You are on page 1of 6

PARNASIANISMO: “A Arte pela Arte”

É a manifestação poética da época do Realismo que se tornou bastante expressivo no


Brasil. De influência francesa, inspirou-se na publicação coletiva Le Parnasse
Contemporain, cujos autores propunham uma poesia formalista, objetiva e descritiva.
Veneravam a harmonia e o equilíbrio das formas, procuravam temas universais, e
como objetivo o ideal do "belo".
 Poesia parnasiana = objetividade + beleza + descrição + verdade
CARACTERÍSTICAS
 Racionalidade, objetividade, descrição, impessoalidade;
 Busca de perfeição técnica: culto da forma, sonetos, versos perfeitos, rimas ricas,
linguagem extremamente trabalhada, vocabulário culto;
 Apego à tradição clássica: mitologia greco-latina;
 Destaque ao erotismo e a sensualidade feminina.
PARNASIANISMO NO BRASIL: século XIX.
 Início: 1882 – Publicação do livro “Fanfarras” de Teófilo Dias.
 Término: 1893 – Início do simbolismo no Brasil.
TRÍADE PARNASIANA
 Principais poetas parnasianos brasileiros: Olavo Bilac, Raimundo Correia e
Alberto de Oliveira.
OLAVO BILAC: atingiu a alma popular – foi eleito o Príncipe dos Poetas.
 É eleito o primeiro Príncipe dos Poetas (“Poeta das Estrelas”).
 Nacionalismo acentuado: teve a infância povoada de histórias e de hinos militares.
Colocou-se à margem dos grandes acontecimentos sociais de seu tempo:
republicano e racionalista, escreveu a letra do Hino à Bandeira. Campanhas
cívicas: alfabetização e serviço militar obrigatório.
 Preocupação com a perfeição formal: versos alexandrinos (12 sílabas métricas).
Mas se abre ao sentimentalismo, à subjetividade e à reflexão filosófica.
 Obra: “Profissão de Fé”
RAIMUNDO CORREIA
 Estreou como romântico com o livro: “Primeiros Sonhos”. Só assume o
Parnasianismo a partir do livro “Sinfonias”, formando a Tríade Parnasiana. Sua obra
apresenta heranças românticas, traços descritivistas e grande profundidade
filosófica percebendo-se certo pessimismo.
 Obras: “As Pombas”, “Mal Secreto”.
ALBERTO DE OLIVEIRA: o mais Parnasiano dos Parnasianos.
 Nasceu no RJ; é eleito “Príncipe dos Poetas”, no lugar deixado vago por Olavo
Bilac. Foi o poeta mais ortodoxo (inspiração nos modelos clássicos), sua poesia é
fria, perfeita e descritivista.
 Obras: “Vaso Grego”, “Vaso Chinês”.

SIMBOLISMO: A poesia da música e do vago


O Simbolismo foi a estética literária do final do século XIX que se opõe às propostas
do Realismo - Naturalismo. Teve origem na França em 1857 com a publicação do livro
“As Flores do Mal” de Baudelaire.
CONTEXTO HISTÓRICO (A virada do século XIX para o século XX)
 Crise do racionalismo burguês; declínio das doutrinas positivistas e deterministas;
novas descobertas científicas e filosóficas; emergência da 1ª Guerra Mundial;
anúncio da revolução Russa de 1917.
CARACTERÍSTICAS
 A sugestão predomina sobre a descrição; musicalidade (poesia = música);
emprego de sinestesias, aliterações, assonâncias, arcaísmos e palavras raras;
subjetividade simbolista.
 É marcado por: frustrações e angústias, falta de perspectiva, pessimismo sobre a
condição humana.
 Nega: o cientificismo, o racionalismo e o materialismo.
Em sua busca de exprimir o inexprimível, o Simbolismo produziu uma poesia difícil.
Palavras poéticas transformam-se em símbolos (capazes de irradiar novos significados
= linguagem plurivalente).
SIMBOLISMO NO BRASIL
 Início: 1893 – “Missal” (prosa) e “Broquéis” (poesia), de Cruz e Sousa.
 Término: 1922 – data da Semana de Arte Moderna. Graça Aranha publicou o
romance Canaã.
CRUZ E SOUSA: o melhor simbolista brasileiro.
 Filho de escravos, enfrentou grandes dificuldades, devidas sobretudo ao
preconceito racial.
 Características: misticismo indefinido (ora cristão, ora satânico); obsessão pela cor
branca; uso de prosopopéias e sinestesias; musicalidade (aliteração e assonância);
grande adjetivação (alegorizantes maiúsculas); requinte formal; temática
pessimista (vago, mistério e dúvida);
 Obras: “Faróis”, “Últimos Sonetos”, “Poesias Completas”.
ALPHONSUS DE GUIMARAENS: o maior místico da literatura simbolista.
 Teve a vida amargurada pela morte e saudades de sua amada, a prima e noiva
Constança, em toda sua obra. É monotemático (morte da amada); musicalidade
suave; poesia marcadamente musical, sugestiva e pessoal.

AUGUSTO DOS ANJOS: poeta apoético. [SEM CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA RÍGIDA]


 Mistura características simbolistas, parnasianas, naturalistas, realistas e
antecipações modernistas. Temática da decomposição, do niilismo, vocabulário
científico-poético e escatológico (vocabulário físico, químico e biológico). Visão
pessimista da existência; ênfase na doença e na morte.
 Única obra: “Eu e Outras Poesias”.

PRÉ-MODERNISMO: “Retratos do Brasil”


É chamado de FASE ECLÉTICA, pois convivem vários estilos literários (sincretismo) do
século XIX, misturando-se e produzindo obras de perfil híbrido.
 Não é uma escola literária, mas, sim, um período de transição.
CONTEXTO HISTÓRICO
 No mundo:
 A belle Époque européia; 1ª Guerra Mundial; Revolução Russa de 1917;
 Vanguardas artísticas européias:
 Futurismo; cubismo; dadaísmo; expressionismo; impressionismo;
surrealismo.
 No Brasil:
 As revoltas e seus efeitos (Revolta da Armada, da Vacina e da Chibata;
Canudos; Contestado; Greves anarquistas); desenvolvimento de São Paulo;
chegada de imigrantes; libertação dos escravos; consolidação da República
Velha e a política do café-com-leite.
CARACTERÍSTICAS
 Mistura de tendências: tradição (realismo, naturalismo, parnasianismo,
simbolismo) X renovação (modernidade e influência das vanguardas artísticas
européias).
 Denúncia da verdadeira realidade brasileira: retrato do Brasil pobre, doente,
atrasado, corrupto e desorganizado como nação.
 Retrato de tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino; o caipira do
interior de São Paulo; o suburbano do Rio de Janeiro.
PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL: século XX.
 Início: 1902 – Publicação do livro “Canãa” de Graça Aranha e “Os Sertões” de
Euclides da Cunha.
 Término: 1922 – Com a Semana de Arte Moderna.
EUCLIDES DA CUNHA
 Foi militar, engenheiro, jornalista, professor, acadêmico e grande escritor. Como
correspondente do jornal, escreveu “Os Sertões”.
 “Os Sertões”: relatos sobre a Guerra de Canudos e as características
geográficas da região; denúncia do esquecimento do Sertão. Dividida em 3
partes {A Terra, O Homem e A Luta} (visão determinista: meio, raça e
momento). Marco da independência intelectual brasileira,
Um clássico que traz à tona o cientificismo, o épico, o realismo e a crítica.
GRAÇA ARANHA
 Homem de grande prestígio em sua época, participou ativamente na revolução
modernista (1922-30). Apresenta traços naturalistas e simbolistas em suas obras.
 “Canãa”: romance de tese; a imigração alemã no Espírito Santo.
LIMA BARRETO
 Escritura simples; romances com personagens populares; críticas ao preconceito,
ao ufanismo e ao preconceito racial; valorização da vida suburbana.
 “Recordações do Escrivão Isaias Caminha”: temática do preconceito
 “Triste Fim de Policarpo Quaresma”: ufanismo, desilusão e crítica à política.
Mostra o ridículo e patético de um nacionalismo fanatizante e anacrônico. O
maior sonho de Policarpo é “o tupi como língua oficial no Brasil”.
MONTEIRO LOBATO: um dos maiores ativistas culturais brasileiros de todos os
tempos.
 Nacionalismo; participou intensamente de atividades políticas estudantis; fundou a
Companhia Editora Nacional; incentivou as campanhas do petróleo (O petróleo é
nosso.); linguagem conservadora; literatura infanto-juvenil (Sítio do Pica-Pau
Amarelo); criou o Jeca Tatu, um símbolo do caboclo decadente; mostrou a
decadência de engenhos de café no interior de SP.
 “Urupês”, “Cidades Mortas” e “Negrinha”.

MODERNISMO: “Ruptura com o passado e liberdade total”


CONTEXTO HISTÓRICO
 No mundo:
 Os reflexos da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa; o fortalecimento
dos EUA; crise de todos os valores europeus; necessidade de novas estéticas
que expressassem um mundo novo.
 No Brasil:
 Fundação do partido comunista (1922); tenentismo; revolução de 30 e a
ascensão de Getúlio Vargas (Estado Novo); industrialização e progresso de São
Paulo; auge da política do café-com-leite e o seu posterior declínio; grande
efervescência cultural; focos de nacionalismo.
AS VANGUARDAS EUROPÉIAS
Foram manifestações artísticas surgidas no início do século XX que propunham uma
radical ruptura com as concepções artísticas pré-existentes e traziam uma visão
completamente inovadora de arte.
 Futurismo: a arte deve estar ligada ao progresso, a tudo o que é novo.
 Cubismo: o artista deveria ter liberdade para compor e recompor a realidade a
partir dos elementos geométricos.
 Dadaísmo: negando o passado, o presente e o futuro, o Dadaísmo é a total falta
de perspectiva diante da guerra; é a arte que surge do caos e da colagem de
materiais.
 Expressionismo: expressão das imagens surgidas no interior do artista,
tendendo à deformação e aos traços que refletiam a angústia do ser humano.
 Surrealismo: arte que dá vazão aos aspectos do inconsciente, mistura realidade
com sonho, havendo a quebra de toda lógica formal.
Antecedentes da Semana de 1922
 1912: Oswald de Andrade volta da Europa e começa a divulgar o futurismo e a
técnica do verso livre.
 1913: Lasar Segall realiza a primeira exposição de pintura moderna em São Paulo.
 1914: Anita Malfatti faz sua primeira exposição de pintura não-acadêmica.
 1915: Fundação da revista Orpheu, que introduz o Modernismo em Portugal.
 1917: Exposição de quadros de Anita Malfatti, que provocou a dura crítica
“Paranóia ou Mistificação?”, de Monteiro Lobato.
SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922
 Realizada no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de
1922.
 Exposição de música, pintura, escultura e literatura.
 Principais participantes: Graça Aranha, Mário de Andrade, Oswald de Andrade,
Ronald de Carvalho, Menotti del Picchia, Heitor Villa Lobos, Anita Malfati, Di
Cavalcanti, Vitor Brecheret e outros.
 O “saldo” da Semana:
 Fracasso para época, mas verdadeiro sucesso ao longo da história; propôs
novos rumos para as artes brasileiras; surgimento de uma arte mais nacional;
marco da independência cultural brasileira e início do Modernismo brasileiro.
 Características:
 Contra o passadismo literário (excesso de romantismo, ideais realistas,
combater a forma do parnasianismo), o academicismo, o tradicionalismo;
estabelecimento de uma consciência criadora nacional.
ASPECTOS MODERNISTAS
 Literatura nova: liberdade total de expressão; linguagem do povo; mistura entre
a poesia e a prosa; versos livres e brancos; abolir a pontuação e a sintaxe.

PRIMEIRA FASE MODERNISTA: 1920-1930


ASPECTOS CENTRAIS
 Ruptura com o passado; antiacademicismo; busca do novo; vanguardismo; verso
livre; linguagem coloquial; irreverência, sátira, humor, poema-piada e paródia;
nacionalismo e primitivismo.
CORRENTES, REVISTAS E MANIFESTOS
 Revista Klaxon: foi a divulgadora das idéias modernistas. Nota-se uma mistura
de idéias e divergência de opiniões quanto ao que seria de fato o Modernista
(dividida entre a ânsia de modernização do Brasil e a convicção de que nossas
raízes indígenas e negras precisavam de tratamento estético adequado).
 Verde-Amarelismo: corrente nacionalista. Tinham uma visão ufanista e
propunham a exaltação da terra, do homem, do folclore e dos heróis nacionais.
 Pau-Brasil e Antropofagia: corrente primitivista. Liderança de Oswald de
Andrade e a participação de Tarsila do Amaral e de Mário de Andrade. Propunha,
não uma aceitação passiva do legado europeu à cultura brasileira, mas a
devoração crítica desse legado e sua transformação em algo novo, com identidade
própria e alcance universal.
MÁRIO DE ANDRADE: ”Papa do Modernismo”.
 Esteve presente em todos os momentos da preparação, realização e afirmação do
movimento modernista brasileiro.
 “Paulicéia Desvairada”: é considerado o primeiro manifesto modernista.
 “Amar, verbo intransitivo”
 “Macunaíma”: é uma revolução na linguagem da narrativa. Macunaíma é “o
herói sem nenhum caráter” (anti-herói). Representativo das virtudes e vícios
do povo brasileiro, representativo também da miscigenação racial brasileira
(nasce preto retinto, filho de índios e depois vira branco).
OSWALD DE ANDRADE: criou a poesia antropofágica.
 O Ponta-de-lança do Modernismo (o mais radical, irreverente e inovador).
Caracteriza-se pela sátira (poema-piada), simplicidade e a valorização da língua
do povo.
 “Memórias Sentimentais de João Miramar”; de estilo irônico, mostra um
painel crítico da sociedade e dos costumes da época.
 “Pau-Brasil”: poemas curtos, de linguagem coloquial, metalinguagem e
humor.
 “Rei da Vela”
Antônio de Alcântara Machado: “Brás, Bexiga e Barra Funda”: mostra a realidade do imigrante italiano em SP.

SEGUNDA FASE MODERNISTA: 1930-1945


ASPECTOS CENTRAIS
 Busca de novos caminhos; reavaliação do passado; neo-realismo (ênfase na ficção
nordestina, o regionalismo); a forma estética se volta para o equilíbrio; predomínio
da racionalidade crítica e do projeto ideológico sobre o projeto estético
(engajamento político-social); denúncia da realidade; o cessar da oposição ao
modernismo.
CONTEXTO HISTÓRICO
 Influência da crise de 1929; industrialização; Era Vargas; 2º Guerra Mundial; Revolução Russa.
PROSA REGIONALISTA X POESIA
 José Lins do Rego;  Carlos Drummond de
 Graciliano Ramos; Andrade;
 Jorge Amado;  Vinícius de Moraes;
 Érico Veríssimo;  Cecília Meireles;
 Rachel de Queiroz.  Mário Quintana.
MANUEL BANDEIRA
 Mostrou uma linha independente pois aliou tradição e modernidade. São
freqüentes, em sua poesia, os seguintes temas: a morte, a recordação da infância,
o cotiano, a melancolia, o erotismo, a morte, o “sonho” (imaginário), solidão.
Apresenta uma simplicidade expressiva, linguagem coloquial e prosaica.
 “Libertinagem”, “Estrela da Manhã”, “Estrela da Vida Inteira”,
“Itinerário de Parságada” (constrói uma utopia como compensação
emocional).
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: maior poeta da literatura brasileira.
 Posicionando-se como espectador de um mundo que não aceita e que tenta
descrever e encontrar.
 Riqueza de temas: infância, família, cidade natal (Itabira), a procura da poesia, o
social, os conflitos do homem, amor, os amigos.
 “Alguma Poesia”; “Sentimento do mundo”; “A rosa do povo”; “Poema
das Sete Faces”.

You might also like