Professional Documents
Culture Documents
1
Jaime de Carvalho Almeida Filho
Legislação Profissional e
Trabalhista
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2016
Sumário
Capitulo 1: Quais são as diversas formas de atuação do profissional de Arquitetura e Urbanismo?
Introdução............................................................................................................................... 5
1.1 O profissional de arquitetura e urbanismo: Consultor, Colaborador ou Empreendedor................ 6
1.1.1 Arquiteto e Urbanista consultor.......................................................................................... 7
1.1.2 Arquiteto e Urbanista colaborador .................................................................................... 7
1.1.3 Arquiteto e Urbanista empreendedor.................................................................................. 7
1.2 A diversidade de atuação do arquiteto e urbanista.................................................................. 8
1.2.1 Projeto de Edificações ...................................................................................................... 9
1.2.2 Gerenciamento de obras ................................................................................................ 10
1.2.3 Execução de obras......................................................................................................... 10
1.2.4 Arquitetura de interiores ................................................................................................. 11
1.2.6 Arquitetura Paisagística.................................................................................................. 12
1.2.7 Comunicação Visual....................................................................................................... 13
1.2.8 Desenho Urbano............................................................................................................ 14
1.2.9 Planejamento Urbano e Territorial................................................................................... 15
1.2.10 Conforto Ambiental..................................................................................................... 15
1.2.11 Restauro e Conservação de Edifícios Históricos............................................................... 16
1.2.12 Pesquisa e Docência..................................................................................................... 17
1.2.13 Controle Urbano.......................................................................................................... 17
1.2.14 Representação Gráfica de Espaços................................................................................. 17
1.2.15 Arquitetura de Eventos.................................................................................................. 18
1.2.16 Assessoria Comercial.................................................................................................... 18
1.2.17 Assessoria Comercial.................................................................................................... 18
1.3 Atuação interdisciplinar..................................................................................................... 19
1.4 Papel social do arquiteto e urbanista................................................................................... 20
1.4.1 Responsabilidade social, ambiental e legal no exercício profissional.................................... 20
1.4.2 A conduta ética como diferencial profissional.................................................................... 21
Síntese................................................................................................................................... 22
Referências Bibliográficas......................................................................................................... 23
Capítulo 1
Quais são as Diversas formas
de atuação do profissional de
Arquitetura e Urbanismo?
Introdução
Ao decidir fazer um curso superior, você está escolhendo uma profissão. Ser um
profissional é abraçar uma área de conhecimento e desenvolver a partir dela uma
carreira. Para tanto, deve-se tomar consciência de que não somente o saber técnico
e científico específico será necessário, mas também um conjunto de conhecimentos
que permitam montar e executar um plano de carreira, relacionar-se com clientes,
empregados, empregadores e com a sociedade em geral. Lembre-se: a carreira pode
ser um negócio quando essa é sua vocação.
O exercício de uma profissão lhe abre portas e pode trazer realização pessoal e financeira.
Ao mesmo tempo, traz responsabilidades de diversas naturezas. É preciso conhecer os
parâmetros legais da atuação, como ponto de partida. Deve-se ir mais adiante e fazer
de seu trabalho um instrumento para a melhoria da sociedade. Nesse sentido, surgem
compromissos éticos, assim como a responsabilidade social e ambiental.
Um dos aspectos de importância para essas reflexões é discutir: quais são as diversas
formas de atuação do profissional em Arquitetura e Urbanismo? Você terá neste Capítulo
uma visão sobre os perfis profissionais típicos dos Arquitetos e Urbanistas de hoje, pois
a partir deles é possível distinguir conhecimentos importantes nos aspectos éticos e das
responsabilidades profissionais.
5
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
São reflexões tão importantes quanto difíceis. Quando ocorrem ao final do Ensino Médio, por
volta dos 18 anos, são por vezes tomadas com pouco conhecimento da vida profissional e, por
que não dizer, a respeito de nós mesmos. Não é à toa que muitos fazem suas escolhas, mas logo
nos primeiros anos de faculdade alteram esses rumos.
Para alguns, a escolha ocorre mais tarde, após o início da vida profissional, o que pode ajudar
na definição. A vivência no mundo do trabalho traz identificação com algumas profissões e
rejeição a outras. Amplia-se a visão para as oportunidades e novos caminhos, mas também são
expostas barreiras e dificuldades.
Para ajudar nessa escolha, há orientação dos pais, orientação vocacional, apoio nas escolas e
o mais importante: a interação com amigos, leituras e a curiosidade pelo mundo. Entretanto, em
todo esse processo, prevalece a preocupação com o objeto da escolha, com o que fazer, e pouco
se fala sobre como fazer, da forma de atuação. Esse é um aspecto de importância semelhante à
escolha do objeto de trabalho, que requer atenção e autoconhecimento e pode ser definidor da
satisfação e do sucesso em todas as profissões.
II. Conhecimento atestado por meio de um diploma, conferido por uma escola
capacitada;
Ao adotar essas denominações para Arquitetos e Urbanistas, podemos imaginar cada um deles
como:
É aquele que atua focado em questões exclusivamente técnicas sobre aspectos mais gerais ou mais
específicos da profissão. Exerce a atividade em caráter independente, de forma individual ou em
equipe, apoiando diretamente os clientes ou outros profissionais que o procuram em função de seu
notório conhecimento sobre o assunto. Não está intrinsecamente ligado a estruturas hierárquicas de
empresas, não coordena equipes de produção, não está à frente de ações comerciais ou de gestão,
quando se trata de gestão do negócio.
Pode atuar como autônomo ou como membro de uma organização em caráter permanente, desde
que mantida sua característica de consultor.
É aquele que atua como líder de um grupo de trabalho, seja como proprietário de uma empresa,
desde uma micro até uma de grande porte, ou executivo de uma organização, com responsabilidades
diretivas. É responsável pela relação comercial com clientes, pelo desempenho da equipe e, em nível
estratégico, pela gestão do trabalho. Não significa que esteja isolado nessas funções, pois parcerias
são fundamentais ao empreendedorismo, na forma de sociedades, consórcios e outros tipos mais
complexos de associação. É responsável pela sustentabilidade do negócio nos aspectos empresariais,
legais, sociais e ambientais.
O melhor desempenho e a maior realização profissional estão ligados ao fato de cada profissional
se inserir no mercado de forma compatível com sua personalidade e estrutura pessoal, estando à
vontade no papel que lhe cabe. Isso o fará ter um bom desempenho: tanto reconhecimento quanto
remuneração crescem proporcionalmente. Diferentemente do que possa sugerir uma visão superficial
sobre carreiras, os bons resultados podem chegar por quaisquer dos caminhos escolhidos.
7
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
A atuação do Arquiteto nos diferentes perfis pode ser vista como um processo evolutivo. No início
da atuação, o profissional pode ter predominantemente o perfil colaborador. Com o passar do
tempo e ganho de experiência, assim como pela continuidade do processo de formação, que cada
vez mais se estende ao longo da carreira, é natural que vá assumindo características de consultor
ou empreendedor, seguindo a chamada carreira Y (VERONEZZI, s.d.), ou seja, aquela que tem um
início comum para depois se ramificar para um desses caminhos. Esse é um processo comum, mas,
evidentemente, não único de evolução.
O exercício de reflexão e autoconhecimento é importante para que cada profissional construa seu
plano de carreira. Embora por vezes seja determinante seguir pelo caminho de oportunidades e entrar
pelas portas que se abrem, boas carreiras contam também com a autodeterminação de cada pessoa
na busca de seu espaço. Para tanto, esteja atento, pois há processos de formação diferenciados,
assim como decisões a serem tomadas, cujos resultados moldam os caminhos.
Arquitetura é antes de mais nada construção, mas construção concebida com o propósito
primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a
determinada intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se ela se revela
igualmente arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto
desde a germinação do projeto até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso
específico, certa margem final de opção entre os limites – máximo e mínimo – determinados
pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio, reclamados pela função
ou impostos pelo programa, cabendo então ao sentimento individual do arquiteto, no que ele
tem de artista, portanto, escolher na escala dos valores contidos entre dois valores extremos, a
forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada.
(COSTA, 1995, p. 11).
É uma atividade regulada por normas técnicas, elaboradas pela ABNT – Associação Brasileira
de Normas Técnicas, por meio das NBR 13531 e NBR 13532. O Arquiteto será o responsável
técnico pelo projeto, perante todas as instâncias pertinentes.
9
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
O gerenciamento permite uma avaliação correta das etapas de execução, analisando prazos de
entrega, tecnologias e equipamentos empregados e produtividade, sendo responsável por toda
a estratégia produtiva da obra. O gerenciador é, enfim, o representante do proprietário diante
dos executores da obra, contratada integralmente de uma construtora, ou em partes, conforme a
especialidade de cada fornecedor.
1.2.3 Execução de obras
A execução de obras civis é também atribuição de arquitetos, sejam elas executadas a partir de
projetos de sua autoria ou não, na condição de executante. Ao empreitar uma obra, ou etapas
dela, o profissional assumirá a tarefa de fornecer ao cliente todos os insumos necessários à
construção: mão de obra, materiais, ferramentas e equipamentos e outros, sendo nesse caso o
responsável técnico pela execução das obras. É também atividade definida por norma técnica,
a NBR 5671/1990.
São muitos os desdobramentos desta atividade. O profissional deverá:
Projetos de Arquitetura de grande envergadura incluem toda a concepção do edifício, desde sua
implantação no terreno até a utilização do espaço interno, incluindo mobiliário e componentes
da edificação. Esse processo não ocorre sempre, e frequentemente espaços são concebidos
de uma forma estandardizada, para que seus futuros ocupantes definam a forma de utilização
interna. É o caso das torres corporativas com suas plantas livres, dos espaços comerciais dos
shopping centers e até dos apartamentos ofertados pela indústria imobiliária.
Nesses casos, surge a Arquitetura de interiores, que irá definir a utilização do espaço interno a
partir de uma edificação já existente. É o caso também dos espaços que mudam de uso após um
tempo com determinada configuração.
• Layout: definir a distribuição de usos e funções pelo edifício, a disposição dos móveis e dos
equipamentos e os espaços para circulação, racionalizando a utilização do espaço;
• Ergonomia: proporcionar conforto aos usuários pela interação do ser humano ao espaço e
equipamentos que o integram e pela adequação dos espaços à sua funcionalidade;
• Economia: obter o melhor uso de iluminação e ventilação naturais, assim como isolamento
acústico e térmico, minimizando o uso de sistemas consumidores de energia;
• Imagem: criar uma imagem do espaço adequada ao seu uso e à intenção do projeto, como
o aconchego a um projeto residencial, o arrojo ou a seriedade a um projeto empresarial, a
sofisticação a um projeto comercial etc.
11
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
O Arquiteto paisagista deve ir além de projetar belos jardins e paisagens para realizar um estudo
ambiental e social que alie o prazer estético aos usos e funções imaginados para uma edificação,
em busca da harmonia entre os vários elementos. O trabalho do paisagista é unir a natureza ao
meio urbano, procurando harmonizar essa convivência (CAU, s.d.).
13
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
O termo “Desenho urbano” pode ser entendido de diferentes maneiras quando diz respeito
à definição de campos de atuação do Arquiteto e Urbanista. Uma das possibilidades é o
desenvolvimento de Projeto de loteamentos e parcelamentos urbanos. Nessa atividade, o Arquiteto
desenvolve, trabalhando para agentes promotores de desenvolvimento urbano, como companhias
privadas e agentes públicos de promoção habitacional, o desenho de novas urbanizações. O
desenho urbano inclui a concepção geral do parcelamento, pelo desenho do sistema viário e
pela definição de áreas verdes, de lotes para uso público e privado.
O Urbanista, em conjunto com outros profissionais, irá definir a concepção geral dos
sistemas de infraestrutura urbana, incluindo sistemas de captação, tratamento e distribuição
de água; coleta, tratamento e destinação de esgotos; sistemas de macro e microdrenagem;
terraplanagem, pavimentação e contenção de encostas, sistemas de energia e comunicação.
O Urbanista também irá fazer a coordenação e a compatibilização de cada um desses projetos
específicos, desenvolvidos por especialistas em cada área. Essa atividade pode até mesmo se
estender ao desenho de toda uma cidade, não apenas às suas áreas de expansão. Deverão ser
considerados na definição desse desenho fatores ambientais, econômicos, legais e estéticos,
além da integração com a cidade e o território do entorno.
Outra dimensão do Desenho urbano é de uma atividade que visa à transformação das formas
urbanas existentes e seus espaços, ao trabalhar a aparência, a disposição das construções e
as funcionalidades das cidades. Dessa forma, funciona como um instrumento para reduzir os
impactos negativos que a urbanização desequilibrada provoca no meio ambiente e possui papel
estratégico nos projetos de integração regional (PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS, s.d.).
O Arquiteto e Urbanista pode desenvolver projetos de recuperação ou de renovação urbana,
qualificação, transformação e adequação de espaços públicos, espaços de lazer, recreação
e cultura. Nesse campo, irá atuar em empresas privadas prestadoras de serviço para órgãos
públicos ou diretamente nestes. Também nesse caso, os projetos são complementados por
projetos específicos de infraestruturas, equipamentos ou mobiliários urbanos.
O Planejamento urbano é exercido por órgãos públicos que frequentemente contratam assessorias
de escritórios privados para o desenvolvimento de trabalhos. Nesse campo, vem crescendo a
participação de entidades de terceiro setor, que formulam propostas e mobilizam a sociedade
para reivindicar melhorias na qualidade de vida, além de prestarem assessoria a governos.
O especialista em conforto ambiental irá aplicar metodologias para avaliar e projetar dispositivos
que adéquem as edificações em relação ao conforto térmico, acústico e luminotécnico. São
considerados fatores ligados à orientação solar e aos ventos: forma arquitetônica, arranjos
espaciais, zoneamento dos usos internos do edifício e geometria dos espaços internos;
características, condicionantes ambientais (vegetação, corpos d’água, ruído etc.) e tratamento
15
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
do entorno imediato, assim como materiais da estrutura, das vedações internas e externas,
considerando desempenho térmico e cores; tratamento das fachadas e coberturas, de acordo com
a necessidade de proteção solar; áreas envidraçadas e de abertura, considerando a proporção
quanto à área de envoltória, o posicionamento na fachada e o tipo do fechamento, seja ele
vazado, transparente ou translúcido; detalhamento das proteções solares, considerando tipo e
dimensionamento, e detalhamento das esquadrias.
Em todas as profissões que são exercidas a partir de uma formação universitária abre-se o caminho da
atuação profissional em Pesquisa e Docência. Em geral, esse caminho é seguido quando o profissional
opta por dar continuidade ao seu processo de formação na pós-graduação, seguindo o caminho
dos cursos stricto sensu, que são os cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado oferecidos por
universidades e reconhecidos pelo Ministério da Educação, ou lato sensu, que são os cursos de menor
duração, oferecidos livremente por diversas instituições.
No caso do caminho acadêmico stricto sensu, surge conjuntamente a atividade de pesquisa. O Arquiteto
e Urbanista desenvolve, individualmente ou em grupos de pesquisa, a produção e a sistematização de
conhecimento a partir de sua prática profissional ou exclusivamente focado na pesquisa, que pode se
dar em qualquer campo de atuação, como os citados neste Capítulo, ou outros.
Particularmente no caso de Arquitetura, em que o objeto de estudo é o próprio fazer dos projetos, é
muito rica a relação entre prática e pesquisa. O professor Valter Caldana afirma que
17
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
São diversos os tipos de demanda: a justiça pode nomear peritos para avaliação do valor
de imóveis em disputas judiciais, assim como as partes envolvidas podem demandar perícias
próprias. Também pode haver perícias judiciais para avaliar situações de segurança em sinistro,
como desabamentos, incêndios. Também instituições financeiras utilizam esse tipo de serviço
quando imóveis são dados em garantia de créditos e, por fim, companhias seguradoras, para
efeito de estabelecimento de valores de cobertura e de condições de imóveis segurados.
Não. Para quem demanda um serviço, bom profissional será aquele que atendê-lo
adequadamente, seja qual for sua necessidade, desde a mais simples à mais complexa.
O que existe são profissionais com diferentes características e interesses pessoais, que
irão gostar e valorizar mais uma área do que outra. Todo campo é promissor: o sucesso
é decorrência de executar corretamente seu trabalho e de ir além das expectativas de
quem contratou. Isso ocorre com quem realiza aquilo com o que se identifica e tem
facilidade.
Ao mesmo tempo que essa é uma perspectiva positiva em termos de ganhos de conhecimento
e possibilidade de obtenção de bons resultados nos trabalhos, exige do profissional outras
capacidades, além do seu próprio objeto de formação, uma vez que a interdisciplinaridade não é
apenas uma divisão do trabalho, em que cada especialista executa sua parte, mas sim o alcance
de novas concepções baseadas na soma de conhecimentos, que resultam em algo inédito, em
concretos avanços.
O profissional que atua interdisciplinarmente tem que ser capaz de compreender e assimilar
as contribuições de seus pares e aplicá-las a seu campo de conhecimento. Precisa às vezes
avaliar e criticar as contribuições de outros campos. Esse exercício requer capacidade de
negociação, assimilação e administração de conflitos. Os Arquitetos, por sua formação ampla,
têm frequentemente destaque nessas equipes, exercendo por vezes a liderança e a coordenação
delas.
19
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
Em uma sociedade desigual como a nossa, nem todos têm acesso ao Ensino Superior. Há
grandes avanços nesse sentido, mas a realidade ainda é difícil. Apenas 16% dos trabalhadores
brasileiros têm Ensino Superior completo. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Domicílios
(Pnad) divulgados pelo IBGE, nos três últimos meses de 2014, três em cada 10 pessoas da força
de trabalho brasileira não tinham sequer concluído o Ensino Fundamental.
Ao completar um curso universitário, você estará contribuindo para melhorar essa estatística,
mas ainda assim será parte de uma elite do país. Os profissionais que fazem parte desse grupo
têm um grande compromisso com o futuro, serão os responsáveis por liderar um processo de
mudanças que traga a melhoria da qualidade de vida e bem-estar de todos, pois essa conquista
ocorrerá quando pudermos viver em uma sociedade equilibrada, com oportunidades e justiça
social para todos.
Esse compromisso se amplia ainda mais quando o objeto do trabalho do Arquiteto e Urbanista
envolve diretamente o interesse público. As cidades, a moradia popular, o urbanismo, a paisagem
e a qualidade de vida nas cidades são elementos de atuação direta deste profissional, que
precisa estar engajado, como detentor de conhecimentos e como cidadão, na tarefa de construir
um futuro melhor.
1.4.1 Responsabilidade social, ambiental e legal no exercício profissional
A noção de papel social de que tratamos se complementa por duas discussões igualmente
importantes. Nesta seção trataremos da responsabilidade social, ambiental e legal no exercício
das profissões e teremos como baliza a Carta de Princípios do Instituto Ethos. No próximo, que
encerra este Capítulo, trataremos desse conceito de maneira mais específica para a Arquitetura e
Urbanismo, com a baliza do Código de Ética do Conselho de Arquitetura e Urbanismo.
Suponha que você esteja projetando uma residência unifamiliar em um pequeno lote urbano.
Você nota que no quintal da casa vizinha há uma área de lazer e uma piscina infantil. Ao
posicionar sua edificação no terreno, você irá se preocupar com a distribuição dos ambientes,
com o programa de necessidades que seu cliente lhe solicitou e com a insolação da casa que
está projetando. Você verificará se essa construção vai sombrear a piscina da casa vizinha? Você
vai examinar alternativas para implantação? Qual delas atende à sua necessidade e minimiza
esse impacto? Você é profissional, precisa atender o cliente, mas está construindo a cidade. Você
será reconhecido no mercado não apenas pelo resultado imediato de um projeto, mas também
pela contribuição que dá à sociedade. Você faz parte dessa ampla comunidade e também sofre
os impactos dos trabalhos de terceiros. Não estamos sozinhos.
<http://www3.ethos.org.br>.
<http://caubr.org.br>.
21
Síntese
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
Síntese
Neste Capítulo você construiu entendimentos iniciais de aspectos da carreira em Arquitetura e
Urbanismo, cujos elementos podem fortalecer suas reflexões sobre o futuro exercício da profissão.
Tratamos inicialmente do regime de trabalho em relação às características atuais do mercado,
mostrando as possibilidades de trabalho como consultor, colaborador ou empreendedor, e
lembramo-nos das opções de trabalho na iniciativa pública, privada ou no terceiro setor.
COSTA, Lúcio. Considerações sobre arte contemporânea (1940). In: COSTA, Lúcio. Registro de
uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995.
FREDERIK, Mathew. 101 things I learned in Architeture School. Cambridge: MIT Press Books,
2004.
23
Legislação Profissional e Trabalhista Conteudo
Referências Bibliográficas
VERONEZZI, Felipe Veronezzi. O que é carreira em Y?, [s.d.]. Disponível em: <http://www.
guiadacarreira.com.br/carreira/o-que-e-carreira-em-y/>. Acesso em: 2 dez. 2015.