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Segundo J.N. Darby (Col. Writings, Vol. 18, Pag. 191), ninguém sabe o dia
em que Cristo nasceu. Clemente, que viveu no segundo século, se referiu às
especulações acerca da data de nascimento de Cristo como "superstição".
Orígenes, por volta do ano 245 d.C. considerava ridícula a idéia de se fixar
uma data natalícia para o Senhor, e se referia a isso como algo "pecaminoso".
No quinto século, a Igreja de Roma registrou que não existia "um
conhecimento seguro" a respeito, e a New International Encyclopedia afirma
que "é desconhecido quando isso se originou,... mas é quase certo que 25 de
dezembro não pode ser...". Segundo a American Encyclopedia, o Natal foi
celebrado pela primeira vez pela Igreja em Jerusalém no ano 440 D.C., e
também registra que "no quinto século a Igreja Ocidental (Roma) ordenou
que fosse celebrado."
A Origem do Natal
25 de dezembro era uma data "pagã, podendo ser de origem solar... A Saturnal
dos Romanos a precedia" (Nelson*'s Encyclopedia). Era ainda a data "da
antiga festa Romana em homenagem ao Sol" (celebrando o nascimento do
deus-Sol), segundo a American Encyclopedia. "A Saturnal era uma festa de
prazeres desenfreados... A data do Natal foi fixada na mesma época" (M de
Beugnot - História, Vol 2, pág 265). "A Igreja... voltando ao
paganismo... precisava ter suas festas, e acabou por dar nomes cristãos às
festas pagãs já existentes... identificando o Natal à pior das festas pagãs...
fixaram para aquela data o nascimento de Cristo. (Aquela data) representava
um dos piores princípios do paganismo -- o poder reprodutivo da natureza...
A Igreja criou as festas chamadas cristãs, para substituir as
pagãs... paganizando o Cristianismo... a fim de manter satisfeitas as
mentes carnais do povo" (J. N. Darby - Col. Writtings, Vol. 29). Agostinho
registrou que o povo estava tão determinado a ter festas que o clero se
sujeitou a isso!
Um Mundo Insensível
Quando Cristo, Deus manifestado em carne, nasceu, neste mundo "não havia
lugar" para Ele (Lc 2:7). "Era desprezado, e o mais indigno entre os
homens" (Is 53:3). "Eles bradaram: Tira, tira, crucifica-
o" (Jo 19:15). "...e o levaram para ser crucificado" (Mt 27:31). Este mundo
é culpado pelo assassinato do Filho de Deus!
O Senhor nunca nos pediu para celebrarmos anualmente o Seu nascimento (ou
Sua ressurreição, como é o caso da Páscoa, celebrada por muitos cristãos). Ele
expressou Seu desejo que celebrássemos a memória da SUA MORTE. Cada
primeiro dia da semana (At 20:7), dia da Sua ressurreição -- dia da nova
criação -- oferece a oportunidade àqueles que são novas criaturas em Cristo
para se reunirem unicamente ao Seu precioso nome (Mt 18:20), fora do arraial
(ou sistema religioso adaptado ao desejo do homem; Hb 13:13), para
anunciar "a morte do Senhor, até que venha... Fazei isto... em memória de
mim" (I Co 11:25,26).
Todavia, creio que falta ao texto a resposta para uma pergunta feita por
muitos cristãos: Como se comportar quando se tem familiares que
comemoram o Natal?
Quando olho para trás, depois de mais de 30 anos de convertido, vejo que
muitas vezes errei por meu excesso de zelo e carência de graça. Os judeus nos
tempos de Jesus eram zelosos, tão zelosos que se preocuparam em
providenciar para que o corpo de Jesus fosse tirado da cruz na sexta-feira
para não transgredir o mandamento do Sábado. Não é à toa que o Senhor
disse que os fariseus coavam o mosquito e engoliam o camelo.
Quando meus filhos eram pequenos levei a questão do Natal a ferro e fogo,
deixando até mesmo de dar presentes nessa data, mesmo quando
participávamos das reuniões familiares nas quais meus sobrinhos e outras
crianças ganhavam seus presentes. Felizmente meus filhos não ficaram com
qualquer problema em relação a isso, mesmo porque os presentes acabavam
vindo em outra data qualquer.
Hoje eu não faria assim e nem aconselharia alguém a agir com o mesmo
rigor. Ainda que não exista base bíblica para se celebrar o Natal como uma
celebração religiosa, em muitas famílias a festa já nem tem qualque
conotação religiosa, sendo apenas mais um costume cultural de reunião
familiar, como é o tradicional jantar ou almoço do dia de Ações de Graças
das famílias norte-americanas.
É importante lembrar que o cristão deve andar neste mundo como luz e sal.
Luz, para refletir a Cristo e Sua graça para conosco, e sal para mostrar que
as coisas de Deus têm um melhor sabor.