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RESENHA CRÍTICA: CAPÍTULO “A ÉTICA NA ORGANIZAÇÃO

MULTINACIONAL” DO LIVRO “ÉTICA NAS EMPRESAS”

Na obra “Ética nas empresas”, dos autores Eduardo Soto Pineda e José Antonio
Cárdenas Marroquín, os autores destacam a realidade do atual cenário do mundo dos negócios
a partir de uma perspectiva global e contemporânea, em virtude do atual contexto econômico
global que é marcado por uma economia de mercado cada vez mais dominante e uma
concorrência entre as empresas cada vez mais acirrada.
Na citada obra, os autores apresentam diversos exemplos práticos que ilustram as
condutas e valores das empresas, utilizando esses casos para expor a necessidade de adoção
por parte das empresas de uma conduta que permita solucionar dilemas éticos e assumir
responsabilidades de maneira efetiva no ambiente empresarial e no contexto social.
Nesse sentido, o livro busca apresentar, a partir desses casos reais, as definições
acerca dos conceitos éticos, as principais áreas que as empresas devem se preocupar e as
alternativas de ação que devem ser adotadas pelas organizações, com vistas a sedimentar suas
atividades nos princípios e valores éticos que beneficiam as próprias empresas, a economia e
toda a sociedade.
Em relação especificamente ao décimo capítulo, denominado “A ética na
organização multinacional”, os autores buscam tratar de questões relacionadas aos dilemas
éticos que estão presentes nas atividades de todas as empresas transnacionais, dilemas estes
que são cada vez mais complexos, multidimensionais e imprevisíveis, apresentando exemplos
de casos reais de empresas que adotaram com êxito os códigos de ética em suas atividades, no
intuito de apresentar a importância da governança corporativa responsável para as empresas
no atual contexto da sociedade pós-moderna.
É sabido que, de modo geral, o conceito de ética se relaciona diretamente com os
valores e as regras morais considerados desejáveis por determinada sociedade, os quais
fornecem direcionadores ou padrões ideais que deveriam guiar toda ação humana. No
contexto atual da sociedade, em que a população reclama cada vez mais por honradez,
integridade e respeito ao próximo, a atuação ética e responsável das empresas é cada vez mais
fiscalizada.
Além disso, fatores como a globalização, a competividade e a busca pela
fidelização de clientes impõem cada vez mais que as organizações tenham suas ações
pautadas na ética e na responsabilidade social, pois uma administração moral e humana é fator
crucial para o sucesso dos negócios.
Nesse cenário, a atuação das empresas multinacionais não raramente esbarra em
dilemas éticos, devido à amplitude de suas atuações. De acordo com Pineda e Marroquín,
essas empresas apresentam características próprias que as colocam em uma posição
complicada no que se refere à responsabilidade corporativa, tendo em vista que a atuação
internacional da empresa dificulta o processo de mediação e tomada de decisões.
Essa dificuldade se explica diante da diversidade de culturas e da realidade
política e econômica dos países nos quais a empresa multinacional desenvolve suas
atividades. O tamanho, a dispersão geográfica, a presença em diferentes economias e a
interação da empresa com sistemas de valores distintos são outros fatores que influenciam
nesse processo.
Sob esse enfoque, para uma gestão além das fronteiras, Pinedo e Marroquín
asseveram que as empresas devem adotar códigos de conduta, evidenciando quatro valores
que devem ser considerados fundamentais para toda empresa transnacional,
independentemente da sociedade em que ela esteja operando, quais sejam: integridade,
justiça, competência e utilidade.
Nesse cenário, torna-se imperiosa a atuação responsável dos dirigentes, para que
estes direcionem à atividade das empresas relacionando os conceitos de geração de riqueza
com responsabilidade social e desenvolvimento das nações, de modo a integrar os interesses
da empresa com as práticas e cultura regional e nacional dos países em que a multinacional
desenvolve atividades.
Desta feita, para serem consideradas empresas éticas, as multinacionais devem
enfatizar o reconhecimento e a implantação de valores morais em suas atividades, sem
esquecer dos fornecedores e funcionários. Os negócios, portanto, devem ser considerados
como instrumentos de transformação social, no qual a busca pela lucratividade deve dividir
espaço com a responsabilidade social, a valorização dos funcionários e o respeito ao meio
ambiente, fatores estes que permitirão o crescimento da organização bem como a
consolidação de sua credibilidade perante à sociedade.

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