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2003
MARCOS ALEXANDRE POLIZELLI
COEFICIENTES DE PERDA
DE CARGA EM VÁLVULAS E ACESSÓRIOS
NO ESCOAMENTO DE FLUIDOS NÃO-
NEWTONIANOS PURAMENTE VISCOSOS E
VISCOELÁSTICOS.
COEFICIENTES DE PERDA
DE CARGA EM VÁLVULAS E ACESSÓRIOS NO
ESCOAMENTO DE FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
PURAMENTE VISCOSOS E VISCOELÁSTICOS.
COMISSÃO JULGADORA
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Leonardo da Vinci
SUMÁRIO
Nomenclatura........................................................................................................ vii
Resumo................................................................................................................01
Abstract................................................................................................................02
1. Introdução ...................................................................................................... 03
Não-Newtonianos.................................................................................. 09
válvulas e acessórios........................................................................ 32
Figura 11: Fatores de Fanning experimentais e teóricos para etileno glicol ...... 51
i
Figura 12: Ajuste dos fatores de Fanning experimentais no regime laminar
1) ....................................................................................................... 58
(44) ................................................................................................... 64
ii
Figura 22: Coeficientes de perda de carga em uma curva de 180°,
Herschel-Bulkley ........................................................................... 73
iii
Figura 28: Coeficientes de perda de carga em uma união no regime
Figura 29: Sistema de transporte de fluidos com tubulação de aço inox .......... 88
iv
ÍNDICE DE TABELAS
soluções modelo............................................................................... 34
a 9...................................................................................................... 40
9......................................................................................................... 41
a 18.................................................................................................... 43
10 a 18............................................................................................. 44
v
Tabela 11: Parâmetros reológicos do modelo Ostwald-de Waele, obtidos
19 a 27............................................................................................. 46
27..................................................................................................... 46
soluções 19 a 27............................................................................. 47
vi
NOMENCLATURA
SÍMBOLOS
G Módulo de Elasticidade
L Comprimento do Tubo, m
vii
n Índice de comportamento, adimensional
N Número de experimentos
P Pressão, Pa
r2 Coeficiente de Determinação
sd Desvio Padrão
se Erro Padrão
T Tensão Normal, Pa
W Trabalho, J.kg-1
x Valor Médio
XE Comprimento Equivalente, m
viii
xn Valor de cada Medida
z Altura, m
SÍMBOLOS GREGOS
η Viscosidade, Pa.s
λ Tempo de Relaxação, s
ρ Densidade, kg.m -3
τ Tensão de Cisalhamento, Pa
ix
RESUMO
aberta e aberta pela metade, união e curvas de 180°, 90° e 45°. Todas as
coeficientes de perda de carga foram ajustados pelo método dos dois-ks, e para
1
ABSTRACT
In this work pressure drop coefficients were obtained in different fittings and
valves in flow aqueous solution of bentonite, xanthan gum and sucrose. For the
used. The experimental data were fitting to the Ostwald-de Waele, Bingham and
Herschel-Bulkley models, for viscous fluids, and Carreau model for viscoelastic
fluids. In the studies of friction losses the following fittings and valves were used:
butterfly valve with different opening angles, plug valve totally opened and
opened half, union and bends of 180°, 90° and 45°. All of the valves and fittings
are of the sanitary type, manufactured in stainless steel. The apparatus used for
etileno glicol. The coefficients were adjusted by two-ks method, for purely viscous
fluids, and by a proposed model in this work for viscoelastic fluid. The
determination coefficients, r2, ranged from 0.964 to 0.999 and 0.636 to 0.997 for
laminar and turbulent flow of viscous fluids, respectively, and from 0.804 to 0.999
for viscoelastic fluid. The apparatus and the calculus and fitting methods shown
2
1. INTRODUÇÃO
alimentos e quando, por falta de alternativas, é utilizada para esse fim, conduz a
sistemas de bombeamento.
3
de fluidos Newtonianos em regime laminar, também são apresentados por
(1994), Steffe (1984), Telis-Romero et al. (2000) e Turian et al. (1998). Ainda
enquanto para fluidos dilatantes existe o trabalho de Griskey & Green (1971).
4
processos, permitindo a utilização mais racional de recursos materiais e
energéticos.
5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
tempo e (3) fluidos viscoelásticos. Fluidos Newtonianos são uma subclasse dos
inelásticos.
6
tixotrópicos e reopéticos são comuns em suspensões de sólidos ou agregados
nos sólidos elásticos, outra parte é dissipada, como ocorre nos fluidos
7
O modelo de Carreau (eq. 7), embora seja utilizado no ajuste
Modelo η No da Equação
Ostwald-de Waele η = K (γ& )n −1 (1)
Bingham τo (2)
η = ηB + τ ≥ τo
γ&
γ& = 0 τ ≤ τo
Herschel-Bulkley τo (3)
+ K (γ& )
n −1
η= τ ≥ τo
γ&
γ& = 0 τ ≤ τo
Ellis 1
η
[ (
= (1 η o )1 + τ τ 1 2 )
(1 n )−1
] (4)
Powell-Eyring (
η = η ∞ + (η o − η ∞ ) senh −1 λγ& λγ& ) (5)
Sutterby
[(
η = ηo senh −1 λγ& λγ& )]
α (6)
Carreau ηo − η∞ (7)
η = η∞ +
[1 + (λγ& ) ]
2 p
8
O tempo de relaxação do fluido, λ, é definido como a razão
acordo com a equação (8). Segundo Steffe (1996), apesar de ser difícil
admitido como o tempo necessário para que uma molécula assuma um novo
µ
λ= (8)
G
T = Gγ (9)
τ = µ&γ (10)
número de Deborah, De, (eq. 11), introduzido por Reiner (Steffe, 1996). Este
9
também definido como a relação do tempo característico do material, com o
t material
De = (11)
t flow
O tempo característico do fluido pode ser tomado como o
λv
De = (12)
R
We = λκ (13)
10
então as moléculas encontram-se mais ou menos na sua configuração de
de Tubulações.
escrito como:
v 22 − v 12 P2 − P1
α + g( z 2 − z 1 ) + + W + ∑F = 0 (14)
ρ
11
volume de controle. As perdas pelo atrito incluem as perdas na tubulação,
2f v 2 L kf v 2
∑ F= ∑ D
+ ∑ 2
(15)
que não existe trabalho de eixo no volume considerado. Dessa forma, a equação
P1 − P2 L 2 v2
= 2f v + k f (16)
ρ D 2
equação (17):
2 P1 − P2 2fL v 2
kf = 2 − (17)
v ρ D
parâmetro.
12
2.4.2. Fatores de Atrito em Tubos
Ostwald-de Waele é uma boa aproximação para a maioria dos fluidos não-
0=−
dP 1 d
+ (rτ rz ) (18)
dz r dr
∆P 1n n
(1+n )n (1+n )
v = R − r n
(19)
2KL 1 + n
1960)
∆PD
ff = 2
(20)
2ρ v L
13
onde a velocidade média v é obtida da integração do perfil de velocidade.
16 16
ff = = (21)
D (v ) ρ 4n
2 −n n
Re g
n
8 K 3n + 1
n −1
v =
ηB 4L
(
1 ∆P 2
)
R − r 2 − τ o (R − r ) (22)
onde ro é o limite entre a região mais próxima à parede do tubo e a região central
onde o fluido se move como um pistão (Bird et al., 1960), dado por:
( L)
r0 = 2τ o ∆P (23)
14
∆P 2 ⋅ τo
2
2 ⋅ τ o
1
vp = R −
2
− τ o R − (24)
ηB 4L ∆P L ∆P L
16 1
f = (25)
Dvρ 1 − 4 ξ 0 3 + ξ 0 4 3
onde
4Lτ 0
ξ0 = (26)
D∆P
(25), ξ 0
4
3 , por se tratar de um termo pequeno quando comparado aos outros,
16
f= (27)
Re GA
Dv ρ
ReGA = (28)
τ D
ηB 1 + 0
6ηB v
Fanning
1 ff He He 4
= − + (29)
Re B 16 6 Re 2B 3f f3 Re 8B
dados por:
15
D 2 ρτ o
He = (30)
ηB2
D ρv
Re B = (31)
ηB
1+ n 1+n
2Ln ∆ PR n ∆ Pr n
v= − τo − − τo (32)
∆PK n (1 + n) 2L 2L
1
e quando 0 < r < r0 o fluido move-se com velocidade uniforme dada por:
1+n
∆P
2L (R − ro )
2Ln n
vp = (33)
(1 + n )
1
∆PK n
seguinte equação:
16 16
ff = 2 −n
= (34)
8ρ v Dn ϕ Re HB
n
3n + 1
2
n
K
n
n
3n + 1 3n + 1 2
ϕ = (1 − ξ o ) (1 − ξ o ) + 2 2n + 1 ξ o (1 − ξ o ) + n + 1 ξ o
n +1 2
(35)
16
2.4.2.1.4. Fluidos Viscoelásticos
fator de atrito pode ser determinado através de equações para fluidos puramente
laminar (Hartnett & Kostic, 1989; Cho & Hartnett, 1982; Govier & Aziz, 1972).
1
(
= 4,0 log Re f f - 0,4 ) (36)
ff
simples por estar com f explícito, foi proposta por Drew (Govier & Aziz 1972).
Ostwald-de Waele na região turbulenta foi obtido por Dodge & Metzner (1959),
puramente viscosos:
1
f
=
n
4
0, 75
(
log Re g f f
(1− n 2 )
) − n0,4
1, 2
(38)
17
2.4.2.2.3. Fluidos Viscoplásticos - Modelo de Bingham
ser representado pela seguinte expressão empírica obtida por Darby & Melson
10a
f= 0,193
(39)
ReB
onde
[ (
a = −1,47 1 + 0,146 exp − 2,9 ⋅ 10 −5 He )] (40)
1,97 1 + 3n 1−(n 2 )
n
ln(1 − ξ o ) +
1 2,75 1,97
= 0,45 − + ln Re g ff (41)
n n n 4 n
ff
18
dos fluidos puramente viscosos. Assim tais fluidos são conhecidos como
carga para uma vazão constante, de forma que o fator de atrito de tais soluções
fator de atrito turbulento em uma grande faixa dos números de Reynolds. Isto se
concentração de saturação não tem mais efeito sobre a relação do fator de atrito
1
ff
( )
= 19,0 log 10 Re a f f − 32,4 (42)
onde
D ρv
Re a = (43)
η
Deborah (Cho & Hartnett, 1982). Pode-se, portanto, afirmar que o aumento do
19
Reynolds. Isso ocorre até um certo limite, (i.e. concentração), que podemos
chamar de Deborah crítico, a partir do qual não ocorrem mais mudanças no fator
Blasius (eq. 44, para fluidos Newtonianos) e a assíntota de Virk (Figura 1).
Figura 1: Dados de Usui et al. (1998) para o fator de atrito de Fanning em tubos
com soluções surfactantes.
Dρv
com Re = .
η
dos fluidos são apresentadas na literatura. Darby & Pivsa-Art 1991, apud Darby,
20
2001 observaram que, para tubos lisos, o fator de atrito para fluidos poliméricos
fs
fp = (45)
1 + De2
newtonianos, De = 0).
0,0163 Nζ Re 0s,338 (µ s ηo )
0, 5
De = (46)
[1 Re s
0 ,75
+ 0,00476 N2ζ (µ s ηo ) ]
0,75 0, 318
com
N ζ = 1 + N 2λ [( )p
−1 ]
0,5
(47)
8 vλ
Nλ = (48)
D
viscoelástico, Darby & Pivsa-Art (1991, apud Darby, 2001) desenvolveram uma
seguir:
21
ka
8µ Re, s
De = k b s 2 0,34
Re s (49)
D ρ
fN e −dWe (1 + bWe)
f= (50)
Re caTP
experimentais.
22
2.4.3. Comprimentos de Entrada para Fluidos Não-Newtonianos
através da equação:
n
XE
( ) 3n + 1
= (− 0,125n + 0,175) 8 n−1 (51)
D Re g 4n
XE τ
= 0,0476 exp − 5,125 o (52)
D Re B τp
Yoo (1974, apud Cho & Hartnett, 1982) em trabalho realizado com fluidos
puramente viscosos:
XE
≥ 40 (53)
D
XE
≥ 80 (54)
D
23
2.5. Correlações para Coeficientes de Perda de Carga em Acessório
relação potencial sugerida pela primeira vez por Kittredge & Rowley (1957), para
fluidos Newtonianos:
k f = A (Re)
B
(55)
equação:
k f = k 1 Re + k ∞ (1 + 1 D) (56)
do desvio padrão (sd) e erro padrão (se) utilizou-se as equações (57) e (58)
respectivamente
∑ x n − x
−
sd = (57)
(n − 1)
sd
se = (58)
n
24
−
onde xn é o valor de cada medida, x o valor médio, e N o número de medidas.
((τ e − τp ) τ e )2
RMS = 100 ∑ N
(59)
experimentais.
25
3. OBJETIVOS
compará-los com os valores estimados pelas equações (21) e (38) para fluidos
pseudoplásticos sem τo; equações (27), (29) e (39) para fluidos Binghamianos,
equações (34) e (41) para fluidos pseudoplásticos com τo e equações (42), (44) e
perda de carga.
soluções modelo.
26
4. MATERIAIS E MÉTODOS
goma xantana de grau alimentar (Star & Art), sacarose e bentonita, em água
pseudoplástico sem tensão inicial de escoamento, pois é conhecido que este tipo
27
tensão inicial de escoamento ao fluido, e sacarose diluída em água tem
1
dp = (60)
xi
∑i d
pi
com
(d pi + d pi−1 )
d pi = (61)
2
28
Tabela 1: Concentração mássica de goma xantana, bentonita e sacarose das
soluções modelo.
Concentração %
Experiência
Água Xantana Bentonita Sacarose
1 89,95 0,05 0,00 10,00
2 79,95 0,05 0,00 20,00
3 69,95 0,05 0,00 30,00
4 89,85 0,15 0,00 10,00
5 79,85 0,15 0,00 20,00
6 69,85 0,15 0,00 30,00
7 89,75 0,25 0,00 10,00
8 79,75 0,25 0,00 20,00
9 69,75 0,25 0,00 30,00
10 84,00 0,00 6,00 10,00
11 74,00 0,00 6,00 20,00
12 64,00 0,00 6,00 30,00
13 82,00 0,00 8,00 10,00
14 72,00 0,00 8,00 20,00
15 62,00 0,00 8,00 30,00
16 80,00 0,00 10,00 10,00
17 70,00 0,00 10,00 20,00
18 60,00 0,00 10,00 30,00
19 63,70 0,30 6,00 30,00
20 63,35 0,65 6,00 30,00
21 63,00 1,00 6,00 30,00
22 61,70 0,30 8,00 30,00
23 61,35 0,65 8,00 30,00
24 61,00 1,00 8,00 30,00
25 59,70 0,30 10,00 30,00
26 59,35 0,65 10,00 30,00
27 59,00 1,00 10,00 30,00
28 99,90 0,10 0,00 0,00
4.2. Reologia
29
constante durante as medidas (neste trabalho a temperatura foi fixada em 32
cisalhamento (τ) foram obtidas pela multiplicação das leituras do torque por uma
Krieger & Elrod (1953). Os dados experimentais foram ajustados aos modelos
temperatura de trabalho.
e 70 °C e –22, 0 e 20 °C respectivamente.
referentes ao centro, de 0°, 10°, 20°, 40° e 60°; válvula macho totalmente aberta
e aberta pela metade; união expansão; curvas de 180°; 90° e 45°. Todas as
30
4.4. Experimentos de Perda de Carga
100 litros (A). As tubulações foram de aço inox AISI 304 tinham três diferentes
marca KSB modelo Triglav (B). As vazões foram reguladas por uma válvula
medem uma faixa de pressão de 0,209 kPa até 4,352 kPa, fabricados pela
ligados à parede dos tubos de aço inox, para medir a pressão estática. Os sinais
HP-PC com um programa escrito em IBASIC que faz a aquisição dos dados de
mostrada na Figura 3.
etileno glicol que foi bombeado pelo sistema em 31 condições diferentes para o
variação da pressão de uma seção reta de 0,80 m da tubulação foi medida, após
31
0,30 m 2,20 m 0,30
0,30mm G 0,30
0,30 mm
F
0,30 m
0,30 m 0,80 m 2,50 m
0,30 m D
2,50 m
E
E A
D
C
0,30 m
0,30 m
2.5 m2,50 m B
2,50
modelo através de cada acessório e de uma seção de tubulação reta, após ter
32
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
apresentados na Tabela 2.
34
Tabela 3: Massa específica e concentrações mássicas de água, xantana e
sacarose das soluções modelo.
Concentração % Massa
Específica
Experiência Água Xantana Bentonita Sacarose
(kg/m 3)
1 89,95 0,05 0,00 10,00 1047,1
2 79,95 0,05 0,00 20,00 1035,1
3 69,95 0,05 0,00 30,00 1028,2
4 89,85 0,15 0,00 10,00 1042,1
5 79,85 0,15 0,00 20,00 1035,0
6 69,85 0,15 0,00 30,00 1028,1
7 89,75 0,25 0,00 10,00 1042,1
8 79,75 0,25 0,00 20,00 1034,9
9 69,75 0,25 0,00 30,00 1028,0
10 84,00 0,00 6,00 10,00 1037,9
11 74,00 0,00 6,00 20,00 1030,8
12 64,00 0,00 6,00 30,00 1023,9
13 82,00 0,00 8,00 10,00 1042,3
14 72,00 0,00 8,00 20,00 1028,9
15 62,00 0,00 8,00 30,00 1022,4
16 80,00 0,00 10,00 10,00 1035,1
17 70,00 0,00 10,00 20,00 1027,9
18 60,00 0,00 10,00 30,00 1021,0
19 63,70 0,30 6,00 30,00 1023,7
20 63,35 0,65 6,00 30,00 1023,4
21 63,00 1,00 6,00 30,00 1024,1
22 61,70 0,30 8,00 30,00 1022,2
23 61,35 0,65 8,00 30,00 1022,0
24 61,00 1,00 8,00 30,00 1026,1
25 59,70 0,30 10,00 30,00 1020,8
26 59,35 0,65 10,00 30,00 1020,5
27 59,00 1,00 10,00 30,00 1022,9
28 99,90 0,10 0,00 0,00 1002,1
35
5.2. Reologia
neste trabalho e os dados publicados em Perry & Chilton (1986), para etileno
também na Tabela 4.
dados de Perry & Chilton (1986), mostrados na Tabela 4, foi construída a curva
36
60
50
40
µ Perry & Chilton
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60
µ experimental
37
Clorobenzeno
(C6H5Cl) 20°C
Frequência 10
0
0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00
Viscosidade (mPa.s)
concentrações de água (XW ), goma xantana (XX), bentonita (XB) e sacarose (XS)
dentro do intervalo de taxa típico para fluxo no interior de tubos (Steffe, 1996).
38
Todos os reogramas (gráficos de tensão de cisalhamento por taxa de
ressaltando ainda que os valores negativos não têm significado físico. De acordo
39
mostrou uma dependência de K e n em relação a composição da solução. O
6.
K N RMS r2
Experiência (Pa ⋅ s )
n
(-) %
40
Tabela 6: Parâmetros reológicos do modelo de Bingham, obtidos dos ajustes
dos dados experimentais referentes às soluções 1 a 9.
τo ηB
Experiência
(Pa ) (Pa ⋅ s) RMS r2
%
τo K n RMS r2
Experiência
(Pa ) (
Pa ⋅ s n ) (-) %
41
4.0
3.5
3.0
2.5
τ (Pa.s)
2.0
__
1.5 Modelo de Ostwald-de Walle
o Dados Experimentais
1.0
0.5
0.0
0 100 200 300 400 500 600
-1
γ (s )
deformação, das soluções 10 a 18 que não contém goma xantana (Tabela 1), se
ao modelo de Ostwald-de Waele, como pode ser observado através dos valores
42
estes fluidos. De acordo com essas considerações, o comportamento dessas
linear nas duas propriedades reológicas (σ0 e ηB). Um reograma, para o modelo
7.
K n RMS r2
Experiência (Pa ⋅ s n ) (-) %
43
Tabela 9: Parâmetros reológicos do modelo de Bingham, obtidos dos ajustes
dos dados experimentais referentes às soluções 10 a 18.
τo ηB
Experiência
(Pa ) (Pa ⋅ s) RMS r2
(%)
τo K n RMS r2
Experiência
(Pa ) (
Pa ⋅ s n ) (-) (%)
44
7
4
τ ( Pa )
__
Modelo de Bingham
3 o Dados Experimentais
0
0 100 200 300 400 500
-1
γ (s )
45
de goma xantana e bentonita causa um aumento quadrático em ambos, K e σ0.
K n RMS r2
Experiência (Pa ⋅ s n ) (-) (%)
τo ηB
Experiência
(Pa ) (Pa ⋅ s) RMS r2
(%)
46
Tabela 13: Parâmetros reológicos para o modelo de Herschel-Bulkley, obtidos
dos ajustes dos dados experimentais referentes às soluções 19 a
27.
τo K n RMS r2
Experiência
(Pa ) (
Pa ⋅ s n ) (-) %
25
20
15
τ ( Pa )
__
Modelo de Herschel-Bulkley
o Dados Experimentais
10
0
0 200 400 600 800
-1
γ (s )
47
5.2.2.2. Fluidos Viscoelásticos
ηo − η ∞
η = η∞ +
[1 + (λγ& ) ]
(7)
2 p
0.0012
0.0010
Modelo de Carreau
0.0006
0.0004
0.0002
0 100 200 300 400 500
-1
γ (s )
48
Esse ajuste apresentou um coeficiente de determinação de
0,999, indicando que o modelo estrutural de Carreau pode ser usado para
Figura 10.
0.094
0.092
0.090
0.088
De/Re,s 0,34
0.086
0.084
0.082
0.080
0.078
0.076
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
Re,s
49
Darby (2001) apresenta resultados conseguidos por
desvios padrões. Estes ajustes resultaram nas equações (62) e (63) para os
50
0.1 eq. (20)
eq. (36)
fFanning
0.01
0.001
100 1000 10000
Re
0.1
fFanning
0.01
100 1000
Re
51
fFanning
10000
Re
52
pressão de todos os experimentos de perda de carga no regime laminar deste
trabalho.
0.20
0.15
fteórico
0.10
0.05
0.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20
fexperimental
53
coeficiente de determinação deste ajuste é de 0,905 e o número de Reynolds
trabalho.
0.0080
0.0075
fteórico
0.0070
0.0065
0.0060
0.0060 0.0065 0.0070 0.0075 0.0080
fexperimental
54
Os ajustes feitos para os dois regimes de escoamento
escoamento faz com que haja uma oscilação caótica nas medidas de pressão
feitas na parede do tubo (pressão estática) (Bird et al., 1960). Esta oscilação
organização do escoamento neste regime. Este fato está bem ilustrado nas
Figuras 11 e 12, onde os fatores de atrito têm menor desvio no regime laminar
do que no turbulento.
embutida uma perda adicional devido a uma seção reta de tubulação. Esta perda
somente o valor real de perda de carga devido ao acessório. Para este fim os
modelo.
55
então os dados experimentais de perda de carga nos acessórios possam ser
figura fica nítida a proximidade dos valores experimentais dos encontrados nas
curva construída pela equação (21), que representa o regime laminar, e, para
56
10-1
eq. (20)
eq. (38)
fFanning
10-2
n = 0.9
n = 0.7
n = 0,6
n = 0,5
n = 0,4
n = 0.3
Reg
57
com ReB de até aproximadamente 5400, encontra-se próximos às curvas
100
He = 5,1.104 eq. (45)
eq. (55)
He = 1,2.104 Dados experimentais
He = 2,8.104
He = 3. 103
10-1
f Fanning
10-2
He = 5,1.104
He = 3. 103
Figura 17: Fatores de atrito experimentais e teóricos para soluções modelo com
comportamento viscoplástico (soluções de 10 a18, Tabela 1).
Portanto nesta faixa de 2700 < ReB < 5400 aparecem valores
de fator de atrito que alternadamente podem ser aproximados aos dois regimes
58
este número de Reynolds, ReB,é independente da tensão inicial de escoamento
calculado com os dados obtidos neste trabalho. Segundo Govier & Aziz (1972)
Além disto também pode ser observada a proximidade entre os fatores de atrito
fator de atrito com ReGA, foi encontrada na literatura, e nenhum ajuste foi
escoamento, sendo então este critério escolhido para esta caracterização e para
59
10 100 1000 10000
exp. laminar
exp. turbulento
eq. 27
0.1 0.1
fFanning
0.01 0.01
Figura 18: Fatores de atrito experimentais e teóricos versus ReGA, para soluções
modelo viscoplásticas.
60
até 2 m/s. Esta constatação pode ser explicada pela alta viscosidade aparente
deste tipo de fluido o que exige velocidades maiores que as usadas neste
menores, devido a alta perda de carga e alto consumo energético para estes
fluidos.
1 10 100 1000
1 1
fFanning
0.1 0.1
exp.
eq. (34)
0.01 0.01
1 10 100 1000
ReHB
Figura 19: Fatores de atrito experimentais e teóricos versus ReHB, para soluções
modelo pseudoplásticas com tensão inicial de escoamento
(soluções 19 a 27, Tabela 1).
61
5.3.2.4. Fluidos Viscoelásticos
escoamento deste tipo de fluido acima de 2100, limite este que garante, para
não apresentam regime de transição (Govier & Aziz, 1972). Este fato bem pode
ser observado na Figura 18, que mostra o gráfico do fator de atrito versus
regime laminar para turbulento, sem existir uma faixa de transição como no caso
fluido não alteram o perfil de escoamento neste regime (Govier & Aziz, 1972).
Res foram ajustados às equações (37) e (44), que são equações para fluidos
62
Newtonianos escoando em regime turbulento. As Figuras 20 e 21 mostram os
__
equação (37)
o Dados experimentais
fs
0.001
1000 10000
Res
63
__ equação (44)
o Dados experimentais
fs
0.001
1000 10000
Res
r2, de 0,999, o que mostra que o comportamento dos dados obtidos neste
64
que implica em um acúmulo de erros experimentais deste trabalho e embutidos
nas equações literais utilizadas, visto que estas equações são empíricas.
tubulação.
por derivações deste número dadas pelas equações 21, 27, 34, para os
três fluidos puramente viscosos foram ajustados às equações (55) e (56), sendo
indicaram o melhor ajuste da equação (56), para todos os casos. Os valores dos
dos acessórios estudados nos regimes laminar e turbulento, e, para os três tipos
para fluidos viscoelásticos não se ajustaram as equações (55) e (56). Este fato
65
pode ser explicado, visto que, essas equações relacionam kf com o número de
Deborah da solução.
k∞, da equação (56) para os três tipos de fluidos puramente viscosos envolvidos
fluidos mostram ajustes piores, indicando mais uma vez que o equipamento
66
Tabela 14: Coeficientes de perda de carga em válvulas e acessórios no regime
laminar de escoamento de fluidos pseudoplásticos sem tensão τo.
Acessório k1 k∞ RMS r2
Acessório k1 k∞ RMS r2
67
Tabela 16: Coeficientes de perda de carga em válvulas e acessórios no
regime laminar de escoamento de fluidos viscoplásticos.
Acessório k1 k∞ RMS r2
Acessório k1 k∞ RMS r2
68
Tabela 18: Coeficientes de perda de carga em válvulas e acessórios no
regime laminar de escoamento de fluidos pseudoplásticos com
tensão inicial de escoamento.
Acessório k1 k∞ RMS r2
Para suprir a ausência desses dados esse autor indica, para esse tipo fluidos, a
500 ⋅ (k f ) turbulento
kf = (68)
Re n− N
69
onde Ren-N é o número de Reynolds para o fluido não-Newtoniano e (kf )turbulento
estimativa foi alterada, com a substituição do ReB pelo ReGA, pois neste trabalho
escoamento por não haver menção feita por Steffe e tentando manter o mesmo
critério para todos os tipos de fluido, a equação (68) foi adaptada substituindo-se
70
Ostwald-de Waele, Bingham e Herschel-Bulkley, respectivamente nas Figuras 22
a 24.
Ren-N < 500. Para os fluidos que obedecem o modelo de Ostwald-de Waele
observa-se que os dados estão mais próximos quanto menor é o valor de Reg,
valor de 500, como visto na Figura 22. A aparência destes dados leva a
kf Steffe
kf experimental
10
kf
1
100 1000
Reg
71
Para o fluido Binghamiano a proximidade dos valores de kf
deste trabalho e os da equação (68) modificada pode ser extrapolada para ReGA
de até 2000, como visto na Figura 23. O fluido de Herschel-Bulkley tem os
valores de kf deste trabalho próximos aos estimados pela equação (68) para
valores de ReHB de até 1100 (Figura 24).
k f Steffe
k f experimental
1000
kf
100
10
100 1000
ReGA
72
k f Steffe
10
k f Experimental
kf
0.1
10 100 1000
ReHB
9,7%, para mais, quando usados os coeficientes calculados pela equação (68).
73
dimensionado (9,7%), quando comparado ao dimensionado com a utilização dos
por Steffe e os determinados neste trabalho é maior, como pode ser visto no
obtidos neste trabalho. Porém no regime turbulento não existe esta mesma
neste trabalho. Além disso é importante lembrar que os dados sugeridos por
espera um grande erro. Estes fatos explicam a maior discrepância entre os dois
Ressalta-se mais uma vez que para este tipo de fluido não foi
74
alteram o perfil de escoamento neste regime (Govier & Aziz, 1972). Portanto os
turbulento.
k f,s
kf = (66)
1 + De2
c 1 Re, s C2
kf = (67)
1 + De 2
parâmetros c1 e c2, para este fluido escoando em regime turbulento. Ainda nesta
75
tabela encontram-se os coeficientes de determinação e os valores das somas
dos quadrados dos resíduos dos ajustes. Estes parâmetros estatísticos mostram
que os ajustes foram piores, em relação aos conseguidos para os outros fluidos
estudados neste trabalho. Porém cabe ressaltar, que para o fluido viscoelástico
Acessório c1 c2 RMS r2
76
5.3.4. Validade dos Parâmetros de Hooper
regime turbulento.
77
30
20
Experimental
15
kf
10
0
0 5 10 15 20 25 30
kf
Hooper
1,0
0,6
kfExperimental
0,4
0,2
0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
kf
Hooper
78
20
Experimental
10
kf
0
0 5 10 15 20
kf
Hooper
3
Experimental
2
kf
0
0 1 2 3 4 5
kf
Hooper
79
5.3.5. Divulgação dos Resultados da Pesquisa
Friction Losses in Valves and Fittings for Power-Law Fluids. Brazilian Journal of
80
6. CONCLUSÕES
de fluidos viscoelásticos.
Com isso pôde-se concluir que o sistema usado nas medidas de perda de carga,
que no turbulento. Este fato foi atribuído à falta de uniformidade nas tomadas de
81
mecânica de fluidos (número de Reynolds e de Deborah). Estas correlações
não se ajustaram aos modelos da literatura. Para este tipo de fluido foi então
neste regime em relação ao turbulento. Ainda pôde ser notado que os acessórios
comparados com uma estimativa sugerida por Steffe (1996), feita a partir de
9,7 e 63,5%. Estes resultados ilustram a contribuição feita por este trabalho no
equipamentos.
82
Para os kf s dos fluidos viscoelásticos não foi encontrado
passíveis de comparação.
erro máximo observado foi de 20%, porém a maioria dos erros encontraram-se
6.2. Sugestões
maiores erros neste trabalho. Para este regime poderão ser obtidas mais
para outros acessórios e válvulas, que não foram abordados neste trabalho, no
83
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BANEERJE, T.K., DAS, M. & DAS, S.K. Non-Newtonian Liquid Flow Through
Liquids, 2nd ed. John Wiley & Sons, New York, p. 649, 1987.
CHO, Y.I. & HARTNETT, J.P. Non-Newtonian Fluids in Circular Pipe Flow.
CRANE CO. Flow of Fluids Trough Valves, Fittings and Pipe. Technical Paper No.
410 M, 21st printing. Crane Co., 300 Park Ave., New York, 1982.
DARBY, R., MUN, R. & BOGER, D. V. Predict Friction Loss in Slurry Pipes.
84
GOVIER, G.W. & AZIZ, K. The Flow of Complex Mixtures in Pipes. Van Nostrand
p. 247, 1989.
HOOPER, W.B. The Two-K Method Predicts. Chemical Engineering, v.24, p.96,
1981.
KITTREDGE, C.P. & ROWLEY, D.S. Resistance Coefficients for Laminar and
KRIEGER, I.M. & ELROD, H. Direct Determination of the Flow Curves of Non-
85
PERRY, R.H. & CHILTON, C.H. Manual de Engenharia Química. 5a ed.,
Through a Horizontal Tube. Int. J. Heat and Fluid Flow, v.18, p.559, 1997.
STEFFE, J.F. Pressure Drop Across Valves and Fittings for Pseudoplastic Fluids
1984.
TAM , K.C. & TIU, C. Steady and Dynamic Shear Properties of Aqueous Polymer
TUNG, T.T., NG, K.S. & HARTNETT, J.P. Pipe Friction Factors for Concentrated
1978.
86
TURIAN, R.M., MA, T.W., HSU, F. L. G., SUNG, M. D. J. & PLACKMANN, G.W.
fittings, valves and venturi meters. Int. J. Multiphase Flow, v.24, p.243, 1998.
87
ANEXO
Válvula
1,7 m Macho 1,1 m
0,5 m
2,8 m 2
0,67 m
3,0 m
3,0 m
0,5 m
1
Válvula
0,5 m
Borboleta 2,0 m
Bomba 45°
88
Exemplo 1:
29, com a válvula borboleta com ângulo de 10°, a válvula macho aberta pela
à 0,5°C (τo = 6,7 Pa, K = 13,8 Pa.s n, n = 0,47 e ρ = 1291,17 kg/m 3), com uma
Resolução:
v 22 − v 12 P2 − P1
α + g( z 2 − z 1 ) + + W + ∑F = 0
ρ
2f f v 2L kf v2
W = g( z 2 − z 1 ) + ∑ +∑ (69)
D 2
v = 1,37 m/s
ReHB = 95,9
89
Como o regime de escoamento é laminar, este valor foi
f = 0,16687
500 ⋅ (k f )turbulento
kf =
Re HB
Acessório kf
Sendo ∑k f = 264,43
W = 744,2 J/kg
B) Este item é resolvido da mesma maneira que o anterior até a equação (69),
de escoamento.
90
Estes valores foram conseguidos pela substituição dos parâmetros k1 e k∞, da
k f = k 1 Re HB + k ∞ (1 + 1 D )
Acessório kf
∑k f = 194,34
W = 678,4 J/kg
sendo que neste sistema o valor de ∑k f calculado pelo método de Steffe difere
91
Exemplo 2:
interno de 1,5 in, com extrato de café à 51°Brix e à 32°C (K = 0,0776 Pa.s n, n =
0,877 e ρ = 1204,92 kg/m 3), com uma vazão de 15 m3/h e com as mesmas
condições.
Resolução:
v 22 − v 12 P − P1
α
+ g( z 2 − z 1 ) + 2 + W + ∑F = 0
ρ
2f f v 2L k v2
W = g( z 2 − z 1 ) + ∑ +∑ f (68)
D 2
velocidade do escoamento:
v = 3,65 m/s
Reg = 4742,2
f = 0,00877
92
2 ⋅ 0,00877 ⋅ (3,65 ) ⋅ 35,6
2
k f v2
W = 9,81 ⋅ (6,82 − 1,0 ) + ∑ 3,81 ⋅ 10 − 2
+ ∑ 2
(69)
escoando com Reg maior que 500, sejam utilizados os dados para fluidos
Acessório kf
Sendo ∑k f = 50,7
W = 613,2 J/kg.
B) Este item é resolvido da mesma maneira que o anterior até a equação (69),
inicial de escoamento.
k f = k 1 Re g + k ∞ (1 + 1 D)
93
Acessório kf
∑k f = 210,97
W = 1680,75 J/kg.
94