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A educação ambiental como instrumento para a construção de uma sociedade

ecológica

The environmental education as an instrument to the ecological society


construction

RESUMO Kelly Daiane Savariz Bôlla


A crise planetária, assim como sua faceta mais destacada – a crise
ambiental, extrapola fronteiras políticas, sociais, econômicas e tem o poder Psicóloga, bolsista da CAPES,
de afetar toda a humanidade. A racionalidade ambiental implica a não mestranda no Programa de Pós-
somente minimizar os sintomas da crise planetária, mas atuar sobre aquilo Graduação em Ciências Ambientais
que a gerou e a mantém: a cosmovisão distorcida oriunda do paradigma (PPGCA) e pesquisadora no Laboratório
cartesiano-newtoniano. Junto a mudanças paradigmáticas, surge o de Sociedade, Desenvolvimento e Meio
imperativo da mudança da atual sociedade de consumo para uma sociedade Ambiente (LABSDMA) do PPGCA da
ecológica, no sentido da ecologia profunda e da ecopsicologia. Nessa esfera, Universidade do Extremo Sul
a educação ambiental tem papel de suma importância na construção dessa Catarinense (UNESC).
nova sociedade, guiada por valores como justiça, respeito, solidariedade e E-mail: kellybolla@hotmail.com
amor por todas as formas de vida.

PALAVRAS-CHAVE: crise planetária; ecologia profunda; ecopsicologia;


educação ambiental; sociedade ecológica.
Geraldo Milioli

Sociólogo, professor/ pesquisador e


ABSTRACT
The planetary crisis, as well as its most outstanding facet - the coordenador do Programa de Pós-
environmental crisis - goes beyond political, social and economical Graduação em Ciências Ambientais
boundaries and has the power to affect all of humanity. The environmental (PPGCA) e do Laboratório de
rationality implies not only to mitigate the symptoms of global crisis, but to Sociedade, Desenvolvimento e Meio
act on what generated and maintain it: the distorted worldview derived Ambiente (LABSDMA) da Universidade
from the Cartesian-Newtonian paradigm. Along the paradigm chamges,
do Extremo Sul Catarinense (UNESC).
comes the imperative of change of the current consumer society to an
ecological society, in the sense of deep ecology and ecopsychology. In this
sphere, environmental education has a role of paramount importance to
construct this new society, guided by values, such as fairness, respect,
solidarity and love for all forms of life.

KEYWORDS: planetary crisis; deep ecology; ecopsychology; environmental


education; ecological society.

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INTRODUÇÃO regeneração do planeta, uma coisa é humana. Capra (2006) enfatiza que é
certa: não se pode continuar uma crise complexa, multifacetada
Diante da complexa crise mantendo o mesmo estilo de vida que pode levar a humanidade à
ambiental que se apresenta à predominante. ruína. Ela afeta “a saúde e o modo
humanidade sem fazer distinção à O sistema econômico de vida, a qualidade do meio
classe social, raça, credo ou cultura, dominante não apenas degrada o ambiente e das relações sociais, da
emerge a necessidade urgente de meio ambiente como também os economia, tecnologia e política. É
refletir sobre suas causas e incidir ritmos naturais dos seres humanos uma crise de dimensões intelectuais,
sobre elas, não apenas sobre os seus que vivem nesse sistema de morais e espirituais [...]” (CAPRA,
sintomas, para que a espécie aceleração estressante (MORIN e 2006, p. 19). Trevisol (2003) afirma
humana possa continuar habitando KERN, 1995). que se está diante de problemas
esse planeta rico e diverso em vida, a É urgente, portanto, a simultaneamente locais, regionais,
Terra. necessidade de um pensamento nacionais e globais, que produzem e
Já não há tempo a ecologizado e de novas alternativas ampliam a crise global por estarem
desperdiçar. Já não é mais momento em todas as esferas da sociedade. A em uma rede de fatores
de relegar a segundo plano a maneira como o ser humano se interdependentes e mundiais.
dependência que todos os seres têm relaciona com a natureza e, As conhecidas crises
de um ambiente limpo, puro, consequentemente, consigo mesmo, econômica, social, ambiental se
preservado, equilibrado. Tampouco a prescinde mudança, mas ela precisa misturam com o crescente mal-estar
economia pode prosseguir sua luta acontecer, primeiramente, na da civilização evidenciado na crise de
cega e desenfreada por crescimento, subjetividade humana, ou seja, na relacionamento, no abuso de drogas,
pois depende de um ambiente forma como o ser humano se vê e no consumismo exagerado, na busca
equilibrado para captação de percebe o mundo. incessante por satisfação através da
recursos que mantêm sua geração de Nesse sentido, insere-se no superficialidade, dos bens materiais,
produtos e serviços. A crença de que cenário de instrumentos para a dos divertimentos vazios, que não
o desenvolvimento econômico nos transição da depredadora sociedade satisfazem a verdadeira essência
moldes dos países ricos poderia se de consumo para uma sociedade humana (MORIN e KERN, 1995).
expandir para todos as nações já ecológica a importância de uma Dentre todas as facetas da
caiu por terra. Celso Furtado educação ambiental transformadora, crise, a crise ecológica é a mais
apontava ainda em 1974 o que mais que não somente aponte alternativas transnacional, visto que catástrofes e
tarde não pôde mais ser negado por de minimizar os impactos desse agressões à natureza cometidas em
grandes economistas, como estilo de vida como também incite a qualquer localidade do globo tendem
confirma Cavalcanti (2003): se o reflexão sobre a questão que se a gerar efeitos, diretos ou indiretos,
crescimento econômico existente esconde atrás da crise ambiental: a sobre larga parcela de seres
nos países ricos se ampliasse para crise da civilização. E, diante de tal humanos e ecossistemas (TREVISOL,
todos os países, o mundo entraria complexidade, aja sobre ela 2003).
em colapso, pois se precisaria, para buscando uma racionalidade, como A crise ecológica teve suas
isso, de mais do que um planeta propõe Leff (2001), um novo características metanacional e
Terra para fornecer todos os paradigma central, uma nova planetária apontadas em 1969,
recursos. Assim, crer que o cosmovisão onde o ser humano se quando iniciou a preocupação com
crescimento econômico pode levar veja um ser pertencente à teia da os efeitos como: degradações de
toda a humanidade ao progresso e à vida conforme defende Capra (1997), campos, bosques, lagos, rios, efeito
felicidade não é mais do que uma e, portanto, busque o bem-estar estufa, decomposição da camada de
grande falácia. O que o crescimento próprio, dos seus semelhantes e do ozônio estratosférica, buraco de
econômico pode fazer e faz, é cada planeta como um todo holístico e ozônio na Antártida, excesso de
vez mais degradar o meio ambiente e integrado. ozônio na troposfera,
o tecido social, pois só faz crescer a desmatamento, envenenamento dos
distância entre ricos e pobres, solos por pesticidas e fertilizantes,
assegura Daly (2004). CRISE PLANETÁRIA chuvas ácidas, desertificação, erosão,
Morin e Kern (1995) inundações, urbanização selvagem e
lembram que, embora não se saiba A observação da realidade, em regiões ecologicamente frágeis
ao certo qual o futuro do planeta, se acompanhada de uma reflexão (como as zonas costeiras), etc.
irá seguir a premonição dos crítica, permite deslumbrar uma (MORIN e KERN, 1995).
pessimistas quanto a uma complexa crise planetária. Embora Embora discutidos há
catastrófica degradação generalizada sua faceta em maior evidência seja o décadas, os sintomas da crise
e irreversível da biosfera ou dos aspecto ambiental, ela se estende ambiental não param de se
otimistas referente à auto- pelas mais diversas esferas da vida intensificar. Metade das florestas do

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mundo que existiam em 1950 já foi desregulada, a economia mundial desenvolve solidariedade, tampouco
destruída, a água potável já é um dos cresce à custa de destruições e de se preocupa com o bem-estar das
recursos naturais mais escassos e, a prejuízos naturais, humanos, sociais, alteridades.
cada dia, 10 espécies de seres vivos culturais e morais. Além da Perante a crise planetária,
entram em extinção (BOFF, 2009). A degradação da biosfera, o emerge a necessidade de mudança
poluição lançada principalmente por crescimento econômico mundial de percepção da realidade, ou seja,
indústrias e veículos de transporte desregrado tem causado degradação um novo paradigma e,
tem acarretado mudanças climáticas da psicosfera, ou seja, das dimensões consequentemente, a transformação
significativas em todo o globo. De mental, afetiva e moral do ser do relacionamento do ser humano
acordo com relatórios do Painel humano, (MORIN e KERN, 1995), consigo mesmo, com o outro e com a
Intergovernamental sobre Mudanças afetando sua saúde integral. natureza como um todo.
Climáticas (IPCC, 2007), constatou-se A união entre ciência,
aumento nas temperaturas árticas técnica e indústria apesar de ter
médias em quase o dobro da taxa alcançado em parte seu progresso ECOLOGIA PROFUNDA E
global média dos últimos 100 anos e unilateral, foi, em muitas instâncias, ECOPSICOLOGIA
aumento da atividade intensa dos contrária ao bem-estar do planeta e
ciclones tropicais no Atlântico Norte de todas as formas de vida que nele
desde cerca de 1970. se encontram. Morin (2005) aponta A ecologia profunda se
Concomitantemente, verificou-se que a ciência não é somente mostra no cenário de crise planetária
aumentos das temperaturas da elucidativa, enriquecedora e como uma base de sustentação
superfície do mar nos trópicos, da triunfante, como se mostra por conta filosófica para fundamentar a
frequência dos eventos de de seus feitos, mas ambivalente, necessidade de um novo sentido
precipitação extrema sobre a maior devido ao fato de seu vasto para a relação entre ser humano e
parte das áreas terrestres, além de conhecimento também estar natureza, resgatando uma ligação
mudanças generalizadas nas produzindo ameaça à permanência profunda e espiritual.
temperaturas extremas ao longo dos da humanidade na Terra. A ecologia profunda é
últimos 50 anos. Desenvolveu-se cega, sem levar em considerada atualmente um dos
No cerne da questão, no conta as conseqüências de seus atos, pilares ou uma das abordagens de
entanto, é preciso perceber que “a sem consciência, como enfatiza o um novo paradigma que está
crise ambiental não pode ser autor. Naess (apud BRAUN, 2005) emergindo para desvelar uma nova
tematizada apenas enquanto aponta a falta de comprometimento cosmovisão, ou seja, uma maneira de
fenômeno físico-natural externo à da ciência com a vida quando, se perceber a realidade que guia a
evolução das sociedades. A bem da pautada numa visão de mundo ação do ser humano no mundo.
verdade, não é a natureza que se distorcida, até a própria ecologia Diferentes abordagens
encontra em desarmonia; é a própria deixou de indagar que tipo de integram esse novo paradigma, sobre
sociedade” (TREVISOL, 2003, p. 64). sociedade seria realmente adequada o qual Capra (1998, p. 11) comenta:
Na base da crise ecológica, garante, para melhor manter os diferentes “o novo paradigma pode ser
está o modelo de desenvolvimento tipos de ecossistemas existentes no chamado de holístico, de ecológico
tecno-industrial, o que revela sua planeta. Esqueceu-se que os seres ou de sistêmico, mas nenhum destes
insustentabilidade. humanos também são integrantes da adjetivos o caracteriza
Pautada em uma concepção natureza e, portanto, sua saúde em completamente”. Soma-se ainda a
de mundo reducionista, materialista, sua forma mais ampla, depende de esse conjunto de abordagens
determinista proposta pelo um planeta equilibrado. também a transdisciplinaridade.
paradigma cartesiano-newtoniano Para Boff (1998), o grande Contrária ao
que guiou a ciência desde o século erro da humanidade foi sua ruptura antropocentrismo da ecologia rasa, a
XVII, a sociedade buscou um da re-ligação universal, ou seja, ecologia profunda entende os seres
desenvolvimento unilateral, com acreditar que está separado de um vivos como parte de uma grande e
vistas apenas ao crescimento todo maior. Assim: “não apenas complexa teia: a teia da vida. Essa
econômico ilimitado como meio para rompe com Deus. Rompe com a abordagem questiona inúmeros
o progresso. (CAPRA, 2006). comunidade humana, terrenal e aspectos do velho paradigma como o
Nesse processo, faltou à cósmica. Ela é a causa secreta da crescimento materialista, o modo de
ciência econômica a percepção da violência do ser humano contra a vida moderno, suas perspectivas
sua relação com o não-econômico, natureza e seus semelhantes” (BOFF, científicas e industriais e, sobretudo,
com o contexto social, político e 1998, p. 159). Por se ver separado de propõe uma reflexão para que sejam
cultural, o que a tornou cega por não todas as coisas, independente de revistos os relacionamentos dos
levar em conta suas perturbações e todos os seres, o homem não se seres humanos, uns com os outros,
seu devir. Dessa maneira, responsabiliza pelos seus atos, não com as próximas gerações e com a

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teia da vida, da qual todos são descentralização da produção, durante a revolução industrial, e
sua perda cresceu quanto mais
integrantes e interdependentes. entendimento da ciência como
avançávamos no processo de
(CAPRA, 1997). conhecimento importante, mas não urbanização. Sua perda se expressa
A ecologia profunda resgata dominante. no sentimento de desconexão, ou a
a consciência ecológica plena e está, A característica central que perda do senso de reciprocidade
entre organismo e ambiente,
portanto, em contraposição à visão define a ecologia profunda é a
sempre presente em
da sociedade tecnocrata-industrial, questão da urgência na mudança de comportamentos ambientalmente
onde o ser humano se coloca como valores, alicerçada em pensamentos disfuncionais. O ambiente não é
ser superior às outras espécies. ecocêntricos. “Quando essa mais visto como algo vivo, uma
verdadeira comunidade, mas como
Perceber o mundo de forma percepção ecológica profunda torna-
coisa que não serve para nada a
ecológica significa reconhecer a se parte de nossa consciência não ser ceder lugar para algo que
integração de todas as coisas que cotidiana, emerge um sistema de dê algum lucro. O estado de
existem no planeta. John Munir – o ética radicalmente novo” (CAPRA, alienação induzido pela era lucro,
mais aumenta quanto maior é a
criador do movimento ecológico - 1997, p. 28).
obsessão por este lucro, e quanto
afirma: “cada vez que tentamos O cerne da questão, menores são os níveis de
encarar uma única coisa de forma portanto, é a necessidade de informação sobre a dinâmica
isolada descobrimos que ela está transformações profundas e urgentes ecológica dos ambientes naturais e
a qualidade da experiência afetivo-
intimamente ligada a todo o resto do primeiramente no modo como o ser
existencial em comunhão com
universo” (MUNIR apud AVELINE, humano percebe, compreende e lugares selvagens.
1999, p. 59). sente o mundo, para, em seguida,
A ecologia profunda atenta poder mudar a maneira como se Volpi, Floriani e Leszczynski
não só para a integração material do relaciona com o meio ambiente. (2008) lembram que o ser humano
ser humano à natureza, como A ecopsicologia surge, nesse não somente é parte da natureza,
também para a dimensão vibracional sentido, como um esforço mas é a natureza. Na perspectiva da
e espiritual que une todos os seres, interdisciplinar entre a Psicologia e a Psicologia Corporal criada por
considerando também os fenômenos Ecologia para contribuir na discussão Wilhelm Reich, a qual é abordada
quânticos do dia-a-dia (BRAUN, da relação entre homem e natureza. pelos autores para fazer interface
2005). A Terra, portanto, não é Bilibio (2009) entende que com a Ecologia, organismo e
somente um ecossistema físico e uma psicologia centrada na ecologia natureza são manifestações da
biológico, mas também mental e é de grande importância tanto para mesma energia: a energia vital ou
emocional da humanidade (KOOT- psicólogos como para educadores. A orgone que existe em todas as coisas,
HOOMI apud AVELINE, 1999). E por relevância da integração entre a por isso, tudo o que existe forma
assim ser, as guerras e a destruição Psicologia e as Ciências da uma unidade. Essa energia, segundo
ambiental são o resultado, Sustentabilidade se mostra no fato Raknes (1988), não obedece às leis
sobretudo, de conflitos psicológicos de que, por trás de toda prática que regem energias anteriormente
humanos, como a cobiça e a psicológica e educacional está uma conhecidas, e sua quantidade e
ignorância espiritual, assegura Karl visão de ser humano. A partir dessa disposição nos seres humanos
Von Clausewitz (apud AVELINE, concepção, entendem-se como variam, conforme a vitalidade
1999). saudáveis determinados espontânea natural e os traços
Um dos princípios mais comportamentos, reações, neuróticos.
importantes da ecologia profunda é a sentimentos, enquanto que outros A Psicologia Corporal, de
equidade biocêntrica, que defende a são considerados disfuncionais, ou acordo com Pucci Jr (2004), defende
igualdade de importância de todos os seja, prejudiciais ao ser humano. o pensamento funcional como base
elementos da biosfera e que, deste (Bilibio, 2009). Com uma orientação de suas pesquisas, teorias e métodos,
modo, possuem o direito de viver e ecológica na compreensão do ser que compreende a inter-relação
se desenvolver plenamente para humano, entendendo-o como ser entre mente e corpo, não através
alcançar sua própria forma individual inter-relacionado e interdependente uma relação de causa e efeito, mas
e realização dentro do processo da natureza, passa-se a entender por meio de um princípio
evolutivo (BRAUN, 2005). comportamentos contrários à bioenergético, ou seja, através da
Assim, a visão de mundo da natureza como também contrários à energia vital ou energia orgone.
ecologia profunda propõe um estilo própria saúde integral do indivíduo. Dessa maneira, propõe que a saúde
de vida regulado pela harmonia com Baseado em Plotkin (2003), Bilibio de um organismo, concebido em sua
a natureza, equidade das espécies, (2009, p. 8) afirma: unidade corpo-mente, depende do
simplicidade, reconhecimento da livre fluxo da energia vital. Reich
limitação dos recursos oferecidos No que diz respeito à natureza, a (2003) assegurou, assim, que quanto
noção de interdependência foi
pela Terra, uso de tecnologias menos neurótico for o ser humano,
sendo severamente perdida
apropriadas, reciclagem, reutilização, melhor será também sua relação

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com a natureza, pois seus ambiental, como: o Encontro de
comportamentos serão pró-ativos à Belgrado sobre Educação Ambiental,
vida, ao livre fluxo de energia vital A educação ambiental no ano de 1975 em Belgrado
tanto em si quanto no mundo. surgiu nesse cenário de mudanças (Iugoslávia); a Conferência
A crise ambiental é uma das paradigmáticas frente às ameaças à Intergovernamental sobre Educação
expressões da crise da civilização saúde e qualidade de vida tanto dos em Tbilisi (URSS) em 1977; o
atual, pois reflete muito da psiquê seres humanos quanto de todos os Congresso Internacional em
ocidental, assegura Bilibio (2009). Ela seres do planeta, oriundas de um Educação e Formação Ambientais
é o resultado de um comportamento modo de vida insustentável, como ocorrido na Rússia em 1987; a
de separatividade perante a um importante instrumento para a Conferência das Nações Unidas para
natureza, de controle, subjugamento, busca por controle e reversão da o Meio Ambiente e Desenvolvimento
além de, como bem coloca White complexa crise planetária. ou Rio-92, na cidade do Rio de
(apud Bilibio, 2009), medo e A educação ambiental é Janeiro em 1992; a Conferência Meio
satanização de tudo que é natural. uma resposta crítica à crise da Ambiente e Sociedade: Educação e
Negou-se assim, juntamente com a educação, pois, se a educação fosse Consciência Pública para a
natureza externa, também os integradora e abrangente, não Sustentabilidade, que aconteceu em
próprios ritmos naturais dos seres necessitaria de adjetivos e a questão Tessalônica (Grécia) em 1997.
humanos. Morin e Kern (1995) ambiental estaria intrínseca a todas (SOARES, 2003).
apontam para o ritmo acelerado e as situações educativas (PADUA e SÁ, Dentre os diversos conceitos
estressante com o qual os seres 2002). de educação ambiental, pode-se
humanos mantêm suas vidas, O processo de implantação entendê-na como “o aprendizado
pagando um alto preço por se e desenvolvimento da educação para compreender, apreciar, saber
afastarem de sua natureza. ambiental no planeta se deu através lidar e manter os sistemas
Atualmente, o uso de de congressos e conferências ambientais em sua totalidade” ou
benzoadiasepínicos e internacionais ocorridos a partir da ainda a “aprendizagem de como
antidepressivos, fármacos década de 1970. Movidas pela gerenciar e melhorar as relações
direcionados ao tratamento de preocupação com o futuro do entre a sociedade humana e o
ansiedade e depressão planeta e de todas as espécies que ambiente, de modo integrado e
respectivamente é alarmante, nele vivem, muitas pessoas e sustentável”. (São Paulo, 1997: 16).
conforme Fernandes (2007). E, ainda organizações passaram a exercer Nesse sentido, busca a resolução de
que cada vez mais os problemas de pressões políticas para alertar os problemas ambientais, o
saúde estejam crescendo, esse dirigentes políticos e a população gerenciamento da relação entre
sistema social, com seus valores e sobre a necessidade de proteger o economia e ambiente, além de
comportamentos insustentáveis, mundo e colocar em prática uma informar os cidadãos sobre a
continua a ser mantido sem muitos educação voltada para as questões complexidade do tema. Para isso, a
questionamentos por grande parte ambientais. Nesse contexto, surgiu a educação ambiental atua na
dos seres humanos. educação ambiental como resposta prevenção de danos, na implantação
A Ecopsicologia, nessa científica à educação tradicional, que do reflorestamento e da reciclagem,
perspectiva, propõe, conforme Volpi, representa a velha ordem social e na administração dos recursos
Floriani e Leszczynski (2008), o econômica. (SOARES, 2003). naturais de modo eficiente,
resgate da conexão entre homem e O marco inicial da educação produtivo e sustentável. (São Paulo,
natureza por meio de uma educação ambiental é a Conferência de 1997).
libertadora, que sensibilize os seres Estocolmo ou Conferência da ONU A meta da educação
humanos quanto às questões sobre o Ambiente Humano realizado ambiental, de acordo com a Carta de
ambientais e leve a mudanças de em Estocolmo (Suécia) em 1972, Belgrado de 1975 (apud SÃO PAULO,
valores e de comportamentos, considerado de extrema importância 1997, p. 22) é:
buscando um desenvolvimento para a conscientização da civilização
humano saudável que possa contemporânea. Tratou, Desenvolver um cidadão consciente
do ambiente total, preocupado
aproximá-lo de sua natureza interna, especialmente, da necessidade de a
com os problemas associados a
ou seja, de seus sentimentos e ciência, a tecnologia, a educação e a esse ambiente e que tenha o
afetos, e, consequentemente, da pesquisa trabalharem e se conhecimento, as atitudes,
natureza externa a ele. direcionarem à proteção ambiental, motivações, envolvimento e
habilidades para trabalhar
percebendo a necessidade de
individual e coletivamente em
respeitar a capacidade de suporte da busca de soluções para resolver os
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO natureza. Depois deste, outros problemas atuais e prevenir os
FERRAMENTA TRANFORMADORA importantes eventos consolidaram e futuros.
DA SOCIEDADE ampliaram a visão de educação

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o
No Brasil, a Lei n 9795 de dos valores e comportamentos da felicidade, é entendida pela visão
27 de abril de 1999 representa o sociedade, incitando profundas holística como dependente da
reconhecimento nacional da mudanças de percepção, valores e harmonia das dimensões física,
importância da educação ambiental atitudes do indivíduo a respeito de si, mental, psicológica, emocional e
ao instituir a Política Nacional de do outro e da natureza por espiritual com o ambiente social,
Educação Ambiental. Aponta a completo. econômico, natural e construído,
educação ambiental como processos Floriani e Knechtel (2003) físico, químico e psicológico.
educativos formais e não-formais por utilizam a denominação educação Leonardo Boff (apud
meio dos quais o indivíduo e a socioambiental e a designam como o GADOTTI, 2008), um dos membros
coletividade constroem valores um componente indispensável na da Comissão da Carta da Terra,
sociais, conhecimentos, habilidades, reconstrução do sistema de relações entende que a referida Carta é uma
atitudes e competências voltadas entre as pessoas e, assim, possa relevante contribuição para uma
para a conservação do meio promover uma nova relação entre a compreensão holística e integrada
ambiente, bem de uso comum do sociedade e o ambiente, valorizando das questões ambientais. De acordo
povo e essencial à sadia qualidade de o diálogo de saberes dos diversos com ele, é com amor – a energia
vida e sustentabilidade. Esses tipos de conhecimento – científico, mais poderosa que existe no ser
processos educativos têm como experiencial, tradicional, popular, humano e no universo – que se
alguns de seus princípios básicos o etc. Esse diálogo dos saberes, precisa cuidar de todas as formas de
enfoque humanista, holístico, defendido pela transdisciplinaridade, vida.
democrático e participativo, na é indispensável para se chegar a um Com uma visão de mundo e
perspectiva da inter, multi e entendimento sobre ser humano e de ser humano holística, a educação
transdisciplinaridade. A Política mundo aproximado da realidade, ambiental pode ser um instrumento
Nacional de Educação Ambiental pois são objetos de estudo transformador. Mudanças
envolve em sua esfera de ação, além complexos e multifacetados. paradigmáticas são imprescindíveis
dos órgãos e entidades integrantes A participação efetiva da para a construção de um novo estilo
do Sistema Nacional de Meio sociedade na preservação do meio de vida, que configure uma
Ambiente (SISNAMA), instituições ambiente, no entanto, requer sociedade ecológica.
educacionais públicas e privadas dos consciência; sem ela não há Diante da crise ambiental
sistemas de ensino, os órgãos transformações. A educação em que a humanidade se encontra,
públicos da União, dos Estados, do ambiental comprometida, portanto, Leff (2001) entende que o saber
Distrito Federal e dos Municípios, e com verdadeiras mudanças de ambiental se coloca como um
organizações não-governamentais atitudes requer um trabalho de processo de produção teórica e
com atuação em educação conscientização ambiental que prática orientada pela utopia de
ambiental. (BRASIL, 1999). perpassa obrigatoriamente pela visão construir um mundo sustentável,
Ao perceber a complexidade holística de homem. (BRANCO, democrático, igualitário e que
do ambiente, a lei brasileira de no. 2003). comporte a diversidade. Afirma que:
9795 define no inciso I do Artigo 5º A visão holística entende o
do 1º Capítulo como um dos ser humano como um ser de A questão ambiental problematiza
as próprias bases da produção;
objetivos da educação ambiental: “o múltiplas dimensões - física, mental,
aponta para a desconstrução do
desenvolvimento de uma psíquica, social, ambiental e paradigma econômico da
compreensão integrada do meio espiritual que se inter-relacionam e modernidade e para a construção
ambiente em suas múltiplas e influenciam-se mutuamente - de futuros possíveis, fundados nos
limites das leis naturais, nos
complexas relações, envolvendo integrado ao universo. (CAPRA,
potenciais ecológicos, na produção
aspectos ecológicos, psicológicos, 2006). Essa abordagem compreende de sentidos sociais e na criatividade
legais, políticos, sociais, econômicos, que tudo no universo está inter- humana. (LEFF, 2001, p 17).
científicos, culturais e éticos” relacionado, havendo uma dinâmica
(BRASIL, 1999). universal de relações que torna tudo Essa nova sociedade
A educação ambiental na interdependente. Os seres humanos proposta pelos emergentes
perspectiva profunda tem objetivos e a natureza, portanto, mantêm uma paradigmas ambientais, que
muito mais pretensiosos do que relação de complementaridade, envolvem a transdisciplinaridade e a
meramente resolver problemas sendo que a perda do vínculo produz visão holística, pode ser chamada de
oriundos de um estilo de vida desequilíbrio e destrutividade a ecológica, no sentido da ecologia
pautados em uma visão de mundo todos. (ARAÚJO, 1999). profunda sustentada pelas ideias de
que separou homem e universo, A saúde integral do ser Fritjof Capra (2006; 2002; 1998;
rompendo com a ideia de ser humano, ou seja, a saúde em sua 1997), que, ao longo do
humano integrado à natureza. A mais ampla compreensão, que inclui desenvolvimento de suas obras,
educação ambiental propõe a revisão as condições de bem-estar e discute a questão paradigmática e

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estabelece o conceito de ecologia não deve descuidar do ser humano, ideológicas e psicológicas da mídia e
como direcionamento para um novo enquanto espécie da complexa teia da propaganda, que exerce grande
modo de viver no planeta. da vida. Leff (2001), em sua visão de poder na construção e
Partindo das contribuições desenvolvimento sustentável, desenvolvimento das subjetividades
do autor, infere-se que uma propõe que se transponha a e das identidades individuais e
sociedade ecológica envolve preocupação apenas ecológica como coletivas. (PADUA e SÁ, 2002).
sustentabilidade em seus múltiplos algo externo ao ser humano, Com uma visão holística, a
aspectos (ecológico, econômico, sugerindo uma racionalidade educação ambiental constrói um
social, etc), sendo pautada na justiça, ambiental que implique em cuidado ensino inovador, onde a intuição e
na ética, nos valores e no com a erradicação da pobreza, a razão se unem, a criatividade é
desenvolvimento integral dos seres satisfação das necessidades básicas estimulada para que aumente o
humanos. Segundo a ideia de que a da população, a qualidade de vida da potencial transformador dos
ecologia profunda “não separa os humanidade, a valorização da indivíduos, visando a construção de
seres humanos da natureza e diversidade étnica e cultural dos um mundo ético, justo, solidário e
reconhece o valor intrínseco de povos, a descentralização do poder, a que respeite a vida (PADUA e SÁ,
todos os seres vivos” (CAPRA, 2002, preservação da diversidade dos 2002).
p. 15), pode-se entender que uma modos de vidas, a autonomia e
sociedade ecológica buscará a autogestão das comunidades e a
sustentabilidade não apenas por pluralidade de modelos de CONSIDERAÇÕES FINAIS
saber do risco de extinção da espécie desenvolvimento.
humana do planeta caso não se O movimento rumo à
mude os rumos do desenvolvimento, mudança de visão de mundo é, A continuidade da vida na
mas sim defenderá a segundo Braun (2005) gradual, assim Terra prescinde que a humanidade
sustentabilidade ecológica pelo como os processos da natureza. O adote a sustentabilidade como
reconhecimento de que tudo o que autor observa, por exemplo, que o princípio fundamental de sua gestão
existe na natureza tem valor percentual de pessoas que buscava o ambiental. Para isso, necessita-se
intrínseco, e, por isso, preza pela crescimento interior em que o ser humano compreenda que
ética da vida. contraposição ao prestígio social e completa com outras espécies um
Paulo Freire (2000, p. 66-7) econômico era de 1% em 1980, mas sistema dinâmico e perceba a
versando sobre a importância da que esse índice cresceu para 29% em importância do equilíbrio do
conscientização e da ação ecológica, 2000. ambiente também para sua saúde
afirmou: A sociedade ecológica firma- integral.
se em princípios éticos da Embora os efeitos da crise
Urge que assumamos o dever de racionalidade ambiental e seus ambiental estejam alertando a crise
lutar pelos princípios éticos
primeiros passos podem ser vistos planetária ou civilizacional há
fundamentais como o respeito à
vida dos seres humanos, à vida dos nas práticas alternativas realizadas tempos, poucas tem sido as
outros animais, à vida dos pássaros, nos mais diversos locais do planeta, mudanças de atitude perante o
à vida dos rios e das florestas. Não como: ecovilas, comunidades mundo. Portanto, é urgente a
creio na amorosidade entre
sustentáveis, práticas alternativas em necessidade de uma educação
mulheres e homens, entre os seres
humanos, se não nos tornarmos saúde corporal e cura, permacultura, ambiental transformadora, que, com
capazes de amar o mundo. A dinheiro alternativo, uso de energia uma visão holística e transdisciplinar,
ecologia ganha uma importância alternativa, alimentação natural, leve à conscientização do lugar do
fundamental neste fim de século.
busca por maior e melhor ser humano no mundo e na natureza
Ela tem que estar presente em
qualquer prática educativa de relacionamento coletivo e a para que se construa uma sociedade
caráter radical, crítico ou libertador disseminação de uma nova visão ecológica.
[...]. Neste sentido me parece uma espiritual, mais aproximada das Essa sociedade fundamenta-
contradição lamentável fazer um
novas abordagens científicas como se no novo paradigma que agrega a
discurso progressista,
revolucionário, e ter uma prática visão holística, sistêmica, ecologia ecologia profunda, a ecopsicologia, a
negadora da vida. Prática poluidora profunda, física quântica e visão holística, sistêmica, a física
do mar, das águas, dos campos, trandisciplinaridade. quântica e a transdisciplinaridade e
devastadoras das matas,
Uma educação ambiental tem como princípios a ética, o
destruidora das árvores,
ameaçadora dos animais e das voltada à transformação social respeito e a solidariedade para com
aves. requer, portanto, que se todas as formas de vida. Visa a
transponham normas e preceitos sustentabilidade, mas não por
Nessa perspectiva holística e impostos e aceitos pelo mundo antropocentrismo, mas por
transdisciplinar da racionalidade globalizado técnico e produtivo. Isso compreender a inter-relação e a
ambiental, uma sociedade ecológica inclui estar atento às armadilhas interdependência de toda a teia da

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