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Disciplina: Hidrologia Aplicada

Profª Larissa Fernanda Vieira Martins


Aula: 02 e 03 Bacias Hidrográficas

Bacias Hidrográficas

A bacia hidrográfica é uma área de captação natural de água da


precipitação que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída,
seu exutório. A bacia hidrográfica compõe-se basicamente de um conjunto de
superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água
que confluem até resultar um leito único no exutório.
Uma bacia hidrográfica compreende, então, toda a área de captação
natural da água da chuva que proporciona escoamento superficial para o canal
principal e seus tributários.

Figura 01 -Exemplificação de uma bacia hidrográfica

A bacia hidrográfica, associada a uma dada seção fluvial ou exutório, é


individualizada pelos seus divisores de água e pela rede fluvial de drenagem;
essa individualização pode se fazer por meio de mapas topográficos. Os
divisores de água de uma bacia formam uma linha fechada, a qual é ortogonal
às curvas de nível do mapa e desenhada a partir da seção fluvial do exutório,
em direção às maiores cotas ou elevações. A rede de drenagem de uma bacia
hidrográfica é formada pelo rio principal e pelos seus tributários, constituindo-se
em um sistema de transporte de água e sedimentos, enquanto a sua área de
drenagem é dada pela superfície da projeção vertical da linha fechada dos
divisores de água sobre um plano horizontal, sendo geralmente expressa em
hectares (ha) ou quilômetros quadrados (km2).
Uma bacia hidrográfica é um sistema que integra as conformações de
relevo e drenagem. A parcela da chuva que se abate sobre a área da bacia e
que irá transformar-se em escoamento superficial, chamada precipitação
efetiva, escoa a partir das maiores elevações do terreno, formando enxurradas
em direção aos vales. Esses, por sua vez, concentram esse escoamento em
córregos, riachos e ribeirões, os quais confluem e formam o rio principal da
bacia. O volume de água que passa pelo exutório na unidade de tempo é a
vazão ou descarga da bacia.

Figura 02- Delimitação de Bacias Hidrográficasi

Para definir o limite da bacia hidrográfica, partir do exutório e conectar os


pontos mais elevados, tendo por base as curvas de nível. O limite da bacia
circunda o curso d’água e tributários, não podendo nunca cruzá-los. Próximo a
cada limite marcado, verificar se uma gota de chuva que cair do lado de dentro
do limite realmente escoará sobre o terreno rumo às partes baixas (cruzando
perpendicularmente as curvas de nível) na direção dos tributários e do curso
d’água principal (se ela correr em outra direção é porque pertence a outra
bacia).

Delimitação de uma bacia hidrográfica


 é individualizada pelos seus divisores de água e pela rede fluvial de
drenagem;
 Realizada por meio de mapas topográficos.
 Bacias hidrográficas são compostas por subbacias hidrográficas. Cada
sub-bacia é uma bacia hidrográfica que pode ser subdividida em sub-
bacias, etc.
 Para definir uma bacia:
• Curso d’água
• Seção transversal de referência (exutório)
• Informações de topografia.
Figura 03 - Bacia hidrográfica esboçada sobre uma carta topográfica.

Classificação dos cursos d’água

 A classificação dos cursos d’água apresenta importância para a gestão


hídrica;
 Uma maneira comumente utilizada, é a constância do escoamento:
 Perenes;
 Intermitentes; e
 Efêmeros.

Perenes
 Água o tempo todo;
 O lençol subterrâneo mantém uma alimentação contínua e não
desce abaixo do leito.

Intermitentes
 Escoa durante as estações chuvosas e secam nas estiagens;
 Estação chuvosa – lençol acima do leito;
 Estiagem – lençol abaixo

Efêmeros
 Existem apenas após o período de precipitação;
 Lençol freático encontra-se sempre a um nível inferior ao do leito
fluvial.
Características físicas das bacias hidrográficas

 Características físicas exercem influência no comportamento hidrológico;


 Ferramenta para gestão e compreensão do sistema.
 Principais fatores físicos de uma bacia:

Uso do solo
 Principal fator que afeta o escoamento.

Tipo de solo
 As características do escoamento superficial são largamente
influenciadas pelo tipo predominante de solo, devido à
capacidade de infiltração;
 A porosidade afeta tanto a infiltração quanto a capacidade de
armazenamento e varia bastante para solos diferentes. Algumas
rochas têm 1% de porosidade, enquanto solos orgânicos chegam
a ter de 80 a 90%.
 Solos arenosos = menos escoamento superficial
 Solos argilosos = mais escoamento superficial
 Solos rasos = mais escoamento superficial
 Solos profundos = menos escoamento superficial

Área
 A área de drenagem de uma bacia é a área plana (projeção horizontal)
inclusa entre seus divisores topográficos;
 Elemento básico para o cálculo das outras características físicas.
 Seu valor multiplicado pela lâmina da chuva precipitada define o volume
de água recebido pela bacia.

Forma da bacia
 tem influência no tempo transcorrido entre a ocorrência da precipitação e
o escoamento no exutório.
 As grandes bacias hidrográficas em geral apresentam forma de leque ou
de pêra, ao passo que as pequenas bacias apresentam formas as mais
variadas possíveis em função da estrutura geológica dos terrenos.
 Dois coeficientes são comumente empregados como indicativos da
forma da bacia: fator de forma e coeficiente de compacidade.

Forma da bacia – Fator de forma (Kf)


 Fator de forma (Kf)
 é definido pela relação entre a largura média da bacia e o comprimento
axial do curso d’água principal
 Indica maior ou menor tendência de enchentes para uma bacia
 Compara a área da bacia com a área do quadrado de lado igual ao
comprimento axial;
 quanto mais próximo de 1 (um) o valor de Kf, isto é, quanto mais a forma
da bacia se aproximar da forma do quadrado, maior a potencialidade de
produção de picos de cheias.
Kf= A/L²
Onde:
A= área da bacia
L= Comprimento axial

Forma da bacia – Coeficiente de compacidade Kc


 A relação entre o perímetro da bacia e a circunferência do círculo de
área igual à da bacia.
 Bacias que se aproximam geometricamente de um círculo convergem o
escoamento superficial ao mesmo tempo para um trecho relativamente
pequeno do rio principal; os menores valores de kc indicam maior
potencialidade de produção de picos de enchentes elevados
Assim,

Onde:

P= Perímetro da bacia
A= Área da bacia

Sistema de drenagem
 É constituído pelo rio principal e seus tributários;
 O estudo das ramificações e do desenvolvimento indica maior ou menor
velocidade com que a água deixa a bacia.

Sistema de drenagem – Ordem dos cursos d’água


 Reflete o grau de ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia;
 A ordem do rio principal mostra a extensão da ramificação na bacia.

Figura 04 - Classificação dos cursos d’água segundo Strahler.


Sistema de drenagem – Densidade de cursos d’água ou Densidade
hidrográfica Ds
 relação entre o número de cursos d’água e a área total da bacia;
 Tem por finalidade comparar a frequência ou a quantidade de canais
existentes em uma área.
Ds = Ns/A
Onde:
Ns= nº de cursos d’água
A= área da bacia

Sistema de drenagem – Densidade de drenagem Dd


 relação entre o comprimento total dos cursos d’água e a área da bacia;
 Quanto > a Dd, mais eficiente é o sistema e maior a potencialidade de
produção de picos de cheias.

Dd = L/A
Onde:
L= comprimento total dos cursos d’água
A= área da bacia

Declividade do curso d’água


 Controla em boa parte a velocidade do escoamento;
 Quanto maior a declividade, maior será a velocidade do escoamento;
 tem uma importância direta em relação à magnitude da enchente;
 Pode ser calculada de 3 formas: S1; S2 e S3, é dada em m/m.

Declividade do curso d’água


 S1
 Obtido pelo quociente entre a diferença de suas cotas extremas e sua
extensão horizontal:
S1 = H/L

Onde:
S1 = Declividade do curso d’água
H = variação da cota entre os dois pontos extremos
L = Comprimento do curso d’água

 S2
Declividade média do curso d’água

S2 = 2.Abp /L²
Onde:
S2 = Declividade média do curso d’água
Abp= Área abaixo do perfil
L = Comprimento do curso d’água
 S3
Declividade equivalente

Onde:

S3 = Declividade equivalente do curso d’água


L = Comprimento do curso d’água
Li = comprimento de cada um dos n trechos
Si = Declividade de cada trecho

Bibliografias utilizadas: GARCEZ, L. N. ; COSTA, A. G. - Hidrologia 2.ed. São Paulo,


Edgard Blücher, 1988.
TUCCI, C. E. M. Hidrologia – Ciência e Aplicação Ed. Da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (EPUSP) 1993.
PORTO; ZAHED FILHO; SILVA. Bacias Hidrográficas: USP, 1999.

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