 + Byy sence VSNF\2 Ug, = (By, cos cx V51 + Bgysen.cz V50)F oy possuem as linhas nodais y = § ¢ x = 4, respectivamente (Fig. 11.13). Tomando B,, = 1 B,,"=B,," =0, obtemos «sy Ugg + May = 08 cm V5t (Fyp + ByyFny)s que representa outra vibracao correspondente a0 valor caracteristico cx/S. A linha nodal desta fungdo é a solugdo da equacio Fiz + Boy Fo, = sen rxsen2ny + By, sen 2nxsen zy = 0 ou, como sen 2a = 2 sena cosa, (16) sen nxsen-zy (cos 7y + By, cos-mx) = 0. Esta solugdo depende do valor de B,, (Fig. 11.14), De (14) vemos que mesmo mais de duas fungdes podem corresponder ao mesmo valor numérico de Aj;y- Por exemplo, as quatro fungdes F,, F,,, F,, ¢F,, correspondem ar, , = Aa = Agr = Arg = cm 6S, porque P+ Rae + 7? = 65. Isto acontece porque 65 pode ser expresso como a soma de dois quadrados de nimeros natu- ais, de mais de uma maneira, De acordo com um teorema devido a Gauss, isto acontece para toda soma de dois quadrados, entre cujos fatores primos ha no minimo dois diferentes da forma 4n + 1, onde n é um inteiro positivo, No caso em pauta 65 = 5-13 =(4 + 112 + 1. Terceira etapa. Para obter uma solugdo que também satisfaca as condigdes iniciais (3) e (4), procedemos de maneira semelhante ada Seg. 11.3. Consideremos a série dupla’ MX ID = SS taal YD (7) = DY Byy 005 dy + Bigg $71) 800™— Sen", * Nao examinamos 0s problemas de convergéncia e unicidade, EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 697 Daf e de (3) obtemos (18) u(x, 9,0) = > > By 0 on™ = f(x,)). Esta é uma série de Fourier dupla. Suponhamos que f(x, ») possa ser desenvolvida em tal série. Entdo os coeficientes de Fourier Bm» de f(x, ¥) em (18) podem ser determinados como segue. Fazendo (19) Ky) = > By, 1 a podemos escrever (18) sob a forma Sy) = >) KO) sen =. mt Para y fixo esta é a série de Fourier de senos de f(x, y), considerada como fun¢ao de x, e de (4) na Seg. 10,5, segue-se que os coeficientes deste desenvolvimento sé 27 max (20) KO =f f(y) sen de. Além disso, (19) é a série de Fourier de senos de K,,(y) e, de acordo com (4) na Seg. 10.5, decorre que 0s coeficientes so 2 % nny B f K,() en Deste resultado e de (20) obtemos a férmula de Euler generalizada 4 po oo mmx nny 1 Ban = apf Sf Soysen Fae de dy para os coeficientes de Fourier de f(x, ) na série de Fourier dupla (18). Os By» em (17) sfo agora determinados em funcdo de f(x, y). Para determi- nar 0s B,* ,derivamos (17) termo a termo em relagdo a t; empregando (4) obtemos au 2 max nay 7 DD Bradnn sen —— sen = g(x,y). © Condigdes suficientes: f, af/ax, af/ay, 2*f/axdy continuas no retingulo R consi- derado, 698 — MATEMATICA SUPERIOR Suponhamos que g(x, y) possa ser desenvolvida nesta série dupla de Fourier. Entao, procedendo como anteriormente, obtemos : 4 a mux ony (2) Be Tred fs nen "wen? de dy > Assim, para que (17) satisfaga as condig6es iniciais, os coeficientes Bray ¢B,*,n deve ser escolhidos de acordo com (21) e (22). PROBLEMAS DA SEGAO 11.8 1. Como muda a freqiiéncia de uma solugo (13), se a tensdo da membrana é aumentada? 2. Determinar e fazer o grafico das linhas nodais das solugdes (13) com m = 1, 2, 3, 4¢ n=1, 2,3,4no caso =b =1. 3. Idem como no Probl. 2 parag = 2e6 = 1 4. Determinar outros valores caracter{sticos da membrana quadrada de lado 1, tais que quatro fungdes caracteristicas diferentes correspondam a cada um de tais valores caracter{sticos. $. — Determinar valores caracteristicos da membrana retangular de lados a = 2, b = 1, tais que duas ou mais fungSes caracteristicas correspondam a cada um de tais valores caracter{sticos, 6. Mostrar que, entre todas as membranas retangulares de mesma area A = ab e mesmo c, ‘a membrana quadrada é aquela para a qual u,, (cf.(13)] possui a menor freqiiéncia. 7. Determinar um resultado semelhante ao do Probl. 6 para a freqiiéncia de uma solugio (13) (mm, n arbitrarios, porém fixos), Representar as seguintes fungdes f(x, y) (0 oxt | ai que figura na equagdo de onda. Nas aplicagdes, freqiientemente é necessério transformar expressdes diferen- ciais de um sistema de coordenadas para outro. O assunto deve, pois, merecer toda a atengao do leitor. Derivando esta expressiio novamente em rela¢do a x obtemos primeiro May = (Uy + (Ug Ode = (a) = (Un datp + Mires + (Ug )eDs + Uy Dee Aplicando a regra de derivago em cadeia, novamente, obtemos (ude = Mets + Myo Oy e (ads = Morte + Von A, Para determinar as derivadas parciais r, e 6, temos que derivar e O= aig >, obtendo 2) 2xy 6, = -»(-4). =>. Levamos todas estas expresses em (1). Admitindo a continuidade das derivadas parciais de primeira e de segunda ordens, temos yg = up, e, simplificando, vem Q) EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 701 De maneira andloga obtemos @) ty = 25 Somando estas duas expresses vemos que o laplaciano em coordenadas polares é Fu du, 1 au art + rar + 08? @) Vu = PROBLEMAS DA SECAO 11.9 1, Mostrar que (4) pode ser escrita sob a forma 1a ou 1 ty = 12 (,2u) 4 1 vu TES) + eae 2. Se wu for independente de 8, entdo (4) se reduz a V*u =u,, + u,/r, Deduzir este resulta: do diretamente do laplaciano em coordenadas cartesianas, supondo que u é independente de 6. 3, Transformar (4) em coordenadas cartesianas retangulares. 4, Se x, y so coordenadas cartesianas, mostrar que x* =x cosa - y sena, y* =x sen a + y cosa slo coordenadas cartesianas, e verificar, calculando, que V*u = Uyex s+ Uyeys 5. _Exprimir V?u em termos das coordenadasx*=ax + b,y denadas cartesianas, -y + d, onde x, y so coor- » 6. (Laplaciano em coordenadas cilindricas). Mostre que o laplaciano em coordenadas cilindricas r, 8, z, definidas por x =r cos @, y =r sen 8,2 =z, é Ugg + Ure Sejam r, 8, @ coordenadas esféricas definidas por x = rcosé sen}, renOseng, 2 =rcosd. Se u(x, y,z) €uma fungdo der = /x? + y? + 2* somente, mostrar que 2 @ vy = 2) 4 = Uy + My, wo 2055 % 5 instituto 0g, FIsiea BIBLIOTECA 702 — MATEMATICA SUPERIOR 8 (Laplaciano em coordenadas esféricas). Mostrar que o laplaciano em coordenadas esféri- cas, 7,6, ¢, definidas no Probl. 7, € 2 1 cote i Vou =u, + 0. Ocorrem as solugdes independentes de @ se as condigdes iniciais nio dependem de 8, isto 6, se so da forma G) u(r,0) = f(r) [deflexao inicial f(r)] e 4) = g(r) [velocidade inicial g(r). Primeira etapa. Empregando o método de separagdo das varidveis, determi- namos inicialmente as solugdes de (1) que satisfazem & condigo de contorno (2). Partimos de (5) u(r, t) = W(r)G(0. Derivando, levando (5) em (1) e dividindo a equac4o resultante por c? WG, obtemos Golf 1 ) “= wry4ew aaa onde os pontos representam derivadas em relagao a t € as plicas indicam derivadas em relago a r, As expresses em ambos os membros devem ser iguais a uma cons- tante, e esta constante deve ser negativa, digamos — k*, a fim de que se obtenham * solugdes que satisfagam a condi¢ao de contorno sem serem identicamente nulas. Entao, © que dé as equacées diferenciais (6) G+NG=0 onde =ck e (7) weet ew ao. r 704 — MATEMATICA SUPERIOR Segunda etapa. Consideramos (7) iniialmente, Introduzindo « nova varivel independente s = kr, temos I/r = k/s, = 4aW _ dWds_ dw, wr - Wh 2 dr ds dr ae Substituindo em (7) e omitindo o fator comum k?, obtemos Esta 6 a equagdo de Bessel (1), Sec. 4.5, com v= 0. A solugdo geral & (cf! Seg. 4.6) W = Cys) + CaYols) onde Jo ¢ Yo séo as fungdes de Bessel de primeira ¢ segunda espécies de ordem zero. Como a deflexéo da membrana é sempre finita, a0 passo que Yo se torna infinita quando s tende a zero, ndo podemos empregar Y, 0 que nos leva a escolher C, = 0. Evidentemente C, #0, porque de outro modo W=0, Podemos fazer C, = = leentfo (8) Wr) = Jo(s) = Io(kr). Fig. 11.16 A fungao de Bessel J, (5). EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 705 Sobre © contorno r = R devemos ter u(R, t) = W(R)G(t) = 0. Como G =0 implicaria u =0, exigimos que W(R) = Jo(kR) A fungao de Bessel Jo tem um numero infinito de zeros reais. Denotemos os zeros positivos de Jo(s) por 1, @2,... (of. Fig 11.16). Podemos indicar que os valores numéricos (com quatro decimais exatas) si0 a, = 2,4048, a, = 5,5201, a3 = 8,6537, = 11,7915, a, = 14,9309. Vé-se que esses zeros so espagados de maneira irregular, o mesmo ocorrendo com 08 outros zeros a, a7, . . . (A Ref. [A8], Apéndice 1, contém tdbuas mais extensas). A Eq. (8) agora implica (9) kR=a, ow m= 1,2 Assim as fungoes (10) Walt) = Jolkpr) = Jo (27) m=1,2, so solug6es de (7), que se anulam em r= R. As solugdes gerais correspondentes de (6) com \ = Ym = Ck, S40 Gp(t) = Gp COS Ay t + By, SEMA gf ‘Logo, as fungSes ay Up (1,1) = Wr (1G (0) = (yy COS Apt + By SAWS Km?) onde m = 1, 2,.. . so solugées da equacdo de onda (1) que satisfazem a condigdo de contorno (2). Estas sféo as fungées caracteristicas do problema e os valores caracteristicos correspondentes S40 Ay», - ‘A vibragdo da membrana que corresponde a u,, constitui o modo normal de ordem m; ele possui a freqiiéncia de \,,/2n ciclos por unidade de tempo. Como os zeros de Jo nao so espagados regularmente sobre o eixo (em contraste com os zeros das fung6es senoidais que aparecem no caso da corda vibrante), 0 som de um tambor é inteiramente diferente do som de um violino. As formas dos modos normais podem ser facilmente obtidas da Fig. 11.16 e sdo exibidas na Fig. 11.17. Para m = 1, todos os pontos da membrana se deslocam para cima (ou para baixo) ao mesmo tempo. Para m = 2, a situagdo é a seguinte. A fungao 706 — MATEMATICA SUPERIOR * G ) = (Sr 0) = Jol € nula para @7/R = a, our = @R/oy. A circunferéncia r = a R/a, €, portanto, uma linha nodal, e quando em dado instante a parte central da membrana se movi- menta para cima, a parte externa (r > a;R/aq) se movimenta para baixo, e recipro- camente, A soluco u(r, t) possui m — 1 linhas nodais, que so circunferéncias concéntricas (Fig. 11.17). Fig. 11.17 Modos normais da membrana circular no caso de vibragSes independentes do angulo. Terceira etapa. Para obter uma solugdo que também satisfaga as condigdes iniciais (3) e (4), podemos proceder como no caso da corda vibrante, isto é, conside- ramos a série” (12) ur.) = 3 WG q(t) = 5 (ay, COS yt + b 800 hafdy (Er). mt et Fazendo t = 0 e empregando (3), obtemos (13) u(r, 0) 2 ayJp (er) =f(n. 7 Nao consideramos as questdes de convergéncia e unicidade. EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 707 ‘Assim, para que (12) satisfaga (3), 08 dj, devem ser os coeficientes da série de Fourier-Bessel que representa f(r) em termos de Jo(@q7/R), isto €, [of (9) na Seg. 4.9]. oe ey = witayd, pode (er) ar aol |A diferenciabilidade de f(r) no intervalo 0 ) 20. f= k(1 — r') Sugestdo: Recordar os Probls. 25—32, da Sec. 4.9, an ue uz Fig. 11.18 Linhas nodais de algumas das solugdes (20). EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 709 11.11 — EQUACAO DE LAPLACE. POTENCIAL Uma das equag6es diferenciais parciais mais importantes que surgem na "Fisica é a equagdo de Laplace @ Vu = 0. Aqui V?u é 0 laplaciano de u. Em termos de coordenadas cartesianas retangulares espaciais x, y, z v2 eu eu Ou (2) “<7 ae ‘A teoria das solugdes da equacdo de Laplace é chamada teoria do potencial. As solugdes de (1) que possuem derivadas parciais de segunda ordem continuas si0 chamadas fungées harmonicas, O caso bidimensional, onde u depende unicamente de duas variéveis, pode ser tratado de maneira mais conveniente pelos métodos da andlise complexa, e seré examinado na Seg. 12.5 e no Cap. 18. Para ilustrar a importancia da equacao de Laplace na Matematica da Engenha- ria, vamos mencionar algumas aplicagdes fundamentais. ‘A equagéo de Laplace ocorre em problemas de atragdo gravitacional. No Ex. 4 da Seg. 8.8 vimos que se uma particula A de massa M esté fixa em um ponto (E, n, §) e outra particula B de massa m se encontra em um ponto (x, y, z), entéo A atrai B, e a forga gravitacional € 0 gradiente da fungao escalar u(x,)n2) =, ¢ = GMm = const r= Ve F-Pt E-F (>0). Esta fungao constitui o potencial do campo gravitacional e verifica a equacdo de Laplace. E imediata a extensfo ao caso de potencial e forga devidos a uma distribuicao continua de massa, Se uma massa de densidade p(t, n, $) se acha distribufda em uma regido R do espaco, entao o potencial u correspondente em um ponto (x, y, z) ndo ocupado pela massa se define como e) wxsyrz) =k fff Ede dn ak (k>0). a Como 1/r(r > 0) uma solugdo de (1), isto ¢, V? (I/r) = 0, e p no depende de %, ¥, z, obtemos 710 — MATEMATICA SUPERIOR viu =k ff fore (4) dean as = 0, é isto é, 0 potencial gravitacional definido por (3) satisfaz a equagao de Laplace em qualquer ponto nao ocupado por matéria. Na eletrostdtica, a forga elétrica de atracdo ou repulsio entre particulas carregadas regida pela lei de Coulomb (cf. Seg. 8.8), que possui a mesma forma matemitica que a lei de Newton da gravitagao, Dai decorre que 0 campo criado por uma distribuiggo de carga elétrica pode ser descrito matematicamente por uma fung4o potencial que satisfaz a equa¢ao de Laplace em qualquer ponto nao ocupado por cargas. No Cap. 18 veremos que a equado de Laplace também aparece na teoria do escoamento de fluido incompressivel. ‘Além disso, a equac4o do calor, que rege os problemas da condugio térmica, possui a forma eVeu, (ef. Seg. 6.9) € se a temperatura u independe do tempo t (estado estaciondrio ), esta equaco se reduz a equacdo de Laplace. Na maioria das aplicagdes que conduzem a equagdo de Laplace deve-se resol- ver um problema de valor de contorno, isto é, determinar a solugdo de (1) que satisfaga dadas condig6es de contorno sobre certas superficies. E entdo necessdrio introduzir coordenadas espaciais tais que estas superficies passem a ser representa das de maneira simples. Isto exige a transformagdo do laplaciano (2) para outros sistemas de coordenadas. Evidentemente, tal transformagao é bem semelhante & do laplaciano de uma fungfo de duas varidveis. De (4), na Seg. 11.9, decorre imediatamente que 0 laplaciano de uma fungao u em coordenadas cilindricas® (Fig. 11.19), (4) r=VeaeR Ox=arctgr, z=z x é 2 Ou, Low, 1 ow 5) Veet tots ss S "=o tT or + 0B? * O22 * Notemos que @ nao é determinado completamente pela relacdo y/x; devemos tam- ‘bém levar em conta os sinais de xe y. EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 711 | Pale | (76.9) Fig. 11.19 Coordenadas cilindricas. Fig. 11.20 Coordenadas esféricas. ‘As coordenadas esféricas? r, 6, ¢, de grande importancia, sio ligadas as coordenadas cartesianas retangulares, como se segue (Fig. 11.20): (6) x=rcos#seng, y=rsend sng, Z=rcos¢. laplaciano de uma fungdo u em coordenadas esféricas € au 2 au , 1 eu, cotgs au 1 aw Vana epi ee ; pied: u=sa+ Ta tae t 2 at Panto Este resultado pode ser transformado em . at 2( a) 1 2 ( a) 1 ou 1 ry = t[2(2m 2 (eng 2) + =]. Gy [E(r# + Sno 36 ("8% ag) * cent o 06? |A dedugdo desta formula pode ser feita de maneira semelhante 4 empregada na Seg. 11.9. Os detalhes ficam por conta do leitor. PROBLEMAS DA SECAO 11.11 1. Determinar o laplaciano em coordenadas retangulares x* =ax, y* = by, z* = cz, onde x, y, 2 so coordenadas cartesianas, 2. Partindo de (2), verificar pelo célculo que com relagdo as coordenadas cartesianas defin+- das por (9), (10), Seg. 8.9, V2U = Uzeze + Uyaye + Meer: » Algumas vezes também chamadas coordenadas polares. 712 — MATEMATICA SUPERIOR Verificar que as seguintes fungdes u = f(x, y) satisfazem a equagdo de Laplace e fazer os grift cos de algumas eqiiipotenciais u = const. 3. x? - y? 4, x9 — 3xy? 5. x/(x? + y?) 6. yx? + y?) 7. (x? = yx? + y?2? 8. _ Exprimir as coordenadas esféricas definidas por (6) em fungao das coordenadas carte- sianas, 9. Verificar (5) transformando V?u em coordenadas cartesianas, 10. Verificar que u = c/r satisfaz a equagdo de Laplace em coordenadas esféricas. 11, Mostrar que a tinica solugao de V? u=c/r + k, onde c ek so constantes. O que depende somente der = x" + y* + 27, 6 12. Determinar ¢ e k no Probl. 11 de tal maneira que u represente o potencial eletrostitico entre duas esferas concéntricas de raiosr, = 10 cm er, = 2 cm mantidas nos potenciais U, = 110 volts e U, = 10 volts, respectivamente. inica solugao da equagao bidimensional de Laplace que depende somente 13, Mostrar que der =Jx? +y? éu=clar +k. 14, _Determinar o potencial eletrostatico entre dois cilindros coaxiais de raios r, = 10 cme 7, = 2.cm mantidos nos potenciais U, = 110 volts e U, = 10 volts respectivamente. Fazer graficos e comparar as solugdes dos Probls, 12.¢ 14. 15, Se u(r, 6) satisfaz V? u = 0, mostrar que u(r, 8) =u (1/r), 8) satisfaz V? v= 0. (re 0 sio coordenadas polares.) 16. Sejam r, 6, 6 coordenadas esféricas. Se u(r, 6, 9) satisfaz Vu =0, mostrar que vr, 8,4)= = Iru (I/r, 6, 9) satisfaz V7 v = 0. 17. Mostrar que a substituigao de u = U(x, y, z)e~ !* (i = /— 1) na equagdo da onda tridimensional u,, = c Vu conduz a chamada equagao de Helmholtz"® VU + k2u =0 k=a/c Determinar a distribuigdo de temperatura de regime estacionério (independente do tempo). 18, Entre duas placas paralelas x tivamente. ‘9 € x =x,, mantidas nas temperaturas, eu, , fespec- 19. Entre dois cilindros circulares coaxiais de raios r, er, mantidos nas temperaturas u, € u, réspectivamente. *© Hermann von Helmholtz (1821-1894), fisico alemfo, oélebre por seus importantes trabalhos nos campos da Termodinamica, da Hidrodinamica e da Acistica. EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 713 20. Entre duas esferas concéntricas de raios r, er, mantidas nas temperaturasu, ¢u,, res pectivamente, 11.12 — EQUAGAO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFERICAS. EQUACAO DE LEGENDRE Consideremos um problema tipico de valor de contomo que envolva a equacao de Laplace em coordenadas esféricas. Suponhamos que a superficie S de uma esfera de raio R seja mantida com uma distribuigo fixa de potencial (ql) u(R, 8,6) = f(o) onde 7, 6, ¢ sfo coordenadas esféricas definidas na tiltima segao, com a origem no centro de Se f(@) uma fungSo dada, Desejamos determinar o potencial u em todos 08 pontos do espago que supomos livre de outras cargas. Como o potencial em S é independente de 0, o mesmo se dé com 0 potencial no espago. Entdo 3°u/20? = 0 e, de acordo com (7') na Seg. 11.11, vemos que a equaco de Laplace se reduz a Q) Ee2)+ dodo w)=0 Além disso, no infinito, o potencial seré zero: @) lim u(r, 6) = 0. Vamos resolver 0 problema de valor de contorno, que consiste da Eq. (2) € das condigdes de contorno (1) ¢ (3), empregando o método da separagdo das variéveis. Levando em (2) uma solugao da forma u(r) = GH) ¢ dividindo a equagao resultante por GH, obtemos ia (e#) Sie (ene #). GaN dr Hsen$ de de De acordo com o argumento usual, os dois membros desta equagdo devem igualar-se auma constante k, de sorte que lad dH 4 — e o{)+kH= o ace (ene at) + e 714 — MATEMATICA SUPERIOR Esta dltima equago pode ser escrita sob a forma PG" + 2G’ — kG =0. Esta € a equagdo de Cauchy e, de acordo com a Seg. 2.7, sabemos que ela possui solugées da forma G = r®, Tais solugOes tomardo forma particularmente simples se, mudando a notag&o, escrevermos n(n + 1) em lugar de k, De fato, a equagdo se transformaré em (5) PG" + 2rG’ —n(n+ DG =0 onde n é ainda arbitrério. Substituindo G = r* em (5) obtemos [a(a — 1) + 2a — n(n + I]r* = 0. Os zeros da expressio entre parénteses sio a = ne a=—n— 1. Assim obtemos as solug6es 6) COee 6 Gye sl Introduzindo k =n(n + 1)em (4) e fazendo cos = temos sen? $= 1—w?e Em consequéncia, (4) toma a forma oy Za = wy] + mn + pH =0 i — wy GH _ 9, dH = (") (1 = we) e — QW + n(n + DH = EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 715 Esta é a equapdo de Legendre (cf. Seg. 4.3). Para valores inteiros'! n =0,1,..., 08 polinémios de Legendre H = P,(w) = P, (cos @), n=0,1, so solugbes de (7). Obtemos entdo as duas seguintes sucessOes de solugSes u = GH da equagio de Laplace (2) (8*) u(r) = Agr®Py(COSH), — 4y%(r,6) = Bs P,(c0s@) n=0,1,... onde A,, e B, sio constantes. Para determinar uma solugdo de (2), valida nos pontos interiores da esfera e satisfazendo (1), consideremos a série!? (8) u(r, 6) = So A,r™P, (C08 6). n=0 Para que (8) satisfaga (1) devemos ter (9) u(R,@) = > A,R"P,(cos ¢) = f(o)s n=O isto 6, (9) deve ser a série de Fourier generalizada de f(¢) em termos de polinémios de Legendre. De (6) e (7) da Sec. 4.7 e (2) da Seg. 4.9 decorre que A,RY = 22" f Foro aw onde f(w) denota f(¢) como fungao de w = cos ¢. Como dw = — sen ¢ do e os limites de integragio — 1 e + 1 correspondem a ¢ = 7 € @ = 0, respectivamente, temos 2n+1 2R" (10) ce. J fle rP,tcos 9) sen 6 a, soo b 11 Até aqui, n era arbitrério, assim como k. Pode-se mostrar que a restrigao de n a valores reais inteiros € necessdria para tornar cont{nuas a solugdo de (7) € sua derivada primeira, no intervalo— 1 FP, (cos) (r= R) pati com coeficientes 2n+1 2 (12) RMT J £)P,(00s 6) sen 6 de. 4 PROBLEMAS DA SECAO 11.12 1, Verificar, mediante substituigao, que up (7, 6) € uy *(r, 6), =0, 1, 2, definidas em (8, desta seco, so solugdes de (2). 2. Determinar as superficies sobre as quais as fungdes u,, u,, us desta segao so nulas. 3. Fazer 0 grafico das fungGes P, (cos ¢) paran = 0, 1,2, 3 [cf. (11'), Seg. 4.3]. 4, Fazer os graficos das fungdes P, (cos @) € P, (cos ¢). Sejam r, 0, ¢ as coordenadas esféricas empregadas no texto, Determinar o potencial no interior da esfera R = 1, supondo que nio haja cargas no interior ¢ que 0 potencial sobre a superficie seja f(¢), onde 5. fie) =1 6. f(o) = cose 7. {(o) = cos? 8. f(o) = cos? 6 9. f(o) = cos 26 10. f(¢) = cos 36 IL. f($) = 10 cos? ¢ — 3 cos? — Scos@ — 1 12, Mostrar que no Probl. 5 o potencial exterior a esfera é 0 mesmo que o de uma carga punctiforme na origem, 13, Fazer 0 gréfico das intersegdes das superficie eqUipotenciais do Probl. 6 com o plano xz. 14, Determinar o potencial no exterior da esfera nos Probls. S— 11. 15. Verificar, por substituigdo, que a solugio do Probl. 7 satisfaz (2). 16. _ (Equages das linhas de transmissio). Consideremos um cabo ou fio telefénico longo, isolado imperfeitamente, de modo que ocorrem fugas a0 longo de todo seu comprimento, A fonte S de corrente i(x, t) no cabo esté em x = 0 ¢ a extremidade receptora T em x = 1. A cor rente flui de S para 7, através da carga e retorna a terra, Denotemos por R, L, C eG (constantes) EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 717 a resisténcia, a indutancia, a capacitincia para a terrae a conduténcia para a terra, respectiva- mente, por unidade de comprimento do cabo. Mostrar que -Heri+ Lh (Primeira equagio da linha de transmissio). onde u(x, t) € 0 potencial do cabo, Sugestdo: Aplicar a segunda lei de Kirchhoff a um pequeno trecho do cabo entre x e x + Ax (diferenga dos potenciais em x ¢ x + Ax = queda resisti- va + queda indutiva). Problema 16. Linha de transmissao. 17. Mostrar que para 0 cabo do Probl. 21, - z Gu + cH (Segunda equacio da linha de transmissfo). Sugestdo: Empregar a primeira lei de Kirchhoff (diferenga das correntes em x ex + Ax = perda devida a fuga para o solo + perda capacitiva). 18, Mostrar que a eliminacdo de i entre as equagSes da linha de transmisséo conduz a Up, = LCuy, + (RC + GL)u, + RGU. 19. (Equagées dos telégrafos). Para um cabo submarino, G é desprezivel e as freqiiéncias sdo baixas, Mostrar que isto conduz as chamadas equarées do cabo submarino ou equagdes dos telégrafos Un, = RCW, i, = RC, 20. — (Equagdes de linha de alta freqiiéncia). Mostrar que, no caso de correntes alternadas de alta freqiiéncia, a equagio do Probl. 18 ¢ a equagdo andloga para a corrente / podem ser aproximadas pelas chamadas equagées de linha de alta freqiéncia. Ugg = LCUyy. LCh,. 718 — MATEMATICA SUPERIOR 11.13 — A TRANSFORMAGAO DE LAPLACE APLICADA AS EQUACOES DIFERENCIAIS PARCIAIS © leitor familiarizado com a transformagdo de Laplace (Cap. 5) poderé cogitar se tal método também se aplica 4 resolugdo de equacSes diferenciais parciais. A resposta é afirmativa, e as idéias bésicas podem ser explicadas em termos de dois exemplos tipicos (abaixo). (Problemas mais complicados tomam-se acessiveis pelo uso de métodos de andlise complexa; ver Ref. [B3] no Apéndice 1. As vezes a transformagao de Fourier (ver Seg. 10.9) € preferivel; para uma discussio deste ponto, ver Ref. [B16].) Lembremo-nos, do Cap. 5, que, no caso de uma equagao diferencial ordindria, a transformacdo de Laplace gera uma equagSo algébrica para a transformada. Veremos que, no caso de uma equagdo diferencial parcial a duas varidveis indepen- dentes, o método da uma equagfo diferencial ordindria para a transformada, Isto se deve ao fato de transformarmos a equagdo dada em relagdo a uma das varidveis independentes, usualmente t, de modo que as derivadas em relago a outra varidvel independente entram na equacdo transformada. Se os coeficientes da equagdo dada nfo dependem de t, a transformagao simplificard o problema. Exemplo 1, Uma equaco de primeira ordem Resolver o problema aw , aw a Spee MO =O, ON =r 20). Escrevamos w, uma vez que necessitamos dew para representar a funcao degrau unitario (Seg. 5.3). Solugdo, Consideremos a transformada de Laplace de (1) em relagdo a t. Por (1), da Seg. 5.2, @) 2 [2] + a2) - mex.) =0 Aqui, w(x, 0) = 0. No primeiro termo, admitamos a possibilidade de permutar integracdo diferenciagio: QB) all etx, )dt = 2 v(x, 1) b ax Escrevendo W(x, s) = %{(x, 1)}, obtemos, de (2), aw = ra + xsW = 0. Esta equagdo pode ser considerada uma equacdo diferencial ordinéria, tendo x como varidvel independente, uma vez. que as derivadas em relagdo a s ndo ocorrem na equacao, A solugéo geral & (Seg. 1.7) W(x, 5) = cfsje**/2. EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 719 Uma vez que 2(!) = 1/s*, a condig&o w (0, t) = (0, 8) = 1/s*, isto &, WO, s) = efs) = 1/s?, Por conseguinte Mas 2-1{1/s?) = 1, de modo que 0 segundo teorema do deslocamento (Seg. 5.3) com @ = =x?/2,da 2 2 @ wx 0=(1-S)uaao ee 2s -b? ss >t? ‘Como procedemos formalmente, & necessério verificar que (4) satisfaz (1). Deixamos isto a cargo do leitor. Exemplo 2. Corda semi-infinita Achar o deslocamento*? w (x, f) de uma corda elistica sujeita as seguintes condigSes: ( i) A corda esta inicialmente em repouso sobre 0 eixo x de x = O até » (“corda semi infinita”), ( ii) No instante ¢ > 0 a extremidade esquerda da corda é movida de uma dada maneira (Fig. 11.21): ent) e©051<20 “0. =r0=[ 0 nos outros casos (iii) Além disso, Jim w(x.) =0 para 1 0. Naturalmente, néo ha nenhuma corda infinita, mas nosso modelo descreve uma corda ou fio Jongo (de peso desprezivel) com sua extremidade direita fixada a uma grande distancia no eixo dos x. Af Fig. 11.21 Movimento da extremidade esquerda da corda do Ex. 2 como fungdo do tempor. 13 Escrevamos w, umavez que necessitamosdeu para representar a fungdo degrau unitério, 720 — MATEMATICA SUPERIOR Solugdo, Temos que resolver a equagio de onda (Sec. 11.2) (3) sob as “condigdes de contorno” (6) WO.) = flO, lim w(x.) = 0 «=0) com fconforme dada acima, e as condigdes iniciais o w(x, 0) = 0 aw (8) 4, =0. ‘Tomemos a transformada de Laplace em relagdo at, Por (2), da Seg. 5.2, Pw aw fax? s°L(w) — sw(x, 0) = >| ee{ Dois termos desaparecem, em razio de (7) ¢ (8). A direita admitimos a possibilidade de permuta de integragao e diferenciagéo: ew = ew e # af aa com nd =e (mx). =) if Te wel a= Be) Escrevendo W(x, s) = (w(x, )}, obtemos ewe eth eae ou ew st ot ace: Como esta equacdo contém apenas uma derivada em relagdo a x, pode sér considerada uma ‘equagao diferencial ordindria em W (x, s) considerada como fungao de x. Uma solugao geral é (9) W(x, 8) = Alsye*/© + BUsye“#/°, De (6) obtemos, escrevendo F (s) = (f(t)}, W(0, 8) = (w(0,)} = £{f(O) = Fs) admitindo a possibilidade de permuta da integragdo em relagdo a t com a passagem ao limite quando x =, lim W(x, s) = lim ff e-*w(x, 0 dt ie sd, = fet lim wx, dt = 0. a EQUAGOES DIFERENCIAIS PARCIAIS — 721 «=0) (22%) Pre = @=4n) as (= 6n) 7 11.22 Onda progressiva do Ex. 2, Isto implica A (s) = 0 em (9) porque c > 0, de modo que, para cada s positivo fixo, a fungao e®*/¢ aumenta quando x aumenta. Note-se que podemos supor s > 0, uma vez que uma trans- formada de Laplace geralmente existe para todo s maior do que um certo y fixo (Seg. 5.2). Por conseguinte, temos W(0,s) = Bs) = Fis), de modo que (9) se torna W(x, 5) = Fisjen/" Do segundo teorema do deslocamento (Seg. .3), coma (Fig. 11.22) /e, obtemos a transformada inversa (10) wx, 0 = Ae = *)u, (0, isto 6, wo ssen(r-Z) crc Sade on x > (1 Ime c ¢ c , © Zero nos demais casos. Esta é uma onda senoidal simples que progride para a direita com velo- cidade c, Note-se que um ponto x permanece em repouso até que f = x/c, tempo necessério para alcangar este x partindo-se quando t = 0 (inicio do movimento da extremidade esquerda) € se propaga com a velocidade c. O resultado concorda com nossa intuigao fisica, Como proce- demos formalmente, devemos verificar que (10) satisfaz as condigGes dadas. Deixamos esta etapa ao leitor. PROBLEMAS DA SEGAO 11.13 1, Esbogar uma figura semethante a Fig, 11.22 se c = 1 e f é “triangular” como no Ex. 1, Seg. 11.3, com k = 1/2 = 1. 2. Explique como a velocidade da onda no Ex. 2 depende da tensGo e da massa da corda, 3. Verificar a solugo no Ex, 2. Que onda progressiva obteremos no Ex. 2 se impusermos um movimento senoidal (sem término) da extremidade esquerda a partir de t = 0? 722 — MATEMATICA SUPERIOR Resolver pela transformagdo de Laplace: 4, He 2S & 2x, u(x, 0) = 1, M0.) = 1 ax eo = xt, u(x, 0) = Ose x20, 0,1) =08 120. 6. Resolver o Probl. $ por um outro método. Achar a temperatura w(x, ) numa barra semi-infinita, isolada lateralmente, que se estende de x = 0 a0 longo do eixo x até , admitindo que a temperatura inicial seja 0, w(x, t) + 0 quando x + » para cada f > 0 fixo, e w(0, t) = f(t). Proceder como segue. 7. _ Estabelecer o modelo e mostrar que a transformagao de Laplace conduz a 2 sW(x, 5) W = {w) W(x, 8) = F(s)e-v4#/ F=2{f} 8. Aplicando o teorema da convolugao do Probl. 7, mostrar que . w(x.) = = preMte# ves fe 1)1-¥2e 9. Seja w(0, t) = f(t) = uy (t) (Seg. 5.3). Denotando os correspondentes w, W e F por Wo, W, © F, mostrar que, entdo, no Probl. 8, wx. = TM eer dy = | et ( x 2evr 4 2cVit. com a funcdo de erro erf conforme definida na coletanea de problemas da Seg. 11.6. 10. (Férmula de Duhamel). Mostrar que, no Probl. 9, i | e-visve (%S) = Te ¢, pelo teorema da convolugao, aw w(x.) = if St - ear {Esta é uma forma da chamada férmula de Duhamel, que exprime a solucdo w correspondente a qualquer f dada em termos da solucao w, corespondente a f(t) = ug (1)]. APENDICE 1 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS A — Referéncias Gerais [Al] ABRAMOWITZ, M. & STEGUN, I. A. Handbook of Mathematical Functions, New York, Dover, 1965. [A2] BUCK, R, C. Advanced Calculus. 2. ed. New York, McGraw-Hill, 1965, 143] COURANT, R, Differential and Integral Calculus, New York, Interscience, 1964, 1956. + dv. {A4] COURANT, R. & HILBERT, D. Methods of Mathematical Physics, New York, Inter- science, 1953, 1962. 2v. [AS] ERDELYI, A.; MAGNUS, W.; OBERHETTINGER, F, & TRICOMI, F. G. Higher Tran- scendental Functions, New York, McGraw-Hill, 1953, 1955, 3v. [A6] FLETCHER, A.; MILLER, J. C, P,; ROSENHEAD, L, & COMRIE, L, J. An Index of Mathematical Tables, Oxford, Blackwell, 1962. [A7] FULKS, W. Advanced Calculus. 2, ed, New York, Wiley, 1969. [A8] JAHNKE, E.; EMDE, F, & LOSCH, F. Tables of Higher Functions, 7. ed. Stuttgart, Teubner, 1966. [A9] KNOPP, K, Infinite Sequences and Series. New York, Dover, 1956. {A10] KREYSZIG, E, Introductory Functional Analysis With Applications, New York, Wiley, 1978, [A11] MAGNUS, W.; OBERHETTINGER, F. & SONI, R. P. Formulas and Theorems for the Special Functions of Mathematical Physics, 3. ed, New York, Springer, 1966. {A12] PROTTER, M. H. & MORREY, C, B. Jr, Modern Mathematical Analysis, Reading, Mass., Addison-Wesley, 1964. 1A13] RAINVILLE, E, D. Special Functions, New York, Macmillan, 1960, 724 — MATEMATICA SUPERIOR [A14] THOMAS, G. B, Calculus and Analytic Geometry. 4. ed, Reading, Mass, Addison- Wesley, 1968. [A15] WHITTAKER, E. T. & WATSON, G. N. A Course of Modern Analysis. 4. ed. Cambridge, Harvard University Press, 1927 [reimpresso em 1965 J. D — Séries e Integrais de Fourier (Cap. 10) [D1] CARSLAW, H. S. Introduction to the Theory of Fourier's Series and Integrals, 3. ed. London, Macmillan, 1930. [D2] CHURCHILL, R. V. Fourier Series and Boundary Value Problems, 2. ed. New York, McGraw-Hill, 1963. [D3] DAVIS, H. F. Fourier Series and Orthogonal Functions. Boston, Allyn and Bacon, 1963. [D4] ROGOSINSKI, W. Fourier Series. New York, Chelsea, 1959. {DS} SNEDDON, I. N. Fourier Transforms. New York, McGraw-Hill, 1951. [D6] SZEG6, G. Orthogonal Polynomials. 3. ed. New York, American Mathematical Society, 1967, {D7] TITCHMARSH, E. C. Introduction to the Theory of Fourier Integrals. 2. ed. Oxford, Clarendon, 1948, [D8] TOLSTOV, G. P. Fourier Series, Englewood Cliffs, N. J., Prentice-Hall, 1962, [D9] ZYGMUND, A. Trigonometric Series. 2 vols. 2. ed, Cambridge, University Press, 1959. [D10} ZYGMUND, A. Trigonometrical Series. New York, Dover, 1955. E — Equacées Diferenciais Parciais (Cap. 11) 144], [AS], (B8}, (D3) {E1] BATEMAN, H. Partial Differential Equations of Mathematical Physics, Cambridge, Uni- versity Press, 1944 (reimpresso em 1964). [£2] BERGMAN, S. & SCHIFFER, M. Kernel Functions and Elliptic Differential Equations in Mathematical Physics. New York, Academic Press, 1953. {E3] DUFF, G, F. D. Partial Differential Equations, Toronto, University of Toronto Press, 1956. {£4} DUFF, G, F. D. & NAYLOR, D. Differential Equations of Applied Mathematics. New York, Wiley, 1966. [ES] FORSYTHE, G. E, & WASOW, W. R, Finite-Difference Methods for Partial Differential Equations, New York, Wiley, 1960. APENDICE 1 — 725 [£6] GARABEDIAN, P. R. Partial Differential Equations, New York, Wiley, 1964. {E7] HADAMARD, J. Lectures on Cauchy’s Problem, New York, Dover, 1952. {E8] KELLOG, 0. D. Foundations of Potential Theory. New York, Dover, 1953. {E9] MITCHELL, A. R. Computational Methods in Partial Differential Equations. New York, Wiley, 1969. [E10] PETROVSKY, I. G, Lectures on Partial Differential Equations, New York, Interscience, 1954, [E11] LORD RAYLEIGH, The Theory of Sound, 2 vols. New York, Dover, 1945. [E12] SAGAN, H. Boundary and Eigenvalue Problems in Mathematical Physics. New York, Wiley, 1961. [E13] SNEDDON, I. N. Elements of Partial Differential Equations. New York, McGraw-Hill, 1957. [E14] SOMMERFELD, A. Partial Differential Equations in Physics. New York, Academic Press, 1949, [E15] WEBSTER, A. G. Partial Differential Equations of Mathematical Physics, 2. ed. New York, Hafner, 1947. APENDICE 2 RESPOST AS DOS PROBLEMAS DE NUMERO IMPAR SECAO 10.1, pag. 611 0), 0 (n par), 21. 0 (n = 0), 2x/n (n = 1,3, - 23. 73/3 (n = 0), (—1)"2a/n? 25, nf(—1yte-™ — 1/1 +n?) SEGAO 10.2, pag. 620 Eo I/n (n = 1,5,9, «+ fe hin) 1 £4 2(oen x + $sen3x 4 bsen5x +.) 2 2) —I/n (n = 3,7, 11, +). <2n/n (n = 2,4, +++) 3. 2(senx — §sen 2x + Jsen3x + }een5x —feen6x + --.) 7 5. 2senx — dsen 2x + 4sen3x — }sen4x + — wa[letas}ene (ees) Acos.x + fos 3x + gheos Sx +--+) ML Sos x — feos 3x + bos Sx — $+) 2 1 2 13. Pad + > sen2x 7 —1senax + shense + 2 15. a = SECAO 10.3, pig. 624 3. 2+ cos 1001 4 2/6, a, =(—1)"2/n2, b, = (2(—D" = Iy/n?x} — { —1y/n } ) APENDICE 2 — 727 +4( 1608 200r0 — 1 60s 40021 + ghz 005 600n1 — + - ) oa : ; & $+ 2 (eos Z 7 =(sen rt — dsen2n1 + }sen 300 — + ---) 9. — A eos at + $008 3x1 + hos Sat + 1) + 2¢enar + fsen Bar + 11. Liven dr — gen 12 + sen 207 — ssen 287 + — ---) (cos rt — }cos 2at + $eos 3nt — cos dnt + — aja 1 13. = a 15, a) = 43 — e%), a, = 8, =e 2 a3. k 7 d= 4+ nn? 17. Fazer x 19, Fazerx = 11/2. Multiplicar a série por 2/7. (Por qué?) SECAO 10.4, pag. 629 3. Par: |x|, x? cos nx, cosh x. Impar: x cos nx, senh x, x |x| 5. Impar 7. Nem par nem impar 9. Par 11. Impar 13. Nem par nem impar 5. [f(x] = |-S09) = [fO0), SX =) = (= 2/09 = P20) 21. cosh x + senhx 23, x1 — x21 ¢ x(1 — x27? 25. Cf. Probl. 5 na Seg. 10.2) 27. Cf. Probl. 7 na Seg. 10.2 senx — 4sen3x + sksenSx — +--+) Acos.x + 4cos 3x + +++) + 2isenx + fsen3x + + SECAO 10.5, pag. 634 Li®=1 U2 (2 at aac 1 Sot aL 42 (ott Lede + Leos! 4...) =) 728 — MATEMATICA SUPERIOR int, 2 2nt 1 ant I Sat, 2 bat (en 2! + Seen 2 +p tye +g * -) SECAO 10.6, pég. 641 15, Nao SECAO 10.7, pég. 644 1. y = C, cos wt + C, enol + sen /, 0s valores numéricos da amplitude A (w) do ultimo termo so: oe |e | 99 ju | ts | 20 | 0 Aw) | 133 [020 | -s3 | 48 | os [033 | oot 3. y = C, cost + C,senwt + B, sen + B; sen 3¢ + B,sen St onde i ee ooo er Ymet Mo} “Sasa -nan [oon onan aoe -tane| ofan foto 5. y =C, coset + C,senwt * 1 : a = C05 2 12? (w? — 4) T. y = C, cos wt + Cz senwt APENDICE 2 — 729 9. y = —Keos MW. a, COs nt + a, sen nt, D =(1 — nt? + nbc? (-I -2 13. — sen] = (1 — n?)? + n®c? 15, 1 = So(A, cosine + B, ent), A, = mS. B, wD, (nia De 0 bo “100 n? SEGAO 10.8, pf. 648 L Fo 4 fens + bende + “+ sen Ns |( impat) 5. Fa —A(cosx — Foas 2x + Leos 3x — ++ + YE 00s Nx), 16 sae 16 E (2 +16+1 45 5 SEGAO 109, pag. 656 ! Joos xw dw 2 p*fasenaw , cosa 9. al jase sosan—t 6 2+? un xw dw ‘Paste Se ee 13. | [(e- 2) senaw + 2460s aw | S28 aw w = , , a a) a oS 18. fay =1f Atw) cos axw dw = — f a( cos xp onde wa = p 0 0 SECAO 11.1, pag. 661 2. uw = 3In(x? +y2)/In4 23. Por integragdo, u = f(y) 25. u, = f(y), w= xf) + 8) 27. u=axy + bx +oy +k 29. u=axt+by+c 31. py — p = 0, p =Alxfel, u = Sp dx = f(x)er + g(y) onde f(x) = fA dx 33. wu = B(xje¥ — fx* — xy + C(y) 730 — MATEMATICA SUPERIOR SECAO 11.3, pag. 671 1. A freqiiéncia & c/21 = VT/2I V p; € fungdo crescente da tensfo e funcdo decrescente de pel 3. w= k cos 2r sen 2x Se a con ar — a) 2 2+ v2 1. w= Alea — VB cos rsenx — + V? os 3rsen 3x 7 — 2 os Stan Sx — - | ou = 0,12 (cos een x — Aye0s 2rsen2x + Fe0s yen 3x —+ ) 11. 27, 960/x® = 0,9986 13. w 15, u = xtyk 17. w= ket tvtee—w 19, u = (cye"* + cxe-**(A cos ky + Bsen ky), etc. 23, Decorre imediatamente das formulas de Euler; note-se que t desempenha apenas o papel de pardmetro: a série é a série de senos de Fourier da fungao constante 1, multiplicada por A sen wt. 25, Levar G,(t) (Probl. 24] em u(x, f) no Probl. 21 e usar as condigbes iniciais dadas. Ento eketw 2 / nx G,(0) = B, = 7 Stxysen = dx, _y pe, 2Aw(l — cos) _ 6,0) = By + = SECAO 11.4, pg. 675 9. u = f(x) + fx + ¥) Wh. uw = xf(x + y) + fx + y) 15. y? —2y' +1 =U — IP =0yaxte Vay ax—yva=x, z y 17. F, =sen(nax/l), G, = a, cos (cn?x?t/12) 19. u(0,1) = 0, ull, 1) = 0, u,(0, 2) = 0, u, (1,2) = 0 SECAO 11.5, pag. 682 1, As solugdes da equago da onda slo periddicas em t, 5. Como as extremidades séo mantidas a temperatura constante, a temperatura tender4 para a distribui¢do de estado estaciondrio (independente do tempo), APENDICE 2 — 731 uj(x), quando t > %,€ uy =U; + (Uz ~ Us) x/I, solugdo de (1) com du/at = = 0, que satisfaz as condi¢des de contorno. 7. u = sen0,Iax e~ Ni82n4/ 100 fendutevecornee — en oan ertenairt 4 =.) mi) = 4 (come ' = eos 2ve " + eos dre -+- ) #(1—2)eonre 2 SECAO 11.6, pag. 687 — 800 = 0,0 (sen 0.12 oorsae 4 Fen save 3 1 \ cos 2x e-# — ( + Fe )oos3xe™ 1 on oar 1 peter eo" dw — —= e a-2)/7 Vi Maser SECAO 11.8, pag. 698 1. c aumenta, assim como também a freqiéncia. 5. en \/ 260 (autofungbes correspondentes Fs, 16, Fie, 14) etc. 9. Byy = 85 (= 1ky + (— Dp) mina? onde k, { 64a = Femind 0 (n par) a (n impart) ie (m pat) b (m impar) IL. Byy = 0 (moun pat), Bay (m, n ambos impares) 1 — 37 608 (wt Vim? + n?)sen mex sen ney mn? mn impares 17, w= k cosa V5 tsenzx sen 2ny SEGAO 11.9, pag. 701 2 2, 5. aUzege + C™yaye SECAO 11.10, pag. 707 1. tg: 7 = ay /aty = 0,43565, us: 7 = a1 /ag = 0,27789, 7 = 2/3 = 0,63788 732 — MATEMATICA SUPERIOR JOm) Dua 4k SY COS gf Joly?) u aa (a,,) oo amt Jol SECAO 11.11, pag. 711 L. Musee + Buy eye + Clare 19. 4a in, n is In— In— vo % SECAO 11.12, pag. 716 5.u=l 7. u = $r?P(cos @) + 4 = r(cos?@ — 4) +4 9. cos 26 = 2cos? @ — 1, 2x? — | = 4P,(x) — 4, u = §r?P(coso) — 4 IL. uw = 4r°P,(cos @) — 2r?P,(cos @) + rP\(cos@) — 2 SECAO 11.13, pag. 721 c(s) x 5. U(x, s) = — + ——_,, = = (x, 8) yt Fea) U(0, s) = 0, c(s) = 0, u(x,t) =x(t— 1 +e) 9, Fazer x*/4c?r = z*. Usarz como a nova variavel de integragdo. Usar erf( oo) = 1. APENDICE 3 ALGUMAS FORMULAS PARA FUNCOES ESPECIAIS (Para Tabelas, consultar Apéndice 4) Fungo exponencial e* (Fig. Al) « = 2,71828 18284 59045 23536 02874 71353 a) ey = er, ey =e, (y= Logaritmo natural (Fig. A2) Q) In@y) = Inx +Iny, In(x/y) = Inx-Iny, In(#) = ainx In x é a inversa de e*, € e@* =x, e~nx = en!) = J /x, =2 0 2 * Fig. Al. Fungo exponencial e*. Fig. A2. Logaritmo natural In x. Logaritmo de base dez log, 9 x ou simplesmente log x (3) logx =MInx, M = log e = 0,43429 44819 03251 82765 11289 18917 734 — MATEMATICA SUPERIOR @) Inx= 4p log, “ip = 2.30258 50929 94045 68401 79914 54684 1 log é a inversa de 10*, ¢ 108% = x, 10° P8* = — Fungies seno e co-seno (Figs. A3 ¢ A4). No Célculo, os angulos sfo medidos em radianos, de modo que senx e cosx tém periodo 2m; senx é fung%o impar, sen (—x) = — sen x, e cos x é fungao par, cos (—x) = cos x. 1° = 0,01745 32925 19943 rad Fig. A3. senx. Fig. A4. cos x. 1 rad = 57° 17’ 44,80625” = 57,2957 95131° (5) sen? x + cos*x = 1 sen (x +y) = senx cosy + cosx seny sen (x — y) = senx cos y — cos x seny ©) cos (x + y) = cosx cos y —senx seny cos (x — y) = cosx cosy +senxseny (7) sen 2x = .2 sen x cosx, cos 2x = cos? x —sen?x ) = (5) (9) sen(m—x) = senx, cos ("—x) = —cosx Wt 8 a oh oi — senx = cos (x- (8) vasa cosx = on (x4 APENDICE 3 — 735 (10) cox = (1 + e082x), sen?x = (1 ~ cos 2x) senxseny = A [- cos(x +3) + 008 (x -y)] a) cosx cos y= [eos (x +y) + cos (x —y)] sen x cosy = Z fsen (& + y) + sen (x — y)] senutsenv = 2sen 2% 95 ¥—¥ 2 2 (2) cosu + cosy = 2cos HF ¥ cos v—cosu = 2sen 242 seq ¥=U ' a) 2 (13) Acosx +Bsenx = VAT+B cos(x#5), gS = ho . 43 (14) Acosx +Bsenx = VA? +B? sen(x#5), 15 = we = + Tangente, co-tangente, secante, co-secante (Figs. AS e A6) (5) tgx= 2%, cotx= 8%, seex=—t_, esex= cos sen x cose sen Ae Shs Fig, AS. tex Fig. A6. cot x 736 — MATEMATICA SUPERIOR ‘8 T+tg (16) tg(xty)= te (x -y)= xtgy Fungdes hiperbélicas (seno hiperbélico senh x etc.; Figs. A7 ¢ A8) a7) senhx = S-(-€*), cosh = Fete) = _ cosh x (is) tghx = coth x = So (as) coshx +senhx = e%, coshx—senhx = e* (20) cosh? x —senh? x = 1 (21) senk?x = (cosh 2x1), cosh? x = > (cosh 2x +1) Fig. A7. senh x (traceyado) € cosh x. Fig. A8. tgh x (tracejado) ¢ coth x. APENDICE 3 — 737 a femes» = senh x cosh y + cosh x senh y » cosh (x + y) = cosh x cosh y + senh x senh y = ey (23) tgh(x+y) = Te tghe tghy Funcao gama (Fig. A7, Tab. A3, Apéndice 4). A funcao gama, I'(a), é definida pela integral (24) T(@) = 7 et at (a >0) 0 que s6 tem sentido se a > 0 (ou, no caso de a complexo, para a cuja parte real é positiva). Uma integragdo por partes nos da a importante relagdo funcional da fungao gama (25) T(at+1) = (a). De (24) vé-se logo que P'(1) = 1; logo, se a é um inteiro positivo, k, mediante aplicacdo iterada de (25) obtemos (26) Te+1I =k! (k=0,1,...). Isto mostra que @ fungdo gama pode ser encarada como uma generalizagdo da ‘fungao fatorial elementar. Usa-se nao raro a notagao (a — 1)!, mesmo para valores ndo-inteiros de a; a funcdo gama também é conhecida como fungao fatorial. A aplicagdo iterada de (25) dé T@t+2) _ _ Tatk+1) “att eet I)(@¥2). atk)’ e podemos usar a relagdo (27) T(@) = tere) (a #0, —1, -2,...) para definir a fungdo gama para valores negativos de a (# —1, —2, . . .), escolhendo para k o menor inteiro tal que @ +k +1>0. Juntamente com (1), isto nos dé entdo uma definiggo de Ta) para todos os valores de a diferentes de zero e de inteiros negativos (Fig. A9). 738 — MATEMATICA SUPERIOR Fig. A9. A fungdo gama Pode-se mostrar que a fungdo gama também admite representagdo como 0 limite de um produto, nt n® Gtpewnenm CO? (28) T(@) = lim De (27) ou (28) vé-se que, para a complexo, a funcdo I'(a) é uma fungao meromorfa com pélos simples a = 0, Para grandes valores de @, a formula de Stirling da uma aproximagao para 2 fungo gama, a saber (29) Pati) ~ Vine (2) _ onde e é a base do logaritmo natural. Mencionemos, finalmente, o valor especial. (30) (3) = Vr. Fungao gama incompleta Qi) P(a, x) Q(@, x) icin as (a>0) APENDICE 3 — 739 (32) P@) = Pla, x) +Q(a, x) Funcio beta (33) Bix, y) Py dt («>0, y >0) Em termos de fungoes gama: (4) By) = FOTO Fungao erro (Fig. Al0 e Tab. AS, Apéndice 4) e 2. [2-8 (35) efx = 4 <¢ (36) efx = Fi ( . 7 erf (°°) = 1, fungdo erro complementar G7) erfox = dosaitiriitiiritios wr thiriitiiiil eI 1 2 E a Fig. A10. A fungao erro. 740 — MATEMATICA SUPERIOR Integrais de Fresnel’ (Fig. Al1) 38) CQ) =| * cos(e?)dt, Sx) = [ * sen (t?) dt lo C(e) = V 2/8, S () = V 0/8, fungdes complementares. (x) = [ye -c@) 8 cos (t) dt s(x) = JF -80) alle sen (t?) dt 9) Fig. A12. Seno integral Seno integral (Fig. A12, Tab. AS, Apéndice 4) (40) Si(x) = I % sent yy vj t Si (9) = n/2, funcdo complementar (41) si(x) = F-8iay = [AE ae + Augustin Fresnel (1788-1827), fisico © matematico francés. Para tabelas, ver Refs. {A6}, [A8]; ver também Acta Mathematica, v. 85 (1951), p. 180, € v. 89 (1953), pég. 130. Co-seno integral (Tab. AS, Apéndice 4) (42) Exponencial integral (43) Logaritmo integral (44) ci(x) -[° on dt x ae Ei(x) =[ aie dt x . _ [x _dt_ li(x) -[ ni APENDICE 3 — 741 (x > 0) (x > 0) APENDICE 4 TABELAS Tab. Al Fungées Bessel 4 x J.) JG) x Io) J,@) x Sy (x) Ti) 0,0 | 1,0000 9,0000 |} 3,0 | -0,2601 0,3391 |] 6,0 | 0.1506 | -0,2767 0,1 | 0,9975 00499 |} 3,1 | -0,2921 0,3009 || 6,1 | 0.1773 | -0,2559 0,2 0,9900 0,0995 3,2 | -0,3202 0.2613 6,2 0,2017 —0,2329 03 0,9776 0,1483 3,3 | 03443 0,2207 6,3 0,2238 -0,2081 04 00,9604 0,1960 3,4 | -0,3643 0,1792 64 00,2433 —0,1816 05 0,9385 0,2423 3,5 | —0,3801 0,1374 65 0,2601 —0,1538 06 0.9120 0,2867 3,6 | -0,3918 00,0955 66 0,2740 —0,1250 07 0,8812 0,3290 3,7 | -0,3992 0,0538 6,7 0,2851 —-0,0953 0.8 | 0,8463 0,3688 || 3,8 | -0,4026 00128 || 6,8 | 0,2931 | -0,0652 0s 0,8075 0,4059 3,9 | -0,4018 -0,0272 6,9 0,2981 —0,0349 1p 0,7652 0,4401 49 | -03971 00660 70 0,3001 —0,0047 1,1 | 0,7196 04709 |! 4,1 | -0,3887 | -0,1033 || 7,1 | 0,2991 0,0252 12 0,6711 0,4983 4.2 | -0,3766 —0,1386 7,2 0,2951 00,0543 13 0,6201 0,5220 4,3 | -0,3610 -0,1719 73 0,2882 0,0826 14 0,5669 0,5419 44 | -0,3423 —0,2028 14 0,2786 0,1096 15 | 05118 0,5579 || 4,5 | -0,3205 | -02311 || 7,5 | 0,2663 0,1352 1,6 | 0,4ss4 0,5699 | 4,6 | -0,2961 | -02566 || 76 | 0,2516 0,1592 1,7 | 0,3980 0,5778 |i 4,7 | -0,2693 | -0,2791 |] 7,7 | 0,2346 0,1813, 18 0,3400 0,5815 4,8 | -0,2404 —0,2985 78 0,2154 02014 19 0,2818 0,5812 4,9 | 02097 —0,3147 79 0,1944 0.2192 20 0,2239 0,5767 5,0 | -0,1776 -0,3276 80 0,1717 0.2346 2,1 | 0,166 0,5683 |} 5,1 | -0,1443 | -0,3371 |] 8,1 | 0,1475 0.2476 | 22 00,1104 0,5560 5,2 | -0,1103 —0,3432 8,2 0,1222 0,2580 3, 0,0555 0,5399 5,3 | -0,0758 —0,3460 8,3 0,0960 0,2657 24 00,0025 0,5202 54 | -0,0412 —0,3453 84 0,0692 0,2708 Tab. A1. Continuacao TABELAS — 743 x Tg(x) J,0) x Tox) JQ) = J) Sx) 2,5 | -0,0484 04971 5,5 | -0,0068 03414 8,5 0,0419 0,2731 26 | -00968 | 04708 |} 5,6 | 00270 | -0,3343 || 86 | 00146 | 0,2728 2,7 | -0.1424 | 04416 || 5:7 | 0.0599 | -0,3241 |] 8.7 | -o0125 | 0.2697 2,8 | -0,1850 | 0.4097 |} 5,8) 0,0917 | -0,3110 || 8,8 | -0,0392 | 0,2641 29 | -0,2243 | 03754 |} 59 | 0,1220 | -02951 || 89 | -0,0653 | 0,2559 Jn(x) =0 para x = 2,405, 5,520, 8,654, 11,792, 14931, ... J.) =0 para x = 0, 3,832, 7,016, 10,173, 13,324)... a | Yoo) yw fx | Ye yo |x | re Y,@) 00 | Ca) ) |] 25] 0,498 0,146 || 5,0 | -0,309 0,148 os | -044s | -1471 || 30 | 0,377 0,325 || s,s | -0339 | -0,024 19 | 0,088 | -0,781 || 3,5 | 0,189 0410 || 60 | -0,288 | -0,175 15 | 0,382 | -0,412 |} 4,0 | -0,017 0398 || 6,5 | -0,173 | -0,274 20 | 0510 | -0,107 || 45 | -0,195 0301 || 70 | -0,026 | -0,303 Tab. A2 Fungao Gama « r@ «| r@ |} « r@ | o r@ fa | re 1,00 | 1,000 000 |} 1,20 | 0,918 169 |] 1,40 | 0,887 264 |} 1,60 | 0,893 515 || 1,80 | 0,931 384 102 | 0,988 844 |} 1,22 | 0,913 106 |] 1,42 | 0,886 356 |] 1,62 | 0,895 924 || 1,82 | 0,936 845 1,04 | 0,978 438 || 1,24 | 0,908 521 |} 1,44 | 0,885 805 || 1,64 | 0,898 642 || 1,84 | 0,942 612 1,06 | 0,968 744 || 1,26 | 0,904 397 || 1,46 | 0,885 604 || 1,66 | 0,901 668 || 1,86 | 0,948 687 1,08 | 0,959 725 || 1,28 | 0,900 718 || 1,48 | 0,885 747 | 1,68 | 0,905 001 || 1,88 | 0,955 071 1,10 | 0,951 351 || 1,30 | 0,897 471 || 1,50 | 0,886 227 || 1,70 | 0,908 639 || 1,90 | 0,961 766 0,943 590 |] 1,32 | 0,894 640 || 1,52 | 0,887 039 || 1,72 | 0,912 581 || 1,92 | 0,968 774 0,936 416 || 1,34 | 0,892 216 || 1,54 | 0,888 178 || 1,74 | 0,916 826 || 1,94 | 0.976 099 5 0,929 803 || 1,36 | 0,890 185 |} 1,56 | 0,889 639 || 1,76 | 0,921 375 || 1,96 | 0,983 743 0,923 728 || 1,38 | 0,888 537 || 1,58 | 0,891 420 |} 1,78 | 0,926 227 || 198 | 0,991 708 1,20 | 0,918 169 || 1,40 | 0,887 264 || 1,60 | 0,893 515 |} 1,80 | 0,931 384 || 2,00 | 1,000 000 744 — MATEMATICA SUPERIOR Tab. A3 Fungao Fatorial nat login!) |] n n! log (n!) |] n n! . log (n!) 1 1 | 0,000 000 || 6 720 | 2,857 332 |] 11 39916 800 | 7,601 156 2 2 | 0,301030 || 7 $040 | 3,702 431 |} 12 479001600 | 8,680 337 3 6 | 0.778151 || 8 40 320 | 4,605 521 || 13 6 227 020 800 9,794 289 4 | 24] 1380211) 9] 362880 | 5,559 763 |] 14 87 178 291 200 | 10,940 408 S| 120 | 2,079 181 || 10 | 3628 800 | 6,559 763 || 15 | 1307 674 368000 | 12,116 500 Tab. Ad Funcio Erro, Integrais Seno e Co-Seno x erfx Si(x) cite) x erfx Si(x) ci x) 00 0,0000 0,0000 - 2,0 0,9953 1,6054 | -0,4230 0,2 0,227 0,1996 1,0422 2,2 0,9981 1,6876 | -0,3751 0,4 0,4284 03965 0,3788 24 0,9993 1,7525 | -0,3173 06 0,6039 0,5881 0,0223 2,6 0,9998 1,8004 —0,2533 0,8 0,7421 0,7721 | -0,1983 2,8 0,9999 1,8321 | -0,1865 10 0,8427 0.9461 | -0,3374 3,0 1,0000 1,8487 | -0,1196 12 09103 1,1080 —0,4205 3,2 1,0000 1,8514 —0,0553 14 0.9523 1,2562 | -0,4620 34 1,0000 1,8419 0,0045 16 0.9763 1,3892 -0,4717 3,6 1,0000 1,8219 0,0580 1,8 0,9891 15058 | -0,4568 3,8 1,0000 1,7934 0,1038 2,0 09953 1,6054 —0,4230 40 1,0000 1,7582 0,1410 Aproximacao trigonométrica, 646 Autofungdo, de uma corda vibrante, 667 de uma membrana vibran- te, 695 Autovalor, de uma corda vi- brante, 667 de uma membrana vibran- te, 695 Bessel, desigualdade de, 648 equacao de, 704 Cabo submarine, equagdes do, 717 Calor, condugdo do, 678, 684 equacio do, 678 fluxo de, 684 ‘Campo gravitacional, 709 Circuito, 645 ~ RLC, 645 Coeficientes de Fourier, 615, 622, 635, 697 Condigdo inicial, 660, 664 Condugao do calor, 678, 684 Contorno, condigées de, 660, 664 problema de valorno, 710 Coordenadas, cilindricas, 710 esféricas, 711 D’Alembert, 673 Derivada, a direita, 618 A esquerda, 618 Desenvolvimento de meio pe- riodo de Fourier, 632 Desigualdade de Bessel, 648 Dirichlet, 652 fator de descontinuidade de, 652 Duhamel, formula de, 722 Equago, de Bessel, 704 jimensional da onda, 691 INDICE REMISSIVO do calor, 678 da corda vibrante, 663 de Helmholtz, 712 de Laplace, 710, 713 de Legendre, 715 de uma membrana vibran- te, 691 de Poisson, 660 de Tricomi, 676 de uma viga vibrante, 676 Equagfo diferencial, eliptica, 676 hiperbélica, 676 linear, 659 ordem de uma, 659 parabélica, 676 parcial, 659 EquagGes, do cabo submari- no, 717 das linhas de alta freqiién- cia, 717 das linhas de transmissio, 716 dos telegrafistas, 717 Exro quadratic, 646 total, 646 Fendmeno de Gibbs, 653 Fluxo de calor, 684 Fourier, coeficientes de, 615, 622, 697 coeficientes complexosde, 635 desenvolvimento de meio perfodo de, 632 integral de, 651, 652, 685 integral complexa de, 657 série de, 615, 618, 669 série complexa de, 634 série de co-senos de, 626 série dupla de, 697 série de senos de, 626 transformada de, 657 Fungo, caracteristica, 667, 695 erro, 687 harménica, 625 impar, 625 par, 625 periddica, 609 Gibbs, fendmeno de, 653, Gravitago, 709 Helmholtz, equagdo de, 712 Integrais de Laplace, 655 Integral de Fourier, 652, 656 Laplace, equagao de, 709, 713 integrais de, 655 transformada de, 718 Laplaciano, 699, 711 Legendre, equagio de, 715 polindmios de, 715 Limit a direita, 618 ‘A esquerda, 618 Linha nodal, 695 Linhas de transmissio, equa- ges das, 716 Membrana, circular, 702 retangular, 691 Modo, 667, 704 fundamental, 667 normal, 667, 705 Nodo, 667 Onda, dentede-serra, 628 equacao bidimensonalda, 691 equagéo unidimensional da, 664 quadrada, 615, 640 Oscilagées, de uma corda, 662,719 forcadas, 642, 673 de uma membrana, 689 de uma viga, 676 Ordem, de uma equagdo di- ferencial, 660 Perfodo primitivo, 610 746 / INDICE REMISSIVO Poisson, equagao de, 660 Poliné mios, de Legendre, 715 trigonométricos, 646 Potencial, real, 709 teoria do, 709 Prolongamento periddico, 631 Pulso retangular, 628 Retificador, 623 de meia-onda, 6 23 Salto, 635 Seno integral, 652 Separacao de variaveis, 664 Série de Fourier, 615 (v. tam- bém Fourier) complexa, 634 dupla, 697 teorema de existéncia, 618 Série trigonométrica, 611 Sino, curva em forma de, 688 Sobretom, 667 Telegrafistas, equacGes dos, 717 Transformada de Laplace, 718 Tricomi, equacgdo de, 676 Valor caracteristico, 667, 695 Viga, 676

You might also like