You are on page 1of 5

ultimato.com.br http://ultimato.com.

br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/jesus-modelo-de-lideranca/

Jesus, modelo de liderança


JESUS, MODELO DE LIDERANÇA

Texto Básico: Marcos 3.13-15

Para ler e meditar durante a semana

D – Jo 13.1 – Jesus, o líder amoroso;

S – Jo 13.12-17 – Jesus, o líder servo;

T – Jo 8.46 – Jesus, o líder íntegro;

Q – Mt 23.13-36 – Jesus, o líder corajoso;

Q – Jo 2.13-22 – Jesus, o líder zeloso;

S – Mt 26.39 – Jesus, o líder fiel;

S – Lc 9.18-22 – Jesus, o líder focado em sua missão

INTRODUÇÃO

Jesus foi e é o maior líder de todos os tempos. Nunca houve alguém com vocação tão suprema, ministério tão
eficaz, liderança tão exemplar e legado mais duradouro. Como líder, ele tinha uma clara consciência de sua pessoa,
da sua missão e do seu dever de formar discípulos que continuassem sua obra. Em seu estado de humilhação
Jesus aprendeu a depender do Pai em tudo e todas as suas escolhas ministeriais, desde o chamado aos discípulos
até seu triunfo na cruz, foram feitas em oração e submissão.

O presente estudo aborda o ministério de Jesus como o modelo supremo de liderança a ser imitado, analisando
algumas características marcantes que devem ser seguidas por todo líder cristão, como sua consciência da
missão, seu pastoreio sacrificial, seu amor abnegado e o seu exemplo humilde que moldou a vida e o caráter dos
discípulos. Todos são chamados a amar, servir e liderar como ele, formando outros discípulos para que a obra de
Deus continue se expandindo até a consumação.

I. JESUS, O LÍDER SINGULAR

Jesus foi um líder completo, diferentemente de todos os outros líderes humanos. O caráter singular da sua pessoa
como Deus e homem proporcionou uma perfeição a suas ações, palavras e escolhas que nunca poderão ser
plenamente imitadas por nenhum homem ou líder. Ninguém pode perguntar aos demais como ele perguntou:
“Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46).

Jesus foi único porque sua pessoa é única. Ele é o verdadeiro Deus que se fez carne e veio ao mundo com o
propósito de salvar pecadores (Jo 1.1-5,11-14). Ao mesmo tempo, é o servo de Deus que renunciou sua glória

1/5
nascendo como perfeito homem para dessa forma identificar-se com seu povo e salvá-lo da condenação eterna (cf.
Jo 15.13).

A singularidade e perfeição da pessoa e obra de Cristo responde por sua perfeita consciência de si mesmo, de sua
missão e das suas ovelhas, coisa que os demais líderes não possuem. Ainda assim, o fato de ele ter sido apontado
por Deus como Supremo Pastor e exemplo indica a todo líder cristão que seu dever é seguir os passos do Mestre
(1Pe 2.21-22).

A. Consciência de si mesmo

Jesus tinha uma perfeita consciência de quem era. Ele sabia que era perfeito Deus e perfeito homem. Um dos mais
importantes títulos encontrados no NT para Jesus é “Filho de Deus” (Mt 11.25- 27; 16.17). Repetidas vezes ele fala
de Deus como seu Pai, mostrando que tinha consciência da sua divina filiação. No seu batismo e transfiguração, o
próprio Pai testemunhou que Jesus era o seu preexistente filho (Mc 1.1,11; 9.7). Por outro lado, ele nasceu e
cresceu como um perfeito homem, sabendo que era o segundo Adão, o descendente real de Davi, o servo sofredor
prometido, o messias e “Filho do Homem” que reinaria para sempre.

Essa consciência de Jesus quanto à sua dupla natureza em uma só pessoa é afirmada constantemente no NT.
Jesus se define pelo menos 18 vezes com a expressão “Eu Sou”, que apontava para o caráter divino de sua
pessoa e missão (Jo 6.35; 8.12,23-24,58; 10.9; 11.25). Porém, em diversas ocasiões, Jesus fez também referência
à sua natureza humana (Jo 2.25; 11.35; 12.33). Sua encarnação proporcionou um conhecimento prático do que era
a natureza humana com todas as suas limitações. Embora tivesse nascido sem pecado, seu corpo carregava as
marcas da fragilidade impostas pela queda, como o sofrimento e a morte.

Esse é um ponto importante para os líderes atuais porque a primeira coisa que um líder precisa ter é uma clara
consciência de si. Obviamente, não existem líderes divinos ou perfeitos, porém conhecer a si mesmo é fundamental
para um ministério eficaz. Por isso, é necessário buscar um conhecimento profundo de Deus e de sua Palavra, pois
tal conhecimento produzirá algo vital no ministério, a humildade.

B. Compreensão de sua missão

Jesus sabia perfeitamente por que veio ao mundo. Ele fala de si mesmo como tendo “vindo” ou sido “enviado” por
Deus (Mc 1.38; 10.45; Lc 12.49,51). Ele possuía um completo conhecimento de cada momento e estágio do seu
ministério. Essa consciência se devia tanto ao relacionamento eterno com o Pai, quando recebeu sua missão como
aos próprios textos proféticos que falavam em detalhes dessa missão. (Veja por exemplo: Jo 16.28; Lc 19.10; Jo
4.34; 10.11; Lc 9.22).

O ministério de Jesus possuía um caráter paradoxal, pois ele tanto sabia da origem divina de sua pessoa, como
agiu como um servo sofredor para cumprir a missão dada pelo Pai (Is 53.1-12). Hoje, nenhum líder é capaz de ter
uma visão completa da sua missão com respeito a cada estágio de sua vida ministerial como Jesus teve. Contudo,
ainda assim é de suma importância para os líderes compreenderem por que foram chamados por Deus e qual é a
natureza da sua missão. Os exemplos dos apóstolos e de Paulo mostram que líderes eficazes são aqueles que
sabem o propósito de sua missão e mantêm o foco no que é prioritário (At6.1-7; 20.24).

C. Conhecimento de suas ovelhas

A metáfora predileta de Jesus para retratar seu relacionamento com seu povo foi a ilustração do pastor e da ovelha.
O Antigo Testamento estava repleto de alusões a Deus como o pastor de Israel (Is 40.10-11; Sl 23.1). Além disso, o
conceito de pastorear tornou-se uma importante imagem explicativa usada para retratar a liderança espiritual em
Israel. Assim, reis, profetas e sacerdotes eram chamados de pastores (Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11).

2/5
Essa metáfora não foi usada pelo Senhor Jesus por acaso, uma vez que era uma clara alusão ao pastor ferido,
conforme profetizado por Zacarias, como também uma imagem cultural fácil de ser entendida pelos ouvintes (Zc
13.7-9). Assim, Jesus se descreve como o bom pastor, cuja obra consistia em dar a vida pelas ovelhas (Jo 10.11).
O conceito de ovelhas era importante porque mostrava que somente um grupo de pessoas creria na mensagem de
Jesus (Jo 10.26-27).

Ao usar essa metáfora, Jesus demonstra ter um conhecimento perfeito das suas ovelhas. Ele sabia quem entre os
seus discípulos e ouvintes eram crentes verdadeiros e algumas vezes se referiu a pessoas como não fazendo
parte do seu aprisco. De fato, Jesus nunca foi surpreendido por falsas ovelhas e sempre deixou claro que sua
missão consistia em juntar apenas aquelas que o Pai lhe dera (Jo 6.37-44; 10.25-29; 13.18).

Esse conhecimento perfeito do rebanho nenhum líder hoje tem, embora seja seu dever pastorear o rebanho
conhecendo as ovelhas e cuidando de cada uma delas. Na igreja visível é possível apenas observar os frutos e as
marcas da graça na vida de alguém e presumir que tal pessoa seja uma ovelha do Senhor. Contudo, enganos
podem acontecer e muitos bodes podem estar no meio do rebanho ou mesmo da liderança. É tarefa dos líderes
estar atentos para pastorear as ovelhas do Senhor e ter cuidado com os lobos vestidos de cordeiro.

II. JESUS, O LÍDER A SER IMITADO

O ministério de Jesus consistia em pregar e ensinar as boas-novas do reino (Mt 4.23), instruindo aqueles que
respondiam afirmativamente à sua proclamação a terem uma atitude de total submissão à sua própria pessoa e
ensino, por ser ele o Messias, Rei e Salvador. A nova vida ideal dos crentes consistia em viver como cidadãos do
reino, reconhecendo que o rei veio e que suas exigências eram graciosas e revestidas de autoridade, exigindo uma
resposta de fé e um comprometimento absoluto. É possível resumir a prática ministerial de Jesus observando suas
quatro principais ênfases, que eram: a) anunciar a verdade de Deus com autoridade aos ouvintes, mostrando que
as profecias estavam sendo cumpridas nele e pregando as Escrituras pelo método de exposição, ilustração e
aplicação com o objetivo de converter pecadores e edificar os discípulos; b) depender do Pai em tudo, vivendo em
completa submissão e vida de oração; c) desenvolver um ministério de misericórdia paralelo ao da pregação, em
que as curas e exorcismos tinham o propósito de mostrar a sua compaixão e a natureza singular de sua vida e obra
(Mt 11.2-6; Is 35.5-6; 61.1); d) preparar discípulos para que fossem como ele mesmo e dentre eles selecionar um
grupo para pastorear os demais (os 12 apóstolos).

A. Jesus, o expositor da Palavra

Jesus foi um pregador da Palavra de Deus e sua forma de pregar foi essencialmente judaica, apresentando a
exposição das Escrituras entrelaçada com ilustrações, figuras de linguagem e constantes aplicações práticas. Sua
preocupação central era anunciar que o reino havia chegado à sua plenitude e a sua própria pessoa representava a
inauguração do estágio final do reino de Deus. Ele era não somente o concretizador das promessas do Antigo
Testamento concernentes à era vindoura, mas também o inaugurador dos propósitos finais de Deus na história da
salvação, trazendo a mensagem do evangelho tanto para judeus como para gentios (Mt 4.23-25).

A exposição do Antigo Testamento feita com autoridade formava a base do ministério de Jesus (Lc 4.16 -21). Ele era
tanto o intérprete final das Escrituras, como a sua vida e ministério (nascimento, morte, ressurreição e exaltação)
eram a própria chave para se entender o seu conteúdo, uma vez que todas as Escrituras falavam a respeito dele
(Lc 24.25-27,44-45).

Durante todo o seu ministério Jesus nunca se apartou da Palavra de Deus e sua linguagem, motivos, temas e
mensagem eram somente baseados nela. Algumas vezes, sua pregação consistia em uma exposição bíblica em
textos específicos com afirmações revestidas de autoridade e autor referências que indicavam o caráter único de
sua pessoa (Lc 4.16-21). Outras vezes, tratava de temas gerais e amplos cujas ideias estavam ancoradas em

3/5
linguagem alusiva ao Antigo Testamento, como no caso do sermão do monte (Mt 5.1–7.29). Ou, ainda, sua
exposição era resultado de uma resposta aos desafios e questões propostas pelos ouvintes (Mt 19.3-12). Sua
prática de ensino possuía sempre autoridade e era repleta de metáforas, símiles, parábolas e outras figuras de
linguagem usadas para causar impacto nos ouvintes.

A ênfase ministerial de Jesus nas Escrituras e sua forma de interpretar foram imitadas pelos apóstolos e seus
seguidores, mas, infelizmente, têm sido negligenciadas pelos líderes. É de fundamental importância reaprender os
métodos interpretativos e comunicativos de Jesus, com a profundidade bíblica acompanhada de ilustrações e
aplicações práticas que falem ao mundo real dos ouvintes.

B. Jesus e sua vida de oração

A oração foi um elemento distintivo no ministério de Jesus. Não há um único momento em seu ministério em que
Jesus não seja visto buscando o Pai em oração. Além disso, o escopo de sua oração era vasto, pois tanto orou por
si, como pelos discípulos e os futuros crentes. Ele também ensinou os discípulos a orar e deixou um modelo de
oração a ser imitado.

Jesus orou no início e durante seu ministério (Mc 1.35 -39; Mt 14.23; Lc 9.28), antes de escolher os discípulos e
depois os ensinou a orar (Lc 6.12-16; 11.2; Mt 6.9-15; Mt 21.22; Lc 11.9-13; 18.1; 22.40), antes e durante a sua
crucificação (Mc 14.32-42; 15.34-35). Ele rogou (orar com grande intensidade) pela vida espiritual dos discípulos
(Lc 22.32; Jo 17.9), pela sua futura igreja (Jo 17.20-21). Jesus zelou pelo papel singular da oração na vida do povo
de Deus (Mt 21.13) e alertou sobre a importância da oração na batalha espiritual (Mc 9.29; cf. Ef 6.17- 18). A
submissão a Deus em se ministério dirigia suas orações. Ele não orava por algo que implicasse fazer sua própria
vontade (Mt 26.36-39,53).

Todas as citações mostram que Jesus viveu em constante oração em seu ministério. A oração não era uma prática
ou tema acessório em sua vida, mas a contínua ênfase que norteava seu ministério e deveria também nortear o
ministério dos discípulos. Portanto, é impossível pensar em um líder cristão fiel que não seja um homem de oração.
Nas palavras do teólogo John Owen, “um ministro pode encher os bancos da igreja, sua lista de comunhão, a boca
do público, mas o que esse ministro é sobre seus joelhos em secreto diante do Deus Todo-Poderoso é o que ele é
e nada mais”.

III. JESUS, O LÍDER A SER SEGUIDO

Outra característica fundamental no ministério de Jesus foi sua ênfase em formar discípulos e motivá-los a ser
como ele. Cristo escolheu homens comuns e os treinou por um período de tempo ensinando-os a guardar a
Palavra de Deus (Mt 28.20), corrigindo pela convivência e exemplificando modelos comportamentais a serem
imitados (Jo 13.12-17,34-35). Ele os ensinou sobre teologia e como interpretar as Escrituras, sobre a história da
salvação e seus eventos finais, bem como a viver em comunhão e de forma piedosa como homens de oração,
dispostos a perdoar e servir aos outros com humildade.

Porque seu ministério seria curto (cerca de três anos), era preciso um programa de discipulado rápido, prático,
intensivo e seletivo. Então ele escolheu especialmente 12 homens com quem trabalhar mais de perto (Lc 6.12-16).
A seleção dos 12 foi um marco importante no ministério de Jesus, pois seu ministério adquirira grandes proporções
e isso exigia uma organização e divisão de trabalho mais efetiva. Além do mais, era preciso preparar uma liderança
que serviria de fundamento para a igreja do Novo Testamento, que seria composta de judeus e gentios (Ef 2.19-22).

No caso específico dos 12, o objetivo de Jesus foi treiná -los para exercer um pastoreio sacrificial, um amor
abnegado pela obra do Pai e uma vida de humildade similar à do Mestre. Eles precisavam pastorear com a Palavra,
vigiar em oração, exercer misericórdia para com os fracos e oprimidos e liderar com amor. Sua missão seria
testemunhar acerca da obra de Cristo e glorificar o seu nome fazendo discípulos de todas as nações,
4/5
“ensinando-os a guardar todas as coisas” ordenadas por Jesus (Mt 28.18-20; At 1.8; 4.12,33).

Líderes devem aprender com Jesus que a prioridade no ministério não é apenas pregar, mas formar discípulos pelo
ensino e exemplo. Além disso, é importante selecionar e preparar dentre eles os que são aptos para liderar a
igreja. Formar discípulos requer tempo, ensino da Palavra, oração, visitação, atribuição de missão, exemplo e
humildade.

CONCLUSÃO

Estudar sobre a vida de Jesus como líder nos conduz a um modelo completo de liderança, em que autoridade e
serviço, amor e verdade, firmeza e sensibilidade, disciplina e compaixão, fidelidade e submissão andam juntos. É
pastorear com coração amoroso e formar discípulos pelo ensino, exemplo e serviço. É ter posição de autoridade,
mas agir humildemente como servo de todos. É trabalhar incansavelmente anunciando o evangelho, mas sempre
dependendo de Deus em tudo. É ter paciência com as ovelhas, pastoreando cada uma delas de acordo com suas
necessidades. É resistir ao erro, denunciar a hipocrisia, o legalismo e as tradições humanas que se sobrepõem à
verdade de Deus. Porém, é também anunciar o arrependimento, indicando o caminho da salvação aos pecadores e
a vida que devem viver para agradar a Deus. Enfim, estudar sobre o ministério de Jesus é descobrir que nunca
houve ou haverá um líder como ele, mas todos os líderes cristãos são desafiados a ser como Cristo.

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO EM GRUPO

1. Por que Jesus foi um líder completo?

2. Como Jesus liderou os seus discípulos?

3. Como podemos aprender com as ênfases ministeriais de Jesus?

4. Como o relacionamento pastor/ ovelhas entre Jesus e seus discípulos pode ajudar a repensarmos o
relacionamento entre líderes e liderados hoje?

>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão, na revista Liderança Segundo o
NT. Usado com permissão.

© 2016 Estudos Bíblicos. Todos os direitos reservados.

5/5

You might also like