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Relatório Teórico

Biologia Molecular e Celular


Aula 7

Química Industrial 1º Ano

2017/2018
Índice

Sinalização ...................................................................................................................................................... 3

Visão Geral.................................................................................................................................................. 3

Moléculas Sinalizadoras ....................................................................................................................... 4

Sinalização Endócrina ....................................................................................................................... 6

Sinalização Parácrina ........................................................................................................................ 6

Sinalização Autócrina ........................................................................................................................ 7

Sinalização Neuronal ......................................................................................................................... 7

Sinalização Por Contacto .................................................................................................................. 8

Recetores Membranares ...................................................................................................................... 8

Recetores Associados A Canais Iónicos ...................................................................................... 9

Recetores Associados Á Proteína G (Recetor de 7 Hélices) ............................................... 10

Recetores Associados A Enzimas................................................................................................ 13

Recetores Intracelulares .................................................................................................................... 17

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Sinalização
A sinalização celular faz parte de um complexo sistema de comunicação que governa e

coordena as atividades e funções celulares. A habilidade que as células possuem em

perceber e corretamente responder ao seu ambiente envolvente, forma a base do

desenvolvimento, da reparação de tecidos, da imunidade e de outras funções de

homeostasia em tecidos.

Visão Geral

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Comunicação celular através de sinais extracelulares (moléculas sinalizadoras ou ligandos),

envolve:

1. Síntese de molécula sinalizadora

2. Libertação da molécula sinalizadora

3. Transporte da molécula sinalizadora até á célula alvo

4. Deteção da molécula sinalizadora por um recetor especifico

5. Integração dos sinais

6. Resposta biológica (metabolismo, proliferação, sobrevivência, diferenciação)

7. Terminação do sinal

Moléculas Sinalizadoras

As diversas moléculas sinalizadoras são:

• Proteínas
• Péptidos
• Aminoácidos
• Aminas biogénicas
• Lípidos
• Esteróides
• Gases

Sendo:

• Hormonas (Ex.: Prolactina, hormona de crescimento, estrogénios, insulina, glucagon,

adrenalina, noradrenalina)

• Mediadores Locais: Secretados para o fluido extracelular (Ex.: Óxido nítrico, fatores

de crescimento (IGF, EGF, NGF, PDGF, citosinas)

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• Neurotransmissores: Secretados pelas células nervosas (Ex.: Acetilcolina,

dopamina)

Nota

Por vezes um ligando pode pertencer a mais que uma categoria

As moléculas sinalizadoras podem ser:

• Hidrofílicas: Grande afinidade a água pouca a gordura, logo as moléculas

sinalizadoras não atravessam a membrana (Ex.: Hormonas proteicas, fatores de

crescimento, neurotransmissores).

• Hidrofóbicas: Grande afinidade a gordura pouca a água logo as moléculas

sinalizadoras atravessam a membrana (Ex.: Hormonas esteróides).

Nota:

Moléculas derivadas de eicosanóides (que são hidrofóbicas), não atravessam a membrana

celular.

Em animais, a sinalização por moléculas extracelulares solúveis pode ser classificada com

base na distância entre o local de síntese e o local onde atua. Para além disso, algumas

proteínas ligadas á membrana atuam como sinais químicos.

Sendo assim existem os diversos tipos de sinalização:

• Sinalização Endócrina

• Sinalização Parácrina

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• Sinalização Autócrina

• Sinalização Neuronal

• Sinalização Por Contacto

Sinalização Endócrina

A molécula sinalizadora age na célula alvo

distante do sítio de síntese. Moléculas

sinalizadoras, chamadas hormonas atuam

em órgãos distantes do local de síntese

(órgãos endócrinos).

Sinalização Parácrina

As moléculas sinalizadoras secretadas pela célula afetam células alvo que estão próximas.

Mediadores locais (Ex.: Fatores de Crescimento) podem atuar desta forma.

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Sinalização Autócrina

As células respondem a moléculas sinalizadoras secretadas por elas próprias. Alguns

mediadores locais atuam desta forma para estimularem o próprio crescimento e

proliferação.

Sinalização Neuronal

Os sinais neuronais são transmitidos ao longo dos axónios para as células-alvo distantes.

As moléculas sinalizadoras secretadas pelos neurónios são designadas por

neurotransmissores (Ex.: Acetilcolina).

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Sinalização Por Contacto

A molécula sinalizadora e o seu

recetor encontram-se na membrana

plasmática (proteínas integrais ou

intrínsecas).

Recetores Membranares

As células usam diversas famílias de recetores para detetarem e responderem a uma

grande variedade de estímulos físicos e químicos. Existem três tipos de recetores

membranares:

• Recetores associados a canais iónicos

• Recetores acoplados a proteína G (recetor de 7 hélices)

• Recetores associados a enzimas

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Recetores Associados A Canais Iónicos

Quando a molécula sinalizadora se “liga” ao recetor, ativam o mesmo, fazendo com que

polarizem ou despolarizem, assim aumentando ou diminuindo a resposta, pois passarão a

permitir ou impedir a passagem de iões.

Quando os recetores de canal são ativados, existe uma mudança na conformação das

proteínas que compõem o canal iónico, permitindo ou impedindo a passagem de iões.

Tipicamente, são os recetores sobre os quais atuam os neurotransmissores rápidos. Os

exemplos incluem o recetor nicotínico de acetilcolina, o recetor GABAA e os recetores de

glutamato dos tipos NMDA (N-metil-D-aspartato), AMPA (a-amino-3-hidroxi-5-metil4-

isooxazolpropionato) e cainato.

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Recetores Associados Á Proteína G (Recetor de 7 Hélices)

Recetores acoplados às proteínas G são uma grande família proteica de recetores

transmembranas que captam sinais extracelulares e ativam vias de transdução de sinal no

interior da célula. Este tipo de recetores apenas é encontrado nos eucariotas, como é o caso

das leveduras, plantas, coanoflagelados e animais.

Os recetores acoplados a proteínas G compõe um sistema de transdução de sinal junto a

proteína G de uma variedade de sinais como neurotransmissores, fatores de crescimento,

odorantes e fotões de luz e hormônios. Quando ativados, estes recetores atuam em

conjunto com proteínas citosólicas (conhecidas como proteínas G) traduzindo o sinal do

meio extracelular para o meio intracelular.

A proteína G apresenta sete α-hélices que transpassam a membrana celular, expondo a

região amino-terminal (N-terminal) e três alças de interligação (EL1, EL2 e EL3) no meio

extracelular, e a região carboxi-terminal (Cterminal) juntamente com outras três alças de

interligação (CL1, CL2 e CL3), no meio intracelular.

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As proteínas G são formadas por três subunidades: α, β e γ. No estado não-estimulado,

a subunidade αpossui GDP e a proteína G está inativa. Quando um recetor associado é

ativado, ele atua como um fator de troca de nucleotídeos de guanina (GEF) e induz a

subunidade α a libertar GDP, permitindo que o GTP se ligue no seu lugar. Essa troca causa

uma grande mudança conformacional na proteína G, ativando-a. A troca de GDP por GTP,

ativa tanto a subunidade α quanto o complexo β e γ e ambos podem regular a atividade

de proteínas-alvo na membrana plasmática. O recetor permanece ativo enquanto a

molécula sinal extracelular estiver ligada a ele, podendo, por isso, catalisar a ativação de

muitas moléculas de proteína G, as quais se dissociam do recetor logo que são ativadas.

Existem 2 tipos principais de proteínas G:

• Proteína G estimuladora (Gs)

• Proteína G inibidora (Gi)

Proteína G estimuladora (Gs)

Liga-se ao recetor Betadrenégico que ativa uma enzima de membrana chamada de adenilil-

ciclase. Esta tem a capacidade de transformar o ATP em cAMP (AMP cíclico), sendo este

um segundo mensageiro.

Proteína G inibidora (Gi)

Liga-se ao recetor alfadrenégico inibindo a adenilil-ciclase. Esta proteína atua

principalmente como reguladora direta de canais iónicos.

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Resumindo:

• Sete α-hélices transmembranares

• Usam proteínas ligantes de GTP (proteínas G)

• Moléculas sinalizadoras: adrenalina, acetilcolina, fotões, LH, FSH, etc

• A fosforilação na região C-terminal do recetor cria um local de ligação para a

arrestina, que bloqueia interações com proteínas G

Os recetores associados á proteína G (GPCRs) ativam ou inativam, indiretamente, via

proteínas G, as enzimas ligadas á membrana plasmática e aos canais iónicos. Quando

estimulada por um recetor ativado, a proteína G se disassocia em uma subunidade αe nas

subunidades β e γ , as quais regulam diretamente a atividade de proteínas-alvo na

membrana plasmática. Alguns GPCRs tanto ativam como inativam a adenilil-ciclase,

alterando, dessa forma, a concentração intracelular do pequeno mediado cAMP. Outros

ativam a fosfolipase C especifica para fosfoinositideos (PLC β ), que hidrolisa o

fosfatidilinositol 4,5-bi-fosfato (PI(4,5)P2) com a geração de dois mediadores intracelulares

pequenos. Um deles é o inositol 1,2,5-trifosfato (IP3) que liberta 𝐶𝑎2+ do reticulo

endoplasmático, aumentando, assim, a concentração do ião no citosol O outro é o

diacilglicerol, que permanece na membrana plasmática e ativa a proteína cinase C (PKC).

Um aumento dos níveis tanto de cAMP como de 𝐶𝑎2+ afeta as células, principalmente por

estimular, respetivamente, a proteína cinase A (PKA) e as proteínas cinases dependentes

do complexo 𝐶𝑎2+ /calmodulina (CaM-cinases).

A PKC, a PKA e a CaM-cinase fosforilam serinas e treoninas de proteínas-alvo especificas,

alterando assim, a atividade dessas proteínas. Cada tipo de célula possui grupos

característicos de proteínas-alvo reguladas dessa forma, permitindo que a célula tenha sua

própria resposta aos mediadores intracelulares. As cascatas de sinalização intracelulares

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ativadas pelos GPCRs permitem que as respostas sejam bastantes amplificadas, de forma

que muitas proteínas-alvo são alteradas para cada molécula-sinal extracelular ligada ao

seu recetor.

As respostas mediadas pelos GPCRs desaparecem rapidamente, quando o sinal

extracelular é removido. Assim, a subunidade αda proteína G é estimulada por sua

proteína-alvo, ou por um RGS (regulador de sinalização da proteína G), ao se autoinativar

pela hidrólise do GTP ligado a ela. O IP3 é desfosforilado rapidamente por um lipídeo-

fosfatase (ou fosforilado por uma cinase), os nucleotídeos cíclicos são hidrolisados pelas

fosfodiésteres, o 𝐶𝑎2+ é bombeado rapidamente para fora do citosol, e as proteínas

fosforiladas são desfosforiladas por proteínas-fosfatases. Os próprios GPCRs ativados são

fosforilados pelas GRKs (cinases de GPCRs), desencadeando a ligação da arrestina, o que

os desacopla das proteínas G e promove a sua endocitose, resultando em dessensibilização

ou em sinalização constante via proteínas sinalizadoras recrutadas pela arrestina.

Recetores Associados A Enzimas

São proteínas transmembranares com o seu domínio de interação com o ligante localizado

na superfície externa da membrana plasmática. Seu domínio citosólico, entretanto, em vez

de estar associado a uma proteína G trimérica, associa-se diretamente a uma enzima, ou

tem atividade enzimática intrínseca. Cada subunidade dos recetores associados a enzimas

possui apenas um segmento transmembranar. Existem seis classes de recetores

associados a enzimas:

• Recetores tirosina-cinases: fosforilam tirosinas especificas próprias e em um

pequeno grupo de proteínas sinalizadoras intracelulares.

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• Recetores associados á tirosina-cinase: não têm atividade enzimática intrínseca,

mas recrutam, diretamente, proteínas tirosina-cinases citoplasmáticas para

transmitir o sinal.

• Recetores serinatreonina-cinases: fosforilam serinas ou treoninas especificas

próprias e em proteínas reguladoras gênicas latentes, com as quais se associam.

• Recetores associados á histidina-cinase: ativam uma via de sinalização de dois

componentes na qual a cinase fosforila suas próprias histidinas e transfere o fosfato

imediatamente para uma segunda proteína sinalizadora intracelular.

• Recetores guanilil-cinases: catalisa, diretamente, a produção de cGMP no citosol, o

qual atua como um mediador intracelular pequeno da mesma maneira que o cAMP.

• Tirosinas-fosfatases: similares a recetor removem grupos fosfato de tirosinas de

proteínas sinalizadoras

Recetores Associados A Enzimas: Atividade Tirosina Cinase Intrínseca

São proteínas responsáveis pela fosforilação de substratos proteicos, como por exemplo,

enzimas. O papel das PTKs na transdução de sinais é central, pois elas atuam como um

ponto de apoio na rede de moléculas sinalizadoras independentes, cuja função é a

regulação da expressão gênica. As PTKs estão relacionadas a diversos processos

fundamentais, como a proliferação, diferenciação, mobilidade e sobrevivência ou morte

celular.

As PTKs podem ser divididas em duas famílias:

• As proteínas cinases recetoras: (Ex.: o recetor de insulina e os diversos recetores do

fator de crescimento)

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• Proteínas cinases não-recetoras (Ex.: As proteínas Src, Jak, Abl, Fak, Fps, Csk, Syk

e Btk).

Estes recetores, como dito, são ativados por muitos fatores de crescimento. Todos estes

recetores são constituídos por um domínio extracelular (Terminal -NH2), um domínio

citoplasmático (Terminal -COOH) e um único domínio transmembranar (α-hélice).

A ligação do ligando induz dimerização do recetor, permitindo a sua ativação. Domínios

cinase citoplasmáticos de um par de recetores ativam-se um ao outro (transfosforilação),

criando locais de fosfotirosina para a ligação de proteínas efetoras (Ex.: Fosfolipase C) ou

proteínas adaptadoras com domínios SH2. Após a ativação, o recetor é removido da

membrana por endocitose.

Recetores Associados A Enzimas: Acoplados A Enzimas Tirosina-Cinase (recetores da

citosinas)

As citosinas são uma diversa família de hormonas proteicas e fatores de crescimento (Ex.:

Hormona de crescimento, eritropoietina). São homodímeros ou heterodímeros e possuem

apenas um único segmento transmembranar.

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Domínios citoplasmáticos (C-terminal) não possuem atividade enzimática, mas ligam-se a

diversas enzimas tirosina-cinase, chamadas JAKs.

A ligação do ligando induz alterações conformacionais e dimerização do recetor. A

proximidade dos domínios citoplasmáticos permite a ligação das enzimas JAK para

ativarem-se um ao outro por transfosforilação.

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As proteínas STAT contendo domínios SH2 ligam-se a resíduos de fosfotirosina sendo

também fosforiladas pelas JAKs. Após a fosforilação ocorre dimerização das proteínas

STAR e desloca-se para o núcleo e atua como um fator de transcrição.

Recetores Intracelulares

Recetores intracelulares são recetores localizados dentro da célula em vez de na membrana

plasmática. Estes recetores pertencem á super-familia dos recetores nucleares atuando

como fatores de transcrição que contêm domínios de ligação ao ligando e ao DNA. A ligação

do ligando induz em alterações conformacionais e dimerização do recetor.

Os principais ligandos são as hormonas esteroides que são sintetizadas a partir do

colesterol (Ex.: corsitol, testosterona, estrogénios), pois são lipossolúveis, ou seja,

conseguem atravessar a membrana plasmática.

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