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FUNDAÇÕES
UIA 1 | CONCEPÇÕES GERAIS PARA OS PROJETOS DE FUNDAÇÃO
FUNDAÇÕES | UIA 1 | 2
Este material é destinado exclusivamente aos alunos e professores do Centro Universitário IESB, contém
informações e conteúdos protegidos e cuja divulgação é proibida por lei. O uso e/ou reprodução total ou
parcial não autorizado deste conteúdo é proibido e está sujeito às penalidades cabíveis, civil e
criminalmente.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
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Olá, estudante, bem-vindo(a) à primeira Unidade de Interação e Aprendizagem (UIA). Faremos aqui um
histórico sobre as fundações, dissertando sobre os avanços e retrocessos que marcaram a evolução desse
conhecimento ao longo do tempo. Boa aula!
Começamos na Pré-História, quando se tem registros de obras, ainda que modestas, realizadas pelo ser
humano. No Período Paleolítico, sensível ao clima e para proteger-se dos animais, o ser humano
abrigava-se em cavernas rochosas e, na falta destas, em abrigos subterrâneos improvisados. Muitas vezes
esses abrigos eram escavações verticais de aproximadamente 2 metros de profundidade, podendo-se
assim verificar que já existia a noção sobre a estabilidade dos maciços onde eram realizadas estas
escavações (UFC, 2017).
Depois disso, já no Neolítico, com o controle sobre a técnica da pedra lascada e, portanto, apto a
trabalhar de forma rudimentar a madeira, o homem construía suas primeiras habitações, despertando,
assim, a noção preliminar da estabilidade das construções e da resistência dos materiais sobre os quais
estas se apoiavam. Muitas dessas habitações eram construídas à beira de lagos, ou regiões inundadas,
sobre estacas de madeira, as palafitas. Tinham também cabanas feitas de pedras, eram mais raras,
ocorrendo apenas em locais onde havia escassez de madeira, ou submetidas a fortes ventos (UFC, 2017).
1.2.!IDADE CLÁSSICA
Quando chegamos na Idade Clássica, houve um grande desenvolvimento na Fonte:
cultura ocidental promovida pelos gregos e, posteriormente, pelos romanos. http://tinyurl.com/hhn78nm
assim de fundações mais resistentes e eficientes. Merece destaque também a utilização do concreto,
tanto na execução de fundações como na construção dos arcos e domos, entre os quais se destaca o
impressionante Panteão de Roma (110-125 d.C.), Figura 1. Em Roma, a construção de fundações,
inicialmente com tijolos crus e depois cozidos, devidamente travados, e em seguida em concreto,
cresceu e culminou com fundações como a do Coliseu, uma laje de 170 m de diâmetro.
Ao contrário dos gregos que pouco escreveram sobre suas construções, o legado
romano em termos de técnicas construtivas pode ser verificado na obra do engenheiro
militar e arquiteto Marco Vitrúvio Ollio (Sec. I a.C.). A obra de Vitrúvio contém uma série
de considerações interessantes a respeito das fundações das construções romanas,
como por exemplo, dimensões, profundidades de assentamento, distribuição das cargas
transmitidas ao solo e sobre as características de resistência do mesmo. Vitrúvio foi o
precursor da técnica de compactação de terrenos fracos pela cravação de estacas e da
utilização de ensecadeiras para a execução de fundações subaquáticas, além de
reconhecer, assim com Plínio (Séc. I a.C.), a existência de atrito nas areias, principalmente
naquelas de grãos angulares.
(UFC, 2017)
primórdios da Mecânica dos Solos (fase pré-clássica). Vários foram os trabalhos sobre aterros arrimados,
pressões transmitidas por maciços de solos, superfícies de deslizamento em taludes, efeito da água sobre a
estabilidade de taludes naturais e de aterros, dentre outros.
O período clássico da Mecânica dos Solos, segundo Das (2005), se inicia em 1776 com Charles
Augustin Coulomb. Coulomb utilizou os princípios de Máximos e Mínimos de funções reais,
vistos nas disciplinas de Cálculo Diferenciais e Integral, para determinar a verdadeira posição da
superfície de deslizamento dos maciços de solo para o cálculo me muros de arrimo. Nesta
análise Coulomb empregou leis de atrito e coesão aplicáveis a corpos sólidos, o que no futuro
daria origem a uma das clássicas equações da Mecânica dos Solos, a equação de Mohr-
Coulomb, que expressa à resistência ao cisalhamento dos solos ( ) em função da coesão (c), das
pressões normais ( ) e do ângulo de atrito (tan ).
(UFC, 2017)
No século XIX, vários foram os autores que contribuíram para o progresso da Mecânica dos Solos, eles
realizaram trabalhos sobre a superfície de deslizamento de taludes naturais coesivos, e sobre a estabilidade de
escavações e aterros. Foram desenvolvidos trabalhos a respeito do estado de tensão dos solos (ativo, passivo
e de repouso), contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento de teorias empregadas no cálculo
dos empuxos de terra e da capacidade de cargas de fundações e também estudos sobre a percolação d’água
nas areias e assim definindo a permeabilidade destas através do seu coeficiente k, sendo este coeficiente um
dos parâmetros mais utilizados atualmente na engenharia geotécnica.
Harvard a partir de 1936, onde promoveu a primeira conferência da International Society of Solil
Mechanics and Foundation Engineering (ISSMFE).
1.6.!REALIDADE DO BRASIL
Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, foram fundadas as primeiras
escolas de ensino superior, além de bibliotecas, museus e jardins botânicos. A engenharia civil,
e com ela as técnicas de construções e fundações começam a serem ensinadas na Academia
Militar, vindo a se tornar um curso específico apenas em 1845. Em 1847 é criada a Escola
Politécnica do Rio de Janeiro e a Escola de Minas de Ouro Preto, em cujos programas já se
contemplavam as técnicas de fundações na disciplina Estudo dos Materiais de Construção e
sua Resistência, Tecnologia das Profissões Elementares, Arquitetura Civil. Esta disciplina daria
origem às disciplinas de Construção e Grande Estrutura, que posteriormente se transformaria
nas atuais Mecânica dos Solos e Fundações.
(UFC, 2017)
No século XIX foi grande o interesse pelos estudos geológicos no Brasil, principalmente devido aos
interesses ligados à mineração de ferro. A primeira obra de geologia no Brasil surge em 1874, publicada
em Boston por Charles Frederick Hartt e intitulada como Geologia e Geografia Física do Brasil. Neste
livro, são frequentes as citações às investigações geológicas ao longo dos traçados das estradas de ferro
construídas na época, contribuindo assim para o surgimento da Geologia de Engenharia, que só viria a
acontecer em 1907.
A grande atividade de engenharia durante o império foi à construção de estradas de ferro nas quais o
projeto e a construção das fundações de aterros e das obras de arte estavam presentes. Infelizmente
referências a tais obras aparecem muito pouco na literatura nacional.
No início do século XX, com o advento do concreto armado foram construídos os primeiros edifícios de
grande porte no Rio de Janeiro e em São Paulo, dos quais infelizmente não existem informações a
respeito de suas fundações. Informações mais precisas a respeito de fundações dos edifícios construídos
datam da década de 1930, quando os edifícios de concreto armado já se apoiavam sobre sapatas de
concreto armado ou blocos de concreto simples. As fundações profundas eram de estacas de madeira ou
pré-moldadas de concreto armado e capeadas por blocos de concreto.
Para saber ainda mais sobre o assunto da aula, não deixe de acessar os
links disponíveis a seguir.
http://tinyurl.com/y949hzkz
http://tinyurl.com/ydfj5e9k
Termina aqui nossa primeira aula desta unidade. Introduzimos conceitos importantes sobre a historia desta
disciplina e área do conhecimento. Continue os estudos desta disciplina e até breve!
Estudantes, nesta aula, depois de conhecermos um pouco da história, vamos para a prática. O assunto será a
concepção de projeto. Vamos lá?
•! Existência de subsolo.
No caso de fundações de pontes, dados sobre o regime do rio são importantes para avaliação
de possíveis erosões e escolha do método executivo. Já nas zonas urbanas, as condições dos
vizinhos constituem, frequentemente, o fator decisivo na definição da solução de fundação. E
quando fundações profundas ou escoramentos de escavações são previstos, o projetista deve
ter uma ideia da disponibilidade de equipamentos na região da obra.
Outro aspecto importante a ser levado em conta pelo projetista das fundações é a interface entre os
projetos de superestrutura e de fundações/infraestrutura. É comum que essa interface seja o nível do
topo das cintas, no caso de edifícios, e o topo de blocos de coroamento de estacas/tubulões ou de
sapatas, no caso de pontes. Ao receber as ações que decorrem da estrutura, o projetista das fundações
deve verificar se são fornecidas como valores característicos ou como valores de projeto (valores
majorados por fatores parciais de cargas, chamados de fatores de ponderação na Engenharia Estrutural)
e ainda que combinações foram utilizadas para o dimensionamento dos elementos na interface entre os
dois projetos (tipicamente os pilares).
- explosão, fogo;
No Brasil, a norma NBR 8681 (ABNT, 2003, p. 3) classifica as ações nas estruturas em:
A norma de ações e segurança nas estruturas estabelece critérios para combinações dessas ações na
verificação dos estados limites de uma estrutura (assim chamados os estados a partir dos quais a
estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades da obra): a segurança da estrutura contra o
colapso relaciona-se ao chamado “Estado Limite Último”, e a segurança dos usuários na utilização da
estrutura relaciona-se aos “Estados Limites de Serviço”.
O projetista de fundações deve avaliar cuidadosamente ainda as ações decorrentes do terreno (empuxos
de terra) e da água superficial e subterrânea (empuxos hidrostático e hidrodinâmico), bem como ações
excepcionais da fase de execução da fundação e infraestruturas (escoramentos provisórios por estroncas
ou tirantes, operação de equipamentos pesados etc.).
Nos problemas de fundações, há sempre incertezas, seja nos métodos de cálculo, seja nos valores dos
parâmetros do solo que são introduzidos nesses cálculos, seja nas cargas a suportar. Consequentemente,
há a necessidade de introdução de coeficientes de segurança (também chamados fatores de segurança)
que levem em conta essas incertezas.
Conceitualmente, a fixação desses coeficientes de segurança para os problemas geotécnicos é bem mais
difícil que no cálculo estrutural, no qual entram materiais fabricados, relativamente homogêneos e, por
isso, com propriedades mecânicas que podem ser bem determinadas. O solo que participa do
comportamento de uma fundação é, na maioria das vezes, heterogêneo, e seu conhecimento é restrito
ao revelado pelas investigações realizadas em alguns pontos do terreno e que não impedem a ocorrência
de surpresas, seja durante a execução das fundações, seja depois da construção concluída.
INFLUÊNCIAS A CONSIDERAR
Segundo Meyerhof (1970 apud VELLOSO; LOPES, 2010):
O uso de fator de segurança global é usualmente chamado de Método de Valores Admissíveis. O uso de
fatores de segurança parciais é usualmente chamado de Método de Valores de Projeto.
Para isso, a nova versão da norma NBR 6122 (ABNT, 2010) conceitua região
representativa do terreno como aquela que apresente pequena variabilidade nas
suas características geotécnicas, ou seja, que apresente perfis com as mesmas
camadas de solo (que tenham influência significativa sobre o comportamento das
estacas) e pequenas variações nas respectivas espessuras e resistências.
http://tinyurl.com/y9y8egkr
Finalizamos aqui mais uma aula. Os conceitos apreendidos aqui têm grande valia para a formação nessa
área. Continue estudando!
Nesta aula, nosso assunto será estudar as diversas alternativas de fundação. Continue os estudos desta
disciplina e boa aula!
•! Superficiais: que são conhecidas como fundações diretas, as quais transmitem as cargas da
superestrutura ao terreno pelas pressões que se distribuem sob a base da fundação. São
exemplos os blocos e as sapatas em concreto armado.
•! Profundas: neste tipo, a carga é transmitida ao terreno através da resistência de ponta de sua
base e através do atrito lateral. Exemplos desse tipo de fundação são as estacas e tubulões
3.1.1.!BLOCO
Os blocos são elementos de grande rigidez executados com concreto simples ou ciclópicos,
dimensionados de modo que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto,
sem necessidade de armadura.
Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em planta seção
quadrada ou retangular.
Não devemos confundir blocos de fundação com blocos de coroamento ou de capeamento, os quais são
construídos sobre estacas ou tubulões e armados de modo a transmitir a carga dos pilares para as estacas
ou os tubulões.
3.1.2.!SAPATAS
As sapatas são elementos de fundação executados em concreto armado, de altura reduzida em relação
às dimensões da base, que se caracterizam principalmente por trabalhar a flexão e dimensionados de
modo que as tensões de tração neles produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo
emprego da armadura.
Elas são indicadas para solos com alta capacidade de suporte e costumam ser mais econômicas que
outros tipos de fundação.
Apresento a vocês a figura a seguir para melhor compreensão das informações apresentadas.
3.1.3.!VIGA DE FUNDAÇÃO
Elemento de fundação superficial comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam situados no
mesmo alinhamento.
3.1.4.!BALDRAME
Elemento de fundação constituído por um conjunto de valas preenchidos com pedras marroadas ou
blocos cerâmicos/concretos.
Figura 5. Baldrame
Fonte: http://tinyurl.com/gr8p8lk
3.1.5.!RADIER
Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos
(por exemplo: tanques, depósitos, silos, etc.).
3.2.!FUNDAÇÕES PROFUNDAS
3.2.1.!ESTACA
Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que,
em qualquer fase de sua execução, haja descida de operário. Os materiais empregados podem ser:
madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco ou mistos.
3.2.2.!TUBULÃO
Trata-se de uma fundação profunda escavada manual ou mecanicamente, em que, pelo menos na sua
etapa final, há descida de pessoal para alargamento da base ou limpeza do fundo quando não há base.
Nesse tipo de fundação, as cargas são transmitidas essencialmente pela base a um substrato de
maior resistência.
Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático) e ter ou não base alargada. Pode ser
executado com ou sem revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto. No caso de revestimento
de aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado.
3.3.!FUNDAÇÕES MISTAS
São fundações mistas aquelas que associam fundações superficiais e profundas. Exemplos:
•! sapatas sobre estacas – associação de sapata com uma estaca (chamada de “estaca T” ou
“estapata”, dependendo se há contato entre a estaca e a sapata ou não);
•! radiers estaqueados – radiers sobre estacas (ou tubulões), que transferem parte das cargas
que recebem por tensões de contato em sua base e parte por atrito lateral e carga de ponta das estacas.
Finalizamos aqui mais uma de nossas aulas. Continue estudando para desenvolver as competências e
habilidades necessárias a essa área de atuação e do conhecimento.
Nesta aula, vamos falar da escolha alternativa de fundação. Essas noções são essenciais para o dia a dia
profissional e para o estudioso(a) da área. Continue os estudos desta disciplina e boa aula!
4.1.!CRITÉRIOS GERAIS
No Blog do Engenheiro Civil, temos que algumas características da obra podem impor certo tipo de
fundação. Esse é o caso, por exemplo, de uma obra cujo subsolo é constituído por argila mole até uma
profundidade considerável, como mostrado na parte (a) da figura a seguir, em que uma fundação em
estacas é a solução que se impõe. Quanto ao tipo de estaca, haverá, em geral, algumas opções a
examinar. Outras obras podem permitir uma variedade de soluções. Nesse caso é interessante proceder
um estudo de alternativas e fazer a escolha com base em (BLOG..., 2012):
•! menor custo;
O radier é indicado para áreas totais de fundação que ultrapassam metade da área
da construção
Devemos salientar que o custo de um tipo de fundação envolve variáveis importantes, tais como o prazo
de execução e os parâmetros técnicos que determinam ou limitam a escolha da fundação. Dessa forma,
afirmar que um tipo de fundação é mais econômico que outro depende de cada projeto.
4.2.!CONDICIONANTES ESPECIAIS
De acordo com Alonso (1983), as fundações rasas só são vantajosas quando a área ocupada pela
fundação abranger, no máximo, de 50% a 70% da área disponível. E, de uma maneira geral, esse tipo de
fundação não deve ser usada nos seguintes casos:
•! argila mole;
Vale salientar que a sapata quando suporta apenas um pilar diz-se que ela é uma
sapata isolada. Caso o pilar seja de divisa (fronteira com o terreno vizinho), a
sapata é chamada de divisa. Quando a sapata suporta dois ou mais pilares, cujos
centros, em planta, estejam alinhados, é denominada viga de fundação.
Quando a sapata é comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam
alinhados, é denominada sapata associada ou radier parcial.
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De acordo com o mesmo livro, para se obter um projeto econômico, deve ser feito o maior número possível de
sapatas isoladas. Só no caso em que a proximidade entre dois ou
mais pilares resultem na sobreposição das sapatas isoladas, deve-se
lançar mão de uma sapata associada ou de uma viga de fundação.
Em regra, o condicionamento econômico da sapata associada
está diretamente ligado à obtenção de uma viga de rigidez
econômica. Para tanto, deve-se buscar que os momentos
negativos desta viga sejam aproximadamente iguais ao
momento positivo, em módulo.
Nos casos de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde
Fonte: http://tinyurl.com/y9b3ewm4não seja possível fazer com que o centro de gravidade da
sapata coincida com o centro de carga do pilar, pode-se adotar
uma viga de equilíbrio ou viga-alavanca ligada a outro pilar, criando-se uma estrutura capaz de absorver
o momento resultante da excentricidade decorrente do fato de o pilar ficar excêntrico com a sapata.
Quando as estacas fazem parte de grupos, devem-se considerar os efeitos dessa execução sobre o solo, a
saber, seu levantamento e deslocamento lateral, e suas consequências sobre as estacas já executadas.
Alguns tipos de solos, particularmente os aterros e as areias fofas, são compactados pela cravação das
estacas e a sequência de execução dessas estacas, em um grupo, deve evitar a formação de um bloco de
solo compactado capaz de impedir a execução das demais estacas.
Já nos solos expansivos, que são aqueles que, por sua composição mineralógica, aumentam de volume
quando há um aumento do teor de umidade, não se pode deixar de levar em conta o fato de que,
quando a pressão de expansão ultrapassa a pressão
atuante, podem ocorrer deslocamentos para cima.
Outro tipo de solo importante é o solo de elevada
porosidade, não saturados, sujeitos a colapso por
encharcamento, solos colapsáveis.
Uma condição importante é a consideração de uma
escala relativa de custos da utilização de fundações
profundas. Assim, podemos, de um modo genérico,
afirmar que: a estaca pré-moldada é uma das soluções
Fonte: http://tinyurl.com/ya6c5ad7
mais econômicas; a estaca tipo hélice já foi considerada
de custo elevado, porém, devido a sua alta produtividade e ao aumento da demanda, houve uma
progressiva redução de custos ao longo dos anos; a estaca Franki é considerada mais custosa que as
estacas anteriores (pré-moldada e hélice), porém de custo inferior a estaca raiz; a estaca do tipo raiz
apresenta alto custo; o tubulão é uma solução viável quando utilizado acima do nível d’água e com
pequenas profundidades, de 4 a 6 m. Conclusão, o melhor tipo de fundação é aquela que suporta as
cargas da estrutura com segurança e se adequa aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos
técnicos e econômicos, sem afetar a integridade das construções vizinhas.
A prevenção através de projetos bem elaborados e detalhados que são acompanhados da supervisão
técnica de profissional devidamente habilitado é a principal alternativa, a fim de evitar que estes
problemas aconteçam.
Caso a prevenção não seja realizada adequadamente e seja constatado qualquer indício de problemas
durante a execução da fundação, é possível remediar a situação. Quando verificada dificuldade de
desempenho, geralmente os serviços de reparo envolvem o reforço das fundações. Já em caso de
problema relacionado à localização, a solução é a realização de novas fundações no local certo, com uma
reanálise da estrutura e da fundação quanto aos novos esforços.!
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Você terminou o estudo desta unidade. Chegou o momento de verificar sua aprendizagem.
Ficou com alguma dúvida? Retome a leitura.
Quando se sentir preparado, acesse a Verificação de Aprendizagem da unidade no menu
lateral das aulas ou na sala de aula da disciplina. Fique atento, essas questões valem nota!
Você terá uma única tentativa antes de receber o feedback das suas respostas, com
comentários das questões que você acertou e errou.
Vamos lá?!
REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122: Projeto e execução de fundações –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9061: Segurança e escavação a céu aberto –
Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1985.
HACHICH, Waldemir. Fundações: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: PINI, 2016.
GLOSSÁRIO
Cinta: Moldura que guarnece o pé e a cabeça de colunas e pedestais. Cada uma das tábuas paralelas à
cumeeira pregadas ao redor dos caibros como reforço da armação do telhado e apoio das telhas. Ou
espécie de braçadeira de cimento, ferro ou cabo de aço que serve para amarrar parede exterior.
Recalque: É o termo utilizado em arquitetura e em Engenharia Civil para designar o fenômeno que ocorre
quando uma edificação sofre um rebaixamento devido ao adensamento do solo sob sua fundação.