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Trump esvazia tribunal e ameaça


09/10/2017 às 05h00
Internacional
desestabilizar a OMC Últimas Lidas Comentadas Compartilhadas

Brasil está fora de tarifas de Trump, diz


Por Assis Moreira | De Genebra representante dos EUA
12h55

Trump: Tarifas americanas contra a China podem


Os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, estão bloqueando chegar a US$ 60 bilhões
a nomeação de novos juízes do Órgão de Apelação da Organização Mundial 13h50

do Comércio (OMC), contra a posição dos outros países. Na prática, isso


fragiliza esse tribunal superior do comércio global, que já resolveu 500
disputas e evitou guerras comerciais nos últimos 20 anos.
Presidência do Peru
05h00

Citado na Lava-Jato, Kuczynski renuncia à

"É uma situação grave porque, se esse impasse não for superado, trará sérios
impactos sistêmicos'', disse ao Valor o diretor-geral da OMC, Roberto
China
05h00

Trump deve anunciar hoje tarifas a produtos da

Azevêdo.
Ver todas as notícias
O Órgão de Apelação é formado por sete juízes. Mas, até o fim do ano, terá
apenas quatro. E pode ser menos, já que um ou outro juiz pode incorrer em
conflito de interesse em determinada disputa, por ter atuado no tema no
passado como funcionário governamental ou advogado. Videos
Isso significa que a partir de janeiro de 2018 o órgão pode ser paralisado
totalmente na solução dos conflitos comerciais. Ainda mais que os EUA
passaram a recusar que juízes que terminaram o mandato continuem
atuando em disputa na qual estavam trabalhando até o caso ser encerrado.

O Orgão de Apelação é conhecido com a "joia da coroa" da OMC, pela


capacidade de impor sanções aos países membros que não respeitarem as 
regras internacionais.

Mas alguns negociadores avaliam que o mecanismo com só três juízes não
será mais juridicamente válido. Ele foi criado com sete juízes por conta da Armaduras tecnológicas ajudam trabalhadores a
representativa geográfica e tradições jurídicas. concorrer com as máquinas
13/03/2018
''Como manter um sistema baseado em regras sem o garantidor dessas
regras?'', questiona um importante negociador.   
Azevêdo deve voltar a discutir o bloqueio americano com o principal
negociador comercial de Trump, Robert Lighthizer, na semana que vem em
Washington. Valor International
The English news service from Valor
Os EUA nunca se sentiram confortáveis
com esse tribunal internacional no qual o BUSINESS
país não tem poder de veto, embora seja MMX restructuring plan challenged by creditors
quem mais utiliza o sistema, inclusive
ganhando a maioria dos casos. Isso
BUSINESS
ilustra a dificuldade de entender a Brazilian scientists take the startup road
posição americana, diz um negociador.
Governos americanos anteriores
reclamavam que o Órgão de Apelação era Subscribe Temporarily FREE
"ativista" demais, com interpretações dos acordos da OMC que resultavam na
criação de novas regras que os EUA dizem nunca terem negociadas.

A insatisfação americana cresceu à medida que o país sofreu sucessivas


derrotas por causa de suas investigações antidumping para impor sobretaxas
Newsletter
contra produtos estrangeiros com preço considerado deslealmente baixo,
principalmente originários da China. O melhor conteúdo em economia, negócios e
finanças gratuitamente direto em seu e-mail.
No ano passado, os EUA chegaram a vetar a renovação do mandato do juiz
Soung Wha Chang, da Coreia do Sul, que tomou decisões desfavoráveis aos Receba Gratuitamente
i F i i ú il f i ê i d í i l i d B il
americanos. Foi inútil a forte resistência de outros países, incluindo o Brasil,
que alegavam que a independência do mecanismo estava em jogo.

A situação piorou este ano com o governo Trump coincidindo com o fim de
mandatos de juízes. A vaga da América Latina ficou aberta em julho, com o
Petróleo
(em dólares por barril)
fim do mandato do mexicano Ricardo Ramirez. Em agosto, o sul-coreano
WTI Brent
Kim Hyun-chong pediu demissão para se tornar ministro de Comércio de seu
país. E, em dezembro, será a vez da vaga europeia, com o fim do mandato do WTI
belga Peter van den Bossche. No ano que vem, mais uma vaga será aberta no
Meses Ajuste Osc.
órgão.
mai/18 64,30 -0,87
O Brasil tem candidato para a vaga latino-americana: o embaixador José jun/18 64,18 -0,77
Alfredo Graça Lima. Mas nem ele nem os outros cinco candidatos da região jul/18 63,83 -0,71
podem fazer campanha efetiva porque o processo de seleção não foi lançado ago/18 63,37 -0,63
até agora. Na semana passada, os países da região pela quinta vez set/18 62,84 -0,58
apresentaram proposta para resolver a situação atual, para que a seleção de out/18 62,30 -0,52

três novos juízes seja lançada imediatamente. Os EUA, porém, mostraram-se Veja as tabelas completas no ValorData
irredutíveis.
Fontes: Dow Jones Newswires e Valor PRO.
O governo Trump alega não estar em posição de apoiar o inicio do processo
de seleção até que suas preocupações sejam resolvidas. O problema é que
Washington não detalha que preocupações são essas nem que propostas
concretas teria para discutuir com os outros membros. Nessa toada, os
parceiros começam a temer o pior.

Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Trump foi incisivo:


"Por muito tempo, foi dito ao povo americano que mega-acordos comerciais
multinacionais, tribunais internacionais que não respondem a ninguém e
poderosas burocracias globais eram a melhor maneira de promover o seu
sucesso. Mas à medida que essas promessas fluíam, milhões de empregos
sumiram e milhares de fábricas desapareceram. Outros jogaram com o
sistema e quebraram as regras, e nossa grande classe média, que foi a base da
prosperidade americana, foi esquecida e deixada para trás. Mas eles não são e
nunca mais serão esquecidos."

Na OMC, a delegação americana passou a usar minúcias regimentais vistas


como uma sinalização do que pode estar para vir. Nos debates sobre duas
disputas - do Brasil contra o Canadá sobre jatos regionais, e da União
Europeia contra Indonésia, num caso de dumping - os EUA defenderam que
deveria normalmente ser usada a regra do "consenso positivo".

Essa regra, que existiu e foi uma fragilidade do antigo Gatt (Acordo Geral de
Tarifas e Comércio), permitia que um país bloqueasse sozinho decisões sobre
disputas comerciais. Esse foi um dos motivos para criar a OMC com "dentes",
ou seja, com poder de sanção.

Alguns negociadores ressalvam que os EUA não disserem explicitamente que


Promoção - Valor Econômico
querem mudar a regra do "consenso negativo", que vigora hoje. Por ela, para
rejeitar uma decisão dos juízes da OMC é preciso o apoio de todos os paises-
membros, o que é quase impossível.

Outros notam que o governo Trump acha que pode resolver unilateralmente
suas disputas, por meio de seu arsenal interno de leis comerciais, como a
Seção Super 301, e mostra que está pronto a "chutar o pau da barraca".

"Até agora, seus latidos [de Trump] tem sido piores que suas mordidas, mas é
o caso de se inquietar", afirmou Anne Krueger, ex-economista-chefe do
Banco Mundial e ex-número 2 do FMI.

John Danilovich, secretário-geral da influente Camara de Comércio


Internacional (ICC) e ex-embaixador americano no Brasil, voltou de dez dias
de visita nos EUA e disse: "O que eu percebi lá não me parece muito bom".

Com dificuldades de negociar acordos de liberalização e agora com o risco de


não ter seu mecanismo de disputas funcionando normalmente, a OMC pode
ver sua crise existencial ampliada.

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CONTEÚDO PUBLICITÁRIO Recomendado por


Globo Notícias

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