You are on page 1of 13

Questão 1: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018

Assunto:
Na administração pública, uma entidade criada por lei específica, com personalidade de
direito público e patrimônio próprio, que desempenha atribuições públicas típicas e tem
capacidade de autoadministração sob controle estatal é denominada
a) ente de cooperação.
b) consórcio público.
c) autarquia.
d) fundação pública.
e) empresa governamental.

A resposta é letra “C”.

Criada por lei específica! Opa. Nos termos do inc. XIX do art. 37 da CF, as autarquias,
pessoas jurídicas de Direito Público, são criadas diretamente por meio de lei específica.

São entes que integram a Administração Indireta do Estado, e desempenham atividades


exclusivas deste.

Acrescento que os consórcios também podem ter a natureza autárquica, porém, se forem
constituídos com a personalidade de Direito Público. Como o item não nos informou a
natureza do consórcio, não dá para concluir se será ou não criado por lei específica.

As empresas estatais são sempre de Direito Privado. E não são criadas por lei específica.
Essa espécie legislativa é hábil só para a autorizar a instituição. Ademais, tais empresas
não se desincumbem de atividade típica de Estado.

As fundações até podem ser de Direito Público. Mas, ainda que assim seja, as fundações
não desempenham atividades exclusivas do Estado.

E os entes de cooperação não integram a Administração Indireta. São entidades


paraestatais, como são as pessoas de Direito Privado que integram o “Sistema S”.

Questão 2: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
A respeito dos poderes administrativos, assinale a opção correta.
a) O exercício do poder disciplinar não admite delegação ou avocação de atribuições.
b) O exercício do poder disciplinar pode ser observado na imposição de multas de
trânsito.
c) O poder regulamentar é o poder de a administração pública editar leis em sentido
estrito.
d) A possibilidade de a administração pública restringir o gozo da liberdade
individual em favor do interesse da coletividade decorre do poder de polícia.
e) O poder hierárquico pode ser exercido pela União sobre uma sociedade de
economia mista da qual ela seja acionista.
A resposta é letra “D”.

O poder de polícia é a prerrogativa de que dispõe o administrador de limitar, de restringir


e de condicionar bens, direitos e atividades em prol do interesse coletivo ou da proteção
do próprio Estado. É atividade essencialmente negativa, pois o Estado deseja que você
não faça. Marcado pelos atributos da coercibilidade, discricionariedade e
autoexecutoriedade.

Os demais itens estão errados. Abaixo:

Na letra A, a decisão de recursos administrativos, a edição de atos de caráter normativo e


matéria de competência exclusiva não admitem delegação. E matéria de competência
exclusiva não admite avocação. Porém, não há proibição de o poder disciplinar ser
delegado ou mesmo avocado. Veja o exemplo da avocação procedida pelo Conselho
Nacional de Justiça, que pode inclusive acarretar a aposentação compulsória do
magistrado.

Na letra B, o poder de polícia não se confunde com o disciplinar. Este atinge os que têm
vínculo especial com a Administração. Não é o caso dos particulares multados por desvios
no trânsito. Isso decorre do poder de polícia.

Na letra C, o poder regulamentar é o que confere ao chefe do Executivo editar atos


regulamentares para dar fiel execução às leis. São atos secundários.

Na letra E, entre a Administração Direta e Indireta não há hierarquia. O que existe é


controle por vinculação. Portanto, se a União controla a Petrobras (sociedade de economia
mista), fá-lo com base no controle finalístico, supervisão ministerial e inexistência de
subordinação e hierarquia.

Questão 3: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Quanto aos convênios firmados pela administração pública, assinale a opção correta.
a) Da celebração do convênio surge uma personalidade jurídica de direito privado
distinta de seus signatários.
b) A celebração de um convênio por entidade pública deve ser precedida de
procedimento licitatório.
c) Os valores remanescentes repassados pelo órgão público podem permanecer com
o outro participante, a título de taxa de administração, por ocasião do fim do convênio.
d) Para a assinatura de convênio pela administração pública, é necessária
autorização legislativa específica.
e) Diferentemente do que ocorre nos contratos administrativos, nos convênios há
convergência de propósitos entre os signatários.

A resposta é letra “E”.

A seguir, para complementarmos o nosso aprendizado, seguem os ensinamentos de Maria


Sylvia Zanella Di Pietro sobre a distinção entre contratos e convênios:
“– os entes conveniados têm objetivos institucionais comuns e se reúnem, por
meio de convênio, para alcançá-los;

– no convênio, os partícipes objetivam a obtenção de um resultado comum, ou


seja, um estudo, um ato jurídico, um projeto, uma obra, um serviço técnico, uma
invenção etc., que serão usufruídos por todos os partícipes, o que não ocorre no
contrato;

– no convênio, verifica-se mútua colaboração, e não se cogita de preço ou


remuneração, que constitui cláusula inerente aos contratos;

– no contrato, o valor pago a título de remuneração passa a integrar o


patrimônio da entidade que o recebeu, sendo irrelevante para o repassador a
utilização que será feita do mesmo; no convênio, se o conveniado recebe
determinado valor, este fica vinculado à utilização prevista no ajuste; assim, se
um particular recebe verbas do poder público em decorrência de convênio, esse
valor não perde a natureza de dinheiro público, só podendo ser utilizado para os
fins previstos no convênio; por essa razão, a entidade está obrigada a prestar
contas de sua utilização não só ao ente repassador, como ao Tribunal de Contas;

– nos contratos, as vontades são antagônicas, se compõem, mas não se


adicionam, delas resultando uma terceira espécie (vontade contratual, resultante
e não soma) – ao passo que nos convênios as vontades se somam, atuam
paralelamente, para alcançar interesses e objetivos comuns; e

– ausência de vinculação contratual, a inadmissibilidade de cláusula de


permanência obrigatória e de sanções pela inadimplência (exceto eventuais
responsabilidades funcionais que, entretanto, são medidas que ocorrem fora da
avença)”.

Os demais itens estão errados. Abaixo:

Na letra A, temos que os convênios não adquirem personalidade jurídica. Diversamente


do que, atualmente, ocorre em relação aos consórcios públicos, estes adquirem
personalidade de direito público ou de direito privado.

Na letra B, nos termos do art. 116 da lei de licitações, aos convênios aplicam-se as regras
de licitações, no que couber. E, para a doutrina, não há modalidade de licitação para a
formação de convênios.

Na letra C, dispõe o art. 12 do Decreto 6.170:

“Art. 12. O convênio poderá ser denunciado a qualquer tempo, ficando os


partícipes responsáveis somente pelas obrigações e auferindo as vantagens do
tempo em que participaram voluntariamente do acordo, não sendo admissível
cláusula obrigatória de permanência ou sancionadora dos denunciantes.
Parágrafo único. Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do
convênio, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das
receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à
entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de trinta
dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial
do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade
titular dos recursos”.

Fica a informação de que, nos contratos de repasse, há taxa de administração fixada a


favor da Caixa Econômica Federal.

Na letra D, a entidade ou órgão repassador dará ciência à Assembleia Legislativa ou à


Câmara Municipal, conforme o caso. No entanto, é inconstitucional a exigência de
autorização legislativa prévia para a celebração de convênios.

Questão 4: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
No que se refere ao pregão, regulado pela Lei n.º 10.520/2002, assinale a opção correta.
a) A realização do pregão pode se dar em até três dias úteis a partir da publicação do
ato convocatório.
b) Para a realização do pregão, é imprescindível que seja constituída uma comissão
de licitação.
c) As disposições da Lei n.º 8.666/1993 não se aplicam ao pregão, nem mesmo de
forma subsidiária.
d) Em se tratando da modalidade pregão, avalia-se somente a habilitação do licitante
vencedor.
e) É possível a alienação de bens públicos por pregão.

A resposta é letra “D”.

No pregão, há a inversão de fases, com o julgamento precedente a etapa de habilitação.


Primeiro, promove-se o julgamento das propostas, para, só depois, avaliar-se a
documentação de habilitação, e, ainda assim, só da empresa melhor classificada, eleita
vencedora do certame.

Os demais itens estão errados. Abaixo:

a) A realização do pregão pode se dar em até três dias úteis a partir da


publicação do ato convocatório.

O prazo de publicidade do pregão é de, no mínimo, 8 dias úteis.

b) Para a realização do pregão, é imprescindível que seja constituída uma


comissão de licitação.

Não há comissão. A condução é por pregoeiro, e conta com a equipe de apoio. Essa é uma
comissão de servidores.
c) As disposições da Lei n.º 8.666/1993 não se aplicam ao pregão, nem mesmo
de forma subsidiária.

Sempre que, na lei do pregão, não houver resposta direta, socorre-se sim supletivamente
à lei de licitações.

e) É possível a alienação de bens públicos por pregão.

Não é possível o uso de pregão para locações imobiliárias, obras e alienações em geral.

Questão 5: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Determinado prefeito exarou ato administrativo autorizando o uso de bem público em
favor de um particular. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que
tange à ocupação do espaço urbano, tendo proibido a destinação de tal bem público à
atividade particular.

Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo de autorização de uso de bem


público extingue-se por
a) revogação.
b) anulação.
c) contraposição.
d) caducidade.
e) cassação.

A resposta é letra “D”.

Há formas de desfazimento volitivo e não volitivo de atos administrativos. Volitivo é


porque decorrem da vontade do administrador. Não volitivo é porque independe da
vontade do administrador.

Então, revogação, anulação e cassação são formas não volitivas? Não, decorrem da
vontade do administrador.

E a contraposição? Também, emite-se um ato com efeito contraposto do anterior,


chamada de derrubada pela doutrina.

E, das formas listadas, a única que decorre de lei é a caducidade. Vejamos.

A caducidade é reconhecida doutrinariamente como decaimento. Dá-se quando uma


norma jurídica posterior torna inviável a permanência de situações antes permitidas pelo
ordenamento.

Para entender melhor, vejamos a seguinte situação: o Poder Público Municipal concede
autorização (ato administrativo) para que alguém instale um circo, com animais, em um
terreno público. Logo em seguida, é aprovada uma lei (norma jurídica) que veda o
funcionamento de tais empreendimentos no Município. Perceba que, nesse caso, as
situações, antes admitidas pelo Direito, deixam de ser, à vista do advento de nova
legislação.

Questão 6: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Para a responsabilização do agente público por ato de improbidade administrativa,
a) é suficiente a ofensa a princípios da administração pública.
b) é possível o ajuizamento de ação judicial a qualquer tempo.
c) exige-se a ocorrência de dano ao erário.
d) exige-se a ocorrência de enriquecimento ilícito do agente público.
e) exige-se o dolo.

A resposta é letra “A”.

Há três tipologias de improbidade: enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário (dos arts. 10


e 10-A) e ferimento a princípios da Administração. Portanto, é suficiente que o agente
público fira princípios, de forma dolosa, para que incorra em improbidade administrativa.

Os demais itens estão errados. Abaixo:

b) é possível o ajuizamento de ação judicial a qualquer tempo.

Há prazos prescricionais na lei de improbidade. Por exemplo, o comissionado, assim que


deixa o cargo, pode sofrer pela ação no prazo de até 5 anos do término da função. Depois
de vencido este prazo, não há mais como se apurar sua responsabilidade, a não ser no que
diz respeito ao ressarcimento, por ser, na espécie, imprescritível.

c) exige-se a ocorrência de dano ao erário.

Como sobredito, temos três tipologias. Só em uma delas é que se exige, necessariamente,
a ocorrência de dano econômico.

d) exige-se a ocorrência de enriquecimento ilícito do agente público.

Como sobredito, pode-se responder por improbidade por ferimento a princípios ou


prejuízo ao erário.

e) exige-se o dolo.

Nem sempre se exige dolo. Veja a tipificação do prejuízo ao erário do art. 10, a qual
admite o elemento culpa.

Questão 7: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
As características das organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP)
incluem
a) não se sujeitar ao controle do tribunal de contas.
b) se constituir sob a forma de sociedade empresária.
c) adquirir personalidade jurídica de direito público.
d) não receber recursos, bens e servidores públicos.
e) operar em superávit, isto é, com balanço financeiro positivo.

O gabarito preliminar foi letra “E”. Porém, acertadamente, a banca decidiu pela anulação.

Não há qualquer previsão legal ou regulamentar que imponha que a OSCIP tenha
superávit financeiro positivo. Na verdade, o que existe é que tais entidades são destituídas
de lucro, e podem ter excedente operacional ou superávit. Podem ter!

Os demais itens também estão errados. Abaixo:

Na letra A, sujeitam-se ao controle externo promovido pelos TCs. Não há prestação de


contas ordinárias. Porém, no caso de desvio, será possível, por exemplo, o julgamento de
Tomada de Contas Especial.

Na letra B, as OSCIPs são sempre entidades privadas sem fins lucrativos. Não podem
ser sociedades comerciais ou empresariais.

Na letra C, são pessoas de Direito Privado, e sem fins lucrativos. Integram o Terceiro
Setor.

Na letra D, não há previsão para cessão de bens e de servidores. Essa previsão consta na
lei das OSs. Porém, há sim a possibilidade de receberem recursos públicos, por meio da
assinatura de termo de parceria, daí o erro do quesito.

Questão 8: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Vencedora em regular processo licitatório, determinada sociedade empresária assinou
contrato com a administração pública para a execução de determinada obra. No início dos
trabalhos, constatou-se a presença de muitas rochas, fator que dificultaria e encareceria a
fixação das fundações. Essa informação não foi indicada no projeto apresentado pela
administração pública.

Nessa situação hipotética, a presença das rochas


a) permite ao contratado rescindir o contrato.
b) permite ao contratado a revisão do contrato, em razão de sujeição imprevista.
c) é considerada caso fortuito, o que afasta a necessidade de revisão do preço
contratual.
d) é considerada força maior, o que afasta a necessidade de revisão do preço
contratual.
e) é um fato da administração, que dá ensejo à revisão do preço contratual.

A resposta é letra “B”.


As rochas surgiram antes da assinatura ou depois da assinatura? Isso é muito importante
para definirmos o instituto aplicável.

Se depois, estamos diante de possível teoria da imprevisão, fato do príncipe e fato da


administração.

Se antes, são sujeições imprevistas.

Ora, as rochas não foram colocadas lá propositadamente. Logo, são interferências


imprevistas.

As interferências ou sujeições imprevistas não se confundem com as hipóteses anteriores


da teoria da imprevisão, pois, enquanto estas surgem após a assinatura do contrato (são
supervenientes), as interferências imprevistas preexistem à assinatura, sendo reveladas
quando da execução do contrato.

Diferem do caso fortuito e força maior, pois não impedem o prosseguimento do contrato,
mas apenas o torna mais oneroso, razão pela qual acarretará a necessidade de revisão da
equação econômico-financeira.

Um bom exemplo de interferência imprevista dá-se quando, em uma obra para a


construção de um túnel, a empresa contratada defronta-se com terreno rochoso, quando,
nos estudos preliminares, o objeto da licitação apontava para a existência de terreno
arenoso. O valor estimado da obra pode mudar substancialmente, o que pode exigir a
necessidade de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro. A doutrina cita
também o encontro de um lençol freático quando da construção de um túnel e passagem
subterrânea de canalização ou dutos não revelados no projeto em execução.

Questão 9: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Com base na Lei n.º 13.019/2014, a organização da sociedade civil estará impedida de
celebrar parceria com a administração pública se
a) seu dirigente for cônjuge de pessoa condenada por ato de improbidade.
b) seu dirigente for cônjuge de membro do Ministério Público da mesma esfera
governamental em que será celebrado o termo de fomento.
c) for uma entidade estrangeira, ainda que tenha autorização para funcionar no
território nacional.
d) suas contas tiverem sido rejeitadas nos últimos cinco anos, mesmo que haja
recurso com efeito suspensivo pendente de decisão.
e) tiver realizado a prestação de contas fora do prazo em parcerias anteriores.

A resposta é letra “B”.

Dispõe o inc. III do art. 39 da Lei:


Art. 39. Ficará impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria prevista
nesta Lei a organização da sociedade civil que:

III - tenha como dirigente membro de Poder ou do Ministério Público, ou


dirigente de órgão ou entidade da administração pública da mesma esfera
governamental na qual será celebrado o termo de colaboração ou de fomento,
estendendo-se a vedação aos respectivos cônjuges ou companheiros, bem como
parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;

Vejamos os erros nos demais itens. Abaixo:

Na letra A, a vedação é para o dirigente condenado por improbidade. Não atinge os


companheiros e cônjuges.

Na letra C, a estrangeira, se for autorizada a funcionar no território nacional, poderá sim


celebrar acordos.

Na letra D, se houver recurso com efeito suspensivo, não há qualquer prejuízo para a
celebração de acordos.

Na letra E, a lei dispõe sobre a OMISSÃO no dever de prestar contas, e não a


apresentação extemporânea.

Questão 10: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Assinale a opção que apresenta característica comum às sociedades de economia mista e
às empresas públicas.
a) Estão sujeitas ao regime de precatórios, como regra.
b) Não gozam de privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado.
c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no
mercado competitivo.
d) São criadas por lei.
e) Não estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas.

A resposta é letra “B”.


Assim dispõe a CF:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta


de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar


de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

Claro que, no enunciado, não houve menção à área de atuação das empresas estatais. O
§2º acima é explícito para as interventoras no domínio econômico.

Os demais itens estão errados. Abaixo:

Na letra A, só excepcionalmente as empresas estatais submeter-se-ão ao sistema de


precatórios. É o caso da ECT.

Na letra C, é um item polêmico. As empresas estatais devem sim licitar, ou seja, realizar
um procedimento próprio de licitação para suas obras, compras e serviços. Ocorre que,
na visão da doutrina e jurisprudência, e, hoje, da lei das estatais, para a área finalística,
acham-se dispensadas de licitar. A redação é confusa, podendo levar o candidato a erro.

Na letra D, não são criadas por lei, são só autorizadas por lei específica. O ato de criação
é o mesmo que o adotado pelos demais particulares. Leva o ato constitutivo a registro no
órgão competente.

Na letra E, todas as entidades da administração indireta acham-se sujeitas ao controle do


TC.

Questão 11: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da
a) publicidade.
b) moralidade.
c) legalidade.
d) eficiência.
e) supremacia do interesse público.

A resposta é letra “E”.

A palavra exorbitante quer dizer “ir além” e “extravasar”. Já o termo cláusula remete
à ideia de regra, de dispositivo. Da união dessas duas expressões surge a ideia de que
“cláusulas exorbitantes” são regras previstas nos contratos administrativos que vão
além da órbita da esfera do emitente, obrigando ao seu cumprimento o receptor (o
contratado pela Administração), como aplicação do princípio da supremacia do
interesse Público sobre o Privado.

A presença de tais cláusulas é um dos traços mais característicos e singulares dos


contratos administrativos, afinal, o Estado, para alcançar regularmente o interesse
público, deve contar com poderes, prerrogativas.

Para a doutrina, referidas cláusulas caracterizam-se por serem incomuns, pelo menos nos
contratos regidos pelo Direito Privado, seja porque seriam nulas (leoninas), seja pela
inadequação, ainda que não fossem nulas.

As cláusulas exorbitantes provocam o desnivelamento da relação contratual,


tornam a bilateralidade quase unilateralidade em favor da Administração, em
razão da desigualdade jurídica que a cerca. Obviamente, os particulares sabem bem
disso, estando cientes de que com a assinatura consensual do contrato administrativo
acham-se “presos” à supremacia do interesse público sobre o privado, supremacia essa
traduzida nas cláusulas exorbitantes.

Questão 16: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Maria, ocupante do cargo de assistente social do estado do Rio Grande do Sul, prestou
concurso público para o emprego de enfermeira em uma sociedade de economia mista
federal. Há compatibilidade de horários no exercício cumulativo das duas funções.

Conforme o entendimento do STF, nessa situação Maria:


a) não pode acumular as duas funções, pois a Constituição Federal de 1988 (CF)
apenas permite a acumulação remunerada de cargo público quando um deles é de nível
médio.
b) não pode acumular as duas funções, pois o cargo de assistente social não é
considerado cargo da área da saúde.
c) pode acumular as duas funções, pois a situação está abarcada nas hipóteses
excepcionais de acumulação remunerada de cargos e empregos públicos.
d) pode acumular as duas funções, pois a proibição constitucional de acumulação
apenas abarca cargos e empregos no âmbito de um mesmo ente federativo.
e) pode acumular as duas funções, uma vez que a Constituição Federal de 1988 (CF)
permite a acumulação remunerada de um cargo de profissional de saúde com outro
técnico ou científico.

A resposta é letra “C”.

Questão muito específica. O estudante teria de saber que assistente social é considerado
profissional da área de saúde, e, por isso, permitida a acumulação de dois cargos. É o que
permite o inc. XVI, c, do art. 37 da CF:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando


houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no
inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas;

Referência jurisprudencial:

‘CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS


PRIVATIVOS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE. CF/88, ART. 37, XVI, c.
POSSIBILIDADE.
1. A Constituição Federal prevê a possibilidade da acumulação de cargos
privativos de profissionais da saúde, em que se incluem os assistentes sociais.
Precedentes.
2. Agravo regimental improvido’ (RE nº 553.670/MG-AgR, Segunda Turma,
Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe de 1/10/10).

Questão 17: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018


Assunto:
Conforme o STF, no que se refere às carreiras de segurança pública, o exercício do direito
de greve é
a) vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente
na área de segurança pública.
b) permitido aos servidores públicos civis e aos militares.
c) permitido apenas aos policiais civis, salvo em caso de estado de sítio e estado de
defesa.
d) permitido apenas aos policiais civis que atuem diretamente na área de segurança
pública.
e) vedado aos policiais civis, salvo se essa atividade for suprida por órgão da
iniciativa privada.

A resposta é letra “A”.

Esclareça-se que, para alguns casos concretos, houve limites mais severos impostos pelo
STF. Na Reclamação 6568/SP, o STF sustentou que algumas categorias não deveriam
entrar em greve, ante a essencialidade do serviço que prestam. Por conseguinte, há uma
relativização do direito de greve para algumas categorias, como o caso dos agentes
policiais, uma vez que a sociedade não se pode ver desprovida de segurança. No RE
654432/GO, o STF aprovou a seguinte tese:

“O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado


aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na
área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em
mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública,
nos termos do artigo 165 do Código de Processo Civil, para vocalização dos
interesses da categoria”.
Questão 18: CESPE - Aud (CAGE RS)/SEFAZ RS/2018
Assunto:
Emenda à Constituição de determinado estado da Federação que extinga os tribunais de
contas dos municípios desse ente federado será
a) inconstitucional, porque a CF proíbe expressamente tanto a criação quanto a
supressão desses órgãos, se existentes.
b) inconstitucional, porque a extinção por norma estadual atenta contra o pacto
federativo.
c) constitucional, porque a CF não proíbe a extinção de tribunais de contas dos
municípios.
d) constitucional, uma vez que não haverá prejuízo ao controle externo, pois o
Tribunal de Contas da União assumirá suas funções.
e) inconstitucional, porque, em decorrência do princípio do controle fiscalizatório,
financeiro e patrimonial, é proibida a extinção de tribunais de contas dos municípios.

A resposta é letra “C”.

Na ADI 5763, o Supremo Tribunal Federal (STF) assentou que é possível a extinção de
Tribunal de Contas dos Municípios por meio de emenda constitucional estadual.

Para o STF, não há vício de iniciativa, pois a Constituição cearense prevê que as propostas
de emendas constitucionais podem ser apresentadas por um terço dos membros da
assembleia legislativa, pelo governador do estado ou por mais da metade das câmaras
municipais.

É possível a extinção de tribunal de contas responsável pela fiscalização dos municípios


mediante a promulgação de emenda à constituição estadual. A Constituição Federal não
proibiu a supressão desses órgãos. “A assembleia de 1988 limitou-se a reconhecer a
existência de estrutura dúplice de controle em determinados estados sem torná-la
obrigatória. A instituição de tribunal de contas específicos não foi tida como essencial”.

You might also like