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Ipema Ribeiro
Tamara Tetto
PROJETO EDUCACIONAL
CURITIBA
2017
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ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL EXPOENTE.
Autoras:
Ipema Ribeiro
Tamara Tetto
PROJETO EDUCACIONAL
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Professoras
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Supervisão da Unidade
Curitiba
2017
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“Nesta vida,
pode-se aprender três coisas de uma criança:
estar sempre alegre,
nunca ficar inativo
e chorar com força por tudo o que se quer.”
Paulo Leminski
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1 TÍTULO
2. OBJETIVO GERAL
Trabalhar com o gênero textual poesias, visando o letramento literário e a construção do sentido, bem como aprimorar o
uso da poesia em sala de aula, através do livro de Paulo Leminski, reconhecendo e fazendo uso de recursos da linguagem
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz da ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento.
Ser consciente que ao saber falar e ouvir, está respeitando o outro, a liberdade de pensamento e a identidade.
4. INTRODUÇÃO
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa destacam que a literatura, como produção humana,
está intrinsecamente ligada à vida social. O entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações históricas,
portanto, não pode ser apreensível somente ter em sua constituição, mas em suas relações dialógicas com outros textos e sua
articulação com outros campos: o contexto de produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a história, a economia, entre
outros. Uma definição de literatura não é nada simples, por se tratar de arte feita de palavras, e os sentidos que têm a palavra
literária são tantos quantos são os sentidos e os silêncios da vida. Mesmo sendo uma das tantas definições que existem,
acreditada a Cândido (1995) atende aos objetivos dessa discussão:
Chamarei de literatura, de maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático, em
todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos folclore, lenda, até as formas
mais complexas e difíceis de produção das grandes civilizações
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Segundo Antônio Cândido (1995, p. 256),
A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade,
porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e a visão do mundo, ela nos organiza, no liberta do caos e portanto
nos humaniza.Negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade.
Esta ideia enfatiza que a escola deve permitir o espaço para leitura de texto literário, sobretudo de poesia, pela
essência na vida do educando e pelo fato dessa arte propiciar o desenvolvimento não apenas comunicativo mas também
desenvolvimento da sensibilidade estética e, sobretudo, a capacidade de se humanizar. Candido (1995) coloca que a literatura
de forma mais ampla pode ser considerada todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático, sendo encontrada desde
lendas e folclore até as formas mais difíceis de escrita.
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura
concebida no sentido amplo a que me referi parece corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser
satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. (CANDIDO, 1995, p.175)
Para o autor, a literatura tem sido importante na construção de uma sociedade, faz parte de nossa cultura e expressa
pensamentos da época, ela inclusive influencia a visão que temos do mundo. Podemos afirmar que literatura é uma grande
fonte conhecimentos, pois ela confirma e nega, propõe e denúncia, apoia e combate. Candido fala que a literatura é um direito
de todos e para que estes tenham direito a cultura é necessário uma sociedade igualitária, necessitamos determinar os
problemas sociais que são tão visíveis em nossa sociedade. Assim sendo, a cultura necessita ser valorizada em todas as classes
sociais e devemos lutar para que todas as pessoas tenham acesso a literatura e a arte.
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso aos
diferentes níveis da cultura. A distinção entre cultura popular e cultura erutida não deve servir para justificar e manter
uma separação iníqua, como se do ponto de vista cultural a sociedade fosse dividida em esferas incomunicáveis,
dando lugar a dois tipos incomunicáveis de fruidores. Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos diretos humanos,
e a fruição da arte e da literatura em todas modalidades em todos os níveis é um direito inalienável”. ( CANDIDO,
1995, p.191)
Segundo Cândido, a literatura tem função humanizadora no homem. Ele questiona duas possíveis funções da
literatura: a psicológica e a formadora. Conforme o autor, a função psicológica se apresenta pela necessidade universal de
ficção e fantasia que o homem possui. Em todas idades, etnias e classes sociais essa necessidade de ficção mostra-se
fundamental na vida do ser humano. A função formadora, contradizendo a pedagogia oficial, surge do princípio da literatura
informativa e educativa. O autor por meio de suas obras é capaz de influenciar o indivíduo de diversas maneiras, podendo fazer
com que a pessoa estabeleça valores, princípios e ideologias, ou seja, formando o homem.
Cândido coloca que embora a função formadora da literatura seja extremamente importante, ela também foi
determinante de muitos atritos entre diferentes sociedades e suas culturas, por esse motivo o caráter informativo da literatura
sempre foi pouco desejada pelos educadores. Porém, o autor sempre busca destacar a função humanizadora da literatura,
dizendo que a literatura não corrompe nem edifica, mas sim, humaniza.
Outra função da literatura trazida por Cândido função da literatura social, resultante da relação pelo o leitor entre e a
realidade e ficção. Trata-se da função formativa de conhecimento de mundo e do ser. O leitor participa de uma representação
em que procura conhecer seu mundo. Foca na interação com a obra literária, assim o leitor pode adquirir novos conhecimentos.
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5. JUSTIFICATIVA
A leitura é um tema bastante debatido, pois é elemento importante de aprendizagem, e necessita de uma grande
intervenção do professor para que de fato ela se torne possível. Dessa forma, ela não abrange somente o ato de ler, de
decodificar palavras, mas de compreender como os objetos simbólicos estão investidos de significância.
‘ Nesse sentido, espera-se que a adoção de aulas com textos literários não privilegiem somente a prática de leitura, mas
que enfoque a formação de novos leitores. Percebe-se que a leitura de textos literários é fundamental para que haja uma
transformação na escola, pois leva o leitor a estabelecer diálogo com diversos livros, contribuindo na sua formação crítica.
Segundo as Diretrizes Curriculares do Paraná (2008, p. 56), a leitura é compreendida como: “Um ato dialógico,
interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado
momento”. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos, prévios, a sua formação familiar, religiosa,
cultural, enfim, as várias vozes que o constituem.
Não é qualquer texto, em qualquer circunstância, com qualquer temática que pode ser trabalhado em sala de aula. É
necessário que seja feito um planejamento, uma seleção dos textos, levando-se em conta uma série de fatores, como a idade
dos alunos, seus interesses, suas leituras, etc. A escolha que fizemos da poesia de Paulo Leminski dialoga principalmente com
as ideias de Pinheiro (2007: 95), com relação à importância de se trabalhar com autores contemporâneos. Muitos destes
autores utilizam em seus textos temáticas com as quais os alunos estão acostumados, uma variante linguística mais próxima da
que eles usam, um jogo linguístico que lhes parece agradável. Interessante que entre os autores propostos no referido texto
está justamente Leminski, o que só reforça nossa escolha.
Segundo Fabrício Marques (2001), Paulo Leminski é um brincador, uma vez que une em seus textos dois aspectos
aparentemente antagônicos: o rigor e a ludicidade. É basicamente este autor que guiará nosso percurso de análise da obra
leminskiana, principalmente no que concerne ao caráter inventivo da linguagem do referido poeta.
Fabrício Marques (2001) afirma encontrar na poesia de Paulo Leminski dois planos, que na realidade parecem ser dois
caminhos para o mesmo destino: “paixão pela linguagem, linguagem da paixão”. Esta “linguagem da paixão”, uma linguagem
ressignificada a partir do subjetivo, dos sentimentos do eu lírico nos parece extremamente adequada para um trabalho em sala
de aula, principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental. É impossível esperar que textos portadores de temas sérios,
sisudos, escritos com uma linguagem rebuscada, extremamente formal, portadores de esquemas métricos bem arquitetados,
possam de início agradar às crianças. Não são portadores das mensagens que as encantam, não possuem a fluidez que elas
têm, não tratam de temas que elas conhecem. Talvez os adultos sim, estes se encantem e se identifiquem com os tais textos,
mas não as crianças.
Neste sentido, optamos por trabalhar com poemas de Paulo Leminski justamente por seu caráter “leve”, portando uma
linguagem em certa medida cotidiana, pela extensão dos textos (adequados a leituras sucessivas e variadas em um curto
período) pelo tom humorístico (e atraente para jovens) de grande parte de seus poemas e pelo fato de o autor quebrar alguns
paradigmas, na medida em que difere daquele conceito de poesia geralmente passado aos alunos (poesia é aquilo que tem
rima, que fala de temas românticos, etc.), além de não poder ser “encaixado” fielmente em meio aos “marginais”, já que
muitos de seus poemas transcendem os limites de tal rótulo.
A construção do conhecimento deve se dar com a mediação do educador e a participação do aluno, da família, partindo da
sua realidade e trabalhando com temas significativos para conhecer e entender o meio em que vive, buscando a aprendizagem
de fatos, conceitos, procedimentos, atitudes e valores de forma contextualizada, respeitando as diferenças de cada indivíduo.
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5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este projeto será desenvolvido sob uma abordagem qualitativa, no qual os envolvidos estarão construindo
conhecimentos, partindo de observações, discussões, análises e registros do conhecimento adquirido, visando conscientização
da importância dos vínculos na aprendizagem. Para o desenvolvimento do projeto serão desenvolvidas atividades
diversificadas, as quais serão desenvolvidas no interior do Colégio Expoente, bem como em locais exteriores.
Confeccionar uma linha do tempo desde o nascimento de Leminski até a sua morte, relacionada com a sua trajetória
de vida.
Marcar no mapa-múndi o local onde passou sua infância, idade adulta e velhice.
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6. RECURSOS
Humanos:
Professores, alunos, pais do 5º ano, funcionários do colégio e comunidade, bibliotecárias, equipe pedagógica
administrativa.
Físicos:
Sala de aula, laboratório de informática, biblioteca, sala de música, sala de artes.
Recursos materiais:
- 9 canson A3.
- 9 canson A4.
- 12 cartolinas coloridas
- 3 pistolas pequenas
7. CRONOGRAMA
Produção de haicai. X
8. AVALIAÇÃO
A avaliação se dará durante o processo de desenvolvimento das ações previstas, sendo realizadas de formas e por pessoas
diferentes:
a) Professor
Através de observações e análises, registrar os progressos e dificuldades dos alunos, com o objetivo de
- coerência na autoavaliação.
b) Aluno
Ao final do projeto o aluno deverá refletir sobre o trabalho desenvolvido a fim de analisar as
dificuldades que enfrentou e os avanços que obteve, bem como os aspectos que precisam ser melhorados num próximo
c) Pais ou responsáveis
A participação dos pais na avaliação dos resultados obtidos pelo projeto é fundamental, pois eles
poderão relatar aos professores e aos próprios alunos como observaram o envolvimento no trabalho e as mudanças nas
atitudes.
Será portanto, solicitado a cada família o registro de sua opinião através de uma carta que será de
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007.
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. 6.ed. São Paulo: Global, 2002.
LIMA, Luiz Costa. O leitor demanda (d)a literatura. In:______. A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2002, pp. 37 – 66.
MARQUES, Fabrício. Aço em flor: a poesia de Paulo Leminski. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
PINHEIRO, Hélder. Poesia na sala de aula. 3.ed. Campina Grande: Bagagem, 2007.
CÂNDIDO, Antônio. O direito à literatura. In: Vários Escritos. Duas cidades: Ouro sobre azul. São Paulo; Rio de Janeiro. 4. ed.
2004. p.169-191.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2009
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. DCEs, Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa.
Paraná, 2008.
ZILBERMAN, R. A Literatura infantil na escola. 6. ed. São Paulo: Global, 1987.
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Grupo Educacional Expoente
Eu, Ipema Marly Ribeiro, nacionalidade brasileira, cargo/profissão Professora, inscrito(a) no CPF sob nº 643 130 509 – 49,
portador da cédula de identidade n 3 265 018 – 0, e Tamara Tetto, nacionalidade brasileira, cargo/profissão Professora, inscrito
(a) no CPF sob nº 044621434900 , portador da cédula de identidade nº6316485-2, pelo presente termo, autorizamos a
publicação e utilização do projeto, atividades on-line sugestões de atividades, notícias de sala de aula e experimentos na sala
de aula com o tema de minha autoria “EXPOENTE... 30 ANOS DE VÍNCULOS COM A SOCIEDADE” a título gratuito e em caráter
irrevogável, para divulgação e publicação no Portal Educacional Escola Interativa (www.escolainterativa.com.br) do Grupo
Educacional Expoente, CNPJ n. __________________________________
Para que se produzam os efeitos de direito, assinamos o presente instrumento em 3 (três) vias.
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