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TOLKIEN”
André Luiz Rodriguez Modesto Pereira
Aula 5: 16/09/2010
1. Personagens (geral)
Niggle Sr. Parish
Pastor de ovelhas Sra. Parish
(artistas) (pessoas normais, sociedade)
vb
1. (intr) to find fault continually
2. (intr) to be preoccupied with details; fuss
3. (tr) to irritate; worry
n
1. a slight or trivial objection or complaint
2. a slight feeling as of misgiving, uncertainty, etc.
niggler n
niggly adj
Sr. Parish
Dicionário Eletrônico Michaelis
• parish
• n.
• 1) paróquia, distrito eclesiástico;
• 2) freguesia, comuna.
• adj.
• Paroquial.
[Middle English, from Old French PARROCHE, from Late Latin PAROCHIA, diocese, alteration of PAROECIA, from
Late Greek PAROIKIA, from Greek, a sojourning, from PAROIKOS, neighboring, neighbor, sojourner: PARA-, near;
see para-1 + OIKOS, house; see WEIK-1 in Indo-European roots.]
[from Old French paroisse, from Church Latin parochia, from Late Greek paroikia, from
paroikos Christian, sojourner, from Greek: neighbour, from PARA-1 (beside + oikos house]
3. Estrutura do enredo
4. Niggle e a sociedade
• Niggle
• pintor, artista, sempre ocupado com sua obra, trabalhos inacabados: “Era do tipo de
pintor que sabe pintar folhas melhor do que árvores” – Englishness.
• Coração mole: “Gostaria de ser mais decidido!”
• Limites de sua obra: tempo, molduras. Tinha que terminar o quadro antes da viagem.
O quadro precisaria parar de crescer.
• Autocrítica:
“Um dia, Niggle parou a certa distância de seu quadro e o contemplou com atenção
e imparcialidade incomuns. Não conseguia decidir o que achava dele, e desejou ter
algum amigo que lhe dissesse o que pensar. Na verdade ele lhe parecia totalmente
insatisfatório, apesar de muito atraente, o único quadro realmente bonito no mundo.
Naquele momento o que lhe agradaria seria ver ele próprio entrar, dar-se um
tapinha nas costas e dizer (com óbvia sinceridade): “Absolutamente magnífico!
Consigo ver exatamente aonde você pretende chegar. Continue assim e não se
preocupe com mais nada! Vamos conseguir uma pensão do governo para você não
precisar se preocupar.” (p. 93)
“A Árvore, seja como for, era curiosa. Bastante singular à sua maneira. Assim como Niggle;
mas ele era também um homenzinho bem comum e um tanto tolo.”
6. Alguns espaços
• Vila, casa de Niggle e Sr. Parish
• Ambiente de tensão: Niggle x Sociedade;
• Essa tensão é mais evidente no “Epílogo” pelas declarações do Conselheiro
Tompkins;
• Opção por Niggle de viver afastado, interesses diferenciados;
• Contato com Parish: problemático, mas necessário. Niggle ajudava Parish e esse lhe
conseguia boas batatas a um preço barato.
• Galpão
• lugar de criação de Niggle; estúdio;
• construído onde ficava o canteiro de batatas; dependência de Parish;
• Niggle pintava a natureza sem estar em contato direto com ela; filtro de
subjetividade; criava árvores e flores, não copiava meramente.
• Casa de Trabalho
• Sem luz ou ventilação;
• Privação dos sentidos, embrutecimento, alienação.
• Estação Ferroviária
• lugar de passagem
• representa o desconhecido, o destino pode ser bom ou ruim;
• ponto de expectativa, nunca um ponto final.
• A Estação Ferroviária e a bicicleta são uma das poucas representações de objetos
modernos na obra tolkieniana. Ambos são mostrados sempre como um meio nunca
como um fim.
• Beirada
• Limite do conhecido e do imaginado;
• Ponto limite que os artistas devem ultrapassar.
7. Subcriação
• Entrada no quadro = entrada em um Mundo Secundário;
• Dentro desse mundo é possível visualizar mais detalhes, bem como ampliar seus limites
além das molduras. A visão de fora é sempre limitada, quando se entra na Arte, nota-se que
ela tem vida própria, modifica-se e evolui independente da vontade ou consciência do autor.
• Encontrar o infinito no finito = noção de sublime dos românticos.
• Trabalho em conjunto entre Sr. Parish e Niggle: nenhum dos dois pode agir de forma
independente. A arte de Niggle cura a perna do Sr. Parish.
• Forte contraponto com a opinião do Conselheiro Tompkins:
“ – Sem serventia nem prática nem econômica – explicou Tompkins. – Ouso dizer
que ele poderia ter sido transformado em alguma espécie de engrenagem
aproveitável se vocês, mestres de primeiras letras, conhecessem seu ofício. Mas
não conhecem, e assim terminamos com gente inútil como ele. Se eu governasse
este país, empregaria a ele e sua laia em algum serviço para o qual fossem
adequados, lavando pratos numa cozinha comunitária ou coisa parecida, e trataria
de garantir que trabalhassem direito. Ou os descartaria. Eu deveria tê-lo descartado
muito tempo atrás.
[…]
– É claro que a pintura tem utilidades – respondeu Tompkins. – Mas não havia
como usar a pintura dele. Há muitas oportunidades para rapazes arrojados que não
tem medo de novas ideias e novos métodos. Não para essas tolices antiquadas.
Devaneios privados. Ele não seria capaz de desenhar um cartaz expressivo nem
para salvar a própria vida. Sempre mexendo com folhas e flores. Uma vez
perguntei-lhe por quê. Ele disse que as achava bonitas! 'O quê, orgãos digestivos e
genitais de plantas?', eu disse a ele, mas não tive resposta. Desperdiçador tolo.”
(p.115 – 116)
• No trecho final a Primeira Voz e a Segunda Voz apresentam uma solução para a tensão em
torno da obra de Niggle: férias, repouso, ótima para convalescença; melhor apresentação às
Montanhas (introdução de novos conhecimentos, experiências).
• Recuperação, Escape e Consolo.