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Geografia

Professor

Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 03
7ª Ano | 3° Bimestre

Disciplina Curso Bimestre Ano


Geografia Ensino Fundamental 3° 7º

Habilidades Associadas

1. Identificar as principais concentrações populacionais no território brasileiro, associando a


distribuição populacional aos ciclos econômicos e à presença de vias de transportes.

2. Conhecer a estrutura demográfica brasileira, observando e comparando, em diferentes períodos, a


estrutura etária, os níveis de renda e outros indicadores socioeconômicos da população.
3. Caracterizar e diferenciar os principais fluxos migratórios intra e inter-regionais e urbanos no Brasil,
em diferentes períodos, identificando assim as principais dinâmicas da população em diversos
momentos.
Apresentação

A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o


envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

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Caro Tutor,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 2° Bimestre do Currículo Mínimo de Geografia da 7º ano
do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período
de um mês.
A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da
disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de
nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, vamos aprender algumas noções sobre a
população brasileira. Na primeira parte deste caderno, você vai compreender a
influência dos ciclos econômicos no atual padrão de distribuição populacional. Em
seguida, analisaremos a estrutura demográfica do País utilizando alguns indicadores
socioeconômicos. Na terceira, vamos identificar os fluxos migratórios do território e
compreender o seus fatores motivadores.
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o
Professor Tutor.
Este documento apresenta 05 (cinco) Aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as
Atividades propostas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar
a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.

Um abraço e bom trabalho!

Equipe de Elaboração

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Sumário

Introdução ..........................................................................................................3
Objetivos Gerais ................................................................................................... 5
Materiais de Apoio Pedagógico........................................................................... 5
Orientação Didático-Pedagógica ......................................................................... 6
Aula 1: População e ciclos econômicos no Brasil ................................................. 7
Aula 2: A estrutura demográfica brasileira ........................................................ 15
Aula 3: Migrações internas no Brasil .................................................................. 22
Avaliação ............................................................................................................ 28
Pesquisa.............................................................................................................. 32
Referências ......................................................................................................... 34

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Objetivos Gerais

No 3º bimestre do 7° ano do ensino fundamental, iniciamos o estudo da


população brasileira. Como ponto de partida, procuramos compreender a importância
do recenseamento para a coleta de dados sobre o país. Em seguida, estudamos os
ciclos econômicos pelos quais o Brasil passou e os relacionamos ao padrão de
concentração populacional no território. Na seção seguinte, falamos sobre a utilização
de indicadores socioeconômicos para compreender a estrutura demográfica brasileira.
Na última aula, damos atenção à questão das migrações internas no Brasil e seus
fatores motivadores. Por fim, ao final deste caderno de atividades, sugerimos um
comando de pesquisa complementar relacionado à compreensão do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), um útil instrumento para diagnosticar a realidade
social de países, estados e municípios.

Materiais de Apoio Pedagógico

No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais


que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:

Teleaulas Teleaulas N° 21 e N° 22

Orientações Pedagógicas do CM 3º Bimestre

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Orientação Didático-Pedagógica

Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula,


sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no
Caderno do Aluno:
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa
compreendê-lo sem o auxílio de um professor.
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3.
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma
individual ou em dupla.
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na
seção Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o.
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos
abordados no texto base.
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas
nas ATIVIDADES.
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas
com toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala
para que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade.
Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.

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Aula 1: População e ciclos econômicos no Brasil

O Brasil possui, segundo o Censo Demográfico de 2010, aproximadamente, 196


milhões de habitantes. Somos o quinto país mais populoso do mundo.
Mas, o que seria um Censo? Censo, ou recenseamento demográfico, é um
estudo estatístico de uma população que possibilita o recolhimento de várias
informações, como: o número de habitantes, o número de homens, mulheres, crianças
e idosos, onde e como vivem essas pessoas, profissão, entre outros inúmeros critérios.
O Brasil é também enorme... Somos o quinto maior país do mundo, cuja área é
de 8.515.767 km². No entanto, dizemos que a população brasileira está
desigualmente distribuída no território. Há regiões e cidades com mais habitantes que
outras, com bem menos população. Podemos afirmar que moramos em um país
muito populoso, mas pouco povoado, com baixa densidade demográfica. Veja a
imagem a seguir.

http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/?nivel=mn

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Podemos perceber através áreas mais escuras do mapa que a nossa população
está mais concentrada ao longo da costa litorânea e nas frentes de povoamento da
região sudeste. A história econômica do país nos ajuda a explicar esse padrão de
distribuição da nossa população. Foram 322 anos de colonização portuguesa, e já
contamos com mais de 191 anos de emancipação. Os chamados ciclos econômicos
pelos quais o nosso território vivenciou possuem forte relação com o padrão de
localização da população nos dias de hoje. Veja a ilustração abaixo.

Pintura Terra Brasilis. Fonte: https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/images/hist_tbrasilis.jpg

O curto ciclo do Pau-Brasil, no início do século XVI, deu início à ocupação


portuguesa em um território, originalmente e legitimamente, pertencente a diversos
povos nativos. Nesse período pré-colonial, a extração da madeira brasileira era
arrendada a negociantes de Lisboa interessados em extrair a tintura vermelha da
matéria-prima. A Coroa recebia percentuais sobre o total arrendado e os negociantes
obrigavam-se a continuar explorando o litoral, construindo e guarnecendo fortalezas
costeiras. Não demorou muito para o recurso chegar perto da extinção.
O segundo ciclo, da cana-de-açúcar, faz parte do início da efetiva colonização
portuguesa do território no final da primeira metade do século XVI. As restrições do
relevo, a iminência de ataques indígenas no interior, a existência de extensas áreas
planas, solo adequado (massapê), bom regime de chuvas e temperaturas elevadas ao
longo da faixa tropical da faixa litorânea, foram fatores que permitiram a concentração

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do projeto açucareiro próximo ao litoral e às fortificações previamente instaladas. O
complexo açucareiro, de base rural e escravocrata, favoreceu a construção de vilas e
cidades, vias de acesso e portos para o escoamento da produção. A leva de escravos
era composta, majoritariamente, por indivíduos de origem africana, e, em menor
número, de nativos.
A economia colonial, focada no projeto açucareiro, exigiu a importação do gado
tanto como força motriz para os engenhos, como para alimentação. Então, para não
comprometer a produtividade dos canaviais, a pecuária deveria se desenvolver de
forma extensiva nos entornos cada vez mais distantes do empreendimento açucareiro.
Assim, vilas e cidades foram fundadas nos caminhos percorridos pelo gado. Esse é um
fator que acabou por promover a interiorização do processo colonizador.
Grandes jazidas de ouro, no século XVII, são encontradas no que é hoje o
estado de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Portugal viu nesta atividade uma nova
fonte de renda. Inicia-se o chamado ciclo minerador, que deslocou o eixo econômico e
social do Brasil canavieiro do litoral para o interior minerador e levou à mudança da
capital – de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso às regiões
mineradoras com grande importância portuária e base do controle metropolitano
português.
Paralelamente ao ciclo minerador, como outro exemplo de interiorização
populacional, podemos também mencionar as frentes de ocupação na região
amazônica do Brasil colônia a partir do que convencionamos chamar de ciclo das
drogas do sertão. Em função das ambições portuguesas no sentido de ocupar áreas
além das delimitadas pelo Tratado de Tordesilhas e aproveitando as conexões
hidrográficas do rio Amazonas e afluentes, jesuítas e colonos, não juntos,
estabeleceram missões e guarnições na região e passaram a coletar uma soma de
especiarias - ervas aromáticas, plantas medicinais, cacau, canela, baunilha, cravo,
castanha-do-pará e guaraná - utilizando mão de obra indígena.
Também podemos destacar um segundo momento de contribuição da
atividade pecuária para o surgimento de novas frentes de ocupação no território, mais
em direção ao centro-oeste e sul da colônia. No contexto do ciclo minerador, houve
necessidade de suprir os nascentes centros urbanos das regiões auríferas com gêneros
alimentícios. No Sul, as primeiras fazendas de gado datam do início do século XVIII e o

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consumo de charque – carne seca – integrou a região economicamente ao resto da
colônia, principalmente ao Sudeste.
A primeira metade do século XVIII é caracterizada pelo gradativo esgotamento
e decadência do ciclo minerador. O surto de urbanização vivenciado no entorno das
Minas Gerais entra também em colapso. As cidades mineiras perdem a visibilidade que
tinham, havendo um retorno às soluções agrárias.
No final do século XVIII e início do século XIX, os países europeus e os Estados
Unidos se industrializaram. Nessas regiões, uma nova realidade econômica exige
também um novo ritmo de vida, urbano, fabril, assalariado, cronometrado. Uma
bebida que passa a se adequar ao novo ritmo da modernidade europeia e
estadunidense seria o café.
O café passa a ser a principal moeda do império do Brasil, recentemente
emancipado de Portugal. Inicia-se o ciclo do café. Plantado inicialmente nas
imediações da capital imperial, o Rio de Janeiro, logo é percebida uma melhor
adaptação da espécie a ambientes com temperatura mais amena.
Sendo bastante apreciado no mercado internacional, o sistema cafeeiro
viabiliza a construção e melhoria de estradas vicinais e portos da região sudeste. Logo
são instaladas novas infraestruturas, como a criação de linhas férreas para o
escoamento da produção e a fundação de vilas e cidades ao longo das estações
ferroviárias.
Já na segunda metade do século XVIII, no médio vale do rio Paraíba e no Oeste
paulista, dá-se início ao plantio de café com base na modalidade assalariada. O Brasil
inicia a gradual substituição da condição escravocrata para o assalariamento da mão
de obra. O sistema de produção experimentado nas fazendas paulistas passa a se
mostrar mais produtivo e se expande vigorosamente, através da implantação de
ferrovias, para o oeste e sul do estado, acompanhando a ocorrência de solos bastante
férteis, chamados de terra roxa, e fundando novas cidades também ao longo das
estações.
Sobre a emergência e crescente necessidade de mão de obra assalariada no
campo, vale dizer também que o ciclo do café atraiu uma grande quantidade de
imigrantes europeus durante final do século XIX e início do século XX. Já na região sul,
os imigrantes são direcionados a campanhas de povoamento. No Rio de Janeiro, o

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sistema cafeeiro escravocrata entra em decadência, principalmente quando ocorre a
abolição da escravatura em 1888. A grande disponibilidade de capitais em São Paulo e
o crescente mercado consumidor de assalariados permitem o desenvolvimento de
muitas atividades urbanas. O café impulsionou, portanto, a urbanização e
interiorização populacional dos estados produtores, São Paulo, principalmente, e Rio
de Janeiro.
Paralelo ao contexto do ciclo do café, final do século XIX e início do século XX,
floresce na rede hidrográfica amazônica o chamado ciclo da borracha, voltado para a
extração de látex e posterior produção de borracha à nascente indústria
automobilística mundial. O ciclo entra imediatamente em decadência quando
empresas automobilísticas levam mudas de seringueira para a Ásia e lá reimplantam o
sistema de produção.
Já no século XX, em 1929, ocorre uma crise econômica global que afeta o
sistema de produção de café no Brasil. Há uma grande diminuição da demanda pelo
produto e, em 1930, dá-se início no país, um projeto voltado para industrialização
daquelas regiões que já possuíam alguma base instalada próxima remanescente dos
ciclos econômicos anteriores, mas mais predominantemente, o do café. Devido às
transformações na organização rural, um grande contingente populacional migra para
as cidades. Sendo assim, há um salto populacional e de urbanização em cidades como
Rio de Janeiro e São Paulo e, em menor escala, Recife, Salvador, Porto Alegre,
Curitiba e Belém.
Ao longo do século XX, houve bem-sucedidas e desencontradas tentativas de
interiorização, como: a transferência da capital Rio de Janeiro para Brasília; a
construção de rodovias de integração regional; a criação de distritos industriais
planejados; as frentes de colonização da região amazônica; as frentes de expansão
agropecuária de base industrial na região sul, centro-oeste e oeste baiano. O gráfico a
seguir revela a atual distribuição da população por regiões, segundo o último Censo
Demográfico (2010).

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Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

Atividade Comentada 1

1. O Brasil possui 196 milhões de habitantes, mas apresenta uma densidade


demográfica de 23 habitantes por km². Com base nesses dados, podemos dizer que o
país é:
(A) muito populoso, mas pouco povoado.
(B) pouco populoso e pouco povoado.
(C) muito populoso e muito povoado.
(D) pouco populoso, mas muito povoado.
Resposta: (A). O Brasil possui a quinta maior população e área do mundo. No
entanto, ocupa a 159º posição no ranking de densidade demográfica.

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2. Além dos condicionantes naturais, a concentração da população de um dado país
em uma dada região, e não em outras, pode ser explicada pela desigualdade na
instalação prévia de infraestruturas no território como um todo.
Assinale a alternativa que melhor se relaciona ao texto.
(A) A ausência de infraestruturas – estradas, rodovias, portos, telecomunicações,
instituições financeiras e de ensino – atrai investimentos apenas na área de serviços.
(B) As infraestruturas – estradas, rodovias, portos, telecomunicações, instituições
financeiras e de ensino – previamente instaladas em determinados lugares são
atrativos para novos investimentos e população.
(C) As infraestruturas – estradas, rodovias, portos, telecomunicações, instituições
financeiras e de ensino – previamente instaladas não estão relacionadas ao antigo ciclo
econômico de uma região.
(D) No Brasil, as infraestruturas – estradas, rodovias, portos, telecomunicações,
instituições financeiras e de ensino – previamente instaladas estão apenas associadas
ao ciclo da mineração.
Resposta: (B). Dificilmente, novos investimentos tendem a ocorrer em áreas com
ausência de qualquer infraestrutura instalada. O lucro de curto prazo acaba
reforçando as desigualdades regionais. No Brasil, coube ao Estado a função de abrir
novas áreas de investimentos.

3. Os grandes eventos históricos da economia brasileira influenciaram o padrão de


distribuição da população que temos hoje. Sobre os ciclos econômicos brasileiros,
analise as assertivas abaixo.
I. Tornando-se o alicerce econômico da colonização portuguesa entre os séculos XVI e
XVII, o complexo açucareiro, de base rural e escravocrata, favoreceu a construção de
vilas e cidades, vias de acesso e portos para o escoamento dessa commodity.
II. O chamado ciclo minerador deslocou o eixo econômico e social do Brasil canavieiro
do litoral para o interior minerador e levou à mudança da capital – de Salvador para o
Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso às regiões mineradoras com grande
importância portuária e base do controle metropolitano português.
III. Sendo bastante apreciado no mercado internacional, o sistema cafeeiro viabilizou a
construção e melhoria de estradas vicinais e portos da região sudeste. Logo são

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instaladas novas infraestruturas, como a criação de linhas férreas para o escoamento
da produção e a fundação de vilas e cidades ao longo das estações ferroviárias.
IV. No século XX, em 1929, ocorreu uma crise econômica global que afeta sistema de
produção de café no Brasil. Houve uma grande diminuição da demanda pelo produto
que desencadeou, em 1930, um projeto governamental voltado para a industrialização
daquelas regiões que já possuíam alguma base instalada remanescente dos ciclos
econômicos anteriores.
Estão corretas:
(A) I e II.
(B) I, II, III.
(C) II, III e IV.
(D) I, II, III e IV.
Resposta: (D). Os ciclos econômicos brasileiros explicam a concentração de capitais e
infraestruturas em pontos específicos do território.

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Aula 2: A estrutura demográfica brasileira

Demografia é uma área do conhecimento que estuda as mudanças que


ocorrem na estrutura e dimensão da população humana. É comum utilizarmos alguns
conceitos e indicadores como: taxas de natalidade ou mortalidade, taxa de
mortalidade infantil, taxa de fecundidade, expectativa de vida, crescimento vegetativo,
saldo migratório, expectativa de vida, escolaridade, alfabetização, renda per capita,
Produto Interno Bruto (PIB), população economicamente ativa (PEA), taxa de
urbanização, dentre outros. A partir desses indicadores, podemos comparar regiões e
investigar a natureza dos problemas socioeconômicos. Sobre esses indicadores,
listamos algumas rápidas definições a seguir.

 Taxa de natalidade - é a razão entre o número de nascimentos anuais por cada mil
habitantes.
 Taxa de mortalidade – é a razão entre o número de óbitos registrados por mil
habitantes em uma dada região e em um dado período de tempo.
 Taxa de mortalidade infantil - é a razão entre o número de crianças mortas com até
1 ou 5 anos de vida a cada 1000 nascidos vivos.
 Taxa de fecundidade - é a razão entre o número de nascimentos e a quantidade de
mulheres em idade fértil, ou seja, de 15 a 49 anos.
 Crescimento vegetativo - é a diferença entre os nascimentos e as mortes, ou seja,
entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
 Saldo migratório - é a diferença entre a imigração (quem chega) e a emigração
(quem sai) em um determinado lugar, podendo ser positiva ou negativa.
 Expectativa de vida - é o número médio de anos que um grupo de indivíduos
nascidos no mesmo ano pode esperar viver.
 Escolaridade – é a média de anos de estudo de uma população.
 Alfabetização - é a percentagem de pessoas com capacidade de ler e escrever em
relação à população total de uma unidade territorial (país, estado, município).

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 Renda per capita - razão entre o somatório da renda de todos os indivíduos
residentes em domicílios particulares permanentes e o número total desses
indivíduos.
 Produto Interno Bruto (PIB) - soma (em valores monetários) de todos os bens e
serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou
cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
 População Economicamente Ativa (PEA) - compreende o potencial de mão de obra
com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população
desocupada a partir dos 10 anos de idade.
 Taxa de urbanização - é a porcentagem ou percentagem de uma dada população
que vive na zona urbana.

Com base na identificação desses conceitos e indicadores, vamos levantar


algumas considerações sobre o nosso país? Para início de conversa, podemos dizer que
o Brasil já iniciou a sua transição demográfica. Isso significa que, ao longo do tempo,
houve a redução das taxas de natalidade e mortalidade e aumento da expectativa de
vida. Vejamos os gráficos a seguir.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

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Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

Analisando a primeira figura, percebemos, de 1991 a 2010, um maior


estreitamento da base e alargamento do meio e topo do gráfico, o que significa, em
média, que o brasileiro está vivendo mais. Já a segunda figura mostra a variação da
taxa de fecundidade no Brasil. De 6,1 filhos por mulher em idade reprodutiva no ano
de 1940, chegamos, em 2010, ao valor de 1,9 filhos. As mulheres brasileiras estão
tendo menos filhos, o que seria reflexo da crescente inserção feminina no mercado de
trabalho, da maior escolarização e da difusão de métodos contraceptivos.
No plano econômico, o Brasil ocupou, em 2012, a sétima posição no ranking do
Produto Interno Bruto mundial, atingindo a soma de R$ 4,403 trilhões.
O montante do PIB é calculado em função da participação dos três setores da
economia: primário – agropecuária, extrativismo vegetal e mineral, pesca e caça;
secundário – transforma as matérias-primas do setor primário, indústria; terciário -
comércio, transportes, finanças, educação, saúde, serviços em geral. Os trabalhadores
inseridos em um dos três setores mencionados compõem a chama População
Economicamente Ativa.
No caso do Brasil, a população ativa soma em torno de 79 milhões de pessoas
ou 46,7%, índice muito baixo, uma vez que o restante da população, cerca de 53,3%,
fica a cargo dos economicamente ativos. Em países com população
predominantemente adulta, que completaram a transição demográfica, o índice é

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superior, aproximadamente 75%. Na distinção da PEA por gênero, os homens
representam 58%, e as mulheres, 42%. Analise o quadro Operários, de Tarsila do
Amaral.

Operários (1933). Fonte: http://galeriadefotos.universia.com.br/uploads/2012_05_21_23_54_571.jpg

Ao longo do tempo, houve significativas mudanças nos setores da economia do


Brasil que alteraram a participação percentual da PEA em cada um dos mesmos.
Vamos dar uma olhada no gráfico seguir?

Evolução da PEA no Brasil. Adaptado de:


http://www.editoraatica.com.br/pnld2014/projetotelarisgeografia/conteudo/tg7/tg7_c05_01/index.ht
ml

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Pelo gráfico, a partir da década de 1940, quando ocorreu de forma tardia o
processo de industrialização no país, houve um acelerado crescimento da população
urbana em virtude da modernização técnica dos espaços rurais, fato que causou sérios
danos sociais e provocou a liberação de mão de obra do campo para as nascentes
cidades industriais, fenômeno chamado êxodo rural. Houve, portanto, uma redução
percentual da PEA no setor primário.
Em contrapartida, de 1960 a 1980, o setor secundário teve um expressivo
crescimento, em um momento no qual a base técnica fabril demandava muita mão de
obra. Isso durou até a década de 1980, quando, além de crises econômicas internas
pelas quais o país passava, o sistema produtivo sofreu nova reestruturação que acabou
por extinguir grande quantidade de postos de trabalho.
Coube ao setor terciário, a partir da década de 1970, recepcionar, em um
primeiro momento, a quantidade de postos de trabalho fechados no campo, e, em um
segundo momento, na década de 1980, a extinção de postos de trabalho do setor
secundário. Em consequência disso, no final da década de 1980 e início da década de
1990, cresceu, abruptamente, a quantidade de postos de trabalho informais no País,
ou seja, ocupações sem registro no Ministério do Trabalho.
Paralelamente ao aumento de ocupações informais no Brasil, podemos
também dizer que, em função da inevitável concentração populacional brasileira em
áreas urbanas, houve impulso para o mercado de prestação de serviços, desde mão
de obra especializada até de baixa qualificação. Isso lançou o setor terciário na
condição de maior empregador da PEA no Brasil.

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Atividade Comentada 2

1. Sobre os indicadores socioeconômicos listados abaixo, assinale a associação


incorreta.
(A) Taxa de mortalidade – é a razão entre o número de óbitos registrados por mil
habitantes em uma dada região e em um dado período de tempo.
(B) Taxa de fecundidade - é a razão entre o número de nascimentos e a quantidade de
mulheres em idade fértil, ou seja, de 15 a 49 anos.
(C) Produto Interno Bruto (PIB) - compreende o potencial de mão de obra com que
pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada
a partir dos 10 anos de idade.
(D) Renda per capita - razão entre o somatório da renda de todos os indivíduos
residentes em domicílios particulares permanentes e o número total desses indivíduos.
Resposta: (C). Por Produto Interno Bruto (PIB) entendemos ser soma (em valores
monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região
(quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês,
trimestre, ano).

2. Quando dizemos que a população brasileira já iniciou a sua transição demográfica,


significa que:
(A) houve redução apenas na taxa de fecundidade.
(B) houve redução nas taxas de mortalidade e natalidade.
(C) houve um elevado crescimento vegetativo nas últimas décadas.
(D) houve um aumento do saldo migratório.
Resposta: (B). Ao longo do tempo, houve redução no número de óbitos e
nascimentos. Além disso, também podemos dizer que, em geral, o brasileiro está
vivendo mais.

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3. Sobre a evolução do percentual de população economicamente ativa (PEA) em
relação aos três setores da economia, assinale a associação incorreta.
(A) a partir da década de 1940, quando ocorreu de forma tardia o processo de
industrialização no país, houve um acelerado crescimento da população urbana em
virtude da modernização técnica dos espaços rurais. - redução da PEA no setor
primário.
(B) A modernização da agropecuária e a concentração de serviços no espaço urbano
fato que causou sérios danos sociais e provocou a liberação de mão de obra do campo
para as nascentes cidades industriais. - aumento do êxodo rural.
(C) O crescimento do setor secundário durou até a década de 1980, quando, além de
crises econômicas internas pelas quais o país passava, o sistema produtivo sofreu nova
reestruturação que acabou por extinguir grande quantidade de postos de trabalho. -
aumento da PEA no setor secundário.
(D) Coube ao setor terciário, a partir da década de 1970, recepcionar, em um primeiro
momento, a quantidade de postos de trabalho fechados no campo, e, em um segundo
momento, na década de 1980, a extinção de postos de trabalho do setor secundário. -
aumento do setor terciário (serviços).
Resposta: (C). Após a década 1980, o setor secundário sofreu um processo de
reestruturação da sua base técnica, que culminou na maior automação das
estruturas industriais e consequente enxugamento de mão de obra.

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Aula 3: Migrações internas no Brasil

Por migração, entendemos ser o deslocamento humano no espaço geográfico.


Esse fenômeno pode ocorrer entre países, regiões, estados, cidades e até bairros.
Quase sempre os movimentos migratórios partem de zonas de repulsão populacional
para áreas de atração populacional. Veja a ilustração a seguir.

Representação artística de migrantes no espaço urbano. Fonte: http://www.sulinformacao.pt/wp-


content/uploads/crian%C3%A7as-migrantes.jpg

Nas zonas de repulsão, podem existir: eventos de ordem ambiental extremos,


como inundações, secas prolongadas, erupções vulcânicas, deslizamentos, dentre
outros; surtos epidêmicos; alto índice de desemprego ou existência de atividades
econômicas pouco diversificadas e de baixa remuneração; carência de serviços sociais
adequados, como saúde e educação; instabilidade política, como guerras civis ou
conflitos fundiários; perseguições de cunho religioso ou étnico.
As zonas classificadas como atrativas apresentam, na opinião de quem migra,
maiores perspectivas de melhoria nas condições de vida, o que significa melhores
empregos, oportunidades de qualificação, segurança, assistência médico-hospitalar, ou

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seja, qualidades que deveriam existir em todos os territórios ditos estáveis e
democráticos.
Nesse contexto, podemos classificar as migrações em função de três critérios:
o espaço de deslocamento; o tempo de permanência do migrante; o contexto no qual
a migração foi motivada.
Aos considerarmos o espaço de deslocamento, temos:
 Migração internacional – quando ocorre de um país para outro.
 Migração interna – quando ocorre dentro de um mesmo país, entre suas regiões
(inter-regional) ou dentro das mesmas (intrarregional).
Os principais tipos de migrações internas são os seguintes:
 Êxodo rural ou migração rural-urbana - fenômeno migratório que consiste no
deslocamento de populações rurais em direção às cidades. Isso é motivado pelas
péssimas condições de vida, concentração fundiária e pela mecanização do setor
agropecuário e a consequente liberação de mão de obra. Analise a charge a seguir.

Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/exodo%20rural.exercicios.jpg

 Migração rural-rural - quando populações rurais são destituídas de seus meios de


sobrevivência e passam a migrar em direção a novas fronteiras agrícolas.
 Migração urbano-rural - quando há transferência de populações urbanas para o
espaço rural. O stress da vida urbana em grandes cidades pode favorecer a
migração de pessoas para o meio rural, fenômeno chamado contra-urbanização.

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Nesse tipo, incluímos também a migração de retorno de trabalhadores hoje
urbanos em direção às suas cidades de origem.
 Migração urbano-urbano - deslocamento que consiste na transferência de
populações de uma cidade para outra. Esse é um fenômeno muito comum nos dias
atuais. Um exemplo disso é o crescimento econômico de cidades médias, que
passaram a atrair populações também dos grandes centros urbanos.
 Migração pendular - tipo de migração característica de grandes cidades e regiões
metropolitanas, nas quais centenas ou milhares de trabalhadores saem todas as
manhãs de sua casa (em determinada cidade) em direção ao trabalho (que pode
estar localizado em outro município), retornando no final do dia.
Quando consideramos o tempo de permanência do migrante, podemos criar
mais dois tipos:
 Migração definitiva - situação na qual o migrante passa a se fixar definitivamente
na região de interesse.
 Migração sazonal ou temporária - situação na qual o migrante se estabelece
temporariamente em uma dada região, podendo voltar para o local de origem ou se
deslocar para outra região com nova oferta de trabalho temporário.
Por último, o critério que analisa o contexto ou forma em que a migração foi
motivada. São esses os grupos:
 Migração espontânea - quando indivíduos migram espontaneamente para outra
região, seja por motivo econômico, político ou cultural.
 Migração forçada - quando indivíduos são obrigados a migrar de seu lugar de
origem em função de catástrofes naturais ou perseguições políticas, raciais ou
religiosas.
Como reflexo da prioridade dos governos brasileiros em investimentos
econômicos e melhorias infraestruturais em um seleto grupo de cidades,
principalmente, na região sudeste, o êxodo rural predominou durante todo o século
XX. Por isso, vastos grupos populacionais migraram entre regiões e intrarregiões,
culminando em um aumento frenético da urbanização, que está hoje acima de 84%.
As principais frentes migratórias que surgiram foram as seguintes: da região
nordeste para a região sudeste; do interior dos estados sudestinos, principalmente
Minas Gerais, para as capitais estaduais dessa mesma região.

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Paralelo a esse contexto, também podemos falar da migração nordestina rural-
rural em direção à porção oeste da fronteira agrícola da região norte (no complexo
regional Amazônia) e ao longo das rodovias de integração com a região centro-oeste
(em direção à Brasília). Outro exemplo de migração rural-rural bastante marcante foi a
participação de sulistas no desbravamento da fronteira agrícola da região centro-
oeste e norte seguindo os moldes da agricultura moderna e mecanizada.
As iniciativas políticas conservadoras que ditaram, ao longo do século XX, a
ocupação do oeste e norte brasileiro foram determinantes para o desencadeamento
de novos fluxos migratórios no País. A construção de Brasília e sua condição de nova
capital federal, a construção de rodovias de integração regional, o surgimento de
novas fronteiras agropecuárias, dentre outros fatores, contribuíram para o aumento
populacional dos estados da região centro-oeste e norte.
Nos dias atuais, o sudeste ainda continua recebendo boa parte dos migrantes
internos. É uma região que recebe mais gente do que perde. Em função da crescente
importância econômica dos complexos agroindustriais e dos nascentes serviços
urbanos nas capitais regionais, o Centro-Oeste tem se colocado também como uma
região atrativa.
Nas regiões Sul e Norte predominam condições de repulsão e atração
populacional que resultam em um volume de entrada e saída de migrantes estável. A
Região Nordeste, vivenciou a implementação de políticas sociais pelo governo federal
e, ao longo da década de 2000, passou a apresentar uma discreta redução na taxa de
emigração. Nos últimos anos, tem recebido cada vez mais migrantes, que estão
retornando das outras regiões. Porém, ainda é classificada como uma região de perda
de população. Uma última tendência que vale mencionar é o crescimento econômico,
urbano e populacional das chamadas cidades médias, reforçando a intensificação das
migrações intrarregionais. Veja o mapa dos fluxos migratórios no Brasil localizado na
página seguinte.

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Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/img/geografia/mapa-migracao-2000.jpg

Atividade Comentada 3

1. A direção dos fluxos migratórios parte das zonas de repulsão populacional para as
zonas de atração populacional.
Nesse sentido, assinale a alternativa cuja associação está incorreta.
(A) alto índice de desemprego - fator de repulsão populacional.
(B) oportunidades de qualificação profissional - fator de atração populacional.
(C) instabilidade política - fator de atração populacional.
(D) catástrofes naturais - fator de repulsão populacional.
Resposta: (C). Áreas sob forte turbulência política dificultam o bom funcionamento
de serviços públicos essenciais, motivando, assim, as migrações.

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2. Sobre os tipos de migrações internas, é correto afirmar:
(A) a migração rural-rural é um fenômeno que consiste no deslocamento de
populações rurais em direção às cidades.
(B) o stress da vida urbana em grandes cidades pode favorecer a migração de pessoas
para o meio rural, inaugurando um fluxo rural-urbano.
(C) o fluxo migratório urbano-urbano consiste na transferência de populações de uma
cidade para outra.
(D) o êxodo rural é um tipo de migração característica de grandes cidades e regiões
metropolitanas, nas quais centenas ou milhares de trabalhadores saem todas as
manhãs de sua casa (em determinada cidade) em direção ao trabalho.
Resposta: (C). Na migração rural-rural, é comum populações se transferirem para as
novas fronteiras agropecuárias. Outro tipo de migração, urbano-rural, resulta do
entendimento de uma população que é o meio urbano estaria saturado, inseguro.
Por fim, seria a migração pendular o fenômeno diário de ida e vinda do trabalho por
parte dos trabalhadores urbanos.

3. Sobre a dinâmica dos fluxos migratórios no Brasil, é incorreto afirmar que:


(A) o fator que exerce maior influência nos fluxos migratórios internos é a
concentração das atividades econômicas no complexo regional Centro-Sul.
(B) Na adoção governamental apenas pela modernização técnica do espaço rural,
vastos grupos populacionais migraram entre regiões e intrarregiões, causando o
fenômeno do êxodo rural.
(C) A Região Nordeste, vivenciou a implementação de políticas sociais pelo governo
federal e, ao longo da década de 2000, passou a apresentar uma discreta redução na
taxa de emigração.
(D) A tendência migratória mais recente é o crescimento econômico, urbano e
populacional das chamadas metrópoles, reforçando a intensificação das migrações
intrarregionais.
Resposta: (D). São as cidades médias do interior, com boa infraestrutura instalada,
que tem apresentado as maiores taxas de crescimento populacional. Ressalta-se,
entretanto, que as grandes metrópoles ainda crescem, mas em intensidade menor.

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Avaliação

1. Pode-se dizer que o Brasil é um país muito populoso, mas pouco povoado. Isso
significa que:
(A) temos a quinta maior população mundial, mas, em relação à área total do nosso
território, a densidade demográfica brasileira é baixa.
(B) a população brasileira está uniformemente distribuída no território.
(C) apenas apresentamos uma grande quantidade de habitantes.
(D) a área do território é proporcional à quantidade de habitantes.
Resposta: (A). O Brasil apresenta a quinta maior população mundial. No entanto, sua
área é muito grande, 8.515.767 km², o que acaba por apresentar uma baixa densidade
demográfica.

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2. Os ciclos econômicos pelos quais o Brasil passou contribuíram para desenvolvimento
das frentes de ocupação populacional no território até hoje existentes.
Sobre esse assunto, assinale a alternativa incorreta.
(A) Durante o ciclo do pau-brasil, a Coroa Portuguesa recebia percentuais sobre o total
arrendado a negociantes de confiança que se comprometiam a continuar explorando o
litoral. Juntos, construíram e guarneceram fortalezas costeiras.
(B) As restrições do relevo, a iminência de ataques indígenas no interior, a existência de
extensas áreas planas, solo adequado (massapê), bom regime de chuvas e temperaturas
elevadas ao longo da faixa tropical da faixa litorânea, foram fatores que permitiram a
concentração do projeto açucareiro próximo ao litoral e às fortificações previamente
instaladas.
(C) Durante o chamado ciclo da mineração, houve o deslocamento do centro econômico
e social do Brasil, do litoral canavieiro para o interior minerador, levando à mudança da
capital colonial – de Salvador para Belo Horizonte.
(D) O sistema cafeeiro viabilizou a construção e melhoria de estradas vicinais e portos da
região sudeste. Posteriormente, foram instaladas novas infraestruturas, como a criação
de linhas férreas para o escoamento da produção e a fundação de vilas e cidades ao
longo das estações ferroviárias.
Resposta: (C). Foi o Rio de Janeiro a cidade que passou a ser a nova capital do Brasil
Colônia durante o ciclo econômico da mineração. Isso ocorreu devido à importância
portuária da cidade, tornando-se a base do controle metropolitano português.

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3. Os indicadores socioeconômicos são utilizados para caracterizar e comparar a
realidade de países, estados e municípios. Auxiliam, portanto, as decisões tomadas
pelos governos nos vários desafios sociais existentes.
Nesse sentido, marque abaixo a alternativa que apresenta a associação correta.
(A) Taxa de natalidade - é a razão entre o número de óbitos registrados por mil
habitantes em uma dada região e em um dado período de tempo.
(B) Taxa de fecundidade - é a diferença que entre a imigração (quem chega) e a
emigração (quem sai) em um determinado lugar, podendo ser positiva ou negativa.
(C) Alfabetização - é a percentagem de pessoas com capacidade de ler e escrever em
relação à população total de uma unidade territorial (país, estado, município).
(D) Expectativa de vida - compreende o potencial de mão de obra com que pode
contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada a
partir dos 10 anos de idade.
Resposta: (C). A taxa de natalidade expressa o número de nascimentos a cada mil
habitantes. A taxa de fecundidade expressa o número médio de filhos por mulher em
idade fértil (15-45 anos). A expectativa de vida revela a média de idade máxima que
um grupo etário pode alcançar.

4. Da década de 1940 até os dias atuais, houve uma expressiva redução da


participação da população economicamente ativa (PEA) no setor primário. São causas
desse fenômeno, exceto:
(A) a mecanização do setor agropecuário.
(B) o desenvolvimento de uma ampla reforma agrária.
(C) o processo de industrialização de um grupo de cidades brasileiras.
(D) a ausência de serviços sociais básicos no meio rural.
Resposta: (B). Em praticamente nenhum momento da história desse país, as políticas
governamentais priorizaram projetos mais substanciais de reforma agrária.

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5. Por migração pendular, entendemos ser um fenômeno que se caracteriza:
(A) pela transferência de populações de uma cidade metropolitana para uma cidade
média.
(B) quando há migração de retorno de trabalhadores, hoje urbanos, em direção às
regiões rurais de origem.
(C) quando centenas ou milhares de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa
(em determinada cidade) em direção ao seu trabalho (que pode estar localizado em
outro município), retornando no final do dia.
(D) quando indivíduos são obrigados a migrar de seu lugar de origem em função de
catástrofes naturais ou perseguições políticas, raciais ou religiosas.
Resposta: (C). As migrações pendulares devem ser consideradas no sentido de
melhor planejar a oferta de serviços de transporte. Além disso, as migrações
pendulares também mostram a concentração de empregos e serviços em
determinadas cidades e não em outras.

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Pesquisa

Caro aluno, agora que já estudamos os principais assuntos relativos ao 3°


bimestre, é hora de iniciar uma pesquisa sobre a utilização de um importante indicador
de qualidade de vida, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), para o diagnóstico
e comparação das realidades sociais. Então, vamos lá?
Concentramos, nessa unidade, a discussão sobre geografia da população
privilegiando a realidade brasileira. Nesse momento, gostaríamos de complementar os
seus conhecimentos sobre indicadores socioeconômicos e incentivá-lo a conhecer
melhor o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Acesse o portal http://www.pnud.org.br/IDH/DH.aspx e responda as questões
abaixo.

1. O que é o IDH e como interpretá-lo?


Resposta: O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do
progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano:
renda, educação e saúde. O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer um
contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per
capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.

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2. Com base no último ranking do IDH mundial (através do portal
http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/Ranking-IDH-Global-2012.aspx), preencha o
quadro a seguir com os dez países mais bem colocados e os dez países em pior
colocação. Inclua a posição do Brasil em relação a esses dois grupos.

Ranking IDH 2012 País IDH 2012


1º- Noruega 0,955
2º- Austrália 0,938
3º- Estados Unidos 0,937
4º- Países Baixos (Holanda) 0,921
5º- Alemanha 0,920
6º- Nova Zelândia 0,919
7º- Irlanda 0,916
8º- Suécia 0,916
9º- Suíça 0,913
10º- Japão 0,912
85º- Brasil 0,730
178º- Burundi 0,355
178º- Guiné 0,355
180º- República Centro-Africana 0,352
181º- Eritreia 0,351
182º- Mali 0,344
183º- Burquina Faso 0,343
184º- Chade 0,340
185º- Moçambique 0,327
186º- Congo 0,304
186º- Níger 0,304

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Referências

[1] DAMIANI, Amélia. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2001.

[2] SANTOS, Regina Bega. Migração no Brasil. São Paulo: Scipione, 1998.

[3] SENE, Eustáquio de.; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil - Espaço
Geográfico e Globalização. São Paulo: Scipione, 2001.

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Equipe de Elaboração

COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda


Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Alberto Toledo Resende


Elton Simões Gonçalves
Patrícia Batista Melo Lopes
Tiago da Silva Lyra
Tongaté Arnaud Mascarenhas Junior

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