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FCAT- Faculdade de Ciências Agrárias e

Tecnológicas

Trabalho de Conclusão de Curso

Potencial Antagônico de Trichoderma herzanium


e Paecilomyces lilacinus sobre Ceratocystis
fimbriata em solo

Gabriel Leonardi Antonio

Orientadora: Drª Ana Carolina Firmino


Setor Florestal

● Área de florestas no Brasil em 2015


era de 9.935.353 ha, sendo 7.444.731
ha de eucalipto (IBGE)

● O setor florestal gerava 3,8 milhões


de empregos diretos e indiretos em
2015 (Ibá)
Eucaliptocultura

● O Brasil é o maior produtor mundial


de celulose de eucalipto

● Em 2012 a eucaliptocultura teve um


faturamento de R$ 56,3 bilhões

● Os estados com maior área plantada


em 2015 eram, espectivamente: MG,
SP, MS e BA
Caracterização do gênero
Eucalyptus

● Pertence a família Mytaceae

● Possui cerca de 730 espécies catalogadas

● Seu centro de origem é a Oceania

● Apresenta rápido crescimento, altos


índices produtivos e adaptação a
diferentes condições edafoclimáticas
Importância da Murcha de
Ceratocystis

● No Brasil a doença ataca espécies com


mangueira, cacaueiro e cana-de-açucar

● Teve seu primeiro relato em eucalipto


no Brasil em 1997 na Bahia

● Além do Brasil o patógeno causa


doenças em eucalipto no Uruguai e na
África
Importância da Murcha de
Ceratocystis

● As perdas em talhões monoclonais


que nos primeiros relatos não
excediam 25% evoluíram para 40%

● Foram constatadas quedas de 58% no


incremento volumétrico e de 13,7% no
rendimento de celulose em plantas
doentes
Importância da Murcha de
Ceratocystis

● Na década passada houve relatos da


presença da doença em mudas
enraizadas
● O custo de produção de celulose a
partir de madeira contaminada
aumenta 29,6% em relação a madeira
sadia
● A madeira com a presença do patógeno
é utilizada para fins menos nobres
Caracterização do gênero
Ceratocystis

● São fungos pertencentes a ordem


Ascomycota

A B

A. Peritécio; B. Hifas ostiolares com


ascósporos
Sintomas da Murcha de
Ceratocystis

Escurecimento do xilema
Foto: Arquivo pessoal
Sintomas da Murcha de
Ceratocystis

Plantas infectadas no campo


Foto: Ana Carolina Firmino
Sintomas da Murcha de
Ceratocystis

Furos que indicam a presença do vetor


Foto: Ana Carolina Firmino
Disseminação e transmissão

● Está intimamente
ligada a insetos

● Em longas distâncias
ocorre principalmente
por ações humanas

● É transmitido através Xyleborus ferrugineus


Foto: Jiri Hulcr
de raízes presentes
em solos infectados
Controle de Ceratocystis em
eucalipto

● Evitar a entrada do fungo em áreas infectadas

● Realizar a colheita primeiramente em áreas


sadias

● Desinfecção de ferramentas de corte e manejo

● Na produção de mudas deve-se eliminar


propágulos infectados
Controle de Ceratocystis em
eucalipto

● Eliminar materiais infectados que


estejam presentes na área

● O uso de variedades resistentes


apresenta empecilhos

● O controle químico ainda não são


utilizados comercialmente
Controle Biológico

● É a redução da atividade de uma doença


por um organismo que não seja o homem

● Pode ocorrer por meio de antibiose,


competição, parasitismo e indução de
resistência

● É uma alternativa que vem crescendo


nos últimos anos
Trichoderma em controle biológico

● Foi relatado no Brasil pela primeira vez em


1950

● Possui versatilidade de ação

● Utilizado para controlar diversas doenças

● Em eucalipto é utilizado como promotor de


crescimento e agente para conte de
Cylindrocladium
Paicelomyces em controle biológico

● Esse gênero é comumente utilizado


para o controle de nematóides, em
especial de Meloidogyne sp.

● Também atua como promotor de


crescimento

● Em fungos ainda não foi muito


estudado
Objetivos

● Avaliar a eficiência dos agentes de


controle biológico

● Verificar diferentes métodos de


aplicação dos agentes de controle
biológico
Metodologia

● As plantas foram cultivadas em casa


de vegetação da FCAT

● As análises e o cultivo do patógeno


foram realizadas nos laboratórios da
FCAT
Metodologia

● O patógeno foi cultivado em meio


MEA, durante 10 dias sob agitação
constante

Foto: Arquivo pessoal


Metodologia

● As mudas foram cultivadas em vasos


de 3 L contendo substrato esterilizado

Foto: Arquivo pessoal


Metodologia

● Delineamento Inteiramente
Casualizado (DIC)

● 6 tratamentos para cada agente de


controle (Trichoderma e Paicelomyces)
com 8 repetições cada

● Total de 96 parcelas
Metodologia

● Nos vasos infestados foram utilizados


25 mL de suspensão de 10⁶
esporos.ml-¹ de Ceratocystis fimbriata

● A concentração de T. herzanium e P.
lilacinus foi de 10 UFC. g-¹ e 7,5x10
UFC.g-¹
Metodologia

● O trabalho foi conduzido em duas


etapas:

● A primeira com mudas de 6 meses


durante 90 dias

● A segunda com mudas de 2 meses


durante 30 dias
Metodologia

Tratamento A Tratamento B

15 min

1 g de hidrogel por litro de água


3 g de produto comercial por litro estéril e 3 g de produto comercial por
de água estéril litro de hidrogel
Solo infestado com 25 ml de uma Solo infestado com 25 ml de uma
suspensão de 106esporos/mL de suspensão de 106esporos/mL de C.
C. fimbriata fimbriata
Metodologia

TRATAMENTO C TRATAMENTO D

3 g de produto comercial por litro de 3 g de produto comercial no orifício


água estéril de plantio

Solo infestado com 25 ml de uma Solo infestado com 25 ml de uma


suspensão de 106 esporos/mL de C. suspensão de 106 esporos/mL de C.
fimbriata fimbriata
Metodologia

TRATAMENTO E TRATAMENTO F

Solo sadio Solo infestado com 25 ml de


uma suspensão de 106
esporos/mL de C. fimbriata
Metodologia

Foto : Arquivo Pessoal Foto: Arquivo Pessoal


Metodologia

● Foram avaliados os parâmetros


diâmetro, MFPA, MSPA e índice de
clorofila

Aferição do diâmetro Aferição de MFPA e Aferição de clorofila


MSPA SPAD-502
Metodologia

● Reisolamento do fungo na cenoura

Foto: Arquivo Pessoal


Metodologia

● Todos os parâmetros foram


submetidos a análise de variância e
suas médias comparadas pelo Teste
Tukey a 5% de probabilidade por meio
d programa SISVAR
Resultados e Discussão

Diâmetro (mm) – Mudas de 6 meses


Tratamentos Trichoderma Paicelomyces

A 6,33 b 6,82 a

B 7,32 a 7,35 a

C 7,00 ab 7,39 a

D 6,86 ab 6,94 a

E 7,02 b 6,14 a

F 7,09 b 6,47 a

CV 17,45 14,66

CVT 11,64 9,07


Resultados e Discussão

Diâmetro (mm) – Mudas de 2 meses


Tratamentos Trichoderma Paicelomyces

A 4,37 a 4,70 a

B 4,87 a 4,65 a

C 4,75 a 4,52 a

D 4,87 a 4,52 a

E 4,50 a 4,50 a

F 4,00 a 4,89 a

CV 9,03 12,91

CVT 4,25 6,75


Resultados e Discussão

● Não é possível observar grande


diferença entre os tratamentos

● Sette Junior et. al., em 2012,


concluíram que essa variável sofre
influência direta do manejo do campo
e é mais relevante em plantas maiores
Resultados e Discussão

Massa Fresca Parte Aérea (g)- Mudas de 6 meses


Tratamentos Trichoderma Paicelomyces

A 54,12 a 64,81 ab

B 57,13 a 58,58 ab

C 61,43 a 63,91 ab

D 66,60 a 68,87 a

E 61,61 a 54,40 ab

F 56,67 a 50,31 b

CV 34,49 46,04

CVT 20,69 22,75


Resultados e Discussão

Massa Fresca Parte Aérea (g)- Mudas de 2 meses


Tratamentos Trichoderma Paicelomyces

A 12,12 a 12,99 a

B 13,50 a 12, 33 a

C 14,5 a 13,15 a

D 13,00 a 8,40 a

E 9,12 a 9,08 a

F 7,44 a 7,39 a

CV 18,38 20,39

CVT 4,84 5,11


Resultados e Discussão

● No parâmetro MFPA o tratamento F só


apresentou valor numérico maior
somente ao tratamento A em mudas
de 6 meses tratadas com Trichoderma

● Esse fator pode estar relacionado ao


entupimento do xilema pelo patógeno
.
Resultados e Discussão

● Costa e Marenco (2007) afirmaram


que o gradiente do fluxo de água na
planta provoca variação em seu
potencial hídrico e consequentemente
sua assimilação de carbono, já que
afeta a abertura e fechamento de
estômatos
Resultados e Discussão

Massa Seca de Parte Aérea (g) – Mudas de 6 meses


Tratamentos Trichoderma Paicelomyces

A 22,08 ab 23,96 b

B 21,78 b 23,15 b

C 23,69ab 24,49 b

D 27,42 a 25,13 a

E 23,26 ab 21,80 b

F 22,11b 17,85 b

CV 38,00 48,43
CVT 9,89 23,8
Resultados e Discussão

Massa Seca de Parte Aérea (g) – Mudas de 2 meses


Tratamentos Trichoderma Paicelomyces

A 3,37 ab 3,50 a

B 4,12 a 3,41 a

C 4,37 a 3,53 a

D 3,75 a 2,50 a

E 3,12 ab 2,97 a

F 2,00 b 2,07 a

CV 15,43 23,33
CVT 5,50 7,87
Resultados e Discussão

● Um fator que pode ser observado é a


diferença de tratamentos com o uso
dos agentes de controle em relação ao
tratamento E, demonstrando que os
agentes podem ter atuado como
promotores de crescimento
Resultados e Discussão

● Fragoso e Custódio em 2016 observaram esse


efeito em plantas, onde tanto o uso isolado de
Trichoderma quanto sua associação com
Paicelomyces apresentou incremento na
produção de plantas de arroz

● Prates et al. (2006) observaram que aplicação


do fungo antagonista refletiu em maior
produção de parte aérea e melhor
desenvolvimento do sistema radicular
Resultados e Discussão

● Segundo Naichtigal (2012) microorganismos


utilizados em controle biológico podem promover
estímulo a produção de substâncias de defesa da
planta além de aumentarem a disponibilidade de
nutrientes e aumentarem a tolerância ao
estresse

● Esses fatores podem estar ligados ao controle de


organismos deletérios do sistema radicular ,
assimilação de nutrientes pelo agente biológico e
incremento na produção de AIA
Resultados e Discussão

Índice de Clorofila – Plantas de 6 meses


Tratamentos TRI PAE TRI PAE TRI PAE

F.S F.S F.M F.M F.I F.I


A 29,63 a 29,55 ab 45,21 a 47,31 a 47,16a 46,80 a
B 30,04 a 29,24 ab 46,89 a 46,34 a 42,55 a 44,23 a
C 29,79 a 28,76 b 47,13 a 48,12 a 44,46 a 44,48 a
D 31,73 a 30,61 ab 48,80 a 48,95 a 46,13 a 43,21 a
E 28,28 a 28,08 ab 46,05 a 45,29 a 43,63 a 42,02 a
F 30,44 a 32,73 a 47,16 a 47,10 a 45,96 a 42,67 a
CV 18,63 12,12 12,47 11,57 6,59 8,12
CVT 10,77 3,35 3,91 3,30 1,69 2,14
Resultados e Discussão

Índice de Clorofila – Plantas de 2 meses


Tratamentos TRI PAE TRI PAE TRI PAE

F.S F.S F.M F.M F.I F.I


A 38,75 a 34,92 a 43,75 ab 42,11 a 53,50 a 51,85 a

B 32,62 a 36,31 a 38,37 b 40,36 a 50,75 ab 50,09 a

C 36,00 a 33,91 a 43,50 ab 41,24 a 50,75 ab 50,59 a

D 32,37 a 45,60 b 45,00 ab 45,60 a 48,37 b 54,26 a

E 36,87 a 36,37 a 41,00 ab 40,53 a 49,62 ab 49,75 a

F 37,33 a 37,18 a 46,00 a 46,03 a 52,33 ab 52,27 a

CV 13,83 17,48 11,9 8,47 9,70 9,33

CVT 4,35 5,36 3,29 2,20 2,63 2,55


Resultados e Discussão

● Em todos os tratamentos e variáveis


analisadas o valor de E sempre foi
inferior a F

● Tumura em 2011, Bennice e


colaboradores em 2005 e Antonio em
2016 observaram incremento de grão
de amido em plantas infectadas por
Ceratocystis
Resultados e Discussão

● O acúmulo de amido é uma maneira


de identificação indireta de ROS,
moléculas formadas na rota
metabólica da transformação do
oxigênio molecular em água

● Essas moléculas atuam no sistema de


defesa da planta e indicam reações de
hipersensibilidade
Resultados e Discussão

● Pascholati e Stangarlin em 1999 aobservaram


aumento no teor de clorofila em feijoeiros do
cultivar Rosinha infectados com Uromyces
appendiculatus

● Shi, Lou e Li em 2010 observaram aumento no


teor de clorofila em plantas tratadas com
agentes biológicos

● Kahn em 2012 observou esse efeito em plantas


de pimentão
Resultados e Discussão

● Viecelli et al. 2009, relataram que um filtrado


de Pycnopus sanguineus atuando como indutor
de resistência para feijoeiros infectados com
Pseudocerpa griseola tiveram seus níveis de
clorofila incrementados

● Gomes et al em 2009 observaram aumento do


nível de clorofila a e redução de clorofila b em
plantas de milho infectadas com Fusarium
verticiloides
Conclusão

● Os tratamentos C e D apresentaram
os resultados mais consistentes e
promoveram melhor desenvolvimento
das plantas quando se observam
todos os tratamentos
OBRIGADO

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