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A construção do social
Área de Integração
Índice
Introdução
...............................................................................................................................
3
2
Introdução
Com
este
trabalho
pretendo
esclarecer
todos
os
conceitos
relacionados
com
o
tema
em
estudo,
que
tem
como
nome
“A
construção
social”.
3
• Teorias
da
acção:
para
alguns,
a
realidade
social
é
uma
construção
a
partir
da
ação
dos
indivíduos).
4
Por
exemplo,
para
Marx,
os
homens
fazem
a
sua
história,
mas
não
a
fazem
livremente,
sendo
um
produto
da
ação
dos
indivíduos,
e
simultaneamente
condicionada
pela
estrutura
social.
Ou
seja,
para
Marx,
o
estruturalismo
sobrepõe-‐se
à
teoria
da
acção,
em
que
os
homens
são
sujeitos
históricos,
mas
a
sua
ação
principalmente
coletiva
e
condicionada
pela
estrutura
social.
Para
Durkheim,
o
sujeito
é
um
produto
da
sociedade,
sendo
o
individuo
isolado
uma
pura
abstração.
A
sociedade
é
regida
por
leis
de
reprodução
e
transformação,
dado
considerar
que
as
mudanças
têm
uma
lógica
própria,
independentemente
das
vontades
individuais
e
do
seu
uso.
Durkheim
tem
assim,
uma
visão
histórica
independente
da
vontade
dos
indivíduos.
Em
contraposição,
outros
autores
partem
do
lugar
do
sujeito
e
da
subjetividade,
para
analisar
as
estruturas
sociais,
considerando
a
realidade
como
uma
construção
a
partir
da
ação
social
dos
indivíduos,
que
possui
significado
e
intencionalidade
–
teorias
da
ação.
Um
desses
autores
é
Weber,
que
reforça
a
importância
do
ator
social.
Segundo
ele,
é
necessário
compreender
o
significado
da
acção
para
entender
os
processos
sociais,
quer
de
reprodução,
quer
de
mudança.
Porém,
defende
que
a
compreensão
da
sociedade
e
dos
processos
sociais
requer
sempre
uma
análise
multidimensional.
5
Contudo,
a
forma
como
são
estabelecidas
as
interacções
ou
como
são
criadas
as
suas
instituições
é
determinada
pela
cultura
comum
que
partilham.
Neste
sentido,
a
cultura
e
a
sociedade
são
conceitos,
interdependentes
–
nenhuma
cultura
pode
existir
sem
sociedade,
como
também
nenhuma
sociedade
pode
existir
sem
cultura.
O
conceito
de
cultura
define
-‐
se
como
um
conjunto
de
elementos
que
caracterizam
uma
determinada
sociedade,
ou
seja,
abrange
todos
os
tipos
de
atividade
humana.
Tais
elementos,
que
se
articulam
e
se
influenciam
mutuamente,
podem
ser
espirituais,
incluindo
as
crenças,
os
valores
as
normas
e
os
costumes;
ou
materiais,
isto
é,
os
estilos
de
vida,
tais
como
a
alimentação,
o
vestuário,
habitação,
entre
outros.
Assim,
a
cultura
é
tudo
aquilo
que
é
socialmente
aprendido
e
partilhado
pelos
membros
de
uma
sociedade,
sendo
que
a
análise
dos
traços
culturais
permitam
avaliar
o
tipo
de
organização
de
uma
dada
sociedade
bem
como
o
seu
padrão
de
desenvolvimento.
Por
exemplo,
a
existência
de
desigualdades
sociais
é
um
traço
cultural
comum
a
todas
a
sociedades
ate
aos
dias
de
hoje.
6
• Escravatura;
• Castas;
• Ordens
ou
estados;
• Classes.
7
exterior
capaz
de
distinguir
o
escravo
natural
dos
outros
homens,
as
próprias
vicissitudes
da
vida
seriam
responsáveis
pela
selecção
do
homem
livre
para
o
estado
de
escravidão.
O
filósofo
comparava
a
aquisição
dos
escravos
aos
animais,
no
sentido
em
que
o
escravo
pertence
a
outro,
no
entanto
de
uma
forma
diferente
dos
animais,
na
medida
em
que
estes
últimos
não
tinham
a
capacidade
de
perceber
a
razão
e
o
comando.
Apesar
das
várias
tentativas
de
Aristóteles,
ainda
não
se
encontra
uma
definição
propriamente
satisfatória
para
definir
o
conceito
de
“escravo
por
natureza”.
As
castas
são
grupos
sociais
organizados
na
hierarquia
social
por
grau
de
pureza
religiosa,
ou
seja,
a
estrutura
e
a
hierarquia
social
justificam-‐se
pelo
sistema
religioso.
O
sistema
de
castas
mais
conhecido
é
o
da
Índia,
em
que
o
estatuto
do
indivíduo
passa
de
pai
para
filho,
ou
seja,
é
um
agrupamento
social
hereditário.
Desta
forma,
as
castas
caracterizam-‐se
pela
endogamia,
em
que
as
pessoas
só
podem
casar
com
pessoas
da
mesma
casta.
As
castas
indianas
estão
relacionadas
com
o
hinduísmo:
acredita-‐se
que
os
indivíduos
que
não
vivam
de
acordo
com
os
deveres
e
rituais
da
sua
casta
renascerão
numa
posição
inferior
na
próxima
encarnação.
Desta
forma,
ao
código
completo
de
relações
sociais,
bem
como
todo
um
modo
de
vida
é
definido
pela
pertença
a
uma
casta.
Pode
ainda
afirmar-‐se,
que
as
castas
representam
uma
sociedade
onde
os
papéis
e
funções
são
atribuídos
a
cada
um,
para
toda
a
sua
vida,
sendo
transmitida
de
geração
em
geração.
Tal
significa
que
os
membros
de
cada
casta
não
podem
descer
ou
subir
na
hierarquia
social,
ou
seja,
as
castas
são
sociedades
fechadas.
Entre
o
século
XIV
e
XVIII,
a
hierarquia
baseava-‐se
nos
princípios
da
superioridade
do
serviço
a
Deus
e
do
serviço
de
armas.
Desta
forma,
existem
três
ordens
hierarquizadas,
divididas
em
subordens
igualmente
hierarquizadas:
o
clero,
a
nobreza
e
o
3º
Estado
(povo).
Cada
uma
das
ordens
diferenciava-‐se
das
outras
por
possuir
um
código
de
leis
próprias,
que
lhes
concediam
privilégios
(no
caso
do
clero
e
da
nobreza)
e
ainda,
deveres
e
direitos
para
o
povo
(servos
mercadores
e
artesãos).
8
Deste
modo,
o
poder
económico
passa
a
estar
na
posse
de
um
novo
grupo
social,
a
burguesia,
que
diz
respeito
a
indivíduos
ligados
ao
comércio,
à
indústria
ou
à
finança.
Assim,
o
sistema
de
estratificação
transforma-‐se,
dado
que
a
determinação
social
de
um
indivíduo
passa
a
ser
determinada
pela
posse
ou
propriedade
de
recursos
económicos,
designando-‐se
agora
os
novos
estratos
sociais
por
classes
sociais.
As
classes
sociais
servem
para
designar
grupos
de
indivíduos
que
partilham
recursos
semelhantes,
podendo
9
ser
económicos,
culturais,
sociais
e/ou
simbólicos.
A
distinção
entre
as
classes
sociais
e
as
formas
anteriores
de
estratificação
é
visível
nos
seguintes
níveis:
→ A
existência
das
desigualdades
com
base
na
propriedade
dos
recursos
económicos;
→ O
sangue
e
a
hereditariedade
da
nobreza
deixavam
de
ser
as
únicas
fontes
de
legitimação
do
poder,
sendo
a
burguesia
detentora
desses
recursos.
10
Entre os séculos XVIII e XIX, as mudanças económicas e sociais são muito grandes:
→ Robert
Owen
(1771-‐1858),
um
industrial
defensor
das
ideias
de
emancipação
dos
operários
e
de
cooperação,
defendia
a
garantia
da
“harmonia
entre
a
sociedade
e
a
natureza”.
Owen
defendia,
que
o
Estado
devia
intervir
no
processo
de
produção
através
de
legislação
adequada,
e
responsabilizar
os
patrões
em
remediar
a
situação
de
miséria
dos
trabalhadores.
Defendia
ainda,
a
abolição
da
propriedade
privada
e
a
constituição
de
cooperativas
operárias.
→ Saint-‐Simon
(1760-‐1825)
defendia
que
o
Estado
deveria
ser
dirigido
por
uma
elite
esclarecida
de
sábios,
engenheiros
e
industriais,
bem
como
a
reorganização
da
economia,
a
fim
de
garantir
uma
maior
justiça
social.
→ Proudhon
(1809-‐1865)
denuncia
os
malefícios
da
propriedade
privada,
apesar
de
aceitar
as
pequenas
propriedades
individuais.
O
seu
pensamento
libertário
defendia
a
organização
voluntária
e
mutualista
dos
oprimidos
para
lutarem
pela
igualdade
e
contra
as
raízes
da
injustiça,
como
a
propriedade.
11
• A
revolução
socialista
chinesa
em
1949,
sob
a
direcção
de
Mao
Zedong
(1893-‐1976),
onde
o
modelo
com
um
forte
sentido
pragmático
sobreviveu
à
morte
do
seu
fundador
e
à
queda
do
regime
soviético.
• A
revolução
cubana,
lançada
por
Fidel
de
Castro
(1927)
e
Ernesto
Che
Guevara
(1928-‐1967),
onde
ainda
hoje
procura
manter
fidelidade
aos
princípios
do
socialismo
e
colectivismo.
Porém,
como
poderia
haver
um
único
país
a
seguir
um
sistema
diferente?
Como
poderia
a
Rússia
ser
a
ilustração
do
determinismo
histórico,
dado
o
seu
regime
capitalista
12
Deste
modo,
no
inicio
dos
anos
20
do
século
passado,
esta
experiência
teve
como
consequência
cisões
no
seio
dos
partidos
da
Associação
Internacional
dos
Trabalhadores:
Este
socialismo
reformista
marcou-‐se
pelo
modelo
soviético,
defendendo
assim
que
o
voto
democrático
e
livre
e
a
expressão
dos
movimentos
da
sociedade
permitiriam
obter
reformas
que,
anteriormente,
teriam
exigido
insurreições
sangrentas.
O
sufrágio
universal
ajudaria,
assim,
a
reforma
gradual
do
capitalismo
e
a
sua
superação.
A
decomposição
do
regime
Soviético
e
a
desintegração
do
seu
bloco
de
influência
foi
iniciado
em
1989
com
a
queda
do
Muro
de
Berlim,
o
que
levou
à
independência
dos
estados
pertencentes
à
URSS,
à
autonomização
dos
países
das
sua
esfera
da
influência
(Checoslováquia,
Polónia,
etc)
e
à
reunificação
da
Alemanha.
Hoje
em
dia
é
possível
olhar
para
o
passado
e
questionar
as
razões
que
terão
levado
às
constantes
mudanças
que
aconteceram
e
que
continuam
a
alterar
a
sociedade.
A
resposta
a
esta
questão
reside
no
processo
de
industrialização.
É
possível
notar
a
grande
diferença
entre
as
sociedades
industrializadas
e
as
sociedades
anteriores,
visto
que,
as
primeiras
concentram
a
maior
parte
da
população
nas
cidades
trabalhando
em
fábricas,
13
Outro
aspecto
onde
existiram
grandes
alterações
foi
no
sistema
político,
visto
que,
se
passou
de
uma
monarquia
absoluta
para
um
estado
democrático.
O
nacionalismo,
teoria
política
que
surge
no
século
XIX,
defende
que
cada
nação
deve
dispor
do
seu
próprio
Estado,
quer
isto
dizer
que
os
indivíduos
que
integrem
a
mesma
cultura,
e
que
reconheçam,
deverão
integrar
o
mesmo
Estado,
pois
a
sua
tradição
cultural
é
tão
valiosa
que
é
necessário
defende-‐la
através
da
criação
e
ampliação
do
próprio
Estado.
A
partir
do
século
XVII,
os
países
europeus
começaram
a
estabelecer
colónias
em
áreas
de
todo
o
mundo,
algumas
delas
até
aí
ocupadas
por
sociedades
tradicionais.
14
do
seu
desenvolvimento
industrial.
Isto
porque
as
colónias
têm
uma
dupla
função:
fornecerem
matérias
primas
para
a
industria
e
funcionavam
como
mercado
para
os
produtos
industriais.
A
colonização
contribuiu
também
para
a
divulgação
dos
modos
de
vida
ocidentais
a
todo
o
mundo.
Na
definição
do
mapa
social
do
globo,
o
colonialismo
foi
fundamental
para
dividir
as
várias
regiões:
15
⇒ A
nível
internacional
–
criação
da
ONU,
cujo
o
objectivo
é
manter
a
paz
em
todo
o
mundo
e
assegurar
o
equilíbrio
entre
os
povos
tentando
por
fim
a
hegemonia
mundial
da
Europa.
5.6.
A s descolonizações
Os
países
europeus
colonizaram
diversas
partes
do
mundo.
Algumas
colónias
tornaram-‐se
independentes
durante
o
século
XIX.
Contudo,
apenas
posteriormente
à
2ª
Guerra
Mundial
maior
parte
dessas
colónias
se
tronou
independente,
nomeadamente
na
Ásia
e
em
África,
maioritariamente,
na
sequência
de
luas
anticolonialistas
sangrentas.
Grande
parte
desses
países,
especialmente
os
africanos,
compõem
atualmente
as
sociedades
em
desenvolvimento
e
englobam
os
países
mais
pobres
do
mundo.
As
condições
de
vida
das
suas
populações
têm-‐se
corrompido,
o
que
faz
com
que
um
grande
número
de
pessoas
vivam
em
situação
de
extrema
pobreza.
A
agricultura
continua
a
principal
atividade
económica,
todavia,
as
cidades
desenvolveram-‐se
rápida
e
desordenadamente.
A
situação
destes
países
não
pode
ser
explicada
afirmando
apenas
que
eles
se
deixaram
atrasar
em
relação
às
regiões
mais
desenvolvidas
e
industrializadas.
Com
efeito,
uma
16
possível
causa
deste
atraso
será
o
facto
de
a
colonização
europeia
ter
minado
os
sistemas
económicos
tradicionais
sem
ter
implementado
um
modelo
económico
alternativo.
17
18
19
7.4. AMI
Foi
criada
com
os
mesmos
objetivos
que
os
Médicos
sem
fronteiras.
É
uma
organização
não
governamental
portuguesa
que
aglomera
médicos,
profissionais
de
saúde
e
outros
voluntários
que
aceitem
o
princípio
de
socorrer
todas
as
vítimas
de
catástrofes
naturais,
acidentes
coletivos
e
situações
de
guerra,
sem
discriminação
de
raça,
política,
religião,
filosofia
ou
posição
social.
20
Conclusão
Com
este
trabalho
concluo
que
consegui
atingir
objectivo
descrito
na
introdução,
e
aprender
mais
sobre
a
construção
social.
21