O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo. O Parnasianismo surgiu no século XIX e enfatizava a perfeição formal e a descrição objetiva. O Simbolismo se opunha ao Realismo e valorizava a sugestão sobre a descrição. O Pré-Modernismo misturava estilos do século XIX com influências modernistas, denunciando aspectos da realidade brasileira.
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo. O Parnasianismo surgiu no século XIX e enfatizava a perfeição formal e a descrição objetiva. O Simbolismo se opunha ao Realismo e valorizava a sugestão sobre a descrição. O Pré-Modernismo misturava estilos do século XIX com influências modernistas, denunciando aspectos da realidade brasileira.
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Parnasianismo, Simbolismo e Pré-Modernismo. O Parnasianismo surgiu no século XIX e enfatizava a perfeição formal e a descrição objetiva. O Simbolismo se opunha ao Realismo e valorizava a sugestão sobre a descrição. O Pré-Modernismo misturava estilos do século XIX com influências modernistas, denunciando aspectos da realidade brasileira.
É a manifestação poética da época do Realismo que se tornou bastante expressivo no
Brasil. De influência francesa, inspirou-se na publicação coletiva Le Parnasse Contemporain, cujos autores propunham uma poesia formalista, objetiva e descritiva. Veneravam a harmonia e o equilíbrio das formas, procuravam temas universais, e como objetivo o ideal do "belo". Poesia parnasiana = objetividade + beleza + descrição + verdade CARACTERÍSTICAS Racionalidade, objetividade, descrição, impessoalidade; Busca de perfeição técnica: culto da forma, sonetos, versos perfeitos, rimas ricas, linguagem extremamente trabalhada, vocabulário culto; Apego à tradição clássica: mitologia greco-latina; Destaque ao erotismo e a sensualidade feminina. PARNASIANISMO NO BRASIL: século XIX. Início: 1882 – Publicação do livro “Fanfarras” de Teófilo Dias. Término: 1893 – Início do simbolismo no Brasil. TRÍADE PARNASIANA Principais poetas parnasianos brasileiros: Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira. OLAVO BILAC: atingiu a alma popular – foi eleito o Príncipe dos Poetas. É eleito o primeiro Príncipe dos Poetas (“Poeta das Estrelas”). Nacionalismo acentuado: teve a infância povoada de histórias e de hinos militares. Colocou-se à margem dos grandes acontecimentos sociais de seu tempo: republicano e racionalista, escreveu a letra do Hino à Bandeira. Campanhas cívicas: alfabetização e serviço militar obrigatório. Preocupação com a perfeição formal: versos alexandrinos (12 sílabas métricas). Mas se abre ao sentimentalismo, à subjetividade e à reflexão filosófica. Obra: “Profissão de Fé” RAIMUNDO CORREIA Estreou como romântico com o livro: “Primeiros Sonhos”. Só assume o Parnasianismo a partir do livro “Sinfonias”, formando a Tríade Parnasiana. Sua obra apresenta heranças românticas, traços descritivistas e grande profundidade filosófica percebendo-se certo pessimismo. Obras: “As Pombas”, “Mal Secreto”. ALBERTO DE OLIVEIRA: o mais Parnasiano dos Parnasianos. Nasceu no RJ; é eleito “Príncipe dos Poetas”, no lugar deixado vago por Olavo Bilac. Foi o poeta mais ortodoxo (inspiração nos modelos clássicos), sua poesia é fria, perfeita e descritivista. Obras: “Vaso Grego”, “Vaso Chinês”.
SIMBOLISMO: A poesia da música e do vago
O Simbolismo foi a estética literária do final do século XIX que se opõe às propostas do Realismo - Naturalismo. Teve origem na França em 1857 com a publicação do livro “As Flores do Mal” de Baudelaire. CONTEXTO HISTÓRICO (A virada do século XIX para o século XX) Crise do racionalismo burguês; declínio das doutrinas positivistas e deterministas; novas descobertas científicas e filosóficas; emergência da 1ª Guerra Mundial; anúncio da revolução Russa de 1917. CARACTERÍSTICAS A sugestão predomina sobre a descrição; musicalidade (poesia = música); emprego de sinestesias, aliterações, assonâncias, arcaísmos e palavras raras; subjetividade simbolista. É marcado por: frustrações e angústias, falta de perspectiva, pessimismo sobre a condição humana. Nega: o cientificismo, o racionalismo e o materialismo. Em sua busca de exprimir o inexprimível, o Simbolismo produziu uma poesia difícil. Palavras poéticas transformam-se em símbolos (capazes de irradiar novos significados = linguagem plurivalente). SIMBOLISMO NO BRASIL Início: 1893 – “Missal” (prosa) e “Broquéis” (poesia), de Cruz e Sousa. Término: 1922 – data da Semana de Arte Moderna. Graça Aranha publicou o romance Canaã. CRUZ E SOUSA: o melhor simbolista brasileiro. Filho de escravos, enfrentou grandes dificuldades, devidas sobretudo ao preconceito racial. Características: misticismo indefinido (ora cristão, ora satânico); obsessão pela cor branca; uso de prosopopéias e sinestesias; musicalidade (aliteração e assonância); grande adjetivação (alegorizantes maiúsculas); requinte formal; temática pessimista (vago, mistério e dúvida); Obras: “Faróis”, “Últimos Sonetos”, “Poesias Completas”. ALPHONSUS DE GUIMARAENS: o maior místico da literatura simbolista. Teve a vida amargurada pela morte e saudades de sua amada, a prima e noiva Constança, em toda sua obra. É monotemático (morte da amada); musicalidade suave; poesia marcadamente musical, sugestiva e pessoal.
AUGUSTO DOS ANJOS: poeta apoético. [SEM CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA RÍGIDA]
Mistura características simbolistas, parnasianas, naturalistas, realistas e antecipações modernistas. Temática da decomposição, do niilismo, vocabulário científico-poético e escatológico (vocabulário físico, químico e biológico). Visão pessimista da existência; ênfase na doença e na morte. Única obra: “Eu e Outras Poesias”.
PRÉ-MODERNISMO: “Retratos do Brasil”
É chamado de FASE ECLÉTICA, pois convivem vários estilos literários (sincretismo) do século XIX, misturando-se e produzindo obras de perfil híbrido. Não é uma escola literária, mas, sim, um período de transição. CONTEXTO HISTÓRICO No mundo: A belle Époque européia; 1ª Guerra Mundial; Revolução Russa de 1917; Vanguardas artísticas européias: Futurismo; cubismo; dadaísmo; expressionismo; impressionismo; surrealismo. No Brasil: As revoltas e seus efeitos (Revolta da Armada, da Vacina e da Chibata; Canudos; Contestado; Greves anarquistas); desenvolvimento de São Paulo; chegada de imigrantes; libertação dos escravos; consolidação da República Velha e a política do café-com-leite. CARACTERÍSTICAS Mistura de tendências: tradição (realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo) X renovação (modernidade e influência das vanguardas artísticas européias). Denúncia da verdadeira realidade brasileira: retrato do Brasil pobre, doente, atrasado, corrupto e desorganizado como nação. Retrato de tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino; o caipira do interior de São Paulo; o suburbano do Rio de Janeiro. PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL: século XX. Início: 1902 – Publicação do livro “Canãa” de Graça Aranha e “Os Sertões” de Euclides da Cunha. Término: 1922 – Com a Semana de Arte Moderna. EUCLIDES DA CUNHA Foi militar, engenheiro, jornalista, professor, acadêmico e grande escritor. Como correspondente do jornal, escreveu “Os Sertões”. “Os Sertões”: relatos sobre a Guerra de Canudos e as características geográficas da região; denúncia do esquecimento do Sertão. Dividida em 3 partes {A Terra, O Homem e A Luta} (visão determinista: meio, raça e momento). Marco da independência intelectual brasileira, Um clássico que traz à tona o cientificismo, o épico, o realismo e a crítica. GRAÇA ARANHA Homem de grande prestígio em sua época, participou ativamente na revolução modernista (1922-30). Apresenta traços naturalistas e simbolistas em suas obras. “Canãa”: romance de tese; a imigração alemã no Espírito Santo. LIMA BARRETO Escritura simples; romances com personagens populares; críticas ao preconceito, ao ufanismo e ao preconceito racial; valorização da vida suburbana. “Recordações do Escrivão Isaias Caminha”: temática do preconceito “Triste Fim de Policarpo Quaresma”: ufanismo, desilusão e crítica à política. Mostra o ridículo e patético de um nacionalismo fanatizante e anacrônico. O maior sonho de Policarpo é “o tupi como língua oficial no Brasil”. MONTEIRO LOBATO: um dos maiores ativistas culturais brasileiros de todos os tempos. Nacionalismo; participou intensamente de atividades políticas estudantis; fundou a Companhia Editora Nacional; incentivou as campanhas do petróleo (O petróleo é nosso.); linguagem conservadora; literatura infanto-juvenil (Sítio do Pica-Pau Amarelo); criou o Jeca Tatu, um símbolo do caboclo decadente; mostrou a decadência de engenhos de café no interior de SP. “Urupês”, “Cidades Mortas” e “Negrinha”.
MODERNISMO: “Ruptura com o passado e liberdade total”
CONTEXTO HISTÓRICO No mundo: Os reflexos da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa; o fortalecimento dos EUA; crise de todos os valores europeus; necessidade de novas estéticas que expressassem um mundo novo. No Brasil: Fundação do partido comunista (1922); tenentismo; revolução de 30 e a ascensão de Getúlio Vargas (Estado Novo); industrialização e progresso de São Paulo; auge da política do café-com-leite e o seu posterior declínio; grande efervescência cultural; focos de nacionalismo. AS VANGUARDAS EUROPÉIAS Foram manifestações artísticas surgidas no início do século XX que propunham uma radical ruptura com as concepções artísticas pré-existentes e traziam uma visão completamente inovadora de arte. Futurismo: a arte deve estar ligada ao progresso, a tudo o que é novo. Cubismo: o artista deveria ter liberdade para compor e recompor a realidade a partir dos elementos geométricos. Dadaísmo: negando o passado, o presente e o futuro, o Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra; é a arte que surge do caos e da colagem de materiais. Expressionismo: expressão das imagens surgidas no interior do artista, tendendo à deformação e aos traços que refletiam a angústia do ser humano. Surrealismo: arte que dá vazão aos aspectos do inconsciente, mistura realidade com sonho, havendo a quebra de toda lógica formal. Antecedentes da Semana de 1922 1912: Oswald de Andrade volta da Europa e começa a divulgar o futurismo e a técnica do verso livre. 1913: Lasar Segall realiza a primeira exposição de pintura moderna em São Paulo. 1914: Anita Malfatti faz sua primeira exposição de pintura não-acadêmica. 1915: Fundação da revista Orpheu, que introduz o Modernismo em Portugal. 1917: Exposição de quadros de Anita Malfatti, que provocou a dura crítica “Paranóia ou Mistificação?”, de Monteiro Lobato. SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 Realizada no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Exposição de música, pintura, escultura e literatura. Principais participantes: Graça Aranha, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho, Menotti del Picchia, Heitor Villa Lobos, Anita Malfati, Di Cavalcanti, Vitor Brecheret e outros. O “saldo” da Semana: Fracasso para época, mas verdadeiro sucesso ao longo da história; propôs novos rumos para as artes brasileiras; surgimento de uma arte mais nacional; marco da independência cultural brasileira e início do Modernismo brasileiro. Características: Contra o passadismo literário (excesso de romantismo, ideais realistas, combater a forma do parnasianismo), o academicismo, o tradicionalismo; estabelecimento de uma consciência criadora nacional. ASPECTOS MODERNISTAS Literatura nova: liberdade total de expressão; linguagem do povo; mistura entre a poesia e a prosa; versos livres e brancos; abolir a pontuação e a sintaxe.
PRIMEIRA FASE MODERNISTA: 1920-1930
ASPECTOS CENTRAIS Ruptura com o passado; antiacademicismo; busca do novo; vanguardismo; verso livre; linguagem coloquial; irreverência, sátira, humor, poema-piada e paródia; nacionalismo e primitivismo. CORRENTES, REVISTAS E MANIFESTOS Revista Klaxon: foi a divulgadora das idéias modernistas. Nota-se uma mistura de idéias e divergência de opiniões quanto ao que seria de fato o Modernista (dividida entre a ânsia de modernização do Brasil e a convicção de que nossas raízes indígenas e negras precisavam de tratamento estético adequado). Verde-Amarelismo: corrente nacionalista. Tinham uma visão ufanista e propunham a exaltação da terra, do homem, do folclore e dos heróis nacionais. Pau-Brasil e Antropofagia: corrente primitivista. Liderança de Oswald de Andrade e a participação de Tarsila do Amaral e de Mário de Andrade. Propunha, não uma aceitação passiva do legado europeu à cultura brasileira, mas a devoração crítica desse legado e sua transformação em algo novo, com identidade própria e alcance universal. MÁRIO DE ANDRADE: ”Papa do Modernismo”. Esteve presente em todos os momentos da preparação, realização e afirmação do movimento modernista brasileiro. “Paulicéia Desvairada”: é considerado o primeiro manifesto modernista. “Amar, verbo intransitivo” “Macunaíma”: é uma revolução na linguagem da narrativa. Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter” (anti-herói). Representativo das virtudes e vícios do povo brasileiro, representativo também da miscigenação racial brasileira (nasce preto retinto, filho de índios e depois vira branco). OSWALD DE ANDRADE: criou a poesia antropofágica. O Ponta-de-lança do Modernismo (o mais radical, irreverente e inovador). Caracteriza-se pela sátira (poema-piada), simplicidade e a valorização da língua do povo. “Memórias Sentimentais de João Miramar”; de estilo irônico, mostra um painel crítico da sociedade e dos costumes da época. “Pau-Brasil”: poemas curtos, de linguagem coloquial, metalinguagem e humor. “Rei da Vela” Antônio de Alcântara Machado: “Brás, Bexiga e Barra Funda”: mostra a realidade do imigrante italiano em SP.
SEGUNDA FASE MODERNISTA: 1930-1945
ASPECTOS CENTRAIS Busca de novos caminhos; reavaliação do passado; neo-realismo (ênfase na ficção nordestina, o regionalismo); a forma estética se volta para o equilíbrio; predomínio da racionalidade crítica e do projeto ideológico sobre o projeto estético (engajamento político-social); denúncia da realidade; o cessar da oposição ao modernismo. CONTEXTO HISTÓRICO Influência da crise de 1929; industrialização; Era Vargas; 2º Guerra Mundial; Revolução Russa. PROSA REGIONALISTA X POESIA José Lins do Rego; Carlos Drummond de Graciliano Ramos; Andrade; Jorge Amado; Vinícius de Moraes; Érico Veríssimo; Cecília Meireles; Rachel de Queiroz. Mário Quintana. MANUEL BANDEIRA Mostrou uma linha independente pois aliou tradição e modernidade. São freqüentes, em sua poesia, os seguintes temas: a morte, a recordação da infância, o cotiano, a melancolia, o erotismo, a morte, o “sonho” (imaginário), solidão. Apresenta uma simplicidade expressiva, linguagem coloquial e prosaica. “Libertinagem”, “Estrela da Manhã”, “Estrela da Vida Inteira”, “Itinerário de Parságada” (constrói uma utopia como compensação emocional). CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: maior poeta da literatura brasileira. Posicionando-se como espectador de um mundo que não aceita e que tenta descrever e encontrar. Riqueza de temas: infância, família, cidade natal (Itabira), a procura da poesia, o social, os conflitos do homem, amor, os amigos. “Alguma Poesia”; “Sentimento do mundo”; “A rosa do povo”; “Poema das Sete Faces”.