Professional Documents
Culture Documents
Resumo
Aborda a atuação inovadora do bibliotecário que tem dentre seus objetivos incentivar
os alunos de diferentes idades – infância, pré-adolescência e adolescência – a se tornarem
bons pesquisadores juvenis. Os fatores que interferem nessa formação são: a utilização das
fontes de informação, o trabalho conjunto do professor e do bibliotecário, o projeto
pedagógico da escola e a influência de colegas de classe e da família. Para cumprir este
propósito, foram feitos estudos em duas escolas de Belo Horizonte - MG: uma particular e
outra pública, mostrando assim o papel pedagógico e inovador do profissional da informação,
no caso o bibliotecário, na biblioteca escolar.
1. Introdução
1
Aluno do 3° período da graduação em Biblioteconomia na Escola de Ciência da Informação da
Universidade Federal de Minas Gerais 1º semestre de 2007.
2
Aluno do 2º período de graduação em biblioteconomia na Escola de Ciência da Informação da
Universidade Federal de Minas Gerais 1º semestre de 2007.
3
Aluna do 2º período de graduação em biblioteconomia na Escola de Ciência da Informação da
Universidade Federal de Minas Gerais 1º semestre de 2007.
A escola sabe da necessidade de produzir mudanças radicais na sua metodologia de
ensino, as TIC’s colocam em debate novas formas de ensinar, de aprender, de localizar, de
produzir e de socializar o conhecimento em uma sociedade sem fronteiras. Ela tem que
desenvolver o processo de aprendizagem dos alunos por meio de uma ampla variedade de
fontes de informação que estão presentes no contexto contemporâneo. Para que o aluno possa
sobreviver na sociedade atual, ele precisa, no decorrer de sua aprendizagem, conviver em um
ambiente tecnológico onde a informação está em constante mudança, sabendo administrar,
selecionar e construir sentidos com as informações disponibilizadas no contexto digital e
impresso, para que possa construir o seu próprio conhecimento.
Além disso, “as três responsabilidades básicas da educação em uma sociedade
democrática são: preparar o estudante para o mercado de trabalho, para exercer a cidadania e
a vida cotidiana” (KUHLTHAU, 1999, p.9).
Um dos mecanismos utilizados para preparar os alunos na sua atuação e ação na
sociedade democrática é a pesquisa escolar, que é utilizada nas escolas pública e privada
como instrumento de avaliação e desenvolvimento das habilidades informacionais dos
estudantes.
A pesquisa escolar foi criada no ano de 1971, por meio da Lei Federal 5.692 ela
fornece ao aluno um mecanismo de aprendizagem independente, pois até esse período a
exposição do conteúdo era feita na forma oral pelo professor dentro da sala de aula. A
pesquisa tem o objetivo de tornar o aluno mais ativo no processo de construção do seu
conhecimento, desenvolvendo assim seu espírito crítico e sua postura científica.
Para que isso seja alcançado é necessário, nas escolas, a presença de um corpo docente
qualificado e de uma biblioteca com infra-estrutura adequada, possuindo profissional
qualificado e um acervo de qualidade.
Passado 36 anos é percebido que a prática da pesquisa escolar não tem alcançado o seu
objetivo que é formação de um aluno crítico que saiba utilizar as habilidades desenvolvidas
para a construção do conhecimento. Esse quadro tem que ser revertido, para isso é preciso
repensar o papel dos principais atores envolvidos no processo: o professor, o bibliotecário e o
aluno.
2. Objetivo Geral
3. Metodologia
Esta pesquisa é constituída por dois estudos de caso, que buscam compreender como
está o desenvolvimento da pesquisa escolar nos alunos no ensino médio de duas escolas
localizadas na cidade de Belo Horizonte, sendo uma instituição de ensino particular e outra
pública.
Os instrumentos de coleta de dados que foram utilizados para a concretização da
pesquisa são: a análise da literatura em artigos científicos, livros e revistas sobre a formação
do pesquisador juvenil, competência informacional e biblioteca escolar; e aplicação de
questionário para professores e alunos de ambas as escolas.
A análise de como está sendo desenvolvida à pesquisa escolar nessas escolas levou em
conta os seguintes fatores: o trabalho do bibliotecário e do professor de acordo com a política
pedagógica utilizada pela escola, a utilização e os meios que a biblioteca escolar utiliza para a
formação do aluno crítico.
A biblioteca escolar (BE) está sendo redescoberta pelas escolas sendo vista como um
instrumento de aprendizagem. A BE, de acordo com Moura (1999, p.190), “não pode ficar
mais isolada, estática, porque mais importante que priorizar o desenvolvimento de acervos
locais é garantir a capacidade do usuário [...] de acessar a informação, onde quer que ela
esteja”.
A BE é o espaço que habilita os estudantes para a aprendizagem ao longo de suas
vidas, por meio de produtos, serviços e trabalho em conjunto com os membros da comunidade
escolar que participam do processo de ensino-aprendizagem. Ela oferece oportunidade aos
alunos de se tornarem pensadores críticos e usuários da informação, em todos os formatos e
meios. Segundo a IFLA/UNESCO os objetivos da BE para desenvolvimento das atividades de
ensino e aprendizagem, pra construir as habilidades: de leitura, de escrita, no uso da
informação, dos alunos são: apoiar e intensificar a consecução dos objetivos educacionais
definidos na missão e no currículo da escola, desenvolvendo e mantendo nas crianças o habito
e o prazer da leitura e da aprendizagem, oferecendo oportunidades de vivencias destinadas à
produção e uso da informação.
Para que a biblioteca consiga realizar os seus objetivos ela tem que possuir: uma boa
localização e estrutura arquitetônica adequados; um acervo diversificado (apresentando além
de livros, internet, CD-ROM, fitas de vídeo, dvd’s, jogos, fotografias, mapas entre outros);
possuir um sistema de recuperação da informação podendo ser manual ou automatizado;
conter o bibliotecário para realizar atividades que estimulem o hábito de leitura e
desenvolvimento das habilidades de pesquisa.
A biblioteca
ao oferecer aos usuários acesso a uma coleção formada por bons livros, cria
condições para que a coleção seja ‘consumida’ não pela cobrança do currículo, mas
pela curiosidade e pelo prazer de leitura, o que ajudaria os alunos no desempenho
curricular, uma vez que todas as atividades escolares exigem do aluno o exercício da
leitura e a interpretação do eu foi lido (GARCEZ, 2007, p.36).
4.1. O bibliotecário
A missão do bibliotecário nos dias de hoje, é sem duvida imprescindível para que a
informação esteja ao acesso de todos. Esse profissional que antes só exercia a função de
adquirir, cuidar e organizar o acervo, agora passa a ensinar as pessoas a escolher e usar os
livros para aprender. Essa é umas das funções pedagógicas do bibliotecário.
A formação de um leitor critico deve acontecer desde o seu ingresso na escola, como
resultado de uma relação harmoniosa entre biblioteca, bibliotecário e professor, mostrando
que a biblioteca não é um depósito, ou uma sala de castigo da escola, mas uma de suas partes
mais importantes.
O bibliotecário na escola perde o papel de ser apenas o detentor da informação ele
passa, por meio dos recursos informacionais, a “colaborar com os professores como
facilitadores e treinadores no processo de aprendizagem baseado em tais recursos”
(KUHLTHAU, 1999, p.10).
Segundo Tavares (1973), o bibliotecário deve orientar o professor para que ajude o
aluno a tirar o máximo de ensinamentos possíveis da biblioteca, compete a ele orientar seus
leitores sobre o uso da própria, como realizar pesquisas, levantar bibliografia, consultar
dicionários e como normalizar trabalhos entre outras habilidades. Essas novas habilidades
creditadas ao bibliotecário, fazem com que ele abandone essa postura de isolamento,
participando efetivamente do planejamento das atividades escolares gerais, incluindo a
construção do currículo da escola.
Uns dos fatores que favoreceram a mudança do papel do bibliotecário nas instituições
escolares foram às teorias educacionais. Elas exigem que haja uma reformulação de novas
formas de atuação do profissional de forma que o usuário esteja no centro do processo de
aprendizagem.Algumas características do bibliotecário enfatizando sua função pedagógica
foram sugeridas por Stripling (1996, citado por CAMPELLO, 2003) são elas: caregiver,
orientador (Coach), elo (Connector) e catalisador (Catalyst).
Caregiver: o bibliotecário se relaciona com a idéia de que o processo de educação
envolve dimensões afetivas. Deve-se respeitar a individualidade e o interesse de pessoal do
aluno. Assim, o profissional tem como função auxiliar cada aluno em de forma especifica,
apoiando a aprendizagem individualizada.
Orientador (Coach): aqui o aluno é visto como responsável pela construção de seu
conhecimento, e o bibliotecário toma a posição de estimulador à aprendizagem, levando ao
aluno a buscar as fontes, estratégias e respostas para seus questionamentos.
Elo (Connector): o profissional passa a ser um elo de conexão dos alunos com as
idéias concretas no universo dos recursos informacionais disponíveis.
Catalisador (Catalyst) essa característica coloca o bibliotecário como um catalisador
das mudanças na escola, com vista na estrutura escolar. Nesse caso o profissional ocupa uma
posição privilegiada, pois tem uma visão global de todo o processo de aprendizagem.
A novidade que a sociedade da informação está trazendo para o papel bibliotecário
escolar é a sua função de liderança, contrariando assim todas as expectativas, pois ao longo do
tempo foram imputadas inúmeras características negativas ao profissional, como passividade,
isolamento e inflexibilidade. Mas sem este profissional
4.3. O aluno
8. Considerações
Os problemas enfrentados pelas bibliotecas das escolas pesquisadas vão além da falta
de um profissional graduado em biblioteconomia. O funcionário responsável pela biblioteca
não tem nem uma formação técnica, o que já impossibilita que alguns serviços básicos sejam
realizados. O acervo, como foi apontado por alguns alunos tanto da instituição pública como
os da privada, é insuficiente para a realização de algumas pesquisas. A abertura da biblioteca
também deveria ocorrer em todos os turnos na escola pública, assim o aluno teria um espaço
para realizar suas pesquisas escolares na biblioteca mesmo fora do seu horário de estudo.
Os professores poderiam incentivar o uso da biblioteca, e também utiliza-la como
extensão da sala de aula, promovendo atividades dentro da mesma. Para isso o professor terá
que atualizar sua metodologia de ensino, deixando de lado expositivas, utilizando outros
meios. Quebrando assim barreiras preconceituosas existentes a respeito do profissional
bibliotecário e a biblioteca da escola que antes era vista apenas como um apêndice da
instituição.
O bibliotecário, ou o responsável pela biblioteca, devem se atentar que o seu papel dentro da
escola esta mudando, tirando de si aquela imagem de apenas o detentor e organizador das
informações e de que a biblioteca é um lugar para livros apenas. Ele deve estar aberto a novas
possibilidades de atuação na escola, como na participação da elaboração do currículo escolar
e ate das aulas dos professores, exibindo o acervo presente na biblioteca para o professor e
para o aluno, trabalhando neste último a apreciação da leitura e da pesquisa escolar e de
interesse próprio, para assim este poder tomar suas próprias opiniões tornado-se assim um
leitor crítico.Referências
CAMPELLO, Bernadete Santos.; ABREU, Vera Lúcia Furst Gonçalves. Competência
informacional e formação do bibliotecário. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 10, n.
2, p.178-193. 2005.
GARCEZ, Eliane Fioravante. O bibliotecário nas escolas: uma necessidade. Revista ABC:
Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.12, n.1, p.27-41, jan./jun. 2007.
LEAL, Leiva de Figueiredo Viana. Biblioteca escolar como eixo estruturador do currículo
escolar. IN. ROSING, Tânia M. K.; BECKER, Paulo. (Org.). Leitura e animação cultural:
repensando a escola e a biblioteca. Passo Fundo: UFP, 2002. p.319-333.
MOURA, Victor Hugo Vieira. Biblioteca escolar: espaço de ação pedagógica – relatório final.
In. VIANNA, Márcia Milton; CAMPELLO, Bernadete; MOURA, Victor Hugo Vieira. I
Seminário Biblioteca Escolar: Espaço de Ação Pedagógica, 1998, Belo Horizonte:
EB/UFMG, 1999. p.190-194. Seminário promovido pela Escola de Biblioteconomia da
Universidade Federal de Minas Gerais e Associação de Bibliotecários de Minas Gerais.